Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CARTAS PATRIMONIAIS
CONCEITOS BÁSICOS
CADERNO ESQUEMATIZADO
PARA CONCURSOS PÚBLICOS
´
O que são as Cartas Patrimoniais? Nos casos em que uma restauração seja indispensável devido a deterioração ou
destruição, recomenda-se que se respeite a obra histórica e artística do passado,
As cartas patrimoniais são documentos que refletem o que
sem prejudicar o estilo de nenhuma época.
se pensou no âmbito da comunidade de especialistas e
organismos nacionais e internacionais que trabalham com a Sendo assim, o documento sugere o respeito às transformações ocorridas no
preservação do patrimônio cultural. São fruto da discussão decorrer do tempo e à autenticidade dos materiais originais.
de um determinado momento e foram elaboradas em
É recomendável que se mantenha a utilização dos monumentos,
períodos distintos, por organismos e grupos diferentes, com
de forma a assegurar a continuidade de sua vida, destinando-os
finalidades diversas, tendo, portanto, intenções e
sempre a finalidades que respeitem o seu caráter histórico ou
repercussão bastante variadas. O seu caráter é indicativo
artístico.
ou, no máximo, prescritivo. DESTINAÇÃO ÚTIL
As Cartas podem ser acessadas na íntegra e em português no site do Outro aspecto importante a referir é o direito da coletividade face à
IPHAN. É recomendável a sua leitura. Para os concursos públicos de propriedade privada, ou seja o interesse público deve sobrepor-se aos
arquitetura, as provas costumam visar com maior frequência 3 cartas interesses privados, tendo as autoridades públicas o dever de tomar
patrimonais: Atenas (1931), Veneza (1964) e Burra (1980). COLETIVIDADE medidas face à conservação de monumentos privados.
2
´
Em relação aos materiais de restauração, a Carta aprova a utilização de Quando a conservação de ruínas de uma escavação se revelar impossível é
"materiais modernos" nas consolidações e incentiva o uso do "cimento aconselhável voltar a enterrá-las após o estudo.
armado" como material de comprovada eficácia. No entanto, enfatiza a
Em relação aos monumentos, antes de qualquer consolidação ou restauro parcial,
necessidade de mantê-los “escondidos” para não alterar o aspecto e o
aconselha-se o estudo das patologias do monumento.
caráter do edifico a ser restaurado. É necessário a compatibilização ou
"dissimulação" das novas estruturas de reforços, salvo impossibilidade. Cooperação técnica e moral: com relação aos aspectos legais, recomenda-se a
Exemplo brasileiro: emprego do cimento para fins de consolidação criação de legislação normativa em nível nacional que encontre respaldo e
estrutural das paredes de taipa. ressonância nos fóruns internacionais. Reitera-se a necessidade de colaboração
internacional no sentido de salvaguardar os monumentos de interesse histórico,
Verificou-se que nas condições de vida moderna, os monumentos
artístico ou científico.
encontram-se cada vez mais ameaçados pelos agentes atmosféricos,
o que exige a colaboração de conservadores e arquitetos com O papel da educação e o respeito aos monumentos: estima-se a importância de
profissionais da física, química e outras ciências. ações educativas de sensibilização e divulgação da educação patrimonial.
A Carta considera que retirar a obra do lugar para o qual ela havia sido Utilidade de uma documentação internacional: a Carta firma a necessidade de
criada não é desejável. Recomenda, a título de precaução, conservar os constituição de inventários devidamente documentados pelos Estados.
modelos originais (se existirem) e, na falta deles, a execução de
moldes.
CARTA DE VENEZA (1964)
Sobre a conservação, as técnicas utilizadas revelaram uma tendência
A Carta de Veneza é resultado do II Congresso Internacional de
comum: quando se trata de ruínas impõe-se uma conservação
Arquitetos e de Técnicos de Monumentos Históricos, realizado em
escrupulosa, isto é, colocando os elementos encontrados nos seus
Veneza em 1964. As propostas da Carta de Veneza são pautadas na
lugares originais – técnica conhecida por anastilose. Os materiais
visão conhecida como “restauro crítico”, dialogando com as propostas
novos necessários a esse trabalho deverão ser sempre reconhecíveis.
teóricas de Cesare Brandi.
f
C
hre
ba
nn
yt
ra
us
od
kP
m
ae
otj
e
O
l
N
3
´
O patrimônio deveria ter uma função útil destinada à sociedade, o que Em circunstâncias excepcionais é válido a eliminação do que é de pouco
favoreceria a sua conservação. Tal destinação, no entanto, não pode alterar interesse, se o material revelado é de grande valor histórico, arqueológico, ou
a disposição ou a decoração dos edifícios. estético, e seu estado de conservação é considerado satisfatório. O julgamento
do valor dos elementos em causa e a decisão quanto ao que pode ser eliminado
A Carta de Veneza se preocupa com os problemas de “descontextualização”
não podem depender somente do autor do projeto.
dos bens culturais e, consequentemente, de dificuldades para sua
percepção. Explicita a inalienabilidade da obra em relação ao contexto em Os elementos destinados a substituir as partes faltantes devem integrar-se
que está inserida: da obra arquitetônica, em relação ao meio em que se harmoniosamente ao conjunto, distinguindo-se, todavia, das partes originais a fim
situa; das obras escultóricas, pictóricas e ornamentos, em relação de que a restauração não falsifique o documento de arte e de história.
ao local onde estão. Exceções feitas a situações extremas, em que não há
alternativa.
4
´
Os acréscimos só poderão ser tolerados na medida em que respeitarem DEFINIÇÕES DA CARTA DE BURRA:
todas as partes interessantes do edifício, seu esquema tradicional, o
Significação cultural: o valor estético, histórico, científico ou social para as
equilíbrio de sua composição e suas relações com o meio ambiente.
gerações passadas, presentes ou futuras.
A Carta de Veneza retoma a importância da relação entre as instâncias Bem: um local, uma zona, um edifício ou outra obra construída, ou um conjunto de
estética e histórica, e recomenda o respeito absoluto pelo edifício e pelo edificações ou outras obras que possuam uma significação cultural,
ambiente em que está inserido. compreendidos, em cada caso, o conteúdo e o entorno a que pertence.
- Inovou ao trazer o termo grifado e não mais aquele de “valor excepcional”
Os sítios monumentais devem ser objeto de cuidados
especiais que visem a salvaguardar sua integridade, Substância: será o conjunto de materiais que fisicamente constituem o bem.
sua manutenção e valorização.
Conservação: significa todos os processos de cuidado de um sítio para manter a
Remete o tratamento de conjuntos arquitetônicos aos mesmos princípios de sua significação cultural. De acordo com as circunstâncias, pode implicar ou não
conservação e restauro dos monumentos singulares, ou seja, conclamando à a preservação ou a restauração, além da manutenção. Pode incluir obras mínimas
unidade conceitual e metodológica, cujas premissas são de natureza cultural, de reconstrução ou adaptação que atendam às necessidades e exigências
com ênfase nas instâncias estética e histórica. práticas.
Os trabalhos de conservação, de restauração e de escavação serão sempre Manutenção: designará a proteção contínua da substância, do conteúdo e do
acompanhadas pela elaboração de uma documentação precisa sob a forma entorno de um bem. Não confundir com reparação (implica a restauração e
de relatórios analíticos e críticos, ilustrados com desenhos e fotografias. reconstrução).
Todas as fases dos trabalhos de desobstrução, consolidação recomposição Preservação: manutenção no estado da substância de um bem e a desaceleração
e integração, bem como os elementos técnicos e formais identificados ao do processo pelo qual ele se degrada.
longo dos trabalhos serão ali consignados. Essa documentação será
Restauração: restabelecimento da substância de um bem em um estado anterior
depositada nos arquivos de um órgão público e posta à disposição dos
conhecido.
pesquisadores. Recomenda-se sua publicação.
Reconstrução: restabelecimento, com o máximo de exatidão, de um estado
CARTA DE BURRA (1980) anterior conhecido. Ela se distingue pela introdução na substância existente de
materiais diferentes, sejam novos ou antigos. Não confundir com a recriação e
A Carta de Burra foi redigida por ocasião de um encontro da nem com a reconstituição hipotética).
seção australiana do Conselho Internacional de Monumentos e
Adaptação: agenciamento de um bem a uma nova destinação sem a destruição
Sítios – ICOMOS em 1980. Preocupada essencialmente com
de sua significação cultural.
definições, busca eliminar variações de significados, a fim de
evitar que muitas intervenções tenham seus objetivos mal Uso compatível: designará uma utilização que não implique mudança na
entendidos e, portanto, mal orientados. significação cultural da substância, modificações que sejam substancialmente
reversíveis ou que requeiram um impacto mínimo.
5
´
CONSERVAÇÃO PRESERVAÇÃO
- O objetivo da conservação é preservar a significação cultural de um bem. Deve - A preservação se impõe nos casos em que a própria substância do bem, no
implicar medidas de segurança e manutenção e disposições que prevejam sua estado em que se encontra, oferece testemunho de uma significação cultural, assim
futura destinação. como nos casos em que há insuficiência de dados que permitam realizar a
- Se baseia no respeito à substância existente e não deve deturpar o conservação sob outra forma.
testemunho nela presente.
- A preservação se limita à proteção, à manutenção e à eventual estabilização da
- A conservação deve se valer de um conjunto multidisciplinar substância existente. Não poderão ser admitidas técnicas de estabilização que
de conhecimentos. As técnicas empregadas devem, em destruam a significação cultural do bem.
princípio, ser de caráter tradicional, mas as técnicas modernas
RESTAURAÇÃO
podem ser utilizadas desde que tenham bases cientificas e
eficácia garantida. - Para realizar a restauração é necessário a existência de dados suficientes do
- As opções a serem feitas na conservação devem ser baseadas na estado anterior da substancia do bem. Deve conduzir a uma valorização da
significação cultural. Não efetivar a restauração sem a certeza de existirem
compreensão da significação cultural e de sua condição material.
recursos necessários para isso.
- As destinações compatíveis são as que implicam a ausência de qualquer
modificação, modificações reversíveis em seu conjunto ou, ainda, modificações - A restauração deve servir para mostrar novos aspectos em relação à significação
cultural do bem. Ela se baseia no princípio do respeito ao conjunto de testemunhos
cujo impacto sobre as partes da substância que apresentam uma significação
cultural seja o menor possível. (materiais, documentais ou outros), e deve parar onde começa a hipótese.
- A restauração pode implicar a reposição de elementos desmembrados ou a
- A conservação exige a manutenção de um entorno
retirada de acréscimos. As contribuições de todas as épocas devem ser respeitadas,
visual apropriado (formas, escala, cores, textura,
a não ser que o que for retirado seja de pouca importância em relação ao elemento
materiais, etc.). Não deverão ser permitidas nova
a ser valorizado.
construção, demolição ou modificação que possam
causar prejuízo ao entorno e nem a introdução de RECONSTRUÇÃO
elementos que prejudiquem a apreciação do bem.
- Recomenda que a reconstrução deva ser aceita quando for condição essencial de
- Deve-se manter o edifício ou a obra em sua localização histórica. O sobrevivência de um bem, cuja integridade foi comprometida por desgastes ou
deslocamento (integral ou parcial) só é admitido se for o único meio de modificações. Ou ainda, se a reconstrução possibilitar restabelecer o conjunto de
assegurar sua sobrevivência. A retirada de um conteúdo de significação cultural um bem cuja significação cultural foi perdida.
só pode ser permitida para a salvaguarda do mesmo.
- Entretanto, aponta que a reconstrução tem limites e não deve ultrapassar ou ir
além da colocação “de elementos destinados a completar uma entidade desfalcada
e não deve significar a construção da maior parte da substância de um bem“.
6
´
RECOMENDAÇÕES: Algumas considerações das Normas de Quito demonstram a mudança pela qual a
noção de monumento estava passando na década: a ideia de espaço circundante
- Qualquer intervenção em um bem deve ser precedida de estudos dos dados
é tida como inseparável do conceito de monumento, ou seja: “a tutela do Estado
disponíveis, sejam eles materiais, documentais ou outros.
pode e deve se estender ao contexto urbano, ao ambiente natural que o emoldura
- Estudos que implicam remoção de elementos existentes ou escavações e aos bens culturais que encerra.”
arqueológicas só devem ser efetivados quando forem necessários para a
Para os efeitos de legislação de proteção, o espaço urbano que ocupam os
obtenção de dados indispensáveis à tomada de decisões relativas à
núcleos ou conjuntos monumentais e de interesse ambiental deve limitar-se da
conservação, do bem e/ou à obtenção de testemunhos materiais fadados a
seguinte forma:
desaparecimento próximo ou a se tomarem inacessíveis.
a) zona de proteção rigorosa, que corresponderá à de maior densidade
- Necessidade de justificativa (proposta escrita bem fundamentada) para monumental ou de ambiente;
qualquer ação de conservação. Deve haver uma exposição de motivos que b) zona de proteção ou respeito, com maior tolerância;
justifique as decisões tomadas, com provas documentais (fotos, desenhos, c) zona de proteção da paisagem urbana, a fim de procurar integrá-la com a
amostras, etc.) natureza circundante.
-Os trabalhos devem ter acompanhamento de profissionais, e deve ser mantido As Normas de Quito afirmam a função social dos monumentos históricos e sua
um diário no qual serão consignadas as novidades surgidas e as decisões relação intrínseca com o contexto urbano e ambiental em que se inserem.
tomadas. Reconhece que os bens do patrimônio cultural desempenham papel importante na
promoção do turismo cultural. Os monumentos seriam como recursos
- Os documentos devem ser guardados nos arquivos de um órgão público e econômicos da mesma forma que as riquezas naturais do país e representariam
mantidos à disposição do público. um valor econômico que poderia constituir-se em instrumentos de progresso.
7
´
Serão considerados como patrimônio cultural (devem possuir valor Destacam-se na composição da arquitetura do jardim histórico, características
universal exepcional): que devem ser preservadas, tais como:ꢀ
- os monumentos: obras arquitetônicas, de escultura ou de pintura - seu plano e os diferentes perfis do seu terreno;
monumentais, elementos ou estruturas de natureza arqueológica, - suas massas vegetais: suas essências, seus volumes, seu jogo de cor, seus
inscrições, cavernas e outros de valor histórico, artístico ou científico; espaçamentos, suas alturas respectivas;
- os conjuntos: grupos de construções isoladas ou reunidas que, em virtude - seus elementos construídos ou decorativos;
de sua arquitetura, unidade ou integração na paisagem tenham valor - as águas moventes ou dormentes, reflexo do céu.
histórico, artístico ou científico;
Dessa forma, cuidados devem ser tomados para a manutenção, conservação,
- os lugares notáveis: obras do homem ou obras conjugadas do homem e da
restauração e reconstrução dos jardins. A reestruturação e reconstrução dos
natureza, bem como as zonas, inclusive lugares arqueológicos, que tenham
jardins devem acontecer depois de estudos através de documentos para
valor histórico, estético, etnológico ou antropológico.
assegurar o caráter científico da intervenção.
Serão considerados como patrimônio natural (devem possuir valor universal
A sua utilização precisa ser controlada e o seu acesso para visitação deve ser
exepcional):
submetido a regras para conservar a sua substância e sua mensagem cultural.
- os monumentos naturais constituídos por formações físicas e biológicas
ou por grupos de tais formações, que tenham valor ponto estético ou O documento ainda defende a importância de identificar, inventariar e proteger
científico; os jardins históricos e criar medidas legais financeiras para manutenção,
- as formações geológicas e fisiográficas e as áreas nitidamente conservação e restauro.
delimitadas que constituam o habitat de espécies animais e vegetais
ameaçadas que tenham valor ponto estético ou científico;
- os lugares notáveis naturais ou as zonas naturais estritamente
delimitadas, que tenham valor ponto de vista da ciência, da conservação ou
da beleza natural.
8
´
históricos, com seu ambiente natural ou edificado, que em suas diversas manifestações“. Esse sítio histórico urbano
expressam valores próprios das civilizações urbanas deve ser entendido em seu sentido operacional de área crítica, e
não por oposição a espaços não-históricos da cidade, já que
tradicionais.
toda cidade é um organismo histórico.
Inicialmente são feitas considerações importantes em relação ao termo cidade
histórica: "todas as cidades do mundo são as expressões materiais da O sítio histórico urbano é parte integrante de um contexto amplo que
diversidade das sociedades através da história e são todas, por essa razão, comporta as paisagens natural e construída, assim como a vivência de seus
históricas." habitantes num espaço de valores produzidos no passado e no presente, em
processo dinâmico de transformação. A sua preservação deve ser
Salvaguardar as cidades históricas significa adotar medidas para proteção,
pressuposto do planejamento urbano.
conservação e restauro, assim como ao seu desenvolvimento coerente e à sua
adaptação harmoniosa à vida contemporânea. Os valores a preservar são: Um dos objetivos da preservação é a manutenção e potencialização de
quadros e referenciais necessários para a expressão e consolidação da
- Forma urbana definida pelo traçado e pelo parcelamento;
cidadania
- As relações entre os diversos espaços urbanos, espaços construídos, espaços
abertos e espaços verdes;
CARTA DE NARA (1994)
- A forma e o aspecto das edificações (interior e exterior) tais como são
definidos por sua estrutura, volume, estilo, escala, materiais, cor e decoração; A Conferência de Nara, realizada em 1994 no Japão, traz o
- As relações da cidade com o seu entorno natural ou criado pelo homem; reconhecimento do valor da autenticidade do patrimônio,
- As diversas vocações da cidade adquiridas ao longo da sua história. assunto já comentado em 1964 na Carta de Veneza.
O plano de salvaguarda deve compreender uma análise dos dados As principais diretrizes são:
arqueológicos, históricos, arquitetônicos, técnicos, sociológicos e econômicos e - A defesa da diversidade das culturas e do patrimônio cultural, como fonte
deve definir as principais orientações e modalidades de ações a serem de insubstituível riqueza para toda a humanidade e aspecto essencial do
empreendidas no plano jurídico, administrativo e financeiro. desenvolvimento humano.
O plano de salvaguarda deverá definir uma articulação harmoniosa entre os
- Reconhecimento da legitimidade dos valores culturais e patrimoniais de
bairros históricos e o conjunto da cidade. Deve determinar as edificações/grupos
todas as sociedades e por todos os aspectos relacionados com os seus
que devam ser protegidos, os que devam ser conservados em certas condições e
sistemas de crenças, dado que cada cultura se exprime de forma distinta.
os que, em circunstâncias excepcionais, possam ser demolidos.
9
´
- A responsabilização da comunidade que o gerou ou preserva o Como estratégia de conservação da autenticidade, a carta enfoca a importância do
patrimônio pela sua salvaguarda e gestão. conhecimento das tradições culturais locais, por meio do estudo das técnicas e dos
modos de fazer, antes de qualquer intervenção.
- Fomento da credibilidade e veracidade das fontes de
informação, consideradas como requisito básico nos processos A conservação da autenticidade dos conjuntos urbanos com um valor patrimonial
de avaliação da autenticidade, um fator qualitativo essencial no pressupõe a manutenção de seu conteúdo sociocultural, melhorando a qualidade de
que se refere à qualificação dos valores patrimoniais. vida de seus habitantes. Ressalta que é imprescindível o equilíbrio entre o edifício e seu
entorno, tanto na paisagem urbana quanto natural. Sua ruptura seria um atentado
- Respeito por todas as culturas, refutando avaliações baseadas contra a autenticidade.
em premissas de caráter dogmático, sendo que cada obra deve
ser avaliada no contexto cultural específico a que pertence.
OUTRAS CARTAS PATRIMONIAIS
A partir da Conferência de Nara, o “teste de autenticidade”, 1- Recomendação de Nova Delhi -1956: Recomendação que define os princípios
utilizado pela Unesco como condição para a inscrição de internacionais a serem aplicados em matéria de pesquisas arqueológicas.
bens na Lista do Patrimônio Mundial, passou a considerar
2- Carta Italiana do Restauro -1972: Orientações técnicas sobre o processo de restauro
critérios mais amplos, baseados em uma abordagem mais
em diferentes suportes/categorias
cultural fundamentada na pluralidade de valores e
priorizando elementos intangíveis, como função, tradição, 3- Declaração de Amsterdã -1973: Firma o patrimônio arquitetônico europeu como
técnica e espírito. patrimônio mundial (construções isoladas, conjuntos, bairros, cidades e aldeias). Trata
da necessidade de incentivo financeiro e programas de educação.
CARTA DE BRASÍLIA (1994) 4- Carta de Lausanne -1990: Carta para a proteção e a gestão do patrimônio
A Carta de Brasília, Documento Regional do Cone arqueológico
Sul sobre Autenticidade, de 1995, reconhece as
5- Declaração de Sofia -1996: Recomendações gerais sobre o uso, salvaguarda e
várias heranças presentes nos povos latino-
exploração do "patrimônio subaquático ".
americanos, em especial do Cone Sul, e propôs o
respeito a todas elas, sem que nenhuma exclua
outra. Mais ainda, o documento determina que o
respeito ao conjunto dessas diferentes heranças
constitua exemplo do respeito pela diversidade
cultural.
10
EI, MAIS UM CADERNO FINALIZADO!
OBAAA.
11