O documento discute as ideias de Jacques Rancière sobre a política da arte. Ele argumenta que a arte é inútil e abre uma cisão nas formas normais de existência. Também discute como a ficção na arte instaura dissensos ao modificar percepções do sensível. A política da arte envolve a entrelaçagem de três lógicas: experiência estética, ficção e metapolítica.
O documento discute as ideias de Jacques Rancière sobre a política da arte. Ele argumenta que a arte é inútil e abre uma cisão nas formas normais de existência. Também discute como a ficção na arte instaura dissensos ao modificar percepções do sensível. A política da arte envolve a entrelaçagem de três lógicas: experiência estética, ficção e metapolítica.
O documento discute as ideias de Jacques Rancière sobre a política da arte. Ele argumenta que a arte é inútil e abre uma cisão nas formas normais de existência. Também discute como a ficção na arte instaura dissensos ao modificar percepções do sensível. A política da arte envolve a entrelaçagem de três lógicas: experiência estética, ficção e metapolítica.
RANCIERE, JACQUES. O Espectador Emancipado. São Paulo: Editora WMF Martins
Fontes, 2012 (p. 61 – 69). Por Artur Ferreira da Silva. Direção Teatral. 2019.2. Dando prosseguimento as suas reflexões sobre a política da arte Rancière continua a discorrer sobre o regime estético da arte. Ele se volta então para a inutilidade inerente a arte, o lugar do vazio, do inútil e improdutivo que abre uma cisão nas formas sensíveis da existência ditas como normais. Ou seja, destaca a potência contida no caráter de inutil da arte por contraposição ao utilitarismo que impera na sociedade capitalista contemporânea. A partir disso pode-se começar o paradoxo da arte política pela relação entre essas duas a partir do dissenso, da maneira de reconfigurar a experiência comum sensível em ambas. Haveria então uma estética da política e uma política da estética e há uma política da arte que é um recorte específico de objetos da vida comum. Essa política da arte vem antes da dos artista, ela não depende de um desejo específico. Tão pouco pode-se mensurar ou definir a contribuição da arte para a política enquanto ação. Assim lógicas heterogêneas vão se entrelaçando. A ficção seria outro fator determinante na arte política segundo este autor. Para ele, esta não é a criação de um mundo imaginário em oposição ao mundo real, mas sim um trabalho que instaura dissensos ao deslocar as maneiras de apresentação do sensível, formas de enunciação e modificando ritmos, escalas e quadros. Isso significa também mudar a percepção do sensível e de relacionar acontecimentos dessa ordem aos sujeitos. Em seguida o autor defende que a política da arte seria o entrelaçamento de três lógicas: das formas da experiência estética, da ficção e da metapolítica. Também seria um entrelace contraditório e particular entre as três formas da eficácia: a lógica representativa, a lógica estética e a lógica ética. Rancière cita o efeito de distanciamento brechtiano como uma tentativa deste entrelace. Deixa ainda bem claro que mesmo assim não é possível mensurar numericamente uma relação entre o choque artístico, a tomada de consciência e o engajamento na ação política. O autor insiste na fundamental questão da ruptura. Para ele a ruptura causada pela obra de arte cria um espaço de possibilidade. Nesse espaço seria possível a reorganização de referências sensíveis que dão a cada um seu lugar na ordem das coisas. Para então introduzir a ideia da ruptura como sistema de entretenimento e o deslocamento do paradigma da arte do objeto para a arte como criação de relações com o mundo.