Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................................................0
1.1. Problema...........................................................................................................................................2
1.2. Justificativa.......................................................................................................................................2
1.3. Objectivo geral.................................................................................................................................2
1.4. Objectivos específicos......................................................................................................................3
1.5. Metodologia......................................................................................................................................3
2. ANÁLISE EXPLICATIVA DO PENSAMENTO DE MONTESQUIEU...............................................3
2.1 Do mundo natural à natureza das leis: a trajectória intelectual de Montesquieu................................3
2.2. Préocupação com o poder e a liberdade............................................................................................4
2.3. Do espírito das leis...........................................................................................................................5
2.4. As análises das formas de governo...................................................................................................6
3. CONCLUSÃO.........................................................................................................................................8
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................................................9
1. INTRODUÇÃO
Em 1715, casou com uma calvinista francesa, o que lhe assegurou um valioso dote. No ano
seguinte o tio morreu e Montesquieu tornou-se barão de Montesquieu e presidente no Parlamento
de Bordéus.
Embora tenha tido formação iluminista com padres oratorianos, cedo se mostrou um crítico
severo e irónico da monarquia absolutista decadente, bem como do clero. Pensador autónomo em
matéria religiosa e inegável apreciador dos prazeres da vida, Montesquieu apresentou essas
características no seu primeiro livro, Lettres persanes (1721; Cartas persas), cartas imaginárias
de um persa que teria visitado a França e estranhado os costumes e instituições vigentes.
Este trabalho constitui um momento necessário da base na qual se enfocarão as mais importantes
interpretações dos grandes problemas teóricos da política moderna.
A terceira parte a argumentação do estudo. A última parte é a das últimas constatações: esta é a
parte cultimar do trabalho, incluindo a conclusão, as recomendações e por fim as referências
bibliográficas.
1
1.1. Problema
As fortes críticas ao clero, aos governos Absolutistas e os ideais iluministas, a observação sobre
o funcionamento da sociedade, as relações sociais, os costumes e as relações políticas foram
primordiais para o desenvolvimento dos escritos críticos sobre o Absolutismo.
A teoria da Separação dos Poderes, desenvolvida por Montesquieu, prevê a autonomia dos
Poderes como um pressuposto de validade para o Estado Democrático. A ideia de que o poder
deve ser controlado pelo próprio poder pressupõem que as atitudes dos atores envolvidos no
palco de decisões sejam interligadas, com uma clara divisão nas competências de cada um deles,
e uma interdependência que garanta uma gestão compartilhada e homogénea.
1.2. Justificativa
O texto de Montesquieu nos mostra que, para gerar a liberdade, é necessário que todos os
poderes sejam divididos entre os homens. Em outras palavras, a nação que consegue escapar do
despotismo existe na medida em que há a descentralização dos poderes políticos. Apenas dessa
forma é possível evitar a tirania e garantir a autonomia para que os homens possam ser aquilo
que de maneira autónoma sempre aspiraram ser: livres.
A obra é mais do que um tratado sociológico. Também é um livro de história, teoria política e
análise económica. Tornou Montesquieu um dos maiores intelectuais da história moderna e
garantiu às ideias da liberdade o verniz contratualista que lhe era necessário no século de sua
publicação.
O trabalho a efectuar-se não exactamente busca reinterpretar ou inaugurar uma doutrina à base
do pensamento deste autor, mas, sim, clarificar a verdadeira essência de seus preceitos.
1.5. Metodologia
Em relação ao tipo de pesquisa, percebe-se que Vergara (2007) define em dois aspectos: quanto
aos fins e quanto aos meios, quanto aos fins optou-se pela pesquisa descritiva, que busca
descrever os fenómenos como eles acontecem. Logo, Vergara (2007, p. 47) a define da seguinte
forma:
O texto, na verdade intitulado Do espírito das leis, ou Das relações que as leis devem ter com a
constituição de cada governo, costumes, clima, religião, comércio etc., está dividido em trinta e
um livros cujos temas são assim apresentados: os dez primeiros livros, depois de estabelecida a
natureza das leis próprias dos homens, tratará das formas de governo. . (Freire, Wagner e
Barboza (2011, p.).
3
Do livro XI ao XIII a centralidade está no problema da liberdade política e a divisão dos poderes;
do livro XIV ao XVIII, Montesquieu tratará da relação das leis com o clima e outras condições
físicas de um país; no livro XIX, das leis em suas relações com os costumes e as maneiras de um
povo; os de número XX a XXIII relacionam-se aos efeitos da indústria, comércio e demografia;
os livros XXIV e XXV são monografias que tratam da questão religiosa; o livro XXVI trata dos
domínios da legislação; sobre história do direito romano e francês temos os livros XXVII e
XXVIII; o livro XXIX, como diz o próprio título, versa sobre a maneira de compor as leis. Por
fim, sobre a teoria das leis feudais entre os francos, na sua relação com a monarquia, temos os
livros XXX e XXXI. (Freire, Wagner e Barboza (2011, p.).
Pela sua magnitude e envergadura, não é difícil supor ter sido essa, de fato, a “obra da vida” de
seu autor, justificando, assim, o resultado da pesquisa que mencionávamos acima. A
problemática que Montesquieu constrói na verdade, é o resultado de um caminho que se inicia
tempos antes nas impressões recolhidas a todos os instantes e que por sua vez são objectivadas
nos textos publicados que devemos tomar como passos iniciais que se somaram na direcção
enfim alcançada.
4
homens se pudessem curar dos seus preconceitos. (...)”, entendendo “por preconceito, não o que
faz com que ignoremos certas coisas mas o que faz com que ignoremos a nós próprios”
(Montesquieu, 1979, p. 20) citado por Freire, Wagner e Barboza (2011, p. ).
Antes de mais nada, é preciso libertar-se daquilo que impede de conhecer, superando os
preconceitos e as certezas tradicionais. Para isso, é necessário arrancar as máscaras, cobrir de
ridículo os fanatismos e as superstições. Este primeiro momento da liberdade surge em
Montesquieu com a publicação das Cartas persas1 (1721).
Diferentemente do que aconteceu com as Cartas persas, os ataques sofridos por Montesquieu
logo após a publicação de Do espírito das leis foram mais duros e numerosos. O livro chegou a
constar do Index de obras proibidas aos católicos. Seu projecto, de certa forma, a isso justificava:
tinha pretensão de analisar extensa e profundamente a estrutura dos fatos humanos e formular um
esquema interpretativo do mundo histórico, político e social.
Do método de Montesquieu, dois aspectos devem ser ressaltados: o primeiro, a exclusão de toda
intencionalidade religiosa ou moral de suas análises; o segundo, a superação da perspectiva
metafísica presente no pensamento cartesiano.
Quanto à primeira, podemos dizer que ele está mais preocupado com aquilo que é do que com o
que deve ser. Elimina, assim, qualquer desvio finalista ou teológico da sua teoria. Ele quer saber
daquilo que está na natureza das coisas em si. Para chegar a isso, não poderia simplesmente
deduzir a partir de dogmas preestabelecidos pela razão. O que ele faz é diferente. Ele toma suas
observações, pratica a análise comparativa dos fatos e tenta a partir daí extrair hipotéticas leis
que os governam.
5
A distinção entre as ciências dos fatos sociais e da teologia são reforçadas por Montesquieu logo
no início do primeiro capítulo do livro, quando ele diz que as “leis, no seu sentido mais amplo,
são relações necessárias que derivam da natureza das coisas e, nesse sentido, todos os seres têm
suas leis; o mundo material possui suas leis; as inteligências superiores ao homem possuem suas
leis; os animais possuem suas leis; o homem possui suas leis”. (Montesquieu, 1979, p. 25) citado
por Freire, Wagner e Barboza (2011, p. ).
Os homens e suas leis serão, portanto, o objecto de suas preocupações. Tendo cada domínio as
suas, estas só podem ser compreendidas a partir dos próprios factos.
Determinados pelas causas gerais, os homens não podem encarar a história como obra de sua
livre vontade. Ao saírem de seu estado de natureza, passando a viver em sociedade – afirma
Montesquieu – os homens tornam-se propensos aos excessos, aos conflitos e às guerras.
A conhecida teoria dos três tipos de governo, desenvolvida pelo autor nos treze primeiros livros
de Do espírito das leis configurasse num esforço tendente a reduzir a diversidade das formas de
governo a alguns tipos (a república, a monarquia e o despotismo), cada um deste definido, ao
mesmo tempo, por referência a dois conceitos, que o autor denomina natureza dos governos e o
princípio que os orientam.
s critérios que definem a natureza de um governo derivam da sua “estrutura”, isto é, não apenas
do número dos que detêm a força soberana (quem governa), como também da maneira como essa
soberania é exercida (como governa).
6
apenas uma parte do povo detém a força suprema; o monárquico,
aquele em que um só governa, mas por meio de leis fixas e
estáveis; ao passo que no despotismo, um só sem lei e sem regra,
tudo arrasta segundo a sua vontade e os seus caprichos.
(Montesquieu, 1979, p. 32)
De acordo com Aron (2003) citado por Freire, Wagner e Barboza (2011, p. ) a distinção entre o
corpo do povo ou só uma parte do povo, aplicada à república, tem por fim lembrar as duas
espécies de governo republicano: a democracia e a aristocracia. Monarquia e despotismo são
ambos regimes que comportam um só detentor da soberania, mas no caso do governo
monárquico o detentor único governa segundo leis fixas e estabelecidas, enquanto no despotismo
governa sem leis e sem regras.
Montesquieu destaca que há três sentimentos políticos fundamentais, cada um deles assegurando
a estabilidade de um tipo de governo.
A corrupção dos governos começa quase sempre pela dos princípios: se os princípios são
saudáveis, as más leis “têm o efeito das boas”; uma vez corrompidos os princípios do governo, as
melhores leis tornam-se más, voltando-se contra o Estado, pois a força do princípio “tudo
arrasta”. Assim, considerando a interdependência entre a natureza e o princípio, poderíamos
sintetizar as três formas de governo da seguinte maneira:
7
República – Sua estrutura particular, sua natureza, consiste no fato de que o povo é que detém o
poder, e seu princípio é a virtude. Esta virtude não é somente uma disposição individual, uma
virtude moral, mas sim compreendida no seu sentido político, que vincula o indivíduo a tudo do
que participa.
Despostismo – É o regime em que um só governa sem regras e sem leis (sua natureza) e em que,
por consequência, reina o medo (seu princípio). Montesquieu adverte que, caso a monarquia,
cedendo às pressões do povo, se separe de uma nobreza que é a única a lhe permitir governar
segundo as leis, seu perigoso futuro será o despotismo.
Montesquieu, com a sua obra, pretendia estabelecer o caminho teórico que permitiria o retorno
ao passado senhorial. Era um saudosista das velhas monarquias germânicas. A teoria da
separação dos poderes alimentou a constituição republicana dos Estados Unidos da América e a
Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão.
3. CONCLUSÃO
Com este trabalho verificou-se que o barão de Montesquieu foi fundamentalmente um aristocrata
da província, da estirpe de seu conterrâneo Michel de Montaigne e, como ele, humanista e
céptico. Para Montesquieu, existem dois tipos de leis. As leis naturais, feitas por Deus, regem a
natureza, são perfeitas e indiscutíveis.
Esse intelectual representante da nobreza também sofreu influência de Vico, Maquiavel, Hobbes,
Locke e destacou-se sobretudo por tentar levar em conta nas suas formulações outros elementos
constituintes da organização política, tais como a dimensão e a extensão dos estados. Referindo
por fim que Montesquieu não é apenas um precursor, mas um dos fundadores da sociologia.
8
Montesquieu buscava extrair as leis humanas da observação das relações entre os homens.
Assim, a ideia central do pensamento de Montesquieu, portanto, era conferir as leis não como
fruto do arbítrio de quem as escreve, mas da decorrência da realidade social e histórica de um
povo, mantendo relações íntimas com essa realidade, possuindo, assim, um sentido, um
“espírito”.
Por fim, constata-se que O método de Montesquieu consistiu em examinar as leis positivas nas
suas relações entre si, mostrando que, pela sua própria natureza, determinadas leis tanto
implicavam como excluíam outras. Havia, por isso, entre as leis positivas, relações naturais de
exclusão e de inclusão, dirigidas não pela arbitrariedade de um homem ou de uma assembleia,
mas pela necessidade das coisas.
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
9
10