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ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................................................0
1.1. Problema...........................................................................................................................................2
1.2. Justificativa.......................................................................................................................................2
1.3. Objectivo geral.................................................................................................................................2
1.4. Objectivos específicos......................................................................................................................3
1.5. Metodologia......................................................................................................................................3
2. ANÁLISE EXPLICATIVA DO PENSAMENTO DE MONTESQUIEU...............................................3
2.1 Do mundo natural à natureza das leis: a trajectória intelectual de Montesquieu................................3
2.2. Préocupação com o poder e a liberdade............................................................................................4
2.3. Do espírito das leis...........................................................................................................................5
2.4. As análises das formas de governo...................................................................................................6
3. CONCLUSÃO.........................................................................................................................................8
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................................................9

1. INTRODUÇÃO

Charles-Louis de Secondat, o barão de La Brède e Montesquieu, apontado por Marat como o


“homem do século”. Sua principal obra, O Espírito das Leis, é considerada um clássico da
ciência política. Apesar de ser incluída na lista de livros proibidos da Inquisição, a obra exerceu
enorme influência sobre o mundo ocidental.

O aristocrata Charles-Louis de Secondat, senhor de La Brède e Barão de Montesquieu, nasceu no


Palacete de la Brède, perto de Bordéus, na França, em 18 de Janeiro de 1689 e faleceu em 10 de
Fevereiro de 1755, em Paris.

Membro de uma família da aristocracia provincial, neto e sobrinho de um presidente do


Parlamento de Bordéus, filho de Jacques de Secondat, oficial da Guarda Real, e de Marie
Françoise de Pesnel, Montesquieu ficou órfão de mãe aos 11 anos de idade. Realizou seu ensino
básico junto aos Oratorianos do colégio de Juilly, localidade situada a nordeste de Paris.

Regressado a Bordéus, em 1705, realizou os estudos jurídicos necessários à sua entrada no


Parlamento de Bordéus, para poder herdar o título e as importantes funções do tio.

Em 1715, casou com uma calvinista francesa, o que lhe assegurou um valioso dote. No ano
seguinte o tio morreu e Montesquieu tornou-se barão de Montesquieu e presidente no Parlamento
de Bordéus.

Embora tenha tido formação iluminista com padres oratorianos, cedo se mostrou um crítico
severo e irónico da monarquia absolutista decadente, bem como do clero. Pensador autónomo em
matéria religiosa e inegável apreciador dos prazeres da vida, Montesquieu apresentou essas
características no seu primeiro livro, Lettres persanes (1721; Cartas persas), cartas imaginárias
de um persa que teria visitado a França e estranhado os costumes e instituições vigentes.

Este trabalho constitui um momento necessário da base na qual se enfocarão as mais importantes
interpretações dos grandes problemas teóricos da política moderna.

A terceira parte a argumentação do estudo. A última parte é a das últimas constatações: esta é a
parte cultimar do trabalho, incluindo a conclusão, as recomendações e por fim as referências
bibliográficas.

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1.1. Problema

As fortes críticas ao clero, aos governos Absolutistas e os ideais iluministas, a observação sobre
o funcionamento da sociedade, as relações sociais, os costumes e as relações políticas foram
primordiais para o desenvolvimento dos escritos críticos sobre o Absolutismo.

A teoria da Separação dos Poderes, desenvolvida por Montesquieu, prevê a autonomia dos
Poderes como um pressuposto de validade para o Estado Democrático. A ideia de que o poder
deve ser controlado pelo próprio poder pressupõem que as atitudes dos atores envolvidos no
palco de decisões sejam interligadas, com uma clara divisão nas competências de cada um deles,
e uma interdependência que garanta uma gestão compartilhada e homogénea.

Na obra de 1748, Montesquieu propõe a reformulação das instituições políticas através da


divisão tripartite dos poderes. A divisão em poder legislativo, executivo e judiciário, de acordo
com o pensador, seria a solução para conter as ações políticas econômicas e sociais das
Monarquias Absolutistas.

1.2. Justificativa

O texto de Montesquieu nos mostra que, para gerar a liberdade, é necessário que todos os
poderes sejam divididos entre os homens. Em outras palavras, a nação que consegue escapar do
despotismo existe na medida em que há a descentralização dos poderes políticos. Apenas dessa
forma é possível evitar a tirania e garantir a autonomia para que os homens possam ser aquilo
que de maneira autónoma sempre aspiraram ser: livres.

A obra é mais do que um tratado sociológico. Também é um livro de história, teoria política e
análise económica. Tornou Montesquieu um dos maiores intelectuais da história moderna e
garantiu às ideias da liberdade o verniz contratualista que lhe era necessário no século de sua
publicação.

O trabalho a efectuar-se não exactamente busca reinterpretar ou inaugurar uma doutrina à base
do pensamento deste autor, mas, sim, clarificar a verdadeira essência de seus preceitos.

1.3. Objectivo geral

• Compreender a implicância da ética na liderança de organizações.


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1.4. Objectivos específicos

• Descrever a as leis humanas da observação das relações entre os homens;


• Falar da separação de poderes políticos para Montesquieu;
• Analisar o impacto do comportamento Antiético do Líder.

1.5. Metodologia

Quanto à metodologia utilizou-se a de pesquisa bibliográfica; foram consultados livros,


legislação e outras literaturas pertinentes ao assunto, escolha do tema e selecção de materiais
para análise e definição dos Objectivos a serem atingidos.

Em relação ao tipo de pesquisa, percebe-se que Vergara (2007) define em dois aspectos: quanto
aos fins e quanto aos meios, quanto aos fins optou-se pela pesquisa descritiva, que busca
descrever os fenómenos como eles acontecem. Logo, Vergara (2007, p. 47) a define da seguinte
forma:

A pesquisa descritiva expõe características de determinada


população ou de determinado fenómeno.

2. ANÁLISE EXPLICATIVA DO PENSAMENTO DE MONTESQUIEU

2.1 Do mundo natural à natureza das leis: a trajectória intelectual de Montesquieu

O texto, na verdade intitulado Do espírito das leis, ou Das relações que as leis devem ter com a
constituição de cada governo, costumes, clima, religião, comércio etc., está dividido em trinta e
um livros cujos temas são assim apresentados: os dez primeiros livros, depois de estabelecida a
natureza das leis próprias dos homens, tratará das formas de governo. . (Freire, Wagner e
Barboza (2011, p.).

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Do livro XI ao XIII a centralidade está no problema da liberdade política e a divisão dos poderes;
do livro XIV ao XVIII, Montesquieu tratará da relação das leis com o clima e outras condições
físicas de um país; no livro XIX, das leis em suas relações com os costumes e as maneiras de um
povo; os de número XX a XXIII relacionam-se aos efeitos da indústria, comércio e demografia;
os livros XXIV e XXV são monografias que tratam da questão religiosa; o livro XXVI trata dos
domínios da legislação; sobre história do direito romano e francês temos os livros XXVII e
XXVIII; o livro XXIX, como diz o próprio título, versa sobre a maneira de compor as leis. Por
fim, sobre a teoria das leis feudais entre os francos, na sua relação com a monarquia, temos os
livros XXX e XXXI. (Freire, Wagner e Barboza (2011, p.).

Pela sua magnitude e envergadura, não é difícil supor ter sido essa, de fato, a “obra da vida” de
seu autor, justificando, assim, o resultado da pesquisa que mencionávamos acima. A
problemática que Montesquieu constrói na verdade, é o resultado de um caminho que se inicia
tempos antes nas impressões recolhidas a todos os instantes e que por sua vez são objectivadas
nos textos publicados que devemos tomar como passos iniciais que se somaram na direcção
enfim alcançada.

A reflexão de Montesquieu aplica-se a todos os campos do saber. Filósofo racionalista e com


grande influência do pensamento newtoniano, ele tinha opinião sobre a física e a fisiologia;
historiador, jurista, esboçou uma estética, enunciou princípios de economia, estudou geografia,
geologia e escreveu um capítulo importantíssimo da ciência política.

2.2. Préocupação com o poder e a liberdade

O advento da Monarquia absolutista e a sua crise marcam-no decisivamente. Montesquieu à


nobreza a qual pertencia destituir-se do valor supremo da honra que, ao tornar-se exclusividade
do soberano, a reduzia à condição de classe cortesã. Tinha nas instituições francesas um modelo
anacrónico que precisava ser revisto e superado. De um lado, criticava o absolutismo real e do
outro, a conduta da Igreja católica desejava encontrar um caminho que negasse os extremos.
(Freire, Wagner e Barboza (2011, p.).

Digladiava-se contra os perigos do despotismo e da intolerância. Sua intenção manifesta era


poder fazer “com que os que comandam aumentassem seu conhecimento com o que devem
prescrever e os que obedecem encontrassem um novo prazer em obedecer (...) com que os

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homens se pudessem curar dos seus preconceitos. (...)”, entendendo “por preconceito, não o que
faz com que ignoremos certas coisas mas o que faz com que ignoremos a nós próprios”
(Montesquieu, 1979, p. 20) citado por Freire, Wagner e Barboza (2011, p. ).

Antes de mais nada, é preciso libertar-se daquilo que impede de conhecer, superando os
preconceitos e as certezas tradicionais. Para isso, é necessário arrancar as máscaras, cobrir de
ridículo os fanatismos e as superstições. Este primeiro momento da liberdade surge em
Montesquieu com a publicação das Cartas persas1 (1721).

Ao regressar da Inglaterra, publica suas Considerações sobre a grandeza e decadência dos


romanos, onde antecipa algumas importantes noções e ideias que vão reaparecer em Do Espírito
das leis.

Ao escrever o livro, Montesquieu tinha em mente a França e o que poderia acontecer. Ao


escrever a história de Roma ele já alertava que a ruína de um Estado começava pela corrupção de
seus princípios.

2.3. Do espírito das leis

Diferentemente do que aconteceu com as Cartas persas, os ataques sofridos por Montesquieu
logo após a publicação de Do espírito das leis foram mais duros e numerosos. O livro chegou a
constar do Index de obras proibidas aos católicos. Seu projecto, de certa forma, a isso justificava:
tinha pretensão de analisar extensa e profundamente a estrutura dos fatos humanos e formular um
esquema interpretativo do mundo histórico, político e social.

Do método de Montesquieu, dois aspectos devem ser ressaltados: o primeiro, a exclusão de toda
intencionalidade religiosa ou moral de suas análises; o segundo, a superação da perspectiva
metafísica presente no pensamento cartesiano.

Quanto à primeira, podemos dizer que ele está mais preocupado com aquilo que é do que com o
que deve ser. Elimina, assim, qualquer desvio finalista ou teológico da sua teoria. Ele quer saber
daquilo que está na natureza das coisas em si. Para chegar a isso, não poderia simplesmente
deduzir a partir de dogmas preestabelecidos pela razão. O que ele faz é diferente. Ele toma suas
observações, pratica a análise comparativa dos fatos e tenta a partir daí extrair hipotéticas leis
que os governam.

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A distinção entre as ciências dos fatos sociais e da teologia são reforçadas por Montesquieu logo
no início do primeiro capítulo do livro, quando ele diz que as “leis, no seu sentido mais amplo,
são relações necessárias que derivam da natureza das coisas e, nesse sentido, todos os seres têm
suas leis; o mundo material possui suas leis; as inteligências superiores ao homem possuem suas
leis; os animais possuem suas leis; o homem possui suas leis”. (Montesquieu, 1979, p. 25) citado
por Freire, Wagner e Barboza (2011, p. ).

Os homens e suas leis serão, portanto, o objecto de suas preocupações. Tendo cada domínio as
suas, estas só podem ser compreendidas a partir dos próprios factos.

A preocupação com a instituição de governos moderados, que permitam a convivência


harmoniosa dos súbitos na direcção do que cumpriria a boa vida é, como vimos, o impulso da
obra de Montesquieu.

Determinados pelas causas gerais, os homens não podem encarar a história como obra de sua
livre vontade. Ao saírem de seu estado de natureza, passando a viver em sociedade – afirma
Montesquieu – os homens tornam-se propensos aos excessos, aos conflitos e às guerras.

2.4. As análises das formas de governo

As categorias gerais que permitem ordenar sistematicamente as várias formas históricas de


sociedade correspondem, para Montesquieu, aos diversos tipos de organização política.

A conhecida teoria dos três tipos de governo, desenvolvida pelo autor nos treze primeiros livros
de Do espírito das leis configurasse num esforço tendente a reduzir a diversidade das formas de
governo a alguns tipos (a república, a monarquia e o despotismo), cada um deste definido, ao
mesmo tempo, por referência a dois conceitos, que o autor denomina natureza dos governos e o
princípio que os orientam.

s critérios que definem a natureza de um governo derivam da sua “estrutura”, isto é, não apenas
do número dos que detêm a força soberana (quem governa), como também da maneira como essa
soberania é exercida (como governa).

Existem três espécies de governo: o Republicano, o Monárquico e


o Despótico. (...) Suponho três definições, ou antes, três fatos: um,
que o governo republicano é aquele em que o corpo do povo ou

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apenas uma parte do povo detém a força suprema; o monárquico,
aquele em que um só governa, mas por meio de leis fixas e
estáveis; ao passo que no despotismo, um só sem lei e sem regra,
tudo arrasta segundo a sua vontade e os seus caprichos.
(Montesquieu, 1979, p. 32)

De acordo com Aron (2003) citado por Freire, Wagner e Barboza (2011, p. ) a distinção entre o
corpo do povo ou só uma parte do povo, aplicada à república, tem por fim lembrar as duas
espécies de governo republicano: a democracia e a aristocracia. Monarquia e despotismo são
ambos regimes que comportam um só detentor da soberania, mas no caso do governo
monárquico o detentor único governa segundo leis fixas e estabelecidas, enquanto no despotismo
governa sem leis e sem regras.

O princípio do governo é o sentimento que deve animar os homens no interior de um tipo de


governo, para que este funcione harmoniosamente; é a paixão fundamental (muitas vezes tratada
pelo autor como “mola”) que induz os súditos a agir de conformidade com as leis estabelecidas,
permitindo a durabilidade de todo ordenamento político e a possibilidade de um governo
desenvolver adequadamente as suas tarefas.

Montesquieu destaca que há três sentimentos políticos fundamentais, cada um deles assegurando
a estabilidade de um tipo de governo.

A república depende da virtude, a monarquia da honra e o despotismo do medo. Dessa forma, as


leis devem ser relativas à natureza do governo, porém não menos relativas ao seu princípio, pois
este princípio é a base fundamental e o motor que determina, exercendo “suprema influência”
sobre essas leis.

O princípio do governo é o factor determinante e dele depende a natureza do governo: se a


natureza do governo desaparece, foi porque o seu princípio sofreu alterações.

A corrupção dos governos começa quase sempre pela dos princípios: se os princípios são
saudáveis, as más leis “têm o efeito das boas”; uma vez corrompidos os princípios do governo, as
melhores leis tornam-se más, voltando-se contra o Estado, pois a força do princípio “tudo
arrasta”. Assim, considerando a interdependência entre a natureza e o princípio, poderíamos
sintetizar as três formas de governo da seguinte maneira:

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República – Sua estrutura particular, sua natureza, consiste no fato de que o povo é que detém o
poder, e seu princípio é a virtude. Esta virtude não é somente uma disposição individual, uma
virtude moral, mas sim compreendida no seu sentido político, que vincula o indivíduo a tudo do
que participa.

Despostismo – É o regime em que um só governa sem regras e sem leis (sua natureza) e em que,
por consequência, reina o medo (seu princípio). Montesquieu adverte que, caso a monarquia,
cedendo às pressões do povo, se separe de uma nobreza que é a única a lhe permitir governar
segundo as leis, seu perigoso futuro será o despotismo.

2.5. O impacto do pensamento de Montesquieu

Montesquieu, com a sua obra, pretendia estabelecer o caminho teórico que permitiria o retorno
ao passado senhorial. Era um saudosista das velhas monarquias germânicas. A teoria da
separação dos poderes alimentou a constituição republicana dos Estados Unidos da América e a
Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão.

Fecunda e original, a teoria de Montesquieu marcou decididamente a história do Pensamento


Político. Ela comprova de modo inconteste que as ideias sobrevivem ao seu tempo e que são
recebidas por nós como parte de nossa actualidade.

3. CONCLUSÃO

Com este trabalho verificou-se que o barão de Montesquieu foi fundamentalmente um aristocrata
da província, da estirpe de seu conterrâneo Michel de Montaigne e, como ele, humanista e
céptico. Para Montesquieu, existem dois tipos de leis. As leis naturais, feitas por Deus, regem a
natureza, são perfeitas e indiscutíveis.

Esse intelectual representante da nobreza também sofreu influência de Vico, Maquiavel, Hobbes,
Locke e destacou-se sobretudo por tentar levar em conta nas suas formulações outros elementos
constituintes da organização política, tais como a dimensão e a extensão dos estados. Referindo
por fim que Montesquieu não é apenas um precursor, mas um dos fundadores da sociologia.

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Montesquieu buscava extrair as leis humanas da observação das relações entre os homens.
Assim, a ideia central do pensamento de Montesquieu, portanto, era conferir as leis não como
fruto do arbítrio de quem as escreve, mas da decorrência da realidade social e histórica de um
povo, mantendo relações íntimas com essa realidade, possuindo, assim, um sentido, um
“espírito”.

Por fim, constata-se que O método de Montesquieu consistiu em examinar as leis positivas nas
suas relações entre si, mostrando que, pela sua própria natureza, determinadas leis tanto
implicavam como excluíam outras. Havia, por isso, entre as leis positivas, relações naturais de
exclusão e de inclusão, dirigidas não pela arbitrariedade de um homem ou de uma assembleia,
mas pela necessidade das coisas.

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FREIRE, S. M., WAGNER, A.; BARBOZA, D. R. (2010) Montesquieu: a centralidade da


moderação na política. In: Curso de Ciência Política, 2a Edição, Rio de Janeiro: Editora
ELSEVIER.

VERGARA, S. C. (2007) Projectos e relatórios de pesquisa em administração. 8. Ed. São Paulo:


Atlas.

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