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ANÁLISE E DECISÃO DE CRÉDITO


Um fator potencial para redução da inadimplência

Juliana Aparecida Lima Alves Ferreira


Rosely Ferreira Alves
Irso Tófoli

Lins – SP
2009
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ANÁLISE E DECISÃO DE CRÉDITO


Um fator potencial de redução da inadimplência

RESUMO

O crédito é um instrumento aplicado para incrementar e facilitar a realização


de vendas de bens e serviços. Ele é o responsável por grande parte dos resultados
auferidos nas empresas e pelo desenvolvimento e crescimento da economia do
país. Atualmente as empresas vivenciam cada vez mais um clima de concorrência
acirrada e na busca pela alavancagem das vendas introduzem em sua prática
algumas modalidades de operações a prazo. Assim, para que a oferta do crédito
contribua na entrada segura de recursos no caixa da empresa e maximização da
rentabilidade se faz necessário a aplicação de ferramentas administrativas no
processo decisório. O estabelecimento de uma política de crédito consiste na base
primordial para uma eficiente administração de valores a receber e a política de
cobrança determina os procedimentos a serem utilizados para garantir os
recebimentos e redução da inadimplência. A imposição e observação de critérios
para a concessão de crédito evitam perdas com possíveis inadimplentes.

Palavras-chaves: Crédito. Inadimplência. Ferramentas.


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INTRODUÇÃO

Um dos desafios de quem está à frente de uma pequena ou média empresa


em crescimento é tomar as melhores decisões para sua gestão financeira. Em
tempos de crise, não é apenas o receio de vendas menores que assustam os
empresários. O risco da inadimplência também é um fantasma.
Devido a constante oscilação da economia, a necessidade de vender a prazo
torna-se presente em todas as empresas. Assim, a determinação da política de
crédito correta é de fundamental importância.
“Uma política de crédito liberal aumenta o volume de vendas muito mais que
uma política rígida, porém gera mais investimentos em contas a receber e mais
problemas de recebimento o que exige maior rigidez da cobrança”. (HOJI, 1999, p.
128)
Financiar clientes é uma maneira para manter o negócio competitivo, no
entanto todos os cuidados para que o índice de inadimplência seja o menor possível
devem ser aplicados. Para tanto, antes da efetivação de operações a prazo, a
empresa precisa recorrer a uma análise criteriosa e detalhada de dados cadastrais
que deve se repetir tantas vezes quantas acontecerem a concessão de crédito.
A atividade de seleção de crédito exige conhecimento sobre o que está sendo
decidido, bem como o uso de métodos, instrumentos e técnicas que auxiliem na
tomada de decisão. Não se deve pensar que após a decisão de oferta do crédito o
gestor encerrou o processo decisório, pois outras decisões como as relativas a
cobrança devem ser tomadas.
A política de cobrança tem a finalidade de fazer com que os recebimentos
aconteçam nas datas previstas colocando-os a disposição da administração de caixa
da empresa.
Diante disto, foi realizado um estudo bibliográfico com o propósito de
conhecer os componentes do crédito empresarial, as ferramentas administrativas
que auxiliam na tomada de decisão a as modalidades de cobrança. Realizou-se
também, uma pesquisa de campo na empresa Paulo Sérgio Monteiro de Carvalho
Lins – ME com o objetivo de verificar se os procedimentos adotados pela empresa,
no que tange a concessão de crédito, estão em conformidade com o que determina
a Administração Financeira. Por fim, na pesquisa foram utilizados os métodos de
estudo de caso e observação sistemática.
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1 A CONSISTÊNCIA TEÓRICA

Do crédito
De acordo com Lemes Júnior; Rigo; Cherobim (2005), as primeiras formas de
crédito, especificadas no Código de Hamurabi, 1800 a. C pelos autores Homer e
Sylla são provenientes das entregas antecipadas realizadas pelos produtores de
sementes e implementos, nas sociedades primitivas voltadas para as atividades
rurais e agrícolas.
Posteriormente, após o surgimento do dinheiro, na Grécia antiga, as
atividades comerciais deram procedência as primeiras instituições bancárias, que
passaram a conceder crédito sob diversas modalidades.
O vocábulo crédito vem do latim creditum que significa confiança ou
segurança na verdade de alguma coisa (SECURATO, 2002). Assim, em finanças, a
palavra crédito relaciona-se com a confiança em receber um valor, em data futura,
normalmente resultante da venda de um produto ou prestação de serviço. O
conceito de crédito está evidente no dia-a-dia das pessoas e empresas, pois através
desse mecanismo é possível satisfazer as mais diversas necessidades, desde as
mais elementares para a sobrevivência até as mais ousadas.
Como a principal função do gestor financeiro é a maximização da riqueza dos
acionistas e o crédito um dos ativos da organização, torna-se necessário chegar a
uma decisão de crédito que proporcione segurança e rentabilidade para a empresa.
A utilização de todas as fontes de informações que se possa vir a ter contribui para a
realização de uma análise de crédito objetiva e conclusiva, favorecendo de tal modo
a tomada de decisão. A análise de crédito consiste em atribuir valores a um conjunto
de fatores que permitem a emissão de uma opinião sobre determinada operação de
crédito. (BARBOSA et al., 2002)
Conhecer a quem se entregará recursos em confiança é imprescindível no
processo de crédito. Saber quem é o cliente, o que ele faz, como faz, onde faz e
para quem faz pode ser um diferencial que ajudará a reduzir o índice de perda.
Todas as informações levantadas e confirmadas devem fazer parte do
cadastro de clientes, instrumento que precisa ser consultado, monitorado e
atualizado tantas vezes quantas acontecer a concessão de crédito. (TÓFOLI, 2008)
A exibição de alguns documentos é indispensável para a construção de
informações sobre o pretendente de crédito. A empresa deve exigir a apresentação
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de documentos comprobatórios e não apenas aceitar a recitação verbal de dados no


momento da compra.
Conforme Fonseca; Mora Neto; Souza (2005), outras informações podem ser
adquiridas através de visitas e contatos com terceiros – fornecedores, clientes e
bancos.
Outra importante fonte para o processo é oferecida por empresas prestadoras
de serviços em acessória as decisões de crédito. De acordo com Assaf Neto (2007),
no Brasil esses serviços podem ser fornecidos pela Serasa, pelo Serviço Central de
Proteção ao Crédito (SCPC) e pelas Associações Comerciais e Industriais (ACI)
Na compreensão de Lemes Júnior; Rigo, Cherobim (2005), fica claro que
quanto maiores forem os valores de crédito pretendido, maior será o nível de
detalhamento das informações. Portanto, pode-se dizer que a profundidade das
informações a serem utilizadas está vinculada ao valor do limite do crédito desejado.
No cadastro de pessoa física deve conter dados de identificação pessoal,
como nome, filiação, idade, estado civil, número de filhos, endereços, posses,
telefone, dados profissionais, salário, renda familiar, tempo de serviço, volume de
compras, incidências de atrasos, entre outros. (TOFOLI, 2008)
Já, na elaboração do cadastro de pessoa jurídica é essencial a apresentação
do estatuto ou contrato social, demonstrações financeiras dos últimos três anos,
ficha cadastral da empresa apontando os clientes e fornecedores principais,
documentação legal dos bens e listagem dos acionistas majoritários ou proprietários.
(LEMES JÚNIOR; RIGO; CHEROBIM, 2005)
Da política de crédito
O estabelecimento de uma política de crédito assume papel importante na
realização de vendas a prazo, pois determina de modo explícito os padrões, prazos,
garantias, descontos e riscos.
Segundo Ross; Westerfield; Jaffe:

Uma empresa precisa estabelecer certas condições ao vender seus bens


e serviços a prazo. Por exemplo, as condições de venda podem
especificar o prazo de crédito, o desconto por pagamento a vista e o tipo
de instrumento de crédito utilizado. Ao conceder crédito uma empresa
procura distinguir entre clientes que pagarão suas contas e clientes que
não o farão. (ROSS; WESTERFIELD; JAFFE, 2002, p.638)

Os padrões de crédito consistem nos requisitos mínimos de segurança que


devem ser atendidos pelos clientes para que se conceda o crédito, segundo Assaf
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Neto (2007). A imposição dessas exigências mínimas está diretamente vinculada


com o risco de perda pelo não recebimento.
Dos prazos, garantias e descontos
Conforme Lemes Júnior, Rigo; Cherobim (2005), prazo é o período de tempo
oferecido ao cliente para consumar o pagamento do compromisso assumido. Esse
prazo geralmente é medido em número de dias representativos do mês comercial e
a contagem se inicia a partir da data de emissão da fatura.
Para Assaf Neto (2007), vários fatores influenciam na determinação do prazo
de concessão de crédito, como por exemplo, a política adotada pela concorrência,
as características e o risco ligado ao mercado consumidor, a natureza do produto
vendido, o desempenho da conjuntura econômica, o atendimento de determinadas
metas gerenciais internas da empresa e o prazo de pagamento dos fornecedores.
A exigência de garantias é um recurso utilizado para reduzir os riscos de
vender a prazo. As garantias representam o comprometimento de pessoas, físicas
ou jurídicas, pela obrigação assumida ou definem bens, móveis ou imóveis, que
responderão pela dívida caso o devedor não consiga liquidá-la.
De acordo com Schrickel (1998), é viável analisar detalhadamente cada
modalidade de garantia apresentada, pois existem garantias que são mais líquidas e
rápidas que outras em caso de disputas judiciais.
O desconto financeiro corresponde a uma redução no preço de venda quando
o pagamento é efetuado a vista ou em um prazo menor. Gitman (2004) diz que a
colocação de um desconto por pagamento rápido nos prazos de crédito é uma forma
muito comum de acelerar os recebimentos sem pressionar os clientes. Ao apressar
os recebimentos, o desconto reduz o investimento em contas a receber, mas em
contrapartida diminui o lucro por unidades. A utilização de descontos possibilita
aumento das vendas e contribui para a redução de necessidade de caixa. “Conceder
descontos significa abrir mão da rentabilidade, para obter maior segurança no
recebimento”. (ASSAF NETO; SILVA, 1997, p.107)
Do risco de crédito e da inadimplência
O risco de crédito é algo que está presente em qualquer empresa que ofereça
a modalidade de venda a prazo, porém deve ser razoável e compatível com o
negócio. O empreendedor de sucesso não assume riscos desnecessários, pelo
contrário, consegue identificá-los e minimizá-los durante o processo de análise de
crédito.
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Segundo Lemes Júnior, Rigo; Cherobim (2005), os riscos de vender a crédito


estão relacionados com a possibilidade de não recebimento do todo ou parte da
venda, gerando assim perdas financeiras e redução de lucro.
Ainda, é viável salientar que a opção por uma política de crédito liberal
provoca elevação do volume das vendas aumentando o risco da inadimplência. Já,
uma política de crédito rígida restringe o volume das vendas garantindo maior
probabilidade de recebimentos. (TÓFOLI, 2008)
Para Tófoli (2008), a inadimplência é caracterizada como um descumprimento
de uma dívida contraída anteriormente e os procedimentos mais comuns que
auxiliam na elevação do índice da inadimplência são: as vendas a prazo sem
critérios de concessão, dilatação no prazo concedido, não gerenciamento das listas
de valores a receber, cobrança ineficiente, cadastro inadequado e sem atualizações.
Logo, pelo lado do cliente os requisitos que facilitam o aumento da inadimplência
são: as compras realizadas por impulso e sem planejamento prévio, desemprego,
problemas familiares, doença, falta de cobrança e má fé.
Tófoli (2008) relata também que a participação de clientes inadimplentes em
relação às vendas a prazo pode ser mensurada utilizando a seguinte fórmula:
Índice de inadimplência = Devedores em atraso/Vendas a prazo total
O percentual de inadimplência auferido demonstra a eficiência da aplicação
das ferramentas administrativas e dos métodos de cobrança empregados no
processo e para que o índice fique cada vez menor é preciso conhecer
detalhadamente os fatores que favorecem o aumento da inadimplência,
especificados acima, para a partir daí estabelecer a utilização de práticas
preventivas.
De acordo com Fiorentini (2004), as regras preventivas que auxiliam no
controle da inadimplência são:
a) atualizar os dados cadastrais, quando se tratar de cliente antigo;
b) elaborar cadastro para os clientes que desejam comprar mercadorias e/ou
serviços a prazo;
c) efetuar a confirmação de dados;
d) exigir a apresentação de documentos pessoais, comprovante de endereço
e de renda em cada compra;
e) identificar o grau de comprometimento da renda do consumidor;
f) encurtar os prazos de pagamento;
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g) impor critérios nas negociações com cheques de terceiros;


h) determinar padrões mais rigorosos nas épocas sazonais;
i) verificar o tempo de abertura da conta corrente que deve ser superior há
um ano;
j) realizar, em conjunto, uma análise criteriosa dos dados coletados.
Da prática dos 5 C’s
Além da utilização das práticas preventivas é fundamental também a
aplicação de uma técnica conhecida como 5 C’s, que se referem aos seguintes
aspectos: Caráter, Capacidade, Capital, Colateral e Condições, conforme Gitman
(2004).
O Caráter é o item mais relevante na análise de crédito. Faz alusão a
integridade ética do pleiteador para saldar os compromissos assumidos.
Para Fonseca; Mora Neto; Souza (2005), uma forma de apurar esta
característica é obter informações junto a bancos e cartórios de títulos e protestos e
a partir daí tirar conclusões sobre a conduta do cliente no que diz respeito a
pontualidade e permanência com que tem liquidado seus títulos e obrigações.
Além disso, segundo Hoji (1999), colher informações complementares do
cliente a cerca da cultura, hábitos, hobbies, profissionalismo e honestidade pode ser
um diferencial que acrescentará valor na avaliação do caráter.
A firme intenção de pagar de nada vale se o cliente não tiver Capacidade para
saldar seus compromissos financeiros. Para constatar esta potencialidade no caso
de crédito para pessoa física é fundamental enfocar a idade, formação acadêmica,
local de trabalho, cargo que ocupa, salários e tempo de serviço na empresa.
(TÓFOLI, 2008)
Já, na análise da habilidade de crédito para pessoa jurídica devem ser
ponderados os índices de liquidez, endividamento, rentabilidade e geração de caixa.
(LEMES JÚNIOR; RIGO; CHEROBIM, 2005)
A variável Capital consiste em especificar o comportamento das dívidas do
cliente em comparação com seu capital próprio. (GITMAN, 2004)
Para empresas, avalia-se o nível de imobilizações em relação ao patrimônio
líquido, o nível de investimentos em máquinas, equipamentos e tecnologias. Todavia
para pessoas físicas, analisa-se, a responsabilidade de sua remuneração com as
despesas fixas, como aluguel, água, luz, telefone, prestações, consórcios e
alimentação. (TÓFOLI, 2008)
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O Colateral verifica as garantias, espécie de segurança adicional, essencial à


concessão do crédito que diminui o risco da operação. Ele nunca deve ser o motivo
para realizar o crédito e sim um reforço para compensar a fragilidade de um ou mais
C’s.
O indicador Condições está ligado aos fatores externos que podem de alguma
forma prejudicar a capacidade do cliente honrar seus compromissos. Nas empresas,
a sazonalidade dos produtos, o ambiente macroeconômico e setorial, a concorrência
e a dependência em relação ao governo são alguns atenuantes que podem ser
desfavoráveis ao retorno do crédito cedido. Para pessoas físicas os fatores que mais
afetam o desempenho econômico são: doenças, falecimento, desemprego e
relações trabalhistas. (BLATT, 1999)
Da cobrança
A cobrança é uma maneira de adquirir o pagamento de contas vencidas.
Através dela os recebimentos acontecem nas datas previstas, completando assim o
ciclo operacional. (ROSS; WESTERFIELD; JAFFE, 2002)
Conforme Hoji (1999), a política de cobrança deve ser executada em sintonia
com a política de crédito a fim de que a concessão de crédito não seja facilitada
exorbitantemente ocasionando posteriormente a aplicação de procedimentos rígidos
de cobrança. Na negociação é de grande valia que os clientes saibam dos
mecanismos utilizados para que não ocorram reclamações futuras.
Os instrumentos de cobrança mais empregados segundo Tófoli (2008) são:
correspondência, telefonema, visita pessoal, via bancária e judicial.
A correspondência é um procedimento de baixo custo e eficácia e tem a
finalidade de recordar o cliente do vencimento da dívida. O telefonema consiste em
contatar o cliente requisitando o pagamento imediatamente. Nesse contato o
devedor poderá manifestar uma desculpa razoável podendo então, estabelecer um
novo prazo para saldar as pendências. Essa é uma prática de médios custos e
resultados.
Já a visita pessoal de um representante ou funcionário do departamento de
cobrança permite o estabelecimento um contato mais próximo com o devedor.
Nessa operação os custos são altos além de colocar em risco a segurança pessoal
do colaborador.
A cobrança bancária é indispensável para empresas que possuem clientes
espalhados geograficamente. É mais prática, segura e apresenta custos menores do
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que uma cobrança feita em carteira. Habitualmente, alcança resultados positivos,


pois se o sacado retardar o pagamento o banco não dispensará os encargos
monetários e até mesmo poderá encaminhar o título para protesto após o
vencimento.
Finalmente a ação judicial é uma providência extrema e deve ser utilizada
somente depois de esgotadas as demais formas. Os custos são elevados e não há
garantias do pagamento do valor vencido, em função das condições argumentadas
pelo devedor.

2 A PESQUISA DE CAMPO

A pesquisa de campo foi realizada no período de março a agosto de 2009, na


empresa SMARC MODAS, cujo ramo de atuação é o comércio e confecção sob
medidas, de peças do vestuário, exceto roupas íntimas, que iniciou suas atividades
em 09 de abril de 1999 e está localizada na Avenida Nicolau Zarvos, nº. 295 – Bairro
do Ribeiro – Lins/SP.
A busca pela ampliação e expansão das atividades levou a empresa a
incorporar em sua prática duas modalidades de operações a prazo: crediário e
cheque. No crediário, clientes antigos e pontuais efetuam suas compras com
comodidade e agilidade já que é dispensada a confirmação de dados novamente.
Nesta modalidade, também é possível incluir novos clientes que solicitam este
mecanismo, sendo necessário a elaboração do cadastro de cliente com a
apresentação da cédula de identidade, do Cadastro de Pessoa Física (CPF),
holerite, comprovante de residência e indicação de três estabelecimentos nos quais
compra mercadorias ou serviços a prazo.
Em seguida, essas informações são registradas em uma ficha e dados
complementares como estado civil, filiação, telefone e endereço comercial são
também coletados.
Por fim, é efetivada uma consulta do número do CPF no SCPC e realizados
telefonemas para confirmação das referências especificadas.
Se constatada pontualidade nos pagamentos e comportamento financeiro
apropriado, as auxiliares de venda negociam o prazo, o número de prestações e
emitem as notas promissórias. A empresa não impõe limite de crédito a ser
observado.
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Já, nas compras com cheques pré-datados é indispensável a verificação do


tempo de vigência da conta corrente bancária e da consulta do cheque no SCPC.
Convém citar que nas negociações são aceitos cheques de terceiros, quando
comprovado o grau de relacionamento, e que cheques pertencentes a conta
corrente com existência inferior a um ano são recusados.
Na prestação de serviços para pessoa jurídica a empresa também
comercializa a prazo. Para tanto, é preparado um cadastro composto da
documentação legal e ficha informativa indicando os principais clientes,
fornecedores, acionistas, proprietários e dirigentes. Como instrumento de
recebimento é utilizado a emissão de boletos.
Quanto aos procedimentos de cobrança a empresa utiliza-se de cartas,
protesto de títulos, ação judicial e cobrança bancária.
Na pesquisa, foram analisados oito registros de clientes inadimplentes e foi
possível constatar a ausência de um ou mais fatores preponderantes em análise
criteriosa de concessão de crédito. Os registros examinados são referentes aos
anos de 2006, 2007 e 2008 cujos índices de inadimplência mensurados
respectivamente pela empresa foram 13%, 9% e 11%.
Na análise detalhada desses clientes observou-se:
Registro 1 – Inconsistência cheque de conta recém aberta: A falta de
observância do tempo de existência da conta corrente bancária impossibilitou o
retorno do crédito no caixa da empresa. Conforme Fiorentini (2004), os cheques
pertencentes a contas correntes recém-abertas não devem ser aceitos, pois
apresentam um alto índice de inadimplência. O ideal é que o correntista seja cliente
do banco emitente do cheque há mais de um ano, para que a empresa efetue a
operação com segurança.
Registro 2 – Inconsistência comprometimento do salário: A empresa
desconsiderou a permanência de outras despesas fundamentais para a
sobrevivência do cliente e família como aluguel, alimentação, água e luz. Segundo
Tófoli (2008), quando avaliado o comprometimento do salário com as despesas fixas
mensais, a empresa certifica-se da suficiência ou não de recursos para o pagamento
do crédito solicitado.
Registro 3 – Inconsistência relacionamento de amizade: O vínculo de
relacionamento estabelecido entre a empresa e o cliente influenciou o processo
decisório. Independente do conhecimento prévio do pleiteador as informações
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adquiridas precisam ser examinadas minuciosamente para identificação de fatores


desfavoráveis ao retorno do crédito. (LEMES JÚNIOR; RIGO; CHEROBIM, 2005)
Registro 4 – Inconsistência falta de atualização cadastral: A atualização
cadastral deve ser uma prática constante na organização, uma vez que as pessoas
mudam de endereço e emprego, realizam transações comercias, se separam,
casam e demais outros.
Registro 5 – Inconsistência falta de monitoramento do cadastro do cliente: A
negligência em não monitorar o cadastro levou a empresa a conceder crédito a um
cliente desempregado. O desemprego caracteriza uma incapacidade do cliente em
saldar os compromissos assumidos, independente da sua intenção de pagar. Para
tanto, é fundamental a observação conjunta dos Cs do crédito para que informações
relevantes sejam levantadas e ponderadas no momento da análise. (HOJI, 1999)
Registro 6 – Inconsistência recebimento de cheques de terceiros: A atenção
dispensada na venda não foi o suficiente para evitar a mensuração de um resultado
desfavorável. Nas operações realizadas com cheques de terceiros é fundamental
saber quem é o cliente e principalmente quem é o emissor do cheque, pois desta
forma é possível reduzir os prejuízos contabilizados pela aceitação de cheques
roubados e/ou falsificados.
Registro 7 – Inconsistência não avaliação da habitualidade da pontualidade
dos pagamentos: A verificação da pontualidade com que o cliente liquida suas
dívidas é um fator relevante na análise de crédito, mas é imprescindível também a
confirmação de outros fatores como salários, despesas mensais, garantias,
estabilidade no emprego. (TÓFOLI, 2008)
Registro 8 – Inconsistência não avaliação da capacidade de pagamento: A
concessão de crédito em épocas sazonais precisa obedecer a critérios mais
severos, já que nestas datas os clientes consomem mais deixando de controlar os
gastos. (FIORENTINI, 2004)
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CONCLUSÃO

No processo de concessão de crédito a clientes, as ferramentas


administrativas mostram-se de fundamental importância na garantia da rentabilidade
e manutenção dos clientes.
São práticas demasiadamente simples, porém contínuas. Desde a análise
realizada com a elaboração do cadastro de clientes, a obediência aos 5 C’s, os
critérios de oferta de prazo, a exigência de garantias, quando necessárias, a efetiva
atuação do acompanhamento e da cobrança, até a recebimento são etapas do
processo que facilitam a minimização do índice de inadimplência.
Nos oito casos relatados, resultantes da pesquisa realizada na empresa
SMARC MODAS, pode-se perceber clara e facilmente a ausência de um ou mais
critérios cautelosos de garantias de recebimento das vendas. Essa ausência deve-
se, muitas vezes, pelo excesso de confiança depositada no cliente e/ou acúmulo de
outras tarefas que inibem destinar tempo à realização correta do processo.
Oferecer crédito é necessário ao bom desempenho das atividades e dos
resultados empresariais, porém devem ser praticados com sustentação em
ferramentas técnicas e próprias, conforme vistas neste trabalho.
Pretende-se com este trabalho, além de confirmar a importância do uso de
instrumentos próprios para a concessão de crédito, deixar um alertar às empresas
principalmente as pequenas e médias no sentido de explorar exaustivamente essas
técnicas pertencentes a administração financeira empresarial, buscando atingir
sempre a melhor performance lucrativa.
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ANALYSIS AND DECISION OF CREDIT


A potential factor reducing the default

ABSTRACT

The credit is an instrument used to enhance and facilitate the sales of gestate
and services. It is the responsible for much of the results realized on business and in
the development and growth of the cowntry economy. Currently the companies
experiences an increasing climate of fierce competition and in the pursuit of leverage
sales release in your practice some types of forward transactions. Thus, for the
supply of credit would help in the secure input of resources in the company's cash
and maximize the profitability is necessary to apply administrative tools in decision
making. The establishment of a credit policy is key the basis for an efficient
management of receivables and billing policy sets out the procedures to be used to
secure the receipts and reduce bad debt. The imposition and observation criteria for
lending to avoid possible losses with loans.

Keywords: Credit. Default. Tools.


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REFERÊNCIAS

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LEMES JÚNIOR, A. B.; RIGO, C. M.; CHEROBIM, A. P. M. S. Administração


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TÓFOLI, I. Administração financeira empresarial: uma tratativa prática.


Campinas: Arte Brasil, 2008.
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Autores:

Juliana Aparecida Lima Alves Ferreira – Graduanda em Administração


julianalferreira@ig.com.br – fone: (14) 3532-3128

Rosely Ferreira Alves – Graduanda em Administração


xukinha2@hotmail.com – fone: (14) 9108-5280

Orientador:
Prof. M. Sc. Irso Tófoli – Mestre em Administração pela CNEC - FACECA
irsotofoli@unisalesiano.edu.br – fone: (14) 3533-6200

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