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GUSTAVO GIOVANNONI

Gustavo Giovannoni (1873-1947) teve grande importância para o desenvolvimento da Teoria


Moderna de Restauro, reelaborando a teoria de Boito. Foi considerado um dos mais
importantes intervenientes da Conferência de Atenas de 1931, da qual surgiu o primeiro
documento internacional publicado no sentido de considerar universais algumas regras de
proteção e salvaguarda de monumentos: a Carta de Atenas.
Defensor do Restauro Científico, que surgiu na primeira metade do século XX, afirma que
Restauração não possui apenas importância artística e cultural, mas deve possuir um método,
tornando-a uma ciência.
Além de respeitar os monumentos enquanto documentos históricos, como as teorias de
Camillo Boito, Giovannoni defendia, de acordo com KÜHL (1998, p. 199), que os projetos de
restauração deveriam ser “baseados em estudos rigorosos, classificando metodicamente os
casos possíveis, mas dando maior atenção ao valor documental e histórico do monumento
do que o valor artístico e estético”, aceitando tecnologias modernas quando necessárias.
Considerava o urbanismo como um complemento social e o aponta como uma questão
central entre a conservação e a modernização da cidade antiga. Acreditava que um
planejamento urbano deveria ser feito com ênfase nos centros históricos e seus valores.
Defendeu também intervenções pontuais e cuidadosas, assegurando a manutenção do
caráter histórico das cidades.
De acordo com BRAGA (2003, p.6) “Giovannoni amplia o conceito de preservação do
monumento para conservação do seu entorno, o que lhe valeu uma crescente impopularidade
perante a crescente especulação imobiliária”.
É com Gustavo Giovannoni que surge também o Estilo Neutral, que se configurava de
maneira a não perturbar o monumento como massa, cor ou decoração. Deve-se primar pela
autenticidade da obra, não permitindo confundir partes antigas com atuais, como acontecia
nas intervenções de Viollet-le-Duc.
Algumas classificações são feitas por Giovannoni para o Restauro:
• Restauro de Consolidação: quando as condições físicas do monumento o exigirem.
• Restauro de Recomposição: quando o monumento se apresenta desmontado e
existirem documentos que possam subsidiar anastilose.
• Restauro de Liberação: em casos de elementos, colocados por ocasião de uma
intervenção anterior, estarem prejudicando o entendimento da obra.
• Restauro de Complementação (ou de Reintegração): realizado quando há
necessidade de reconstruir uma parte destruída do elemento, desde que haja
documentação fidedigna.
• Restauro de Inovação: se necessária uma ampliação em caso de arruinamento ou de
uma obra não concluída.

Trecho extraído de: MOTA, F. S. Centro de Cultura e Lazer: Requalificação da Vila


Ferroviária Capanema em Curitiba. 2012. 105f. Trabalho de Conclusão de Curso
(Graduação em Arquitetura e Urbanismo) - Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2012.

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