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Núcleo de Pós-Graduação
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COGNIÇÃO NO PROCESSO DA APRENDIZAGEM
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A cognição ocupa-se de processos relacionados à aprendizagem, como “a
percepção, a memória, o raciocínio, a sensação, a resolução de problemas, a
tomada de decisão ou, ainda, a compreensão e a produção da linguagem”
(Vianin, 2013). A cognição diz respeito, em suma, à utilização eficaz de
processos mentais.
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Os processos cognitivos são utilizados em um processador central de
tratamento da informação. Simplificando, pode-se dizer que os processos
cognitivos sãos as “ferramentas” da inteligência e o processador central é a
bancada. Assim, os processos cognitivos tratam a informação a partir de
estímulos sensoriais provenientes do ambiente. Com esses dados, o indivíduo
elabora uma representação da situação, efetua uma transformação dessas
informações e, ao final, utiliza-as para dar uma resposta que dirige a esse
mesmo ambiente.
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movimento de grande distanciamento, uma introspecção – “ir dentro” – de tipo
meta – “ir acima”. O exercício é complexo e pode colocar dificuldades para o
aluno, principalmente se ele apresentar algum atraso mental. Por isso, a ajuda
do adulto, sobretudo em um primeiro momento, muitas vezes é indispensável
para ajudar a criança a tomar consciência de como funciona seu próprio
pensamento.
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cognitivo humano (“a memória de curto prazo apresenta capacidades
limitadas”);
Conhecimentos sobre as tarefas a realizar (“quando escrevo meu
ditado, tenho de aplicar regras que conheço”);
Conhecimento sobre as estratégias (“reler dez vezes uma lição não é
uma estratégia de memorização muito eficaz”).
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A cognição, portanto, é resultado da articulação entreas funções, que só se
tornam habilidades mentais na medida em que forem desenvolvidas, ou seja,
estimuladas e mobilizadas para a aprendizagem, a partir de desafios.
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Na corrente (sócio) interacionista, destaca-se também Vygotsky (1896-1934)
que teoriza sobre as relações entre o desenvolvimento cognitivo e o
aprendizado escolar. Vygotsky entende que o aprendizado, organizado de
forma adequada resulta em desenvolvimento cognitivo, desencadeando uma
série de processos de desenvolvimento, que, sem o fator aprendizagem
escolar não aconteceriam. Desta forma, ele coloca o aprendizado como uma
necessidade para o processo de desenvolvimento das funções cognitivo-
psicológicas (1978).
Processos cognitivos
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“caixa de ferramentas intelectuais” e são utilizados somente quando os
processos metacognitivos julgam que eles são apropriados para a tarefa a
realizar. Assim, certos processos cognitivos são utilizados com frequência –
porque são funcionais em numerosas tarefas -, enquanto outros permanecem
por muito tempo na caixa de ferramentas, aguardando serem solicitados para
uma tarefa bem específica.
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amoldá-las, prepará-las e submetê-las a um primeiro tratamento indispensável
à sua manipulação posterior. A segunda categoria de ferramentas é necessária
à compreensão da informação: pode-se então agrupar a análise, a indução, a
dedução, a abdução e a conceitualização em torno do processo de
compreensão. Esses processos são excelentes ferramentas: de fato, eles
possibilitam construir a compreensão a partir do material cognitivo preparado
pelas ferramentas de organização. Vamos apresentar cada uma dessas
ferramentas, agrupando-as em torno de dois processos centrais.
Ferramentas de organização
Processo de
exploração
Processo de Processo de
identificação seleção
Processo de
Processo de
Processo de organização
classificação
comparação
Processo de Processo de
seriação estruturação
Processo de
categorização
Processos de identificação ou de discriminação: como o nome indica,
servem para identificar o tipo de problema e para discriminar a características
do objeto ou da tarefa. Quando é feita a leitura de um texto, esses processos
servem, por exemplo, para distinguir uma receita culinária de uma poesia ou de
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um texto narrativo. Eles são importantes, então, pois possibilitam ao aluno
identificar o tipo de texto e, com isso, mobilizar as estratégias adequadas ao
seu tratamento. De fato, não se lê da mesma maneira uma poesia e uma
receita. Agrupamos esses dois processos porque seu papel é globalmente
similar. Contudo, podemos apontar uma pequena nuança entre eles: a
identificação possibilita determinar as características e os atributos de um
objeto (identificação de semelhanças), enquanto a discriminação o distingue de
outros objetos e, como consequência, o individualiza (identificação de
diferenças).
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Processo de comparação: o processo de comparação é uma ferramenta
particularmente importante, pois permite distinguir os objetos entre eles,
determinar suas semelhanças e suas diferenças. É ele, de fato, que possibilita
ao aluno selecionar as informações importantes e depois organizá-las em
função de suas semelhanças e de suas diferenças. Como, de fato, escolher as
informações importantes sem compará-las? Como classifica-las sem confrontá-
las? Esse processo permite igualmente comparar as informações transmitidas
pelo registro perceptivo com as informações disponíveis na memória de longo
prazo.
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necessárias e suficientes da categoria em que são colocados. Construir
categorias é ser capaz “de extrair as características comuns a um conjunto de
objetos, de construir classes com base nessas semelhanças e de ter
representações mentais dessas classes”.
Ferramentas de compreensão
Processo de
Processo de análise
indução
Processo de
compreensão
Processo de Processo de
dedução conceitualização
Processo de
abdução
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Processos de indução de inferência: esses processos foram objeto de
inúmeras pesquisas. Eles são muito importantes no tratamento da informação.
A inferência possibilita produzir novas informações a partir de outras
informações. É um processo particularmente importante na compreensão da
linguagem oral ou escrita. De fato, muitas informações não são explícitas nos
textos que lemos, e o leitor deve reconstruir a coerência da história inferindo as
informações implícitas. Muitas vezes, o leitor terá de buscar em sua memória
de longo prazo as informações que faltam. Leiamos, por exemplo, o pequeno
texto a seguir:
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conhecimentos pessoais sobre o futebol, disponíveis na memória semântica. O
processo é o mesmoquando você fala com alguém: muitas informações não
são explícitas, mas inferidas graças aos seus conhecimentos pessoais.
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hipótese de que todas as bolas vêm desse saco. Trata-se de um processo de
abdução. Se digo agora que todas as bolas desse saco são vermelhas e que
essas bolas vêm desse saco, posso deduzir, sem risco de me enganar, que
essas bolas são vermelhas. Trata-se de uma dedução. Finalmente, se digo
que essas bolas vêm desse saco e que essas bolas são vermelhas, posso
inferir que todas as bolas desse saco são vermelhas, mas sem estar
absolutamente certo disso. Dessa vez, procedi auma indução.
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objeto e ver quais são suas ligações. As ligações entre os diferentes
componentes podem ser de natureza distinta: cronológica, espaciais ou lógicas
(de causa e efeito, de classificação, de seriação). O processo de análise é uma
ferramenta de compreensão que trabalha em estreita colaboração com certos
processos de organização. Ele permite, de fato, realizar uma síntese do
trabalho executado pelos processos de identificação, discriminação,
exploração, seleção e comparação. Neste item analisamos os processos
cognitivos utilizados no processador central de tratamento da informação1.
Para concluir este tópico vamos fazer uma síntese do funcionamento cognitivo:
primeiro, as estimulações sensoriais provenientes do ambiente entram no
sistema cognitivo pelo registro perceptivo (input). Este ativa dois processos
principais: a atenção e a percepção.
PERCEPÇÃO
Lemaire (1999) relata uma experiência realizada com dois grupos de crianças
que estimasses o tamanho de moedas. “O primeiro grupo compreendia
crianças originárias de famílias pobres; o segundo grupo era constituído de
crianças originárias de famílias ricas. Ele observou que as crianças originárias
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de famílias pobres tinham a tendência a perceber as moedas como maiores do
que as crianças de famílias ricas. É como se, para as crianças pobres, o
dinheiro tivesse mais valor e as moedas que representavam esse valor eram
percebidas como maiores”.
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sua queda, ela faz barulho ao cair?Uma resposta a esse velho enigma pode
ser obtida recolocando-a no contexto da percepção”. Assim a percepção
depende, de um lado, da informação sensorial (a árvore que cai efetivamente)
e, de outro lado, do tratamento cognitivo que o lenhador pode efetuar
(“reconheço – em função de meus conhecimentos e de minha experiência –
que esse é o barulho de uma árvore caindo”). A atividade perceptiva é, então,
uma atividade inteligente. “Não percebemos simplesmente em termos do que
está presente à nossa volta, mas em função de nossas expectativas e de
outros processos cognitivos que confrontamos em nossa interação com o que
nos cerca” (VIANIN, 2013).
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reconhecer diferentes estímulos sensoriais através dos órgãos dos sentidos,
bem como permite organizá-los e dar-lhes significado.
Quando o aluno enfrenta uma tarefa, ele pode se deparar então com inúmeras
dificuldades ligadas à obtenção de informação. Se o registro perceptivo
transmite informações incompletas, ou mesmo inteiramente falsas, ao
processador central, é evidente que o resultado de seu tratamento cognitivo
não será correto. Portanto, essa primeira fase é determinante no êxito global da
atividade. Procuramos, de resto, demonstrar sua importância concedendo ao
registro perceptivo um papel de recepção dos sinais sensoriais, mas atribuindo-
lhe igualmente a responsabilidade pela atenção e pela percepção. Quando o
registro perceptivo cumpre sua função de obtenção de informação, o
processador central pode ativar-se e tratar essas informações (CAPELLINI,
2013).
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SENSAÇÃO
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Esta tarefa é realizada pelos sistemas sensoriais, Um exemplo: suponhamos
que durante a leitura você precise virara a página do livro. Você primeiro
visualiza a exata posição do livro sobre a mesa, para que o seu sistema motor
possa planejar e depois executar os movimentos adequados do braço, da mão
e dos dedos. Durante a própria execução dos movimentos, o sistema motor
recebe informações sensoriais vindas dos músculos, das articulações e da
superfície cutânea do membro, que lhe permite checar se a tarefa (virar a
página) está sendo cumprida corretamente, corrigindo os erros de trajeto e
execução que porventura estejam sendo cometidos. Nesse processo, não é
necessários que as informações sensoriais se tornem conscientes, isto é,
sejam percebidas, porque são inúteis para a compreensão do que está sendo
lido.
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Resumo da página 170 do Livro: Cem bilhões de Neurônios – Robert Lent, 2005. Editora Atheneu.
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Todo sistema sensorial, como qualquer parte do sistema nervoso, é composto
de neurônios interligados formando circuitos neurais que processam a
informação que chega ao ambiente. O ambiente – externo ou interno em
relação ao organismo – é, portanto, a origem dos estímulos sensoriais. Estes
geralmente incidem sobre uma superfície onde se localizam células
especialmente adaptadas para captar a energia incidente, São essas células os
primeiros elementos dos sistemas sensoriais, os chamados receptores
sensoriais.
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vestibulares (encarregados de avaliar a posição da cabeça) são células
modificadas. Neurônios ou não, todos se conectam através de sinapses com
neurônios secundários ou de segunda ordem, estes com neurônios terciários
ou de terceira ordem, e assim por diante. Esses circuitos em cadeia levam a
informação traduzida do ambiente pelos receptores a níveis progressivamente
mais complexos do sistema nervoso.
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sobre os receptores sensoriais com nossos alunos, ficamos surpresos ao
constatar que eles têm muita dificuldade de indicar quais são as “entradas” que
possibilitam alimentar nosso cérebro de informações. A conscientização desse
primeiro trabalho de obtenção de informações em nosso ambiente é, muitas
vezes, uma revelação para eles.
MEMÓRIA
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Resumo das páginas 67-68 do livro: Estratégias de ajuda a alunos com dificuldades de aprendizagem –
Pierre Vianin – Porto Alegre: Penso, 2013.
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do que foi aprendido nas redes neuronais.A memória, da mesma forma que a
atenção, não é um processo unitário, mas uma combinação de subsistemas
inter-relacionados (SOHLBERG, 2009).
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memória para pesquisas neuropsicológicas. Duas dessas medidas nos
ajudarão distinguir dois tipos de memória nos seres humanos; memória
explicita e memória implícita.
Quais as diferenças entre memórias explicitam e implícita? Uma razão por que
as memórias implícita e explícita são diferentes é que cada tipo de memória é
armazenado em grupos diferentes de estruturas neurais. Outra razão é que as
informações são processadas de maneiras distintas. As informações implícitas
são codificadas da mesma forma como são entendidas. Isso pode ser descrito
como processamento de dados ou “de baixo para cima”. A ideia é que as
informações entram no cérebro pelos receptores sensoriais e são processadas
em uma série de regiões corticais e subcorticais. Por exemplo, as informações
visuais sobre um objeto vão dos receptores visuais (a parte “de baixo”),
passando pelo núcleo geniculado lateral, pelo córtex occipital e finalmente,
para o lobo temporal via corrente temporal, onde o objeto é reconhecido.
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para iniciar a recordação espontânea.
Importante
!
O lobo frontal desempenha papel importante na memória temporária, enquanto o
lobo temporal tem papel central no armazenamento a longo prazo de informações
verbais. O ponto crucial é que nenhum lugar do sistema nervoso pode ser identificado
como o local da memória ou do aprendizado.
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Resumo das páginas 497 e 498 do livro: Neurociência do Comportamento – Bryan Kolb – São Paulo:
Editora Manole, 2002.
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Sendo assim, a memória é a capacidade de reter conceitos, dados, informação,
sentimentos em ausência das fontes que lhes deram origem. Portanto, para
recordar uma situação ou experiência, é preciso antes tê-la vivido. A memória é
um fator muito importante, não só para a aprendizagem escolar, mas também
para a aprendizagem relacionadas com a vida das pessoas, já que, sem
memória, não saberíamos quem somos nem o que estávamos fazendo há
alguns momentos, ou, em caso de estarmos dando um passeio, não
saberíamos para onde nos dirigimos.
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A memória segundo a Psicologia é um conjunto de sistemas que interagem
para armazenar informações. Esta memória, chamada “memória de retenção”,
tem duas fases:
1) Fase de Aquisição
2) Fase de Recuperação
Codificação ou aquisição;
Retenção ou armazenamento;
Recuperação ou acesso à memória.
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A aprendizagem implica a aquisição de uma nova conduta (de algo novo, como
aprender uma destreza), e produz uma modificação na estrutura mental do
sujeito, o que implica um estado diferente em relação ao estado anterior. Para
que tenha sentido deve haver um sistema de retenção que preserve a
memória.
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controle voluntário: são fixas, permanentes. Correspondem aos três sistemas
básicos de armazenamento: o registro sensorial, a armazenagem de curto
prazo e a armazenagem de longo prazo.
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maiores as probabilidades de ser transferida à armazenagem de longo prazo.A
codificação aqui é de tipo linguístico, independentemente da modalidade do
estímulo original, embora diferentes estudos considerem que também se
codifica a informação visual e semanticamente.
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Classificações da Memória
Memória Declarativa
É a que se pode adquirir em um só ensaio de aprendizagem.
Érápida e flexível.
Seu conteúdo é comunicável através da linguagem.
É suscetível de introspecção.
Possui valor de verdade, seus comentários ou são verdadeiros ou são
falsos.
Refere-se a “saber o quê”.
Memória de Procedimentos
É a aquisição de habilidades perceptivo-motoras e de destrezas.
A aprendizagem é lenta e gradual. É inflexível.
O conhecimento sobre algo se demonstra através de uma ação, mas
não simbolicamente, já que é difícil expressar este conhecimento de
forma verbal.
Não é suscetível de introspecção e não é comunicável.
Não permite um acesso explícito aos conteúdos do conhecimento
básico.
Refere-se a “saber como”.
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Memória Episódica
Permite recordar acontecimentos pessoais datados espaço-
temporalmente. É a informação do passado de uma pessoa, e depende
do momento e do lugar em que ocorreu.
Sua lembrança é deliberada e consciente.
É autobiográfica, trata-se de um episódio ou experiência pessoal vivido
ou experienciado pelo sujeito.
A explicação consciente de recordar um acontecimento pessoal difere
da lembrança de outros conhecimentos.+
Memória Semântica
É a aquisição abstrata ou conceitual de conhecimentos que aprende um
sujeito.
É necessário para o uso da linguagem.
É o conhecimento organizado que uma pessoa tem para o uso da
linguagem.
Permite a representação cognitiva sobre feitos, objetos, na ausência
deles.
Tem uma organização conceitual de hierarquia.
O registro atemporal, quer dizer, é saber o que significa uma coisa
independente de quando se aprendeu.
A informação é compartilhada por mais pessoas.
A recuperação é imediata.
Sua característica mais importante é que permite dirigir informação que
não se aprendeu.
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LINGUAGEM
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Como nos aponta Fernandes:
De acordo com Vygotsky (1979, p.110) “A criança que possui um déficit não se
desenvolve menos que as outras apenas de forma diferente, apropriando-se do
sentido de maneira própria e inerente a sua dificuldade”. Desta forma, todas as
crianças são capazes de adquirir linguagem. Assim, a linguagem impregna toda a
vida do homem, ela está presente desde o seu nascimento e irá construindo-se
até a morte.
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A linguagem pode ser diferenciada dos outros tipos de comunicação por englobar
aspectos específicos como: forma, conteúdo, uso e criatividade (KANDELL, 1997).
Para Vygotsky (1996) com este conjunto de informações torna-se possível referir o
desempenho dos seres humanos quanto à linguagem, especialmente das
crianças, lembrando que esta é a principal porta de acesso para o conhecimento
do mundo, de si e dos outros. Assim, a linguagem se constitui a partir do
nascimento, pois os adultos não falam apenas entre si, mas com a criança. Nesta
fase, os adultos, através da linguagem, chamam a atenção da criança para
objetos, ações ou pessoas e estão desta forma, possibilitando a organização de
sua percepção visual e auditiva.
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Tendo em vista a importância do conhecimento das dificuldades de
aprendizagem na atuação do Neuropsicopedagogo, como exemplo, vamos
relatar as dificuldades de linguagem de crianças que possuem o diagnóstico de
Síndrome de Down.
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vitalício, resultante da interação complexa de fatores biológicos, psicológicos,
culturais e ambientais. Sendo influenciado por tantas variáveis, é lógico que
cada pessoa se desenvolva de maneira única (GUNDERSEN, 2007).
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Desenvolvimento da Linguagem em Crianças com Síndrome de Down
Existem várias razões possíveis para tanto, entre elas, as de que as crianças com
síndrome de Down podem apresentar: maior freqüência de perda auditiva;
problemas com os movimentos motores de língua e boca, com o controle do uso
da cavidade nasal e com o controle da respiração.
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Pueschel (1993) nos ressalta ainda:
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Nos anos da pré-escola, as limitações no processamento auditivo e na memória
auditiva de curta duração tornam-se mais visíveis. Isso influencia particularmente
o desenvolvimento da linguagem e da comunicação. Aos 3 anos, há uma
indicação de que a linguagem receptiva (entender o que foi dito) é relativamente
mais forte do que a linguagem expressiva (fala), indicando que as capacidades
receptivas podem ser menos limitadas do que as expressivas.
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podem ser importantes potenciadores na construção da linguagem.
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Professores, pais e outros preocupados com a criança com Síndrome de Down
devem compreender a seqüência de aquisição de habilidades de linguagem
nas crianças sem atraso de desenvolvimento. Embora o tempo em que a
habilidade é adquirida possa ser diferente em crianças com Síndrome de
Down, a seqüência de uma habilidade, seguida de outra é, geralmente, a
mesma.
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Assim, pais e professores da pré-escola podem ser orientados por um
especialista de fala, linguagem e comunicação, que planejam, orientam,
modelam estratégias para os adultos e filhos mais velhos que interagem com a
criança.
Nas interações sociais, a criança vai construindo as bases para agir sobre o
mundo. É com a família que a criança adquire a linguagem e, com ela, os
valores socioculturais, já que a família constitui o grupo social com o qual a
criança inicia suas experiências de partilha.
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A partir do uso que o sujeito faz da linguagem e das relações que estabelece
com o meio, as funções mentais elementares, que nascem com o sujeito,
transformam-se em funções mentais superiores, conferindo ao sujeito um
estatuto de humano. Para Pereira Silva:
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[...] a família precisa repensar o significado da Síndrome de Down para que,
reformulando a imagem deformada que possuía, possa
contribuir uma outra, não idealizada, que viabilize seu
relacionamento com a criança com a síndrome (CASARIN,
1999, p.23).
Dessa forma, a reorganização familiar pode ficar mais fácil, e neste caso, o
ambiente familiar pode contribuir para o desenvolvimento e crescimento da
criança com Síndrome de Down. Contudo, o ambiente pode dificultar essa
reorganização interna da família, principalmente porque o nascimento de uma
criança, por si só, já traz modificações em diversas dimensões das relações
entre os membros de uma família.
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qualquer criança, e, por outro lado, toda educação tem muito
de especial, no sentido de ser específica e individualizada para
determinados alunos. Seja como for, por educação especial
entende-se o conjunto de processos educacionais apropriados,
para determinados grupos de crianças com déficit intelectual.
(FIERRO, 1995, p.240).
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Nesse processo, os pais podem ajudar de maneira valiosa na evolução mental
dos filhos; porém, sem cobranças. Eles devem, através dos interesses do filho,
desencadear novas situações para que a criança resolva sozinha. Também é
fundamental que o adulto responda às solicitações da criança e demonstre
interesse pelo que ela faz.
REFERÊNCIAS
MILANI, DENISE. Down, Síndrome de: como, onde, quando, porque. São
Paulo: Livro Pronto, 2004.
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SCHWARTZMAN, JOSÉ SALOMÃO. Síndrome de Down. São Paulo: Memnon,
1999.
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