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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO................................................................................................................................4

1.1. Objetivo....................................................................................................................................4

2. DESENVOLVIMENTO TEÓRICO................................................................................................5

2.1. Lei de Stokes..........................................................................................................................6

2.2. Medição, incertezas e desvios............................................................................................7

3. DESENVOLVIMENTO EXPERIMENTAL....................................................................................8

3.1. Materiais Utilizados...............................................................................................................8

3.2. Descrição do Experimento..................................................................................................8

4. RESULTADOS................................................................................................................................9

4.1. Memória de cálculo...............................................................................................................9

4.2. Tabelas Obtidas...................................................................................................................10

4.3. Análise dos resultados.......................................................................................................13

5. CONCLUSÃO................................................................................................................................14

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................................................15
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1. INTRODUÇÃO

1.1. Objetivo

Essa prática consistiu na medição das viscosidades de três fluidos diferentes:


glicerina, óleo de rícino e óleo SAE 30 por meio das medições de tempo que uma
pequena esfera levou para descer uma distância pré-determinada em cada um dos
fluidos.
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2. DESENVOLVIMENTO TEÓRICO

O fluido é uma matéria que se deforma continuamente sob a ação de uma


tensão de cisalhamento. A viscosidade é tida como a propriedade que representa a
resistência interna do fluido ao cisalhamento, ou pode-se entender como resistência
ao movimento ou à fluidez. É uma característica de cada material e é quantificada
pelo coeficiente e viscosidade µ.

Figura 01 – Escoamento simples ilustrando a definição de viscosidade

(Fonte: ENGQUÍMICASANTOSSP – Viscosidade)

A relação que define a viscosidade é obtida analisando a figura acima. Uma


tensão de cisalhamento rege sobre essa camada de fluido ¿) e esta sofre uma taxa
de deformação ¿), onde y = d e representa a distância vertical da placa inferior até a
superior.
Observa-se então uma proporcionalidade entre a tensão de cisalhamento e a
taxa de deformação do fluido. Logo, obtêm-se a equação inserindo uma constante
de proporcionalidade conhecida por coeficiente de viscosidade absoluta ou dinâmica
(µ):

dV
τ =µ
dy

A viscosidade cinemática é muito utilizada na engenharia, e é definida como


sendo a relação:

µ
υ=
ρ
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Sendo ρ a massa específica do fluido. E a viscosidade absoluta ou dinâmica é a


constante de proporcionalidade, que está relacionada à resistência de um fluido a
uma deformação cisalhante.
O fluido que responde à tensão cisalhante desta maneira é chamado de fluido
Newtoniano, ou seja, para os quais a taxa de deformação é proporcional à tensão de
cisalhamento. Os fluidos não-newtonianos independentemente do tempo têm suas
viscosidades alteradas à medida que a tensão de cisalhamento é alterada, e os que
são dependentes do tempo apresentam mudanças na viscosidade em função do
tempo sob condições constantes de taxa de cisalhamento. (BUONICONTRO, 2010,
p.24).
O número de Reynolds é uma propriedade adimensional que correlaciona as
forças inerciais com as forças viscosas dos fluidos. Avalia-se por meio desse
número se o escoamento é laminar ou turbulento. O valor do número de Reynolds é
calculado pela expressão:
ρ⋅V⋅d V⋅d
Re= =
μ ν

Onde ρ é a densidade, V é velocidade terminal, d é o diâmetro da esfera, μ é a


viscosidade absoluta e υ é a viscosidade cinemática.

2.1. Lei de Stokes

Segundo a Lei de Stokes, a esfera que move em um fluido em repouso está


sujeita à ação de uma força resistente F R (além do peso e do empuxo), determinada
pela seguinte expressão:
FR = 6π µ R v
Sendo:

FR = Força resistente;
µ = Viscosidade dinâmica ou absoluta do fluido;
R = Raio da esfera;
V = velocidade da esfera em relação ao fluido.
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A aplicação da Lei de Stokes só é válida quando Re ≤ 1, ou seja, quando a


velocidade de queda da esfera for suficientemente pequena para não causar
turbulência. A condição de equilíbrio é validada, segundo Stokes, quando Re < 1.

Estabelecendo o equilíbrio entre forças na esfera, têm-se:

E+ F R=P

ρ ( fluido ) gV ( esfera )+3 π μ DV =mg

E então isolando o coeficiente de viscosidade, obtemos:

mg−ρ ( fluido ) gV ( esfera )


μ=
3 π DV

2.2. Medição, incertezas e desvios

A dispersão que caracteriza a incerteza de todos os resultados obtidos


durante o experimento é dada através dos cálculos dos desvios. Assim, temos que:

Desvio Absol uto ( DA )=medida−m é dia

DA
Desvio relativo ( DR)=
média

Desvio Máximo Absoluto ( DMA )=


∑ DA
n

E para expressar corretamente a medida, deve-se escrever da seguinte


maneira:

EC =MEDIDA+ DMA
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3. DESENVOLVIMENTO EXPERIMENTAL

3.1. Materiais Utilizados

1. Esfera de aço de massa 0,144 g e raio de 1,5875 mm;


2. Tubos transparentes e graduados preenchidos com líquidos diferentes
(Glicerina, Óleo de Rícino e Óleo SAE 30);
3. Cronômetro.

3.2. Descrição do Experimento

O processo consistiu do lançamento vertical de uma esfera de aço em um


tubo. Após a esfera atingir sua velocidade terminal, mediu-se o tempo que a mesma
levava para percorrer uma distância pré-determinada, de forma a possibilitar o
cálculo da velocidade de queda da esfera. Esse processo se repetiu três vezes para
cada fluido de forma que a distância percorrida pela esfera no fluido aumentava
gradativamente.
Sabendo a densidade e a temperatura dos três fluidos, propriedades
determinadas por meio de um decímetro e de um termômetro respectivamente, foi
possível calcular a viscosidade de cada fluido para uma futura comparação com os
valores já padronizados.
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4. RESULTADOS

Após a coleta dos dados, realizou-se o desenvolvimento matemático para


obtenção das propriedades e características de cada fluído analisado. As equações
utilizadas se encontram na seção do desenvolvimento teórico.

4.1. Memória de cálculo

1. Através da distância percorrida pela esfera, dentro do tubo de ensaio, e o tempo


gasto percorrido foi possível obter a velocidade da queda em cada medição;

2. Através dos dados obtidos experimentalmente bem como o obtido através do


cálculo da velocidade da queda da esfera, foi possível determinar o coeficiente de
viscosidade para cada fluído;

3. A viscosidade cinemática é definida matematicamente como a razão entre a


viscosidade absoluta e a massa especifica do fluido analisado;

4. O número de Reynolds é definido pela relação entre velocidade da queda,


diâmetro da esfera e coeficiente de viscosidade cinemática.

Após os cálculos realizados para definir as propriedades dos fluídos, realizou-


se cálculos para determinar os desvios para as viscosidades encontradas. Através
do desvio médio absoluto é possível encontrar o valor mais preciso para as
viscosidades calculadas.

µ=µmed ± DMA
v=vmed ± DMA

Assim, tem-se que os valores médios somados aos desvios médios absolutos são
os valores corretos.
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4.2. Tabelas Obtidas

Tabela 01: Características da esfera e do Óleo de Rícino

Características da Massa (kg) Raio (m) Volume (m3)


Esfera 0,000144 0,0015875 1,67583E-08
Características do Temperatura (°C) Densidade (g/ml) Massa Especifíca (Kg/m3)
Rícino 26 0,959 959

Tabela 02: Valores Obtidos experimentalmente e calculados para o Óleo de


Rícino

Óleo de Rícino
Valores Medidos Resultados Obtidos
Velocidade
Queda Viscosidade Viscosidade
Tempo da μ Nº de
da Esfera Absoluta (μ) Cinemática ν [St]
queda (s) da Queda [Poise] Reynolds
(m) [Pa.s] (v) [m²/s]
(m/s)
0,89718731 8,97187 0,15848042
0,7 14,99 0,04670 3 3 9,36E-04 9,3554E-08 3
0,88880797 0,16148269
0,7 14,85 0,04714 8 8,88808 9,27E-04 9,2681E-08 1
0,89299764 8,92997 0,15997099
0,7 14,92 0,04692 5 6 9,31E-04 9,3118E-08 3
0,88641388 8,86413 0,16235615
0,7 14,81 0,04727 3 9 9,24E-04 9,2431E-08 9
0,89778583 8,97785 0,15826918
0,7 15,00 0,04667 6 8 9,36E-04 9,3617E-08 6
8,76837 0,16592187
0,7 14,65 0,04778 0,8768375 5 9,14E-04 9,1432E-08 1

Tabela 03: Desvios Experimentais para o Óleo de Rícino

Óleo de Rícino
Desvios Fonte de Consulta

DA (μ) DR (μ) DMA (μ) DA (ν) DR (ν) DMA (ν) μ (Pa.s) ν (m²/s)

0,00718 0,00807 7,48935E-06 0,00807


-0,0012 -0,0013 -1,24823E-06 -0,00134
-8,33E-06 2,06E-06 0,8 0,000834
0,00299 0,00336 3,12056E-06 0,003362
-0,0036 -0,004 -3,74468E-06 -0,00403
9

0,00778 0,00874 8,11346E-06 0,008742


-0,0132 -0,0148 -1,37305E-05 -0,01479

Tabela 04: Características da Esfera e da Glicerina

Massa (kg) Raio (m) Volume (m³)


Características da Esfera
0,000144 0,0015875 1,67583E-08
Temperatura (°C) Densidade (g/ml) Massa Especifíca (Kg/m3)
Características do Glicerina
25,6 1,226 1226

Tabela 05: Valores Obtidos experimentalmente e calculados para a Glicerina

Glicerina
Valores Medidos Resultados Obtidos
Queda Velocidade
da
Esfera Tempo da da Queda Viscosidade Viscosidade
(m) queda (s) (m/s) Absoluta (μ) μ (Poise) Cinemática (ν) ν (Stokes) Nº de Reynolds
0,4 6,13 0,06525 0,619609451 6,196095 0,000505391 5,0539E-08 0,409935645
0,4 6,06 0,06601 0,612533976 6,12534 0,00049962 4,9962E-08 0,419460803
0,4 6,05 0,06612 0,611523193 6,115232 0,000498795 4,988E-08 0,420848597
0,4 6,00 0,06667 0,606469283 6,064693 0,000494673 4,9467E-08 0,427891965
0,4 6,13 0,06525 0,619609451 6,196095 0,000505391 5,0539E-08 0,409935645
0,4 6,10 0,06557 0,616577104 6,165771 0,000502918 5,0292E-08 0,413977714

Tabela 06: Desvios Experimentais para a Glicerina

Glicerina
Desvios Fonte de Consulta

DA (μ) DR (μ) DMA (μ) DA (ν) DR (ν) DMA (ν) μ (Pa.s) ν (m²/s)

0,005222 0,008500137 4,25969E-06 0,0085


-0,00185 -0,00301618 6,67E-07 -1,5115E-06 -0,00302 1,67E-06 0,7 0,000571
-0,00286 -0,00466137 -2,33596E-06 -0,00466
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-0,00792 -0,0128873 -6,45823E-06 -0,01289


0,005222 0,008500137 4,25969E-06 0,0085
0,00219 0,003564574 1,78632E-06 0,003565

Tabela 07: Características da Esfera e do SAE 30

Massa (kg) Raio (m) Volume (m3)


Características da Esfera 0,000144 0,0015875 1,67583E-08
Temperatura (°C) Densidade (g/ml) Massa Especifíca (Kg/m3)
Características do SAE 30 25 0,886 886

Tabela 08: Valores Obtidos experimentalmente e calculados para o SAE 30

SAE 30
Valores Medidos Resultados Obtidos
Queda Velocidade
da Tempo da Viscosidade Viscosidade
μ (Poise) ν (Stokes) Nº de Reynolds
Esfera queda (s) da Queda Absoluta (μ) Cinemática (ν)
(m) (m/s)
0,6 4,04 0,14851 0,284801963 2,84802 0,000321447 3,2145E-08 1,466913005
0,6 4,20 0,14286 0,296081248 2,960812 0,000334177 3,3418E-08 1,357277058
0,6 4,10 0,14634 0,289031695 2,890317 0,000326221 3,2622E-08 1,424293117
0,6 4,00 0,15000 0,281982141 2,819821 0,000318264 3,1826E-08 1,496397956
0,6 4,30 0,13953 0,303130802 3,031308 0,000342134 3,4213E-08 1,294881952
0,6 4,00 0,15000 0,281982141 2,819821 0,000318264 3,1826E-08 1,496397956

Tabela 09: Desvios Experimentais para o SAE 30

SAE 30
Desvios Fonte de Consulta

DA (μ) DR (μ) DMA (μ) DA (ν) DR (ν) DMA (ν) μ (Pa.s) ν (m2/s)

-0,0047 -0,01623 -5,30E-06 -0,01623


0,00658 0,022727 7,43E-06 0,022727
-0,00047 -0,00162 -1,67E-07 -5,30E-07 -0,00162 3,33E-09 0,3 0,000339
-0,00752 -0,02597 -8,49E-06 -0,02597
0,013629 0,047078 1,54E-05 0,047078
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-0,00752 -0,02597 -8,49E-06 -0,02597

Tabela 10: Viscosidade Absoluta e Cinemática com a correção através dos


DMAs

Viscosidade
Rícino Glicerina SAE 30
μ= 0,890005 ± 8,33E-06 μ= 0,614387076 ± 6,67E-07 μ = 0,289501665 ± 1,67E-07
ν= 9,28E-08 ± 2,06E-06 ν = 0,000501131 ± 1,67E-06 ν = 0,000326751 ± 3,33E-09

4.3. Análise dos resultados

A análise de todos os dados obtidos permite concluir que o fluído com maior
viscosidade é o óleo de rícino, comprovando o maior tempo gasto nas quedas das
esferas e consequentemente menores velocidades. Essa propriedade física
comprova-se também visualmente, pois o mesmo se apresenta como o fluído mais
denso, viscoso.

O óleo lubrificante, SAE 30, apresentou menor viscosidade absoluta e


cinemática, e também a menor massa específica. É assim importante ressaltar a
relação entre massa especifica e viscosidade, identificando que não existe
proporcionalidade para estas duas propriedades, já que a glicerina apresentou a
maior massa específica, mas não é o fluído mais viscoso.

Os valores calculados e obtidos apesar de próximos aos encontrados através


da fonte de consulta não coincidiram. Isso pode ser justificado por vários aspectos,
desde erro de leitura das temperaturas e massa específica, bem como erro na
medição do tempo percorrido pela esfera, erros de cálculos e arredondamentos, ou
até mesmo características físicas dos fluídos que dificultam as medições.

Analisando os desvios encontrados, é possível perceber excelente precisão


nos dados obtidos, tendo em conta que os menores desvios obtidos estão com
ordem de 10E-06.
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5. CONCLUSÃO

Nessa experiência conclui-se que, conforme esperado pela fonte de consulta


tabelada, o óleo de rícino é o mais viscoso, seguido da glicerina e o SAE 30.
O experimento é muito importante uma vez que o conhecimento das
características e propriedades viscosas dos fluidos nos possibilita fazer a escolha
mais adequada para uma determinada aplicação, por exemplo o óleo SAE 30 é
utilizado em motores, já o óleo de rícino é comumente usado na elaboração de
biodiesel e fabricação de lubrificantes e a glicerina é usada como lubrificante de
equipamentos expostos a solventes que poderiam dissolver ao óleo mineral.
Uma má aplicação de um óleo pode trazer sérias consequências para uma
máquina, podendo até levar a sua quebra.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ENGQUIMICASANTOSP. Viscosidade. Disponível em:


<http://www.engquimicasantossp.com.br/2015/04/viscosidade-dinamica-e-
cinematica.html > Acesso em: 23 ago. 2016.

BUONICONTRO, C. M. S. Laboratório de fluidos mecânicos: práticas de


Mecânica dos fluidos, 2010.

STROBEL. UFPR. Laboratório de Ciências Térmicas: Viscosidade de fluidos


newtonianos pela lei de Stokes. Disponível em
<http://ftp.demec.ufpr.br/disciplinas/EngMec_NOTURNO/TM371/Prof_Christian_Stro
bel/Aula%2006%20-%20LCT%20-%20Viscosidade%20-%20Lei%20de
%20Stokes.pdf> Acesso em: 23 ago. 2016.

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