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ÍNDICE
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................3
A) Problema do Professor com a Coordenação e Direção ..................................................5

1) Problemas com a Coordenação e Direção ............................................................5

2) Líder imaturo ou incompetente? ...........................................................................8

3) De quem é a obrigação? ..........................................................................................10

B) Para coordenador ...............................................................................................................12

1) O Coordenador Pedagógico e a Gestão de Pessoas .......................................12

2) Sua escola recusa alunos com necessidades especiais? .................................16

3) Para que serve a Escola? .........................................................................................19

4) Como fazer conselho de classe ..............................................................................22

5) Conselho de Classe - Parte 1 ................................................................................28

6) Planejamento Escolar Anual..................................................................................29

7) Falta de Planejamento Escolar .............................................................................31

8) Planejamento anual e indisciplina diária ..........................................................32

9) Avaliação Diagnóstica, Formativa e Somativa ................................................34

10) Semana Pedagógica ...............................................................................................37

11) Projeto Político Pedagógico (PPP) ....................................................................39

1) Como fazer inclusão ..................................................................................................41

2) Dica para reunião de Pais ......................................................................................44

3) Como fazer avaliação diagnóstica ........................................................................48

4) Lidando com pais negligentes ...............................................................................52

5) Reunião de Pais: lindando com pais mal educados! .....................................55

6) Problemas com os Pais ............................................................................................59

CONCLUSÃO: .........................................................................................................................61

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APRESENTAÇÃO

Caro Coordenador, Cara Coordenadora,

Você que acompanha o Blog SOS Professor recebe periodicamente


as nossas dicas por meio de Artigos, Ebooks e Cursos e sabe o quanto é
importante ter acesso a novos aprendizados que possam enriquecer a
prática diária. Afinal ser um bom Professor não é o suficiente para tornar-se
um excelente Coordenador Pedagógico.

Assim, organizamos todas as dicas e orientações específicas para o


Coordenador Pedagógico para facilitar a sua consulta diária e lhe ajudar na
criação de novas ações e intervenções para a solução dos enfrentamentos
diários que desgastam e consomem o seu precioso tempo.

A finalidade deste material é ajudar você a melhor desempenhar suas


tarefas no que refere-se a: Formação da Equipe de Professores e a Gestão
do aprendizado dos Alunos, bem como acompanhar e propor novas ações
para a melhor gestão do ambiente escolar.

Sabemos que nem sempre é possível enviar toda a Equipe de


Professores para participarem de cursos de formação, além do mais nem
sempre os mesmos promovem as mudanças tão necessárias, pois não são
suficientes para qualificar adequadamente esses profissionais. Para que haja
efetiva transformação é necessário que esta formação seja contínua e
realizada dentro da Escola, articulada com os desafios e problemas
enfrentados diariamente no ambiente escolar e na sala de aula.

Os Professores enfrentam diariamente situações muito difíceis de


lidar relacionadas a aprendizagem dos alunos, indisciplina, gestão da sala
de aula, e isso ocorre justamente porque eles não dispõem das ferramentas
e estratégias que possibilite criar ações e intervenções eficazes para a
solução desses problemas. Eles sentem-se sozinhos, porque muitas vezes
nem mesmo o Coordenador pode auxiliá-los.

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Por isso, Você, isso mesmo, você Coordenador (a) tem um papel
importante para reverter este quadro, afinal é você que prepara o terreno
para que as mudanças sejam implementadas, é você que exemplifica os
modelos adequados que deverão ser impressos no fazer diário de cada
Professor.

Como isso será feito ? Primeiramente capacitando a si mesma, ou


seja cuidando da sua autoformação, realizando estudos, participando de
cursos, compartilhando com outros Coordenadores.

Depois interagindo com a sua Equipe, transformando os horários


coletivos de trabalho em períodos de estudo, na reflexão sobre os pro-
blemas didáticos, na busca de soluções, na criação de momentos de troca
de experiências entre os colegas, na concepção de ambientes de
aprendizagem, na interação entre as pessoas da equipe e também na tarefa
de relacionar a cultura contemporânea com o currículo.

Desta forma, os professores vão reconhecendo em você não apenas


um líder mas também um parceiro que vai ajudar a ampliar e aprofundar
as estratégias para pensar na elaboração das aulas e na condução didática
das propostas, no desempenho de cada aluno e na avaliação dos percursos
de aprendizagem.

É o Coordenador que impulsiona a construção de uma cultura


colaborativa e assim consegue influenciar os resultados da escola, e este
material que disponibilizamos vem oferecer o apoio necessário no
desenvolvimento da sua prática profissional.

Boa leitura! E bons estudos!

Roseli Brito

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A) Problema do Professor com a Coordenação e Direção

1) Problemas com a Coordenação e Direção

Hoje, tratarei de algo delicado que é a


relação entre Professores e Gestores. Em
pesquisa realizada recentemente com
Professores perguntamos:

- Qual é o maior problema que você


enfrenta com a Coordenação/Direção da
Escola ?

Os Professores responderam:

1) muita burocracia (relatórios/fichas) para preencher…………. .…. 48 %


2) falta de orientação pedagógica……………………..………..........….. 27,10 %
3) falta de regras claras dos objetivos e resultados do trabalho……........ 17,4 %
4) nenhum problema com a Direção ou Coordenação……………......…. 7,5 %

Muita burocracia com relatórios, fichas, etc para preencher

É um fato que o Gestor (Coordenador e Diretor) precisa medir a eficácia


dos resultados atingidos, e isso só é possível com o levantamento de dados
do processo de aprendizagem por meio de Relatórios, Fichas,
Questionários, etc. É uma verdade também que se estas solicitações forem
desordenadas e aleatórias, tomarão um tempo precioso do Professor, que
ficará enredado em uma armadilha sem fim de papéis.

Sugestão para os Gestores:

Faça um levantamento de todas as Fichas, Relatórios, Questionários e


outros documentos que os Professores estão preenchendo atualmente.
Analise-os e verifique quais documentos podem ser agrupados em um só.
O ideal é que bimestralmente o Professor tenha que preencher pelo menos
o Diário de Classe, Boletim de Notas e Relatório de Desenvolvimento . No
início do ano é oportuno elaborar uma Ficha de Sondagem onde serão
levantadas as dificuldades dos alunos, onde o Gestor , bem como o

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Professor poderão realizar o monitoramento do trabalho ao longo do ano na
mesma ficha.

Falta de Orientação Pedagógica:

Infelizmente muitas Reuniões Pedagógicas são usadas apenas para


discussão de textos ou reclamações, o famoso “ lavar a roupa suja em
público “, onde nada de concreto é resolvido. Os Professores saem
frustrados porque acham que foi um desperdício de tempo e que tudo
continuará na mesma.

Sugestão para os Gestores:

As pessoas precisam de suporte, apoio, motivação, incentivo e treinamento.


Por isso elabore dois tipos de Reunião: Coletiva e Individual. Na Reunião
Coletiva discutam novas ferramentas e estratégias para melhorar :
comportamento do aluno, indisciplina, rendimento do aprendizado,
gerenciamento da sala de aula. Na Reunião Individual realize o
monitoramento de todos esses itens, para isso o Gestor deverá criar as
próprias Fichas de Controle e Acompanhamento de cada Turma.

Falta de Regras claras quanto aos objetivos e resultados do trabalho:

Ao ver dos Professores, como as Reuniões não levam a nada e como os


Relatórios só servem para desperdiçar o tempo, o fato é que acaba não
ficando claro para onde todos estão indo. As Regras ficam subentendidas,
os objetivos ficam diluídos em um sem número de solicitações diárias, o
que acaba gerando com que cada Professor interprete, a seu próprio modo,
o que está acontecendo.

Sugestão para os Gestores:

A roda não é para ser reinventada a cada bimestre, basta estabelecer com
clareza os objetivos Gerais no Planejamento Anual e a cada bimestre
realizar o monitoramento desses objetivos por meio de Fichas e Relatórios
previamente elaborados. Como foi sugerido crie a Ficha de Sondagem com
as dificuldades dos alunos, assim você terá objetivos bem específicos para
atingir com cada Turma. Nas Reuniões Coletivas e Individual, forneça as
ferramentas e estratégias para o Professor alcançar essas metas.

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Nenhum Problema com a Direção/Coordenação:

Aqui é preciso um alerta. Apesar de alguns Professores terem relatado que


não há problema, o fato é que gerir pessoas é um trabalho constante e
diário, por isso nunca se descuide de sempre criar um ambiente que
possibilite o debate, a troca de experiências e o compartilhamento de
necessidades, pois só assim o que já estava bom, se tornará melhor ainda.

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2) Líder imaturo ou incompetente?

Se o seu líder, aqui leia-se Coordenador,


Diretor, Gestor, Supervisor, etc, for uma
pessoa equilibrada, justa, competente,
controlada, educada e aberto a ouvir
opiniões, não teme em realizar inovações,
está sempre atento a novas ferramentas e
estratégias para melhorar a qualidade do
trabalho dos Professores e o rendimento dos
alunos, então você não precisa continuar
lendo este artigo. Parabéns você tem o Líder dos sonhos de qualquer
empresa.

Agora, se você estiver pensando “ ah que bom seria se o meu líder fosse
assim”, então este artigo é para você.

Se o seu líder não é do tipo descrito acima, então provavelmente ele se


encaixará em um dos dois tipos restantes: incompetente ou imaturo.

O líder é incompetente quando não tem o preparo técnico para


desempenhar suas funções adequadamente. É o tipo da pessoa que acha que
o que já sabe já está bom, não se preocupa em atualizar-se ou participar de
treinamentos para a sua educação continuada. Não é adepto de mudanças e
inovações. Sempre coloca defeito no trabalho dos outros e nunca está
aberto a novas idéias e muito menos a ouvir opiniões que possam melhorar
o trabalho.

Faço um alerta que incompetência é diferente de ignorância. Podemos


ignorar vários assuntos de várias áreas, até porque não é possível conhecer
tudo, assim sendo podemos dizer que uma pessoa pode ignorar o que seja
física quântica, porém se esta pessoa receber as informações pertinentes a
esta área, bem como realizar cursos e estudos com certeza ela estará apta a
responder em um determinado nível de aprofundamento, o que seja a física
quântica.

A pessoa incompetente sabe determinado assunto, porém não se esforça


para atingir a excelência no que faz, assim o seu desempenho é sempre
medíocre.

Já o líder imaturo não apresenta as competências e/ou habilidades no


relacionamento interpessoal, sendo assim não sabe gerir as pessoas pois
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não as vê como tal, e sim como meros instrumentos que devem apenas
cumprir ordens e realizar tarefas. Geralmente é o tipo de líder que ou é
autoritário com a equipe ou então é negligente, beirando a indiferença com
todos.
Este tipo de líder não sabe conversar e nem mediar conflitos que ocorrem
no ambiente de trabalho, pois está sempre alheio e indiferente às
necessidades das pessoas que lidera.

Uma pessoa que age desta forma só traz malefícios para as pessoas que
lidera, bem como para a instituição que trabalha, pois ninguém segue quem
não admira, ninguém procura dar o seu melhor quando não recebe
reconhecimento. Todos perdem ! Mas pior mesmo é quando o líder além de
imaturo TAMBÉM é incompetente.

Por que então as instituições ainda mantém esse tipo de “pseudo-líder” ?


Digo a você que este tipo de “líder” está com os dias contados, pois a
Escola está descobrindo o que quaisquer outras Organizações que prezam
qualidade e competência já sabem: Funcionário incompetente compromete
os resultados, pois oferece serviços de má qualidade. O setor privado já
está consciente disso e o setor público está começando a incorporar uma
nova visão de gestão.

Diz o ditado popular: “quem tem competência se estabelece, quem não tem
fenece” , sendo assim os “pseudo-líderes” serão destituídos do cargo e
terão que dar passagem para um novo tipo de Líder, que terá como uma das
características do seu perfil a proatividade e a competência

Se no seu local de trabalho você convive com um “pseudo-líder” avalie o


seguinte: se a pessoa mostra-se disposta a aprender então é possível que
haja mudanças a médio prazo, porém se é uma pessoa intransigente, está
mais interessada no cargo que nas responsabilidades então é muito
improvável que esta pessoa não vá mudar e sendo assim é melhor que você
mude de local de trabalho.

Lembre-se de uma coisa: ninguém obriga o outro a crescer ou aprimorar-se,


isso é algo intrínseco de cada um conforme sua visão de mundo, de pessoa,
de projeto de vida, de competência e excelência. Pessoas medíocres criam
instituições medíocres e instituições medíocres morrem.

Você está sofrendo tendo que conviver com o “pseudo-líder”? Compartilhe


sua estória no nosso blog www.sosprofessor.com.br/blog .

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3) De quem é a obrigação?

Professores e Coordenadores uma parceria que


anda em descompasso. Recentemente fizemos uma
Pesquisa direcionada aos Professores e detectamos
que 92,5 % estão insatisfeitos com a Coordenação
e/ou Direção. Ver o artigo completo.

Agora foi a vez dos Coordenadores, que soltaram a voz e expuseram os


motivos que os deixam tão insatisfeitos dentro da Escola. Estou
socializando a pesquisa de modo que outros Coordenadores vejam que as
situações são comuns a todos, e também para que os Professores saibam o
que isso tem a ver com eles.

O Questionário enviado continha 10 perguntas, recebemos 1.484


respostas.A primeira pergunta foi:
– Cite 03 coisas que você acha que NÃO é atribuição do Coordenador.

As respostas foram muito fragmentadas, porém todas estavam relacionadas


a grandes categorias que cito abaixo.

- GESTÃO ADMINISTRATIVA - executar tarefas burocráticas tais como:


. serviços de secretaria (boletins, tarjetas,fazer matrícula, atendimento na
secretaria)
. Elaborar o PPP , PDE, PDDE sozinha
. Digitar o GDAE, EOL e Censo Escolar

– GESTÃO FINANCEIRA: tais como:


. prestar contas dos recursos financeiros
. comprar material pedagógico/limpeza, etc
. controlar materiais

– GESTÃO RECURSOS HUMANOS: tais como:


. controlar ponto dos professores e funcionários
. cobrir faltas de funcionários
. ter de convencer professor a ser criativo e inovar
. convencer Professor a se capacitar
. ter de lidar com funcionários descompromissados e sem preparo

- FAZER O SERVIÇO DO PROFESSOR


. substituir Professor / planejar aulas para professor/ corrigir provas/
preparar avaliações e atividades/ dar aula de reforço / manter a disciplina
dentro da sala de aula /elaborar projetos/ decorar a escola / preencher ficha
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individual do aluno e Ficha de desempenho / ter de ir a sala de aula a todo
instante resolver conflitos/ motivar o aluno a aprender quando o Professor
prepara aulas monótonas / cuidar e ensinar os alunos com necessidades
especiais

– FAZER O SERVIÇO DO INSPETOR ALUNO (portão, tocar sinal, vigiar corredores


– MERENDEIRA (preparar cardápio,distribuir merenda)
– BIBLIOTECARIO (controlar e distribuir livros)
– SER O QUEBRA GALHO DA ESCOLA
– ENFERMEIRO

Fazendo uma breve análise desses dados, é possível constatar que o


Coordenador está assumindo tarefas que não condizem com sua função. É
preciso que fique claro primeiramente quais são as funções de um
Coordenador, para isso basta consultar o Regimento Escolar da sua escola,
pois lá está descrito o que compete ao Coordenador realizar, bem como
quais são as atribuições de todos os cargos que existem dentro da Escola.

No Regimento Escolar também está definido quais são os cargos existentes


que responderão pela organização Técnico-Pedagógica da Escola, tais
como: Núcleo de Direção, Núcleo Técnico-Pedagógico, Núcleo
Administrativo, Núcleo Operacional e Núcleo Docente. Quais são as
pessoas, dentro da sua Escola, que compõem cada um desses Núcleos ?
Quais são as tarefas que compete a cada um?

Ao fazer esta pequena reflexão o Coordenador conseguirá listar todas as


tarefas que estejam fora da sua função e DELEGAR para os responsáveis.
Cabe ao Coordenador responder pelo gerenciamento e supervisão das
atividades relacionadas ao processo de ensino e aprendizagem, e não
executar as tarefas pelos envolvidos.

Ao Coordenador também cabe a tarefa de ser o articulador no sentido de


promover a capacitação e treinamento da Equipe de modo que os objetivos
traçados no que refere-se as metas de aprendizagem sejam alcançadas.
Porém nada exime de que o Professor também tenha a iniciativa de estar
sempre atualizado e informado quanto as melhores práticas e estratégias
para dar aula e gerenciar a sala de aula .

Com tantas tarefas o Coordenador fica sem o tempo de realizar as


atividades que realmente lhe competem: que é dar suporte ao Professor por
meio das ACs, HTPCs, Reuniões Pedagógicas. Ficar apagando “ incêndios
diários” não contribui para organizar a escola e ajudar no desempenho do
aluno, para isso você precisa de tempo e que cada membro da Equipe esteja
realizando o próprio trabalho.
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B) Para coordenador

1) O Coordenador Pedagógico e a Gestão de Pessoas

Muitos dos problemas que ocorrem diariamente


para aqueles que estão exercendo o cargo de Gestor
ou Coordenador, são oriundos da falta de
transparência na comunicação com a Equipe e de
ferramentas eficientes de liderança.

Isso mesmo: Liderança ! Uma palavra que estávamos acostumados a ouvir


apenas no mundo corporativo ,uma realidade não tão distante assim da
gestão de uma Escola ou Instituição.

Afinal, quer seja em uma grande empresa, ou em uma Escola, seja


ela pública, particular ou filantrópica, o fato é que existem muito mais
semelhanças que diferenças. Liderar pessoas, capacitar equipes para que
desenvolvam trabalho de melhor qualidade, atingir metas de aprendizagem
auxiliando os alunos a superarem as suas defasagens e dificuldades, atingir
a sustentabilidade, gerir recursos (físicos, financeiros, humanos), motivar,
inovar, desenvolver equipe competente e cooperativa faz parte de uma
realidade que a Escola ainda não está preparada para enfrentar, pois exige
Lideranças capacitadas em novas estratégias de gestão.

Na nossa pesquisa pedimos que os Coordenadores, Gestores e


Supervisores citassem 3 problemas que costumam enfrentar com a Equipe.
Abaixo relacionamos as respostas mais citadas dentro de quatro grandes
áreas:

- POSTURA DO PROFESSOR

Os problemas aqui listados referem-se a : relacionamento interpessoal ruim,


conflitos equipe e alunos, falta de ética, fofocas, falta de colaboração e união,
desequilíbrio e domínio próprio, falta de proatividade, falta de compromisso,
autoritarismo dos professores antigos, clima organizacional ruim.

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A postura de um profissional é tudo em uma instituição. Não se trata
apenas de mostrar quem você é, mas por meio das suas ações, sua fala, sua
postura, mostrar também quais ferramentas e competências você traz para a
instituição em que trabalha. Qualquer instituição é feita pelas pessoas que
nela atua. Os resultados que uma instituição alcança são frutos das
competências ou das incompetências que a equipe tem. Uma equipe de alta
performance só é criada quando : a) os objetivos de ambos (equipe e
instituição) estão alinhados na mesma direção, b) cada membro traz
talentos e competências que irão somar na instituição, c) há educação
continuada.

- FALTA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA

Professores inexperientes, falta de estratégias inovadoras, não participam


das ACs e HTPCs, nunca tem tempo para realizar capacitação
leitura/estudos, falta de preparo para o uso das novas tecnologias, uso de
metodologia ultrapassada, falta de didática, não domina conteúdo, não tem
estratégias para gerenciamento efetivo da sala de aula.

Não há sombra de dúvida que quando a equipe é capacitada continuamente,


tende a levar mais inovações e novas estratégias para a sala de aula
contribuindo assim para que os alunos atinjam melhores resultados. De
quem é a responsabilidade da educação continuada? De todos: do próprio
funcionário e da instituição. Infelizmente muitos Professores não dão a
devida importância para este tópico e acabam negligenciando a sua própria
formação, pois raramente desenvolvem uma pesquisa, ou lêem um livro,
não participam de seminários ou cursos e odeiam as Reuniões de ACs e
HTPCs.

Assim, todas as colocações feitas pelos Coordenadores e Gestores reforçam


que boa parte dos problemas encontrados dentro da sala de aula são
decorrentes da falta de preparo do Professor.

Alerto que uma das funções do Coordenador é promover e facilitar a


educação continuada de todos os funcionários da Escola.

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- FALTA DE FUNCIONÁRIOS

Qual Escola já não sofreu com funcionários em número insuficiente, que


faltam ao trabalho sem avisar, que sofrem com constantes atrasos, onde
há alta rotatividade de professores ?

Todos os que relataram a falta de funcionários com um dos grandes


problemas enfrentados pela Escola, sabem o quão difícil é ter de realizar
um trabalho com a equipe desfalcada. Em uma Escola que tem 80
Professores, e em um mesmo dia faltam 10, outros 20 chegam atrasados, na
maioria dos casos o Coordenador ou Diretor tem de parar tudo para “ tapar
buracos” ou dispensar alunos, por falta de pessoal.

O fato é que, as pessoas tem problemas, imprevistos acontecem e


funcionários faltam ou chegam atrasados, porém é preciso investigar quais
são as causas, pois há desde os motivos de saúde até as “ abonadas” e o
funcionário falta simplesmente porque tem o direito a isso.

O que fazer então ? Se a sua Escola não tem um Programa para combater
ou minimizar o Absenteísmo, então você ficará o ano todo correndo de um
lado para o outro “ apagando incêndios” e entrando na sala de aula para
substituir o Professor.

Toda Escola precisa criar um Programa de Absenteísmo, ter um plano B, C


e muitas vezes, por que não, até um plano D para combater este problema.

- NÃO CUMPRIMENTO DA FUNÇÃO

Equipe não cumpre prazos estabelecidos, não acreditam mais na profissão,


são insubordinados, não confiam na capacidade e autoridade do
Coordenador, são resistentes em cumprir normas/regras da Escola,
procrastinam em cumprir com as obrigações da função.

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Liderar exige ter de desenvolver algumas competências e estratégias no
trato com as pessoas e no cumprimento de metas. Saiba que liderar não é
ficar correndo atrás de funcionário pedindo que ele entregue a tarefa
pronta, lembrando para que ele cumpra com suas obrigações.

Em uma empresa qualquer funcionário que seja negligente com suas tarefas
é demitido imediatamente, pois um membro da equipe que não cumpre
com o serviço que lhe é designado não está contribuindo para que o
objetivo maior da empresa seja atingido, sendo assim é preciso substituí-lo
por outro que esteja comprometido com os resultados.

Talvez agora você esteja se perguntando “ e quando não podemos demitir o


funcionário negligente” ? Caberá ao Gestor estabelecer os parâmetros de
competência e capacitar esse funcionário para que possa atingí-los, e todo
esse processo de treinamento de competências será registrado em
documento que será anexado a Ficha Funcional.

Gerir pessoas para que elas possam se desenvolver e atingir a sua


excelência não é uma tarefa fácil, porém é uma tarefa exequível e é apenas
uma das muitas tarefas que cabe ao Gestor desempenhar.

E na sua Escola está ocorrendo de modo eficiente a Gestão de Pessoas ?

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2) Sua escola recusa alunos com necessidades especiais?

Na sua Escola são usados “ eufemismos” para


recusar a matrícula de alunos com
necessidades especiais?

Quando perguntamos os motivos que


impossibilitam que uma criança seja recebida
na escola como aluno, ouvimos justificativas
do tipo:

 “ nossa escola tem muitas escadas, não temos rampa para cadeira de
rodas”
 “ a professora tem 30 alunos na sala e não temos professora auxiliar
para ajudar com o Joãozinho”
 “ o Joãozinho precisa de um lugar mais especializado pois não temos
condições de atende-lo na nossa escola”
 “ não temos Especialista em Língua de Sinais para atender o
Joãozinho”
 “ nossa escola não tem vaga, o Joãozinho vai ter de procurar vaga em
outra Escola”
 “ são vários professores no Fundamental II/Médio, não é possível
trabalhar com o Joãozinho”
 “ não atendemos alunos com necessidades especiais”

Todas estas respostas são para responder a uma única pergunta, e neste
caso é: “ Como vamos RECUSAR o Joãozinho”?

Infelizmente esta “ fala” é mais comum do que imaginamos. Ao invés de


perpetuá-la temos de repensar os nossos procedimentos, o espaço escolar, a
nossa Equipe e sob uma nova perspectiva focarmos na inclusão escolar dos
alunos com necessidades especiais.

Então a nova pergunta que deverá ser feita e respondida é:


“ COMO PODEMOS ATENDER O JOÃOZINHO ?”
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Aqui vão algumas dicas :

Preconceitos sobre alunos com necessidades especiais

Reúna sua Equipe e peça para relatarem o que eles temem com relação aos
alunos com necessidades especiais? Esses temores são infundados ? São
apoiados em Mitos? Desconhecimento ? Achismos? Feito isso, comece a
derrubá-los um a um, e isso é feito com novos aprendizados que deverão
ser incorporados, criando assim uma nova percepção por parte de cada
membro da Equipe.

Geralmente esses medos são oriundos do DESCONHECIDO, da falta de


informação e principalmente: falta de estratégias e ferramentas para
conduzir o trabalho pedagógico de alunos com necessidades especiais.

2. Ambiente Escolar:

O que falta no meu ambiente escolar para torná-lo apropriado para os


alunos que apresentam necessidades especiais ? Sinalização? Mobiliário?
Há alguma adequação de ordem estrutural que deve ser realizada? Como
realizar esta adequação de maneira criativa e com baixo custo? Quem
poderá implementá-la ? Quando várias “ cabeças” pensam conjuntamente
muitas idéias criativas surgem.

3. Falta de Pessoal de Apoio Escolar:

Dentro do ambiente escolar nunca teremos pessoal em número suficiente


para atender as demandas que surgem diariamente, no entanto podemos
usar a criatividade para equacionar o problema. Pode ser utilizado
Estagiários, Pais de Alunos, Voluntários, bem como remanejar pessoal
interno para assumir também a função de auxiliar os alunos com
necessidades especiais a realizarem sua locomoção, higiene e alimentação.
Depois é só treiná-los, e para isso será necessário ensiná-los sobre as
peculiaridades de cada deficiência e mostrar os procedimentos que deverão
ser adotados para situações específicas dentro do ambiente escolar.

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4. Equipe Multidisciplinar:

Crie um Check List com as necessidades da sua Equipe dos seus Alunos e
Familiares para passar à Equipe Multidisciplinar.

Aqui a premissa é, encontrar Especialistas que possam realizar o


acompanhamento e/ou tratamento dos alunos, bem como oferecer suporte a
Equipe Escolar. Utilize Voluntários, acione o Posto de Saúde, Ongs na sua
Comunidade.

5. Família:

Logo na matrícula faça a família comprometer-se e utilize um Contrato de


Responsabilidade e Participação, elencando todas as ações que você espera
que a família se comprometa, assim você deixará claro que a viabilização
do trabalho só poderá ser atingida se a família fizer a parte que cabe a ela.
Isso deixará claro também em quais situações a família poderá ser
orientada e cobrada, quando for necessário.

Estas dicas vão lhe ajudar a mudar a sua perspectiva no que refere-se a
inclusão escolar não apenas do Joãozinho, mas também de qualquer aluno,
não importa a deficiência.

Esses e muitas outras dicas serão trabalhadas em profundidade no Curso


INCLUSÃO ESCOLAR NA PRÁTICA, específico para Professores do
Infantil até o Ensino Médio, bem como para os Gestores que precisam
capacitar toda a Equipe para realizar a inclusão escolar.

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3) Para que serve a Escola?

"Se você não sabe pra onde vai qualquer caminho


serve"

(frase dita pelo Coelho para a Alice (Alice no país


das maravilhas, de Lewis Carroll, publicado em
1865)

INTRODUÇÃO:

No artigo “ Ensino Médio: Desinteresse e


Indisciplina”, foi levantado, conforme pesquisas realizadas, algumas causas
que contribuem para o desinteresse e a indisciplina no Ensino Médio, tais
como:

1) Conteúdos desvinculados da realidade e interesse deles

Consequência: Os jovens não veem sentido na Escola

2) Mal sabem ler e escrever (analfabetos funcionais)

Consequência: adquirem posições de sub-emprego e não criam um projeto


de vida

Pesquisas a parte, o fato é que, infelizmente , a questão da indisciplina na


sala de aula, ainda não é considerada, pelo Governo, um problema real, que
necessita de intervenções rígidas do poder público no sentido de combatê-
lo e/ou inibi-lo. Afinal os atos que começam hoje como indisciplina logo
culminam em violência e que desemboca muito rápido no caos. E como o
Professor e o Gestor poderão gerenciar o caos instalado?

Aulas chatas? O Professor pode fazer mudanças. Aulas descontextualizadas


da realidade atual? O Professor também pode fazer mudanças.
Funcionamento da organização da Escola e da sala de aula? Os Professores
e Gestores também podem implementar mudanças. Porém o que é
inadmissível e impossível de fazer é : o Professor e o Gestor resolverem
SOZINHOS este problema.

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É aí que entram as intervenções vindas “ de cima”, que tenham o caráter e
o poder de “Lei”. Que ofereçam o apoio e o respaldo necessários para lidar
com o Jovem e a Família, intervenções que possam desatar as mãos dos
Professores e Gestores na aplicação correta e na justa medida das
consequências, correção e ensino nas infrações disciplinares.

Aqui fica o apelo para que na próxima Reunião de Conselho de Escola, de


Sindicato, de Estado, de Governo, de Gabinete, ao invés de colocarem na
pauta a discussão das cores das cortinas, seja debatido e proposto soluções
para o combate da indisciplina e da violência dentro da Escola.

Mas, por ora, vamos aos números !

O QUE OS JOVENS QUEREM ?

Veja o que os jovens carentes pensam a respeito da Escola conforme


pesquisa desenvolvida pelo Centro Brasileiro de Análise e Planejamento
(Cebrap) em parceria com a Fundação Victor Civita:

A) o jovem não vê sentido na escola

B) Menos de 36% veem sentido em Geografia, História, Biologia e Física.

Literatura – só 19% reconhecem como útil

C) 24% dos estudantes não se sentem seguros na escola

D) 76,7% dos adolescentes relatam situações de “zoeira” na sala de aula

E) percepções sobre a escola que podem levar à evasão, além da repetência,


são: sensação de insegurança, falta dos professores, bullying e “zoeira”.

Você já perguntou aos jovens o que eles querem? Ou pelo menos o que eles
“ acham” que querem? Será que eles só querem diversão ? Só fazer o “
social” ? Será que não querem nada? Ou apenas ainda não querem porque
acreditam que não será possível a sua realização ?

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ONDE A ESCOLA ENTRA ?

Responda rápido: Como é um martelo? Para que serve? O que posso fazer
com ele? Cite 3 coisas legais feitas com o uso do martelo? Como cada uma
dessas coisas melhorou a vida das pessoas que as utilizaram? Você sabe
usar um martelo? Saberia construir algo com ele? O que seria? Quanto
tempo você levaria? Quantas pessoas seriam beneficiadas com o que você
viesse a construir com o martelo?

Agora responda as mesmas perguntas substituindo o Martelo pela Escola ,


analise suas respostas (vai ser interessante se você compartilhar conosco
pelo blog ). Depois pegue as mesmas perguntas e faça aos seus alunos e
depois debata com todos eles para que eles possam interagir com as
opiniões, reflexões e conclusões a que chegarem.

Com este pequeno exercício será possível provocar várias reflexões e


chegar a algumas conclusões acerca do uso, da função e dos objetivos da
Escola. E ao repetir este exercício com os seus alunos você os incitará a
fazer essas reflexões, e ao compartilhá-las com o grupo você e eles,
conseguirão ver , claramente, onde encontra-se o nó que precisa ser
desatado.

Agora vem o “nó górdio”, ou seja o super nó da questão: o que você pensa
da Escola e o que os seus alunos pensam não é a mesma coisa, é por isso
que você quer levá-los por um caminho acreditando que está atingindo
determinado objetivo, enquanto que eles querem ir por outro caminho, e
nesse vai e vém ninguém se encontra, ninguém se acha e todo mundo
perde!

No próximo artigo vamos expor como o uso da Transposição Didática pode


lhe ajudar.

Enquanto isso fica o desafio para você compartilhar no blog: “ Para que
serve a Escola e como ela pode viabilizar a concretização do Projeto de
Vida de um indivíduo ?

Veja este artigo online: Clique aqui

21
4) Como fazer conselho de classe

Introdução:

Muitos não sabem para o que ele serve.


Outros nunca participaram de um. A grande
maioria nem quer ouvir falar nele. E é quase
um consenso geral de que ele não serve para
nada ! Você sabe do quê estou falando ? Se
respondeu: Conselho de Classe, acertou !

Agradeço a todos os Professores que colaboraram postando comentários no


nosso blog e compartilhando suas experiências no que refere-se a
participação nos Conselhos de Classe, inclusive com algumas sugestões
muito pertinentes e interessantes. Espero que todos tenham lido. Afinal é
esta a ideia do SOS Professor, ser um espaço colaborativo, um ambiente
onde possamos compartilhar aprendizados e enriquecer nossa prática.

Conselho de Classe que não resolve nada:

O vídeo “ Conselho de Classe” que é um trecho do filme Entre os Muros da


Escola, reflete bem a realidade da grande maioria das nossas Escolas,
excetuando pela participação das alunas representantes de sala, o vídeo é
uma cópia, sem tirar nem por, do que vivenciamos nos Conselhos de Classe
pelo Brasil afora.

O grupo reúne-se e então os Professores sentem-se livres para


manifestarem-se sobre os alunos. Os diálogos versam sempre sobre o
comportamento e problemas de indisciplina do aluno, tendo seu
desempenho e sucessos desconsiderados. São diálogos entrecortados de
comentários, opiniões, juízos de valor, julgamentos, preconceitos e
achismos. Onde todos buscam o apoio e anuência uns dos outros como que
para validar as afirmações feitas.

Muitas vezes o fracasso do aluno é atribuído a causas psicológicas e então


são emitidos juízos de valor baseados no senso comum e não em laudos
diagnósticos ou fonte segura que o ampare. Ao invés de avaliar o processo
de aprendizagem, a interação pedagógica, e a eficiência da prática
pedagógica do professor, o Conselho presta-se apenas para apontar e julgar
comportamentos.

22
Neste modelo de Conselho de Classe, nada de fato é discutido e de fato
nada é solucionado. Todos desabafam, todos discorrem livremente suas
angústias, alguns nem falam pois não são apoiados nas suas colocações,
então tudo fica na mesma.

Qual a finalidade do Conselho de Classe :

Antes de debatermos como deve ser realizado um Conselho de Classe,


preciso esclarecer qual é a finalidade do mesmo. É preciso saber o porquê
deste tipo de Reunião, para quê ela é realizada, e qual é o papel das pessoas
que lá estão.

A palavra “ conselho” vem do latim consiliu e, conforme o Dicionário


Michaelis da Língua Portuguesa tem os seguintes significados: 1 Juízo,
opinião, parecer sobre o que convém fazer. 2 Aviso, ensino, lição,
prudência. 3 Tribunal. 4 Reunião ou assembléia de ministros. 5 Corpo
coletivo, com função consultiva ou deliberativa. 6 Reunião de pessoas que
deliberam sobre negócios particulares. 7 Reunião do corpo docente da
universidade, escolas superiores ou secundárias, presidida pelo reitor ou
diretor, para tratar das questões do ensino.

Assim, é correto afirmar que quem aconselha deve ser uma pessoa
prudente, ter bom senso, discernimento, domínio próprio, autoridade e
notório saber na questão consultada. Desta forma fica claro que ninguém
consultará a vizinha sobre um investimento na Bolsa de Valores, ou a
Merendeira se um aluno necessita de tratamento Psiquiátrico. É preciso ter
competência e conhecimento da questão para emitir declarações.

Daí a importância da Educação Continuada, pois , especialmente no nosso


caso, enquanto Educadores, não podemos resvalar no senso comum,
achismo é coisa de gente que não está preparada devidamente para
argumentar. Devemos ter bases sólidas e seguras, não apenas na nossa área
de atuação, mas dentro do possível estarmos atualizados sobre o que ocorre
em áreas correlacionadas a nossa. Buscar o conhecimento tem de ser um
estilo de vida, e não apenas a busca de um certificado.

Fiz esse recorte para que você compreenda que um Conselho é composto
de pessoas, e estas exercerão o papel de Conselheiros, que terão o objetivo
de ponderar, aconselhar, orientar, propor, discernir as melhores
intervenções e soluções para uma determinada questão. Mas quais questões
esses “ Conselheiros” terão de ponderar e aconselhar ?

23
Bem, o Conselho de Classe é uma reunião avaliativa em que diversos
especialistas envolvidos no processo ensino-aprendizagem discutem acerca
da aprendizagem dos alunos, o desempenho dos docentes, os resultados das
estratégias de ensino empregadas, a adequação da organização curricular e
outros aspectos referentes a esse processo, a fim de avaliá-lo coletivamente,
mediante diversos pontos de vista.

Reflita por um momento: um Conselheiro preparado poderá ser justo, sábio


e ponderado no momento de deliberar. Já um Conselheiro despreparado,
relapso com suas funções, incompetente na sua área de atuação e
negligente com suas tarefas jamais poderá contribuir com soluções para o
crescimento dos Alunos, da Equipe ou da Instituição.

Que tipo de Conselheiro você desejaria ter ao seu lado no próximo


Conselho de Classe?

Sugestões para um Conselho de Classe eficaz:

A grande maioria das Escolas está utilizando um modelo de Conselho de


Classe que não funciona, ou que não atende totalmente aos objetivos de um
Conselho de Classe, o qual não se restringe apenas a discutir notas ou
comportamentos dos alunos.

O modelo eficiente deve contemplar como já foi dito anteriormente as


seguintes questões a serem discutidas no Conselho de Classe:

Aprendizagem dos alunos


Desempenho dos docentes
Resultados das estratégias de ensino empregadas
Adequação da organização curricular
Outros aspectos referentes a esse processo
Abaixo algumas sugestões para você estruturar seu próximo Conselho de
Classe:

. Pré-Conselho com a Turma:

– Rendimento Turma: logo após as provas realize com a Turma um Pré-


Conselho, selecione os itens que deseja medir o avaliar com a turma tais
como: rendimento da classe (media geral da sala), comportamento,
participação, comprometimento, etc.

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– Rendimento Professor: peça para a turma Avaliar o seu Desempenho no
que refere-se a: Metodologia utilizada, Atividades, Ritmo da Aula, Práticas
de Ensino, Organização dos Espaços da sala, etc.

- Metas/Combinados: discutam intervenções para implementar as


mudanças que forem necessárias para a correção dos problemas levantados
por ambos os lados

. Diagnóstico da Turma:

Você já elaborou o diagnóstico de cada aluno no início do ano. Então


transcreva esses dados em uma única Ficha e leve para os Conselheiros
apenas com os casos mais delicados para serem discutidos. Aborde o
rendimento pedagógico, comportamento, resultados alcançados, outras
questões que estão interferindo na vida do aluno. Lembre-se Você conhece
o seu aluno, porém os demais Conselheiros talvez não estejam totalmente a
par de determinados detalhes, e isso pode fazer toda a diferença na hora de
ponderar a melhor intervenção.

. Conselho em 2 Atos:

Neste caso o Conselho seria realizado em 2 momentos distintos, onde no


1º. Momento contaria com a presença de Representantes de Classe, e no 2º.
Momento apenas com os Professores.

Obs: Caso a Turma já tiver realizado o Pré Conselho com o Professor em


Sala de Aula não haveria a necessidade de realizar o Conselho de Classe
em 2 Atos.

1º. Ato: Participação Representantes de Turma (debate de questões


relativas a Turma)

Neste momento ocorreria a participação de Representantes de Turma, pois


os Representantes discorreriam sobre as mudanças e/ou problemas que
gostariam que fossem solucionados no que refere-se a didática do
Professor, metodologia, postura, etc.

Os Professores, por sua vez, colocariam as questões que estariam


enfrentando com aquela Turma . Todos debateriam algumas proposições, e
já ficaria definido as intervenções a serem adotadas. Seria registrado em

25
Ata para as Representantes assinarem e então este momento seria
finalizado.

2º. Ato: Conselho apenas com Professores

Neste momento o Conselho seria realizado apenas com os Professores, sem


os Representantes de Turma, onde seriam discutidos os casos individuais
dos alunos, bem como os demais assuntos.

CONCLUSÃO:

O Conselho de Classe é uma oportunidade de reunir os professores com o


objetivo de refletir sobre a aprendizagem os alunos e o processo de ensino.

Pedir que os alunos se avaliem, reflitam sobre suas falhas, sobre sua
atuação é fácil, o difícil é os professores fazerem o mesmo. Para exercitar
essa difícil prática é que o conselho deve começar com a autocrítica dos
professores.

O que o professor diz na autocrítica deve servir como elemento para a


coordenação ajudá-lo a superar as dificuldades apresentadas, confrontar o
problema com os que os outros professores também apresentam para,
juntos, buscarem a superação. A coordenação dever ter claro que, também,
a avaliação, não é para classificar o professor e sim ajudá-lo a desempenhar
melhor o seu trabalho.

Ao fazer o Conselho de Classe contemplando seus reais objetivos a Escola


atinge os seguintes resultados:

• Promove uma visão abrangente do papel da avaliação no processo


ensino-aprendizagem;

• Valoriza o progresso individual do aluno, seu comportamento cognitivo,


afetivo e social ;

• Reconhece o contexto familiar em que o aluno está inserido;

• Incentiva a auto-análise e auto-avaliação dos profissionais de ensino;

• Propicia mudanças tanto na prática docente, no curriculo e na dinâmica


escolar;

26
• Traça metas para que as mudanças sugeridas sejam efetivamente
realizadas.

Há outros problemas sérios que contribuem para o fracasso escolar, tais


como a negligência da família, a capacitação deficiente, a falta de estrutura,
a indisciplina, etc, etc.

Por outro lado não podemos cair na armadilha de que tudo é a estrutura, a
lei, o sistema e ninguém assume nada. Pois há condições às vezes de
mudanças significativas, com as reais condições de um instrumento que a
escola já apresenta e que está em nossas mãos fazer uso: o Conselho de
Classe.

E você o que acha? Compartilhe no blog.

Bibliografia :

DEMO, Pedro. Avaliação Qualitativa. São Paulo: Cortez, 1988.

FREIRE, P.; SHOR, I. Medo e ousadia: o cotidiano do professor. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1987.

HOFFMANN, Jussara. Avaliar para promover: As setas do caminho. 4.ed. Porto Alegre:
Mediação, 2002.

PATTO, M. H. S. Psicologia e ideologia: uma introdução crítica à psicologia escolar. São


Paulo: T. A. Queiroz, 1987.

_____. A produção do fracasso escolar: histórias de submissão e rebeldia. São Paulo: T. A.


Queiroz, 1990.

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5) Conselho de Classe - Parte 1

 Como é o Conselho de Classe na sua Escola?


 Como esse momento é utilizado?
 Para “ malhar o Judas ?”
 Apontar culpados ?
 Traçar metas?
 Criar intervenções ?
 Levantar estratégias para correção de rumos ?
 Ou simplesmente ” bater o martelo” e definir situações ?

No filme francês Entre os Muros da Escola, há um momento onde ocorre


um Conselho de Classe no qual participam duas alunas representantes de
turma.

Assista ao vídeo abaixo e comente (clique no play) . Como é na sua Escola


?

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6) Planejamento Escolar Anual

Todos os dias você se pergunta porque quase nada


do que foi definido no Planejamento Escolar Anual
realizado no inicio do ano, não foi atingido. Você
tem a nítida sensação de que o tempo planejando foi
mal gasto pois durante todo o ano você ficou “ no
pé” de toda Equipe, e quase nada foi alcançado.

planejamentoanualescolarNão se sinta a pior das


criaturas. Saiba que quando algo não acontece é
porque algumas AÇÕES não foram realizadas ou
então não foram CONTEMPLADAS no Planejamento Escolar Anual. Logo
abaixo, vamos ver o que ficou faltando fazer:

- Toda a sua Equipe conhece o que está estabelecido no PPP e o mesmo


tem ações definidas para serem realizadas, com prazos e indicadores de
monitoramento para todos da Equipe?

-A Escola dispõe de recursos físicos e materiais em ordem para que os


Professores possam utilizar juntamente com os alunos ? (Ex.Salas deAula,
Biblioteca, Sala de Video, Pátio, Informática, Quadra, Banheiros, material
pedagógico, etc) ?

- No Planejamento Escolar Anual da sua escola você realiza reunião


semanal coletiva com sua Equipe? E Tutoria dos Professores que são
novatos e/ou recém formados?

- Você tem registros sistematizados dos alunos com dificuldades de


aprendizagem bem como Roteiro de intervenções que o Professor adotará
durante o ano para esses alunos ? E isto está previsto no seu Planejamento
Escolar Anual?

- Os Projetos Pedagógicos foram monitorados por meio de Check-List


,Cronogramas de Tarefas e Indicadores de Metas, conforme o seu
Planejamento Escolar Anual ?

-Quantos Treinamentos/Capacitações internas foram feitas com a Equipe


durante o ano? Qual foi a média de treinamentos externos que cada
Professor participou durante o ano?

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- Você tem implantado um Plano de combate ao Absenteísmo? E o seu
Planejamento Escolar Anual contempla esta questão ?

- Há procedimentos claros para treinamento de Professores Novatos,


Recém Formados e Substitutos quanto aos procedimentos da Escola?

- A Escola tem definido procedimentos para o Gerenciamento de Sala de


Aula, Rotinas, Consequências ? Ou você não lembrou de incluir este
assunto no Planejamento Escolar Anual ?

- Foram definidos objetivos concretos e mensuráveis para cada


Série/Disciplina ?

- Qual apoio a Escola disponibiliza para os Professores que atendem alunos


de inclusão? Isso com certeza está no seu Planejamento Escolar Anual não
é?

- Quais consequências são aplicadas quando a Equipe não cumpre com o


especificado no PPP e no Planejamento Escolar Anual ?

- No Calendário Anual foram contempladas todas as atividades de trabalho


pedagógico ?

Olhar para a situação e ver que ela não está correspondendo ao que foi
discutido no Planejamento Escolar Anual, nos leva a refletir que apesar das
metas terem sido traçadas, as AÇÕES para se chegar lá não foram
planejadas e implementadas adequadamente.

E na sua Escola ? O Planejamento Escolar Anual contemplou tudo o que


deveria ? Tudo o que foi planejado foi realizado ?Comente no blog. Não
esqueça de compartilhar e curtir.

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7) Falta de Planejamento Escolar

Para você que já está se organizando para realizar o


Planejamento Escolar 2014 vou passar algumas dicas nos
próximos dias que vão te ajudar nessa jornada.

Hoje vou contar a primeira dica, e é sobre as Instalações


Físicas, Equipamentos e Materiais que a sua Escola tem, ou talvez ainda
não tenha!

Pois é, o Gestor quer que o trabalho pedagógico seja realizado e


desconsidera que só com giz e lousa o Professor fica desamparado e
trabalha de forma precária.

Além do mais os ambientes precisam ter o mínimo de conforto para


que tanto o Aluno quanto o Professor consigam permanecer no ambiente.
Imagine uma sala que não há ventiladores, onde o calor é escaldante,
como ficar 4 horas “ cozinhando” em uma sala de aula assim ? Uma
Biblioteca que vive fechada e que não há acervo adequado para consulta
por parte dos alunos ? Um laboratório de Ciências onde não há o mínimo
para que seja realizada uma experiência simples ? Uma quadra de Esportes
precária ou pior ainda, inexistente ?

Outra questão são os materiais de apoio pedagógico, tais como


brinquedos,jogos, mapas,cartazes, etc, Como o Professor poderá elaborar
uma aula mais criativa, dinâmica ou interessante se a Escola não dispõe de
materiais para o seu uso ?
E quanto aos Equipamentos: ou a Escola não tem, ou quando tem,
muitas vezes vive quebrando por falta de manutenção. É preciso que o
Gestor faça uma programação financeira para fazer aquisição do que a
Escola precisa.

Dica: converse com os Professores, peça ideias para adaptar


materiais, jogos, brinquedos, bem como sobre adaptações nas instalações
de modo a possibilitar maior conforto para todos.
Trabalhar todo mundo precisa, só não precisa ter de “ sofrer” durante
o processo não é ? E é VOCÊ Gestor que precisa Planejar tudo isso, pois
estas questões estão intimamente relacionadas com a execução do trabalho
pedagógico e com a satisfação dos alunos e Professores.
E na sua Escola o que falta? O que precisa melhorar? Comente e
compartilhe !
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31
8) Planejamento anual e indisciplina diária

O ano começa e com ele novas expectativas de maiores


realizações pessoais. O trabalho pedagógico também
deve renovar-se e alcançar novos resultados. O
instrumento que norteia todo o processo educativo é o
Planejamento Escolar.

Entretanto, os bimestres passam e a mudança nos alunos em termos de


caráter, amadurecimento, relacionamentos, são muito poucas. A
indisciplina é a mesma, falta motivação, interesse e comprometimento.

Mas, o que acontece realmente que faz com que no final do ano, o
sentimento de expectativa inicial tenha se transformado em frustração, e
constatação de que o planejamento não "funcionou".

A grande questão que faz com que boa parte dos planejamentos falhem, é
que eles são muito centralizados em conteúdos, estratégias de ensino, dar
conta do livro didático, avaliações, e por esta razão abrangem apenas 50%
do processo de educar, pois ignoram outras questões fundamentais que
precisam ser trazidas em pauta e que extrapolam a sala de aula.

Planejamento Escolar não é uma perda de tempo, também não é um


documento que é feito uma vez por ano e guardado em uma gaveta, não é
algo imutável que não deva ser ajustado ao longo do caminho, e também
não é simplesmente copiar e colar os conteúdos do livro didático apenas
distribuindo-os ao longo dos bimestres.

Planejamos para alcançar algo, para criarmos alguma coisa, para atingirmos
um objetivo.

É preciso um novo modelo de planejamento pedagógico, que priorize o


desenvolvimento da pessoa, e não apenas do aluno. Desenvolver uma
pessoa vai muito além dos livros didáticos, das provas, avaliações e lições
de casa.

Aqui está o esboço de um Plano de Ação com dez itens para serem
considerados no seu próximo planejamento:

RESULTADOS DO ANO ANTERIOR: analise os resultados do que deu


certo e errado no ano anterior (levantamento de números e causas)

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QUALIDADE DO APRENDIZADO: crie um sistema de avaliação que
priorize a qualidade de aprendizado e não apenas a quantidade de conteúdo
memorizado

FAZER DIFERENTE: Levante novas estratégias pedagógicas, adequadas


aos modelos de aprendizagem dos seus alunos

GERENCIAMENTO SALA DE AULA: crie procedimentos para o


gerenciamento e gestão de sala de aula

RESOLUÇÃO DE CONFLITOS: crie um sistema de resolução de conflitos


(aluno x aluno) , (aluno x professor), (professor x pais)

RELACIONAMENTO COM A FAMILIA: crie estratégias para encantar e


se relacionar com as famílias dos alunos

PARTICIPAÇÃO DA FAMILIA: Crie estratégias e atividades para a


participação da família no ambiente escolar e fora dele

HABILIDADES E NECESSIDADES: Levante pontos fortes e fracos dos


alunos , trace objetivos, crie intervenções e monitore semanalmente

PORTFOLIO INDIVIDUAL: Levante os modelos de aprendizagem dos


seus alunos e trabalhe as inteligências

PORTFOLIO DO PROFESSOR: Levante os seus pontos fortes e fracos e


trace um plano para sua mudança pessoal com metas, estratégias e tarefas a
realizar.

Esses 10 itens compõem a parte dinâmica e viva do Planejamento


Escolar, o verdadeiro Plano de Ação que conduzirá os alunos a um novo
patamar de aprendizado não apenas pedagógico, mas de vida, de auto
estima, de relacionamento , de valores, de novas e maiores possibilidades.
Agora você já tem o esboço do grande Plano de Ação para começar o ano.
Afinal, um ano só pode ser chamado de novo, se novas coisas forem feitas.
Lembre-se, os resultados sempre são proporcionais ao esforço que
fazemos. Você é a peça fundamental do Planejamento Escolar, com você
ele ganhará vida, e o seu aluno conquistará asas.

Lembre-se: mudar o comportamento dos alunos, começa com um


Planejamento Escolar que contemple esses 10 itens.
Compartilhe seus comentários no blog enviando suas ideias para
cada um dos itens acima.
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9) Avaliação Diagnóstica, Formativa e Somativa

O ano letivo começou, e então você já


deve estar pensando, “ começa tudo de
novo, e terei os mesmos problemas que
tive no ano anterior”. Bem, se essa é a sua
atual visão das coisas, quero lembrar que
a definição de loucura é “fazer tudo do
mesmo jeito e esperar que o resultado saia
diferente”. Assim sendo, se você fizer
exatamente o que fez no ano passado,
certamente colherá os mesmos resultados ao longo deste novo ano.

Ocorreram problemas de indisciplina ? Baixo aprendizado ? Se a resposta


foi SIM para uma das perguntas ou para ambas então você precisa repensar
a sua prática atual ! E a melhor maneira de fazer isso é perguntar-se: “
como os meus alunos estão chegando ? quem são eles? O que eles já
sabem? O que precisam aprender ? como eles poderão aprender melhor ? “.

Lembre-se que o Planejamento não é sobre você ou suas necessidades.


Quem dita o quê e o como, são os alunos. São as necessidades DELES
que precisam ser atendidas. Para isso é preciso investigar e encontrar as
respostas para as perguntas que foram feitas anteriormente.

A ferramenta que você usará para responder à essas perguntas é realizando


a Avaliação Diagnóstica. Não importa a matéria que você leciona, ou o
grau de ensino. Quer seja no Infantil, Fundamental, Médio, Técnico ou
EJA, a Avaliação Diagnóstica presta-se ao mesmo objetivo: diagnosticar,
verificar e levantar os pontos fracos e fortes do aluno em determinada área
de conhecimento.

É importante frisar que, infelizmente, muitos Professores utilizam apenas


prova escrita para a realização desta avaliação. Quando na verdade existem
mil e uma maneiras de realizar este levantamento de forma que os
resultados sejam mais verdadeiros que aqueles levantados em uma mera
prova escrita.

Esta avaliação não se restringe apenas ao início do ano letivo, porém deve
ser usada ao longo do processo de aprendizado, para isso lance mão de
dinâmicas, jogos, debates, desafios, apresentações, vídeos, produções
musicais, construção de maquetes, resolução de problemas, brincadeiras,
criação de blogs, fórum, etc.
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Quando utilizada no início do ano letivo a avaliação diagnóstica fornece
dados para que o planejamento seja ajustado e contemple intervenções para
retomada de conteúdos, ou realização de encaminhamentos para reforço
escolar, e até mesmo para Especialistas (Psicólogo, Fonoaudiólogo,
Psicopedagogo), e quando feita ao longo do ano possibilita que tanto o
aluno quanto o Professor possam refletir sobre a utilização de novas
estratégias de aprendizado.

Jamais os dados da avaliação devem ser usados para classificar ou rotular o


aluno em “aluno bom” ou “ aluno ruim”. O Professor deve ter em mente
que a avaliação oferece um momento de aprendizado para ambos, professor
e aluno. Enquanto Professor é possível verificar quais estratégias estão ou
não funcionando, além de ser possível constatar quais hipóteses os alunos
estão levantando na internalização e construção de determinado conceito.

Já para o aluno, com o devido feedback do professor, torna possível a


compreensão e mensuração do conhecimento adquirido e quais hipóteses
são verdadeiras ou falsas, para que o aluno possa descartar as falsas
hipóteses e fique focado naquelas que o levarão ao aprendizado do conceito
estudado. O feedback do professor lança a luz, clareando os chamados “
pontos cegos” em que o aluno se encontra tornando possível, assim, o
avanço para a etapa seguinte do processo.

Nesta etapa a avaliação inicialmente diagnóstica, evolui para uma avaliação


formativa, onde o processo de descoberta que induz a novas elaborações
de aprendizado, sempre mediadas pelo professor, é o que de fato importa e
conta.

A Avaliação Formativa é o tipo de avaliação que deveria prevalecer dentro


das Escolas, por ser mais justo e atender de fato às necessidades dos alunos.
Infelizmente, o que vemos é o uso da avaliação somativa, cujo único
objetivo é meramente alcançar determinada nota para “passar” de ano, os
alunos são rotulados pelas notas que alcançam e não são auxiliados onde de
fato precisam de ajuda.

Por isso, antes de chegar “ ditando” o que você irá ensinar, comece em “
perguntando” o que os alunos já sabem para levantar o que eles de fato
“precisam” aprender.

Quer compartilhar ? Quer dar mais idéias sobre avaliação diagnóstica ?


Então aguardo seus comentários no blog.

35
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA:

HOPFMANN, Jussara. Avaliação Mediadora: uma prática em construção da pré-escola à


Universidade. P. Alegre. Educação e Realidade. 1993.

LUCHESI, C. Verificação ou Avaliação: o que pratica a escola? A construção do projeto de


ensino e avaliação, nº 8, São Paulo FDE. 1990

WERNECK, H. Se você finge que ensina, eu finjo que aprendo. Vozes.Petrópolis. 1994.

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36
10) Semana Pedagógica

De fato o ano letivo começa quando inicia a


Semana Pedagógica dentro da Escola.
Infelizmente muitas não sabem
verdadeiramente o que fazer na Semana
Pedagógica e outras utilizam este precioso
tempo apenas para ficar discutindo longos
textos, realizando dinâmicas de motivação,
um oba-oba que não acrescenta nada de
concreto ao trabalho que deverá ser realizado ao longo do ano.

Mas, o que é a Semana Pedagógica ? Porque ela é importante? Por que a


Escola DEVE realizá-la ? Objetivamente falando a Semana Pedagógica é
um momento de analisar o que deu e o que não deu certo, ajustar e corrigir
o rumo do que deu errado, planejar novas ações para fazer mais do certo e
menos do errado, implementar as ações, ou popularmente falando:
arregaçar as mangas e fazer acontecer.

Geralmente esta Semana Pedagógica ocorre no mês de Janeiro, logo que os


Professores retornam do recesso. Em algumas Escolas ocorrem em 5 dias,
outras em 7 a 10 dias. O fato é: não importa se você tem mais ou menos
tempo, o que importa é que há assuntos ou temas importantes que não
podem deixar de ser discutidos nesse período.

Pauta/Temas da Semana Pedagógica:

. Integração dos Professores novos com todos membros da Equipe (Apoio,


Administrativo, etc), bem como o esclarecimento das metas da escola a
serem atingidas nesse novo ano

. Análise dos dados do ano anterior (aprovação/reprovação/por sala/turma


(índices: ex.IDEB) . Ajustes no PPP com avaliação e monitoramento das
metas estabelecidas . Desafios enfrentados no ano anterior, com definição
de ações /soluções para o novo ano que se inicia . Calendário escolar e
estabelecimento da rotina escolar . Passagem da turma para o novo
Professor (informar as necessidades a serem trabalhadas e progressos já
alcançados) . Planejamento Geral (Plano de
Ensino/Projetos/Reforço/Alunos com NEE/Avaliação) . Formação
Continuada: como ela ocorrerá durante o ano . Avaliação Institucional e da
Equipe: informar como ela ocorrerá Materiais necessários: . Quadros com

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índices de aproveitamento por sala/turma . Quadro de Horário das Aulas .
Calendário Escolar . Cópias do PPP . Proposta curricular . Planos de Ensino

Lembre-se a Semana Pedagógica começa no início do ano letivo, porém só


termina quando o ano letivo se encerra. Encare da seguinte forma, o PPP é
a bússola que norteará todo o trabalho desenvolvido no ano, e a Semana
Pedagógica fornece o grande “itinerário”, dessa jornada.

Por esta razão é de extrema importância logo no início do ano mostrar a


toda a Equipe, o resultado, em números, do trabalho que eles estão
desempenhando na Escola. Só assim ficará claro que se os resultados
apresentados ainda não estão satisfatórios, significa que a Equipe terá que
fazer melhor neste novo ano, ou seja, fazer diferente do que estão fazendo
até então, e para isso será necessário implantar novas ações, dar
importância a capacitação que deve ser constante e fazer parte da rotina da
Escola.

Caberá ao Coordenador, juntamente com os demais envolvidos na Equipe


Estratégica (Diretor, Vice, Supervisor) elaborar um Programa de Educação
Continuada para todos os membros da Equipe, pois é a capacitação dos
envolvidos que garantirá que as metas estabelecidas no PPP e
compartilhadas na Semana Pedagógica sejam alcançadas.

A Semana Pedagógica tem seus objetivos atingidos quando todos saem


dela sabendo que a “sua” parte compõe o “todo”, e que se esse “todo” está
“doente” e caminha de modo ineficiente, então cada um deverá mudar.
Ficar do mesmo tamanho também já não será mais uma opção, todos
deverão crescer, aprimorar-se, fazer o melhor e sair em busca de mais.

Agora você decide: ou fica do mesmo jeito e continua contribuindo para


deixar a Escola “doente”, ou aceita o desafio de mudar e trazer a “cura”.

Então, o que vai ser ?


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38
11) Projeto Político Pedagógico (PPP)

O ano começa, e com ele novas perspectivas se abrem e


nos enchem de expectativas. Com o trabalho pedagógico é
a mesma coisa. Analisamos o ano que passou, o que deu
certo e o que não deu, e levantamos novas idéias para
implantar de modo que as coisas transcorram de modo
diferente e que os resultados esperados sejam alcançados.

Talvez você tenha tido um lampejo intuitivo na virada do ano, naquele


momento onde fazemos um sem número de promessas, e listou várias
metas tais como emagrecer, comprar uma casa, fazer uma viagem, mudar
de emprego, ser um Professor melhor, inovar mais dentro da sala de aula,
coordenar de modo mais justo e competente, orientar melhor, enfim dar
uma guinada e fazer diferente muitas coisas no ano que começa.

No entanto para que essas novas idéias ou metas sejam uma realidade elas
precisam ser estudadas, planejadas, elaboradas, implantadas e
acompanhadas. Como isso é feito ?

Sem querer desanimar, já lhe adianto que só pensamento positivo não vai
resolver. Assim como na construção de uma casa você precisa de uma
PLANTA, também é assim dentro da Escola, e essa planta chama-se
Projeto Político Pedagógico, ou comumente conhecido como PPP.

Da mesma forma que não construímos uma casa sozinhos, precisamos de


pessoas e dos recursos adequados físicos, materiais e financeiros, assim
também é com o Projeto Político Pedagógico. Muitas pessoas devem fazer
parte na elaboração, definição, implantação e acompanhamento desta “
planta” .

Em pesquisa recente realizada com os Coordenadores sobre a seguinte


questão: Qual o seu maior problema na elaboração do PPP ? As respostas
foram:

- Não tem idéia do que seja o PPP pois nunca participou da elaboração
- Ter de fazer sozinha porque a Equipe não se envolve e não quer participar
- Não consegue implementar as metas definidas no PPP
- Falta de conhecimento para elaborar
- Falta de definição de objetivos claros
- Falta de apoio e orientação da Direção e da Secretaria de Educação
- Falta de recursos físicos e financeiros para implementar as metas do PPP
- Documento que só serve para ficar no papel

39
Quer você esteja em uma Escola Pública, Particular ou Filantrópica, e tem
de dar conta do processo educativo, a sua Escola tem de elaborar o PPP.

Os Professores, Equipe de apoio, Gestores, Coordenadores, alunos,


comunidade não se envolvem, não participam porque não sabem o que é,
para que serve, e no que o PPP contribui para o trabalho escolar. Cabe ao
Supervisor, Diretor, Gestor e Coordenador buscar ferramentas apropriadas
e novas estratégias para fazer isso.

Se para você ainda não está claro o que é o PPP, aqui vai uma definição
bem simples e objetiva: “ o PPP é a identidade da Escola, o retrato da
comunidade onde está inserida e estabelece as ações e os caminhos que a
Escola usará para ensinar com qualidade “

Não é um documento para ficar empoeirado dentro da gaveta do Diretor,


também não é um documento para vir “ pronto” da Secretaria da Educação
e muito menos não é um documento onde apenas uma pessoa elabora
sozinha.

Ao criar uma planta para a construção de uma casa é preciso levantar os


custos dos materiais que serão necessários. No PPP cada meta idealizada
precisa de um plano de ação para sua implementação bem como um
descritivo dos custos envolvidos para executá-la. Na construção de uma
casa você coloca prazo para cada etapa da construção, no PPP é preciso
criar ações de monitoramento para correção do rumo, e intervenções
necessárias que garantam o cumprimento das metas estabelecidas
inicialmente.

De quem é a responsabilidade? Supervisor de Ensino, Diretor, Gestor,


Coordenador, Professores, Equipe de Apoio, Alunos e suas Famílias.
Todos tem um papel a desempenhar dentro do PPP, todos precisam ser
monitorados, avaliados, cobrados e responsabilizados no cumprimento, ou
não, das metas.

Cada indivíduo é peça determinante para que os objetivos traçados no PPP


sejam atingidos, se na sua Escola há pessoas que ainda desconhecem a
razão de estarem lá, que não sabem porque tem de desempenhar as tarefas
de um determinado jeito, talvez aí esteja a razão das dificuldades de
cumprimento de metas no que tange ao ensino de qualidade, participação
da família e envolvimento da comunidade.

Lembre-se: “ Se você falha em não Planejar, já planeja falhar “ Fique a


vontade para comentar!
Veja este artigo online: Clique aqui

40
C) Apoio do coordenador para os professores:

1) Como fazer inclusão

Diariamente recebo emails de Professores que


desabafam suas angústias e desespero por não saberem
como trabalhar com crianças ou jovens que apresentam
alguma necessidade especial. Na pesquisa realizada
com Coordenadores também foram relatadas várias
inquietações referente a esse tema.

Assim, visando oferecer mais subsídios para Professores e Coordenadores,


iniciarei uma série de artigos voltados ao esclarecimento das Deficiências.

Infelizmente, a Universidade não prepara o Professor para lidar com essas


crianças, por outro lado a Escola também não contempla, na formação
continuada, dar conta desta questão e capacitar os Professores e
Funcionários de Apoio para de fato tornar a inclusão uma realidade.

Mas de que inclusão estamos falando? Saiba que matricular a criança e


fisicamente garantir uma carteira dentro de uma sala de aula NÃO é
inclusão ! Fazer a equivalência idade/série sem contemplar o devido apoio
pedagógico também NÃO é inclusão. Tentar enquadrar a criança ou jovem
no mesmo nível pedagógico que os demais alunos também JAMAIS será
inclusão.

Vivemos em um mundo real e por esta razão é preciso analisar o contexto


atual em que estas crianças são recebidas: salas de aula lotadas, um único
Professor, sem a devida capacitação para lidar com nenhum tipo de
deficiência, a equivalência idade/série que acaba promovendo apenas a
inclusão social, já que a criança ou jovem convive com outras crianças da
mesma idade cronológica, porém há que atentar que a idade mental,
dependendo da deficiência, não contemplaria nem mesmo esta “inclusão
social”.

Ainda há a situação em que todos os anos muitas Escolas são surpreendidas


com o recebimento de alunos com necessidades especiais (com paralisia
cerebral, limítrofes, ou algum tipo de síndrome), sem que tivessem sido
informadas de tal fato pelas famílias. Por outro lado, a família, com receio
de não conseguir a vaga, omite as reais necessidades da criança, deixando
assim, a Escola sem subsídios para iniciar o trabalho pedagógico. Saiba que
está situação é mais comum do que parece.

41
A SURPRESA:

Nos primeiros dias a Professora observa que aquela criança não interage
com as demais crianças, demonstra comportamento diferente para a idade,
e não se desenvolve no seu aprendizado. As tarefas que a criança realiza
estão muito aquém do grupo, ou então a criança nada realiza em todo o
período que fica na Escola. As notas estão sempre abaixo do esperado, o
comportamento é agressivo, ou indisciplinado, desestabilizando todo o
grupo.

O QUE FAZER?

A família começa a cobrar os resultados da Escola e da Professora . A


Escola por sua vez, não dispõe de informações, laudos e diretrizes que
possam nortear o trabalho pedagógico. Se você tem algum aluno nesta
condição, aqui vão algumas sugestões que podem ajudar:

- Convocar a família para uma Reunião e solicitar pos escrito: Avaliação


Psicológica, Neurológica ou outras que julgar necessárias,

- Dar um prazo para a família entregar o parecer médico na Escola,

- Encaminhar o aluno para as terapias, caso a criança ainda não esteja


realizando, conforme os laudos recebidos;

- Solicitar cópia do Receituário para verificação de quais medicamentos o


aluno faz uso, pois muitos deles ocasionam mudança de comportamento e
interferem na atenção, ocasionando lentidão de aprendizado e memória,
bem como agitação,

- Levantar, junto a família, qual é a rotina do aluno, pois os familiares de


crianças especiais tendem a ser permissivos, assim eles crescem sem
regras, disciplina ou boas maneiras;

- Atualizar o prontuário do aluno com todo o registro (cópias) de


diagnósticos de especialistas tais como: Neurologista, Psiquiatra,
Psicólogo, Fonoaudiólogo, Psicopedagogo, Terapeuta Ocupacional e
outros, conforme o caso;

- Estude sobre a deficiência do seu aluno, aprenda sobre suas características


e sintomas, de modo a saber detectar quais comportamentos acompanham
determinada deficiência, para que você tenha mais elementos e possa
distinguir o que é da doença e o que é falta de disciplina e educação ;

42
- Solicite Relatórios periódicos das terapias que a criança estiver
realizando, se possível mantenha contato direto com o Especialista em
questão;

- Caso a família fique protelando indefinidamente as providências que o


Professor solicitou, acione o Conselho Tutelar e alegue que a família está
sendo negligente com as necessidades da criança.

Após tudo isso feito e levantado, chega a hora de:

- criar plano de curso específico e bem variado para as necessidades de


cada aluno, para isso consulte as Diretrizes Curriculares para Educação
Especial e os PCNS.

- criar plano de rotina/disciplina para que a família implante no lar

- entrar em contato periódico com os profissionais que fazem a terapia do


aluno para fazer o acompanhamento da evolução do mesmo.

- criar uma rotina na escola e sala de aula, o que exigirá paciência e


persistência

- promover a inclusão social (com os demais alunos), física (adequar as


instalações físicas), pedagógica (atividades diferenciadas e focadas nas
necessidades do aluno)

- na impossibilidade de realizar o que está sendo exposto, cobre do poder


público o que estabelece a LDB no seu artigo 58 e 59

E então esse artigo foi útil para você ? Tem idéias e quer compartilhar ?
Envie seus comentários.

Leitura Sugerida:
- Resolução no. 04 de 13.07.2010 – Define Diretrizes Curriculares para a Educação Básica
- Nota Técnica – SEESP/GAB/NO. 11/2010 – Orientações para Atendimento Educacional
Especializado
Sugestão de Filmes sobre Inclusão:
- Primeiro da Classe ( um homem com sindrome de Tourette torna-se Professor)
- Temple Grandim (autismo)
- O Milagre de Ann Sullivan (auditivo)
- Como Estrelas na Terra – Toda Criança é Especial (Taare Zameen Par) (dislexia)

Veja este artigo online: Clique aqui

43
2) Dica para reunião de Pais

Reunião de Pais precisa ser tensa ou


tumultuada?

Lidar como ser humano não é uma


tarefa fácil. Para o Professor isso fica
ainda mais difícil quando chega o
momento da Reunião de Pais, que é um
momento carregado de muita tensão
emocional.

Para você brilhar na próxima Reunião de Pais, aqui vão algumas dicas para
você usar:

CONVIDE O PAI E A MÃE: Encoraje ambos os pais para que venham na


Reunião de Pais. Mal entendidos serão evitados se ambos os pais ouvirem o
que você tem a dizer.

ESTABELEÇA e firme contato muito antes da Reunião de Pais. Informe


sempre aos pais o que os filhos devem estudar, quando tem lições e
trabalhos para entregar, e principalmente, mantenha-os sempre informados
a respeito das dificuldades e progressos do aluno. Jamais deixe para dar
esse feedback apenas depois que as notas estiverem fechadas.

REUNIÃO SEM PRESSA: Jamais faça reunião com pressa. Planeje o


tempo que for necessário de modo que todos os assuntos sejam abordados
de maneira apropriada. Quando a Reunião de Pais for individual, 20 a 30
minutos é adequado.

ESTEJA PRONTA para todo tipo de perguntas. Esteja preparada para


responder todo o tipo de perguntas que os pais venham a ter. Ocorrerão
perguntas específicas, difíceis ou ainda as indelicadas. Mantenha sempre o
domínio das suas emoções e o bom humor. Jamais leve para o lado pessoal.

TENHA SEMPRE SEUS REGISTROS organizados com antecedência.


Tenha sempre em mãos e organizados: Diários de classe, anotações feitas
na agenda do aluno, relatórios, provas/trabalhos realizados pelo aluno, e
quaisquer outros registros pertinentes ao assunto em pauta. Deste modo
você terá como comprovar as suas afirmações.

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RETIRE TODAS AS BARREIRAS FÍSICAS. Os Pais não são seus alunos,
por isso jamais coloque-os para sentarem-se nas carteiras enfileiradas, ou
até mesmo nas carteiras da sala do prezinho. Arrume o lay-out da sala de
aula de um modo que todos possam ver uns aos outros (Ex. em semi-
circulo, ou circulo).

INIMIGA X PARCEIRA: Se você quiser ficar com a fama de inimiga no. 1


dos Pais é só concentrar nos DEFEITOS do aluno. A solução para ser
parceira dos Pais é concentrar nos TALENTOS, e quando houver
problemas, foque nas NECESSIDADES do aluno. Falar para os Pais: “seu
filho é indisciplinado e só arruma briga com os amigos”, é diferente de:
“constatei que o João apresenta dificuldades em relacionar-se com os
amigos, por isso gostaria de discutir algumas sugestões para ajudá-lo a
superar esta questão”.

SEJA ESPECÍFICA NOS COMENTÁRIOS: Os Pais podem se perder nos


comentários generalizados. Ao invés de dizer “Ela não assume
responsabilidades”, focalize no problema apontando “Maria teve a semana
inteira para terminar o trabalho, no entanto ela apenas escreveu e entregou
dois parágrafos”.

OFEREÇA UM PLANO DE AÇÃO PARA OS PAIS: Muito mais que


receber orientações, os Pais apreciam ter um plano de ação para seguir.
Assim, se a Maria não é responsável, será apreciado sugerir aos pais dar a
ela uma lista de tarefas semanais ou ainda permitir que ela encarregue-se de
tomar conta do bichinho de estimação. Quando você oferece conselhos,
faça com que os pais saibam que você está apenas fazendo uma sugestão e
caberá a eles escolher as melhores estratégias conforme o perfil da família.
Se precisar de mais ajuda consulte as dicas no blog
www.comoeducarosfilhos.com.br

ESQUEÇA O PEDAGOGUÈS: Jamais utilizar-se do “pedagoguês” com


frases do tipo: “a coordenação motora fina”, “o processo de ensino
aprendizagem”, “está na fase silábica-alfabética”, são frases sem sentido
para muitos Pais.

DOMÍNIO PRÓPRIO: Pode ocorrer de você deparar-se com Pais que


mostram-se abusivos ou hostis. Jamais fique na defensiva, pois isso revela
fraqueza e insegurança, e coloca em dúvida tudo o que você tiver que falar
adiante. Tente não ser rude, qualquer que seja a provocação ou o
comentário sarcástico. Ouça de modo polido e educado. Se esta situação
ocorrer durante a Reunião de Pais Bimestral, proponha aos Pais agendar

45
horário específico para tratar em particular. Verifique com a Escola qual o
procedimento adotado.

FOCALIZE NOS PONTOS FORTES: É muito fácil para os Pais sentirem-


se na defensiva, pois muitos deles se veem nos filhos. Você poderá ajudar
se levantar as áreas onde estão os pontos fortes do aluno e as áreas que
precisam ser melhoradas, ao invés de criticar e apontar apenas as fraquezas.

USE A LINGUAGEM CORPORAL A SEU FAVOR: A linguagem não


verbal pode ser sua aliada ou sua inimiga. O seu corpo fala, e expressa
sempre o que você sente e pensa. É esta linguagem que os Pais estarão
atentos, antes mesmo de você começar a falar.

ENFOQUE NA COLABORAÇÃO: Faça com que os Pais saibam que você


quer trabalhar em aliança com eles, no melhor interesse da criança. Um
comentário do tipo “Você precisa comparecer na escola o mais rápido
possível para discutirmos as dificuldades do João”, apenas inflama
hostilidade nos Pais. O seguinte comentário diz a mesma coisa de um modo
mais proativo: “Constatei que o João está encontrando algumas
dificuldades, então gostaria de conversar com você para que juntas
possamos encontrar as melhores alternativas para ajudá-lo a superar esses
problemas”.

OUÇA O QUE OS PAIS TEM A DIZER: A despeito do fato de que nós


gastamos um terço de nossas vidas ouvindo, muitos adultos são péssimos
ouvintes. Para que você obtenha o máximo em qualquer Reunião de Pais de
Pais procure realmente ouvir o que eles dizem e principalmente COMO
eles dizem. Observe a linguagem corporal deles. Você vai se surpreender
com os aprendizados que vai tirar dessas observações.

CONCENTRE-SE NA SOLUÇÃO, NUNCA NOS PROBLEMAS:


Idealmente falando todas as reuniões de pais deveriam apenas abordar
coisas positivas, os sucessos e as conquistas. Realisticamente falando, a
situação é bem diferente. As reuniões de Pais acontecem porque existem
problemas. Entretanto todas as reuniões poderão transcorrer dentro da
cordialidade e paz sempre que você focar nas soluções ao invés de ficar se
concentrando no problema do aluno.

Discuta o que você e os Pais podem fazer para ajudar a melhorar ou


resolver a situação. Estabeleçam, juntos, um Plano de Ação com tarefas
para todos realizarem (Você, os Pais, e o Aluno)

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FECHAMENTO: Antes que a Reunião de Pais finalize, faça o fechamento
da conversa e deixe claro quais ações você e os pais decidiram
implementar.

MANTENHA UM REGISTRO DA REUNIÃO DE PAIS: Será muito útil


você manter um breve relato do que foi discutido na reunião. O que foi
dito, sugerido, e estabelecido para ser realizado. Após a reunião, faça as
anotações enquanto os detalhes ainda estiverem frescos na memória.
Como você pode observar, interagir com as pessoas requer lidar com uma
alta carga de emoções que envolvem expectativas, frustrações, medos e
incertezas, por isso esteja atenta a essas dicas e você vai arrasar na próxima
Reunião de Pais.

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3) Como fazer avaliação diagnóstica

Início do ano, turma nova, Escola nova, enfim,


como começar o trabalho com os alunos?

Nem pense em iniciar o trabalho pedagógico


partindo da premissa do que você ACHA
que os alunos já sabem. É preciso investigar,
avaliar, levantar o que de fato a turma já sabe
e o que ainda ela não sabe.

O instrumento para fazer isso é realizar a Avaliação Diagnóstica, que tem o


objetivo de verificar a presença e a ausência dos pré-requisitos de
aprendizagem adquiridos, ou não, na série anterior.

Não há um modelo de Avaliação Diagnóstica, cada Professor, conforme


sua disciplina e os pré-requisitos que precisam ser trazidos da série
anterior, é quem elabora atividades que levantem o que o aluno sabe e o
que ele ainda não aprendeu.

1) Quando e porquê realizar a Avaliação diagnóstica:


. Realizada no início do curso, período letivo ou unidade de ensino
. Tem a intenção de constatar se os alunos apresentam ou não domínio
dos pré-requisitos necessários (conhecimentos e habilidades) para novas
aprendizagens, caracterização de eventuais problemas de aprendizagem e
suas possíveis causas (cognitivo)
. Função: diagnosticar
. Serve para identificar alunos apáticos, distraídos, desmotivados
(comportamentos)

De posse dos resultados da avaliação diagnóstica será possível o Professor


ajudar os alunos das seguintes formas:

. Estimular o relacionamento entre os alunos, através de jogos e


atividades dinâmicas
. Criar intervenções pedagógicas específicas que auxiliem o aluno a
superar dificuldades
. Criar Rotinas que reforcem o comportamento positivo dos alunos
. Realizar mudanças no ambiente da sala de aula que favoreça o
aprendizado
. Adotar novas práticas de ensino que estimulem a participação da turma

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2) O QUE AVALIAR: Levantar Pré-Requisitos da série anterior

Muitos Professores sempre mandam email pedindo modelos prontos de


avaliação diagnóstica. Creio que isso deve-se ao fato de que, para o
Professor, não há a clareza do que ele deve levantar neste tipo de avaliação.

Quando você conhece o que deve diagnosticar, basta você criar atividades
pertinentes a sua disciplina, e isso é algo que você já está acostumado a
fazer quando elabora as tarefas, as provas, as dinâmicas, os textos, os
vídeos, enfim, quando você elabora a sua aula.

Você precisa ter claro que deve verificar os objetivos e metas a serem
atingidos na série atual, e levantar quais são os pré-requisitos que o aluno já
deve ter adquirido na série anterior.

Por motivos óbvios, não é possível fazer neste artigo, um detalhamento de


todos os pré-requisitos para todas as disciplinas e séries, porém a título de
ilustração, tomarei como exemplo um aluno que ingressa no 6º. Ano, e que
o Professor de Matemática precisa levantar se este aluno traz os pré-
requisitos necessários para cursar o 6º. Ano e atingir os objetivos
estabelecidos para esta série.

– Situação : O Aluno está matriculado no 6º. Ano (verificar quais são os


objetivos desta série no que refere-se à Matemática).
– Levantar quais são os pré-requisitos que esse aluno deve ter , em
Matemática, ao chegar no 6º. Ano

– Exemplos de pré-requisitos que o aluno já deve trazer do 5º. Ano em


Matemática:
. Operações Fundamentais
- adição, subtração, multiplicação e divisão
– algoritmos das operações fundamentais
– utilização das operações fundamentais como ferramenta para a resolução
de problematizações
– cálculo mental

. Frações
- conceito e representações
– leitura e escrita
– comparação de frações
– frações discretas e contínuas
– cálculo de fração de quantidade
– frações equivalentes

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– simplificação
– operações com frações
– resolução de problemas envolvendo frações

. Porcentagem e Gráficos:
– conceito de porcentagem a partir das frações decimais
– cálculo de porcentagem através de frações equivalentes
– resolução de problemas envolvendo cálculos de porcentagem
– desenvolvimento de procedimentos e estratégias para coleta de dados e
informações em pesquisa de diversas naturezas
– construção de procedimentos de apresentação de dados coletados
– construção, leitura e interpretação de diferentes tipos de representações
gráficas (barra, linha, setores)

. Geometria: Medidas, Formas e Construções Geométricas


- conceitos: ponto, linha, superfície, vértice, aresta, ângulo
– linguagem geométrica
– polígonos
– triângulos e quadrilátero
– propriedades dos triângulos
– conceitos: escalas e simetria
– construções geométricas com o auxílio do compasso e do transferidor
– ampliação e redução de figuras
– sólidos geométricos

3) Como Avaliar: Instrumentos de avaliação

Existem diversos recursos e práticas de ensino disponíveis que podem ser


utilizados no momento da avaliação diagnóstica. Idealmente, selecione
mais de um dos instrumentos abaixo :

. Pré-teste;
. Auto-avaliação;
. Observação;
. Relatório;
. Prova;
. Questionário;
. Acompanhamento;
. Discussão em grupo;
. Estudos de caso (análise de estudos de casos com o objetivo de identificar
como o aluno responde à avaliação);
. Fichas de avaliação de problemas (trabalhar com modelos de fichas de
avaliação), etc.

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A utilização dos instrumentos deve ser adequada ao contexto em que o
professor se encontra. Por exemplo, aulas com muitos alunos inviabilizam
a avaliação por observação ou acompanhamento, enquanto que disciplinas
práticas possibilitam esses instrumentos de avaliação.

Não se surpreenda se, ao analisar os resultados levantados na Avaliação


Diagnóstica você tenha de fazer ajustes no Planejamento. Afinal, quando o
Planejamento é criado, o aluno ainda não foi avaliado, e portanto, o
Planejamento é elaborado com base em um aluno “ideal”, e portanto, é um
Planejamento longe da realidade dos alunos, pois o Professor o elabora
baseado em suposições e não em dados reais.

O fato é que, quando as aulas começam a situação mostra-se outra: alunos


com defasagens de aprendizado, com dificuldades em determinados
conteúdos, e sem os pré-requisitos necessários para cursar aquela série.

E antes que você reclame que realizar a Avaliação Diagnóstica é uma


“perda” de tempo porque você tem que “dar conta” do Planejamento até o
final do ano, já lhe aviso: o objetivo maior que você deve cumprir é criar
todas as condições para que todos os alunos adquiram as competências
necessárias de aprendizado e não apenas para cumprir o Planejamento.

Por isso mãos à obra: comece o planejamento pela Avaliação Diagnóstica.


Já diz o ditado “ Se você falha em não planejar, você com certeza, já
planeja falhar”. Aguardo seus comentários no blog.

Veja este artigo online: Clique aqui

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4) Lidando com pais negligentes

Dia dos Pais, comemoração, festa e alegria.


Os Professores porém quase nada tem a
comemorar, pois, infelizmente para muitas
famílias a palavra “pai” é apenas um título
que apenas designa quem é o genitor
biológico, nada mais.

Seria tudo de bom, se de fato o Pai, ou os


Pais exercessem o seu papel no lar na correta condução da família e na
educação apropriada dos filhos.

Atualmente o que vemos são crianças e jovens ditando as regras dentro de


casa, decidindo o que querem fazer. Manipulam os Pais de tal forma que
conseguem colocá-los contra os Professores.

Esses pais geralmente são omissos e negligenciam os seus deveres não


fornecendo a devida disciplina e correção aos filhos. Sempre dão de
ombros quando o assunto é o que os filhos estão fazendo de errado, porém
são os primeiros a exigir providências quando seus rebentos são
“injustiçados” ou “perseguidos”.

Você já ouviu estas falas saindo da boca dos Pais ? “meu filho não mente”,
“ o professor não gosta do meu filho e por isso está perseguindo ele”, “ é
claro que o professor não vai com a cara do meu filho” , “ o professor não
gosta do meu filho porque ele gosta de dar opinião e tem o gênio forte”, “ o
professor persegue meu filho porque ele não aceita ser humilhado e não
leva desaforo pra casa”.

Os termos “injustiçados” e “perseguidos” são usados amplamente pelos


Pais para designar atitudes de correção que a Professora procura tomar no
sentido de responsabilizar esses alunos pelos seus atos. No entanto esta
postura é tida pelos Pais como perseguição.

O que ocorre é que como esses jovens não estão habituados dentro do lar a
respeitar o Pai, desconhecem o que é obediência e regras, jamais estiveram
sujeitos à correção ou disciplina, e não sabem o que é ser responsável por
seus atos, assim, quando este mesmo jovem entra em uma sala de aula,
resiste e rebela-se contra a autoridade do Professor e não aceitas as regras
daquele ambiente.

52
O que fazer então ? Afinal são esses jovens que distorcem tudo e sempre
estão com a razão. Aqui vão algumas dicas para você ficar imune a este
tipo de situação:

- Postura do Professor:

Sua postura profissional e auto-controle em todas as situações determinará


o encaminhamento de qualquer conversa, seja com pais, alunos ou direção,
por isso cuidado no seu falar, nos seus gestos, na sua vestimenta, no seu
linguajar. Procure em suas atitudes ser sempre irrepreensível, pois não dará
margem a qualquer tipo de dúvida quanto a sua integridade moral, pessoal
ou técnica.

Lembre-se, ninguém leva à sério um profissional que grita, xinga,


murmura, cria confusão, usa termos chulos, que é descuidado ou mal
educado.

- Regras Claras de Conduta:

Nenhum trabalho é possível ser desenvolvido dentro do caos, assim é


necessário que o Professor estabeleça um conjunto de regras claras, bem
como uma rotina diária, para que não hajam mal entendidos durante as
aulas no que refere-se a estas questões.

Logo no início do ano na Reunião de Apresentação da Equipe Escolar,


apresente o conjunto de Regras Disciplinares por escrito, deixe claro quais
serão as condutas permitidas e/ou não toleradas no ambiente escolar,
informe aos Pais todos os procedimentos que serão tomados e faça-os
assinar esse documento.

- Apuração dos Fatos:

Quando ocorrer qualquer tipo de incidente é preciso que os fatos sejam


apurados, assim nada de sair fazendo pré-julgamentos, tomando partido ou
ainda pior: enveredar na conversa inconseqüência que o Pai traz,
geralmente quando está muito nervoso, comprometendo assim a veracidade
dos fatos.

No momento da apuração é preciso que os envolvidos sejam ouvidos


separadamente e depois confrontados. Quando confrontados é preciso que
os mesmos saibam o mal que causaram ao outro, pois desse modo facilita
para que eles vejam a extensão do ato.

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Logo após é preciso que arquem com as conseqüências e/ou penalidades.

- Regras Claras das Conseqüências:

No conjunto de Regras Disciplinares, é preciso que fique claro quais serão


as medidas a serem tomadas quando uma regra for quebrada. É preciso que
tanto os alunos como os Pais estejam cientes disso.

Para que os Pais não esqueçam de que foram avisados, em todas as


Reuniões s peço que os Professores coloquem estas regras em um cartaz
dentro da sala de aula, e quando um pai faz algum comentário recriminando
a Professora por ter tomado esta ou aquela atitude a mesma pede ao pai que
reporte-se ao cartaz e ao documento que ele assinou no início do ano.

- Abandono de incapaz:

O Estatuto da Criança e do Adolescente deixa muito claro que é crime a


família não cumprir com suas responsabilidades para com os filhos. Sendo
assim, ao constatar que os Pais estão sendo negligentes, os mesmos deverão
ser informados das penalidades que poderão incorrer caso não mudem a sua
postura.

É freqüente a Escola ou Professor precisar falar com a família a respeito da


criança ou jovem e os mesmos informarem que não dispõem de tempo, pois
trabalham fora, e assim nunca comparecem às reuniões ou à Escola para
receber orientações. A queixa é sempre a mesma: a falta de participação da
família no aprendizado dos filhos.

Assim, uma saída é notificar o Conselho Tutelar para que o mesmo entre
em contato com a família e deixe claro as penalidades a que estarão
sujeitos.

Todas estas dicas valem do Ensino Infantil ao Médio, afinal ninguém está
livre de lidar com Pais negligentes. E você tem alunos que agem desta
forma? Já teve de ouvir de algum Pai uma das frases acima ? Qual foi sua
atitude ? Comente no blog.

Veja este artigo online: Clique aqui

54
5) Reunião de Pais: lindando com pais mal educados!

É sabido que cabe a família ensinar valores, boas


maneiras, oferecer um ambiente adequado do ponto
de vista material, emocional , moral e psicológico.
No entanto cada vez mais a geração anterior
transmite cada vez menos para a geração seguinte.
Afinal ninguém pode dar o que não tem, e também
não pode ensinar o que não aprendeu.

Infelizmente, o reflexo desta situação é visível na nossa sociedade e


principalmente dentro das nossas salas de aula. São alunos que tratam os
Professores de modo abusivo e desrespeitoso utilizando linguajar rude e
ofensivo, e até, em muitos casos, partindo para a agressão física.

Mas, o que dizer quando somos tratados desse modo pelos próprios Pais ?
Quando somos desrespeitados por uma criança ou adolescente já é por
demais desgastante, o que dizer então quando é o próprio adulto, o
responsável por esse aluno, a usar de sua autoridade (?) de pai/mãe e achar
que pode desrespeitar e agredir um Professor ?

Adultos que agem desta forma chamo de pessoas tóxicas, pois contaminam
o ambiente onde estão e infelizmente, se não forem chamadas a razão
contaminam quem estiver a sua volta também. Isso é algo danoso,
principalmente em uma Reunião de Pais. Quando o bimestre termina,
muitos Professores já se consomem em pensar ter de lidar com esses pais
“tóxicos”.

Por isso aqui vão algumas situações que esses pais criam e como contorná-
las ou resolvê-las:

01. Pai chega antes da reunião começar e quer ser atendido naquele
momento, pois tem um compromisso urgente e não pode ficar para a
Reunião
Sugestão: Professor informa que tem uma pauta a cumprir, assim não será
possível fazer uma reunião individual naquele momento, porém verificará
durante a semana qual o dia e horário em que poderá disponibilizar para
este atendimento e avisará o Pai/Mãe.

02. Pai fica instigando outros Pais durante a reunião para também fazerem
reclamações.

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Sugestão 1: Coloque a Pauta da Reunião no Quadro Negro e disponibilize
um momento para perguntas, ou então esclareça que cada um terá um
momento individual para fazer as colocações que precisarem.
Sugestão 2: Quando o Pai que está tumultuando começar a fazer as
reclamações, corte no mesmo instante dizendo “ Por favor, aguarde que
quando conversarmos em particular podemos abordar este assunto” ou
ainda “ como não cabe a mim resolver esta questão, depois anotarei suas
sugestões e enviarei a Coordenação que posteriormente lhe dará um
retorno”.

03. Pai contesta tudo o que o Professor diz, testando a paciência do


Professor
Sugestão: O Professor deve manter-se calmo e controlado e sugerir ao Pai o
seguinte “ Já que o senhor/senhora apresenta muitas dúvidas referente a
muitos assuntos, é melhor que seja agendado um horário fora desta reunião
para esclarecermos estas questões”, ou ainda “ As respostas para estas
questões já foram abordadas em reuniões anteriores, como observei que o
senhor não compareceu, ficarei feliz em agendar um outro horário para
esclarecer”.

04. Pai que esbraveja e se nega a falar com Professor, só aceita falar com o
Diretor ou Coordenador, demonstrando que o Professor não tem o preparo
para resolver.
Sugestão: O Professor deve permanecer calmo, olhar fixamente para o pai e
dizer educadamente “ Como o senhor está alterado no momento,
deixaremos para resolver esta questão em outra hora, com sua licença “,
vire as costas e atenda outro Pai, ou ainda “ Este assunto quem responde
sou eu, no entanto como o senhor está alterado no momento, agendarei uma
data para conversarmos, se após a nossa conversa o senhor ainda achar que
o assunto não foi solucionado então levarei o caso até a Coordenação”.

05. Pai leva a criança, e na frente do filho desautoriza as ações do


Professor, fazendo-o passar por incompetente.
Sugestão : Corte logo a fala do pai com a seguinte frase: “ Não é adequado
fazer essas colocações na frente do seu filho, assim, sugiro conversarmos
outra hora a sós, onde poderei esclarecer todos os fatos. Terça feira às 10
horas está bom para a senhora? ”

06. Pai que usa a Reunião para expor o problema do filho e mostrar seu
descontentamento com o Professor, atribuindo-lhe toda a responsabilidade
da questão.
Sugestão: O Professor deve deixar claro logo no início da Reunião de Pais
que a reunião tratará do rendimento escolar do aluno, e que questões

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particulares envolvendo indisciplina, comportamento, etc deverão ser
tratadas individualmente em outro dia e horário, bastando para isso que o
pai faça o agendamento com o Professor e/ou Coordenação.

Tomando esta precaução o Professor não deixa abertura para que


determinados Pais monopolizem a Reunião com os seus problemas
particulares, dando assim a todos, a chance de participarem.

07. Pai que chega atrasado na Reunião e quer passar na frente de todos, e
toma todo o tempo da Reunião
Sugestão: Logo no início da Reunião deixe claro que o atendimento
individual obedecerá a ordem de chegada. Assim se você tem 35 alunos,
faça cartões numerados de 1 a 35 e vá entregando para cada pai que entrar
na sala. Desta forma fica justo o atendimento, pois o Professor está apenas
seguindo a ordem. Se o pai insistir, sugira que ele agende outro horário.

08. Pai que ao ouvir algum comentário negativo do filho, logo vem com
quatro pedras na mão usando de alegações depreciativas ou infundadas
para com o Professor, pois não aceita que o filho seja chamado a atenção.
Sugestão: Quanto as alegações depreciativas você pode responder com a
seguinte frase: “ Estou lhe tratando educadamente, assim não há motivos
para que eu seja tratada com desrespeito, quando a senhora se acalmar e
desejar pedir desculpas, ficarei feliz em agendar um horário para
conversarmos”.

Quanto as alegações infundadas a frase ideal é: “ Como a senhora está


levantando acusações muito graves, o ideal é em outro momento reunirmos
todos os envolvidos para confrontarmos essas afirmações “ . Dito isso você
pode sugerir um dia e horário, ou verificar junto a Coordenação e depois
informar para os pais.

09. Pai que usa a Reunião para fazer comparações entre a Professora atual e
a Professora anterior.
É mais comum do que se imagina os Pais lançarem farpas durante uma
Reunião para desestabilizar o equilíbrio e a harmonia do ambiente,
geralmente fazem isso atacando a competência do Professor fazendo
comparações com outros Professores.
Sugestão 1: A saída mais elegante e incisiva é concordar e discorrer sobre
as suas credenciais profissionais. “ De fato, a senhora tem razão a
Professora Joana é muito competente e experiente. Sendo assim, é meu
dever relatar um pouco da minha trajetória profissional para que vocês
possam conhecer-me melhor e o tipo de trabalho que desenvolvo com os
alunos “

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Sugestão 2: Levar para a reunião dinâmicas visando trabalhar que no
mundo não há nenhuma pessoa igual a outra, cada um tem sua
individualidade, talentos e jeito de ser. E essa diversidade faz bem, pois nós
adultos, as crianças e jovens aprendemos a lidar com situações novas e com
isso amadurecemos nos nossos relacionamentos.
Sugestão 3: Mostre aos Pais o Portfólio do aluno com atividades de Antes e
Depois . Assim se o Joãozinho estava com dificuldades em Matemática,
mostre que você criou algumas abordagens e atividades diferenciadas e o
Joãozinho conseguiu superar. Assim os Pais verão que você, assim como a
Professora anterior, também se importa e já está ajudando os alunos.

10. Pai que chega quando faltam 5 minutos para a reunião terminar e quer
ser atendido de qualquer maneira.
Sugestão: Se você puder atender, deixe claro até que horário você poderá
ficar: “ Sr.João, como o senhor chegou no final da reunião, só poderei
atender por mais 10 minutos, após este horário tenho compromisso”
Ou ainda “ Sr.João a reunião já está finalizando e não teremos tempo
suficiente para conversar, assim sugiro agendarmos nossa conversa para 2ª.
feira as 9 horas, tudo bem para o senhor ? “

Lembre-se: jamais aceite ser tratada de forma desrespeitosa por quem quer
que seja, jamais, entre no chamado bate-boca com confrontações verbais ou
físicas. Educadamente, deixe claro seu desprezo por atitudes desse tipo e
recuse-se a ouvir impropérios. Seja por telefone ou pessoalmente ,deixe
claro que você só voltará a discutir o assunto quando todos os envolvidos
estiverem calmos e contidos, pois com os ânimos exaltados a conversa
nunca é civilizada e o bom senso sempre fica comprometido.

E você já passou por alguma das situações acima? Como você contornou
ou resolveu? Compartilhe no blog.

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6) Problemas com os Pais

Para você não ficar pensando que


determinados problemas dentro da
sala de aula só acontecem com
você, realizamos uma pesquisa
recentemente onde foram feitas
várias perguntas para os
Professores. Uma das perguntas
foi:

– Qual é o maior problema que você enfrenta com os Pais dos alunos ? Os
Professores responderam:

1) falta de interesse e participação dos Pais na aprendizagem dos filhos.. 63 %

2) falta de apoio dos Pais ao trabalho do Professor……..…............… 25 %

3) pais que não comparecem às Reuniões………………………… 12 %

– Falta de interesse e participação dos Pais na aprendizagem dos filhos:

É de consenso geral entre os Professores que os Pais não acompanham e


nem participam do dia a dia escolar dos filhos, deixando nos ombros do
Professor toda a responsabilidade de educar e fazer tudo sozinho.

Sugestão: No processo educativo existem três personagens: Professor,


Aluno, Família. Trace na próxima Reunião Pedagógica as tarefas que cada
um tem que cumprir durante o Bimestre para que haja resultados favoráveis
na aprendizagem do aluno.

Desta forma, ficará claro qual o papel de cada um, será fácil cobrar todos
os envolvidos e mensurar os resultados. Dê uma cópia desta Lista de
Responsabilidades para a Família e outra para o Aluno.

Agindo assim o Professor focará na execução da parte que lhe cabe e


realizará apenas o monitoramento das outras duas partes.

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– Falta de apoio dos pais ao trabalho do Professor:

A Família geralmente fica ausente, pouco se envolvendo na aprendizagem


dos filhos, porém a Família está muito atenta para fazer críticas,
julgamentos e reclamações do trabalho do Professor. São sempre apontados
os `erros`, porém nunca são vistos os acertos.

Sugestão: Ao criar a Lista de Responsabilidades, converse com cada


Família e exponha como será medido o desempenho do aluno, afinal se
todos estão cumprindo com suas responsabilidades e obrigações, então as
chances de sucesso serão maiores. Outra sugestão é a implantação da
Escola de Pais, onde são realizados encontros para troca de idéias, debate
de textos, integração dos Pais, etc.

– Pais que não comparecem às Reuniões:

Você aguarda o dia da Reunião para conversar com os Pais daqueles


alunos que estão dando mais problemas, o dia chega e justamente esses
Pais não comparecem. De um modo geral, a queixa é que, também os Pais
dos outros alunos estão participando menos das Reuniões.

Sugestão: Com a criação da Lista de Responsabilidades, a Escola de Pais


o índice de comparecimento às Reuniões aumentará bastante, porém leve
em consideração também fazer ajustes no roteiro da sua Reunião: crie
atividades dinâmicas para quebrar o gelo e propiciar a interação entre os
Pais, peça para os alunos no dia anterior a Reunião criar Bilhetes e Cartas
endereçada aos Pais e diga para os Pais virem buscar na Reunião.

No dia da Reunião cada Pai recebe a sua carta com o direito de resposta,
assim os filhos receberão a resposta na próxima aula. Esta atividade
estimula o comparecimento dos Pais e cria uma expectativa muito positiva
nos filhos que aguardarão o recebimento das respostas.

As sugestões que faço aqui, são idéias para que você Professor,
Coordenador , Diretor, se inspirem na criação de um Plano específico para
a sua Escola. A criação de um Plano pressupõe o esforço de toda a Equipe
na busca das melhores soluções para a resolução dos problemas que a
Escola enfrenta.

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CONCLUSÃO:
Os desafios do Coordenador Pedagógico são muitos e por esta
razão, esta função requer profissionais devidamente preparados
com o conhecimento técnico adequado, tanto teórico quanto
prático, que dê conta das questões da função.

Gerir Equipes, monitorar o aprendizado dos alunos, capacitar


Professores, cuidar da gestão escolar são assuntos que não
aprendemos na Universidade e que requerem novos aprendizados
que não recebemos na nossa formação de Professor.

É por esta razão que, ser um bom professor não é garantia de bom
Coordenador.

Assim, se você já atua como CP, ou se ainda vai iniciar na função,


saiba que para que a Escola seja impactada com novas intervenções
e mudanças é necessário que ações estratégias sejam planejadas e
implementadas, e isso só será possível se o Coordenador for o
Gestor que a Escola necessita.

Não há mais espaço para o amadorismo. O modelo pautado no “


erro e no acerto” só serve para minar a autoridade do Coordenador
frente a Equipe, fazendo com que os resultados alcançados, sejam
abaixo do esperado.

Apesar deste material, que você está recebendo, apresentar um


leque de possibilidades e provocar novos insights com idéias
inovadoras que, sem dúvida contribuirão na sua formação, você
precisará sair em busca de novos aprendizados que possibilitem o
domínio das competências e habilidades que lhe falta no efetivo
exercício da sua função de Coordenador Pedagógico.

Convidamos você, Coordenador e Coordenadora, a ir além e pensar


em trazer amplitude e profundidade a sua prática diária.

Abraços,

Roseli Brito
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