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O filme conta a história verídica de um homem que tem um derrame e desenvolve uma
síndrome “locked in”, na qual só movimenta um olho, mas mantém o psiquismo
intacto. Não tem como se comunicar.
O diretor faz uso da câmera subjetiva na maior parte do filme e permite que o
espectador compartilhe da sensação do protagonista da visão limitada espacialmente
pelo uso de apenas um olho e pela imobilidade de todo corpo.
Ficamos a par dos pensamentos divertidos a respeito delas e da terceira mulher, que
será enviada pela editora com a qual tem contrato, para ajudá-lo a redigir o livro,
”ditado” por ele.
A ex-esposa e um amigo também são presenças constantes neste seu novo mundo e
também aprendem o seu processo de comunicação, que o liberta da prisão de um
corpo inerte.
Cenas marcantes ficam por parte de seu encontro com os filhos e o telefonema com o
pai, já um tempo depois do derrame.
Com o tempo, Jean desenvolve técnicas para lidar com sua situação atual e deve isso
a sua memória e criatividade, segundo ele próprio relata.
Como uma ironia do destino, Jean morreu dez dias após publicar seu livro. Parece ter
permanecido vivo só para realizar esta façanha. Será uma coincidência? Ele perdeu
as forças pra viver após concluir o livro?
De qualquer forma, é algo que nos faz pensar.
O filme fala mais talvez sobre a solidão dessa situação e sobre como Jean utiliza seus
recursos psíquicos para sobreviver.
O título do filme vem de uma imagem muito bonita que o próprio Jean criou para
entender sua situação. O Escafandro se refere à sensação física de estar preso dentro
do próprio corpo e a Borboleta, à liberdade que ele passou a ter com seus recursos
mentais.