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Eletroforese de Proteínas do Soro

Eva Dias - evamldias@gmail.com – 52592


Mariana Moura - marianagracamoura@gmail.com - 52541

I. Resumo

Esta atividade experimentar foi baseada solução, na qual utilizamos uma solução
numa técnica analítica de identificação e tamponada das moléculas que
deteção de proteínas, sendo esta desejamos estudar.
apelidada de Eletroforese. Neste A migração que observamos baseia-se
processo recorremos ao facto de no facto de moléculas com carga devido
partículas carregadas migrarem na á ionização de um protão se desloquem
presença de um campo elétrico. Através para o cátodo ou para o ânodo do
do estudo a sua disposição ao longo da sistema eletroforético. Esta deslocação
fita podemos inferir acerca da sua apresenta uma dada velocidade sendo
dimensão forma e quantidade. Existindo esta influência por vários fatores como a
um conjunto de fatores que carga elétrica da molécula, tamanho de
influenciarão a migração da proteína, forma da molécula, natureza do meio e
tornando-se importante o conhecimento temperatura. O conceito de mobilidade
a cerca dos mesmos para que possamos eletroforética está intimamente
inferir corretamente através dos relacionado com a velocidade de
resultados obtidos. migração das partículas, sendo esta
diretamente proporcional á sua carga e
inversamente proporcional á sua
II. Materiais e Metodologia dimensão e à viscosidade do meio.
Na atividade experimental começamos
A eletroforese é uma técnica de por preparar o sistema eletroforético,
cromatografia que se baseia na migração enchendo a tina com o tampão e
de partículas carregadas, nesta marcando a tira de acetato.
experiência utilizamos proteínas, ao
Aplicamos de seguida a amostra de soro
longo de um campo elétrico.
de coelho recorrendo á utilização de
Uma vez que existem várias técnicas de uma micropipeta (3 µL).
eletroforese é importante salientar que
Após a verificação de que o sistema se
a que utilizamos foi a eletroforese de
encontrava corretamente montado e de
fronteira móvel ou eletroforese em
que este se tratava de um sistema solução diluída de ácido
isolado ligamos os fios elétricos á fonte tricloroacético a 5%)
de alimentação, fixando a voltagem nos  Solução de ácido acético a 5%
200V durante 40min.  Tiras de acetato de celulose
 Tina de eletroforese
Após este tempo retiramos as bandas e
mergulhamo-las numa solução de
Ponceau, durante cerca de 5minutos,
seguidamente colocamos a tira em ácido III. Apresentação de
acético a 5% para remover o excesso de Resultados
corante e fixando as proteínas coradas á
fita.
Após a realização de todo o processo
Por fim colocamos a fita sobre uma placa anteriormente descrito obtivemos como
de vidro, acompanhada de um fundo produto da experiência diversas fitas,
branco, permitindo uma observação debruçamo-nos então sobre
mais fácil e mais correta da fita (Figura duas(Figuras 2 e 3), sendo uma
1). corresponde ao conjunto que tinha
ficado no interior do sistema for
eletroforético durante 60 minutos e uma
outra do conjunto que tinha ficado 40
minutos. Realizando uma análise mais
detalhada das mesmas.

Figura 2 – Fita proveniente da eletroforese –


60 minutos

Figura 3 – Fita proveniente da eletroforese –


Figura 1 – Esquema ilustrativo do sistema 40 minutos
eletroforético
Os nossos serão apresentados em dois
gráficos que relacionam a percentagem
Materiais e Reagentes: de proteína e a sua quantidade quer na
 Soro de coelho fita correspondente aos 40 minutos
 Tampão barbital sódico 0.04M, (gráfico 1), quer a correspondente aos
pH 8.6, força iónica 0.05 60 minutos (gráfico 2). Sendo possível
 Solução de coloração (0.5g inferir sobre que proteínas se
Ponceau S em 100mL de uma depositaram através são da sua
localização ao longo da fita(tabela 1). De
seguida encontramos um último que
relaciona a percentagem de proteína Intensidade das cores das Marcas (40 min)
com a intensidade da cor das marcas na 3.5
3
fita(gráfico 3). 3

Intensidade da Cor
2.5
2
2
Quantidade de proteína (40 minutos)
1.5
1600 1
1397 1
1400 1247 0.5
Quatidade de Proteína

1200 0
15 20 25 30 35 40 45
1000
Percentagem de proteína
800 654
600
400
200
0
15Quantidade
20 de25proteína
30 (60 minutos)
35 40 45
2500 Percentagem de Proteína
Quantidade de Proteína (em pixels)

1990
2000 1827

1500
1147
1000 Gráfico 3 - Quantidade de proteína (60
722
minutos
500

0
10 15 20 25 30 35 40
Percentagem de proteína

Gráfico 2 – Intensidade das cores das


marcas
Gráfico 1 - Quantidade de proteína (40
minutos
Para ser possível identificar as
Intensidade da Cor das Marcas (60 min) proteínas correspondentes às
4.5 várias bandas de cor presentes nas
4 tiras de acetato de celulose ´com
3.5 as quais se realizou o processo de
Intensidade da Cor

3 eletroforese do soro de coelho foi


2.5 necessário calcular a carga dessas
2 mesmas moléculas num meio de
1.5 pH igual ao do tampão barbital
1 sódico (pH=8,6) e obter a massa
0.5 molecular das proteínas em
0 estudo uma vez que a mobilidade
10 15 20 25 30 35 40
eletroforetica depende da razão
Percentagem de Proteínas
entre a carga e a massa de uma
molécula de cada proteína.
Quanto maior a a carga a pH igual a 8,6 e
menor a massa molecular maior a
mobilidade eletroforética. Assim a Tabela 1
mostra a massa molecular em kD e o ponto
isoelétrico de cada uma das proteínas
presentes no soro. Com base nos dados
Tabela 1 (dados teóricos sobre as proteínas
em estudo) os resultados esperados seriam
a presença de albumina em quantidade
maior quantidade de albumina na amostra
(uma vez que a quantidade média de
albumina no soro de um coelho normal
Gráfico 4 – Intensidade da cor das ronda os 60%) relativamente às
Marcas ( 60 minutos) quantidades das outras proteínas e uma
maior migração da albumina na fita de
Os processos de eletroforese em estudo acetato de celulose uma vez que a albumina
foram realizados com o objetivo de separar é a proteína em estudo com menor massa
as proteínas do soro do sangue do coelho. molecular e maior carga num meio de
Foram realizados dois ensaios. Em ambos os pH=8,6 e a mobilidade eletroforética se
ensaios as amostras foram sujeitas a uma pode avaliar através da razão entre a carga
diferença de potencial de 200V; uma das da proteína no pH do meio e a sua massa
amostras foi sujeita a esta diferença de molecular.
potencial durante 40 min, o processo de
eletroforese da outa amostra decorreu
durante 60 min. O ensaio em que amostra
foi sujeita a corrente elétrica durante mais
tempo obteve- um maior grau de separação
das proteínas. A Figura 1 e a Figura 2
apresentam os resultados obtidos nos Tabela 1
ensaios em Que as amostras foram sujeitas a
40 e a 60 minutos de eletroforese
respetivamente.

Tabela 2
mãos próxima do polo negativo da tina de
eletroforese .

Na amostra sujeita ao processo de


eletroforese durante 60min a marca mais
escura deverá corresponder à albumina uma
Tabela 3 vez que a marca mais escura se encontra
mais próximo da extremidade da fita que foi
colocado junto ao polo positivo do aparelho
o que se justifica pelo facto de o ponto
isoelétrico ser menor que o pH do tampão
( o ponto isoelétrico da albumina é o mais
baixo no conjunto das proteínas do soro do
coelho) o que leva a que a carga da
albumina seja negativa neste meio e
portanto que esta proteína seja a mais
Figura 1.1- Variação da figura 1 atraída pela carga positiva do polo positivo
mostrando todas a fitas durante o do aparelho.
ensaio de 40min de eletroforese
Assim a mancha a seguir àquela que se
presume ser a marca correspondente à
albumina deverá corresponder às proteínas
α1 globulina e α2 globulina, que devido aos
seus pontos isoelétricos próximos (o que
leva a uma mobilidade eletroforética
semelhante) podem não se ter separado na
tira de acetato de celulose. Esta junção pode
ter conduzido à maior extensão e
quantidade de pixels contabilizado nesta
marca relativamente à marca
correspondente à albumina ( discrepância a
qual
Figura 2.1- Variação da figura 1 não
mostrando todas a fitas durante o está
ensaio de 60min de eletroforese de

acordo com os resultados previstos na


A razão pela qual o pH da solução tampão é literatura teórica) uma vez que a albumina é
8,6 é o facto de as proteínas séricas serem teoricamente a proteína mais abundante no
negativamente carregadas quando soro do sangue do coelho.
colocadas num meio com este valor de pH
serem negativamente carregadas o que leva A marca seguinte deverá corresponder à β
a que migrem para a extremidade da fita de globulina uma vez que é mais escura do que
acetato de celulose que foi colocada mais a marca correspondente às α globulinas pelo
próxima do polo positivo da tina de facto de a β globulina ser mais abundante
eletroforese. Esta característica das do que estas últimas proteínas. Além disso,
proteínas séricas também justifica o facto de o facto de esta marca se situar a seguir às α
se colocar a amostra de soro na extremidade globulinas deve-se ao facto de o ponto
isoelétrico da β globulina ser maior, a massa
molecular ser menor e consequentemente a O gráfico 1, o gráfico 2, o gráfico 3 e o gráfico 4
mobilidade eletroforética ser também ilustram a relação entre os resultados
menor do que o da proteínas anteriormente apresentados nas tabelas 1 e 2. Note- se que
referidas. a falha no cálculo das percentagens se deve
à contagem pouco precisa do número de
A γ globulina tem uma massa molecular
pixels da das marcas.
maior do que a β globulina e um maior
ponto isoelétrico assim situa-se abaixo desta
proteína pois estas duas características
levam a γ tenha uma menor mobilidade
IV. Bibliografia
eletroforética do que a da β globulina.

No ensaio sujeito a apenas a 40 minutos de Protocolo das aulas práticas de


eletroforese apresentou um menor grau de Bioquímica (Biologia e EBB) (2017-2018)
separação das proteínas o que é evidenciado
pelo facto de apenas serem visíveis 3 marcas
diferentes na fita de acetato de celulose. A
marca mais escura presume-se mais uma vez Sites de Apoio Consultados:
pertencer à albumina peças razões já http://tamirismoreirafisiologica.blogspot.co
referidas anteriormente. m/2017/05/meio-interno-e-proteinas-
A segunda marca será constituída pelas plasmaticas.html
proteínas α1 globulina, α2 globulina e β http://homepage.ufp.pt/calmeida/BC/BC5
globulina uma vez que as 3 proteínas têm .pdf 
pontos isoelétricos relativamente próximos
http://www2.iq.usp.br/docente/flaviam/Au
e consequentemente mobilidades
las/QBQ_0313/Exercicios_Proteinas2.pd
eletroforéticas similares o que levou a que
f
pelo menor tempo de eletroforese não só as
proteínas α1 e α2 como também a β http://www.hemoglobinopatias.com.br/tec
globulina se manifestassem numa só marca. nicaslab/tecnicaslab-index.htm 

A proteína γ globulina tendo um ponto


isoelétrico mais distante dos das restantes
globulinas e por consequência uma
mobilidade eletroforética menor
manifestou-se numa marca distinta e mais
clara do que a anterior uma vez que é a
proteína menos abundante no soro do
coelho.

As percentagens de cada proteína no soro


não correspondem aos valores previstos
teoricamente (Tabela 2

e Tabela 3) . Este acontecimento pode dever-


se a uma separação insuficiente das
proteínas ou a uma seleção deficiente das
secções da imagem contabilizar os pixels
para obter o número de partículas.

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