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antidialógica, que objetiva a opressão e praticada pelos opressores, e a teoria dialógica da ação,
para os oprimidos se libertarem. A teoria da ação antidialógica tem como características: a
conquista, dividir para manter a opressão, a manipulação e a invasão cultural. A conquista é uma
necessidade da teoria antidiálogica e implica em um sujeito que conquista, o opressor, e um sujeito
conquistado, transformado em “coisa”, o oprimido. O antidiálogo é indispensável para manter a
conquista, uma vez que o opressor determina as finalidades e espaços para o objeto conquistado.
Para manter os homens passivos, os opressores mitificam o mundo, criam dizeres para que as
massas conquistadas “admirem” a um falso mundo, de modo que eles não busquem uma práxis
revolucionária porque acreditam que o mundo funciona de acordo com esses preceitos.
Pretendi destacar os pontos principais das teorias porque elas nos fazem refletir sobre a
realidade atual e os meios para superá-la. A teoria da ação antidialógica nos mostra como
a elite dominante atua, que recursos utiliza para se manter no poder, de modo que
podemos reconhecer várias dessas estratégias na nossa realidade. Entretanto, ao invés de
apenas apresentar um quadro pessimista, Freire nos mostra caminhos para superar as
contradições da realidade com a teoria dialógica da ação, para transformar o mundo e
tornar os sujeitos livres. Acredito que esse seja um aspecto muito significativo da obra,
porque às vezes é mais fácil perceber a realidade injusta do que encontrar meios para
transformá-la. Na sua última entrevista, Freire demostra o desejo do Brasil estar repleto de
marchas, como o do MST, ou seja, de movimentos que atuassem a partir da teoria da ação
dialógica e que tentassem transformar o mundo, libertando os oprimidos, e criando
realidades melhores através de sua ação. Além disso, diferencia a “aderência” das massas
ao mundo, com a adaptação, em que apenas se aceita o que lhes é dado; e a adesão ao
mundo, com a “inserção”, em que se atua, tomando decisões e intervindo no mundo.
Desse modo, condena posições fatalistas, porque acredita que toda realidade é passível de
ser mudada a partir da ação real. Acredita que seu papel como educador, nesse sentido, é
poder contribuir para o desenvolvimento crítico de percepção da realidade, permitindo que
os outros superem a passividade e busquem posturas transformadoras do mundo.