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Carta de Atenas / Os Restauradores

Camillo Boito

Verbete: Restauro dos Monumentos / Velhas Cidades e Nova


Construção Urbana
Gustavo Giovannoni

Laura Aronchi Bacili – 190926 – 19/09/2022

Resumo Carta de Atenas

O documento se trata do primeiro documento que visava salvaguadar o


patrimônio histórico e cultural, a partir de diretrizes legais que deveriam ser
aplicadas.
Por primeiro, o Escritório Internacional dos Museus Sociedade das
Nações, o qual descreveu e publicou a carta, destaca que o patrimônio que
necessita de uma restauração, deve sofrer o mínimo de intervenção possível,
sendo estudada a sua estética para não ser uma intervenção que a contraponha,
e o mesmo deve ser sempre utilizado, de modo a tentar evitar a sua degradação.
Segundamente, o Escritório declara que os Estados ou cada instituição, deve
publicar um inventário de cada monumento histórico local, dando início aos
registros por meio de fichas dos monumentos.

Fichamento Carta de Atenas

o A carta implica que existe uma tendência na sociedade de


“abandonar as reconstituições integrais”, evitando a propensão a
aos riscos e ao abandono do edifício. P.01

o “A Conferência recomenda que se mantenha uma utilização dos


monumentos, que assegure a continuidade de sua vida,
destinando-os sempre a finalidades que o seu caráter histórico ou
artístico.” P.01

o “A Conferência traz como princípio a proteção dos monumentos e


a tendência do direito da coletividade em relação à propriedade
privada.” P.01

o Sobre as obras que estão degradadas: “a Conferência considera


que ao retirar a obra do lugar para o qual ela havia sido criada, é,
em princípio, lamentável. Recomenda, a título de precaução,
conservar, quando existem, os modelos originais, e na falta deles,
a execução dos moldes.” P.03

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o E ainda que, “quando for impossível a conservação de ruínas
descobertas durante uma escavação, é aconselhável sepultá-las
de novo depois de ter sido feito um estudo minucioso.” P. 03

Resumo Os Restauradores

O livro trata, na primeira parte, de um entendimento em terceira pessoa


sobre a obra e teoria de Boito. Segundamente, insere-se o discurso do autor
colocado na Conferência feita na exposição de Turim, em 1884, onde expõe suas
ideias para os ouvintes.
A teoria de Boito surge em contraponto as ideias de Viollet-le-Duc e
Ruskin, sendo esses as bases para Camillo Boito construir suas ideias. Afirma
que é melhor não fazer restauro, mas se o for necessário, deve-se distinguir do
construído, comparando o restaurador como um cirurgião, o qual provavelmente
optaria por colocar uma prótese no paciente a vê-lo morrer. Além disso, Boito
também declara que a função de conservar os monumentos, sendo pinturas,
esculturas e obras arquitetônicas, cabe a toda a população em geral, mas,
principalmente, do poder público em incentivar.
Camillo Boito foi conhecido pela sua teoria do Restauro Filológico, que se
trata do valor documental das obras, realizada por registros históricos,
fotográficos e os quais mais forem possíveis para indicar o estado do monumento
e a possível intervenção. Para concretizar sua teoria, Boito parte de sete
princípios fundamentais, os quais tratarão do valor documental, dos acréscimos
e renovações, das obras de consolidação e do respeito as várias fases do
monumento.

Fichamento Os Restauradores

o “Boito fundamentou seu trabalho em análises aprofundadas da


obra, procurando apreender seus aspectos formais e técnicos-
construtivos, baseado em estudos documentais e na observação,
bem como em levantamentos métricos do edifício.” P.13

o Boito propõe tanto a preservação quanto a demolição de alguns


elementos acrescentados ao decorrer do tempo, estimando uma
unidade de estilo. P.14

o Buscava “o respeito pela matéria original, a ideia de reversibilidade


e distinguibilidade, a importância da documentação e de uma
metodologia científica, o interesse por aspectos conservativos e de
mínima intervenção, a noção de ruptura entre passado e presente.”
P.16

o Teórico que propõe o Restauro Filológico, onde se dá ênfase ao


valor documental do monumento. P.19

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o Desenvolve sete princípios fundamentais: ênfase no valor
documental dos monumentos; evitar acréscimos e renovações e se
fossem necessários deveriam ter caráter diverso do original; o
mesmo com os complementos de partes deterioradas; obras de
consolidação deveriam ser apenas o necessário; respeito pelas
diversas fases da obra; a importância do registro das obras; e da
indicação por meio de uma lápide com inscrições dela. P.22

o “A restauração só poderia encontrar seu caminho justamente em


uma época como aquela, em uma sociedade que, não tendo um
estilo que lhe fosse próprio nas artes, fosse capaz de entender,
analisar e apreciar obras de vários períodos.” P. 22

o Divide a restauração arquitetônica em três frentes: arqueológica,


para os monumentos da antiguidade; pictórica, para os edifícios
medievais; e arquitetônica, para os edifícios do Renascimento em
diante. P. 26

o “O restaurador, no fim das contas, oferece-me a fisionomia que lhe


agrada.” P. 44

o Boito afirma que inúmeros foram os casos de restauros que


perderam características originais da obra, seja na escultura, na
pintura ou na arquitetura. P.44

Resumo Restauro dos Monumentos

O trecho da teoria de Gustavo Giovannoni, intitulado como verbete


Restaudo dos Monumentos, traz a tendência do autor e seus pontos fortes de
conceitos. Inicialmente, o autor indica as teorias de restauração que prevaleciam
na época: a teoria conservadora, de Ruskin e a teoria progressista, de Viollet-le-
Duc. Giovannoni diz que ambas são extremas e radicais, e que ele se encaixa
em uma tendência intermediária entre as duas, agregando ideais de ambas e
conformando sua tendência que valeria para a época.
De modo a centralizar suas ideias, cria-se a Carta de Restauração, que
como a Carta de Atenas, descreveu-se os princípios de restauração intitulados
pelo teórico, os quais se tratam de obras de consolidação, o problema de
repristinação, recomposição, conservação dos elementos históricos, respeito
pelo monumento, acréscimos com o mínimo possível e a criação e relatórios
analíticos e documentação das intervenções.

Fichamento Restauro dos Monumentos

o Segundo Gustavo Giovannoni, “o propósito de restaurar os


monumentos, seja para consolidá-los, reparando-os das injúrias do

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tempo, seja para reconduzi-los a uma nova função de vida, é
conceito de todo moderno.” P.191

o A questão da valorização do patrimônio deixado se dá em duas


partes: a escavação e o restauro propriamente dito. P.192

o Nos tempos passados, “o princípio normal era aquele que de


sobrepor a arte do próprio tempo à antiga, ou destruindo, ou
mascarando, ou acostando.” P.193

o Para Giovannoni, a tendência dos arqueólogos e dos historiadores,


pretende negar qualquer tipo de acréscimo e redução do
monumento original, mantendo-o perante todas as suas fases;
considera a tendência como negativa e afirma ser da vertente de
Ruskin. Como oposto, existe a concepção arquitetônica, que
enxerga os monumentos como função de arte e valor único de
forma e estilo, que se refere a tendência de Viollet-le-Duc. P.194

o A teoria de Gustavo Giovanonni, assim como a de Camillo Boito,


buscam um caminho intermediário entre as duas vertentes radicais
expostas anteriormente. P.195

o Giovannoni busca “dar a máxima importância às obras de


manutenção e consolidação; limitar os casos de repritismo,
preocupa-se com a salvaguarda das intervenções de todos os
tempos, entende a documentação precisa como essencial e ainda
a adoção de materiais diversos para intervenções mais recentes.
P. 195

o Seus conceitos foram substanciados pela Carta de Restauração,


documento o qual trazia todos os princípios da tendência
intermediária. P. 198

Resumo Velhas Cidades e Nova Construção Urbana

O livro trata, na primeira parte, de um entendimento em terceira pessoa


sobre a obra e teoria de Boito. Segundamente, insere-se o discurso do autor
colocado na Conferência feita na exposição de Turim, em 1884, onde expõe suas
ideias para os ouvintes.
A teoria de Boito surge em contraponto as ideias de Viollet-le-Duc e
Ruskin, sendo esses as bases para Camillo Boito construir suas ideias. Afirma
que é melhor não fazer restauro, mas se o for necessário, deve-se distinguir do
construído, comparando o restaurador como um cirurgião, o qual provavelmente
optaria por colocar uma prótese no paciente a vê-lo morrer. Além disso, Boito
também declara que a função de conservar os monumentos, sendo pinturas,
esculturas e obras arquitetônicas, cabe a toda a população em geral, mas,
principalmente, do poder público em incentivar.

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Camillo Boito foi conhecido pela sua teoria do Restauro Filológico, que se
trata do valor documental das obras, realizada por registros históricos,
fotográficos e os quais mais forem possíveis para indicar o estado do monumento
e a possível intervenção. Para concretizar sua teoria, Boito parte de sete
princípios fundamentais, os quais tratarão do valor documental, dos acréscimos
e renovações, das obras de consolidação e do respeito as várias fases do
monumento.

Fichamento Velhas Cidades e Nova Construção Urbana

o Gustavo Giovannoni aplica a sua teoria para o urbano,


principalmente em cidades formadas por centros antigos.

o “Existem, naquele momento como agora, duas tendências e dois


procedimentos que se batem de frente quando se trata de renovar
um velho centro e de determinar as relações entre o ambiente
antigo e o desenvolvimento novo.” P.94

o “Parece que, de um lado, estão as exigências positivas do


desenvolvimento moderno e do moderno modo de viver, do outro,
o respeito pelas memórias históricas e artísticas.” P.94

o Giovannoni afirma que existem duas vertentes para a evolução dos


centros históricos, como para os monumentos, uma vertente de
conservar os monumentos e os centros das cidades impecáveis
como estão e outra vertente que afirma sobre a mudança na
vivência das pessoas e necessária mudança nos centros urbanos.
P.95

o “os novos bairros germinam ‘como grãos de trigo’, ao redor e dentro


dos velhos centros, sem uma orgânica coordenação e uma justa
previsão do incremento futuro, sem um aspecto de arte, sem uma
verdadeira correspondência com as condições locais, tanto que,
visto um bairro, todos os outros são iguais; vista uma cidade, são
vistas todas as outras.” P.101

o Uso do estilo edilício, ou seja, conservar os centros históricos e


fazer com que a cidade cresça ao redor dele, sem interferir em suas
pré-existências urbanas e arquitetônicas. P.103

o Critica o desenvolvimento das cidades em um plano bidirecional,


sem entender a topografia e os demais elementos que compõe o
terreno. P. 102

o Giovannoni faz comparação entre o sistema urbano de Viena


(Ring) e o de Berlim (sistema de deslocamento do centro). P.116-
119

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o As zonas novas e antigas possuem exigências diferentes, segundo
Giovannoni. P. 121

Conclusão comparativa entre Camillo Boito e Gustavo Giovannoni

Camillo Boito e Gustavo Giovannoni são teóricos de restauro do século XIX,


momento este que desenvolvem suas ideias e tendências. Ambos surgem no
contexto das teorias radicais e opostas que estavam em questão, até então, a
teoria conservacionista de Ruskin, onde qualquer monumento deveria ser
mantido em seu estado natural, e a teoria progressista de Viollet-le-Duc, onde
deveriam ser feitas intervenções nos monumentos para estes não se perderem.
Camillo Boito, inquietado pela distinção entre as duas teorias, estudou a fundo
os temas e originou uma tendência intermediária entre eles, o que se tratou de
uma teoria conciliatória. Buscou pontos influentes de Ruskin e de le-Duc, e
formulou-a. Em sua tendência, Boito coloca como ponto principal a
documentação histórica do monumento e a importância desse documento, o
chamado restauro filológico. Ademais, relata a importância da conservação para
não se perder o monumento, e a possibilidade de adições para manteneção, de
modo que estas sejam evidenciadas como fora do contexto da obra original, por
meio de materiais distintos. Junto a isso, se deu a criação da Carta de Atenas,
que introduzia os mesmos preceitos colocados por Camillo Boito para os casos
de restauração.
Posterior a ele, Gustavo Giovannoni foi o aprimorador da teoria de Boito. O
Teórico assumiu as tendências do seu precursor, e as incorporou, além no
restauro de edifícios, no contexto urbano de cidades evoluídas a partir de
vilas/centros históricos, priorizando a preservação do conjunto e não do centro
isolado. Buscava a conservação do patrimônio, tanto no caráter monumental
quanto artístico e a relação entre o antigo e o novo, no caso das cidades, devido
a necessidade de mudanças pela dinâmica da vivência da atualidade que ele
vivia.
Além disso, Giovannoni expressava a necessidade da classificação metódica
das obras, priorizando ainda mais a questão documental, criando modelos para
isso, de modo que as especificidades de cada obra poderiam ser perdida ao
coloca-las nas categorias implicadas. Juntamente a sua teoria, deu-se a Carta
de Restauração, que assim como a Carta de Atenas, levava princípios
fundamentados pelo teórico da época, sobretudo a importância da questão
documental da obra.

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