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CACILDA BECKER
^ teatro e suas chamas
1997, by Editora Arte & Ciência
Editor
Henrique Villibor Flory
Diretor Administrativo,
Editoração Eletrônica e Projeto Gráfico
Aroldo José Abreu Pinto
Coordenador Editorial e Arte de Capa
João Luiz Cardoso Tápias Ceccantini
Capa
Rejane Rosa
Fotos da Capa e Miolo
Arquivo pessoal da Família Becker
Revisão
Letizia Zini Antunes
Pallottini, Renata
Série Cacilda Becker: o teatro e suas chamas / Renata Pallottini. - São
Paulo: Arte & Ciência, 1997.
p. 144
ISBN:
1. Leitura. 1. Título.
CDD-
1 a Parte
Os anos de aprendizado p. 11
2a Parte
O tempo do TBC p. 31
3ª Parte
Em casa própria p. 91
(Os anos do aprendizado)
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III
' claridade..."
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"Na casa, a arquite ra se assemelha
ao vulto dos avós, dos bisavós..."
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(O tempo do TBC)
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a
` mor e a ansiedade com que Cacilda esperava
esse filho, entre os trabalhos de todo dia (e de toda
noite) que lhe pedia o teatro, os embates com uma nova
situação doméstica, os acertos que a vida pessoal e a
vida profissional requeriam, estão patentes nesta carta que,
antes do nascimento, ela escreve ao seu filho e à qual
chamou Primeira carta para o meu bebé:
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XIII
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~ cilda tinha, agora, vinte e nove anos, um
casamento malsucedido e um filho. A vida, a sensibilidade
e a capacidade de amar não estavam esgotadas nessas
experiências; nem poderiam estar, tratando-se de uma
artista que vivia todos os segundos de sua vida - quiçá
adivinhando que ela seria curta? Os depoimentos dos
companheiros de trabalho - que, afinal, eram seus
companheiros na maior parte de sua vida - dão conta de
quantas horas de conversação passavam discutindo teatro,
arte em geral, a vida profissional, as idiossincrasias dos
diretores, as fatalidades da realidade brasileira...
Adolfo Celi, o excelente diretor que viera da Itália,
via Argentina, para realizar boa parte de sua carreira aqui,
havia chegado pouco antes, em 1949. A influência que seu ^
trabalho de guia profissional e sua afeição exerceram na
carreira e na vida de Cacilda é notória. Ele a dirigiu, pela
primeira vez, em Nick-Bar. Era o começo de uma
colaboração que se estendeu até que Celi fundasse, com
Tonia Carrero e Paulo Autran, sua própria companhia. Diz
Celi textualmente: "não era uma mulher feliz, tenho a
impressão de que nunca foi feliz. " Esse não ser feliz, essa
consciência da angústia humana como uma fatalidade, que
permeava todos os seus trabalhos, Cacilda a levou ao ápice
mais tarde, no seu último espetáculo, quando fez Esperando
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Godot.
Mas aqui ela ainda estava realizando a Alma
Winemiller, personagem de Tennesse Williams, em O anjo
de pedra. Nesta peça, como em geral nos textos do autor, o
que se via era, exatamente, o retrato da angústia humana,
da frustração humana elevada à sua mais alta condição
poética. E foi uma das mais belas criações de Cacilda.
Talvez seja deste tempo um poema sem data,
manuscrito, com todas as características de um rascunho,
encontrado mais tarde entre seus papéis:
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^ ^
referiram por escrito à interpretação de Cacilda em Pega-
Fogo são unãnimes em dizer que esse foi um dos seus
melhores trabalhos, quando não, definitivamente, o melhor.
Em todas as críticas, a distinção lhe é concedida, ressaltam-
se vários aspectos, todos eles positivos, da sua
interpretação.
Diz Adolfo Celi, por exemplo, na obra já referida,
de Nanci Fernandes e Maria Thereza Vargas:
"A coisa mais bonita que eu ví dela foi Pega Fogo, que não
foi dirigido por mim, foi dirigido pelo grande Zimba. (..)
Foi uma coisa extraordinária, ela aí conseguiu mostrar toda
a sua infância, que não deve ter sido fácil não. Ela
conseguiu transmitir toda essa dor, a dor de uma criança
que não foi feliz, que nunca foi feliz..."
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"Principalmente as pessoas
que, mesmo ruins, eram boas-f
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de Brecht.
O espetáculo, por todas essas razões, foi sacrificado.
Seu diretor, Ruggero Jacobbi, resolveu, em conseqüência,
demitir-se e abandonar o seu trabalho no Teatro Brasileiro
de Comédia, encerrando assim, uma colaboração que se
afigurava brilhante. Perdia o TBC um dos seus maiores
diretores e perdia o Brasil um estudioso e ensaísta que,
entre outras coisas, foi o responsável pelo re-descobrimento
da já citada obra-prima de Gonçalves Dias: Leonor de
Mendonça.
Do incidente se extrai uma conclusão: o TBC,
brilhante quanto às suas opções artísticas, capaz de arcar
com a responsabilidade de selecionar, contratar e manter
junto a si a nata dos artistas do gênero teatral, preparado
para trazer e exibir ao público brasileiro os melhores textos
da literatura dramática universal, não estava disposto a
arriscar a preferência de que gozava junto à burguesia
nacional, em nome de uma denúncia social.
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-anárquicos, báquicos, tensos,
mas cheios de mel e esperança.."
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senhores, é a terra!"
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ficara para trás
o ser feliz."
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não posso falar em liberdade
é proibido."
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os textos de teatro - todos - tinham de passar por uma
Censura Federal agora realmente imperante, e não mais,
como o fora outrora, simpática e bonachona, para poderem,
depois, entrar em estudos, leitura e ensaios para espetáculo,
ocorrendo casos em que, após o ensaio-geral, e com
espetáculo anunciado ao público, a Censura simplesmente
proibia a estréia. Com um recrudescimento em 1968, esse
instrumento policial estava, agora, instruído a pinçar nos
textos desde supostas incitações à desobediência e à
"contra-revolução" (como se de uma revolução se tratasse),
até supostos atentados à moral, quando não a vetar todo o
texto pura e simplesmente. Isso complicava e entravava o
já difícil trabalho da gente de teatro que, em geral, acabava
por necessitar de um representante em Brasília - a Brasília
cujo teatro Cacilda inaugurara - para liberar textos, na
maioria das vezes, aliás, absolutamente inofensivos.
Nesse período, Cacilda apresentou a peça O preço
de um homem, de Steve Passeur, direção de Maurice Vaneau^
e, aí sim com mais ambição, seu grande sucesso da época:
Quem tem medo de Virgínia Woolf, de Edward Albee,
direção de Vaneau, num elenco em que apareciam, a seu ^
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se eu corresse prá casa
para quem correria?"
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"Dois vagabundos esperam Godot
dentro de um campo."
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Era principalmente a voz de martelo sensível
martelando e doendo e descascando
a casca podre da vida
para mostrar o miolo de sombra
a verdade de cada um nos mitos cênicos."
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ou no quintal do menino.
Como eu mesma:
Como Jõ Soares:
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"Quem já não está
jaz numa tábula de prata-f
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E ainda:
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(À memória de
Cacilda Becker
Alberto D`Aversa
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