Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Se dermos aqui, à palavra "lei" um sentido relativo de "alta frequência", mas não o
sentido absoluto das leis da física ou da matemática, podemos dizer que o processo
eleitoral é regido por três leis básicas:
- Da Indiferença;
- Da Procrastinação ou Adiamento Máximo;
- Da Efemeridade.
1. "LEI" DA INDIFERENÇA.
A dez meses de qualquer eleição, mais ou menos 70% do eleitorado está indiferente
ao fato político.
Faltando 48 horas para uma eleição, esses indiferentes ainda podem estar em torno de
até 20%. Portanto, nós vamos lidar sobretudo com os indiferentes. Ou seja,
administrar uma eleição é administrar o indiferente. O marketing eleitoral é a
administração da indiferença.
Os ingênuos e amadores podem dizer: "Mas é preciso conscientizar o povo!". Podem
explicar o que quiserem, que o "povo" vai desligar a televisão, porque simplesmente
não está interessado no assunto. Educar o eleitor é uma outra tarefa, muito mais
complexa e que demandaria longos prazos históricos. Trata-se de um problema do
chamado Marketing Social e não do Marketing Eleitoral.
Em situação normal, temos uma minoria pró, uma minoria contra, e a grande massa
indiferente. O processo começa pela exacerbação desses prós e desses contras. A
eleição avança, uma parcela deles vai se ampliando e os indiferentes vão diminuindo,
através de um escalonamento: da indiferença à indefinição, da indefinição à indecisão,
da indecisão à simpatia e, finalmente, a algum tipo de adesão. Jamais a uma adesão
muito entusiasmada, mas moderada. O que manda é o centro moderado, que decide
as eleições, e não os extremos estridentes.
Os extremos nos impressionam porque gritam muito. Mas cuidado! Eles significam
pouca coisa, além de "som e fúria". A Opinião Pública está no centro e ela representa a
maioria, que é silenciosa. Só a pesquisa a acessa e mede.
REJEIÇÃO E ANTI-VOTO
UM MODELO TÍPICO: REAGAN VS. CARTER.
É bom lembrar o antivoto ou voto negativo; não se vota só a favor, vota-se contra
também. Aí está de novo a eleição Reagan/Carter. De cada 100 votos colocados na
urna com o nome de Reagan, apenas 46 foram dados por seu mérito; 43 foram contra
Carter. O mesmo ocorreu com Carter. De cada 100 votos entregues a ele, 59 foram por
seus méritos, mas 34 foram contra Reagan. Em uma eleição há sempre um tertius, e
muita gente fica vaidosa quando pensa que é esse tertius. Na realidade, ele é apenas o
homem para o qual confluem as rejeições aos outros dois. No caso do Anderson,
apenas 30% votaram nele por seus méritos. Quem não gostava do Carter nem do
Reagan, votava no Anderson: 61%.