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APOSTILA

PORTUGUÊS Prof. Eli Castro


- COMPLETA -
SUMÁRIO
00. Apresentação .................................................................................... 03
01. Interpretação de textos. ......................................................................... 04
02. Classes de palavras ............................................................................ 33
03. Estrutura e formação de palavras ........................................................... 67
04. Regência Verbal e Nominal ..................................................................... 77
05. Crase. ........................................................................................................ 110
06. Termos da oração.............................................................................. 130
07. Concordância Verbal................................................................................ 140
08. Concordância Nominal ............................................................................ 167
09. Pontuação ................................................................................................ 178
10. Significação das Palavras ......................................................................... 199
11. Sintaxe da Oração e do Período ............................................................. 206
12. Uso do “PORQUE”. ................................................................................... 238
13. Funções do SE. ......................................................................................... 241
14. Funções do QUE. ...................................................................................... 245
15. Acentuação gráfica .................................................................................. 152
15. Vozes verbais. . ........................................................................................ 250
16. Acentuação gráfica .................................................................................. 256
17. Redação Oficial ........................................................................................ 269
18. Figuras de linguagem......................................................................... 283
PORTUGUÊS
Prof. Eli Castro

00. Apresentação

Esta apostila foi idealizada com o propósito de fazer com que você consiga estudar sozinho e com o máximo de
rendimento. Procure ler com atenção as dicas, as observações e, principalmente, não deixe de fazer todos os
exercícios que aqui aparecem.

Desejo toda a sorte do mundo a você. E tenha sempre em mente que estudar, agora, é um trabalho. Por isso, não
chegue tarde, não falte, não durma em serviço e sempre procure bater metas. Assim, o sucesso é só uma questão
de tempo. Sincero abraço!

Eli Castro.

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Esta apostila está fundamentada nas seguintes gramáticas: Nova Gramática do Português Contemporâneo, de
Celso Cunha & Lindley Cintra; Nova Gramática da Língua Portuguesa, de Evanildo Bechara; Novíssima Gramática
da Língua Portuguesa, de Domingos Paschoal Cegalla, Gramática para Concursos, de Marcelo Rosenthal e A
Gramática para concursos, de Fernando Pestana. Das cinco, sugiro a última, uma vez que ela é rica em exercícios
e traz base teórica na medida certa. Também sugiro a aquisição do Dicionário Houaiss, o melhor disponível no
mercado.

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Eli Castro é graduado pela Universidade Estadual do Ceará (UECE) com licenciatura em Língua Portuguesa, Litera-
tura e Língua Espanhola. Foi professor de espanhol do Núcleo de Línguas da UECE entre os anos de 2002 e 2005. É
mestre em Literatura Brasileira Contemporânea pela Universidade Federal do Ceará (UFC), onde foi professor
substituto entre os anos de 2008 e 2010. É professor dos principais cursinhos preparatórios para concursos em
Fortaleza. Leciona, também, em cursos de pós-graduação em faculdades particulares. Atualmente, prepara proje-
to de doutorado com fortes inclinações para a psicanálise e a filosofia da linguagem.

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01. Interpretação de textos

RELEVÂNCIA DO ASSUNTO EM PROVAS: Altíssima. Muitas vezes, até as questões de gramática dependem
da interpretação do texto lido.

DICA: Resolva o máximo de questões que você puder. Se você resolver três questões por dia, em um mês
você estará muito mais atento e menos vulnerável a perder questões, de um certo modo, simples.

DICA DE ESTUDO: Leia, com bastante atenção, a técnica que apresento na sequencia. Não subestime esse
tema. Muitos alunos pensam que, para se sair bem nas questões de interpretação, basta fazer uma boa leitura.
Isso não é verdade. Há mais coisas que envolvem o gesto de interpretar um texto que se encontra numa prova de
concurso. Há detalhes sutis nos enunciados e nos próprios itens. O texto, curiosamente, é o menos perigoso de
todos os elementos que envolvem a interpretação.

POSSIBILIDADE DE CAIR NA PROVA: Alta. Às vezes, metade da prova é de interpretação de textos. Por is-
so, esse assunto não pode ser deixado de lado.

STATUS: Em sala e com o professor.

Entendendo o que é interpretar textos para uma prova de concurso.


O que é interpretar um texto? Como se deve proceder quando se está diante de um conjunto de ideias
arquitetadas em parágrafos? A interpretação seria um procedimento igual, sempre, independente do texto e da
situação em que está inserido o leitor? Antes de responder a essas interessantes perguntas, comecemos por uma
delimitação inevitável: quando se está numa situação de prova, não se interpreta apenas o texto, mas tudo aquilo
que o envolve e o evidencia. Estou querendo dizer que, numa prova de concurso, não basta ler atentamente o
texto que ali se encontra, mas sim considerar que os enunciados das questões e os itens (A, B, C, D e E) também
fazem parte do processo interpretativo. Dessa forma, o candidato deve ter a consciência de que seu êxito nas
questões de interpretação depende fundamentalmente da triangulação representada a seguir:

Texto

Enunciado Itens

É com base nessa dinâmica que o candidato pode chegar a uma conclusão satisfatória.

Vamos agora explorar esse triângulo de forma mais aprofundada. Comecemos pela ponta da figura: o tex-
to. Sugiro, ao ler pela primeira vez o texto da prova, que você fique atento a tudo, que se desligue do mundo a
sua volta e entre no mundo do texto. Se possível, grife, circule ou faça qualquer outra marcação quando vir algo
que lhe chame a atenção, algo inusitado ou alguma coisa que você não tenha entendido direito. Esse procedi-
mento faz com que o candidato ganhe tempo, já que não precisará mais ficar procurando aquela palavra esquisita
ou expressão importante que acabara de ler.

Continuemos, agora, com a parte de baixo da figura: o enunciado. Ler e interpretar o enunciado de uma
questão é fundamental. Contudo, esse sucesso depende de um simples procedimento: encontre o “comando” da
questão. Chamo “comando” determinada palavra ou expressão que, disfarçadamente ou não, orienta o candidato
a encontrar o item correto. O “comando”, não sendo encontrado ou simplesmente esquecido ─ ou mesmo aban-
donado pelo candidato ─, pode trazer vários prejuízos. Por isso, sugiro que você grife o “comando” e não se des-

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ligue dele um só instante. Assim, sempre que terminar a leitura de um item, volte ao “comando” para, só depois,
começar a leitura do próximo item. Repita esse procedimento até o item “E”. Dessa maneira, você terá indicativos
muito mais satisfatórios para julgar uma questão.

Vamos fazer, agora, um pequeno teste. Você lerá, em seguida, alguns enunciados extraídos de provas re-
ais. No final deste capítulo, há as respostas. Seu objetivo é identificar e grifar os “comandos” de cada um deles.

Boa sorte.

01- A analogia estabelecida pelo autor entre a importância do computador e a da primeira Revolução Industrial
deriva do fato de que, em ambos os casos... (FCC).

02- Nessa carta aberta, Einstein demonstra acreditar que a ONU... (FCC).

03- O único elemento que não faz parte da estratégia argumentativa do texto lido é... (Funrio).

04- Marque a paráfrase do texto de Darcy Ribeiro isenta de erros (ESFAF).

05- Assinale a opção que apresenta inferência coerente com as idéias do texto (Esaf).

06- É correto deduzir das afirmações do texto que (FCC).

07- De acordo com o texto II, a única palavra que NÃO pertence ao campo semântico de “camelô” é... (Funrio).

08- A afirmação que está no título do texto faz referência ao fato de que, para o autor, (FCC).

Supondo que você já tenha ido conferir as respostas, vale a pena insistir um pouco mais nesses segundo
momento do triângulo. Às vezes, sentimos grande dificuldade em interpretar os enunciados por conta de deter-
minadas palavras ou expressões que não são de uso comum em nosso cotidiano. É o caso, por exemplo, de pala-
vras como “inferir”, “aferir”, “subjacente”, “antitético”, “coesão”, “nexo”, “léxico”, “lexical”; e de expressões co-
mo “campo semântico”, “elemento anafórico”, “elemento catafórico”, dentre outras. Por esse motivo, é funda-
mental que você saiba o que significa cada uma dessas palavras ou expressões. Abaixo, coloco ─ de forma resu-
mida ─ o significado das que citei anteriormente.

1. Inferir: concluir a partir de indícios textuais; é uma espécie de dedução mais elaborada, em que você usa até
as suas experiências de vida para realizá-la.

2. Depreender: embora signifique a mesma coisa que “inferir”, em provas, esse verbo acaba sendo utilizado de
maneira um pouco diferente. Depreender é, na visão de muitas bancas, colher (coletar) o que está no texto.
Só que essa coleta não é simples (óbvia), é como se você precisasse de uma lupa para enxergar aquilo que
está bem escondido no texto. Depreender é, portanto, um tipo específico de inferência.

3. Aferir: pôr em confronto; investigar as diferenças; examinar a fundo.

4. Subjacente: aquilo que fica por baixo; ou, que vem de baixo.

5. Antitético: que conclui ou encerra antítese, ou seja, contrariedade.

6. Coesão: ligação entre os elementos dos um texto.

7. Nexo: algumas organizadoras, como a Conesul, usam essa palavra como sinônimo de conjunção.

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8. Léxico: conjunto de palavras de determinada língua. Ou seja, quando uma questão envolver essa palavra,
pense logo num dicionário, já que é lá que estão as palavras do léxico da língua portuguesa.

9. Campo lexical: que vem do léxico.

10. Campo semântico: cada contexto comunicativo exige um tipo de campo semântico (ou território de sentido).
Nele, as palavras assumem significados próprios. Por exemplo: ao se pensar em fazer um churrasco, uma sé-
rie de palavras surgirá para compor esse “campo”: carne, sal grosso, cerveja, festa, brinde, família, amigos,
música etc. Já para a palavra concurso, outro grupo de palavras aparece: prova, apostila, questões, aula, pro-
fessor, estudo, disciplina etc. Ou seja: campo semântico é um espaço virtual para o qual um grupo afim de
palavras converge.

11. Elemento anafórico: consideremos a seguinte texto “Lula não virá mais a Fortaleza, pois o Presidente está
muito atarefado. Sua viagem à capital cearense fica adiada para o segundo semestre”. Note que “Presidente”
e “Capital cearense” retomam, ou seja, fazem referência aos termos Lula e Fortaleza. Assim, diz-se que es-
tamos diante de elementos anafóricos, já que eles ─ sem promover repetição ─ “apontam” para palavras
que já foram mencionadas. É o que chamamos de anáfora.

12. Elemento catafórico: usa o mesmo princípio do anafórico, só que, em vez de “apontar” para trás, “aponta”
para frente. Por exemplo: “Ele disse que nunca mais voltaria ali, Fortaleza”. Note que o elemento gramatical
“ali” faz referência ao termo que surge imediatamente após. Daí termos uma catáfora.

Há outras muitas palavras que podem surgir ao longo dos enunciados. Sua postura, agora, é procurar sa-
ber o que elas significam para que sua interpretação seja plausível. Tenha sempre consigo um bom dicionário.

Bom, já estamos quase no fim desse capítulo. A última parte do triângulo que nos falta é da dos itens.
Talvez seja esta a parte mais complicada do processo de interpretação, uma vez que ela é a que costuma tirar a
concentração dos candidatos com mais frequência. Por qual seria o motivo? Isso ocorre porque, geralmente, o
candidato se desliga do “comando”. Lembre-se sempre de que seu objetivo é ligar o item correto ou o falso ao
que propõe o enunciado da questão. E, para que isso funcione bem, sugiro que você descarte os itens “podres” o
quanto antes. O que são itens “poderes”? São aqueles que destoam muito do “comando” da questão. Normal-
mente, eles fogem ao assunto do texto, usam palavras generalistas como “apenas”, “tudo”, “nada”, “somente”,
“jamais” etc., trazem comentários cheios de palavras bonitas ou de efeito, ou, finalmente, dizem uma verdade
sobre o texto, mas uma verdade que não é a que a questão deseja saber. Muita atenção para este último caso!

Por fim, um último esclarecimento sobre interpretação é inevitável: se você tiver sido um bom leitor ao
longo de sua carreira escolar e acadêmica, suas chances são bem significativas, e crescem mais ainda quando você
segue as dicas dadas acima. Por outro lado, se seu contato com a leitura não tiver sido dos mais satisfatórios,
sugiro que você estude mais, resolva mais exercícios e não tenha medo de ler. Somente a prática dirigida e orien-
tada pode fazer com que você, em pouco tempo, recupere o tempo perdido.

Boa sorte!

Eli castro.

RESPOSTAS DO TESTE
05- inferência
01- analogia / deriva do
06- deduzir
02- demonstra
07- campo semântico
03- estratégia argumentativa
08- faz referência a
04- paráfrase

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EXERCÍCIOS DE INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS.

EXERCÍCIOS 01

TEXTO I

Os anônimos

Na história de Branca de Neve, a rainha má consulta o seu espelho e pergunta se existe no reino uma beleza maior
do que a sua. Os espelhos de castelo, nos contos de fada, são um pouco como certa imprensa brasileira, muitas
vezes dividida entre as necessidades de bajular o poder e de refletir a realidade.O espelho tentou mudar de assun-
to, mas finalmente respondeu: “Existe”. Seu nome: Branca de Neve.

A rainha má mandou chamar um lenhador e instruiu-o a levar Branca de Neve para a floresta, matá-la, desfazer-
se do corpo e voltar para ganhar sua recompensa. Mas o lenhador poupou Branca de Neve. Toda a história de-
pende da compaixão de um lenhador sobre o qual não se sabe nada. Seu nome e sua biografia não constam em
nenhuma versão do conto. A rainha má é a rainha má, claramente um arquétipo, e os arquétipos não precisam de
nome. O Príncipe Encantado, que aparecerá no fim da história, também não precisa. É um símbolo reincidente,
talvez nem a Branca de Neve se dê ao trabalho de descobrir seu nome. Mas o personagem principal da história,
sem o qual a história não existiria e os outros personagens não se tornariam famosos, não é símbolo de nada. Ele
só entra na trama para fazer uma escolha, mas toda a narrativa fica em suspenso até que ele faça a escolha certa,
pois se fizer a errada não tem história. O lenhador compadecido representa dois segundos de livre-arbítrio que
podem desregular o mundo dos deuses e dos heróis. Por isso é desprezado como qualquer intruso e nem aparece
nos créditos.

Muitas histórias mostram como são os figurantes anônimos que fazem a história, ou como, no fim, é a boa consci-
ência que move o mundo. Mas uma das pessoas do grupo em que conversávamos sobre esses anônimos discordou
dessa tese, e disse que a entrada do lenhador simbolizava um problema da humanidade, que é a dificuldade de
conseguir empregados de confiança, que façam o que lhes for pedido.

(Adaptado de Luiz Fernando Verissimo, Banquete com os deuses)

1. O autor do texto considera que, em muitas histórias, certos personagens anônimos

(A) revestem-se de um caráter eminentemente simbólico, ainda que secundário para o desenvolvimento da
trama.
(B) representam a desordem do acaso, entendido este como o destino que os deuses escolhem para a his-
tória humana.
(C) equiparam-se a símbolos reincidentes, como o Príncipe, para melhor sublinharem o ensinamento de
uma fábula.
(D) têm crucial relevância para a história, ainda que relegados à obscuridade de transitórios figurantes.
(E) tornam-se irrelevantes depois de seu desempenho, na sequência de eventos independentes de sua par-
ticipação.

2. O autor do texto levanta a seguinte hipótese para justificar o modo pelo qual personagens como o lenha-
dor são anônimos em muitas histórias: eles seriam vistos como responsáveis por

(A) uma escolha pessoal e independente, que não deixa de afrontar uma instância superior já estabelecida.
(B) atos de subversão e anarquia, dado que, para atender a vontade dos deuses, ignoram a dos homens.

(C) decisões éticas basicamente preocupadas em conciliar a justiça terrena e a vontade divina.

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(D) uma escolha irracional, justificável pela precária condição cultural que os caracteriza.
(E) uma reação de tal modo imprevisível que impossibilita uma sequência lógica de eventos.

3. Deve-se deduzir do texto que a razão pela qual os arquétipos não precisam de nome é que

(A) seu papel, tal como o do lenhador, já está estabelecido pelo Destino.
(B) sua importância, como a do lenhador, é casual, servindo para acentuar o realismo da narrativa.
(C) sua significação, tal como a do Príncipe Encantado, já está estabelecida pela tradição das histórias.
(D) sua função, tal como a da imprensa, é oscilar entre a necessidade pública e o interesse privado.
(E) sua relevância, tal como a da rainha má, está em representar uma rápida indecisão.

4. Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um elemento do texto em:

(A) dividida entre as necessidades (1º parágrafo) __ açodada pelos desejos.


(B) de bajular o poder e de refletir a realidade (1º parágrafo) __ de cortejar a instância superior e obliterar o
real.
(C) Toda a história depende da compaixão (2º parágrafo) __ toda a narrativa suscita um compadecimento.
(D) É um símbolo reincidente (2º parágrafo) __ simboliza uma reiteração.
(E) só entra na trama para fazer uma escolha (2º parágrafo) __ não participa do enredo senão para assumir
uma opção.

TEXTO II

Pós-11/9

Li que em Nova York estão usando “dez de setembro” como adjetivo, significando antigo, ultrapassado. Como em:
“Que penteado mais dez de setembro!”. O 11/9 teria mudado o mundo tão radicalmente que tudo o que veio an-
tes – culminando com o day before [dia anterior], o último dia das torres em pé, a última segunda-feira normal e a
véspera mais véspera da História – virou preâmbulo. Obviamente, nenhuma normalidade foi tão afetada quanto o
cotidiano de Nova York, que vive a psicose do que ainda pode acontecer. Os Estados Unidos descobriram um sen-
timento inédito de vulnerabilidade e reorganizam suas prioridades para acomodá-las, inclusive sacrificando alguns
direitos de seus cidadãos, sem falar no direito de cidadãos estrangeiros não serem bombardeados por eles. Protes-
tos contra a radicalíssima reação americana são vistos como irrealistas e anacrônicos, decididamente “dez de
setembro”.

Mas fatos inaugurais como o 11/9 também permitem às nações se repensarem no bom sentido, não como sub-
missão à chantagem terrorista, mas para não perder a oportunidade do novo começo, um pouco como Deus – o
primeiro autocrítico – fez depois do Dilúvio. Sinais de revisão da política dos Estados Unidos com relação a Israel e
os palestinos são exemplos disto. E é certo que nenhuma reunião dos países ricos será como era até 10/9, pelo
menos por algum tempo. No caso dos donos do mundo, não se devem esperar exames de consciência mais pro-
fundos ou atos de contrição mais espetaculares, mas o
instinto de sobrevivência também é um caminho para a virtude.

O horror de 11/9 teve o efeito paradoxalmente contrário de me fazer acreditar mais na humanidade. A questão é:
o que acabou em 11/9 foi prólogo, exatamente, de quê? Seja o que for, será diferente. Inclusive por uma questão
de moda, já que ninguém vai querer ser chamado de “dez de setembro” na rua.

(Luis Fernando Verissimo, O mundo é bárbaro)

5. Já se afirmou a respeito de Luis Fernando Verissimo, autor do texto aqui apresentado: "trata-se de um
escritor que consegue dar seriedade ao humor e graça à gravidade, sendo ao mesmo tempo humorista ins-
pirado e ensaísta profundo".

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Essa rara combinação de planos e tons distintos pode ser adequadamente ilustrada por meio destes seg-
mentos do texto:

I. Que penteado mais dez de setembro! e Os Estados Unidos descobriram um sentimento inédito de vulne-
rabilidade.
II. Um pouco como Deus – o primeiro autocrítico – fez depois do Dilúvio e o instinto de sobrevivência tam-
bém é um caminho para a virtude.
III. Fatos inaugurais como o 11/9 também permitem às nações se repensarem e não se devem esperar
exames de consciência mais profundos.

Em relação ao texto, atende ao enunciado desta questão o que se transcreve em


(A) I, II e III.
(B) I e II, apenas.
(C) II e III, apenas.
(D) I e III, apenas.
(E) II, apenas.

6. Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento em:

(A) significando antigo, ultrapassado (1º parágrafo) __ conotando nostálgico, recorrente.


(B) reorganizam suas prioridades para acomodá-las (1º parágrafo) __ ratificam suas metas para as estabiliza-
rem.
(C) atos de contrição mais espetaculares (2º parágrafo) __ demonstrações mais grandiosas de arrependi-
mento.
(D) teve o efeito paradoxalmente contrário (2º parágrafo) __ decorreu de uma irônica contradição.
(E) foi prólogo, exatamente, de quê? (3º parágrafo) __ a que mesmo serviu de pretexto?

7. Ao comentar a tragédia de 11 de setembro, o autor observa que ela

(A) foi uma espécie de prólogo de uma série de muitas outras manifestações terroristas.
(B) exigiria das autoridades americanas a adoção de medidas de segurança muito mais drásticas que as en-
tão vigentes.
(C) estimularia a população novaiorquina a tornar mais estreitos os até então frouxos laços de solidarieda-
de.
(D) abriu uma oportunidade para que os americanos venham a se avaliar como nação e a trilhar um novo
caminho.
(E) faria com que os americanos passassem a ostentar com ainda maior orgulho seu decantado nacionalis-
mo.

TEXTO III

Os homens-placa

Uma cabeleira cor-de-rosa ou verde, um nariz de palhaço, luvas de Mickey gigantescas, pouco importa. Eis que
surge numa esquina, e replica-se em outras dez, o personagem mais solitário de nossas ruas, o homem-placa das
novas incorporações imobiliárias. Digo homem-placa, não porque ele seja vítima do velho sistema de ficar ensan-
duichado entre duas tábuas de madeira anunciando remédios ou espetáculos de teatro, nem porque, numa versão
mais recente, amarrem-lhe ao corpo um meio colete de plástico amarelo para avisar que se compra ouro ali por
perto. Ele é homem-placa porque sua função é mostrar, a cada encruzilhada mais importante do caminho, a dire-
ção certa para o novo prédio de apartamentos que está sendo lançado.

Durante uma época, a prática foi encostar carros velhíssimos, verdadeiras sucatas, numa vaga de esquina, colo-
cando o anúncio do prédio em cima da capota. O efeito era ruim, sem dúvida. Como acreditar no luxo e na distin-

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ção do edifício Duvalier, com seu espaço gourmet e seu depósito de vinho individual, se todo o sonho estava mon-
tado em cima de um
Opala 74 cor de tijolo com dois pneus no chão?

Eliminaram-se os carros-placa, assim como já pertencem ao passado os grandes lançamentos performáticos do


mercado imobiliário. A coisa tinha, cerca de dez anos atrás, proporções teatrais. Determinado prédio homenagea-
va a Nova York eterna: mocinhas eram contratadas para se fantasiarem de Estátua da Liberdade, com o rosto
pintado de verde, a tocha de plástico numa mão, o folheto colorido na outra. Ou então era o Tio Sam, eram Ma-
rilyns e Kennedys, que ocupavam a avenida Brasil, a Nove de Julho, as ruas do Itaim.

Esses homens e mulheres-placa não se comparam sequer ao guardador de carros, que precisa impor certa presen-
ça ao cliente incauto. Estão ali graças à sua inexistência social. Só que sua função, paradoxalmente, é a de serem
vistos; um cabelo azul, um gesto repetitivo apontando o caminho já bastam.

(Adaptado de: Marcelo Coelho, www.marcelocoelho.folha. blogspot.uol.com)

8. Os homens e mulheres-placa, no desempenho de sua função, evidenciam o paradoxo

(A) da reduzida eficácia que esse antigo e bem-sucedido recurso publicitário obtém nos dias atuais.
(B) de se preservar o romantismo do passado na utilização de uma técnica moderna de comunicação.
(C) de se chamar a atenção para a ostensiva presença pública de quem está imerso no anonimato.
(D) da teimosa insistência dos empreendedores financeiros numa anacrônica tática de vendas.
(E) da resignação com que fazem de seus próprios corpos matéria de propaganda imobiliária.

9. Atente para as seguintes afirmações:

I. Destituídos de qualquer qualidade pessoal, os homens- placa, em sua função mais recente, funcionam
como meros sinalizadores físicos da localização dos negócios.
II. No terceiro parágrafo, as referências à Estátua da Liberdade, Marilyns e Kennedys mostram como a pro-
paganda se vale de imagens estereotipadas para incutir prestígio em certos produtos.
III. A despersonalização a que se submetem os homens e mulheres-placa só não é maior do que a que sofre
um guardador de carros.

Em relação ao texto, está correto o que se afirma em

(A) I, II e III.
(B) I e II, somente.
(C) I e III, somente.
(D) II e III, somente.
(E) II, somente.

10. Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento em:

(A) replica-se em outras dez (1º parágrafo) __ contesta-se em dez outras.


(B) incorporações imobiliárias (1º parágrafo) __ admissões de imóveis.
(C) lançamentos performáticos (3º parágrafo) __ propulsões cuidadosas.
(D) impor certa presença (4º parágrafo) __ submeter a aparência.
(E) graças à sua inexistência social (4o parágrafo) __ devido à falta de sua identidade pública.

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11. O autor justifica a afirmação O efeito era ruim, sem dúvida, (2o parágrafo) mostrando

(A) o contrassenso de se anunciar um produto sofisticado por meio de um recurso grosseiro.


(B) o modesto resultado financeiro que se obtém pela publicidade apoiada em homens-placa.
(C) a ineficácia de uma propaganda sofisticada voltada para uma clientela de pouco poder aquisitivo.
(D) a impossibilidade de se tentar exaltar simultaneamente aspectos contraditórios de um produto.
(E) o pífio resultado obtido por quem busca valorizar o que é barato por meio de recursos baratos.

12. No 3º parágrafo, o autor se vale da expressão A coisa referindo-se, precisamente,

(A) à eliminação mais que justificável dos carros-placa.


(B) ao prestígio inconteste dos mais antigos recursos publicitários.
(C) às características teatrais dos carros-placa.
(D) aos desempenhos teatrais das campanhas imobiliárias.
(E) ao inesperado crescimento do mercado imobiliário.

TEXTO IV

Graças à espantosa explosão de teoria e prática da informação, novos avanços científicos foram se traduzindo
numa tecnologia que não exigia qualquer compreensão dos usuários finais. O resultado ideal era um conjunto de
botões que requeria apenas apertar-se no lugar certo para ativar um procedimento, sem demandar maiores con-
tribuições das qualificações e inteligência limitadas e inconfiáveis do ser humano médio.

A cobrança nos caixas de supermercado na década de 1990 tipificava essa eliminação do elemento humano. Não
exigia do operador mais que reconhecer as cédulas e moedas do dinheiro local. Um scanner automático traduzia o
código de barras do artigo num preço, somava todos os preços, deduzia o total da quantia entregue pelo cliente, e
dizia ao operador quanto dar de troco. O procedimento para assegurar essas atividades se baseia numa combina-
ção de maquinaria sofisticada e programação elaborada. Contudo, a menos que alguma coisa desse errado, esses
milagres de tecnologia científica não exigiam mais que um mínimo de atenção e uma capacidade um tanto maior
de concentrada tolerância ao tédio.

Para fins práticos, a situação do operador de caixa do supermercado representava a norma humana de fins do
século XX; não precisamos entender nem modificar os milagres da tecnologia científica de vanguarda, mesmo que
saibamos, ou julguemos saber, o que está acontecendo. Outra pessoa o fará ou já fez por nós. Pois, ainda que nos
suponhamos especialistas num ou noutro campo determinado, diante da maioria dos outros produtos diários da
ciência e tecnologia somos leigos ignorantes sem compreender nada. Assim, a ciência, através do tecido saturado
de tecnologia da vida humana, demonstra diariamente seus milagres ao mundo. É indispensável e onipresente.

E, no entanto, o século XX não se sentia à vontade com a ciência que fora a sua mais extraordinária realização, e
da qual dependia. O progresso das ciências naturais se deu contra um fulgor, ao fundo, de desconfiança e medo.

A desconfiança e o medo da ciência eram alimentados por alguns sentimentos: o de que a ciência era incompreen-
sível; o de que suas consequências tanto práticas quanto morais eram imprevisíveis e provavelmente catastrófi-
cas; o de que ela acentuava o desamparo do indivíduo e solapava a autoridade.
Tampouco devemos ignorar o sentimento de que, na medida em que a ciência interferia na ordem natural das
coisas, era inerentemente perigosa. Os primeiros dois sentimentos eram partilhados tanto por cientistas quanto
leigos, os dois últimos pertenciam basicamente aos de fora.

(Adaptado de: Eric Hobsbawm. Era dos extremos. Trad. Marcos Santarrita. São Paulo: Cia. das Letras, 2006, p. 509-512)

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13. Segundo o texto,

(A) os grandes avanços provenientes das ciências naturais no século XX foram acompanhados pelo temor e
pela suspeita de que malefícios poderiam deles advir.
(B) a tecnologia das máquinas substitui a mão de obra humana em diversos setores, causando, entre outras
consequências desastrosas, o desemprego.
(C) em termos morais, o avanço da tecnologia trouxe consequências negativas, pois a ciência é desprovida
de ética e é preocupante o uso que se faz dela.
(D) um dos obstáculos que impedem um maior desenvolvimento da ciência até os dias de hoje configura-se
na crença de que devemos seguir as leis da natureza para não corrermos riscos.
(E) ainda que possuam conhecimentos específicos de outras áreas, os que têm pouca familiaridade com a
tecnologia e não a compreendem devem ficar para trás em um mercado competitivo como o dos dias
atuais.

14. O segmento em que o autor NÃO exprime opinião pessoal ou posicionamento crítico é:

(A) Graças à espantosa explosão de teoria e prática da informação, novos avanços científicos foram se tra-
duzindo numa tecnologia que não exigia qualquer compreensão dos usuários finais.
(B) O procedimento para assegurar essas atividades se baseia numa combinação de maquinaria sofisticada
e programação elaborada.
(C) ... diante da maioria dos outros produtos diários da ciência e tecnologia somos leigos ignorantes sem
compreender nada.
(D) ...esses milagres de tecnologia científica não exigiam mais que um mínimo de atenção e uma capacidade
um tanto maior de concentrada tolerância ao tédio.
(E) ...requeria apenas apertar-se no lugar certo para ativar um procedimento, sem demandar maiores con-
tribuições das qualificações e inteligência limitadas e inconfiáveis do ser humano médio.

15. Graças à espantosa explosão de teoria e prática da informação, novos avanços científicos foram se tradu-
zindo numa tecnologia que não exigia qualquer compreensão dos usuários finais.
Identificam-se nas frases acima, respectivamente,

(A) causa e consequência.


(B) hipótese seguida de conclusão.
(C) afirmação e concessão.
(D) argumentação e ressalva.
(E) temporalidade e finalidade.

TEXTO V

Nosso currículo escolar devia dedicar mais tempo e atenção à anatomia e à fisiologia, para que as crianças se
formassem com conhecimentos mínimos sobre o funcionamento do organismo. Não admitimos que nossos filhos
estudem em colégio que não lhes ensine informática. Fazemos questão que se familiarizem com os computadores,
sem os quais serão atropelados pela concorrência do futuro, mas aceitamos que ignorem a organização básica da
estrutura da qual dependerão para respirar até o dia da morte. Houvesse mais interesse em despertar no aluno a
curiosidade de decifrar como funciona essa máquina maravilhosa, que a evolução fez chegar até nós depois de 3,5
bilhões de anos de competição e seleção natural, desde pequenos trataríamos o corpo com mais respeito e sabe-
doria e não daríamos ouvidos a teorias estapafúrdias, a superstições, ao obscurantismo e à pseudociência que faz
a alegria dos charlatãPes.

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A medicina é um ramo da biologia, ciência que se propõe a estudar os seres vivos e as leis que os regem, não é
domínio da crença; não é religião. O organismo humano é a estrutura mais complexa que conhecemos ─ alguns o
consideram mais complexo do que o próprio Universo. Estudar os mecanismos
responsáveis pela circulação e oxigenação do sangue, pela digestão dos nutrientes, ter uma ideia de como ocor-
rem as principais reações metabólicas e aprender que nosso corpo é uma máquina que se aperfeiçoa com o mo-
vimento é a melhor forma de evitar que ele nos deixe no meio da estrada.

Num mundo cada vez mais dominado pela tecnologia, o ensino de ciências deve começar na pré-escola. Apren-
dendo desde cedo, as crianças incorporarão o pensamento científico à rotina de suas vidas e descobrirão belezas e
mistérios inacessíveis aos que desconhecem os princípios segundo os quais a natureza se organizou.

(Adaptado de: Drauzio Varella. A ignorância e o corpo. FSP, 18/06/2011, p.E 20)

16. A principal conclusão do autor, no texto, é a de que

(A) pessoas supersticiosas tendem a se angustiar com alegações infundadas.


(B) o ensino de informática é imprescindível na atualidade e deve começar cedo.
(C) teorias científicas de credibilidade questionável deveriam ser banidas da mídia.
(D) o ensino da biologia tem maior importância na vida escolar do que o da informática.
(E) o conhecimento dos mecanismos que comandam o corpo deve ser incentivado desde cedo na escola.

17. Leia atentamente o que se afirma abaixo:

I. Houvesse mais interesse em despertar no aluno a curiosidade de decifrar como funciona essa máquina
maravilhosa, que a evolução fez chegar até nós depois de 3,5 bilhões de anos de competição e seleção
natural, desde pequenos trataríamos o corpo com mais respeito e sabedoria...
Infere-se do segmento acima que os cuidados com o próprio corpo melhoram à medida que aumenta o
domínio sobre o seu funcionamento.
II. Fazemos questão que se familiarizem com os computadores, sem os quais serão atropelados pela con-
corrência do futuro, mas aceitamos que ignorem a organização básica da estrutura da qual dependerão
para respirar até o dia da morte.
Identifica-se entre as frases acima hipótese seguida de confirmação.
III. ...belezas e mistérios inacessíveis aos que desconhecem os princípios segundo os quais a natureza se or-
ganizou.
O segmento acima está reescrito com outras palavras, mantendo-se a correção, a lógica e, em linhas ge-
rais, o sentido original em: Apenas os que são capazes de julgar as leis que organizam a natureza, com
suas belezas e mistérios, pode se familiarizar com ela.
Está correto o que consta em:

(A) II e III, apenas.


(B) I e III, apenas.
(C) II, apenas.
(D) I, apenas.
(E) I, II e III.

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EXERCÍCIO 02

De volta à Antártida

A Rússia planeja lançar cinco novos navios de pesquisa polar como parte de um esforço de US$ 975 milhões para
reafirmar a sua presença na Antártida na próxima década. Segundo o blog Science Insider, da revista Science, um
documento do governo estabelece uma agenda de prioridades para o continente gelado até 2020. A principal
delas é a reconstrução de cinco estações de pesquisa na Antártida, para realizar estudos sobre mudanças climáti-
cas, recursos pesqueiros e navegação por satélite, entre outros. A primeira expedição da extinta União Soviética à
Antártida aconteceu em 1955 e, nas três décadas seguintes, a potência comunista construiu sete estações de
pesquisa no continente. A Rússia herdou as estações em 1991, após o colapso da União Soviética, mas pouco
conseguiu investir em pesquisa polar depois disso. O documento afirma que Moscou deve trabalhar com outras
nações para preservar a “paz e a estabilidade” na Antártida, mas salienta que o país tem de se posicionar para
tirar vantagem dos recursos naturais caso haja um desmembramento territorial do continente.

(Pesquisa Fapesp, dezembro de 2010, no 178, p. 23)

1. A principal delas é a reconstrução de cinco estações de pesquisa na Antártida, para realizar estudos sobre
mudanças climáticas, recursos pesqueiros e navegação por satélite, entre outros.

O segmento grifado na frase acima tem sentido

(A) adversativo.
(B) de consequência.
(C) de finalidade.
(D) de proporção.
(E) concessivo.

2. Em “paz e a estabilidade”, na última frase do texto, o emprego das aspas

(A) indica que esse segmento é transcrição literal do documento do governo russo mencionado no início do
texto.
(B) sugere a desconfiança do autor do artigo com relação aos supostos propósitos da Rússia de manter a
paz na Antártida.
(C) revela ser esse o principal objetivo do governo russo ao reconstruir estações de pesquisa na Antártida
que datam do período soviético.
(D) aponta para o sentido figurado desses vocábulos, que não devem ser entendidos em sentido literal, co-
mo o constante dos dicionários.
(E) justifica-se pela sinonímia existente entre paz e estabilidade, o que torna impensável a existência de
uma sem a outra.

3. Há exemplos de palavras ou expressões empregadas no texto para retomar outras já utilizadas sem repeti-
las literalmente, como ocorre em:

I. O continente gelado / a Antártida


II. Moscou / a Rússia
III. A revista Science / o blog Science Insider
IV. A potência comunista a União Soviética Atende corretamente ao enunciado da questão o que está em

(A) I e III, apenas.


(B) I e IV, apenas.
(C) II e III, apenas.
(D) I, II e IV, apenas.
(E) I, II, III e IV

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Atenção: As questões de números 4 a 6 referem-se ao texto abaixo.

Quando eu sair daqui, vamos começar vida nova numa cidade antiga, onde todos se cumprimentam e ninguém
nos conheça. Vou lhe ensinar a falar direito, a usar os diferentes talheres e copos de vinho, escolherei a dedo seu
guarda-roupa e livros sérios para você ler. Sinto que você leva jeito porque é aplicada, tem meigas mãos, não faz
cara ruim nem quando me lava, em suma, parece uma moça digna apesar da origem humilde. Minha outra mu-
lher teve uma educação rigorosa, mas mesmo assim mamãe nunca entendeu por que eu escolhera justamente
aquela, entre tantas meninas de uma família distinta.

(Chico Buarque. Leite derramado, São Paulo, Cia. das Letras, 2009, p. 29)

4. Leia atentamente as afirmações abaixo sobre o texto.

I. Ao expressar o desejo de viver numa cidade “onde todos se cumprimentam e ninguém nos conheça”, o
narrador incorre numa evidente e insolúvel contradição.
II. A afirmação de que a “outra mulher teve uma educação rigorosa” é reafirmação, por contraste, de que
aquela a quem o narrador se dirige não a teve, o que já estava implícito no propósito de “lhe ensinar a
falar direito, a usar os diferentes talheres e copos de vinho etc.”.
III. Ao dizer que sua interlocutora “parece uma moça digna apesar da origem humilde”, o narrador sugere,
por meio da concessiva, que a dignidade não costuma ser característica daqueles cuja origem é humilde.

Está correto o que se afirma em

(A) I, II e III.
(B) II e III, apenas.
(C) I e III, apenas.
(D) I e II, apenas.
(E) II, apenas.

5. ... escolherei a dedo seu guarda-roupa e livros sérios para você ler.
A expressão grifada na frase acima pode ser substituída, sem prejuízo para o sentido original, por:

(A) pessoalmente.
(B) de modo incisivo.
(C) apontando.
(D) entre outras coisas.
(E) cuidadosamente

Minha outra mulher teve uma educação rigorosa, mas mesmo assim mamãe nunca entendeu por que eu escolhe-
ra justamente aquela, entre tantas meninas de uma família distinta.

6. O verbo grifado na frase acima pode ser substituído, sem que se altere o sentido e a correção originais, e o
modo verbal, por:

(A) escolheria.
(B) havia escolhido.
(C) houvera escolhido.
(D) escolhesse.
(E) teria escolhido.

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Atenção: As questões de números 7 a 10 referem-se ao texto abaixo.

Cartão de Natal

Pois que reinaugurando essa criança


pensam os homens
reinaugurar a sua vida
e começar novo caderno,
fresco como o pão do dia;
pois que nestes dias a aventura
parece em ponto de voo, e parece
que vão enfim poder
explodir suas sementes:
que desta vez não perca esse caderno
sua atração núbil para o dente;
que o entusiasmo conserve vivas
suas molas,
e possa enfim o ferro
comer a ferrugem
o sim comer o não.
João Cabral de Melo Neto

7. No poema, João Cabral

(A) critica o egoísmo, e manifesta o desejo de que na passagem do Natal as pessoas se tornem generosas e
façam “o sim comer o não”.
(B) demonstra a sua aversão às festividades natalinas, pois “nestes dias a aventura parece em ponto de
voo”, mas depois a rotina segue como sempre.
(C) critica “a atração núbil para o dente” daqueles que transformam o Natal em uma apologia ao consumo
e se esquecem do seu caráter religioso.
(D) observa com otimismo que o Natal é um momento de renovação em que os homens se transformam
para melhor e fazem o “ferro comer a ferrugem”.
(E) manifesta a esperança de que o Natal traga, de fato, uma transformação, e que, ao contrário de outros
natais, seja possível “começar novo caderno”.

8. É correto perceber no poema uma equivalência entre

(A) ferrugem e aventura.


(B) dente e entusiasmo.
(C) caderno e vida.
(D) sementes e pão do dia.
(E) ferro e atração núbil.

9. Pois que reinaugurando essa criança


O segmento grifado acima pode ser substituído, no contexto, por:

(A) Mesmo que estejam.


(B) Apesar de estarem.
(C) Ainda que estejam.
(D) Como estão.
(E) Mas estão.

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10. “que desta vez não perca esse caderno”.


Com a frase acima o poeta

(A) alude a uma impossibilidade.


(B) exprime um desejo.
(C) demonstra estar confuso.
(D) revela sua hesitação.
(E) manifesta desconfiança.

EXERCÍCIO 03

Um circo e um antipalhaço

Em 1954, numa cidadezinha universitária dos Estados Unidos, vi “o maior circo do mundo”, que continua a ser o
sucessor do velho Barnum & Bailey, velho conhecido dos meus primeiros dias de estudante nos Estados Unidos.
Vi então, com olhos de adolescente ainda um tanto menino, maravilhas que só para os meninos têm plenitude de
encanto. Em 1954, revendo “o maior circo do mundo”, confesso que, diante de certas façanhas de acrobatas e
domadores, senti-me outra vez menino.

O monstro – porque é um circo-monstro, que viaja em três vastos trens – chegou de manhã a Charlottesville e
partiu à noite. Ao som das últimas palmas dos espectadores juntou-se o ruído metálico do desmonte da tenda
capaz de abrigar milhares de pessoas, acomodadas em cadeiras em forma de x, quase iguais às dos teatros e que,
como por mágica, foram se fechando e formando grupos exatos, tantas cadeiras em cada grupo logo transporta-
das para outros vagões de um dos trens. E com as cadeiras, foram sendo transportadas para outros vagões jaulas
com tigres; e também girafas e elefantes que ainda há pouco pareciam enraizados ao solo como se estivessem
num jardim zoológico. A verdade é que quem demorasse uns minutos mais a sair veria esta mágica também de
circo: a do próprio circo gigante desaparecer sob seus olhos, sob a forma de pacotes prontos a seguirem de trem
para a próxima cidade.

O gênio de organização dos anglo-americanos é qualquer coisa de assombrar um latino. Arma e desarma um circo
gigante como se armasse ou desarmasse um brinquedo de criança. E o que o faz com os circos, faz com os edifí-
cios, as pontes, as usinas, as fábricas: uma vez planejadas, erguem-se em pouco tempo do solo e tomam como
por mágica relevos monumentais.

Talvez a maior originalidade do circo esteja no seu palhaço principal. Circo norte-americano? Pensa-se logo num
palhaço para fazer rir meninos de dez anos e meninões de quarenta com suas piruetas e suas infantilidades.

O desse circo – hoje o mais célebre dos palhaços de circo – é uma espécie de antipalhaço. Não ri nem sequer sor-
ri. Não faz uma pirueta. Não dá um salto. Não escorrega uma única vez. Não cai esparramado no chão como os
clowns convencionais. Não tem um ás de copas nos fundos de suas vestes de palhaço.

O que faz quase do princípio ao fim das funções do circo é olhar para a multidão com uns olhos, uma expressão,
uns modos tão tristes que ninguém lhe esquece a tristeza do clown diferente de todos os outros clowns. Trata-se
na verdade de uma audaciosa recriação da figura de palhaço de circo. E o curioso é que, impressionando os adul-
tos, impressiona também os meninos que talvez continuem os melhores juízes de circos de cavalinhos.

Audaciosa e triunfante essa recriação. Pois não há quem saia do supercirco, juntando às suas impressões das ma-
ravilhas de acrobacia, de trabalhos de domadores de feras, de equilibristas, de bailarinas, de cantores, de cômi-
cos, a impressão inesperada da tristeza desse antipalhaço que quase se limita a olhar para a multidão com os
olhos mais magoados deste mundo.

FREYRE, Gilberto. In: Pessoas, Coisas & Animais. São


Paulo: Círculo do Livro. Edição Especial para MPM Propaganda,

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1979. p. 221-222. (Publicado originalmente em O


Cruzeiro, Rio de Janeiro, seção Pessoas, coisas e animais,
em 8 jul. 1956). Adaptado.

1. A palavra monstro (início do 2º parágrafo) aplicada a circo deve-se ao fato de este

(A) possibilitar um deslocamento rápido.


(B) provocar som alto devido ao desmonte das tendas.
(C) ser capaz de preencher três vagões.
(D) proporcionar o transporte das cadeiras misturadas aos animais.
(E) ter possibilidade de se mudar até mesmo de abrigar um zoológico.

2. Os trechos de “Em 1954 [...] menino” ( 1º parágrafo inteiro) e “O gênio de organização [...] monumentais.”
(3º parágrafo inteiro) caracterizam-se, quanto ao tipo de texto predominante, por serem, respectivamente

(A) descrição e narração


(B) narração e argumentação
(C) narração e descrição
(D) argumentação e descrição
(E) argumentação e narração

3. Pela leitura do segundo parágrafo, pode-se perceber que o material com que é basicamente feita a estru-
tura da tenda é

(A) metal
(B) madeira
(C) plástico
(D) lona
(E) tijolo

4. Analise as afirmações abaixo sobre o desmonte do circo após o espetáculo.

I – O circo era mágico pois desaparecia literalmente num piscar de olhos.


II – O desmonte do circo era tão organizado que parecia um truque de mágica.
III – Apenas alguns minutos eram necessários para desmontar todo o circo.

É correto APENAS o que se afirma em

(A) I
(B) II
(C) III
(D) I e III
(E) II e III

5. A partir do conhecimento do que é um palhaço, infere-se que um antipalhaço age da seguinte maneira:

(A) ri e faz rir.


(B) expressa sua depressão.
(C) não tem talento para ser palhaço.
(D) expressa tristeza.
(E) veste-se de palhaço.

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EXERCÍCIO 04

A velhice na sociedade industrial

A sociedade rejeita o velho, não oferece nenhuma sobrevivência à sua obra, às coisas que ele realizou e que fize-
ram o sentido de sua vida. Perdendo a força de trabalho, ele já não é produtor nem reprodutor. Se a posse e a
propriedade constituem, segundo Sartre, uma defesa contra o outro, o velho de uma classe favorecida defende-
se pela acumulação de bens. Suas propriedades o defendem da desvalorização de sua pessoa.

Nos cuidados com a criança, o adulto “investe” para o futuro, mas em relação ao velho age com duplicidade e má
fé. A moral oficial prega o respeito ao velho, mas quer convencê-lo a ceder seu lugar aos jovens, afastá-lo delicada
mas firmemente dos postos de direção. Que ele nos poupe de seus conselhos e se resigne a um papel passivo.
Veja-se no interior das famílias a cumplicidade dos adultos em manejar os velhos, em imobilizá-los com cuidados
“para o seu próprio bem”. Em privá-los da liberdade de escolha, em torná-los cada vez mais dependentes, “admi-
nistrando” sua aposentadoria, obrigando-os a sair do seu canto, a mudar de casa (experiência terrível para o ve-
lho) e, por fim, submetendo-os à internação hospitalar. Se o idoso não cede à persuasão, à mentira, não se hesita-
rá em usar a força.

Quantos anciãos não pensam estar provisoriamente no asilo em que foram abandonados pelos seus? Quando se
vive o primado da mercadoria sobre o homem, a idade engendra desvalorização. A racionalização do trabalho,
que exige cadências cada vez mais rápidas, elimina da indústria os velhos operários. Nas épocas de desemprego,
os velhos são especialmente discriminados e obrigados a rebaixar sua exigência de salário e aceitar empreitas
pesadas e nocivas à saúde. Como no interior de certas famílias, aproveita-se deles o braço servil, mas não o con-
selho.

(Adaptado de Ecléa Bosi, Memória e sociedade)

1. A seguinte formulação resume, conceitualmente, o argumento central do texto:

(A) Que ele nos poupe de seus conselhos e se resigne a um papel passivo.
(B) Suas propriedades o defendem da desvalorização de sua pessoa.
(C) Quando se vive o primado da mercadoria sobre o homem, a idade engendra desvalorização.
(D) Veja-se no interior das famílias a cumplicidade dos adultos em manejar os velhos, em imobilizá-los com
cuidados “para o seu próprio bem”.
(E) Quantos anciãos não pensam estar provisoriamente no asilo em que foram abandonados pelos seus?

2. Atente para as seguintes afirmações:

I. No primeiro parágrafo, ao empregar a expressão à sua obra, a autora está-se referindo às propriedades
acumuladas pelo velho da classe mais favorecida.
II. No segundo parágrafo, o contexto permite entender que o termo “investe”, entre aspas, está emprega-
do na acepção que lhe conferem os economistas.
III. No terceiro parágrafo, a expressão racionalização do trabalho identifica o rigor com que se planeja e se
operacionaliza a produção industrial.

Em relação ao texto, está correto o que se afirma em:

(A) I, II e III.
(B) I e II, apenas.
(C) I e III, apenas.
(D) II, apenas.
(E) II e III, apenas.

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3. Depreende-se da leitura do texto que, na sociedade industrial, a sabedoria acumulada pelos velhos

(A) vale apenas quando eles ainda mostram aptidão para trabalhar.
(B) é menosprezada porque não se costuma considerá-la produtiva.
(C) é cultuada com a mesma complacência com que se vê a criança.
(D) é bem acolhida somente quando eles pertencem à classe abastada.
(E) vale apenas quando eles assumem um papel passivo na família.

4. Considerando-se o contexto, traduz-se corretamente o sentido de um segmento do texto em:

(A) o defendem da desvalorização de sua pessoa // subestimam seu prestígio pessoal.


(B) age com duplicidade e má fé // porta-se ora com isenção, ora com justiça.
(C) Que ele nos poupe de seus conselhos // Que seja parcimonioso em suas recomendações.
(D) especialmente discriminados // particularmente depreciados.
(E) empreitas pesadas // cargos de máxima responsabilidade.

EXERCÍCIO 05

Bolsa-Floresta

Quando os dados do desmatamento de maio saíram esta semana da gaveta da Casa Civil, onde ficaram
trancados por vários dias, ficou-se sabendo que maio foi igual ao abril que passou: perdemos de floresta mais
uma área equivalente à cidade do Rio de Janeiro. Ao ritmo de um Rio por mês, o Brasil vai pondo abaixo a maior
floresta tropical. No Amazonas, visitei uma das iniciativas para tentar deter a destruição.

O Estado do Amazonas é o que tem a floresta mais preservada. O número repetido por todos é que lá 98%
da floresta estão preservados, 157 milhões de hectares, 1/3 da Amazônia brasileira. A Zona Franca garante que
uma parte do mérito lhe cabe, porque criou alternativa de emprego e renda para a população do estado. Há
quem acredite que a pressão acabará chegando ao Amazonas depois de desmatados os estados mais acessíveis.

João Batista Tezza, diretor técnico-científico da Fundação Amazonas Sustentável, acha que é preciso traba-
lhar duro na prevenção do desmatamento. Esse é o projeto da Fundação que foi criada pelo governo, mas não é
governamental, e que tem a função de implementar o Bolsa-Floresta, uma transferência de renda para pessoas
que vivem perto das áreas de preservação estadual. A idéia é que elas sejam envolvidas no projeto de preserva-
ção e que recebam R$ 50 por mês, por família, como uma forma de compensação pelos serviços que prestam. [...]

Tezza é economista e acha que a economia é que trará a solução:

— A destruição ocorre porque existem incentivos econômicos; precisamos criar os incentivos da proteção.
[...]

Nas áreas próximas às reservas estaduais, estão instaladas 4.000 famílias e, além de ganharem o Bolsa-
Floresta, vão receber recursos para a organização da comunidade.

— Trabalhamos com o conceito dos serviços ambientais prestados pela própria floresta em pé e as emis-
sões evitadas pela proteção contra o desmatamento. Isso é um ativo negociado no mercado voluntário de redu-
ção das emissões — diz Tezza.

Atualmente a equipe da Fundação está dedicada a um trabalho exaustivo: ir a cada uma das comunidades,
viajando dias e dias pelos rios, para cadastrar todas as famílias. A Fundação trabalha mirando dois mapas. Um
mostra o desmatamento atual, que é pequeno. Outro projeta o que acontecerá em 2050 se nada for feito. Mes-
mo no Amazonas, onde a floresta é mais preservada, os riscos são visíveis. Viajei por uma rodovia estadual que

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liga Manaus a Novo Airão. À beira da estrada, vi áreas recentemente desmatadas, onde a fumaça ainda sai de
troncos queimados. [...]
LEITÃO, Miriam. In: Jornal O Globo. 19 jul. 2008. (adaptado)
1. Bolsa-Floresta, título do texto, é o nome dado a um(a)

(A) recurso adotado por empresas privadas para que a população dê suporte aos projetos de desmatamen-
to.
(B) mensalidade destinada aos moradores das cercanias de áreas de preservação por sua ajuda.
(C) medida social para apoio às populações da floresta, que não têm de onde obter sobrevivência.
(D) doação governamental regular feita às pessoas que moram na floresta, como se fosse uma bolsa de es-
tudos.
(E) ajuda realizada por organizações não governamentais para que a população de baixa renda possa se
manter melhor.

2. A expressão em destaque no trecho “Quando os dados do desmatamento de maio saíram esta semana da
gaveta ...” (primeiro parágrafo) pode ser adequadamente substituída, sem alteração do sentido, por

(A) foram finalmente examinados.


(B) foram apresentados às autoridades.
(C) foram tirados da situação de abandono.
(D) encaminharam-se ao setor técnico.
(E) chegaram ao conhecimento público.

3. No 2º parágrafo, o mérito da Zona Franca na preservação florestal do estado do Amazonas deve-se ao fato
de ter

(A) oferecido oportunidades de ganho para a população, afastando-a do desmatamento.


(B) atraído compradores de todas as partes do Brasil com o seu comércio florescente.
(C) criado uma área de comércio de bens livres de impostos, o que favoreceu novas aquisições para a popu-
lação.
(D) feito a promoção do desenvolvimento econômico da região, melhorando sua contribuição para o PIB
brasileiro.
(E) aberto o mercado interno nacional para a entrada de produtos estrangeiros de alta tecnologia.

4. “No Amazonas, visitei uma das iniciativas para tentar deter a destruição.” (primeiro parágrafo). Tal inicia-
tiva é a(o)

(A) manutenção da Zona Franca.


(B) criação do Bolsa-Floresta.
(C) expansão de 1/3 da Amazônia.
(D) preservação da floresta.
(E) comprometimento do governo estadual.

5. Com a leitura do parágrafo que contém a oração “porque criou alternativa de emprego e renda para a po-
pulação do estado.” (segundo parágrafo) pode-se inferir que, no texto, a outra alternativa seria

(A) buscar outra fonte de renda.


(B) desmatar a floresta.
(C) emigrar para outro estado.

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(D) trabalhar na Zona Franca.


(E) ser funcionário público.

EXERCÍCIO 06

O futuro do nosso petróleo

A recente confirmação da descoberta, anunciada inicialmente em 2006, de reservas expressivas de petró-


leo leve de boa qualidade e gás na Bacia de Santos é uma notícia auspiciosa para todos os brasileiros. A possibili-
dade técnica de extrair petróleo a mais de 6 mil metros de profundidade eleva o prestígio que a Petrobras já de-
tém, com reconhecido mérito, no restrito clube das mega-empresas mundiais de petróleo e energia, onde é vista
como a pequena, mas muito respeitada, irmã. [...]

O Brasil tem uma grande oportunidade à frente, por dois motivos. Mais do que com dificuldades de explo-
ração e de extração, o mundo sofre com a falta de capacidade de refino moderno, para produzir derivados com
baixos teores de enxofre e aromáticos. Ao mesmo tempo, confirma-se em nosso hemisfério a cruel realidade de
que as reservas de gás de Bahia Blanca, ao sul de Buenos Aires, se estão esgotando. Isso sem contar o natural
aumento da demanda argentina por gás. Estas reservas têm sido, até agora, a grande fonte de suprimento de
resinas termoplásticas para toda a região, sendo cerca de um terço delas destinado ao Brasil. A delimitação do
Campo de Tupi e outros adjacentes na Bacia de Santos vem em ótima hora, quando estes dois fantasmas nos
assombram, abrindo, ao mesmo tempo, novas oportunidades. O gás associado de Tupi, na proporção de 15% das
reservas totais, é úmido e rico em etano, excelente matéria-prima para a petroquímica. Queimá-lo em usinas
térmicas para gerar eletricidade ou para uso veicular seria um enorme desperdício.

Outra oportunidade reside em investimentos maciços em capacidade de refino. O mundo está sedento por
gasolina e diesel especiais, mais limpos, menos poluentes. O maior foco desta demanda são os Estados Unidos,
que consomem 46% de toda a gasolina do planeta, mas esta é uma tendência que se vem espalhando como fogo
em palha. O Brasil ainda tem a felicidade de dispor de etanol de biomassa produzido de forma competitiva, que
pode somar-se aos derivados de petróleo para gerar produtos de alto valor ambiental.
(Adaptado de Plínio Mario Nastari. O Estado de S. Paulo, Economia, B2, 28 de dezembro de 2007)

1. “Queimá-lo em usinas térmicas para gerar eletricidade ou para uso veicular seria um enorme desperdício”.
(final do 2o parágrafo). A opinião do articulista no segmento transcrito acima se justifica pelo fato de que

(A) na Argentina, além de haver aumento da demanda por petróleo, as reservas de gás encontram-se em
processo de esgotamento.
(B) os Estados Unidos são os maiores consumidores da gasolina produzida no planeta, tendência que ainda
vem aumentando.
(C) as possibilidades técnicas de extração de petróleo a mais de 6 mil metros de profundidade ampliam o
prestígio mundial da Petrobras.
(D) as reservas recém-descobertas na Bacia de Santos contêm gás de excelente qualidade para a indústria
petroquímica.
(E) o Brasil dispõe de etanol de biomassa que, somado aos derivados de petróleo, diminui a poluição do
meio ambiente.

2. “O Brasil tem uma grande oportunidade à frente, por dois motivos”. (início do 2º parágrafo). Ocorre no
contexto a retomada da afirmativa acima na frase:

(A) Mais do que com dificuldades de exploração e de extração ...


(B) ... para produzir derivados com baixos teores de enxofre e aromáticos.
(C) Estas reservas têm sido, até agora, a grande fonte de suprimento de resinas termoplásticas para toda a
região ...

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(D) Estas reservas têm sido, até agora, a grande fonte de suprimento de reservas termoplásticas...
(E) A delimitação do Campo de Tupi e outros adjacentes na Bacia de Santos vem em ótima hora, quando es-
tes dois fantasmas nos assombram...

3. “Isso sem contar o natural aumento da demanda argentina por gás”. (2o parágrafo) O pronome grifado
substitui corretamente, considerando-se o contexto,

(A) as dificuldades de exploração e extração de petróleo.


(B) o esgotamento das reservas argentinas de gás.
(C) a produção de derivados com baixos teores de enxofre e aromáticos.
(D) a grande oportunidade comercial que o Brasil tem pela frente.
(E) a exportação de gás da Argentina para o Brasil.

4. O emprego das vírgulas assinala a ocorrência de uma ressalva em:

(A) ....onde é vista como a pequena, mas muito respeitada, irmã.


(B) ... que a Petrobras já detém, com reconhecido mérito, no restrito clube...
(C) ... de que as reservas de gás de Bahia Blanca, ao sul de Buenos Aires, se estão esgotando.
(D) ... abrindo, ao mesmo tempo, novas oportunidades.
(E) O gás associado de Tupi, na proporção de 15% das reservas totais, é úmido e rico em etano...

EXERCÍCIO 07

Riscos da advocacia invadida

Tanto quanto se saiba, a polícia tem praticado entradas forçosas em escritórios de advocacia, apreendido
papéis e praticado outras violências. A versão oficial diz que as chamadas invasões não existem, pois se trata de
ingressos autorizados por ordem judicial para fins determinados, relativos a investigações na apuração de respon-
sabilidades graves.

A regra essencial a esse respeito é, porém, a da inviolabilidade do escritório do advogado. Sou advogado,
além de jornalista e, portanto, parte interessada. Por isso, limitarei as anotações cabíveis estritamente aos cam-
pos da Constituição e da lei vigente, sem qualquer extrapolação. Comecemos pelo inciso 6 do artigo 5o da Carta
Magna, o qual afirma ser “livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações
profissionais que a lei estabelecer”. A advocacia exige qualificações específicas, na Carta Magna e na Lei no
8.906/94, consistentes no diploma do bacharel em ciências jurídicas, no registro profissional na Ordem dos Advo-
gados, depois da aprovação no Exame da Ordem.

Não é possível o exercício da profissão advocatícia se o cliente não tiver confiança absoluta em que as in-
formações e os documentos passados a seu advogado sejam invioláveis. Nem será possível se o advogado puder
ser constrangido a informar fatos relativos a seu cliente.

O sigilo do médico e o do sacerdote têm força igual à do sigilo do advogado. Daí dizer a Lei no 8.906/94, no
inciso 19 do artigo 7o, ser direito deste profissional recusar-se a depor como testemunha, mesmo quando autori-
zado pelo constituinte, bem como sobre fato que constitua sigilo profissional. Se não pode depor, mesmo em
juízo, imagine-se a gravidade de ver apreendido, em seu escritório, documento que implique em responsabilidade
de seu cliente.

Tem havido, porém, escritórios que aceitam ser sede de empresas de seus clientes, designando locais, em
seu espaço interno, para esse efeito. Em outros casos, o advogado é diretor de empresa, não se encontrando no
exercício da profissão. São alternativas diversas das que tipificam a atividade profissional, não garantidas pela
Constituição e pelas leis, quanto à inviolabilidade. Fora daí, invadir o escritório e apreender documentos físicos ou
eletrônicos é abuso de direito, que a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal tem considerado geradora de
prova ilícita.

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(Walter Ceneviva, Folha de S. Paulo, 07/05/2005)

1. O autor do texto manifesta-se contra práticas policiais

(A) a que falta o respaldo básico de uma ordem judicial explícita.


(B) de respaldo ético indiscutível, já que amparadas por determinação judicial.
(C) que ferem direito garantido, inerente a toda prática profissional.
(D) em que há abuso da autoridade e extrapolação de uma ordem judicial.
(E) em que se ignora direito já reconhecido pela jurisprudência.

2. Considere as seguintes afirmações:

I. Quanto à sua inviolabilidade, o direito ao sigilo de médicos e de sacerdotes é garantido no inciso 19 do


artigo 7o da Lei no 8.906/94 e deveria, segundo o autor, ser estendido à prática advocatícia.
II. Para provar sua imparcialidade no tratamento da questão central de seu texto, o autor recusa-se a se
valer de argumentos próprios à sua qualificação profissional.
III. Segundo o autor, a garantia de inviolabilidade do escritório de advocacia deixa de existir quando seu es-
paço for utilizado para o exercício de atividades outras.

Em relação ao texto, está correto o que se afirma APENAS em


(A) III.
(B) II e III.
(C) II.
(D) I e II.
(E) I.

3. No segundo parágrafo, lê-se: “Por isso, limitarei as anotações cabíveis estritamente aos campos da Consti-
tuição e da lei vigente, sem qualquer extrapolação”.
Deve-se entender que a expressão sublinhada na frase remete diretamente a uma informação já explicita-
da no contexto:

(A) a versão oficial nega as entradas forçosas.


(B) o autor se declara parte interessada na questão de que trata.
(C) o autor está em pleno exercício de seu ofício de jornalista.
(D) a advocacia exige sempre qualificações específicas.
(E) os dispositivos legais já citados são inequívocos.

4. “Não é possível o exercício da advocacia se o cliente não tiver confiança em que as informações passadas a
seu advogado sejam invioláveis”.

A frase continuará formalmente correta caso se substituam as expressões sublinhadas, respectivamente,


por:

(A) alimentar a desconfiança em que // compartilhadas de seu


(B) presumir de que // confiadas ao seu
(C) suspeitar de cujas // confidenciadas com seu.
(D) não supuser que // reveladas a seu.
(E) não confiar de que // transmitidas a seu.

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EXERCÍCIOS 08
(Padrão CESPE)

Compreensão e interpretação de textos.

► SEDU / ES (2010) “O grande fenômeno da primeira década do século XXI na economia mundial foi a ascensão
da China como protagonista de primeira grandeza na produção e nas finanças,com consequências marcantes para
o resto do mundo. Para o Brasil, a influência mais direta deu-se por meio das exportações de commodities, que
cresceram a ponto de a China ter-se tornado, em 2009, o maior mercado para as empresas brasileiras.

O impacto da demanda chinesa nos preços das matérias-primas foi talvez o principal fator da notável transforma-
ção das contas externas brasileiras, o que, por sua vez, abriu caminho para o crescimento. Uma eventual mudan-
ça para pior no quadro da expansão chinesa seria danosa para a economia global e para o Brasil em particular. A
China foi o caso mais marcante de superação da crise de 2008, porque conseguiu crescer 8,7% no ano passado,
enquanto o resto do mundo patinhava”.

Folha de S.Paulo, Editorial, 2/3/2010 (com adaptações).

01- Depreende-se das informações do texto que o crescimento da economia brasileira foi influenciado pelas
importações de matérias-primas realizadas pela China.

► SEDU / ES (2010) “Passados os tremores do sismo, a dor da perda de 230 mil mortos, enterrados muitos em
valas comuns, a vida no Haiti precisa continuar”.

02- Pelos sentidos do texto, a palavra “sismo” significa sinistro, tragédia.

► SEDU / ES (2010) “Em decorrência da proliferação desenfreada do consumismo nas metrópoles, aconteceu nos
últimos anos aumento sensível do acúmulo de lixo urbano, também chamado de lixo caseiro. Em inúmeros casos,
a situação resulta da falta de princípios elementares de educação e do desconhecimento de mínimas noções de
higiene”.

03- A palavra “proliferação” está sendo empregada com o sentido de liberação.

04- Com o emprego da palavra “consumismo”, confere-se à ideia de consumo a noção de exagero.

► “O exercício do poder ocorre mediante múltiplas dinâmicas, formadas por condutas de autoridade, de domí-
nio, de comando, de liderança, de vigilância e de controle de uma pessoa sobre outra, que se comporta com de-
pendência, subordinação, resistência ou rebeldia. Tais dinâmicas não se reportam apenas ao caráter negativo do
poder, de opressão, punição ou repressão, mas também ao seu caráter positivo de disciplinar, controlar, adestrar,
aprimorar. O poder em si não existe, não é um objeto natural. O que há são relações de poder heterogêneas e em
constante transformação. O poder é, portanto, uma prática social constituída historicamente.

Na rede social, as dinâmicas de poder não têm barreiras ou fronteiras: nós as vivemos a todo momento. Conse-
quentemente, podemos ser comandados, submetidos ou programados em um vínculo, ou podemos comandá-lo
para a realização de sua tarefa, e, assim, vivermos um novo papel social, que nos faz complementar, passivamen-
te ou não, as regras políticas da situação em que nos encontramos”.

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Maria da Penha Nery. Vínculo e afetividade: caminhos das relações humanas. São Paulo: Ágora, 2003, p. 108-9 (com adaptações)

05- A preposição “mediante” (início do texto) estabelece relação de movimento entre “exercício do poder” e
“múltiplas dinâmicas”.

06- É correto concluir, a partir da argumentação do texto, que o poder é dinâmico e que há múltiplas formas de
sua realização, com faces heterogêneas, positivas ou negativas; além disso, ele afeta todos que vivem em so-
ciedade, tanto os que a ele se submetem, quanto os que a ele resistem.

07- De acordo com a argumentação do texto, o poder “não é um objeto natural” porque é criado artificialmente
nas relações de opressão social.

08- Na organização da textualidade, é coerente subentender-se a noção de possibilidade, antes da forma verbal
“vivermos”, inserindo-se “podermos”.

EXERCÍCIO 09
(Padrão CESPE)

TEXTO I

Bandos de homens armados perpetram anualmente 450 roubos a bancos e carros-fortes no Brasil. Tais episódios
põem em risco a vida de clientes, agentes de segurança e policiais, mas o prejuízo financeiro é relativamente pe-
queno para as instituições. Para os bancos, a maior ameaça está embutida nos serviços prestados pela Internet ou
por outros meios eletrônicos. As perdas resultantes de assaltos são de 50 milhões de reais anuais. Já os crimes
cujas armas são os computadores devem, em 2010, ser responsáveis por perdas de 900 milhões de reais, dezoito
vezes mais que nos assaltos convencionais.

Os crimes eletrônicos proliferam porque oferecem pouco risco aos bandidos, e as autoridades têm dificuldade de
puni-los. O Código Penal não prevê os crimes virtuais. Quando são presos, os criminosos respondem geralmente
por estelionato, cuja pena máxima é de cinco anos de cadeia. Se fossem condenados por assalto a banco, eles
poderiam ser punidos com até quinze anos de prisão. Por causa dessas vantagens, há de 100 a 150 quadrilhas
virtuais em atividade no país. Para reverter esse quadro, a Federação Brasileira de Bancos tenta convencer o Con-
gresso Nacional a criar uma legislação específica para punir os delitos eletrônicos, semelhante àquela adotada há
nove anos pela União Europeia.

André Vargas. Assalto.com.br. In: Veja, 24/11/2010 (com adaptações).

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1- Afirma-se, no texto, que os crimes eletrônicos ocorrem cada vez mais amiúde, porque a falta de legislação
específica favorece os bandidos.

2- Infere-se do texto que, embora seja uma das mais avançadas e democráticas do mundo, a legislação brasilei-
ra não tem acompanhado o avanço do crime virtual no país.

3- De acordo com o texto, os assaltos à mão armada são menos nocivos à população e aos bancos do que os
assaltos eletrônicos.

4- Segundo o texto, o risco de uma pessoa ser vítima de assalto na Internet é maior do que o de ela ser assalta-
da em uma agência bancária.

05- O vocábulo “perpetram” (1ª linha do texto) poderia ser substituído por cometem, sem que isso acarretasse
prejuízo semântico ou sintático ao texto.

TEXTO II

No Brasil, um exame, ainda que superficial, da questão da segurança pública revela que há um crescimento contí-
nuo da criminalidade e da violência, principalmente nas regiões metropolitanas e nas periferias das grandes cida-
des do país, e que o sistema judiciário e, em particular, a polícia têm se mostrado ineficazes para o enfrentamen-
to da questão.

Especialmente nas áreas urbanas do país, a sensação de medo e insegurança tem sido experimentada como grave
problema público devido à expectativa de que qualquer pessoa pode-se tornar vítima de crime em qualquer pon-
to das cidades e em qualquer momento de sua vida cotidiana.

Nesse cenário caótico de insegurança, um dos temas frequentemente levantados é a necessidade de profissiona-
lizar
a polícia brasileira como recurso para capacitá-la para o desempenho mais eficiente, mais responsável e mais
efetivo na condução da ordem e da segurança públicas.

Não obstante nas últimas duas décadas se terem verificado inovações na área da formação profissional, poucas
iniciativas lograram sucesso no sentido de implementar mudanças efetivas nas práticas e nos procedimentos do-
minantes. A atividade policial mostra-se inscrita em um padrão de desempenho que se traduz não só na ineficácia
dos resultados, mas que se reveste de aspectos suplementares, relacionados, fundamentalmente, à forma de
atuação predominantemente violenta e arbitrária da polícia, permanecendo como desafio à sociedade contem-
porânea brasileira. Salvo raríssimas exceções, as propostas para reformulação da formação profissional da polícia
no país não incorporaram o debate sobre o modelo profissional a ser adotado pela polícia e as metodologias prá-
ticas de intervenção para a realização das tarefas cotidianas que envolvem a manutenção da ordem e da seguran-
ça públicas.

Paula Poncioni. O modelo policial profissional e a formação profissional do futuro policial nas academias de polícia do estado do Rio de
Janeiro. In: Sociedade e Estado, vol. 20, n.o 3. Brasília, set.-dez./2005. Internet: <www.scielo.br> (com adaptações).

06- De acordo com o texto, os sistemas judicial e policial brasileiros têm sido inoperantes no que tange ao aumen-
to da criminalidade.

07- Segundo o texto, a vulnerabilidade da população com relação à exposição à violência urbana confere ao pro-
blema da criminalidade o caráter de problema público de alta gravidade

08- Infere-se do texto que uma atuação renovada e eficaz da polícia deve envolver atitudes menos violentas.

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09- Conforme a autora, a necessidade de profissionalização da polícia brasileira advém do aumento do número
de crimes nas grandes cidades e nas periferias do país.

10- O texto afirma que poucas iniciativas de mudança no setor policial foram bem-sucedidas, conquanto tenha
havido alterações na formação profissional policial nos decêndios mais recentes.

EXERCÍCIOS 10
(Padrão ESAF)

1- (CGU 2008-Técnico de finanças e controle) Assinale a opção incorreta em relação às ideias do texto.

Com a passagem da manufatura para a indústria, a produtividade do trabalho humano deu um grande salto,
provocando uma larga dispensa de mão-de-obra. Legiões de trabalhadores desempregados alargavam o mar
dos excluídos. Para muitos deles, a máquina passou a ser vista como a grande inimiga. E surgiram explosivas
campanhas de quebra-máquinas. Até que as ideias se ajustaram na campanha internacional pela jornada de
oito horas de trabalho, como uma forma de estabelecer um novo equilíbrio entre a produtividade-hora e a
jornada diária de trabalho, atenuando os rigores da exploração capitalista. Com altos e baixos e à custa de
sangue e mortes, a chamada “semana inglesa”, com as 48 horas semanais, terminou se impondo em todo o
mundo.

Na década de 70 as centrais sindicais europeias, ante os novos patamares de produtividade do trabalho,


acompanhadas das ondas de demissão, levantaram a bandeira da jornada de 35 horas semanais, sob o lema
de “trabalhar menos para trabalharem todos”. Na década de 80 a reivindicação foi assimilada. E no Brasil, a
Constituição de 1988 acompanhou a tendência, consagrando a jornada de 44 horas semanais. Daquela época
até agora, a produtividade continuou avançando com a telemática, a bioengenharia, a robótica, a informática
e as novas formas de organização e gerenciamento da força de trabalho. E as demissões continuaram se
alargando em todo o mundo, ampliando os contingentes do chamado exército industrial de reserva.

(Marcelo Mário de Melo, Jornal do Commercio(PE), 31/01/2008.)

a) O advento da máquina na indústria provocou uma grande onda de desemprego, pois a produtividade do
trabalho aumentou exigindo menos mão-de-obra.
b) A chamada “semana inglesa”, com jornada de 48 horas semanais, foi uma conquista dos trabalhadores
alcançada com muita luta.
c) Os ajustes para manter a semana de trabalho em torno de 44 horas garantiram o decréscimo das demis-
sões e o pleno emprego no mundo ocidental.
d) A Constituição brasileira de 1988, acompanhando a tendência mundial, consagrou a jornada semanal de
trabalho de 44 horas.
e) Para assegurar emprego para mais trabalhadores, as centrais sindicais europeias, a partir da década de
70, defenderam a jornada semanal de 35 horas.

02- (CGU 2008-Técnico de finanças e controle) Assinale a asserção incorreta a respeito da organização das ideias
do texto, seus sentidos e elementos linguísticos.

Seriam os furtos inconhos da espécie humana? Isso mesmo que deu para entender: inconhos, frutos que
nascem pegados a outros. O trocadilho furtos/frutos saiu-me sem querer. Peço desculpas e repito a pergun-
ta: nasceria o furto inconho, acoplado, pegado à espécie humana?
Sim, porque as coisas que vemos aí, das mais humildes funções aos mais altos escalões, sugerem que o furto
seja tão necessário quanto o oxigênio para a sobrevivência de nossa espécie.

(Eduardo Almeida Reis. “Furtos inconhos”,Correio Braziliense, 10/1/2008, p. 6)

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a) Há segmentos no texto em que o autor se dirige diretamente ao leitor.


b) Ao explicar o significado de “inconhos”, o autor está acionando a função metalinguística da linguagem.
c) Ocorre também trocadilho em: Na vida tudo passa, até uva passa.
d) Iniciar texto com pergunta, como acontece nesse texto, é um recurso estilístico que desobriga o autor
de responder, deixando ao leitor o processamento mental da resposta.
e) Ocorre comparação de igualdade no texto.

03- ESAF 2012 (Engenheiro de incêndios florestais)

Sabe-se muito pouco dos rumos que as grandes cidades tomarão nas próximas décadas. Muitas vezes nem se
prevê a dinâmica metropolitana do próximo quinquênio. Mesmo com a capacitação e o preparo dos técnicos
dos órgãos envolvidos com a questão urbana, há variáveis independentes que interferem nos planos e proje-
tos elaborados pelos legislativos e encaminhados ao Executivo. Logicamente não se prevê o malfadado caos
urbano, mas ele pode ensejar que o país se adiante aos eventos e tome medidas preventivas ao desarranjo
econômico, que teria consequências nefastas. Para antecipar-se, o Brasil tem condições propícias para criar
think tanks ou, em tradução livre, usinas de ideias ou institutos de políticas públicas. Essas instituições po-
dem antecipar-se ao que poderá surgir no horizonte. Em outras palavras, deseja-se o retorno ao planejamen-
to urbano e regional visando o bem-estar da sociedade. Medidas nessa direção podem (e devem) estar em
consonância com a projeção de tendências e mesmo com a antevisão de demandas dos destinatários da ges-
tão urbana – os cidadãos, urbanos ou não.

(Adaptado de Aldo Paviani, Metróples em expansão e o futuro. Correio Braziliense, 8 de dezembro, 2011)

Infere-se da argumentação do texto que:

a) os técnicos dos órgãos envolvidos com a questão urbana deveriam ser mais capacitados para realizar os
projetos encaminhados ao Executivo.
b) a dinâmica metropolitana altera-se a cada quinquênio, seguindo variáveis que devem constar dos planos
e projetos de cada período legislativo.
c) institutos de políticas públicas teriam como tarefa o planejamento urbano e regional, antecipando-se a
um possível desarranjo econômico.
d) o caos urbano que poderá afetar as grandes cidades nos próximos anos terá o desarranjo econômico
como uma de suas piores consequências.
e) as demandas crescentes dos habitantes das grandes cidades contrastam com a baixa demanda dos ci-
dadãos não urbanos.

04- ESAF 2010 (Fiscal de rendas)

A Eurostat, o organismo da União Europeia encarregado da elaboração de estatísticas econômi-


cas, mostrou que, em abril, nada menos que 101 entre cada 1.000 cidadãos em atividade na área do euro (16
países) não conseguiram encontrar ocupação remunerada. É a pior situação em 12 anos.
Reduzir tudo a efeito natural da atual crise é simplismo. Flagelos assim são como os desastres de
avião: sempre têm múltiplas causas. O crescente desemprego no mundo rico foi acentuado pela crise, mas é
bem mais do que isso. É o resultado de algumas degradações acumuladas nas últimas décadas: perda de
competitividade da indústria, rápido envelhecimento da população, custo elevado da mão de obra, falta de
reformas políticas e econômicas.
Paradoxalmente, a crise do desemprego tende a se acentuar pelos fatores que pretendiam atenu-
ar seu impacto. Assim como a antecipação da aposentadoria pretendia abrir vagas aos mais jovens, mas tudo
o que produziu foi a deterioração das finanças dos sistemas previdenciários, os mecanismos de seguro social
vêm ajudando a criar enormes rombos, que, por sua vez, atiram as finanças públicas ao endividamento e à
insolvência (e não apenas à falta de liquidez), como parece ser o caso da Grécia e talvez o de Portugal e Es-
panha. E aí chegamos a uma situação em que os instrumentos de defesa do emprego criam mais desempre-
go.

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(Celso Ming, O Estado de S. Paulo, 2/6/2010)

Em relação às ideias do texto, assinale a opção correta.

a) Há 12 anos, a situação na União Europeia apresentava desemprego muito maior que as taxas atuais.
b) A crise econômica atual começou a provocar o desemprego na área do euro.
c) O rápido envelhecimento da população contribui para diminuir as taxas de desemprego na União Euro-
peia.
d) A antecipação da aposentadoria e a abertura de vagas para os mais jovens fortaleceram os sistemas
previdenciários.
e) Medidas que pretendiam atenuar o impacto da crise do desemprego resultaram em mais desemprego.

05- ESAF 2010 (Agente da fazenda)

A informação do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário sobre a arrecadação de impostos


no país, através do instrumento denominado Impostômetro, é mais um elemento de transparência da de-
mocracia brasileira. É bom para o país que instituições independentes façam este tipo de acompanhamento
do poder público. Mas seria importante, também, que os próprios governos mantivessem constante atuali-
zação pública do que arrecadam e gastam, para que os cidadãos se sintam efetivamente representados pelos
governantes que elegem. O sistema de impostos é a maneira histórica com que o poder público, no país e no
mundo, arrecada recursos para sustentar-se, para promover os serviços essenciais e para investir em obras
de sua responsabilidade. Neste sentido, o sistema é imprescindível, integrando de maneira fundamental a
estruturação do Estado e da sociedade.
Assim, numa sociedade organizada, pagar imposto faz parte dessa espécie de contrato social que
garante ao país o funcionamento adequado, a promoção da saúde, da segurança e da educação e a manu-
tenção das instituições e dos poderes. O controle social dos gastos públicos e a fiscalização dos cidadãos em
relação ao uso adequado dos recursos são questões básicas para a qualidade do crescimento do país.

(Zero Hora, RS, Editorial, 28/7/2010)

Em relação às ideias do texto, assinale a inferência correta.

a) O Instituto Brasileiro de Planejamento é uma instituição oficial pública.


b) O acompanhamento do poder público por instituições independentes prejudica o desenvolvimento do
País, porque elas têm seus próprios interesses.
c) A qualidade do crescimento do país está relacionada com o controle social dos gastos públicos realizado
pelos cidadãos.
d) Se os governos mantivessem informações disponíveis sobre seus gastos e sua arrecadação, a adminis-
tração fi caria prejudicada.
e) O sistema de impostos é dispensável para a estruturação do Estado e da sociedade.

06- ESAF 2010 (Agente de trabalhos de engenharia)

A última reforma tributária entrou em vigor em 1967, com a implantação do Imposto sobre Circu-
lação de Mercadorias (ICM) e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). A Constituição de 1988 man-
teve as características essenciais do sistema e transformou o ICM em ICMS, com a inclusão de alguns serviços
em sua base de incidência.
Eram impostos mais modernos e mais funcionais que os anteriores. Mas com o tempo o sistema foi
desfigurado. A guerra fiscal distorceu as decisões de investimento. Os tributos, acrescidos de várias contri-
buições, passaram a pesar excessivamente sobre os investimentos e a atrapalhar as exportações. A tributa-
ção tornou-se incompatível com uma economia cada vez mais integrada globalmente. Com a abertura da

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economia, as empresas mudaram e tomaram o caminho da competitividade. O setor público mudou muito
menos, apesar das políticas de ajustes e de reformas adotadas com sucesso a partir dos anos 90.

(O Estado de S. Paulo, 26/5/2010)

Em relação às ideias do texto, assinale a opção correta.

a) A Constituição de 1988 implantou o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e o Imposto sobre Produ-
tos Industrializados.
b) O sistema de impostos criado na última reforma tributária sofreu alterações em 1988 e depois foi de-
turpado.
c) As exportações foram beneficiadas pelos investimentos que ficaram livres de grande parte da tributa-
ção.
d) A economia globalizada se beneficiou do sistema de tributação moderno que foi implantado no País e
que vigora desde 1988.
e) O setor público acompanhou as transformações das empresas em direção à competitividade, atualizan-
do-se rapidamente.

GABARITO EXERCÍCIO 01

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
D A C E B C D C B E

11 12 13 14 15 16 17
A D A B A E D

GABARITO EXERCÍCIO 02

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
C A D B E B E C D B

GABARITO EXERCÍCIO 03

01 02 03 04 05
C B A B D

GABARITO EXERCÍCIO 04

01 02 03 04
C E B D

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GABARITO EXERCÍCIO 05

01 02 03 04 05
B E A B B

GABARITO EXERCÍCIO 06

01 02 04 04
D E B A

GABARITO EXERCÍCIO 07

01 02 03 04
E A B D

GABARITO EXERCÍCIO 08

01 02 03 04 05 06 07 08
C E E C E C E E

GABARITO EXERCÍCIO 09

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
C E E E C C C C E C

GABARITO EXERCÍCIOS 10

01 02 03 04 05 06
C D C E C B

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02. Classes de Palavras

RELEVÂNCIA DO ASSUNTO EM PROVAS: Mais para alta do que para baixa. Tema recorrente. Mas, vamos
entender como é essa recorrência. Você sabe que é nessa aula que voltamos ao ensino fundamental (mais preci-
samente, voltamos à 5ª série, hoje, 6º ano). Bom, naquela época você tinha que saber que um substantivo tinha
inúmeras classificações: se tal substantivo é simples ou composto, primitivo ou derivado, concreto ou abstrato
etc. O mesmo vale para os adjetivos, pronomes, numerais, dentre outros, que apresentam inúmeras classifica-
ções. A questão é: se a organizadora é CESPE, FCC, ESAF, FUNRIO ou CESGRANRIO, por exemplo, não é necessário
que você se entupa de classificações e mais classificações. Não perca tempo com isso. Essas organizadoras costu-
mam cobrar o assunto em questão de maneira inteligente, reflexiva, levando em conta o texto e o contexto. Por
isso, foque nos conceitos. Ou seja: você tem que saber diferenciar, com competência, um substantivo de um pro-
nome; não confundir um verbo com um substantivo, dentre outros.

DICA: Quanto mais desconhecida for a organizadora do seu concurso, mais há a possibilidade de ser co-
brado um conteúdo bem ao estilo da 5ª série. Por exemplo, o CBI Concursos exige, frequentemente, questões de
separação silábica; o IMPARH adora querer saber se o coletivo de “formigas” é mesmo “correição” etc. Logo,
aconselho que você procure conhecer a organizadora desconhecida e adequar-se a ela.

DICA DE ESTUDO: Se você é um concurseiro de primeira viagem e já não estuda Português há bastante
tempo, sugiro que você dê uma atenta lida nos conceitos básicos desse assunto. Ou seja, se você nem mesmo se
lembra o que é um pronome, é melhor, antes de começar a resolver as questões, “amarrar” os conceitos para que
você não os confunda mais tarde. Por isso, é bom ter uma gramática ao seu lado sempre.

POSSIBILIDADE DE CAIR NA PROVA: Para nível fundamental, no mínimo, duas (isso numa prova de 10
questões); para nível médio, no máximo, uma (isso numa prova de 15 a 20 questões); e para nível superior a pos-
sibilidade é quase zero.

STATUS: Em casa e com leitura individual.


As classes de palavras

Qualquer idioma necessita de palavras para que a comunicação se estabeleça. Quando essas palavras se organi-
zam para formar um texto, adquirem significações específicas: nomear seres, indicar características, qualidades,
fazer conexões etc. De acordo com essas significações, as palavras da língua portuguesa estão agrupadas em dez
classes, denominadas classes de palavras ou classes gramaticais, a saber: substantivo, artigo, adjetivo, numeral,
pronome, verbo, advérbio, preposição, conjunção e interjeição.

01. Substantivos
São as palavras que dão nome aos seres e às coisas em geral.
Como identificá-los em um texto? Os substantivos, em tese, virão sempre acompanhados de um determinante
(artigo, pronome, numeral, adjetivo e/ ou locução adjetiva). Leia o poema baixo:

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Soneto de Fidelidade

(Vinicius de Moraes)

De tudo, ao meu amor serei atento


Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento


E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim quando mais tarde me procure


Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa lhe dizer do amor (que tive):


Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

Como a VUNESP cobra?


Nossa banca costuma “diluir” o substantivo em outros assuntos. Por exemplo, nas questões de sinônimos x antô-
nimos, nos casos de crase (em que podem ocorrer antes dos SUBSTANTIVOS femininos, jamais antes dos SUBS-
TANTIVOS masculinos), nas questões de coesão (referência dentro do texto), nas questões de concordância verbal
(já que o núcleo do sujeito costuma ser um SUBSTANTIVO) etc. Por hora, o mais importante é saber o que é um
substantivo.

Classificação tradicional dos substantivos


- Comum:
Indica um nome genérico, aberto e sem história no contexto. Ex.: criança, rio, cidade, mesa etc.
- Próprio:
É aquele que particulariza uma coisa ou um ser. Os substantivos próprios têm uma história no contexto.
Exemplos:
Lula, Tietê, Recife, Juiz de Fora, Gramado, Fortaleza, Audi, Pão de Açúcar, Heineken etc.
- Concreto:
Indica seres reais ou imaginários, de existência independente de outros seres.
Exemplos:
Casa, bruxa, Saci, cobra, livros, Deus etc.
- Abstrato:
Indica seres ou coisas que dependem de outros seres ou de outras coisas para existir.

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Exemplos: ódio, solidão, beleza, medo, pavor, salto, trapaça etc.


- Coletivo:
Indica uma multiplicidade de coisas ou seres de uma mesma espécie.
Exemplos: antologia (de livros), conselho (de membros de associações, de parlamentares, de classe etc.), horda
(de bandidos, de bárbaros), banca (de examinadores) etc.

Substantivos coletivos x Concordância verbal.

Quando um substantivo coletivo apresenta valor partitivo, nossa banca pode envolvê-lo numa questão de con-
cordância verbal. Fique atento.

Ex.:
- Bando de bactérias................................o corpo da criança. (invadiu / invadiram).
- A multidão de torcedores........................ a conquista do título. (comemorava / comemoravam).

Com quais verbos vamos preencher as


lacunas acima? Resposta: com todos.
Nesses casos, o verbo pode concordar
com o núcleo, ou com a expressão espe-
cificadora. Fui claro? Espero que sim!

02. Artigos

São as palavras que acompanham os substantivos, modificando-os ou determinando-os, isto é, indicando gênero
(masculino ou feminino) e número (singular ou plural).

Os artigos podem ser:

- Definidos: o, a, os, as.

Os definidos dão ao leitor uma ideia precisa do substantivo. Assim, ele é capaz de saber quem é o elemento de-
terminado, mesmo que o texto não o cite anteriormente.

Exemplo:
- Não houve aula de matemática ontem, mas o professor mandou um aviso pelo Facebook. (Sabe-se quem é o
professor).

- Indefinidos: um, uma, uns, umas.

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Os indefinidos dão ao leitor uma ideia vaga e imprecisa do substantivo. Assim, ele não é capaz de detalhar as ca-
racterísticas do elemento textual. Sabe, apenas, algo genérico.

Exemplo:
- Não houve aula de matemática ontem, mas um coordenador mandou um aviso pelo Facebook. (Não se sabe
quem é o coordenador, também não se consegue apresentar detalhes sobre o aviso).

Todos os termos destacados acima são prono-


Situação especial mes demonstrativos.

Há vezes em que o artigo indefinido funciona de maneira diferente. Ele não é impreciso nem vago, mas preciso
demais, carregado de muitas informações históricas. Tal uso é dependente do contexto, e sua utilização é tática.
Exemplo:
Contexto: Num bar, duas amigas bebem e conversam. Em um determinado momento, uma delas diz:
- Joana, não olhe agora! Mas uma pessoa acabou de chegar!
Embora o artigo seja indefinido, ele não é impreciso.

Os artigos definidos são parecidos com outras palavras que pertencem a classes diferentes. Fique atento!

a) Não confundir os artigos definidos com os pronomes oblíquos.

-Aquele fato o motivou. (pronome)


[o = representa algo ou alguém citado no texto]
-Ele não citou o motivo de sua demissão. (artigo)
[o = é o determinante de “motivo”]
-Nunca a encontrava em casa. (pronome)
[a = representa algo ou alguém citado no texto]
- Encontrava-se a moça em casa. (artigo)
[ a = é o determinante de “moça”]

b) Não confundir os artigos definidos com os pronomes demonstrativos.

- O que....= aquilo que ou aquele que


- Os que....= aqueles que
- A que....= aquela que
- As que....= aquelas que

Exemplos:
- Quase todos os alunos saíram; os que ficaram tinham dúvidas.
- O que mais admiro em você é a sinceridade.
- Não sei se o que houve foi proposital.
- Mulheres são exigentes; as que não são devem ter valores diferenciados.

b) O indefinido “uma” x Crase.

-O jovem fez referência a uma nova fase de sua vida.

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-O jovem saiu à uma hora da tarde.


-O jovem saiu há uma hora.

Detalhe: A frase “O jovem saiu há uma hora atrás” está errada, pois se nota pleonasmo vicioso.

C) Artigo “a” x Preposição “a”.

-O jornal divulgou a notícia.


-O jornal se referia a notícias recentes.
-A advogada obedece ao código ético.
-A advogada escreveu a petição.

Dica: substitua A por ESTA. Se a frase fizer senti-


do, o A será artigo. Se não, será preposição.

03. Adjetivos

São palavras que caracterizam os seres e as coisas em geral, podendo expressar qualidade, estado, modo de ser,
aparência etc. Os adjetivos sempre orbitam a “atmosfera” do substantivo. Portanto, onde há substantivos, há
grande chance de se notar, no mínimo, um adjetivo.
Ex.: combativo, mau, amargurado, arrogante, tristíssimo etc.

GRAU DO ADJETIVO
O grau comparativo estabelece uma comparação entre dois ou mais seres, uma vez apresentado sob a seguinte
forma:

A) Comparativo de igualdade:
- Lucas é tão extrovertido quanto seu irmão.
- Tuas palavras são tão cativantes como as de minha mãe.

B) Comparativo de inferioridade:
Este livro é menos complexo (do) que a Bíblia.

C) Comparativo de superioridade:
A proposta do engenheiro é mais sensata (do) que a do arquiteto.

Observação:
Detalhe: todos os “do” entre parênteses (do) são
facultativos. As formas analíticas representadas por “mais bom”, “mais
mau”, “mais grande” e “mais pequeno” apenas devem ser

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utilizadas quando se comparam duas características de um mesmo ser.


Exemplos:

- Pedro é mais bom (do) que esforçado.


- O garoto é mais mau (do) que esperto.
- Aquele cão é mais pequeno (do) que bravo.
- Teu quarto é mais grande (do) que ventilado.

04. Numerais Detalhe: todos os “do” entre parênteses (do) tam-


bém são facultativos.

São palavras que quantificam, ordenam, multiplicam ou


fracionam o substantivo:
Os numerais podem ser:
Cardinais: Indicam uma quantidade determinada de seres. Exemplos: um, dois, três...
Ordinais: Indicam a ordem (posição) que o ser ou a coisa ocupa numa série. Exemplos: primeiro, segundo, tercei-
ro...
Multiplicativos: Expressam ideia de multiplicação, indicando quantas vezes a quantidade foi aumentada. Exem-
plos: dobro, triplo, quádruplo, quíntuplo, Sêxtuplo, Sétuplo, Óctuplo, Nônuplo, Décuplo, Undécuplo e Duodécu-
plo.
Fracionário: Expressa ideia de divisão, indicando em quantas partes a quantidade foi dividida. Exemplo: um meio,
um terço, dois quartos, dois quintos...etc.

Obs.: Ambos e Ambas são considerados numerais duais.

05. Pronomes

Palavras que acompanham ou substituem o substantivo. Os pronomes apoiam os substantivos ou evitam a repe-
tição deles dentro do texto.
Os pronomes podem ser:
- Pronomes pessoais do caso reto (eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles, elas).

Como podem cair nas provas:

a) Nunca podem ocupar lugar de objeto.

- Os amigos viram ela deixar a cidade. (frase errada)


- Os amigos viram-na deixar a cidade. (frase certa).

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- Os amigos a viram deixar a cidade. (também certa, pois a posição do pronome é facultativa: antes ou depois do
verbo).

b) Quando sujeitos, não podem ser preposicionados.

- Não era o momento dele abandonar o futebol. (frase errada).


- Não era o momento de ele abandonar o futebol. (frase certa).

- Pronomes pessoais do caso oblíquo (me, mim, comigo, te, ti, contigo, o, a, lhe, se, si, consigo, nos, conosco, vos,
convosco, os, as, lhes).

Como podem cair nas provas:

a) Não aceitam ser trocados com os pronomes retos quando antecedidos de preposição:

- Entre eu e você há uma grande amizade. (frase errada)


- Entre mim e você há uma grande amizade. (frase certa)

- Pronomes possessivos: meu(s), minha (s), teu(s), tua(s), seu(s), sua(s), nosso(s), nossa(s), vosso(s), vossa(s), de-
le(s), dela(s).

Como podem cair nas provas:

a) Exceto “dele(a)(s)”, todos os demais possessivos femininos singular permitem a facultatividade da crase.
- O livro O Estrangeiro, de Albert Camus, revelou a verdade a minha consciência. (ou à minha consciência).

- Pronomes demonstrativos: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), aquela(s), isto, isso, aquilo, tal.

Como podem cair nas provas:

a) Alguns desses pronomes podem desempenhar o papel de retomar /sinalizar palavras ou ideias no texto.
Chamamos esse papel de anafórico (referência para trás) e catafórico (referência para frente).

- As crianças da classe média têm um futuro mais promissor do que os filhos de pais das classes menos favoreci-
das, porque àquelas se dão oportunidades que se negam a estes.

a) àquelas: refere-se ao núcleo “crianças”.


b) estes: refere-se ao núcleo “filhos”.

- O novo projeto do Governo deseja punir os políticos e assessores envolvidos no novo escândalo. Estes, inclusive,
já receberam uma comunicação formal, enquanto aqueles ainda estão sob investigação.

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a) estes: refere-se a ao núcleo “assessores”.


b) aqueles: refere-se ao núcleo “políticos”.

- O STF deseja punir Genuíno e demais envolvidos em escândalos. Esses políticos, contudo, não estão nem um
pouco interessados no que pensa o povo sobre essa questão.

a) Esses políticos: refere-se aos núcleos “Genoíno” e “envolvidos”.

- Após a CPI, o único político punido foi este: nenhum. (para frente)
a) este: refere-se ao núcleo “nenhum”.

- A manifestação também recebeu maciço apoio da


comunidade acadêmica. Isso, contudo, não foi
suficiente para que as propostas fossem atendidas”.

Detalhe: O pronome “isso” retoma uma ideia (um processo), e não uma palavra ou expressão isolada do texto.

- Pronomes indefinidos: algum, alguma, nenhum, nenhuma, todo(s), toda(s), muitos, muitas, pouco, pouca, certa,
certo, tanta, tanto, vários, diversos, bastante, ninguém, nada, tudo, cada, algo, alguém, qualquer, quaisquer, de-
terminado, determinada, outro, outra etc.

Como podem cair nas provas:

a) Quase todos esses pronomes impedem que o artigo “a” apareça antes de si. Essa condição neutraliza,
quase em 100%, as chances de ocorrer crase diante de pronomes indefinidos. Exceto o pronome-
substantivo “outra(s)”.

- Isso diz respeito a toda mulher.


- Ele disse tudo a cada professora.
- O jornal fez menção à outra pessoa.

- Pronomes interrogativos: que, quem, qual, quanto.


Como podem cair em provas:

a) Nossa banca pode pedir, em relação ao pronome “que”, para você mudar a ordem dos elementos da fra-
se. Na primeira ordem, teríamos o seguinte:

- O que você viu ontem?


- De que ele gosta mais?
- Para que eu fiz isso?

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Na segunda ordem, teríamos o seguinte:


- Você viu ontem o quê?
- Ele gosta mais de quê?
- Eu fiz isso para quê?

Obs.: Note que os acentos circunflexos são obrigatórios na segunda ordem.

b) Às vezes, é difícil reconhecer o pronome interrogativo como sujeito, objeto direto ou indireto.
- Quem fez essa bagunça? Sujeito: “Quem”.
- Esse homem viu quem ontem à noite? “Quem” é objeto direto.
- Aquela moça gosta de quem? “de quem” é objeto indireto.

- Pronomes relativos: que, quem, onde e cujo(a)(s).

Como podem cair em provas:

a) Lembre-se de que o pronome QUE pode ser transformado em o qual, os quais, a qual e as quais.

- Os livros de Machado de Assis, que são muito bem conceituados, têm um bom preço.

Obs.: “que” refere-se a “livros”.

- Os livros de Machado de Assis, os quais são muito bem conceituados, têm um bom preço.

- Os cientistas analisaram a proposta que foi recusada pelos políticos.

Obs.: “que” refere-se a “proposta”.

- Os cientistas analisaram a proposta a qual foi recusada pelos políticos.

b) O pronome ONDE só se refere a um lugar: rio, praça, casa, bolso, quintal etc.

FRASES CORRETAS
- Ele conheceu a praça onde havia muitas barracas com comidas exóticas.

Obs.: Onde = em que = no qual, na qual, nos quais, nas quais.


- Ele conheceu a praça em que havia muitas barracas com comidas exóticas.
- Ele conheceu a praça na qual havia muitas barracas com comidas exóticas.

FRASES COMPARADAS
- Ele se deparou com um momento onde mudou tudo. (frase errada)

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- Ele se deparou com um momento em que mudou tudo. (frase correta)


- O jogo onde todos os atletas cansaram foi uma porcaria. (frase errada)
- O jogo em que todos os atletas cansaram foi uma porcaria. (frase correta)

Obs.: O “onde” está indevido porque os seus referentes não são palavras indicativas de lugar.

c) O pronome QUEM sempre se refere a uma pessoa e sempre é preposicionado.

- Esta é a mulher por quem o meu amigo se apaixonou.


- O professor a quem ele se referiu faltou ontem.
- Nós vimos o médico de quem o enfermeiro falou mal.

Obs.: É totalmente correto substituir QUEM por QUE (o qual, os quais, a qual, as quais), mas a frase vai ficar muito
esquisita (aparentemente errada, mas não estará), é bom avisar.

d) O pronome CUJO(A)(S) estabelece relação de posse e não pode ser trocado pelo QUE.

- Os livros cujas capas estavam rasgadas eram raros.


- A mulher cuja preocupação é cuidar dos filhos tem o respeito de todos.
As frases abaixo estão completamente erradas:
- Os livros cujas as capas estavam rasgadas eram raros.
- A mulher cuja é preocupada com os filhos tem o respeito de todos.
- As ideias cuja nos ensinam as coisas fortalecem o homem.

- Pronomes de tratamento: Vossa Santidade, Vossa Magnificência, Vossa Excelência etc.

Pronomes de Tratamento
Pronomes de tra- Abreviatura Abreviatura
Usados para:
tamento Singular Plural
Você V. VV. Usado para um tratamento íntimo, familiar.
Pessoas com as quais mantemos um certo distanciamento mais res-
Senhor, Senhora Sr., Sr.ª Srs., Srª.s
peitoso
Pessoas com um grau de prestígio maior. Usualmente, os emprega-
Vossa Senhoria V. S.ª V. Sª.s mos em textos escritos, como: correspondências, ofícios, requeri-
mentos, etc.
Usados para pessoas com alta autoridade, como: Presidente da Re-
Vossa Excelência V. Ex.ª V. Ex.ªs
pública, Senadores, Deputados, Embaixadores, etc.
Vossa Eminência V. Em.ª V. Em.ªs Usados para Cardeais.
Vossa Alteza V. A. V V. A A. Príncipes e duques.
Vossa Santidade V.S. - Para o Papa.
Vossa Reverendís-
V. Rev.mª V. Rev.mªs Sacerdotes e Religiosos em geral.
sima

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Vossa Paternidade V. P. VV. PP. Superiores de Ordens Religiosas.


Vossa Magnificên-
V. Mag.ª V. Mag.ªs Reitores de Universidades
cia
Vossa Majestade V. M. V V. M M. Reis e Rainhas.

06. Verbos

Sem dúvida, é a classe gramatical mais complexa de todas. Rica em variações, usos, substituições, irregularidades,
significações etc., é a classe que iremos analisar ao longo do nosso curso; ou seja, não para por aqui, até porque
seria uma grande injustiça. Portanto, o que iremos investigar, agora, é apenas uma amostra dessa classe tão ver-
sátil.

Definição
Palavra que indica a ação verbal praticada ou recebida pelo sujeito. Também pode simplesmente indicar o estado
ou a qualidade do sujeito.

Obs.: “Ação verbal” não significa, necessariamen-


te, ação física.

Exemplos:
- Os médicos deixaram o hospital bem cedo. (ação)
- A Bovespa especula que tais ações podem cair. (ação)
- O tema “verbos” é complexo. (qualidade)
- A cidade parece calma. (estado)

Modos verbais

Os verbos do português têm modos. Os modos indicam os valores semânticos que podem ser notados em cada
verbo. Vamos a eles:

a) Indicativo: Manifesta uma certeza da ação ou do estado que manifesta o verbo. O leitor não dúvidas de que
aquela ação esteja ocorrendo, tenha ocorrido ou venha a ocorrer.

- Ontem, Marcela fez um belo jantar.


- João sempre joga futebol depois da aula.
- Nós nunca faltávamos a nenhuma reunião de pais.
- No fim do ano, eles farão uma grande festa.

b) Subjuntivo: Manifesta uma ação incerta, duvidosa ou mesmo hipotética. Agora, o leitor não está mais seguro
quanto à ação verbal; tudo é dúvida.

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- Quero que o livro desperte a atenção dos alunos. (Será que vai despertar? É uma hipótese)
- Se eu fizesse uma requisição, eles poderiam me atender. (Eu farei a requisição? Talvez sim, talvez não)
- Quando vocês decidirem, estaremos à disposição. (Quando eles vão decidir? Não se sabe.)

c) Imperativo: Manifesta uma ordem, um conselho, um pedido, uma advertência ou uma súplica. Agora, o sujeito
da ação é orientado a fazer algo.
- Leve este livro até sua mãe, meu filho.
- Nunca mais faça isso, seu mentiroso!!!
- Rapaz, deixe essa vida de farras!
- Gente, fiquemos em pé para saudar o diretor!

Tempos verbais

Presente do indicativo

O presente indica um fato que ocorre no momento do enunciado, não necessariamente no momento
cronológico atual. Não tem desinência fixa.

- O Brasil vive um momento decisivo: as eleições. (ação presente, mas em curso neste momento)

- Nós, concurseiros, sempre estudamos bastante. (ação rotineira no presente).

- Quando Luís Felipe Scolari vê que o Brasil já perde por quatro a zero, manda todos tocarem a bola.
(a ação é passada, mas dita como se fosse presente).

Infinitivo Falar comer abrir sair


Eu Falo como abro saio
Tu Falas comes abres sais
Você, ele, ela Fala come abre sai
Nós falamos comemos abrimos saímos
Vós Falais comeis abris saís
Vocês, eles, elas Falam comem abrem saem

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PRETÉRITOS

Perfeito

O pretérito perfeito indica uma ação totalmente realizada, que iniciou e terminou no passado. Não tem
desinência.

- Na Idade Média, os padres escreveram leis duras ao cristão.

- Ontem, todos foram ao cinema e se emocionaram.

- Há dez minutos, postei um artigo sobre verbos.

Infinitivo Falar comer abrir sair


Eu Falei comi Abri saí
Tu Falaste comeste abriste saíste
Você, ele, ela Falou comeu abriu saiu
Nós falamos comemos abrimos saímos
Vós falastes comestes abristes saístes
Vocês, eles, elas falaram comeram abriram saíram

Imperfeito

O pretérito imperfeito indica uma ação que iniciou no passado, mas que ainda não terminou. As desinências são –VA e –IA.

- Hoje cedo, eu preparava os convites, quando tive que sair. (ação interrompida bruscamente no passado)

- Na década passada, os brasileiros camiam menos carne do que hoje. (ação iniciada, mas não finalizada em sua
totaalidade no passado).

Infinitivo Falar comer Abrir sair


Eu Falava comia abria saía
Tu falavas comias abrias saías
Você, ele, ela Falava comia abria saía
Nós falávamos comíamos abríamos saíamos
Vós faláveis comíeis abríeis saíeis
Vocês, eles, elas falavam comiam abriam saíam

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Mais-que-perfeito

O pretérito mais-que-perfeito indica uma ação passada que começou no passado distante e terminou no passado.
Geralmente, na oração, existe um outro verbo que está flexionado no passado, servindo para saber de qual
pretérito (perfeito ou imperfeito) que é o passado, senão, não há necessidade do uso (já que não haveria um
passado do passado). Desinência: –RA.

- Quando deixamos o chalé, notamos que nosso filho caçula esquecera um de seus brinquedos no quarto.

- O jovem fizera tudo para ser feliz.

Detalhe: as formas do pretérito mais-que-perfeito podem ser substituídas por HAVER ou TER + PARTICÍPIO.

Infinitivo Falar comer abrir sair


Eu Falara comera abrira saíra
Tu Falaras comeras abriras saíras
Você, ele, ela Falara comera abrira saíra
Nós faláramos comêramos abríramos saíramos
Vós faláreis comêreis abríreis saíreis
Vocês, eles, elas falaram comeram abriram saíram

FUTUROS
Futuro do presente

O futuro do presente indica ações convictas (ou seja, certas) que acontecerão em relação ao presente, já que este
permite tal certeza. É um tempo meio “prepotente”, meio “já ganhou”. Desinências: -RÁ ou -RE.

- No fim do ano, ele comprará aquele carro.

- Amanhã, resolveremos este problema.

Infinitivo Falar Comer abrir sair


Eu Falarei Comerei abrirei sairei
Tu Falarás Comerás abrirás sairás
Você, ele, ela Falará Comerá abrirá sairá
Nós falaremos comeremos abriremos sairemos
Vós falareis Comereis abrireis saireis
Vocês, eles, elas Falarão Comerão abrirão sairão

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Futuro do pretérito

O futuro do pretérito (ou condicional) inidica ações futuras em relação ao passado. Desinência: -RIA.

- Caso Pedro chegasse cedo, resolveria esse problema. (Contexto: quem falou a frase espera ainda a chegada de Pedro; ou seja, a ação
ainda não aconteceu, é uma ação futura).

Também serve para indicar ações hipotéticas ou irreais.

- O Brasil jamais seria goleado por time algum nesta Copa. (Contexto: o Brasil ainda não havia enfrentado a Alemanha).

Infinitivo Falar comer abrir Sair


Eu Falaria comeria abriria Sairia
Tu Falarias comerias abririas Sairias
Você, ele, ela falaria comeria abriria Sairia
Nós falaríamos comeríamos abriríamos sairíamos
Vós falaríeis comeríeis abriríeis sairíeis
Vocês, eles, elas falariam comeriam abririam Sairiam

CLASSIFICAÇÃO DO VERBO

Os verbos quando são conjugados apresentam variações de formas:

a) Alterações no radical;
b) Não possuem todos os modos;
c) Apresentam mais de um radical;
d) Apresentam duas formas de mesmo valor. Em geral, as duas formas são mais frequentes no particípio.

Em virtudes dessas variações classificamos os verbos em:

a) Verbos regulares;
b) Verbos irregulares;
c) Verbos Anômalos;
d) Verbos defectivos;
e) Verbos abundantes.

1- VERBOS REGULARES

Os verbos regulares são aqueles que não sofrem alterações em seu radical.
1ª conjugação: compreende verbos terminados, em sua forma infinitiva, em –AR.

CantAR
AmAR
AlmejAR

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2ª conjugação: compreende verbos terminados, em sua forma infinitiva, em –ER.

Vendo
VendER
ContER
EscondER

3ª conjugação: compreende verbos terminados, em sua forma infinitiva, em –IR.

PartIR
SucumbIR
DiscutIR

2- VERBOS IRREGULARES

Os verbos irregulares são aqueles que sofrem alterações, em geral, em seu radical.

Faço
Fazes
Faz
Fazemos
Fazeis
Fazem

Observação: note que o verbo FAZER sofreu alterações em seu radical na 1ª pessoa do singular.

Observação: note que o verbo FAZER sofreu alterações em seu radical na 1ª pessoa do singular.

Outros exemplos: caber, pedir, ferir, polir, requerer.

Obs.: O verbo ferir conjuga-se assim: (eu) firo, feres, fere, ferimos, feris, ferem. Igualmente a ele, conjugam-se os
seguintes verbos:

aderir, inserir, advertir, competir, digerir, divergir, convergir, expelir, gerir, sugerir, vestir, mentir.

A seguir veremos alguns exemplos de verbos irregulares em todos os modos.

VERBOS IRREGULARES – 1ª CONJUGAÇÃO – DAR.


MODO INDICATIVO
Pretérito
Pretérito im- Pretérito per- Futuro do Futuro do
Presente mais-que-
perfeito feito presente pretérito
perfeito
Dou Dava Dei Dera Darei Daria
Dás Davas Deste Deras Darás Darias
Dá Dava Deu Dera Dará Daria
Damos Dávamos Damos Déramos Daremos Daríamos
Dais Dáveis Destes Déreis Dareis Daríeis
Dão Davam Deram Deram Darão Dariam

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MODO SUBJUNTIVO
Presente Pretérito imperfeito Futuro
Dê Desse Der
Dês Desses Deres
Dê Desse Der
Demos Déssemos Dermos
Deis Désseis Derdes
Deem * Dessem Derem

*Já está dentro do novo acordo ortográfico.

MODO IMPERATIVO
Afirmativo Negativo
Dá Não dês
Dê Não dê
Demos Não demos
Daí Não deis
Deem Não deem*

*Já está dentro do novo acordo ortográfico.

FORMAS NOMINAIS

a) Infinitivo impessoal ►DAR

b) Infinitivo pessoal ►

Dar
Dares
Dar
Darmos
Dardes
Darem

c) Gerúndio ► Dando

d) Particípio: ► Dado

VERBOS IRREGULARES – 2ª CONJUGAÇÃO – HAVER

MODO INDICATIVO
Pretérito
Pretérito im- Pretérito per- Futuro do Futuro do
Presente mais-que-
perfeito feito presente pretérito
perfeito
Hei Havia Houve Houvera Haverei Haveria
Hás Havias Houveste Houveras Haverás Haverias
Há Havia Houve Houvera Haverá Haveria
Havemos Havíamos Houvemos Houvéramos Haveremos Haveríamos
Havei Havíeis Houveste Houvéreis Havereis Haveríeis
Hão Haviam Houveram Houveram Haverão Haveriam

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MODO SUBJUNTIVO
Presente Pretérito imperfeito Futuro
Haja Houvesse Houver
Hajas Houvesses Houveres
Haja Houvesse Houver
Hajamos Houvéssemos Houvermos
Hajais Houvésseis Houverdes
Hajam Houvessem Houverem

MODO IMPERATIVO
Afirmativo Negativo
Há Não hajas
Haja Não haja
Hajamos Não hajamos
Havei Não hajais
Hajam Não hajam

FORMAS NOMINAIS

a)Infinitivo impessoal ►HAVER

b) Infinitivo pessoal ►

Haver
Haveres
Haver
Havermos
Haverdes
Haverem

c) Gerúndio ►Havendo

d) Particípio ►Havido

VERBOS IRREGULARES – 3ª CONJUGAÇÃO – FERIR.

MODO INDICATIVO
Pretérito
Pretérito im- Pretérito per- Futuro do Futuro do
Presente mais-que-
perfeito feito presente pretérito
perfeito
Firo Feria Feri Ferira Ferirei Feriria
Feres Ferias Feriste Feriras Ferirás Feririas
Fere Feria Feriu Ferira Ferirá Feriria
Ferimos Feríamos Ferimos Feríramos Feriremos Feriríamos
Feris Feries Feristes Feríreis Feríreis Feriríeis
Ferem Feriam Feriram Feriram Ferirão Feririam

MODO SUBJUNTIVO
Presente Pretérito imperfeito Futuro

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Fira Ferisse Ferir


Firas Ferisses Ferires
Fira Ferisse Ferir
Firamos Feríssemos Ferirmos
Firais Ferísseis Ferirdes
Firam Ferissem Ferirem

MODO IMPERATIVO
Afirmativo Negativo
Fere Não firas
Fira Não fira
Firamos Não firamos
Feri Não firais
Firam Não firam

FORMAS NOMINAIS

a) Infinitivo impessoal ►FERIR

b) Infinitivo pessoal ►

Ferir
Ferires
Ferir
Ferirmos
Ferirdes
Ferirem

Gerúndio ►Ferindo

Particípio ►Ferido

Observação: seguem a conjugação de FERIR os seguintes verbos:


Aderir, aferir, inserir, interferir, mentir, preferir, sugerir, vestir entre outros.

VERBOS ANÔMALOS

Os verbos anômalos são aqueles que apresentam mais de um radical quando são conjugados. São apenas dois: IR
e SER. Abaixo as conjugações do verbo IR:

MODO INDICATIVO
Pretérito
Pretérito im- Pretérito per- Futuro do Futuro do
Presente mais-que-
perfeito feito presente pretérito
perfeito
Vou Ia Fui Fora Irei Iria
Vais Ias Foste Foras Irás Irias
Vai Ia Foi Fora Irá Iria
Vamos Íamos Fomos Fôramos Iremos Iríamos
Ides Íeis Fostes Fôreis Ireis Iríeis
Vão Iam Foram Foram Irão Iriam

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MODO SUBJUNTIVO
Presente Pretérito imperfeito Futuro
Vá Fosse For
Vás Fosses Fores
Vá Fosse For
Vamos Fôssemos Formos
Vades Fosseis Fordes
Vão Fossem Forem

MODO IMPERATIVO
Afirmativo Negativo
Vai Não vás
Vá Não vá
Vamos Não vamos
Ide Não vades
Vão Não vão

FORMAS NOMINAIS

Infinitivo impessoal ► IR

Infinitivo pessoal ►

Ir
Ires
Irmos
Irdes
Irem

Gerúndio ► Indo

Particípio ► Ido

3- VERBOS DEFECTIVOS

Os verbos defectivos são aqueles que não possuem a conjugação completa; são, portanto, verbos defeituosos.
Essa falha ocorre, muitas vezes, nos presentes do indicativo e do subjuntivo, e no imperativo afirmativo.

- Se tudo não der certo, eu falo a empresa do meu pai. (frase errada)
- Eu bano você da minha vida quando quiser. (frase errada).
- Eu abolo essa lei na hora certa. (frase errada).

Porém,

- Se tudo não der certo, eu posso falir a empresa do meu pai. (frase correta)
- Eu vou banir você da minha vida quando quiser. (frase correta).
- Eu posso abolir essa lei na hora certa. (frase correta)

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PRECAVER

MODO INDICATIVO
Pretérito
Pretérito im- Pretérito per- Futuro do Futuro do
Presente mais-que-
perfeito feito presente pretérito
perfeito
Não tem Precavia Precavi Precavera Precaverei Precaveria
Não tem Precavias Precaveste Precaveras Precaverás Precaverias
Não tem Precavia Precaveu Precavera Precaverá Precaveria
Precavemos Precavíamos Precavemos Precavêramos Precaveremos Precaveríamos
precaveis Precavíeis Precavestes Precavêreis Precavereis Precaveríeis
Não tem Precaviam Precaveram Precaveram Precaverão Precaveriam

MODO SUBJUNTIVO
Presente Pretérito imperfeito Futuro
Não existe conjugação no Precavesse Precaver
presente do subjuntivo Precavesses Precaveres
Precavesse Precaver
Precavêssemos Precavermos
Precavêsseis Precaverdes
Precavessem Precaverem

No modo imperativo o verbo PRECAVER só possui a 2ª pessoa do plural do imperativo afirmativo: precavei.
FORMAS NOMINAIS

Infinitivo impessoal ►PRECAVER

Infinitivo pessoal ►

Precaver
Precaveres
Precaver
Precavermos
Precaverdes
Precaverem

Gerúndio ►Precavendo

Particípio ► Precavido

OUTROS EXEMPLOS DE VERBOS DEFECTIVOS

AGUERRIR FALIR DOER REAVER BANIR


ABOLIR CARPIR COLORIR RUIR BRAMIR
EXTORQUIR RETORQUIR SOER (Costumar)

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4- VERBOS ABUNDANTES

Os verbos abundantes são aqueles que apresentam duas formas de mesmo valor. Em geral, essas formas são mais
frequentes no particípio.

Quando não ocorre nos particípios:

- Havemos ou hemos; haveis ou heis (verbo “haver”), diz ou dize (imperativo do verbo “dizer”), faze ou faz (impe-
rativo do “fazer”), traz ou traze (imperativo do “trazer”).

INFINITIVO PARTICÍPIO REGULAR PARTICÍPIO IRREGULAR


Anexar Anexado Anexo
Dispersar Dispersado Disperso
Eleger Elegido Eleito
Envolver Envolvido Envolto
Imprimir Imprimido Impresso
Matar Matado Morto
Morrer Morrido Morto
Pegar Pegado Pego
Soltar Soltado Solto

Geralmente, os particípios regulares são usados com os verbos auxiliares TER e HAVER, enquanto os particípios irregula-
res são usados com o verbo SER.

- Ele havia anexado os documentos.


- Eu tenho imprimido tudo em casa.
- Ele foi solto pela polícia.
- Os presidentes são eleitos democraticamente.

07. ADVÉRBIO:

Classe que exprime valor circunstancial, podendo modificar um verbo, um adjetivo, ou um advérbio.

Exemplo 1: Choverá amanhã - Advérbio de tempo.

O termo grifado, no caso, sob uma análise sintática, é um adjunto adverbial, modificando um verbo intransitivo, de sen-
tido pleno, que no caso é o verbo "chover".

Exemplo 2: Será um divórcio tão complicado! - Advérbio de intensidade.

O termo grifado, neste caso, “modifica” (torna mais “encorpado”) o adjetivo complicado.

Exemplo 3: Aquele foi um planejamento tão criteriosamente estudado! - Advérbio de intensidade.

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O termo grifado, neste caso, modifica o advérbio criteriosamente.

Classificação de alguns dos advérbios:

- LUGAR (aqui, ali, lá, acolá, acima, abaixo, dentro, fora, longe, perto etc.).

Ex.: Ele dormiu aqui ontem.

- TEMPO (ontem, hoje, amanhã, cedo, tarde, ainda, agora).

Ex.: Amanhã, sairemos cedo.

- MODO (bem, mal, melhor, pior, assim, velozmente e quase todos terminados em -mente).

Ex.: Ela deixou a sala de aula bem.

- INTENSIDADE (muito, pouco, mais, menos, bastante, intensamente etc.).

Ex.: Ele estudou muito.

- DÚVIDA (talvez, acaso, provavelmente, quiçá etc.).

Ex.: Talvez eu vá com você.

- AFIRMAÇÃO (Sim, certamente, realmente).

Ex.: Certamente sairemos hoje.

- NEGAÇÃO (não, nunca, jamais)

Ex.: Nunca menospreze seus amigos.

- DE INCLUSÃO: Ainda, até, mesmo, inclusivamente, também.

Ex.: Emocionalmente o indivíduo TAMBÉM amadurece durante a adolescência.

- CONFORMIDADE (conforme, segundo, consoante).

Ex.: Conforme o jornal, gasolina sofrerá redução.

Algumas locuções adverbiais.

- CAUSA

Ex.: As pessoas não saíram de casa por conta do frio.

- FINALIDADE

Ex.: Estudava para a prova.

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- INSTRUMENTO

Ex.: Feriu-se com a faca.

- COMPANHIA

Ex.: Saiu com os amigos.

- CONCESSÃO (se bem que, muito embora, apesar disso, a despeito de, malgrado etc.)

Ex. Malgrado o tempo ruim, todos foram à praia.

- CONFORMIDADE (conforme, segundo, consoante).

Ex.: Conforme o jornal, gasolina sofrerá redução.

08. PREPOSIÇÃO:

Palavra invariável, que liga dois termos. São elas: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante,
por, sem, sob, sobre, trás, durante etc.

As preposições não têm, em si, sentido independente. Porém, podem “parasitar” significados dos contextos.

- João falou a Pedro.

- João falou ante Pedro.

- João falou após Pedro.

- João falou com Pedro.

- João falou contra Pedro.

- João falou de Pedro.

- João falou em Pedro.

- João falou para Pedro.

- João falou perante Pedro.

- João falou por Pedro.

- João falou sem Pedro.

- João falou sobre Pedro.

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09. CONJUNÇÃO:

Conjunção é a palavra cuja função é ligar termos ou orações, atribuindo, muitas vezes, valores semânticos às frases.
Portanto, as conjunções podem ou não manifestar sentido. Detalhe: às vezes, a conjunção apresenta mais de uma pala-
vra; quando isso acontece, chamamos locução conjuntiva.

Conjunções ou locuções que manifestam sentidos.

a) Coordenativas
b) Adverbiais

O que cai mais em provas?

Na maioria das vezes, pede-se ao candidato para reconhecer as conjunções, seus valores semânticos e se certas trocas
são possíveis.

Vamos, primeiro, ver as conjunções ou locuções coordenativas mais importantes:

1) Aditivas: e, nem, não só...mas também (não somente...como também etc.)


- O prefeito fez a licitação, e resolveu logo os problemas da população carente.
- O prefeito não só fez a licitação, mas também resolveu logo os problemas da população carente.

2) Adversativas: mas, porém, contudo, todavia, no entanto, entretanto, não obstante, em contrapartida.
- O prefeito fez a licitação, mas não resolveu os problemas da população carente.

As demais conjunções coordenativas são as seguintes: alternativas (ou...ou; seja...seja; ora...ora; quer...quer), conclusi-
vas (portanto, logo, por conseguinte) e explicativas (porque, pois, que).

Vamos, agora, ver as conjunções ou locuções adverbiais mais importantes:

A) Causais: introduzem relação de causa e se combinam com uma ideia de consequência. As conjunções e locuções mais
importantes são as seguintes: já que, como, pois que, na medida em que, uma vez que, visto que, sendo que, dado que,
porquanto.
- Já que os médicos iniciaram uma pesada greve, as unidades de saúde vivem um verdadeiro caos.

B) Concessivas: introduzem relação de contradição, oposição. As conjunções e locuções mais importantes são as seguin-
tes: ainda que, mesmo que, embora, posto que, se bem que, em que pese, malgrado, a despeito de, não obstante, con-
quanto.
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- Ainda que todos os médicos tenham entrado em uma pesada greve, as unidades de saúde resistem bravamente.

As conjunções que não manifestam sentido são as integrantes.


- Os médicos não notaram que as unidades de saúde estavam precisando deles.

- Eles não viram se tudo aquilo era mesmo verdade.

10. INTERJEIÇÃO:
Palavra que procura expressar sentimentos, emoções. Ih! Oh! Viva! Psiu! Aleluia!

EXERCÍCIOS 01

01- Em: “Trata-se da construção de uma alternativa à lógica dominante, ao ajustamento de todas as sociedades...”
(L.32-33)

No trecho acima há:

a) quatro adjetivos
b) três adjetivos
c) dois adjetivos
d) um adjetivo
e) nenhum adjetivo

02- Assinale a frase em que os termos destacados estão corretamente empregados.

a) Promoveu um evento grandioso em setembro deste ano onde gastou uma fortuna.
b) O meu engenheiro é um cidadão em cuja capacidade podemos confiar.
c) Certificou a seus superiores no Ministério de que a Comissão de Licitações estava prestes a pedir demissão.
d) Prefiro ficar sozinho do que perdoar os que me deixaram neste estado deplorável de dependência física.

Obs.: Para um melhor entendimento dessa questão e da próxima, sugiro que você consulte a tabela de PRONOMES
RELATIVOS, no final dessa bateria de exercícios, na seção CURIOSIDADES SOBRE AS CLASSES DE PALAVRAS.

03- Assinale a opção em que é possível substituir, de acordo com a norma culta, a expressão grifada pela palavra “on-
de”.

a) O cinema em que nos encontramos passa bons filmes.


b) Vejo você às 11 horas, quando iremos almoçar.
c) Se o tempo melhorar, então vamos à praia.
d) A situação que ele criou não é aceitável.
e) Lembrei-me do tempo no qual íamos junto trabalhar.

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04-

João e Maria

Agora eu era o herói


E o meu cavalo só falava inglês
A noiva do cowboy
Era você
Além das outras três
Eu enfrentava os batalhões
Os alemães e seus canhões
Guardava o meu bodoque
E ensaiava um rock
Para as matinês
(...)
Não, não fuja não
Finja que agora eu era o seu brinquedo
Eu era o seu pião
O seu bicho preferido
Sim, me dê a mão
A gente agora já não tinha medo
No tempo da maldade
Acho que a gente nem tinha nascido

(Chico Buarque e Sivuca).


I. Nos versos Agora eu era o herói e A gente agora já não tinha medo, o uso do advérbio agora mostra-se inade-
quado, pois os verbos conjugados no pretérito imperfeito designam fatos transcorridos no tempo passado.
II. Em Finja que agora eu era o seu brinquedo e Sim, me dê a mão, os verbos grifados estão flexionados no mes-
mo modo.
III. Substituindo-se a expressão a gente pelo pronome nós nos versos A gente agora já não tinha medo e Acho que
a gente nem tinha nascido, a forma verbal resultante, sem alterar o contexto, será teríamos.

Está correto o que se afirma em

a) I, II e III.
b) I e II, apenas.
c) III, apenas.
d) II, apenas.
e) I, apenas.

Obs.: Para um melhor entendimento dessa questão, sugiro que você revise o tema MODOS VERBAIS. Lembre-se de que
modo verbal é totalmente diferente de tempo verbal.

05- “À evidência imposta, que presume que a única forma aceitável de organização de uma sociedade é a regulação
pelo mercado, podemos opor a proposta de organizar as sociedades e o mundo a partir do acesso para todos aos
direitos fundamentais.”
As ocorrências da palavra QUE no trecho acima são classificadas como:

a) conjunção integrante e conjunção integrante.


b) pronome relativo e conjunção integrante.
c) pronome relativo e pronome relativo.
d) conjunção subordinativa e conjunção subordinativa.
e) conjunção integrante e pronome relativo.
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Obs.: Para um aprofundamento dessa questão, sugiro que você vá aos capítulos FUNÇÕES DO “QUE” e ORAÇÕES SU-
BORDINADAS ADJETIVAS.

06- “Com o real, os brasileiros redescobriram o valor do dinheiro e das coisas.”; a frase a seguir em que a preposição
com tem o mesmo valor semântico da ocorrência sublinhada é:

a) Com a chuva, todas as ruas ficaram alagadas.


b) Os turistas encontraram-se com os amigos no aeroporto.
c) Todos saímos com os amigos recém-chegados.
d) Com quem eles viajaram nós não vimos.
e) Brigaram com os adversários durante horas.

07- Em “Ninguém atinge a perfeição alicerçado na busca de valores materiais, nem mesmo os que consideram tal ati-
tude um privilégio dado pela existência”, os pronomes destacados no período acima classificam-se, respectivamen-
te, como:

a) indefinido - demonstrativo - relativo - demonstrativo


b) indefinido - pessoal oblíquo - relativo - indefinido
c) de tratamento - demonstrativo - indefinido - demonstrativo
d) de tratamento - pessoal oblíquo - indefinido - demonstrativo
e) demonstrativo - demonstrativo - relativo - demonstrativo

08- Na frase "As negociações estariam meio abertas só depois de meio período de trabalho", as palavras destacadas
são, respectivamente:

a) adjetivo, adjetivo
b) advérbio, advérbio
c) advérbio, adjetivo
d) numeral, adjetivo
e) numeral, advérbio

Obs.: Para um melhor entendimento dessa questão, sugiro que você vá ao capítulo CONCORDÂNCIA NOMINAL e leia,
com atenção, a parte que fala das palavras “bastante”, “meio”, “caro” e “barato”.

09- Na frase: "Passaram dois homens a discutir, um a gesticular e o outro com a cara vermelha", o termo a está empre-
gado, sucessivamente, como:
a) artigo, preposição preposição
b) pronome, preposição, artigo
c) preposição, preposição, artigo
d) preposição, pronome, preposição
e) preposição, artigo, preposição
Obs.: Não cabe o uso de acento grave nas duas primeiras evidências de “a”, uma vez que, na sequência de tais palavras,
há dois verbos.

10- Observe o período a seguir: "Podem acusar-me: estou com a consciência tranquila". Os dois pontos do período
acima poderiam ser substituídos por vírgula, explicando-se o nexo entre as duas orações pela conjunção:
a) portanto
b) e
c) como
d) pois
e) embora

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Obs.: para um melhor entendimento, sugiro que você vá ao capítulo PONTUAÇÃO e leia, com cuidado, o uso de vírgulas
em Orações Coordenadas.

11- Assinale a alternativa cuja relação é incorreta:


a) Sorria às crianças que passavam - pronome relativo
b) Declararam que nada sabem - conjunção integrante
c) Que manifestação alegre foi a sua - advérbio de intensidade
d) Que enigmas há nesta vida - pronome adjetivo indefinido
e) Uma ilha que não consta no mapa - conjunção coordenativa explicativa

Obs.: Para um melhor entendimento, sugiro que você vá ao capítulo “FUNÇÕES DO QUE”.

12- Há três substantivos em:


a) “... com sérias dificuldades financeiras.”
b) “... não conseguiu prever nem a crise econômica atual.”
c) “... vai tornar inúteis arquivos e bibliotecas.”
d) “... o site precisa da confirmação e do endosso do ‘impresso’,”
e) “Muitos dos blogs e sites mais influentes...”

GABARITO

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
D B A D B A A C C D

11 12
E D

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CURIOSIDADES SOBRE AS CLASSES DE PALAVRAS

Algumas curiosidades sobre os substantivos:

Palavras masculinas:

• o ágape (refeição dos primitivos cristãos);


• o anátema (excomungação);
• o axioma (premissa verdadeira);
• o caudal (cachoeira);
• o carcinoma (tumor maligno);
• o champanha, clã, clarinete, contralto, coma, diabete/diabetes (FeM classificam como gênero vacilante);
• o diadema, estratagema, fibroma (tumor benigno);
• o herpes, hosana (hino);
• o jângal (floresta da Índia);
• o lhama;
• o praça (soldado raso);
• o proclama, sabiá, soprano (FeM classificam como gênero vacilante);
• o suéter, tapa (FeM classificam como gênero vacilante);
• o teiró (parte de arma de fogo ou arado);
• o telefonema, trema, vau (trecho raso do rio).

Palavras femininas:

• a abusão (engano);
• a alcíone (ave doa antigos);
• a aluvião, araquã (ave);
• a áspide (reptil peçonhento);
• a baitaca (ave);
• a cataplasma, cal, clâmide (manto grego);
• a cólera (doença);
• a derme, dinamite, entorce, fácies (aspecto);
• a filoxera (inseto e doença);
• a gênese, guriatã (ave);
• a hélice (FeM classificam como gênero vacilante);
• a jaçanã (ave);
• a juriti (tipo de aves);
• a libido, mascote, omoplata, rês, suçuarana (felino);
• a sucuri, tíbia, trama, ubá (canoa);
• a usucapião (FeM classificam como gênero vacilante);
• a xerox (cópia).

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Gênero vacilante:

• acauã (falcão);
• inambu (ave);
• laringe, personagem (Ceg. fala que é usada indistintamente nos dois gêneros, mas que há preferência de auto-
res pelo masculino);
• víspora.

Alguns femininos:

• abade - abadessa;
• abegão (feitor) - abegoa;
• alcaide (antigo governador) - alcaidessa, alcaidina;
• aldeão - aldeã;
• anfitrião - anfitrioa, anfitriã;
• beirão (natural da Beira) - beiroa;
• besuntão (porcalhão) - besuntona;
• bonachão - bonachona;
• bretão - bretoa, bretã;
• cantador - cantadeira;
• cantor - cantora, cantadora, cantarina, cantatriz;
• castelão (dono do castelo) - castelã;
• catalão - catalã;
• cavaleiro - cavaleira, amazona;
• charlatão - charlatã;
• coimbrão - coimbrã;
• cônsul - consulesa;
• comarcão - comarcã;
• cônego - canonisa;
• czar - czarina;
• deus - deusa, déia;
• diácono (clérigo) - diaconisa;
• doge (antigo magistrado) - dogesa;
• druida - druidesa;
• elefante - elefanta e aliá (Ceilão);
• embaixador - embaixadora e embaixatriz;
• ermitão - ermitoa, ermitã;
• faisão - faisoa (Cegalla), faisã;
• hortelão (trata da horta) - horteloa;
• javali - javalina;
• ladrão - ladra, ladroa, ladrona;
• felá (camponês) - felaína;
• flâmine (antigo sacerdote) - flamínica;
• frade - freira;
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• frei - sóror;
• gigante - giganta;
• grou - grua;
• lebrão - lebre;
• maestro - maestrina;
• maganão (malicioso) - magana;
• melro - mélroa;
• mocetão - mocetona;
• oficial - oficiala;
• padre - madre;
• papa - papisa;
• pardal - pardoca, pardaloca, pardaleja;
• parvo - párvoa;
• peão - peã, peona;
• perdigão - perdiz;
• prior - prioresa, priora;
• mu ou mulo - mula;
• rajá - rani;
• rapaz - rapariga;
• rascão (desleixado) - rascoa;
• sandeu - sandia;
• sintrão - sintrã;
• sultão - sultana;
• tabaréu - tabaroa;
• varão - matrona, mulher;
• veado - veada;
• vilão - viloa, vilã.

Substantivos em -ÃO e seus plurais:

• alão - alões, alãos, alães;


• aldeão - aldeãos, aldeões;
• capelão - capelães;
• castelão - castelãos, castelões;
• cidadão - cidadãos;
• cortesão - cortesãos;
• ermitão - ermitões, ermitãos, ermitães;
• escrivão - escrivães;
• folião - foliões;
• hortelão - hortelões, hortelãos;
• pagão - pagãos;
• sacristão - sacristães;
• tabelião - tabeliães;
• tecelão - tecelões;
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• verão - verãos, verões;


• vilão - vilões, vilãos;
• vulcão - vulcões, vulcãos.

Alguns substantivos que sofrem metafonia no plural:

abrolho, caroço, corcovo,


corvo, coro, despojo, destroço, escolho, esforço, estorvo, forno, forro,
fosso, imposto, jogo,
miolo, poço, porto,
posto, reforço, rogo,
socorro, tijolo, toco,
torno, torto, troco.

Substantivos só usados no plural:

anais, antolhos, arredores, arras (bens, penhor), calendas (1º dia do mês romano), cãs (cabelos brancos), cócegas, con-
dolências, damas (jogo), endoenças (solenidades religiosas), esponsais (contrato de casamento ou noivado), esposórios
(presente de núpcias), exéquias (cerimônias fúnebres), fastos (anais), férias, fezes, manes (almas), matinas (breviário de
orações matutinas), núpcias, óculos, olheiras, primícias (começos, prelúdios), pêsames, vísceras, víveres etc., além dos
nomes de naipes.

Coletivos:

• alavão - ovelhas leiteiras;


• armento - gado grande (búfalos, elefantes);
• assembleia (parlamentares, membros de associações);
• atilho - espigas;
• baixela - utensílios de mesa;
• banca - de examinadores, advogados;
• bandeira - garimpeiros, exploradores de minérios;
• bando - aves, ciganos, crianças, salteadores;
• boana - peixes miúdos;
• cabido - cônegos (conselheiros de bispo);
• cáfila - camelos;
• cainçalha - cães;
• cambada - caranguejos, malvados, chaves;
• cancioneiro - poesias, canções;
• caterva - desordeiros, vadios;
• choldra, joldra - assassinos, malfeitores;
• chusma - populares, criados;
• conselho - vereadores, diretores, juízes militares;
• conciliábulo - feiticeiros, conspiradores;
• concílio - bispos;
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• canzoada - cães;
• conclave - cardeais;
• congregação - professores, religiosos;
• consistório - cardeais;
• fato - cabras;
• feixe - capim, lenha;
• junta - bois, médicos, credores, examinadores;
• girândola - foguetes, fogos de artifício;
• grei - gado miúdo, políticos;
• hemeroteca - jornais, revistas;
• legião - anjos, soldados, demônios;
• malta - desordeiros;
• matula - desordeiros, vagabundos;
• miríade - estrelas, insetos;
• nuvem - gafanhotos, pó;
• panapaná - borboletas migratórias;
• penca - bananas, chaves;
• récua - cavalgaduras (bestas de carga);
• renque - árvores, pessoas ou coisas enfileiradas;
• réstia - alho, cebola;
• ror - grande quantidade de coisas;
• súcia - pessoas desonestas, patifes;
• talha - lenha;
• tertúlia - amigos, intelectuais;
• tropilha - cavalos;
• vara - porcos.

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03. Estrutura e formação de palavras

A análise da estrutura das palavras mostra-nos que existem várias pequenas partes que compõem uma palavra, os cha-
mados morfemas. Há dois tipos de morfemas: os lexicais e os gramaticais.

Lat- (de latir), panel- (panela), estranh- (de


estranho), prat- (de prato), trat- (de tratar)
MORFEMAS LEXICAIS etc.

“-s” (indicativo de plural), “-a” (indicativo de


gênero feminino), “-ra” (indicativo de pretéri-
MORFEMAS GRAMATICAIS to mais-que-perfeito etc.

Portanto, os morfemas lexicais contêm significações básicas, ao passo que os gramaticais não manifestam ideia, mas
sim fazem indicações.

ELEMENTOS MÓRFICOS

Os elementos mórficos são os seguintes:

►Raiz
► Radical;
►Vogal temática;
►Tema;
►Desinência;
►Afixo;
►Vogais e consoantes de ligação.

1º) RAIZ

É o elemento originário e irredutível em que se concentra a significação das palavras, consideradas do ângulo histórico.
A raiz encerra sentido lato e geral, comum às palavras de mesma família etimológica. Detalhe: na maioria das vezes, é
impossível identificar a raiz de uma palavra, uma vez que a significação é abstrata.

Assim, a raiz noc (do latim nocere = prejudicar) tem significação geral de causar dano, e a ela se prendem, pela origem
comum, as palavras nocivo, nocividade, inocente, inocentar, inócuo etc.

2º) RADICAL

É o elemento básico e significativo das palavras, consideradas sob o aspecto gramatical e prático, dentro da língua. O
radical abriga a raiz, ou seja, abriga o significado originário da palavra. Veja, abaixo, alguns exemplos de radicais não tão
conhecidos do leitor.

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RADICAL RAIZ VOCÁBULO

Hema Sangue Hemácia


Oto Ouvido Otite
Piro Fogo Pirotécnico
Glossa, glota Língua Glossário/ Poliglota
Tanato Morte Tanatologia
Xeno Estrangeiro Xenofobia
Tafo Túmulo Epitáfio
Sema Sinal Semáforo

3º) VOGAL TEMÁTICA

Tem como função preparar o radical para ser acrescido pelas desinências e também indicar a conjugação a que o verbo
pertence.

►Exemplo: cantar, vender, partir, terra, milho etc.

OBSERVAÇÃO:

Nem todas as formas verbais possuem a vogal temática.


Exemplo: (Eu) parto (radical + desinência), barril, tatu, saci.

4º ) TEMA

É o radical com a presença da vogal temática.

Exemplo: chorar, cantar, chover etc.

►DESINÊNCIAS

São elementos que indicam as flexões que os nomes e os verbos podem apresentar. São subdivididas em desinências
nominais e desinências verbais:

5ª ) DESINÊNCIAS NOMINAIS – indicam o gênero e número. As desinências de gênero são “a” e “o” (mas há divergên-
cias); as desinências de número são o “s” para o plural e ZERO (Ø) para singular, pois ele não tem desinência própria.

Exemplo: Menin-o/ Menin-a; Gat-o / Gat-a; trapaceir-o/trapaceir-a etc.

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6º) DESINÊNCIAS VERBAIS – indicam o modo, número, pessoa e tempo dos verbos.

Exemplo: cant-á-va-mos

RADICAL VT DMT DNP


Fal A va S
Danç A ria Mos
Cr E Ø Mos
Falh A r Des
Toc A Ø M
Fal Ø Ø O
Fal A Ø S
Fal A sse Is

7º) AFIXOS

São elementos que se juntam aos radicais para formação de novas palavras. Os afixos podem ser:

PREFIXOS – quando colocado antes do radical;


SUFIXOS – quando colocado depois do radical

Exemplo:

Pedr-ada.
In-vi-á-vel.
In-feliz-mente

8º) VOGAIS E CONSOANTES DE LIGAÇÃO

São elementos que são inseridos entre os morfemas (elementos mórficos), em geral, por motivos de eufonia, ou seja,
para facilitar a pronúncia de certas palavras.
Exemplo: silvícola, cronômetro, psicodélico, cafeicultura, pazada, paulada, chapeLaria, cafeTeira, sonoLento, frioRento
etc.

9º) PROCESSO DE FORMAÇÃO DAS PALAVRAS


Obs.: as organizadoras de concursos pouco
pedem aos candidatos que identifiquem as Inicialmente observemos alguns conceitos sobre palavras primiti-
vogais e consoantes de ligação. Baixa possibili-
vas e derivadas e palavras simples e compostas:
dade de esse aspecto aparecer em provas.
PALAVRAS PRIMITIVAS – palavras que não são formadas a partir
de outras.
Exemplo: pedra, casa, paz, etc.

PALAVRAS DERIVADAS – palavras que são formadas a partir de outras já existentes.


Exemplo: pedrada (derivada de pedra), ferreiro (derivada de ferro).

PALAVRAS SIMPLES – são aquelas que possuem apenas um radical.

Exemplo: cidade, casa, pedra.

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PALAVRAS COMPOSTAS - são palavras que apresentam dois ou mais radicais.

Exemplo: pé-de-moleque, pernilongo, guarda-chuva.

Na língua portuguesa existem dois processos de formação de novas palavras: derivação e composição.

► DERIVAÇÃO ◄

É o processo pelo qual palavras novas (derivadas) são formadas a partir de outras que já existem (primitivas). Podem
ocorrer das seguintes maneiras:

Prefixal;
Sufixal;
Parassintética;
Regressiva;
Imprópria.

►PREFIXAL – processo de derivação pelo qual é acrescido um prefixo a um radical.

Exemplos:

DESFAZER

INÚTIL

AMORAL

IMORAL

APODRECER

AFÔNICO

REORGANIZAR

►SUFIXAL – processo de derivação pelo qual é acrescido um sufixo a um radical.

Exemplos

CARRINHO

LOUVÁVEL

BAMBUZAL

REPUBLICANO

COMUNISTA

FRANCÊS

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HORROROSO

TOLICE

►PARASSINTÉTICA – processo de derivação pelo qual é acrescido um prefixo e sufixo, simultaneamente, ao radical.
Detalhe: não é todo gramático que reconhece esse processo.

Exemplo:

A-NOIT-ECER

PER-NOIT-AR

EN-FORC-AR

DES-ALM-ADO

OBSERVAÇÃO :

Existem palavras que apresentam prefixo e sufixo, mas não são formadas por parassíntese. Para que ocorra a parassín-
tese é necessários que o prefixo e o sufixo juntem-se ao radical ao mesmo tempo. Para verificar tal derivação basta reti-
rar o prefixo ou o sufixo da palavra. Se a palavra deixar de ter sentido, então ela foi formada por derivação parassintéti-
ca. Caso a palavra continue a ter sentido, mesmo com a retirada do prefixo ou do sufixo, ela terá sido formada por deri-
vação prefixal e sufixal.

►REGRESSIVA (ou DEVERBAL)- processo de derivação em que são formados substantivos a partir de verbos. As palavras
formadas por deverbal terminam em a, e, o e geram substantivos abstratos.

Exemplo:

- Ninguém justificou o atraso. (do verbo atrasar)

- O debate foi longo. (do verbo debater)

Outros exemplos:

Amparar = amparo
Perder = perda
Enlaçar = enlace

Curiosidade: quando o substantivo é concreto, o verbo é que deriva dele:

Âncora = ancorar
Escova = escovar

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►IMPRÓPRIA - processo de derivação que consiste na mudança de classe gramatical da palavra sem que sua forma se
altere.

Exemplo: O jantar estava ótimo. (deixou de ser verbo e passou a ser substantivo)

“Os humilhados serão exaltados”. (deixou de ser adjetivo e passou a ser substantivo)

“Vimos uma partida monstro de tênis”. (deixou de ser substantivo e passou a ser adjetivo)

“A noiva não disse o ‘sim’”. (deixou de ser advérbio e passou a ser substantivo).

► COMPOSIÇÃO ◄

É o processo pelo qual a palavra é formada pela junção de dois ou mais radicais. A composição pode ocorrer de duas
formas:

JUSTAPOSIÇÃO e AGLUTINAÇÃO.

JUSTAPOSIÇÃO – quando não há alteração nas palavras e continuam sendo faladas (escritas) da mesma forma como
eram antes da composição.

Exemplo: passatempo, pé-de-moleque, beija-flor, guarda-roupa, radiotáxi etc.

AGLUTINAÇÃO – quando há alteração em pelo menos uma das palavras seja na grafia ou na pronúncia.

Exemplo: planalto (plano + alto); embora (em+ boa+ hora); viandante (via + andante).

Além da derivação e da composição existem outros tipos de formação de palavras que são hibridismo, abreviação e
onomatopeia.

ABREVIAÇÃO OU REDUÇÃO

É a forma reduzida apresentada por algumas palavras:

Exemplo: auto (automóvel), quilo (quilograma), moto (motocicleta).

HIBRIDISMO

É a formação de palavras a partir da junção de elementos de idiomas diferentes.

Exemplo: automóvel (auto – grego + móvel – latim), burocracia


(buro – francês + cracia – grego).

ONOMATOPÉIA

Consiste na criação de palavras através da tentativa de imitar vozes ou sons da natureza.

Exemplo: fonfom, cocoricó, tique-taque, boom!.

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EXERCÍCIO DE CONCURSOS

1. Assinale a opção em que todas as palavras se formam pelo mesmo processo:

a) ajoelhar / antebraço / assinatura


b) atraso / embarque / pesca
c) o jota / o sim / o tropeço
d) entrega / estupidez / sobreviver
e) antepor / exportação / sanguessuga

2. A palavra "aguardente" formou-se por:

a) hibridismo
b) aglutinação
c) justaposição
d) parassíntese
e) derivação regressiva

3. Que item contém somente palavras formadas por justaposição?

a) desagradável - complemente
b) navio- escola / pé-de-cabra
c) encruzilhada - estremeceu
d) supersticiosa - valiosas
e) desatarraxou - estremeceu

4. Numere as palavras da primeira coluna conforme os processos de formação numerados à direita. Em seguida, mar-
que a alternativa que corresponde à sequência numérica encontrada:

( ) aguardente 1) justaposição
( ) casamento 2) aglutinação
( ) portuário 3) parassíntese
( ) pontapé 4) derivação sufixal
( ) os contras 5) derivação imprópria
( ) submarino 6) derivação prefixal
( ) acéfalo

5. Indique a palavra que foge ao processo de formação de chapechape:

a) zunzum
b) reco-reco
c) toque-toque
d) tlim-tlim
e) vivido

6. Em que alternativa a palavra sublinhada resulta de derivação imprópria?

a- Às sete horas da manhã começou o trabalho principal: a votação.


b- Pereirinha estava mesmo com a razão. Sigilo... Voto secreto ... Bobagens, bobagens!
c- Sem radical reforma da lei eleitoral, as eleições continuariam sendo uma farsa!
d- Não chegaram a trocar um isto de prosa, e se entenderam.
e- Dr. Osmírio andaria desorientado, senão bufando de raiva.
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7. Assinale a série de palavras em que todas são formadas por parassíntese:

a) acorrentar, esburacar, despedaçar, amanhecer


b) solução, passional, corrupção, visionário
c) enrijecer, deslealdade, tortura, vidente
d) biografia, macróbio, bibliografia, asteroide
e) acromatismo, hidrogênio, litografar, idiotismo

8. As palavras couve-flor, planalto e aguardente são formadas por:

a) derivação
b) onomatopeia
c) hibridismo
d) composição
e) prefixação

9. A palavra resgate é formada por derivação:

a) prefixal
b) sufixal
c) regressiva
d) parassintética
e) imprópria

10. Assinale a opção em que nem todas as palavras são de um mesmo radical:

a) noite, anoitecer, noitada


b) luz, luzeiro, alumiar
c) incrível, crente, crer
d) festa, festeiro, festejar
e) tampa, destampado, tampão.

11. Em qual dos exemplos abaixo está presente um caso de derivação parassintética?

a) Lá vem ele, vitorioso do combate.


b) Ora, vá plantar batatas!
c) Começou o ataque.
d) Assustado, continuou a se distanciar do animal.
e) Não vou mais me entristecer, vou é cantar.

12. Em "O pernalta da vida e o passatempo do tempo que passa não brincam nos lagos da lua", há, respectivamente:

a) um elemento formado por aglutinação e outro por justaposição


b) um elemento formado por justaposição e outro por aglutinação
c) dois elementos formados por justaposição
d) dois elementos formados por aglutinação
e) n.d.a

13. Aponte a alternativa que classifica corretamente os elementos mórficos do verbo a seguir: CONFI-A-SSE-S

a) Radical; VL; DNP; DMT


b) Raiz; VL; DNP; DMT
c) Radical; VT; DMT; DNP
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d) Raiz; VT; DMT; DNP


e) Radical; VT; DNP; DMT

14. As Desinências Modo Temporais de LEVAR no futuro do presente (3ª pessoa do singular) e pretérito imperfeito (2ª
pessoa do singular) são:

a) RA e SSE
b) S e MOS
c) VA e RA
d) S e M
e) RÁ e VA

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
B B B 2441536 E D A D C B

11 12 13 14
E A C E

CURIOSIDADE

Plural dos Substantivos Compostos

A formação do plural dos substantivos compostos depende da forma como são grafados, do tipo de palavras que for-
mam o composto e da relação que estabelecem entre si. Aqueles que são grafados sem hífen comportam-se como os
substantivos simples:

aguardente e aguardentes girassol e girassóis

pontapé e pontapés malmequer e malmequeres

O plural dos substantivos compostos cujos elementos são ligados por hífen costuma provocar muitas dúvidas e discus-
sões. Algumas orientações são dadas a seguir:

a) Flexionam-se os dois elementos, quando formados de:

substantivo + substantivo = couve-flor e couves-flores


substantivo + adjetivo = amor-perfeito e amores-perfeitos
adjetivo + substantivo = gentil-homem e gentis-homens
numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-feiras

ESQUEMA

S s Plural – Plural
S A Plural – Plural
A S Plural – Plural
N S Plural – Plural

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b) Flexiona-se somente o segundo elemento, quando formados de:

verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-roupas


palavra invariável + palavra variável = alto-falante e alto-falantes
palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e reco-recos

ESQUEMA

V S Singular-plural

c) Flexiona-se somente o primeiro elemento, quando formados de:

substantivo + preposição clara + substantivo = água-de-colônia e águas-de-colônia.

substantivo + preposição oculta + substantivo = cavalo-vapor e cavalos-vapor.

substantivo + substantivo que funciona como determinante do primeiro, ou seja, especifica a função ou o tipo do termo
anterior.

Exemplos:

palavra-chave - palavras-chave
bomba-relógio - bombas-relógio
notícia-bomba - notícias-bomba
homem-rã - homens-rã
peixe-espada - peixes-espada

d) Permanecem invariáveis, quando formados de:

verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora.


verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os saca-rolhas.

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04. Regência Verbal e Nominal

RELEVÂNCIA DO ASSUNTO EM PROVAS: Muito alta. Acredito que saber a regência dos principais verbos exigidos
em provas é fundamental. É a partir desse tema que você resolverá questões não só de regência, como também de cra-
se, sintaxe, funções do QUE e do SE etc. Ou seja, se há um assunto que você deve dar atenção especial, não tenha dúvi-
das de que é Regência verbal e nominal.

DICA: Como você nunca saberá todas as regências da Língua Portuguesa (até mesmo porque ninguém as sabe),
sugiro que leia com muita atenção aquilo que chamo de “Regências clássicas”. Elas aparecem com muita frequência em
provas. Quanto às demais, só há uma dica: ler e, se possível, perguntar-se: esse verbo é intransitivo ou transitivo indire-
to? Fazendo, de vez em quando, esse exercício simples você, lentamente, armazenará um banco de dados muito impor-
tante para ser utilizado na hora da prova.

DICA DE ESTUDO: Se você não sabe se o verbo TAL é intransitivo ou transitivo indireto, procure o dicionário. Lá no ver-
bete sempre há, também, esse tipo de informação. Senão vejamos o diz o Dicionário Houaiss sobre o verbo AVANÇAR:

1- Intransitivo: ir para adiante; adiantar-se.


Ex.: avançaram para o litoral

2- Transitivo direto: fazer mover para frente; adiantar.


Ex.: o jogador de xadrez avançou o rei

3- Transitivo direto, transitivo indireto e intransitivo: fazer progredir ou progredir.


Ex.:
- Avançamos o projeto no último mês.
- A turma avançou em química.
- Estas obras não avançam.

4- Transitivo indireto: estender-se, expandir-se, alongar-se; alastrar-se

Ex.: O avarandado da casa avança sobre a praia

POSSIBILIDADE DE CAIR NA PROVA: Para nível fundamental, no máximo, duas (isso numa prova de 10 a 15 ques-
tões); para nível médio, de duas a quatro (isso numa prova de 15 a 20 questões); e para nível superior a possibilidade é
parecida com a do nível médio, o que muda é o grau de dificuldade das questões.

STATUS: Em sala e com o professor.

1. REGÊNCIA VERBAL

Ocorre quando o termo regente é um verbo e este se liga a seu complemento por uma preposição ou não. Aqui
é fundamental o conhecimento da transitividade verbal. Por isso, fique atento à tabela a seguir:

Tipo de Verbo Exigência *


VTD OD
VTI OI
VTDI OD / OI
VI Ø**

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* Essa exigência é apenas teórica. Logo, é perfeitamente possível que um verbo VTD, por exemplo, apareça sem seu devido complemento.
Ex.: Naquela tarde, ele estudou muito.

** Quase sempre surgem adjuntos adverbiais quando se tem verbo intransitivo.


Ex.: Os pescadores saíram de madrugada. (“de madrugada” é Adjunto Adverbial de Tempo)

Mas, para que você entenda a tabela acima, é necessário que utilizemos um simples procedimento para identifi-
carmos se o verbo pede ou não preposição. A seguir, você verá aquilo que eu chamo de “ferramenta”. É com ela que
você descobre que tipo de complemento o verbo regerá.

LA- Quem + Verbo + Verbo → Algo ou Alguém LA-


DO A DO B

A; DE; EM; PARA; COM etc.

Modo de usar a “ferramenta”.

1. Deposite o verbo envolvido na questão onde há a palavra VERBO.

2. Leia a sequência completa da ferramenta (do LADO A ao LADO B), repetindo o verbo duas vezes.

3. Se a leitura se efetivar de forma rápida e imediata (direta) até o LADO B (e você não precisar usar nenhuma preposi-
ção do quadrado abaixo da ferramenta), o verbo é transitivo direto.

Ex.: Quem estuda + estuda algo ou alguém.


Logo, ESTUDAR é VTD (não rege preposição)

4. Caso haja uma pausa na leitura e a exigência de preposição por parte do verbo, este será transitivo indireto.

Ex.: Quem crê + crê EM algo ou crê EM alguém.


Logo, CRER é VTI (rege preposição EM)

5. Dependendo do verbo, o movimento pode ser duplo, o que gera verbos bitransitivos.

Ex.: Quem diz + diz algo A alguém.


Logo, DIZER é VTDI (regendo dois complementos: o primeiro sem preposição [objeto direto] e o segundo com prepo-
sição [objeto indireto]).

6. Agora, se a leitura da ferramenta nem precisar chegar ao ALGO ou ao ALGUÉM, o verbo deve ser interpretado como
intransitivo.

Ex.: Quem sai + sai.


Logo, SAIR é VI (não rege preposição, nem pede complemento)

Antes de entrar no tema Regência Verbal, é importante que conheçamos os complementos verbais: o Objeto Direto e
o Objeto Indireto.

Objeto direto: complemento (raramente introduzido por preposição*) que cumpre o papel de tornar a frase mais deta-
lhada. Sua ausência faz com que o verbo se torne intransitivo.

*Aqui, referimo-nos ao objeto direto preposicio-


nado.
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Ex.:

a) O Brasil estabeleceu as novas metas.

Sobre as frases acima, use C para certo e E para errado.

( ) A estrutura “as novas metas” complementa os sentidos do verbo “estabelecer”.


( ) Caso o conjunto “as novas” fosse suprimido, a correção gramatical da oração seria mantida.
( ) Em “a”, se substituíssemos “O Brasil” por “No Brasil,”, os sentidos originais da frase seriam alterados.

b) Os alunos, na semana passada, questionaram o reitor.

Sobre as frases acima, use C para certo e E para errado.

( ) A expressão “na semana passada” não complementa os sentidos do verbo.


( ) Caso a frase “b” fosse reescrita da seguinte maneira a correção gramatical e os sentidos originais seriam mantidos:
“O reitor, na semana passada, os alunos o questionaram”.
( ) O deslocamento de “na semana passada” para o fim da frase descartaria o uso de uma vírgula depois de “reitor”.

c) Ontem o Pentágono confirmou que o corpo de Bin Laden foi lançado no Mar da Arábia.

( ) A expressão “que o corpo de Bin Laden foi lançado no Mar da Arábia” funciona como complemento direto oracio-
nal do verbo “confirmar”.
( ) Há dois sujeitos simples e explícitos.
( ) O segundo sujeito sofre a ação verbal; é, portanto, paciente.
( ) “Ontem” poderia estar seguido de uma vírgula, já que se trata de um adjunto adverbial deslocado.

d) Alunos e professores da USP vêm criticando as novas propostas.

Sobre as frases acima, use C para certo e E para errado.

( ) O sintagma “da USP” particulariza “Alunos e professores”, já que se refere a eles.


( ) A expressão “da USP” poderia estar entre vírgulas sem que os sentidos originais fossem alterados.
( ) A expressão “as novas propostas” complementa os sentidos do verbo principal da locução “vêm criticando”.
( ) O deslocamento de “da USP” para depois de “propostas” mantém os sentidos originais do período.

Objeto indireto: complemento (introduzido sempre por uma preposição) que cumpre o papel de tornar a frase mais
detalhada. Sua ausência também faz com que o verbo se torne intransitivo.

Ex.:
a) A oposição opta por esticar desgaste político do ministro.

Sobre as frases acima, use C para certo e E para errado.

( ) Ao deslocarmos “A oposição” para o fim da frase, os sentidos e a correção gramatical serão preservados desde que
ajustes de maiúsculas e minúsculas sejam realizados.
( ) Em “a”, “por esticar desgaste político do ministro” funciona como complemento indireto oracional de “opta”.
( ) A substituição de “por” por “em” mantém a correção gramatical do período.

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b) A morte do terrorista interessa, principalmente, aos americanos.

Sobre as frases acima, use C para certo e E para errado.

( ) A substituição de “interessa” por “agrada” compromete a correção gramatical do período.


( ) As vírgulas que isolam “principalmente” poderiam ser suprimidas sem causar erro gramatical.
( ) “aos americanos” não é complemento verbal de “interessa”.

c) Obama assistiu, de casa, à operação que matou Bin Laden.

Sobre as frases acima, use C para certo e E para errado.

( ) O verbo “assistir” está empregado no sentido de “ver”, “presenciar”.


( ) A supressão do acento grave de “à operação” mantém a correção gramatical, mas altera os sentidos originais da
frase.
( ) A substituição de “assistiu” por “ viu”, e “matou” por “assassinou” mantém os sentidos e correção gramatical.
( ) A expressão “que matou Bin Laden” restringe o significado do substantivo “operação”.

d) Estudos anteriores concentravam-se nos homens.

Sobre as frases acima, use C para certo e E para errado.

( ) A supressão do pronome “se” implica modificações na originalidade da frase.


( ) Em “d”, o deslocamento da partícula “se” para antes do verbo provocaria erro gramatical.

e) A maioria dos professores não crê em programas educacionais revolucionários.

Sobre as frases acima, use C para certo e E para errado.

( ) Em “e”, “em programas educacionais revolucionários” complementa os sentidos do verbo “crer”.

RESPOSTAS DAS FRASES SOBRE OBJETO DIRETO

A) CCC
B) CCC
C) CCCC
D) C E C E/C

RESPOSTAS DAS FRASES SOBRE OBJETO INDIRETO

A) CCE
B) ECE
C) CCEC
D) CE
E) C

Verbos que exigem dois complementos (bitransitivos)

- A prefeitura prefere investir em festas natalinas a recuperar os hospitais da cidade.

- O SUS vem oferecendo, gratuitamente, diagnóstico da diabete, acompanhamento e medicação, nas unidades de saú-
de, aos pacientes.
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- Edison Lobão, ministro de Minas e Energia, lembrou aos jornalistas que a aprovação final do texto depende do aval da
presidente Dilma Rousseff.
Verbos que não pedem complemento

Intransitivos: são aqueles cuja significação não exige a presença de complementos. São chamados, também, de verbos
de sentido completo.

- As milícias existem desde a década de 1980.

- Caem os juros em Abril.

- Já Nina diz ter ido ao banheiro e encontrado duas estudantes conversando, sem a presença de fiscais. “Elas pararam
quando cheguei, mas, quando viram que não era um fiscal, continuaram conversando”, disse.

- O resultado do concurso saiu.

- Acabaram as férias.

Verbos que (pelo contexto) NÃO pedem complemento ou mudam seus complementos

Às vezes, o contexto é tão específico e dinâmico que alguns complementos verbais são dispensáveis. Assim sendo, a
predicação original do verbo deverá ser modificada para acompanhar a semântica da frase. Logo, um verbo que origi-
nalmente é transitivo indireto, por exemplo, pode ser reconfigurado para intransitivo.

- O filme não agradou. (Originalmente VTI; agora, VI).

- No Natal, as pessoas gastam muito. (Originalmente VTD; agora, VI).

- A Rádio Eldorado divulgou que a prova do Enem será refeita. (Originalmente VTDI; agora, VTD).

- O candidato só falou aos sindicalistas depois da reunião. (Originalmente VTDI; agora, VTI).

- Os órgãos vitais já não respondem. (Originalmente VTDI; agora, VI).

Verbos de ligação: são aqueles cuja função é conectar o sujeito a uma qualificação. A estrutura qualificadora cumprirá a
função sintática de Predicativo do Sujeito. Logo, esses verbos servem para indicar estados ou qualidades do sujeito.

Ser / Estar / Permanecer / Ficar / Andar /


Viver / Tornar-se / Continuar / Parecer etc.

Ex.:

- Japão permanece caótico.

- Parecem insuficientes as medidas do governo.

- Tornaram-se frequentes as críticas ao prefeito.

- O clima, depois da reunião, ficou tenso.

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Verbos supostamente de ligação: são aqueles que, pela morfologia (pela aparência), lembram verbos de ligação. Con-
tudo, não conseguem dar ao sujeito qualificação alguma.

Ex.:

- Os senadores ainda estão em Fortaleza.

- As vítimas permanecem no local do acidente.

- A caneta ficou na gaveta.

Note que “em Fortaleza”, “na fábrica” e “no estojo” indicam ideia de lugar, e não de estado. Logo, são Adjuntos Adver-
biais de lugar. Quando isso ocorre, o verbo não pode mais ser considerado de ligação. Ele deverá ser reconfigurado e,
assim, assume o caráter de verbo intransitivo.

Regências clássicas

1 – AGRADAR/DESAGRADAR (Duas possibilidades)

Sentido 1: Causar agrado; ser agradável (VTI).


Preposição exigida: a
Exemplo: Estes projetos já não agradam aos alunos.

Sentido 2: Acariciar; mimar (VTD).


Preposição exigida: ∅
Exemplo: Ele agradava o pelo do animal.

Obs.: Pode também se comportar como Verbo Intransitivo.


Exemplo: O filme não agradou.

(Fonte: Dicionário Houaiss)

2 – ASPIRAR (Duas possibilidades)

Sentido 1: Desejar; pretender (VTI).


Preposição exigida: a
Exemplo: O homem aspirava a este posto de trabalho.

Sentido 2: Sorver, respirar (VTD).


Preposição exigida: ∅
Exemplo: Aspire seu carro uma vez por semana.

3 – ASSISTIR (Quatro possibilidades)

Sentido 1: Ajudar, auxiliar (VTD) ou (VTI).


Preposição: ∅
Exemplo: Detalhe: ambas as frases estão corretas e dizem, sem
- Os pais assistem aos filhos desde cedo. sombra de dúvidas, a mesma coisa, ou seja, têm senti-
- Os pais assistem os filhos desde cedo. dos equivalentes.

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Sentido 2: Presenciar; ver (VTI).


Preposição exigida: a
Exemplo: Eu assisti a uma cena degradante.

Sentido 3: Morar; ter residência ou fixar-se.

- É Verbo Intransitivo para os tradicionalistas.

- Porém, para o Dicionário Houaiss o verbo é Transitivo Indireto.

Exemplo: Ele assiste em Fortaleza desde os dez anos.

Ou seja, para concursos (que seguem a tradição), “em Fortaleza” não é objeto indireto, mas sim adjunto adverbial de
lugar (também chamado de locativo ou mesmo complemento circunstancial).

Sentido 4: Ter direito; Caber (VTI).


Preposição: a
Exemplo: Este é um direito que assiste a todo trabalhador.

4 - CHEGAR

Sentido: Atingir o término do movimento de ida ou vinda (VI).


Preposição exigida: Ø

Um porém: este verbo costuma ser acompanhado de uma expressão introduzida por “A”. Tal expressão não é o objeto
indireto, mas sim o adjunto adverbial de lugar, também conhecido como locativo ou complemento circunstancial.

Exemplo:

- Ele chegou ao colégio cedo.

- Minha filha nunca chegava cedo ao trabalho.

Obs.: O Dicionário Houaiss considera este verbo transitivo indireto, bem como intransitivo.

5 – IR

Sentido: Deslocar-se de um lugar para outro (VI).

Obs.: Esse verbo costumeiramente vem acompanhado de um complemento circunstancial, o qual poderá ser introdu-
zido ou por “a” ou por “para”.

- Para: Quando há intenção de permanecer, de fixar residência. “Ele ia para Belém no fim deste ano".

- A: Quando há intenção de não se demorar, de não fixar residência. "Ele irá a Sobral no próximo mês".

6 – MORAR

Sentido: Ter habitação ou residência, habitar (VI).


Preposição: Ø
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Exemplos:
- Moro em Porto Alegre desde os sete anos.
- Nunca morei só.

Obs.: “em Porto Alegre” é complemento circunstancial.

7 - NAMORAR

Sentido: Cortejar, desejar(VTD).


Preposição: ∅
Exemplos:
- Janaina namora seu primo desde a época do colégio.
- Depois da festa do casamento, os noivos namoraram à noite inteira.

8 – OBEDECER/DESOBEDECER

Sentido: Submeter-se à vontade de alguém (VTI).


Preposição: a
Exemplo: O atleta obedeceu às orientações do técnico.

9 – PAGAR (Também com AVISAR, DIZER, ADVERTIR, INFORMAR etc.).

Sentido: Satisfazer dívida, encargo etc.


De acordo com a tradição gramatical é: Transitivo Direto e Indireto.
Exemplos:

- Paguei a consulta (vtd).


- Paguei ao médico (vti).
- Paguei a consulta ao médico (vtdi).

10 - PISAR
Sentido: Pôr os pés sobre, humilhar, moer (VTD).
Exemplos:

- Não pise o tapete da sala.


- Ele sempre pisava os seus adversários.
- O chef pisava as especiarias para compor o tempero.

11 – PREFERIR

Sentido: Dar primazia a (VTDI).


Preposição: a
Exemplo: O governador preferiu investir em novas escolas a recuperar a penitenciária da cidade.

12 – QUERER

Sentido 1: Ter afeto, amar, estimar (VTI).


Preposição: a
Exemplo:

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- Eles não querem bem aos traficantes de armas.


- O noivo jurou querer-lhe por toda a vida.

Sentido 2: Ter posse (VTD).


Preposição: ∅
Exemplo: Ele só queria diversão.

13 – VISAR

Sentido 1: Almejar, ter em vista, objetivar (VTI).


Preposição: a.
Exemplo: Aqueles jovens profissionais visam a fins nobres.

Sentido 2: Ver, dar visto (VTD).


Preposição: ∅
Exemplo: A professora visou a tarefa da aluna.

14- IMPLICAR

Sentido 1: Provocar, acarretar: VTD.


Essa decisão deve implicar mudanças significativas.

Sentido 2: Envolver (alguém ou a si mesmo) em complicação: VTDI, regendo preposição “em”.


Exemplo: O depoimento que prestou implicava Fulano na fraude.

Sentido 3: Ser incompatível; não estar de acordo: VTI, regendo preposição “com”.
Exemplo: Tal atitude implica com as normas prescritas.

OUTRAS REGÊNCIAS

ABDICAR

Pode significar renunciar, desistir. Pode ser um verbo intransitivo, transitivo direto ou transitivo indireto.

Exemplo:
- O príncipe abdicou. (VI)

- Não abdicarei das minhas ideias. (VTI)

AGRADECER

Pode aparecer como transitivo direto, transitivo indireto e transitivo direto e indireto.

Exemplo:

- Agradeci as flores. (VTD)

- Agradeci aos diretores. (VTI)

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- Agradeci o presente ao amigo. (VTDI)

CHAMAR

Será transitivo direto no sentido de convidar, convocar.

Exemplo:

- Nós chamamos todos os presentes.

No sentido denominar há 4 construções possíveis:

- Chamaram o político de crápula. ( transitivo direto);


- Chamaram o político crápula . (transitivo direto);
- Chamaram ao político de crápula. (transitivo indireto);
- Chamaram ao político crápula. (transitivo indireto).

Obs.: todas as formas acima estão corretas.

CUSTAR

No sentido de ser custoso, ser difícil será transitivo indireto.

Exemplo:
Custou ao governo aquela difícil meta.

No sentido de acarretar será transitivo direto e indireto.

Exemplo:
- A insensatez custou-lhe os bens.

ESQUECER
LEMBRAR

Serão transitivos diretos se não forem pronominais.


Exemplo:

- Esqueci o nome da rua.


- Lembrei um caso antigo.

Serão transitivos indiretos se forem pronominais.

Exemplo:
- Esqueci-me do nome da rua.
- Lembrei-me de um caso antigo.

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PRECISAR

No sentido de marcar com precisão é transitivo direto.


Exemplo:
- Ele precisou a hora e o local da consulta.
No sentido de necessitar é transitivo indireto.

Exemplo:
- Nós precisamos de bons políticos.

RESUMO DAS REGÊNCIAS


Transitivos diretos:

Ver (algo, alguém ou alguma coisa) *


Enxergar
Cortar
Controlar
Pular
Comer
Arranhar
Arar
Roer
Trair
Colar
Diagramar
Confeccionar
Demolir
Exonerar
Reescrever
Pintar
Flexionar
Irritar
Ferver
Temperar
Instruir
Substituir
Etc.

* O conteúdo dos parênteses se repete para cada um dos verbos citados na lista.

Transitivos Indiretos:

Abusar (de)
Aludir (a)
Assistir (a)
Anuir (a)
Aprazer (a)
Ansiar (por)
Agradar (a)
Atirar (a, em, contra)
Bater (em) [= espancar]
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Contentar-se (com, de, em)


Cuidar (de)
Cogitar (de, em)
Conspirar (contra)
Carecer (de)
Crer (em)
Confiar (em)
Contribuir (para)
Gostar (de)
Interessar (a)
Lutar (contra)
Lembrar-se (de)
Obedecer (a)
Obstar (a)
Perdoar (a)
Presidir (a)
Precisar (de)
Querer (a)
Recorrer (a)
Repugnar (a)
Residir (em)
Zombar (de)
Interessar-se (por)
Referir-se (a)
Contentou-se (com, em)
Preocupar-se (com, em)
Etc.

Bitransitivos

Revelar (algo A alguém)


Dizer (algo A alguém)
Fornecer (algo A alguém)
Prevenir (Alguém DE algo)
Familiarizar (Alguém COM algo)
Ceder (algo A alguém)
Dar (algo A alguém)
Perdoar (algo A alguém)
Ensinar (algo A alguém)
Prometer (algo A alguém)
Narrar (algo A alguém)
Preferir (algo A alguém)
Doar (algo A alguém)
Propor (algo A alguém)
Proporcionar (algo A alguém)
Atribuir (algo A alguém)
etc.

Intransitivos
Sair
Existir
Chorar
Descansar
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Dormir
Morrer
Deitar
Tremer
Chover
Nevar
Trovejar
Garoar
Pensar
Etc.

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EXERCÍCIOS 01

01- FCC: “Mas o mundo globalizado também assiste a um ininterrupto e crescente sistema de produção...”.

O mesmo tipo de regência, tal como está empregado o verbo grifado acima, encontra-se na frase:

a) A sociedade mundial resultante do processo de padronização não tem propriamente uma cultura global a ela
vinculada, que possa distingui-la.
b) As práticas cotidianas dos povos, elementos de distinção entre eles, recebem novos ingredientes que maculam
a pureza cultural de cada nação.
c) Por haver predomínio de certos hábitos e comportamentos, é que o inglês tornou-se uma espécie de língua
global.
d) Observa-se, atualmente, que tem havido mais consciência das diferenças e maior respeito pela especificidade
de cada um.
e) Muitos críticos do processo de globalização discordam de seus possíveis benefícios, comparando-os a situa-
ções perversas para pessoas e povos.

02- TRE (MA – 2009) CESPE: Em “Sem a teoria da evolução, a moderna biologia, incluindo a medicina e a biotecnologia,
simplesmente não faria sentido. O enigma reside na relutância, quase um mal-estar, que suas ideias causam entre
um vasto contingente de pessoas, algumas delas fervorosamente religiosas, outras nem tanto”.

( ) A forma verbal “reside” (2º período do texto) tem sentido completo.


( ) A forma verbal “causam” (2º período do texto) não tem sentido completo.

03- FCC: “Todos os anos o Brasil perde com o tráfico uma quantia financeira incalculável...” (final do texto)
A frase cujo verbo exige o mesmo tipo de complemento do verbo grifado acima é:

a) Grupos de preocupação ecológica investem na proteção aos recursos naturais do país.


b) Compete à Justiça a aplicação de penalidades aos traficantes de animais silvestres, nos termos da lei.
c) O comércio de animais silvestres é prática ilegal, reprovada por toda a sociedade.
d) Animais silvestres transportados sem o devido cuidado acabam morrendo.
e) Pesquisadores destacam a necessidade de maior proteção aos recursos naturais do país.

04- FCC: “Todo lugar-comum, porém, tem um alicerce na realidade ou nos sentimentos humanos ...”. (1o parágrafo)

A frase cujo verbo exige o mesmo tipo de complemento que o grifado acima é:

a) ...ele é um dos nossos instintos básicos.


b) ....realidade que cresce a passos largos ...
c) ... situações que conduziram a isso ...
d) ... as famílias encolheram drasticamente ...
e) ... fator que acrescenta ansiedade ...

05- CESPE (2010) “A pobreza é um dos fatores mais comumente responsáveis pelo baixo nível de desenvolvimento
humano e pela origem de uma série de mazelas, algumas das quais proibidas por lei ou consideradas crimes. É o
caso do trabalho infantil. A chaga encontra terreno fértil nas sociedades subdesenvolvidas, mas também viceja on-
de o capitalismo, em seu ambiente mais selvagem, obriga crianças e adolescentes a participarem do processo de
produção”.

( ) O emprego de preposição em "a participarem" é exigido pela regência da forma verbal "obriga".

06- CESPE: “Nas últimas décadas, o aumento dos índices de criminalidade e a atuação de organizações criminosas trans-
nacionais colocaram a segurança pública entre as principais preocupações da sociedade e do Estado brasileiros. A

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delinquência e a violência criminal afetam, em maior ou menor grau, toda a população, provocando apreensão e
medo na sociedade, e despertando o sentimento de descrença em relação às instituições estatais responsáveis pela
manutenção da paz social”.

( ) Estaria gramaticalmente correto o emprego da preposição “a” antes de "toda a população" - a toda a popula-
ção - visto que a forma verbal "afetam" apresenta dupla regência.

07- CESPE: “Tendo como principal propósito a interligação das distantes e isoladas províncias com vistas à constituição
de uma nação-Estado verdadeiramente unificada, esses pioneiros da promoção dos transportes no país explicita-
vam firmemente a sua crença de que o crescimento era enormemente inibido pela ausência de um sistema nacio-
nal de comunicações e de que o desenvolvimento dos transportes constituía um fator crucial para o alargamento
da base econômica do país”.

( ) A preposição em "de que o desenvolvimento" é exigida pela regência da palavra "crença".

08- CESGRANRIO: Assinale a opção que apresenta a regência verbal incorreta, de acordo com a norma culta da língua:

a) Os brasileiros aspiram a uma vida mais confortável.


b) Obedeceu rigorosamente o horário do planejamento.
c) O rapaz assistiu à demolição do prédio.
d) O fazendeiro agrediu o funcionário sem necessidade.
e) Ao assinar o contrato, o usineiro visou, apenas, ao lucro pretendido.

09- UECE: O “Que” devidamente empregado só não seria regido de preposição na opção:

a) O cargo ............................. aspiro depende de concurso.


b) A situação....................... passei foi bem difícil.
c) Rui é o orador...................... mais admiro.
d) O jovem ................... te referiste foi reprovado.
e) Ali está o abrigo ....................... necessitamos.

09- CESGRANRIO: “Foram inúmeros os problemas ________ nos defrontamos e inúmeras as experiências ________
passamos.

De acordo com a norma culta da língua, completam a frase, respectivamente,

a) que e em que.
b) que e de que.
c) de que e por que.
d) com que e por que.
e) com que e em que.

10- FGV: “A crise imobiliária nos Estados Unidos revela o papel que o superendividamento exerce...”.

Assinale a alternativa em que, alterando-se o trecho destacado acima, não se manteve adequação à norma culta.
Ignore as alterações de sentido.

a) a que o superendividamento se refere


b) de que o superendividamento lembra
c) a que o superendividamento procede
d) a que o superendividamento prefere
e) de que o superendividamento se queixa
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12- CESPE: “Em razão da complexidade, da amplitude e do poderio das redes criminosas transnacionais, a solução para
a criminalidade depende de decisões político-econômico-sociais e, concomitantemente, de ações preventivas e re-
pressivas de órgãos estatais. Nesse contexto, as operações de inteligência são instrumentos legais de que dispõe o
Estado na busca pela manutenção e proteção de dados sigilosos”.

( ) A preposição "de" empregada antes de "que" é exigência sintática da forma verbal "dispõe"; portanto, sua
retirada implicaria prejuízo à correção gramatical do período.

GABARITO EXERCÍCIOS 01

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
E F/V E E V F V B C D

11 12
B V

EXERCÍCIOS 02

01- ESAF (Denit: analista em infraestrutura e transporte 2012)


“Coisas espantosas acontecem conosco, a cada segundo, pelo simples fato de existirmos. Agora mesmo, enquanto es-
crevo – ou enquanto você lê –, fatos fantásticos e dramáticos se desenrolam dentro de nós. Células se reproduzem aos
milhões. Bando de bactérias percorrem nossas vias interiores, procurando encrenca. Nossos sucos se encontram e se
misturam em alquimias inacreditáveis. E giramos em torno do Sol, que, por sua vez, se desloca pelo espaço, em alta
velocidade, cuspindo fogo”.

(Verissimo, Luis Fernando. Orgias. Porto Alegre, RS: L&PM Editores, 1989, p.80-1, Adaptado).

( ) No segmento “percorrem nossas vias interiores” o termo “nossas vias interiores” expressa uma circunstância de
lugar do verbo intransitivo “percorrem”.

( ) Na oração “e se misturam em alquimias inacreditáveis”, conforme faculta a regência, o complemento do verbo


“misturar” poderia ser introduzido pela preposição “com”.

02- ESAF (Denit: analista em infraestrutura e transporte 2012)


Assinale a opção correta a respeito do período “Tem um personagem de Voltaire que um dia descobre, encantado, que
falou em prosa toda a sua vida, sem saber”.

( ) O sentido com que foi empregada a forma verbal “Tem” possibilitaria, sem que houvesse alteração do sentido do
período, a seguinte organização dos termos da primeira oração: Voltaire tem um personagem.

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03- Padrão ESAF/CESPE


Nos itens a seguir, são apresentados trechos adaptados de jornal de grande circulação. Julgue-os quanto à regência
de verbos e de nomes. Marque o que não apresentar erro.

a) Mais de 1 bilhão de moradores das cidades enfrentarão de uma grave escassez de água em 2050 na medida em que
o aquecimento global piorar os efeitos da urbanização, indicou um estudo nesta segunda-feira.

b) A escassez ameaça o saneamento em algumas das cidades de mais rápido crescimento no mundo, particularmente na
Índia, mas também representa riscos para à vida silvestre caso as cidades bombeiem água de fora, afirma o artigo publi-
cado nas Atas da Academia Nacional de Ciências (PNAS).

c) O estudo concluiu que, se continuarem as atuais tendências de urbanização, em meados deste século, em torno de
990 milhões de moradores de cidades viverão com menos de 100 litros diários de água cada um ─ mais ou menos a
quantidade necessária para encher uma banheira ─, quantidade que, segundo os autores, é a mínima necessária.

d) Além disso, mais 100 milhões de pessoas não terão água para beber, cozinhar, limpar, tomar banho e ir no banheiro.
"Não tomem os números como um destino. São o sinal de um desafio", disse o principal autor do estudo, Rob McDo-
nald.

e) Atualmente, cerca de 150 milhões de pessoas estão abaixo do patamar dos 100 litros de uso diári o. A casa de um
americano médio gasta 376 litros por dia por pessoa, apesar do uso real variar dependendo da região, disse McDonald.
Mas o mundo está experimentando de mudanças sem precedentes no nível urbano, à medida que as populações rurais
de Índia, China e outras nações em desenvolvimento mudam-se para as cidades

Correio Braziliense, 01/ 04/ 11 (Com adaptações)

04- ESAF (Denit: analista em infraestrutura e transporte 2012)

“Restam os pedestres, em sua humilde visibilidade, para nos lembrar de que as cidades foram feitas para as pessoas”.

( ) Seriam mantidos o sentido original do período e a correção gramatical se o último período do texto fosse reescrito
da seguinte forma: Restam os pedestres que, em sua humilde visibilidade, lembram-nos que cidades foram construídas
para pessoas.

GABARITO EXERCÍCIOS 02

01 02 03 04
EE E C E

EXERCÍCIOS 03

01- CESPE (Câmara dos deputados 2012)


“Quando possível, os teoremas e teorias mais belos são também os mais simples: dadas duas ou mais explicações para o
mesmo fenômeno, vence a mais simples. Esse critério é conhecido como a lâmina de Ockham, atribuído a William de
Ockham, um teólogo inglês do século XIV”.

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( ) No trecho “um teólogo inglês do século XIV” (R .13), que serve como aposto apresentador de informações acerca
de William de Ockham, o artigo indefinido poderia ser omitido sem que se prejudicasse a correção gramatical do texto.

02- CESPE (Câmara dos deputados 2012)


“O problema da linguagem é inseparável do conteúdo essencial daquilo que se quer comunicar, quando não se visa
apenas a informar, mas também a fornecer modelos e diretivas de ação. A linguagem de um código não se dirige a me-
ros espectadores, mas se destina antes aos protagonistas prováveis da conduta regulada”.

( ) No trecho “não se visa (...) a informar (...) a fornecer”, o elemento “a”, em ambas as ocorrências, poderia ser omiti-
do sem que isso trouxesse prejuízo à correção gramatical do texto.

03- CESPE (Câmara dos deputados 2012)


“Diferentes autores apresentam de maneiras diversas as características que deve ter a lei bem feita. Em geral, todos
concordam que é mister conciliar cinco qualidades essenciais da linguagem legislativa, a saber: simplicidade, precisão,
clareza, concisão e correção”.

( ) A ausência do artigo “as” imediatamente antes de “cinco qualidades essenciais da linguagem legislativa” permite
inferir a possibilidade de a linguagem legislativa ser caracterizada por outras qualidades essenciais não mencionadas.

04- (CESPE 2010 Ministério do Planejamento)


“Naquele final de década de sessenta, no entanto, o jovem arquiteto interessava-se menos por torres que escalavam os
céus do que por estruturas abandonadas na periferia e por sistemas subterrâneos da cidade. Em vez de construir, seu
projeto era ‘cortar’ edifícios ou ‘desfazer espaços’”.

( ) O uso da forma não pronominal “interessar”, retirando-se o pronome de “interessava-se”, preservaria a correção
gramatical e a coerência textual, desde que fosse empregada a preposição “a” antes de “o jovem arquiteto”, escreven-
do “ao jovem arquiteto interessava”.

05- (CESPE 2013 Serpro)

“O novo milênio ― designado como era do conhecimento, da informação ―é marcado por mudanças de relevante im-
portância e por impactos econômicos, políticos e sociais. Em épocas de transformações tão radicais e abrangentes como
essa, caracterizada pela transição de uma era industrial para uma baseada no conhecimento, aumenta-se o grau de
indefinições e incertezas”.

( ) Estariam mantidos a correção gramatical e os sentidos do texto se, na oração “aumenta-se o grau de indefinições
e incertezas”, a forma verbal estivesse flexionada no plural, desde que suprimida a partícula “-se”.

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06- (CESPE MPU 2013)


“A regra da igualdade não consiste senão em quinhoar desigualmente aos desiguais na medida em que se desigualam.
Nessa desigualdade social, proporcionada à desigualdade natural, é que se acha a verdadeira lei da igualdade”.

( ) A oração “quinhoar desigualmente aos desiguais na medida em que se desigualam” exerce a função de comple-
mento indireto da forma verbal “consiste”.

GABARITO EXERCÍCIO 03

01 02 03 04 05 06
C C C E E C

EXERCÍCIOS 04

01- CESPE (Câmara dos deputados 2012)


“Escrevi uma carta aos meus concidadãos, pedindo-lhes que me dissessem francamente o que consideravam que fosse
política, e dispensando-os de citar Aristóteles, Maquiavelli, Spencer, Comte (...)”.

( ) Por terem como referente a palavra “concidadãos”, os pronomes empregados em “pedindo-lhes” e “dispensando-
os” poderiam ser intercambiados, sem prejuízo para os sentidos e a correção gramatical do texto.

02- CESPE (Câmara dos deputados 2012)


“ ‘Na hierarquia dos problemas nacionais, nenhum sobreleva em importância e gravidade ao da educação.’ (...) Escrito
há 80 anos, o enunciado do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova continua tão atual quanto em 1932”.

( ) Mantém-se a correção gramatical do primeiro período ao se


considerar a forma verbal ‘sobreleva’ como transitiva direta,
com a seguinte reescrita: nenhum sobreleva em importância e
gravidade o da educação.

03- CESPE ( PF 2012)


“Essa discrição é apresentada como um progresso: os povos civilizados não executam seus condenados nas praças. Mas
o dito progresso é, de fato, um corolário da incerteza ética de nossa cultura.

Reprimimos em nós desejos e fantasias que nos parecem ameaçar o convívio social. Logo, frustrados, zelamos pela pri-
são daqueles que não se impõem as mesmas renúncias. Mas a coisa muda quando a pena é radical, pois há o risco de
que a morte do culpado sirva para nos dar a ilusão de liquidar, com ela, o que há de pior em nós”.

( ) Considerando-se a dupla regência do verbo “impor” e a presença do pronome “mesmas”, seria facultado o empre-
go do acento indicativo de crase na palavra “as” da expressão “as mesmas renúncias”.

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04- CESPE ( PF 2012)

“Considerai no mistério
dos humanos desatinos,
e no polo sempre incerto
dos homens e dos destinos!
Por sentenças, por decretos,
pareceríeis divinos:
e hoje sois, no tempo eterno,
como ilustres assassinos.

Ó soberbos titulares,
tão desdenhosos e altivos!
Por fictícia autoridade,
vãs razões, falsos motivos,
inutilmente matastes:
— vossos mortos são mais vivos;
e, sobre vós, de longe, abrem
grandes olhos pensativos.

Cecília Meireles. Romanceiro da Inconfidência. Rio


de Janeiro: Nova Fronteira, 1989, p. 267-8

( ) Os trechos “Por sentenças, por decretos” (v .29) e “Por fictícia autoridade, vãs razões, falsos motivos” ( v.35-36)
exercem função adverbial nas orações a que pertencem e ambos denotam o meio empregado na ação representada
pelo verbo a que se referem.

GABARITO EXERCÍCIO 04

01 02 03 04
E C E E

EXERCÍCIOS 02

Para que você inicie esta segunda bateria de questões, é importante (para não dizer fundamental) que você conheça o
funcionamento dos pronomes enquanto elementos que representam complementos verbais (ou seja, os objetos diretos
e os indiretos). Portanto, iniciemos com esta tabela:

o, a, os, as terão função de OD.


lhe, lhes terão função de OI.
me, te, se, nos, vos podem ter função de OD ou OI.

Portanto, frases como “O professor viu-lhe na rua” não obedecem ao padrão culto da língua, porque não podemos as-
sociar a um verbo transitivo direto (ver) o pronome LHE.

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Por outro lado, é importante salientar que os pronomes O, A, OS e AS podem sofrer transformação para LO, LA, LOS e
LAS, bem como para NO, NA, NOS e NAS. E quando isso ocorre? Vamos ver.

Sempre que você se deparar com verbos terminados em R, S ou Z (e tenha que associá-los aos pronomes O, A, OS e AS)
faça o seguinte: retire a dita consoante, coloque um hífen e acrescente “L” ao pronome que o contexto pedir.

Ex.: Encontramos as pessoas no parque.


Transformação: Encontramo-las no parque.

Ex.: Fiz todas as tarefas hoje à tarde.


Transformação: Fi-las hoje à tarde.

Ex.: Não vou querer essa vida.


Transformação: Não vou querê-la.

Mas, se você tiver os pronomes O, A, OS e AS ligados a verbos com finais nasais, faça assim: acrescente a letra “N” ao
pronome para indicar nasalização. Só isso.

Ex.: O treinador propõe as mudanças antes do jogo.


O treinador propõe-nas antes do jogo!
Ex.: Levaram os alunos problemáticos à sala do diretor.
Levaram-nos à sala do diretor.

Agora, você está apto a resolver as próximas questões.

01- FCC: em “Ajudamos a criar essa nova arma no intuito de impedir que os inimigos tivessem acesso antes de nós a essa
nova arma”.
Valendo-se do emprego de pronomes, estará correta a seguinte reconstrução da frase acima:

a) Ajudamos a criar-lhe no intuito de impedir eles de acessarem antes de nós essa nova arma.
b) Ajudamos a criá-la no intuito de lhes impedir o acesso dos inimigos a essa nova arma antes de nós.
c) Ajudamo-la a criar no intuito de impedir-lhes que eles tivessem acesso à ela antes de nós.
d) Ajudamos a criá-la no intuito de impedir que eles tivessem acesso a ela antes de nós.
e) Ajudamos a criá-la no intuito de os impedir de acessar-lhe antes de nós

02- CESGRANRIO: Assinale a frase em que está usado indevidamente um dos pronomes seguintes: o, lhe.

a) Não lhe agrada semelhante providência?


b) A resposta do professor não o satisfez.
c) Ana o ajudou na semana passada.
d) O poeta assistiu-a nas horas amargas, com extrema dedicação.
e) Vou visitar-lhe na próxima semana.

03- FCC: “Maquiavel escreveu um tratado político, e a potência de análise desse tratado político permite considerar
esse tratado político como um texto que efetivamente revela os mecanismos do poder, embora sempre haja quem
julgue indevassáveis esses mecanismo do poder, pois todos os políticos buscam dissimular esses mecanismo do
poder”.

Evitam-se as viciosas repetições do período acima substituindo-se os segmentos sublinhados, respectivamente, por

a) cuja potência de análise / considerá-lo / os julgue indevassáveis / dissimulá-los.


b) em cuja potência de análise / o considerar / lhes julgue indevassáveis / os dissimular.
c) cuja a potência de análise / considerá-lo / julgue-os indevassáveis / dissimular-lhes.
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d) que a potência de análise / considerar-lhe / os julgue indevassáveis / dissimulá-los.


e) de cuja potência de análise / lhe considerar / os julgue indevassáveis / lhes dissimular.

04- FCC: “A palavra progresso frequenta todas as bocas, todas pronunciam a palavra progresso, todas atribuem a essa
palavra sentidos mágicos que elevam essa palavra ao patamar dos nomes miraculosos”.
Evitam-se as repetições viciosas da frase acima substituindo- se os elementos sublinhados, na ordem dada, por:

a) a pronunciam - lhe atribuem - a elevam


b) a pronunciam - atribuem-na - elevam-na
c) lhe pronunciam - lhe atribuem - elevam-lhe
d) a ela pronunciam - a ela atribuem - lhe elevam
e) pronunciam-na - atribuem-na - a elevam

05- FCC: “O editorial foi considerado um desrespeito à soberania de Cuba, trataram a soberania de Cuba como uma
questão menor, pretenderam reduzir a soberania de Cuba a dimensões risíveis, como se os habitantes do país não
tivessem construído a soberania de Cuba com sangue, suor e lágrimas”.

Evitam-se as viciosas repetições acima substituindo-se os segmentos sublinhados, respectivamente, por

a) trataram a ela / reduzir-lhe / a tivessem construído.


b) trataram-na / reduzi-la / a tivessem construído.
c) a trataram / a reduziram / tivessem-na construído.
d) trataram-lhe / reduziram-lhe / lhe tivessem construído.
e) trataram-na / reduziram-lhe / lhe tivessem construído.

06-FCC (Metrô São Paulo) A substituição do elemento grifado pelo pronome correspondente, com os necessários ajus-
tes no segmento, foi realizada corretamente em:

(A) que pretende construir máquinas multifuncionais = que lhes pretende construir

(B) que desejam limpar seu carpete = que desejam o


limpar

(C) precisa processar dados coletados = precisa


processá-los.

(D) que busque uma caneca = que busque-a.

(E) requerem um grande conjunto de habilidades =


requerem-nas.

GABARITO EXERCÍCIOS 02

01 02 03 04 05 06
D E A A B C

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2. REGÊNCIA NOMINAL

Estuda as relações em que os nomes – substantivos, adjetivos e advérbio – exigem complemento (Complemento
nominal) para que o sentido da frase fique estabilizado. Essa relação entre o nome e seus complementos é estabelecida
pela presença de preposição (a, de, em, para, com, por, entre, sobre, sob etc.).

Exemplos:

1- Reconheceu o respeito ---------- a + o trabalhador.


2- O aluno saiu confiante ---------- em + a aprovação.
3- Votou favoravelmente ------------a + a paz.

Observação: Existem nomes que admitem mais de uma preposição; comportamento absolutamente normal para a lín-
gua portuguesa.

Exemplo:

Tenha amor a seus filhos.


Renato não morria de amor por Paula.

NOMES QUE ADVÊM DE VERBOS

1- Ele avançou 200 metros.

1.1- O avanço de 200 metros ocorreu em seguida.

2- O convidado gostou do que foi oferecido pelo chef árabe.

2.1- O gosto pela gastronomia árabe é comum no Brasil.

3- O motorista atrasou o ônibus.

3.1- O atraso do ônibus foi causado pelo motorista.

4- Ele não confia em você.

4.1- A confiança em Deus é fundamental.

Obs.: Perceba que, em quase todos os casos, quando o verbo transformou-se em nome, a regência foi alterada. Portan-
to, atenção a esses movimentos.

► A seguir veremos a relação de alguns nomes e as suas preposições mais usuais:

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acessível, adequado, alheio, análogo, apto, avesso, benéfico, cego, conforme, desatento, desfavorá-
a vel, desleal, equivalente, fiel, grato, guerra, hostil, idêntico, inerente, nocivo, obediente, odioso,
oposto, peculiar, pernicioso, próximo (de), superior, surdo (de), visível.

amante, amigo, ansioso, ávido, capaz, cobiçoso, comum, contemporâneo, curioso, devoto, diferente,
de digne, dotado, duro, estreito, fértil, fraco, inocente, menor, natural, nobre, orgulhoso, pálido, passí-
vel, pobre, pródigo (em), temeroso, vazio, vizinho.

afável, amoroso, aparentado, compatível, conforme, cruel, cuidadoso, descontente, furioso (de),
com
ingrato, liberal, misericordioso, orgulhoso, parecido (a), rente (a, de).

contra desrespeito, manifestação, queixa.

constante, cúmplice, diligente, entendido, erudito, exato, fecundo, fértil, fraco, forte, hábil, indeciso,
em
lento, morador, perito, sábio, sito, último (de, a), único.

entre convênio, união.

para apto, bom, essencial, incapaz, inútil, pronto (em), útil

para com afável, amoroso, capaz, cruel, intolerante, orgulhoso

Por ansioso, querido (de), responsável, respeito (a, de)

Sobre dúvida, influência, triunfo.

EXERCÍCIOS 01

01- CESPE: “Floresta nacional, floresta estadual e municipal: é uma área com uma cobertura florestal de espécies pre-
dominantemente nativas e tem como objetivo básico o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais de florestas
nativas. É uma área de posse e domínio públicos”.

( ) O vocábulo "públicos" está no plural por se tratar de caso de regência nominal.

Obs.: O detalhe dessa questão consiste numa “pegadinha”.

02- CESPE: “Hipermodernidade é o termo usado para denominar a realidade contemporânea, caracterizada pela cultu-
ra do excesso, do acréscimo sempre quantitativo de bens materiais, de coisas consumíveis e descartáveis”.

( ) A repetição da preposição “de” em "do acréscimo", "de bens materiais" e "de coisas" indica que esses termos
são empregados, no texto, como complementos de "cultura", vocábulo que tem como primeiro complemento
"do excesso".

Obs.: Uma boa leitura é fundamental para resolver essa questão.

03- CESPE: Com base no texto abaixo, julgue a questão a seguir.

O Brasil tem 24,8 milhões de pessoas consideradas aptas para trabalhar. Mas, nesse universo, há cerca de 5,5 mi-
lhões de pessoas condenadas a ficar fora do mercado de trabalho, tal como ele se apresenta hoje, visto que lhes
falta a essencial qualificação. Para estes, 20% da força de trabalho, resta tentar ganhar o pão de cada dia fazendo
bicos o trabalhos regulares, porém de baixa exigência e, portanto, com ganhos ínfimos.

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Esses números estão em trabalho recentemente divulgado pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA),
no qual se revela que outros 653 mil trabalhadores, no topo da pirâmide do preparo profissional, igualmente ten-
derão a ficar batendo de porta em porta em busca de colocação. Para eles, em razão da crise mundial, fecharam-se
postos de trabalho, pois suas empresas preferiram liberar mão de obra qualificada, reduzir gastos — esses profissi-
onais são os de mais altos salários — e esperar a tempestade passar. E ela ainda não passou.

Em outras áreas, porém, como construção civil, comércio e hotelaria, o estudo do IPEA revela que já se faz sentir a
falta de profissionais por motivo semelhante ao causado pela crise. A recuperação econômica, que ocorreu com ve-
locidade espantosa em áreas como a de construção, não deixou espaço e tempo para que se preparasse tanta gen-
te, em número e qualidade, para atender à demanda, especialmente no Sudeste e no Sul do país, onde se cons-
troem mais moradias e obras de infraestrutura alimentadas por programas habitacionais, pelas eleições e, como
não poderia deixar de ser, pelo futebol, que terá o Brasil como sede da Copa do Mundo em 2014. Casas, saúde,
transportes, saneamento e iluminação implicarão investimentos superiores a R$ 1 trilhão, conforme anunciado pe-
lo governo em março. Para este ano, o crescimento econômico deve gerar 2 milhões de vagas, dizem as estimativas
oficiais.

Hélio Terra. Trabalho há e haverá. In:


O Estado de S.Paulo, 4/4/2010 (com adaptações)

► Acerca da regência nominal e verbal empregada no texto, assinale a opção correta.

a) A substituição do termo “aptas” (1º parágrafo) por “capazes” manteria o sentido original, mas não a correção
gramatical do período.
b) Na oração “visto que lhes falta a essencial qualificação” (1º parágrafo), o verbo não exige complemento indire-
to.
c) No trecho “por motivo semelhante ao causado pela crise” (3º parágrafo), o elemento “ao” pode ser correta-
mente substituído por “com o”.
d) O uso do sinal indicativo de crase em “para atender à demanda” (3º parágrafo) ocorre por conta da existência
de regência nominal no período.
e) A inserção da preposição “em” imediatamente após a forma verbal “implicarão” (3º parágrafo) não acarreta
prejuízo ao sentido nem à estrutura sintática do período.

04- FCC: “A ocupação do cerrado por agricultores provenientes de outras áreas ...” (3º parágrafo)
O mesmo tipo de regência assinalado acima SÓ NÃO se configura no segmento grifado em:

a) graças ao investimento em novas tecnologias.


b) nas condições de vida de milhões de brasileiros
c) o ingresso de centenas de milhões de pessoas.
d) a expansão do comércio.
e) por uma combinação de ações políticas e empresariais.

Obs.: Uma dica para você não perder a paciência ao resolver essa questão é perceber que nem todos os nomes advêm
das mesmas classes de palavras. Vimos isso no início da aula. Volte um pouco, faça uma nova leitura.

GABARITO 01

01 02 03 04
F F A B

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EXERCÍCIOS 02

01- A sentença em que o verbo pegar apresenta-se com o mesmo sentido e integra a mesma construção sintática com
que é usado em “ele pegou um balde grande de plástico,” é:

a) Os alunos pegam facilmente tudo o que é ensinado.


b) Pegar um bom emprego é o objetivo de todos.
c) Pegou do irmão a mania de fazer coleção de figurinhas.
d) Pegou no que era seu, deu adeus e foi embora.
e) Pegou sem cuidado o copo e deixou-o quebrar

02- Assinale a opção em que a regência do verbo destacado difere da dos demais.

a) “...tal fato exige de nós a capacidade de atuarmos em áreas...”.


b) “O sentir faz a ponte entre o pensar e o agir”.
c) “... essa atitude consequentemente nos leva ao aprendizado”.
d) “alguém perguntou a um velho se ele tinha crescido naquela cidade”.
e) “...é esse ensinamento que nos ensina a resposta do velho sábio”.

03- O verbo destacado NÃO é impessoal em:

a) Fazia dias que aguardava a sua transferência para o setor de finanças.


b) Espero que não haja empecilhos à minha promoção.
c) Fez muito frio no dia da inauguração da nova filial.
d) Já passava das quatro horas quando ela chegou.
e) Embora houvesse acertado a hora, ele chegou atrasado.

04- Em relação à regência nominal, em qual das frases a seguir a preposição empregada NÃO está ADEQUADA?

a) A partir daí, estava apto para ajudar alguém.


b) Ele, então, estava sedento por um futuro melhor.
c) Não seja inconstante em suas decisões.
d) Na vida, todos nós somos passíveis a equívocos.
e) Temeroso de um resultado negativo, não seguiu sua intuição.

05- Em relação à regência nominal, em qual das frases a seguir a preposição empregada NÃO está ADEQUADA?

a) Aquele personagem é destituído de complexidade.


b) O vigilante estava atento a tudo que passava a sua volta.
c) O homem ficou grato com todos os que o ajudaram.
d) Aquele soldado foi cruel para com o preso.
e) Não houve a correta adaptação ao clima frio da Europa.
06- Assinale a opção em que a preposição destacada constitui caso de regência nominal.

a) “ele precisava se adaptar rapidamente a uma nova situação...”.


b) “acho que ele deve saber se comunicar com a equipe...”.
c) “ele deve ter capacidade de negociação são características extras...”.
d) “Para chegar a esta conclusão foram analisados três fatores:”.
e) “Então, que tal começar a exercitar a linguagem? Faz bem para você e para aqueles com quem se relaciona”.
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07- Marque o item que contempla incorreto uso de regência verbal.

a) O homem chamou o político de corrupto.


b) Ele chamou ao amigo de covarde.
c) Nós lhe chamamos crápula.
d) O jovem anuiu ao professor.
e) O belo projeto do governo implicou em esforço da população.

08- Marque o item que contempla incorreto uso de regência verbal.

a) Vimos o filme mencionado pela crítica.


b) Os protestantes só queriam a atenção de todos os presentes.
c) Os políticos não se lembram o que fazem com o dinheiro público.
d) O palestrante esqueceu tudo que ia dizer naquela apresentação.
e) A Igreja dos Milagres assiste na Avenida Dom Pedro.

GABARITO 02

01 02 03 04 05 06 07 08
E B E D C C E C

PRONOMES RELATIVOS E O USO DE PREPOSIÇÕES

Observe a seguinte oração:

- As reportagens que o jornalista muito discordou eram controversas.

Note que, aparentemente, o período não apresenta falhas; auditivamente, tudo parece estar bem. Contudo, sabendo
que a regência do verbo discordar pede a preposição “de”, fica mais claro que a construção não obedece à norma culta.

Em situações como esta, é necessário antecipar a preposição para antes do pronome relativo QUE. Assim:

- As reportagens de que o jornalista muito discordou eram controversas.

Essa nova construção obedece à norma culta e também poderia ser reescrita da seguinte forma:

- As reportagens das quais o jornalista muito discordou eram controversas.

As duas últimas construções estão corretas, ao passo que a primeira apresenta erro gramatical.

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PRONOMES RELATIVOS

Como já sabemos, os pronomes substituem os nomes. Assim, no lugar de “Ana” em Ana recebeu um comunicado, pode-
ríamos escrever Ela recebeu um comunicado. Contudo, Ela não é um pronome relativo, mas sim um pronome pessoal do
caso reto.

Os pronomes relativos, além de mais complexos, são mais decisivos no momento da redação de um texto. Os mais utili-
zados em provas de concurso são os seguintes: QUE (o qual, a qual, as quais....), QUEM, ONDE e CUJ-. Esses pronomes
seguem uma rigorosa disciplina quanto à sua referência e uso.

Vejamos:

Pronome Referência
QUE (a qual....) A um termo (substantivo comum ou próprio) anterior a ele.
QUEM A um termo (substantivo comum ou próprio), na condição de Ser Humano, an-
terior a ele.
ONDE A um termo (substantivo comum ou próprio) que indique lugar, também ante-
rior a ele.
CUJO(A)(S) A um termo (substantivo comum ou próprio) anterior a ele, mas que estabelece
concordância com seu termo posterior, que também será um substantivo.

Exercícios reflexivos

► Leia, reflita e constate se há a necessidade de preposição antes dos pronomes relativos a seguir. Depois, confira as
respostas.

01- As cidades brasileiras _______ que receberam novas propostas de crescimento tinham boa reputação.

02- Os esforços da população ______ que o ministro se reportou antes das eleições valeram muito.

03- A imagem daquela população ______ que o ministro se reportou antes das eleições demonstrou que ela é, de fato,
atuante.
04- As notícias _____ que os eleitores, de fato, necessitavam ainda não foram tão alvissareiras.

05- O homem maduro, _______ quem ela se apaixonou, era, na verdade, cheio de problemas.

06- As muitas pessoas ______ quem o político dizia se dedicar precisavam demasiado de ajuda.

07- As ruas do bairro ______ onde ela morou no passado eram cheias de crianças.

08- A antiga cidade chilena _______ onde meu amigo foi produzia bons vinhos.

09- O prédio novo ______ onde os computadores foram roubados tinha péssima segurança.

10- O prédio novo ______ onde os computadores foram levados tinha péssima segurança.

11- Aceitei o perfume_____ cuja fragrância não gostei somente por educação.

12- Quem matou o hábito das cartas foi o telefone,____ cujo reinado trouxe muitas mudanças.

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RESPOSTAS

01- Ø
02- A
03- A
04- DE
05- POR
06- A
07- Ø
08- A ou PARA
09- DE
10- DE ou PARA
11- DE
12- Ø

EXERCÍCIOS 01

01- Está correto o emprego de ambos os elementos sublinhados em:

a) O autor se pergunta por que haveriam de ser cruéis os animais que aspiram à propagação da espécie.
b) Quando investigamos o porquê da suposta crueldade animal, parece de que nos esquecemos da nossa efetiva
crueldade.
c) À lagarta, de cujo ventre abriga os ovos da vespa, só caberá assistir ao martírio de sua própria devoração.
d) Se a ideia de compaixão é puramente humana, não há porque imputarmos nos animais qualquer traço de cru-
eldade.
e) Os bichos a cujos atribuímos atos cruéis não fazem senão lançar-se na luta pela sobrevivência.

02- Está correto o emprego do elemento sublinhado na frase:

a) Os restos de esperanças socialistas, por cujas o autor já demonstrara simpatia, misturam-se a outras convic-
ções.
b) Os impulsos missionários, de que o autor não se mostra carente, poderiam levá-lo a combater a fome do
mundo.
c) As propostas políticas, de cuja falta sentiu Mario Capanna, eram, na verdade, inúmeras e contrastantes.
d) As posições dos jovens manifestantes, das quais o autor se congratulou, eram as mais díspares possíveis.
e) As ruas de Gênova, aonde se fixaram grupos de manifestantes, ganharam uma nova animação.

03- “... tema que faz com que em certas ocasiões ...” (último parágrafo)
A lacuna que deverá ser corretamente preenchida pela expressão grifada acima está em:

a) O mercado editorial de autoajuda, ......... abrange várias categorias, cresce a olhos vistos em todo o mundo.
b) O conteúdo dos livros de autoajuda, ......... os leitores acreditam, serve de inspiração para o sucesso na vida e
na carreira profissional.
c) Os leitores estão convictos .......... essas publicações serão a inspiração para uma vida mais harmônica e feliz.
d) Os livros de autoajuda procuram conduzir as pessoas a obterem com tenacidade tudo aquilo ........ sonham.
e) A literatura de autoajuda constitui, no momento, os meios ........ as pessoas recorrem para viver melhor.

04- Está correto o emprego do elemento sublinhado em:

a) O Príncipe é um símbolo reincidente, a cujo nome pessoal talvez nem mesmo a Branca de Neve tenha conhe-
cimento.
b) A necessidade de bajular o poder é um vício de que muita gente da imprensa não consegue se esquivar.
c) A trama com a qual o personagem anônimo participa jamais seria a mesma sem o seu concurso.
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d) Em dois segundos o lenhador tomou uma decisão na qual decorreria toda a trama já conhecida de Branca de
Neve.
e) Os figurantes anônimos muitas vezes são responsáveis por uma ação em que irão depender todas as demais.

05- “A diferença é que eles viviam em comunhão com o mundo...” (final do texto)

A frase cuja lacuna estará corretamente preenchida pela palavra grifada acima é:

a) As hipóteses ........ que a humanidade teve sua origem na África já foram comprovadas por cientistas.
b) As armas ......... que os homens primitivos se defendiam dos perigos eram feitas de materiais encontrados na
natureza.
c) Ossos de animais serviam ......... que os nossos ancestrais reproduzissem as melodias percebidas nos sons da
natureza.
d) São inúmeras as cavernas ......... que se encontraram desenhos primitivos, as chamadas pinturas rupestres.
e) Instrumentos foram criados pelo homem de modo ......... que ele conseguisse reproduzir os sons ouvidos no
mundo exterior.

06- As expressões de que e com que preenchem corretamente, nessa ordem, as lacunas da frase:

a) O prestígio ...... o texto de Maquiavel desfruta até hoje é merecido, pois é um tratado político ...... muitos têm
muito a aprender.
b) As qualidades morais ...... muitos estavam habituados a considerar como tais foram substituídas pelas políti-
cas, no tratado ...... Maquiavel tornou uma obra basilar.
c) Os valores abstratos ...... muita gente costuma cultuar não tinham, para Maquiavel, qualquer aplicação ......
pudesse se valer na análise da política.
d) O adjetivo maquiavélico, ...... muitos utilizam para denegrir o caráter de alguém, ganhou uma acepção ......
costumam discordar os cientistas políticos.
e) A leitura de O Príncipe, ...... muita gente até hoje se entrega, interessa a todos ...... se sintam envolvidos na ló-
gica da política.

07- “Mas o mundo globalizado também assiste a um ininterrupto e crescente sistema de produção...”.
O mesmo tipo de regência, tal como está empregado o verbo grifado acima, encontra-se na frase:

a) A sociedade mundial resultante do processo de padronização não tem propriamente uma cultura global a ela
vinculada, que possa distingui-la.
b) As práticas cotidianas dos povos, elementos de distinção entre eles, recebem novos ingredientes que maculam
a pureza cultural de cada nação.
c) Por haver predomínio de certos hábitos e comportamentos, é que o inglês se tornou uma espécie de língua
global.
d) Observa-se, atualmente, que tem havido mais consciência das diferenças e maior respeito pela especificidade
de cada um.
e) Muitos críticos do processo de globalização discordam de seus possíveis benefícios, comparando-os a situa-
ções perversas para pessoas e povos.

08- Está adequado o emprego de ambos os elementos sublinhados na frase:

a) A obsolescência e o anacronismo, atributos nos quais os americanos manifestam todo seu desprezo, passaram
a se enfeixar com a expressão dez de setembro.
b) O estado de psicose, ao qual imergiram tantos americanos, levou à adoção de medidas de segurança em cuja
radicalidade muitos recriminam.
c) A sensação de que o 11/9 foi um prólogo de algo ao qual ninguém se arrisca a pronunciar é um indício do
pasmo no qual foram tomados tantos americanos.
d) Não é à descrença, sentimento com que nos sentimos invadidos depois de uma tragédia, é na esperança que
queremos nos apegar.
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e) Fatos como os de 11/9, com que ninguém espera se deparar, são também lições terríveis, de cujo significado
não se deve esquecer.

GABARITO 01

01 02 03 04 05 06 07 08
A B D B B A E E

EXERCÍCIOS 02

(Cespe MPU 2010 Técnico) “O corte de 125 mil empregos em junho indica que a esperança de gradual retomada do
crescimento do mercado de trabalho no curto prazo era prematura e não deverá se concretizar. As razões para esse
estancamento encontram-se no comportamento do polo dinâmico da economia mundial, os países emergentes, cujo
desenvolvimento econômico começou a desacelerar — ainda que a partir de taxas exuberantes de expansão”.

01- No trecho “cujo desenvolvimento econômico (...) expansão”, identifica-se relação de causa e consequência en-
tre a construção sintática destacada com travessão e a oração que a antecede.

(Cespe MPU 2010 Técnico) “Para a maioria das pessoas, os assaltantes, assassinos e traficantes que possam ser encon-
trados em uma rua escura da cidade são o cerne do problema criminal. Mas os danos que tais criminosos causam são
minúsculos quando comparados com os de criminosos respeitáveis, que vestem colarinho branco e trabalham para as
organizações mais poderosas”.

02- A correção gramatical e a coerência do texto seriam preservadas se a oração “que possam ser encontrados em
uma rua escura da cidade” estivesse entre vírgulas.

(Cespe Banco do Brasil 2010) “A rede de atendimento aos “famintos de felicidade” tornou-se um negócio rendoso, e os
usuários, para mantê-la, exigem mais exploração dos que já são superexplorados. Quem vive permanentemente na infe-
licidade não pode olhar o outro como alguém com quem possa ou deva preocupar-se. O sentimento íntimo de quem
padece é de que o mundo lhe deve alguma coisa, e não de que ele deva qualquer coisa ao mundo”.

03- A substituição da preposição “com”, exigida pelo verbo “preocupar-se”, pela preposição “em” preservaria a coe-
rência do texto e o respeito às normas gramaticais.

(Cespe MPU 2010 Analista) “Inovar é recriar de modo a agregar valor e incrementar a eficiência, a produtividade e a
competitividade nos processos gerenciais e nos produtos e serviços das organizações. Ou seja, é o fermento do
crescimento econômico e social de um país. Para isso, é preciso criatividade, capacidade de inventar e coragem para
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sair dos esquemas tradicionais. Inovador é o indivíduo que procura respostas originais e pertinentes em situações
com as quais ele se defronta. É preciso uma atitude de abertura para as coisas novas, pois a novidade é catastrófica
para os mais céticos”.

04- O segmento “as quais” remete a “situações” e, por isso, admite a substituição pelo pronome “que”; no entanto,
nesse contexto, tal substituição provocaria ambiguidade.

(Cespe 2010 Ministério do Planejamento) “Naquele final de década de sessenta, no entanto, o jovem arquiteto interes-
sava-se menos por torres que escalavam os céus do que por estruturas abandonadas na periferia e por sistemas subter-
râneos da cidade. Em vez de construir, seu projeto era “cortar” edifícios ou “desfazer espaços”. Matta Clark interessava-
se pela situação paradoxal de um contexto urbano em que conviviam modernização e abandono”.

05- As relações gramaticais e textuais em que ocorre a expressão “em que” permitem sua substituição no texto, tanto
por “onde” como por “no qual”, sem se prejudicar a coerência e a correção do texto.

(Cespe 2011 Ministério das Comunicações) “Essa abordagem “objetal” levanta um problema específico no plano da
memória. Não seria ela fundamentalmente reflexiva, como nos inclina a pensar a prevalência da forma pronominal:
lembrar-se de alguma coisa é, de imediato, lembrar-se de si? Entretanto, insistimos em colocar a pergunta “o quê?”
antes da pergunta “quem?”, a despeito da tradição filosófica, cuja tendência foi fazer prevalecer o lado egológico da
experiência mnemônica”.

06- O pronome “cuja” introduz explicação acerca de “tradição filosófica”.

(Cespe 2011 Ministério das Comunicações) “As tecnologias digitais, segundo Pierre Lévy, “surgiram com a infraestrutu-
ra do ciberespaço, novo espaço de comunicação, de sociabilidade, de organização e de transação, mas também novo
mercado da informação e do conhecimento”. O ciberespaço abre caminhos para a cibercultura, pela qual a produção e a
disseminação de informações são pautadas pelo dispositivo de comunicação todos-todos”.

07- A expressão “pela qual” poderia ser corretamente substituída por “por que”, o que conferiria mais clareza ao
texto, já que evitaria repetição — “pela” ( da expressão “pela qual” ) e “pelo” (depois de “pautados”).

08- (TJ Rio de Janeiro 2012) “O restaurante Reis, ......... o poeta era assíduo frequentador, ficava no velho centro do
Rio”.
Preenche corretamente a lacuna da frase acima:

(A) de cujo.

(B) em que.

(C) o qual.

(D) no qual.

(E) de que.
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09- (TRE São Paulo 2012) Está correto o emprego de ambos os elementos sublinhados na frase:

(A) A argumentação na qual se valeu o ministro baseava-se numa analogia em cuja pretendia confundir função técnica
com função política.

(B) As funções para cujo desempenho exige-se alta habilitação jamais caberão a quem se promova apenas pela aclama-
ção do voto.

(C) Para muitos, seria preferível uma escolha baseada no consenso do voto do que a promoção pelo mérito onde nem
todos confiam.

(D) A má reputação de que se imputa ao "assembleísmo" é análoga àquela em que se reveste a "meritocracia".

(E) A convicção de cuja não se afasta o autor do texto é a de que a adoção de um ou outro critério se faça segundo à
natureza do caso.

10- (TRT 11ª Região 2012) Está correto o emprego da expressão sublinhada em:

(A) Os dicionários são muito úteis, sobretudo para bem discriminarmos o sentido das palavras em cujas resida alguma
ambiguidade.

(B) O texto faz menção ao famoso caso das cotas, pelas quais muitos se contrapuseram por considerá-las discriminató-
rias.

(C) Por ocasião da defesa de políticas afirmativas , com as quais tantos aderiram, instaurou-se um caloroso debate pú-
blico.

(D) Um dicionário pode oferecer muitas surpresas, dessas em que não conta quem vê cada palavra como a expressão de
um único sentido.

(E) Esclarece-nos o texto as acepções da palavra discriminação, pela qual se expressam ações inteiramente divergentes.

GABARITO EXERCÍCIOS 02

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
E E E E C C E E B E

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05. Crase

RELEVÂNCIA DO ASSUNTO EM PROVAS: Alta. Raras são as provas que não trazem, direta ou indiretamente, uma
questão sobre o tema Crase. Por isso, prepare-se.

DICA: Lembre-se de que Crase tem tudo a ver com Regência. Ou seja, olho atento no dicionário e nas regências
que nós denominamos de clássicas. De todas as organizadoras, o CESPE é a que, de maneira mais reflexiva e inteligente,
cobra esse assunto. Nessa organizadora, o texto é profundamente decisivo. Às vezes, só pela leitura dá para julgar, de
maneira coerente, uma questão do CESPE.

DICA DE ESTUDO: Procure não se agarrar, devotamente, aos famosos e velhos “bizus” sobre o tema. Pouca gen-
te fala isso, mas “bizus” também falham. Um “bizu” é apenas uma dica, ele não concentra todo o assunto. Portanto, use
“bizus” com muita parcimônia.

POSSIBILIDADE DE CAIR NA PROVA: Para nível fundamental, a possibilidade é razoável; para nível médio, no má-
ximo, uma (isso numa prova de 15 a 20 questões); e para nível superior a possibilidade sobe para duas questões, e o
grau de dificuldade é bem maior do que do médio.

STATUS: Em sala e com o professor.

CRASE

O uso do acento grave é, às vezes, produto da fusão


de duas vogais idênticas; em outras, seu uso é
motivado, simplesmente, pelo contexto.

Logo, pode-se justificar crase por duas razões:

a) Sintática (textual): a + a = à (fusão)


b) Semântica (contextual): à (acento diferencial)

1ª CONDIÇÃO: Regra do ANTES E DO DEPOIS.

ANTES DEPOIS
VTI a + a Substantivo feminino
VTDI a + a Aquilo/ Aquele(a)(s).

Como assim?

ANTES DEPOIS
Vti/Vtdi A a Subs. Fem.
Vti/Vtdi A a -quilo
Vti/Vtdi A a -quele
Vti/Vtdi A a -queles
Vti/Vtdi A a -quela
Vti/Vtdi A a -quelas
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Ou seja, ocorrerá crase sempre que a fonte servidora de preposição for um VTI ou um VTDI, desde que exista um subs-
tantivo feminino ou um pronome demonstrativo que seja iniciado por “a”.

Exemplos:

- Aquele fato aludia a + a noção de trabalho.

- Esse documentário interessa a + a autoridade que veio aqui pela manhã.

- O jornalista visa a + a integridade de suas fontes.

- A juíza recorreu a + a documentação antiga.

- O antigo ministro assistiu a + a cerimônia de posse do governo.

- Esse documento diz a + a comunidade acadêmica as verdades mais sórdidas.

- Convém a + aquela aluna resolver os seus problemas. ( aaquela = àquela)

- Ela não disse nada a + aqueles professores. (aaqueles = àqueles)

- O jovem refere-se a + aquilo que mencionamos ontem. (aaquilo = àquilo)

- Esse assunto interessa a + aquelas mulheres da TV. (aaquelas = àquelas).

Justificativas possíveis para os casos de crase acima:

● A existência de crase se dá porque o termo regente (verbo) fornece a preposição “a” e o substantivo feminino dispo-
nibiliza o artigo definido “a”.

● O fato de o verbo ser transiƟvo direto e indireto moƟva presença da preposição “a”, e o artigo “a” é produto do subs-
tantivo feminino.

● A regência do verbo exige a preposição e o substantivo feminino provém o artigo.

Mas quando não vai ocorrer crase?

Resposta: sempre que uma das fontes fornecedoras de “a” falhar. Abaixo, o ANTES falha. Veja:

Exemplos:

- O livro interpreta Ø + a vida do poeta brasileiro.

- Esses assuntos não trazem Ø + a verdade ao provo.

- O jovem leu Ø + a bíblia sagrada.

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- A polícia prendeu Ø + a traficantes mexicanas.

- Ele não elaborou Ø + a tarefas do dia.

- O povo viu Ø + a cena e se calou.

E quando o DEPOIS falha? Sempre que houver o seguinte:

a) Quando os substantivos femininos “casa” e “terra” (sentido de bordo) aparecerem SEM especificações.

Exemplos:

- Pedro não voltou a + Ø casa.

- Meu amigo nunca foi a + Ø casa.

- Depois de dias, o jangadeiro voltou a + Ø terra.

- Aquele barco não irá a + Ø terra.

b) Mas, se os substantivos femininos “casa” e “terra” (sentido de bordo) aparecerem COM especificações, HAVERÁ
crase.

- Pedro não voltou a + a casa do irmão. (à)

- Meu amigo nunca foi a + a casa da sogra. (à)

- Depois de dias, o jangadeiro voltou a + a terra de seus filhos. (à)

- Aquele barco não irá a + a terra do sol. (à)

c) PORÉM, se os substantivos femininos “casa” e “terra” (sentido de bordo) surgirem COM especificações, mas
SEM VTI ou VTDI. NÃO haverá crase.

- Meu amigo conheceu Ø + a casa da namorada.

- Já pintei Ø + a casa do meu pai duas vezes.

- O náufrago avistou Ø + a terra da carne do sol.

- Os marinheiros mapearam Ø + a terra dos ingleses.

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O DEPOIS falha também quando:

a) o substantivo feminino estiver no plural, e a preposição “a” surgir sozinha, NÃO haverá crase.

- Aquele fato aludia a Ø noções de trabalho.

- Esse documentário interessa a Ø autoridades que vieram aqui pela manhã.

- As festas do fim do ano obstam a Ø mobilidades urbanas.

- O jornalista visa a Ø integridades de suas fontes.

- A juíza recorreu a Ø documentações antigas.

- As novidades referiam-se a Ø propostas do governo.

Obs.: Note o profundo tom genérico que toma conta das frases acima. Esse tom ocorre por conta da ausência do arti-
go definido “as”. Sem artigo definido, tudo fica em aberto.

b) o paralelismo sintático não exigir do substantivo feminino o artigo (situação muito rara):

Exemplos:

- O turista foi a parques, tomou sorvete, fotografou montanhas, bebeu cerveja e se dedicou a noitada.

Ou seja,

- O turista foi a Ø parques, tomou Ø sorvete, fotografou Ø montanhas, bebeu Ø cerveja e se dedicou a Ø noitada.

Ou seja,

- O turista foi aos parques, tomou o sorvete, fotografou as montanhas, bebeu a cerveja e se dedicou à noitada.

CASOS FACULTATIVOS

1 . Antes de pronomes possessivos femininos:

Ex.: Ele disse tudo a minha amiga. (à minha amiga)

Ex.: Convém à tua família enfrentar esse problema. (a tua)

Ex.: Ele disse tudo à minha professora e à tua mãe. (a minha / a tua).

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PORÉM, há um caso de obrigatoriedade:

Ex.: O tresloucado diretor não obedeceu à minha orientação, nem à tua. (A última evidência é obrigatória, pois
o substantivo “orientação” não está explícito).

2. Antes de nomes próprios femininos:

Ex.: O porteiro comunicou o ocorrido a Patrícia. (à Patrícia)

Obs.: se a mulher for famosa, não ocorre crase.

- O jornal se referia a Rachel de Queiroz.

3. Depois da preposição ATÉ.

Ex.: O turista inglês irá até a barraca dos peixes. (até à barraca dos peixes)

Cuidado: para que sejam facultativos, não basta que apenas existam pronomes possessivos femininos, nomes
próprios femininos ou presença de preposição “até”. Se não houver verbos ou nomes que rejam preposição
“a”, é mesmo que nada. Veja:

1- O vento arrastava até as mesas pesadas. (Não é possível usar crase, pois “arrastar” é VTD)

2- O garoto paquerou a Ana Lúcia. (Não é possível usar crase, pois “paquerar” é VTD)

3- O arquiteto projetou a minha varanda com perfeição. (Não é possível usar crase, pois “projetar” é VTD).

CONCLUSÕES INEVITÁVEIS

01- Sem preposição (advinda de verbo) é impossível pensar em crase.

02- Presença de VTD quer dizer ausência de crase.

03- Mesmo que as palavras “aquilo”, “aquele” e “aqueles” sejam masculinas, elas permitem a possibilidade de crase
porque já têm um “a” iniciando sua estrutura.

04- Se você vir um “a” e, imediatamente a ele, um substantivo feminino no plural, não haverá crase.

2ª CONDIÇÃO: Regra do ANTES E DO DEPOIS nas orações adjetivas.

- O livro de que ela gosta traz cenas fortes.

- O livro do qual ela gosta traz cenas fortes.

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Portanto,

- As cenas a + as quais eu assisto no meu trabalho são sempre difíceis.


(Veja que o “a” depois de “cenas” advém do verbo “assistir”, e o artigo “as” (antes de “quais”) advém do pronome rela-
tivo “que”, o qual se refere ao substantivo feminino “cenas”).

Então: As cenas às quais eu assisto no meu trabalho são sempre difíceis.


Cuidado!
As cenas a que eu assisto no meu trabalho são sempre difíceis. (SEM CRASE)

Exemplo 02

- A ameaça a + a qual ela se referiu foi gravíssima.


(Aqui ocorre o mesmo que no exemplo anterior, só mudam as palavras).
Então: A ameaça à qual ela se referiu foi gravíssima.
Cuidado!
- A ameaça a que ela se referiu foi gravíssima. (SEM CRASE).

Exemplo 03

- A festa a + a qual fui neste fim de semana trouxe-me muitos problemas.


(Aqui ocorre o mesmo que no exemplo anterior, só mudam as palavras).
Então: A festa à qual fui neste fim de semana trouxe-me muitos problemas.
Cuidado!
- A festa a que fui trouxe-me muitos problemas. (SEM CRASE).

3ª CONDIÇÃO: Quando o ANTES não é mais um verbo, mas sim um NOME.

ANTES DEPOIS
Nome a A Subs. Fem.
Nome a A -quilo
Nome a A -quele
Nome a A -queles
Nome a A -quela
Nome a A -quelas

Nomes: substantivos, adjetivos e advérbios.

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⇒ O aluno estava muito atento a + a aula de legislação. (à aula)


⇒A dedicação a + a vida religiosa trouxe-lhe paz. (à vida)
⇒ Sua reação foi desproporcional a + aquilo que aconteceu. (àquilo)
⇒ Era contrário a + o plano do governo. (ao plano)
⇒ A decisão do congresso é favorável a + aquele deputado corrupto. (àquele).

Obs.: Veja que as palavras fornecedoras de preposição não são mais os verbos, e sim os NOMES.

CASO ESPECIAL

Suposto caso de crase antes de “QUE” e de “DE”.

Exemplo 01:
⇒ A peça de teatro que vi na semana passada é semelhante à que Joana comentou.
⇒ A peça de teatro que vi na semana passada é semelhante à Ø que Joana comentou.

Logo, Ø = peça.

Exemplo 02:
⇒ Suas palavras se comparam às de Carlos Drummond.
⇒ Suas palavras se comparam às Ø de Carlos Drummond.
Logo, Ø = palavras.
às = àquelas.

Exemplo 03:
⇒ Muitas das reivindicações dos sindicatos trabalhistas são semelhantes às da classe patronal.
⇒ Muitas das reivindicações dos sindicatos trabalhistas são semelhantes às Ø da classe patronal.

Logo, Ø = reivindicações.

às = àquelas.

4ª CONDIÇÃO.1

Acento grave em uso Presença de locução adverbial, adjetiva, prepositiva ou conjunti-


diferencial. va femininas.

1
Muita atenção porque aqui surge mais uma divergência entre os gramáticos: para Evanildo Bechara, Celso Cunha, Lindley Cintra e Marcelo Rosenthal “locuções
adverbiais femininas regidas de preposição A, por motivo de clareza, devem ocorrer com acento grave”. Essa afirmação foi retirada de Gramática para concursos,
página 375. Fiz essa referência porque existem muitos gramáticos que “inventam” exceções. Dizem, por exemplo, que locuções adverbiais que indicam noção de
instrumento não recebem crase. Veja os exemplos: “Ele escreveu a carta a mão”. Ou “O bandido foi morto a faca pelo comparsa”. Tais gramáticos acreditam que a
crase é desnecessária, uma vez que o entendimento da frase não é comprometido. Nem Sempre: se eu escrevo “Trancou a casa à chave”, entendo que alguém trancou a
casa usando a chave; mas se escrevo “Trancou a casa a chave” posso entender tão-só que a chave trancou a casa. Portanto, não são iguais os sentidos.
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Obs.: Lembre-se de que, nos casos que vamos investigar agora, levar em conta o contexto é fundamental.

1º Momento: é de tradição acentuar o "a" nas locuções femininas para evitar ambiguidades na frase. Veja-
mos:

1- A artista fotografou à noite. (no turno da noite)

2- A artista fotografou a noite. (tirou fotos da noite, da lua, das nuvens etc.)

3- O homem cheirava a gasolina. (inalava a gasolina)

4- O homem cheirava à gasolina. (tinha cheiro de gasolina)

7- Ele matou a fome. (saciou-se)

8- Não se mata à fome. (modo como não se deve matar alguém: à míngua, sem comida)

2º Momento: usa-se acento indicativo de crase nas indicações de hora, quando houver precisão (exatidão).

1- Ele saiu de Londrina às 14 horas. (Precisa)

2- Ele deixou Fortaleza à uma hora . (Precisa)

3- Nós sairemos daqui a duas horas. (Imprecisa)

4- A qualquer hora pode ocorrer um assalto. (Imprecisa)

5- Ele estuda de três a seis horas por dia. (Imprecisa)

6- Ele estuda das três às seis horas todos os dias. (Precisa)

3º Momento: usa-se acento indicativo de crase em expressões semanticamente específicas.

1- O casal deixou o prédio às escondidas.

2- Depois da conversa, tudo ficou às claras.

3- O restaurante estava às moscas.

4- O jovem estava à procura de emprego.

5- À medida que se envolvia com pessoas incautas, começava a ter problemas na família.

6- À proporção que fazia exercícios, emagrecia deveras.

7- Ele estava à beira de um ataque de nervos.

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4º Momento: Contudo, tenha cuidado:

1- Ele não informou a medida que seria usada de sal.

Obs.: Aqui não ocorre presença de acento indicativo, pois não temos mais uma expressão, mas sim apenas subs-
tantivo antecedido de artigo “a”.

5º Momento: não se emprega acento grave em expressões adverbiais cuja primeira palavra for masculina.

1- Ele sempre mata a sangue-frio.

2- O quarto cheirava a óleo de cozinha.

3- Ando muito a pé.

4- Use sal e pimenta a gosto.

5- O quarto cheirava a vômito.

Exemplos de outras expressões que podem receber, quando o contexto for favorável, o acento indicativo de
crase apoiados na 4ª possibilidade.

à tarde, à chave, à noite,


à escuta, à direita, à deriva,
às claras, às avessas, às escondidas
às moscas, à toa, à revelia
à beça, à luz, à esquerda
à larga, às vezes, às ordens
às ocultas, às turras, à beira de
à sombra de, à exceção de, à força de
à frente de, à imitação de, à procura de,
à semelhança de, à proporção que, à medida que

LEMBRETES FINAIS SOBRE CRASE

1- Nunca ocorre acento indicativo de crase antes de verbos.

- Ele saiu a procurar um novo emprego.

2- Não ocorre acento indicativo de crase antes de pronomes pessoais, demonstrativos, indefinidos, e pronomes
de tratamento iniciados por Vossa.

- Refiro-me a ti.
- Dirigi-me a ela.
- Apresento-o a você.
- Venha a nós o Vosso Reino.
- Respondo a Vossa Senhoria.
- Não me referi a esta carta.
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- Direi a qualquer pessoa.

Obs.: Senhora, Senhorita, Dona e Madame são substantivos e não pronomes de tratamento; logo, permitem o uso de
crase.

3- Diante de “distância” só haverá a possibilidade de crase se estiver especificada.

- Eles ainda se viam a distância.


- Eles ainda se viam à distância de 1 km.

4- Quando estiver subentendida a expressão “à moda de” antes de um substantivo masculino, há crase.
- Fiz uma maminha à Alex Atala.

- Ele se veste à Augustinho Carrara.

5- Entre palavras repetidas, componentes de expressões, nunca há crase.

- Eles iam se apaixonando dia a dia.

- Analisou gota a gota o remédio.

6- Mas, cuidado: no exemplo a seguir não há expressão de palavras repetidas:

- O pai deu mais vida à vida de seus filhos.

RESUMÃO DE CRASE

1º) SOMENTE TRÊS categorias de palavras podem fornecer preposição, a saber:

- VTI;
- VTDI;
- NOME (substantivos, adjetivos, advérbios).

2º) SOMENTE TRÊS categorias de palavras fornecem artigos femininos, a saber:

- substantivos;
- pronomes demonstrativos;
- pronomes relativos.

3º) SOMENTE TRÊS palavras femininas estão impedidas de crase (caso não estejam especificadas), a saber:

- casa;
- terra;
- distância.

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4º) SOMENTE TRÊS palavras masculinas aceitam crase, a saber:

- aquilo;
- aquele;
- aqueles.

5º) SOMENTE TRÊS condições permitem a facultatividade, a saber:

- antes de pronomes possessivos femininos;


- antes de nomes próprios femininos;
- depois da preposição ATÉ.

EXERCÍCIOS 01

01- CEPSE: “O desinteresse pela política e a descrença no voto são registrados como mera “escolha”, sequer como de-
sobediência civil ou protesto. A consagração da alienação política como um direito legal interessa aos conservadores,
reduz o peso da soberania popular e desconstitui o sufrágio como universal”.

( ) Ao se substituir o trecho "aos conservadores" por à parcela inovadora da sociedade, o uso do acento indicativo de
crase será obrigatório.

02- ESAF: Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas do texto.

Para incentivar o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio no Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da
Silva lançou o Prêmio ODM BRASIL. A iniciativa do governo federal em conjunto com o Movimento Nacional pela Cida-
dania e Solidariedade e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) vai selecionar e dar visibilidade
__1___ experiências em todo o país que estão contribuindo para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do
Milênio (ODM), como __2__ erradicação da extrema pobreza e __3__ redução da mortalidade infantil. Os ODM fazem
parte de um compromisso assumido, perante __4__ Organização das Nações Unidas, por 189 países de cumprir __5__
18 metas sociais até o ano de 2015.

(Em Questão, Subsecretaria de Comunicação Institucional da Secretaria-Geral da Presidência da República, n. 390, Brasí-
lia, 06 de janeiro de 2006)

a) a – à – à –a – às
b) as – a – a –à – as
c) às – à – a –à – às
d) a – a – a –a – as
e) a – a – a –à – às

03- CESGRANRIO: O item em que há crase é:

a) Responda a todas as perguntas.


b) Avise a moça que chegou a encomenda.
c) Volte sempre a esta casa.
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d) Dirija-se a qualquer caixa.


e) Entregue o pedido a alguém na portaria.

04- CESPE: “O Decreto n.º 3.298/1999 considera apoios especiais a orientação, a supervisão e as ajudas técnicas que
auxiliem ou permitam compensar uma ou mais limitações funcionais motoras, sensoriais ou mentais da pessoa com
deficiência. Adaptar provas é tornar acessível o seu conteúdo, que é o mesmo para todos os candidatos, de tal forma
que o candidato com deficiência possa se apropriar do inteiro teor das questões formuladas e, ao mesmo tempo, ter
condições de proceder à resposta à formulação”.

( ) O emprego do sinal indicativo de crase, nas duas ocorrências, em “ter condições de proceder à resposta à formula-
ção”, justifica-se pela regência de “proceder”, que exige emprego de preposição “a”, e da presença de artigo definido
feminino precedendo os substantivos “resposta” e “formulação”.

05- FCC: Opção que preenche corretamente as lacunas: “O gerente dirigiu-se ....... sua sala e pôs-se ....... falar ....... todas
as pessoas convocadas”.

a) à, à, à
b) a, à, à
c) à, a, a
d) a, a, à
e) à, a, à

06- CESPE: “Conquanto o desenvolvimento dos meios de comunicação tenha tornado absolutamente frágeis os limites
que separavam o público do privado, assiste-se hoje a uma nova tendência de politização e visibilidade do privado, com
a estruturação de novas relações familiares, bem como à privatização do público”.

( ) O uso do sinal indicativo da crase em "à privatização" mostra que o conectivo "bem como" introduz um segundo
complemento ao verbo assistir.

DICA: “Conquanto” é conjunção concessiva, mesma coisa que “Embora”.

GABARITO

01 02 03 04 05 06
V D B F C V

EXERCÍCIOS 02

01- Qual das alternativas completa corretamente os espaços vazios?

I- "Ele não quis reconhecer, mas preferia esta vida insossa em casa humilde.......... outra de barão”.

II- "Habituara-se ....... boa vida, tendo de tudo, regalada."

III- "Os adultos são gente crescida que vive sempre dizendo pra gente fazer isso e não fazer ....... ."

a) àquela, aquela, aquilo


b) do que àquela, àquela, àquilo
c) àquela, àquela, aquilo
d) aquela, àquela, aquilo
e) do que aquela, aquela, aquilo

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02- Assinale a opção incorreta com relação ao emprego do acento indicativo de crase:

a) O pesquisador deu maior atenção àquela cidade menos privilegiada.


b) Este resultado estatístico complementa àquela opinião exposta.
c) Mesmo atrasado, o recenseador compareceu àquela entrevista.
d) A verba aprovada destina-se somente àquelas cidades interioranas.
e) Ele não costuma se referir àquilo que aconteceu no passado.

03- Analise as sentenças abaixo e, depois, faça o que se pede:

1- Quero agradecer àquela advogada a atenção dispensada.


2- Refiro-me aquilo que houve na aula passada.
3- Não dei importância àquilo que foi mencionado pelo André.
4- Foi ele quem escreveu àquele e-mail.
5- O jornal anunciou aquela notícia que todos esperavam.
Estão corretos, segundo a norma culta, os itens:

a) 1, 2 e 3 somente.
b) 1, 3 e 5 somente.
c) 1, 3 e 4 somente.
d) Somente 1.
e) Somente 3.

PADRÃO CESPE: “Segundo preceituam diversos documentos bioéticos, éticos e, em alguns países, até normas legais,
qualquer voluntário tem que ser informado sobre os possíveis riscos que a experiência, à qual será submetido, poderá
acarretar, para somente depois dar seu aceite; porém, se considerarmos o desnivelamento sócio-educacional da popu-
lação, veremos que é no mínimo dúbia a plena capacidade de entendimento dos voluntários sobre a experiência à qual
será submetido”.

04- A ocorrência de crase em à qual (nas duas evidências) ocorre pelas seguintes razões: primeiro, a estrutura será
submetido é fornecedora de preposição A; e, segundo, o pronome relativo a qual, cuja referência é feita à palavra expe-
riência, disponibiliza o artigo A em sua composição original.

05- Ainda sobre a ocorrência de crase do texto acima, é correto afirmar que, caso substituíssemos o conjunto à qual
(também nas duas possibilidades) por à que os sentido bem como a correção gramatical seriam mantidos.

GABARITO

1 2 3 4 5
C B B V F

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EXERCÍCIOS 03

01- CESPE: “A Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), órgão central do Sistema Brasileiro de Inteligência (SISBIN), deve
assumir a missão de centralizar, processar e distribuir dados e informações estratégicas para municiar os órgãos policiais
(federais, estaduais e municipais) nas ações de combate ao crime organizado. Além disso, a ABIN é responsável por
manter contato com os serviços de inteligência parceiros, para favorecer a troca de informações e a cooperação multila-
teral”.

( ) A substituição da expressão "ao crime organizado" por à criminalidade alteraria o sentido original do texto, mas
não prejudicaria a correção gramatical do período.

02- CESPE: “Assim, os dilemas inerentes à convivência entre democracias e serviços de inteligência exigem a criação de
mecanismos eficientes de vigilância e de avaliação desse tipo de atividade pelos cidadãos e(ou) seus representantes”.

( ) O uso do sinal indicativo de crase no trecho "os dilemas inerentes à convivência" não é obrigatório.

03- CESPE: “A ocultação, pela indústria do asbesto (amianto), dos perigos representados por seus produtos provavel-
mente custou tantas vidas quanto as destruídas por todos os assassinatos ocorridos nos Estados Unidos da América
durante uma década inteira; e outros produtos perigosos, como o cigarro, também provocam, a cada ano, mais mortes
do que essas”.

( ) No segmento "quanto as destruídas" o emprego do acento grave é facultativo, visto que o termo "quanto" rege
complemento com ou sem a preposição “a”.

04- CESPE: “Essa análise permite, ainda, abordar um outro ponto: a caracterização dos grupos em função de sua repre-
sentação social. Isto quer dizer que é possível definir os contornos de um grupo, ou, ainda, distinguir um grupo de outro
pelo estudo das representações partilhadas por seus membros sobre um dado objeto social. Graças a essa reciprocidade
entre uma coletividade e sua teoria, esta é um atributo fundamental na definição de um grupo”.

( ) Já que a estrutura sintática exige a preposição “a”, a ausência de sinal indicativo da crase em "a essa reciproci-
dade" mostra que, por causa da presença do pronome demonstrativo "essa", o artigo não é aí usado.

05- FCC: Leia atentamente as orações abaixo e, em seguida, faça o que se pede:

I - Em relação a renda familiar, o emprego intensivo de mão-de-obra não é a melhor solução.


II - Desde a última década, sinistros presságios atormentavam-lhe a mente.
III - Os investidores americanos, habituados à lentidão do ritmo inflacionário, conseguem acumular fortuna.

De acordo com a norma culta:

a) todos os períodos estão corretos


b) nenhum dos três períodos está correto
c) estão corretos os períodos I e II
d) estão corretos os períodos II e III
e) somente o período III está correto

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06- CESGRANRIO: Na frase: "O pacote econômico tende a satisfazer as exigências do mercado", substituindo-se satisfa-
zer por satisfação, tem-se a forma correta:

a) tende à satisfação as exigências do mercado.


b) tende a satisfação das exigências do mercado.
c) tende a satisfação das exigências ao mercado.
d) tende a satisfação às exigências do mercado.
e) tende à satisfação das exigências do mercado.

07- FCC: “Uma floresta secundária apresenta, segundo estudo recente, biodiversidade semelhante ...... da floresta origi-
nal, embora haja especialistas que contestam o fato de que as matas de segunda geração evoluam de modo ...... garan-
tir as condições ideais de sobrevivência ...... cada uma das espécies”.

As lacunas da frase acima estarão corretamente preenchidas, respectivamente, por

a) a - à - à

b) à - a - à

c) à - a - a

d) a - à - a

e) à - à - a

Obs.: O detalhe dessa questão é lembrar que crase pode ocorrer em palavras elididas (ou seja, apagadas).

08- FCC: Os objetivos ...... que se propunham os idealizadores da Declaração dos Direitos Humanos referiam-se ...... cria-
ção de situações favoráveis de vida ...... mais diversas populações do planeta.

As lacunas da frase acima estarão corretamente preenchidas, respectivamente, por:,,,,

a) a - a - às

b) à - à – as

c) à - à – às

d) à - a - as

e) a - à – às

Obs.: Lembre-se de que adjetivos não neutralizam crase. Tipo: “Eu fui à mais antiga praia da cidade”.

09- FCC: Justificam-se ambas as ocorrências do sinal de crase em:


a
(A) Na entrevista que concedeu à TV, a juíza recorreu à uma frase de Disraeli.

(B) A frase à que se reportou a juíza diz respeito à distinções éticas.

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(C) Faltam audácia e iniciativa à quem deveria propor-se às ações afirmativas.

(D) Não se abra àqueles inescrupulosos o campo favorável à impunidade.

(E) A comunidade dos justos assiste à obrigação de dar combate à tal ousadia.

Obs.: O detalhe dessa questão baseia-se no fato de que “tal” é um pronome indefinido. Não ocorre crase diante de pro-
nomes indefinidos.

10- ESAF: Marque o item que preenche de forma correta as lacunas do texto seguinte:

“Institucionalizada ___ partir das lutas antiabsolutistas, no século 18, e da expansão dos movimentos constitucionalis-
tas, no século 19, ___ democracia representativa foi consolidada ao longo de um processo histórico marcado pelo reco-
nhecimento de três gerações de direitos humanos: os relativos ___ cidadania civil e política, os relativos ___ cidadania
social e econômica e os relativos ___ cidadania "pós-material", que se caracterizam pelo direito ___ qualidade de vida,
___ um meio ambiente saudável, ___ tutela dos interesses difusos e ao reconhecimento da diferença e da subjetivida-
de”.

(Baseado em Mário Antônio Lobato de Paiva em www.ambitojurídico.com.br)

a) a, à, à, a, à, à, a, a
b) a, a, à, à, à, à, a, à
c) à, a, a, à, à, a, a, à
d) à, a, a, à, à, à, a, à
e) a, à, à, a, à, à, a, à

Obs.: Uma boa leitura, entendendo o conjunto das ideias, resolve suas dúvidas.

GABARITO

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
V F F V D E C E D B

EXERCÍCIOS 04

01- CESPE: “E, enquanto os latifúndios de mais de mil hectares ─ 3% do total das propriedades rurais do Brasil ─ ocu-
pam 57% agriculturáveis, 4,8 milhões de famílias sem-terra estão à espera de chão para plantar”.

( ) O emprego do sinal indicativo de crase na expressão "à espera" é obrigatório; portanto, sua retirada acarretaria
prejuízo ao sentido do texto.

Obs.: Mesmo que você não perceba, quando se retira acendo grave de expressões como “à vontade” ou “às vezes” os
sentidos serão alterados ou danificados.

02. Assinale a opção em que o A sublinhado nas duas frases deve receber acento grave indicativo de crase:

a) Fui a Lisboa receber o prêmio. / Paulo começou a falar em voz alta.


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b) Pedimos silêncio a todos. Pouco a pouco, a praça central se esvaziava.


c) Esta música foi dedicada a ela. / Os romeiros chegaram a Bahia.
d) Saiu, às escondidas, da casa do amigo. / O carro entrou a direita da rua.
e) Todos a aplaudiram. / Escreva a redação a tinta.

Obs.: Aqui você usar aquela conhecida dica:

Quem volta DE Não há crase


Quem volta DA Há crase

03- Observe as alternativas e assinale a que não contiver erro em relação à crase:

a) Rabiscava todos os seus textos à lápis para depois escrevê-los à máquina.


b) Sem dúvida que, com novos óculos, ele veria a distância do perigo, aquela hora do dia.
c) Referia-se com ternura ao menino, afeto às meninas e, com respeito, a várias pessoas menos íntimas.
d) Àquela distância, os carros só poderiam bater; não obedeceram as regras do trânsito.
e) Fui à Maceió provar um sururu à região.

04- Assinale a frase gramaticalmente correta:

a) O papa caminhava à passo firme.


b) Dirigiu-se ao tribunal disposto à falar ao juiz.
c) Chegou à noite, precisamente as 10 horas.
d) Esta é a casa à qual me referi ontem às pressas.
e) Ora aspirava a isto, ora aquilo, ora a nada.

Obs.: Note que, no último item, há presença de paralelismo sintático.

05- De acordo com a norma padrão culta, a única frase incorreta é:

a) Partirei daqui à uma hora.


b) O teste visa à esta qualidade do produto.
c) Ele vive à margem da comunidade.
d) O funcionário foi chamado às pressas pelo diretor.
e) Deixou a cidade à procura de um ideal.

06- O acento grave, indicador de crase, está empregado incorretamente em:

a) Tal lei se aplica, necessariamente, à mulheres de índole violenta.


b) As novelas, às quais assisti, problematizam a questão da droga.
c) Entregou as chaves da loja àquele senhor que nos desacatou na praça.
d) O delegado disse ao prefeito e aos vereadores que estava à procura dos foragidos.
e) O bom atendimento às pessoas pobres deve ser prioridade da nova administração.

Obs.: Se você vir uma “a” e, depois, uma palavra feminina no plural, nunca haverá crase. Lembre-se!

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07- Assinale a frase que pode ser completada por Há - a - à, nessa ordem:

a) ....... tempos não ....... via, mas sempre estive ....... espera de um encontro.
b) Aqui, ....... beira do rio, ....... muitos anos, existiu ....... casa-grande do engenho.
c) Em resposta ....... essa solicitação, só posso dizer que não ....... vaga ........ disposição.
d) Fiz ver, ....... quem de direito, que não ....... possibilidades de atender ....... solicitação.
e) ....... esperança de obtermos, ....... custa de muito empenho, ....... vaga de segurança.

Obs.: “Haver” pode assumir valor de “existir” e de “fazer”, indicando tempo decorrido (ou seja, tempo passado).

08- O uso da crase está incorreto está em:

a) Chegaram a argumentar cara à cara que não aceitariam sugestões.


b) Já demos nossa contribuição à associação beneficente do bairro.
c) À custa de sacrifício, os estudantes conseguiram ser aprovados.
d) Transmita àqueles jovens nossa mensagem de esperança no futuro.
e) Esta construção é igual à que meu primo construiu na periferia.

09- Preencha a sequência da melhor forma possível. “O fenômeno ....... que aludi é visível ....... noite e ....... olho nu”.

a) a - a - a
b) a - à - à
c) a - à - a
d) à - a - à
e) à - à – a

10- Assinalar a alternativa em que está correto o uso da crase:

a) Tenho um carro à álcool e outro à gasolina.


b) Os turistas ficaram um bom tempo à contemplar a praia.
c) Escreva sempre à tinta, nunca à lápis.
d) Andávamos às escuras, à procura dos índios.
e) Aquela expedição esteve à andar pelas selvas durante muito tempo.

11- Assinale a frase na qual a palavra não deve receber o acento indicativo de crase:

a) Os apelos a internacionalização da Amazônia ganham contornos de avalanche.


b) Toda manhã, a qualquer hora, depois de ler o jornal do dia, fico pensando na vida.
c) Aquela hora morta da madrugada, todos estavam recolhidos ao leito.
d) Muitas das reivindicações dos sindicatos trabalhistas são semelhantes as da classe patronal.
e) Os petroleiros apresentaram ao Ministro uma pauta de reivindicações igual a que haviam divulgado no ano an-
terior.

Obs.: Note que, antes de “da” (item d) e “que” (item e) notam-se as respectivas palavras subentendidas “reivindicações”
e “pauta” (ambas femininas).

GABARITO

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11
V D C D B A A A C D B
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Exercícios 05

01- CESPE: “A tintura do alecrim-pimenta é um medicamento fitoterápico, ou seja, produzido exclusivamente de maté-
ria-prima ativa vegetal. O líquido, obtido após a maceração das folhas e o descanso em uma solução com álcool, é indi-
cado para muitas aflições”.

( ) A correção gramatical do texto seria mantida se, no trecho "após a maceração" fosse empregado acento indica-
tivo de crase, dado que a expressão nominal está antecedida da palavra "após", a qual faculta o uso desse acento.

02- CESPE: “Assim, os dilemas inerentes à convivência entre democracias e serviços de inteligência exigem a criação de
mecanismos eficientes de vigilância e de avaliação desse tipo de atividade pelos cidadãos e(ou) seus representantes”.

( ) O uso do sinal indicativo de crase no trecho "os dilemas inerentes à convivência" não é obrigatório.

03- PADRÃO CESPE: “Em dezembro de 2010, no auge da perseguição ao Wikileaks, os EUA conseguiram tirá-lo do ar. O
site acabou voltando, mas, motivado por esse episódio, um grupo de hackers e piratas quer tomar uma medida radical:
criar uma rede alternativa, que seria imune às autoridades. O projeto é encabeçado pelo sueco Peter Sunde, que tem
motivos para isso - é dono do site Pirate Bay, que vive na mira da polícia”.

Revista Superinteressante (Com adaptações)

► Com relação às estruturas linguísticas, assinale a opção correta.

a) Uma maneira correta de reescrever a estrutura “...quer tomar uma medida radical:...” seria da seguinte forma:
“...quer tomar à medida radical de...”.

b) A ocorrência de crase na estrutura “às autoridades” é, conforme as regras gramaticais, facultativa e, por isso, poderí-
amos escrevê-la assim: “a autoridades”.

c) A ocorrência de crase em “às autoridades” é obrigatória porque a estrutura verbal reclama a presença de preposição
e “autoridades” é substantivo feminino que aceita artigo “as”.

d) Caso substituíssemos a expressão “na mira da polícia” por “à mercê da polícia”, as regras gramaticais seriam respei-
tadas bem como os sentidos originais seriam preservados.

e) Embora os sentidos fossem levemente alterados (sem que houvesse prejuízo ao texto), seria correto gramaticalmente
escrever “a autoridades” no lugar de “às autoridades”.

Obs.: Volte aos casos facultativos e confirme quais elementos gramaticais permitem uso ou não de crase.

04- PADRÃO CESPE: “Segundo o inglês Jack Challoner, autor de diversos livros sobre história da ciência, entre eles 1.001
invenções que mudaram o mundo (Sextante), recém-lançado no Brasil, embora toda invenção tenha a sua importância,
algumas mudaram mais os rumos do mundo por serem essenciais em momentos específicos. “Se você estiver no ba-
nheiro e precisa se limpar, o motor a vapor ou a roda não tem a mínima importância. Naquele momento, a maior inven-
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ção do mundo é o papel higiênico, algo bem mais simples”, exemplifica o escritor em entrevista ao Correio.

A análise de Challoner mostra que não é porque algo foi criado há muito tempo e seu uso acabou extremamente banali-
zado que ele deixa de ser importante. A cola, ele lembra, foi desenvolvida pelos egípcios há cerca de 6 mil anos.
(...)
As primeiras versões, feitas à base de cera de abelha, serviam para colar as tábuas dos barcos. “Os humanos inventam
coisas há milhares de anos, e as espécies anteriores ao homem, há mais tempo ainda. Mesmo assim, ao pensarmos em
invenções, logo imaginamos realizações do último século”, afirma Challoner. “Isso acontece porque o mundo muda mui-
to mais rápido do que antes. As novas invenções chamam mais a atenção do que aquilo que foi feito há séculos”, com-
pleta”.

Correio Braziliense (Com adaptações)

►Com relação às estruturas linguísticas, assinale a opção correta.

a) O uso de acento indicado de crase em “a”, antes de “sua” é facultativo, já que existe a presença de pronome posses-
sivo feminino.

b) As expressões “a vapor” e “a roda” não recebem acento indicador de crase por tratarem de expressões gramaticais
cuja classificação é igual à que surge na frase a seguir: “O petroleiro cheirava a gás”.

c) O uso de acento grave na expressão “à base de” justifica-se pela mesma razão que ocorre tal fenômeno na sentença a
seguir: “Aquela criança está à margem da civilidade humana”.

d) O verbo “há”, depois de “coisas”, poderia ser substituído por “à cerca de” sem que a correção gramatical bem como
os sentidos textuais fossem comprometidos.

e) O uso de crase em “a” (último período) é facultativo.

Obs.: Adjuntos adverbiais (que se relacionam com verbos, adjetivos e até advérbios) são diferentes de adjuntos adno-
minais (que se relacionam com substantivos).

GABARITO

01 02 03 04
F F E C

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06. Termos da oração

Para um concurseiro, entender os termos da oração é fundamental. Eles são decisivos para o entendimento das rela-
ções sintáticas e, muitas vezes, influenciam até na intepretação dos enunciados.
As bancas gostam de pedir o seguinte em relação aos termos da oração:

a) Reconhecimento de cada uma das estruturas.


b) Entendimento do que ocorre na frase quando um termo é suprimido ou deslocado.
c) Discernimento quando um termo é trocado por outro no texto.
d) Crítica à norma culta quando certos procedimentos ferem o padrão gramatical.
e) Diálogo dos termos com outros aspectos do padrão culto, a saber: pontuação, colocação pronominal, regência,
concordância etc.

Os termos da oração estão divididos em essenciais, integrantes e acessórios.

01- Essenciais:
- Sujeito.
- Predicado.
02-Termos integrantes:
- Objeto direto.
- Objeto indireto.
- Complemento nominal.
- Agente da passiva.
03-Termos acessórios:
- Adjunto adnominal.
- Adjunto adverbial.
- Aposto.
- Vocativo.

Termos essenciais

Sujeito
Palavra ou expressão que pratica, sofre ou pratica e sofre (ao mesmo tempo) a ação verbal. O sujeito pode também
simplesmente receber uma qualidade, sem desenvolver ação verbal alguma.

a) Simples.

Quando possui apenas um núcleo (geralmente um substantivo). Esse núcleo traz a ideia principal do sujeito:
Ex.:
- O funcionamento dos dois hemisférios cerebrais é necessário tanto para as atividades artísticas como para as científi-
cas.

b) Composto.

Quando possui mais de um núcleo:

Ex.:
- Os crimes de estelionato e o tráfico de drogas exigiram mais atenção das autoridades.

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c) Subentendido, Elíptico, Oculto ou Desinencial.

Neste caso, sabemos que ele existe, porém não está explícito na oração. A forma pela qual o reconhecemos é pela
terminação verbal (desinência).

Ex.:

- Compramos novos computadores para a empresa. (NÓS)

- Tens um cigarro aí? (TU)

d) Indeterminado.

Quando ele não está expresso e não podemos reconhecê-lo nem pela terminação do verbo e nem pela identificação
dos elementos aos quais o predicado se refere.

Há, portanto, duas regras específicas para reconhecermos os casos de ocorrência:

1º) Quando o verbo está na terceira pessoa do plural, sem que se notem antecedentes no texto:

- Quebraram a mesa da sala.


- Roubaram a santa da igreja.

Obs.: Na sentença a seguir, note que o sujeito não é indeterminado, mas sim subentendido.

- Muitos policiais aderiram à greve da última semana. Devem, provavelmente, exigir melhores condições de trabalho.

2º) Quando o verbo (VTI, VI ou VL) está na terceira pessoa do singular acompanhado do pronome “se”, funcionando
como índice de indeterminação do sujeito:

- Pouco se discordou dos depoimentos prestados ontem.


- Sempre se sofre muito no Brasil, pois a corrupção é implacável.
- Assiste-se a um novo momento cultural no Brasil.
- Era-se desconfiado naquela cidade.

e) Sujeito inexistente ou oração sem sujeito.

Ocorre quando simplesmente não existe um elemento ao qual o predicado se refere. Especificamente neste caso, há
regras mais complexas que o determinam:

i- Verbos que indicam fenômenos da natureza, como: nevar, chover, trovejar, relampejar (raramente acionados).

- Está nevando muito na Suíça.


- Trovejou bastante hoje.

ii- Verbo “Haver” no sentido de “Existir” (muito acionado).

- Havia muitos indícios de corrupção naquele dossiê.

- Pode haver greves demoradas até o fim do mês.

iii- Verbo “Fazer” indicando (razoavelmente acionado pelo Cespe).

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- Tempo decorrido:

- Faz dois meses que os políticos corruptos foram presos.


- Amanhã fará seis dias que o país adotou as novas medidas.

Razão: o verbo “fazer” indicando tempo decorrido NUNCA vai para o plural.

f) Sujeito oracional (razoavelmente pedido pelas bancas de concursos).

Quando o sujeito é formado por uma estrutura verbal. Trata-se de uma oração subordinada substantiva subjetiva ou
de uma oração reduzida de infinitivo.

- Deixou as cidades afetadas quem promoveu enorme baderna.


- Arriscar tudo uma vez na vida parece ser normal.

Razão: quando o sujeito é oracional, o verbo sempre fica na 3ª pessoa do singular.

O PREDICADO

(raramente acionado, em termos de classificação, pelas bancas em geral).

Os predicados contêm necessariamente um verbo, mas seu núcleo pode ser um verbo, um nome, ou pode ser formado
por um verbo e um nome. De acordo com o tipo de núcleo os predicados se classificam em:

a) Predicado verbal é aquele que tem como núcleo um verbo.

Ex.:

- Os jogadores andam pelo gramado.

- A polêmica trouxe irritação na escola.

b) Predicado nominal é aquele que tem como núcleo um nome, uma forma verbal (substantivo, adjetivo, locução
adjetiva). Tipo de predicado em que ocorre verbo de ligação e predicativo do sujeito.

Ex.:

- Ela anda feliz.

- Estão falidos os discursos moralistas.

- Ele está de ressaca.

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C) Predicado verbo-nominal é aquele que tem dois núcleos: um verbo e um nome.

Ex.:

- Os jogadores andam pelo gramado cansados.

- A aluna deixou o auditório nervosa.

- O professor fez a chamada distraído.

02-Termos integrantes

Objeto direto: complemento verbal (geralmente não preposicionado) que estabiliza a carência semântica do verbo.
Ex.:

- Estes livros trazem a cultura do velho mundo.

- A chuva castiga a cidade de Petrópolis.

- Os professores leram os jornais de Pernambuco.

Objeto direto preposicionado.

Esse objeto é pouco conhecido. Ele só é utilizado quando se deseja valorizar muito o objeto direto por algumas razões
específicas, a saber: ambiguidade, ideologia ou extração de sentido.

- O advogado o juiz viu. (ambiguidade)


- Ao advogado o juiz viu. (o juiz viu o advogado)
- O advogado ao juiz viu. (o advogado viu o juiz)
- O cristão ama a Deus. (ideologia)
- Ele puxou de uma arma e atirou. (extração de sentido).

Objeto direto pleonástico.

Também conhecido como objeto direto enfático, ele repete o complemento, só que na forma pronominal.

- Os livros, João os trouxe hoje.

- A garrafa de vinho, o homem a quebrou ontem.

- A economia brasileira, todos a consideram uma aposta.

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Objeto indireto: complemento (sempre preposicionado) que estabiliza a carência semântica do verbo.

Ex.:

- O deputado, segundo jornais locais, discordou dos vereadores.


- Discordou dos vereadores , segundo os jornais locais, o deputado.
- Ele não crê em milagres.
- O tema se refere a novos questionamentos.
- A novos questionamentos o tema se refere.

Objeto indireto pleonástico:

Também conhecido como objeto indireto enfático, ele repete o complemento, só que na forma pronominal.

Ex.:
- A mim, o médico me falou tudo.
- Dos filhos, o pai nunca discordava deles.

Complemento nominal

Elemento (sempre preposicionado) que estabiliza os sentidos de um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio).

Ex.:
- Este medicamento é compatível com aquela erva medicinal.
- O combate à dengue começa na casa de cada brasileiro.
- O pai tem orgulho da filha.

Agente da passiva
Termo que representa quem pratica a ação verbal na voz passiva. É sempre preposicionado.
Ex.:
- O livro foi descrito pelo crítico.
(Na voz ativa: O crítico descreveu o livro)
- Os assuntos vêm sendo discutidos pela população.
(Na voz ativa: A população vem discutindo os assuntos)
- Os brasileiros são cercados de “impostos vampiros”.
(Na voz ativa: “Impostos vampiros” cercam os brasileiros)

Termos acessórios
Os termos acessórios da oração são aqueles considerados dispensáveis, porém necessários, em alguns contextos, para o
entendimento daquilo que é enunciado. Além de serem termos de função secundária, os termos acessórios são respon-
sáveis por caracterizar um ser, determinar os substantivos e exprimir alguma circunstância. Os termos acessórios são os
seguintes: adjunto adnominal, o adjunto adverbial e o aposto. Apesar de o vocativo ser um termo independente, ele
está presente neste artigo.
Resumindo
Termos acessórios da oração:
- Adjunto adnominal.
- Adjunto adverbial.
- Aposto.
- Vocativo (com ressalvas).

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ADJUNTO ADNOMINAL

Termo acessório cujo objetivo é apoiar os substantivos, determinando-os, especificando-os e/ou adjetivando-os. As
classes de palavras que podem desempenhar a função de adjunto adnominal são adjetivos, locuções adjetivas, prono-
mes, numerais e artigos. Ele é uma expressão que acompanha um ou mais nomes, conferindo-lhe um atributo. Trata-se,
portanto, de um termo de valor adjetivo que modificará o nome a que se refere.

- Duas meninas vestiam estas calças e camisetas verdes.

- O jogo de futebol foi suspenso até segunda ordem.

- Aquele espetáculo coreográfico foi suspenso até segunda ordem.

- Este menino comprou dois brinquedos.

- O primeiro amor nunca se esquece.

DIFERENÇA ENTRE COMPLEMENTO NOMINAL E ADJUNTO ADNOMINAL

O complemento nominal sempre é iniciado por preposição; o adjunto, às vezes.

Quando o adjunto não é iniciado por preposição, é tranquilo, não existe a confusão complemento/adjunto.

No entanto, quando é, surgem os casos em que o aluno tem dificuldade para distinguir esses dois termos.

Para não ter essa dificuldade, o estudante tem de ficar atento às diferenças entre o complemento nominal e o adjunto
adnominal.

PRIMEIRA DIFERENÇA: o complemento nominal se liga a substantivos abstratos, a adjetivos e a advérbios; o adjunto se
liga a substantivos, que podem ser abstratos ou concretos.

SEGUNDA DIFERENÇA: o complemento nominal tem sentido passivo, ou seja, recebe a ação expressa pelo nome a que
se liga; o adjunto tem sentido ativo, isto é, ele pratica a ação expressa pelo substantivo modificado por ele.

TERCEIRA DIFERENÇA: o complemento não expressa ideia de posse; o adjunto frequentemente indica posse.

Vamos agora praticar essa teoria: “As casas de madeira são ótimas no inverno".

“De madeira” é complemento nominal ou adjunto?

Lembra-se do que dissemos na “primeira diferença”? O complemento nominal se liga exclusivamente a substantivos
abstratos.

“De madeira” está modificando um substantivo concreto, “casas”.

Logo, “de madeira” é adjunto adnominal.

Outro exemplo: “Ele é igual ao pai”.

Qual a função de “ao pai”?

Ele está se referindo a “igual”, que é adjetivo.

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Como dissemos na “primeira diferença”, o complemento nominal se liga a adjetivos, o adjunto não.

Portanto, “ao pai” é complemento nominal.

Mais um exemplo: “Amor de mãe é eterno”.

Qual a função do termo “de mãe”?

Ele está modificando um substantivo abstrato, “amor”.

Logo, pode ser complemento nominal ou adjunto.

A “segunda diferença” vai nos ajudar: “de mãe” tem sentido ativo, a mãe sente o amor.

Assim, “de mãe” é adjunto adnominal.

Mais um: “O amor à mãe é sagrado”.

O termo “mãe” agora tem sentido passivo.

“Mãe” não está dando amor, mas sim recebendo.

Conclusão: “à mãe” é complemento nominal.

Um último exemplo: “A fuga do ladrão foi ousada”.

Há neste caso ideia de posse: “do ladrão” é, portanto, adjunto adnominal.

Outros exemplos de complemento nominal

- Ele lutou pela defesa da pátria.

-O estudo das células é fascinante.

- A resolução de exercícios ocorrerá à noite.

- O jovem é precavido contra os males.

- Meu filho está apto para trabalhar.

- Tudo ficou reduzido a cinzas.

- Ele tem bom gosto pela arte contemporânea.

- Eu estou contente com a sorte.

ADJUNTO ADVERBIAL

O adjunto adverbial é um termo acessório da oração que obrigatoriamente exprime valor circunstancial, podendo mo-
dificar um verbo, um adjetivo, ou um advérbio. Pode vir preposicionado ou não.

Exemplo 1: Choverá amanhã - Adjunto Adverbial de tempo.


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O termo grifado, no caso, sob uma análise sintática, é um adjunto adverbial, modificando um verbo intransitivo, de sen-
tido pleno, que no caso é o verbo "chover".

Exemplo 2: Será um divórcio tão complicado! - Adjunto Adverbial de intensidade.

O termo grifado, neste caso, “modifica” (torna mais “encorpado”) o adjetivo complicado.

Exemplo 3: Aquele foi um planejamento tão criteriosamente estudado! - Adjunto Adverbial de intensidade.

O termo grifado, neste caso, modifica o advérbio criteriosamente.

Classificação de alguns dos adjuntos adverbiais:

- LUGAR (aqui, ali, lá, acolá, acima, abaixo, dentro, fora, longe, perto, em casa, no cinema).

Ex.: Ele dormiu aqui ontem.

- TEMPO (ontem, hoje, amanhã, cedo, tarde, ainda, agora).

Ex.: Amanhã, sairemos cedo.

- MODO (bem, mal, melhor, pior, assim, velozmente e quase todos terminados em -mente).

Ex.: Ela deixou a sala de aula bem.

- INTENSIDADE (muito, pouco, mais, menos, bastante, intensamente etc.).

Ex.: Ele estudou muito.

- DÚVIDA (talvez, acaso, provavelmente, quiçá etc.).

Ex.: Talvez eu vá com você.

- CAUSA

Ex.: As pessoas não saíram de casa por conta do frio.

- FINALIDADE

Ex.: Estudava para a prova.

- INSTRUMENTO

Ex.: Feriu-se com a faca.

- COMPANHIA

Ex.: Saiu com os amigos.

- AFIRMAÇÃO (Sim, certamente, realmente).

Ex.: Certamente sairemos hoje.

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- NEGAÇÃO (não, nunca, jamais)

Ex.: Nunca menospreze seus amigos.

- DE INCLUSÃO: Ainda, até, mesmo, inclusivamente, também.

Ex.: Emocionalmente o indivíduo TAMBÉM amadurece durante a adolescência.

- CONCESSÃO (se bem que, muito embora, apesar disso, a despeito de, malgrado etc.)

Ex. Malgrado o tempo ruim, todos foram à praia.

- CONFORMIDADE (conforme, segundo, consoante).

Ex.: Conforme o jornal, gasolina sofrerá redução.

APOSTO

Serve para explicar, esclarecer, elucidar, discriminar ou mesmo enumerar um termo que venha antes ou depois. Nesta
função, os sinais gráficos, na maioria das vezes, são decisivos.

Aposto explicativo

É aquele que explica o termo do estudado. É acompanhado por vírgulas. Exemplo:

• Ele contou histórias sobre Hagar, o terrível homem de histórias horrendas.


• Helena, a professora do 4º ano, estava triste.
• A morte, angústia dos vivos, ocorre ao acaso.
• A morte ― angústia dos vivos ― ocorre ao acaso.
• O presidente do STF (Joaquim Barbosa) vem sendo bastante questionado ultimamente.
• Joaquim Barbosa, o presidente do STF vem sendo bastante questionado ultimamente.

Aposto enumerativo

É aquele utilizado para enumerar dados relacionados ao termo fundamental.

Exemplo:

• Seus problemas eram estes: fumo, álcool e farras.


• Tenho três amigos: José, Marcos e André.
• A pesquisa analisou dois grupos ― crianças e adolescentes.

Aposto especificativo

É aquele que especifica o termo a que se refere. Não é acompanhado de vírgulas.

Exemplo:

• O professor João Lucas é muito criativo.


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• A empresa Gol é uma das mais criticadas.


• A cidade de São Paulo é muito famosa.
• O livro Cinquenta tons de cinza causou frisson entre as mulheres.

Aposto oracional

É o aposto que possui um verbo.

Exemplo:

• Desejo uma única coisa: que plantem novas árvores.

• Ele me disse apenas isto: que nossa sociedade acabou.

Aposto Resumidor (Recapitulativo)

É o aposto que resume toda a oração.

Exemplo:

• Trocar fraldas, amamentar, colocar para dormir, acordar à noite, tudo exige paciência.
• Vento, chuva, neve, nada o impediu de cumprir sua missão.

VOCATIVO

É o nome do termo sintático que serve para nomear um interlocutor a que se dirige a palavra ( chama a atenção da fra-
se).

Exemplos

• "Tenho certeza, amigos, de que isso vai acabar bem."


• "José, venha cá."
• "Vamos logo sair desta casa, João!"
• "Camila, saia daí!"
• "Olhe aqui, Isabel!"
• "Deus, tenha piedade de nós!"

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07. Concordância Verbal

RELEVÂNCIA DO ASSUNTO EM PROVAS: Alta. Raras são as provas que não trazem uma questão sobre o tema
Concordância Verbal. Atenção!

DICA: Não é possível estudar Concordância Verbal sem saber a classificação de todos os tipos de sujeito. Perce-
ba que, ao encontrar o sujeito do período ou do parágrafo, você fica muito perto de acertar a flexão do verbo. Por isso,
sugiro que comecemos essa jornada pelo tema Sujeito.

DICA DE ESTUDO: As regras são muitas, mas você não precisa tentar memorizar todas. Algumas são muito restri-
tas ao universo do vestibular ou são comuns apenas a textos literários, os quais figuram menos nas provas.

POSSIBILIDADE DE CAIR NA PROVA: Para nível fundamental, a possibilidade é razoável (uma questão); para nível
médio, no mínimo, uma (isso numa prova de 15 a 20 questões); e, para nível superior, a possibilidade é igual à do nível
médio, o grau de dificuldade é que será maior.

STATUS: Em sala e com o professor.

PRINCÍPIO FUNDAMENTAL

Concordância Verbal

PRINCÍPIO FUNDAMENTAL

Como a concordância verbal baseia-se essencialmente na relação Sujeito-Verbo, apresento como proposta de melhor
compreensão desse assunto a troca do sujeito (que pode vir explicitamente, como também bastante disfarçado) pelos
seguintes pronomes pessoais:

Eu
Tu
Ele/a
Nós
Vós
Eles/as

A ideia é, depois de localizado o sujeito, tentar ver por qual desses pronomes ele pode ser substituído. Feita essa confe-
rência, ajuste o sujeito (ou o pronome) à sua devida flexão verbal.

1º PASSO: RECONHECER O SUJEITO.

- Obras de contenção de encosta, treinamento de voluntários, monitoramento da aproximação das chuvas, medição do
índice pluviométrico por área das cidades e cálculo do grau de saturação do solo encharcado (prevendo-se o risco de
deslizamento) estão entre as medidas que reduziram o número de mortes e de desabrigados em Belo Horizonte e no
Rio de Janeiro

Trocaremos o sujeito “Obras de contenção de encosta, treinamento de voluntários, monitoramento da aproximação das
chuvas, medição do índice pluviométrico por área das cidades, cálculo do grau de saturação do solo encharcado (pre-
vendo-se o risco de deslizamento)” por “Eles” (3ª pessoa do plural); daí o verbo ter que ir também, obrigatoriamente,
para o plural.

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E em:

- A União, após realizar levantamentos em determinada área do pantanal mato-grossense, editou decreto expropriató-
rio de uma fazenda ali situada.
Trocaremos o sujeito “A União” por “Ela” (3ª pessoa do singular); daí o verbo ter que ir, obrigatoriamente, para o
singular.

2º PASSO: SABER AS REGRAS.

QUANDO O SUJEITO FOR COMPOSTO.

• 1º. Caso:

Quando o sujeito composto vier anteposto ao verbo, o verbo irá para o plural.

- Os cientistas americanos e os peritos russos provocaram desconfiança ontem.

- Enchentes, corrupção e violência tomam conta do noticiário de hoje.

Obs.: quando os núcleos são palavras sinônimas, é permitido o uso do singular por se entender que ambos são, na
verdade, apenas um.

Ex.:

- Uma distração e um descuido tirou o piloto da corrida.


- Uma distração e um descuido tiraram o piloto da corrida.

2º Caso:
Quando os núcleos do sujeito composto vierem resumidos por tudo, todos, nada, alguém ou ninguém, o verbo concor-
dará com a palavra resumidora.

Ex.:

- Leitura, trabalho, planejamento, nada parecia conveniente àquele novo governo.

- Motoristas, taxistas, caminhoneiros, todos queriam a greve.

3º. Caso:

Quando o sujeito composto vier posposto ao verbo, o verbo irá para o plural ou concordará apenas com o nú-
cleo do sujeito que estiver mais próximo.

Ex.:

- Deixaram a cidade o advogado da família e o político envolvido em escândalos.

- Deixou a cidade o advogado da família e o político envolvido em escândalos.

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Mas, será obrigatório o plural se estiver na ordem direta:

- O advogado da família e o político envolvido em escândalos


deixaram a cidade.

Cuidado com o sujeito a seguir:

- Criticou-se o jornal.

Quem é o sujeito? O jornal.


Como ele é classificado? Paciente
Por qual razão? Porque sofre a ação verbal.

Então:

- Questionou-se a vitória do Brasil, a expulsão do jogador adversário e a demora para o início da partida.

- Questionaram-se a vitória do Brasil, a expulsão do jogador adversário e a demora para o início da partida.

4º. Caso: Sujeito ligado por “ou”.

Quando os núcleos do sujeito vierem ligados pela conjunção “Ou”, o verbo ficará no singular se houver ideia de exclu-
são. Se houver ideia de inclusão o verbo irá para o plural.

Ex.:

- Brasil ou Argentina vencerá a Copa de 2014. (Exclusão)

- Queijo ou peixe combinam com vinho branco. (Inclusão)

- Pelé ou Maradona será escolhido o melhor do século. (Exclusão)

- Laranja ou mamão fazem bem à saúde. (Inclusão)

CONDIÇÃO ESPECIAL

- Petistas ou Tucanos vencerão a eleição. (Exclusão. Mesmo assim, verbo no plural).

QUANDO O SUJEITO FOR UM NUMERAL OU INDICAR QUANTIDADE

1º Caso: Sujeito formado por expressão partitiva, percentual ou fracionária

Para termos que indiquem ideia partitiva ou fracionária, quando possuírem adjunto adnominal pluralizado, admitirão
que o verbo vá para o plural ou fique no singular.

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Ex.:

- A maioria dos médicos quis a greve.

- A maioria dos médicos quiseram a greve.

- A menor parte dos testes revelou impropriedades no sistema.

- A menor parte dos testes revelaram impropriedades no sistema.

Caso a palavra partitiva vier encabeçada por uma


porcentagem, a concordância também se dará com
o número percentual ou com o adjunto.

Ex.:.

- 40% das empresas receberam críticas.

- 1,8% dos advogados pedia a anulação do processo.

- 1,8% dos advogados pediram a anulação do processo.

DETALHE: de 0,0% até 1,9% significa SINGULAR. De


2,0% até o infinito, PLURAL.

Caso não haja adjunto no plural, a concordância se dará normalmente com o número percentual.

Ex.:

- 25% chegaram aos seus objetivos.

- 1,6% desistiu da prova.

Caso o sujeito seja formado por um numeral em


forma de fração, concorde, preferencialmente,
com o numerador; mas não é errada a concordân-
cia com o adjunto.

Ex.:

- ¼ dos alunos não entregou (entregaram) o trabalho.

- 2/6 da cidade questionaram (questionou) a prefeitura.

ATENÇÃO: Caso surja o artigo “OS” antes dos per-


centuais, o verbo irá, OBRIGATORIAMENTE, para o
PLURAL.

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Ex.: Os 10% da comunidade requereram novas eleições.

CONCORDÂNCIAS PROBLEMÁTICAS

Considero problemáticas porque essas concordâncias não são consensuais entre os gramáticos. Abram-se dez
manuais e você notará divergências, senão pouca clareza nas definições. Nesses casos, expressões conjuntivas
ou mesmo preposições NORMALMENTE ou PREFERENCIALMENTE aparecem com muita frequência conduzindo a
regra, o que revela a total insegurança dos próprios legisladores. O que podemos fazer é torcer para que tais
concordâncias não apareçam em nossos concursos. Mas, se aparecerem, siga a linha do que NORMALMENTE
costuma acontecer.

• 1º Caso: Sujeito ligado por uma série aditiva enfática:

Se o sujeito composto tem os seus núcleos ligados por uma série aditiva enfática (não só...mas também; tan-
to...quanto; não só...como também etc.), o verbo vai, NORMALMENTE, para o plural.

Ex.: Tanto o Brasil como a Argentina haviam perdido a classificação.

• 2º Caso: Sujeito ligado por “com”.

Se o sujeito no singular é seguido imediatamente de outro no singular ou no plural mediante a preposição


“com” o verbo ficar no plural se não houver presença de vírgulas:

Ex.:

Essas explicações evitavam que o desembargador com os seus velhos amigos interrogassem os primeiros suspeitos.

Se houver presença de vírgulas, concorde com o núcleo anterior à expressão virgulada:

O rei, com toda a sua corte, estava satisfeito por tudo que ocorria no castelo.

Os alunos, com toda a equipe pedagógica, modificaram o planejamento.

• 3º Caso: Sujeito ligado por nem...nem.

Quando o sujeito for ligado pela série aditiva nem..nem, o verbo pode ir, NORMALMENTE, para o plural ou ficar
no singular.

Ex.: É difícil entender que nem o respeito nem o amor comoviam (comovia) o ator.

Mas cuidado!!!

Se o sujeito for constituído por nem um nem outro, o verbo fica, NORMALMENTE, no singular.

Ex.: Nem um nem outro aluno compareceu à aula.


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4º Caso: Sujeito ligado por “Um ou outro”.

Se o sujeito for constituído por Um ou outro, o verbo fica, NORMALMENTE, no singular.


Ex.: Um ou outro menino usava sapatos.

5º Caso: Sujeito ligado por “Um e outro”

Se o sujeito for constituído por Um e outro, o verbo fica, NORMALMENTE, no plural.

Ex.: Uma e outra aluna estudavam bastante.

CONCORDÂNCIA COM O VERBO SER (concordância especial).

O verbo Ser deveria sempre concordar como o seu sujeito (deveria).

Ex.: O orador era arrogante.

Entretanto, o verbo Ser pode, em vez de concordar como o sujeito, concordar como o seu predicativo.

INFORMAÇÃO BASE

A regra da prevalência

- ENTRE pessoa x coisa, PREVALECE a pessoa.

Ex.:

- O mundo são os homens.

- Os professores são a educação?

- ENTRE nome próprio x nome comum, PREVALECE o nome próprio.

Ex.:

- Ayrton Senna era as alegrias de domingo.

- As maldades do mundo é Félix, o cruel da novela global.

- ENTRE plural x singular, PREVALECE o plural.

Ex.:
- Sua roupa eram alguns trapos.

- Nosso trabalho são batalhas.

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a) Quando aparecerem os pronomes isto, isso, aquilo, tudo, ninguém, nenhum ou expressão de valor coletivo, como o
resto ou o mais.

Exemplos:
- Tudo eram alegrias e cânticos.
- Isso são mentiras.

- Ninguém são verdadeiros aqui.

- Isto não são palavras de amor.

Veja que ele falou muita coisa importante; o resto foram bobagens de homem apaixonado.

b) Quando o sujeito for formado pelos pronomes interrogativos que, quem ou o que.

Exemplos:
- Que são essas cartas?
- O que são atos éticos?
- Quem eram os convidados?
- Não sei quem são os vencedores. (Veja que aqui há uma interrogação indireta).

c) Quando o verbo Ser for empregado impessoalmente.

Exemplos:
- São dez horas.
- Hoje são 15 de novembro.

Obs.: Aqui também se permite a forma “Hoje é dia 15 de novembro” e “Hoje é 15 de novembro”, quando, neste último
caso, a palavra “dia” estará implícita.

- De minha casa ao Teatro José de Alencar são 5 quilômetros.

d) Quando o verbo “Ser” for usado nas expressões é muito, é pouco, é mais de, é tanto e o sujeito for representado por
termo no plural que denote preço, medida ou quantidade.

Exemplos:
- Oitenta mil reais é pouco para quem quer mudar radicalmente de vida.

- Duzentos gramas de queijo é muito para o café da manhã.

- 20 quilômetros é mais do que eu esperava.

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CONCORDÂNCIA COM PRONOMES PESSOAIS DO CASO RETO

Quando os pronomes pessoais do caso reto representarem o sujeito, você terá dois caminhos, a saber:

a) Se o “Eu” fizer parte do sujeito, concorde SEMPRE com “Nós”.

- Eu, Marcela e Beatriz vamos ao teatro.

- Jorge, Túlio e eu detestamos este bar.

b) Se o “Tu” fizer parte do sujeito (sem que exista o “Eu”), concorde com “Vós” (menos usual) ou com “Eles/as”
(mais usual).

- Tu, Márcia e André desejais alguma coisa?

- Tu, Márcia e André desejam alguma coisa?

- João, Lara e tu pareceis nervosos.

- João, Lara e tu parecem nervosos.

CONCORDÂNCIAS ESPECIAIS

1- COM A EXPRESSÃO “UM DOS QUE”.

Com a expressão "Um dos que" ou "Uma das que" o verbo ficará no singular ou no plural (preferível). Por isso, o
plural é construção dominante.

Ex.: Você é um dos alunos que mais estudam (estuda).

Mas, cuidado!!!

A estrutura “Um dos” só admite a concordância do verbo no singular por uma questão semântica. Veja: quando
se diz “Ricardo foi um dos que fez o exercício”, não só Ricardo fez o exercício, como os outros também o fizeram. Po-
rém, quando se informa: “Um dos alunos fez o exercício”, está claro que apenas um fez o exercício, os outros não.

2- COM EXPRESSÕES APROXIMATIVAS

Quando o sujeito for constituído das expressões aproximativas "mais de", "menos de", "cerca de" o verbo concordará
com o numeral que segue as expressões.

Ex.:

Mais de uma pessoa protestou contra a lei.

Mais de vinte pessoas protestaram contra a decisão.

Cerca de seis homens discutiram.


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3- COM FORMAS INTERROGATIVAS

Se o pronome interrogativo ou indefinido estiver no singular o verbo só concordará com ele. Se esses pronomes
estiverem no plural, o verbo concordará com ele ou com o pronome pessoal. As expressões mais utilizas são: Quais de
nós; qual de vós, Alguns de nós, Muitos de vós, Poucos deles; Poucos de nós, Qual deles etc.

Ex.:

Qual de nós resolverá o assunto?

Qual de nós viajará?

Quais de nós viajarão / viajaremos na próxima semana?

Quais de vós estudarão/estudareis matemática?

4- COM NÚCLEOS COLETIVOS

Quando o sujeito for um coletivo o verbo ficará no singular.

Ex.: A multidão passeava pelo bosque.

Não esqueça!!!

Quando o coletivo vier seguido de um adjunto no plural, o verbo ficará no singular ou poderá ir para o plural.

Ex.: A multidão de trabalhadores passeava / passeavam pelo bosque.

5- COM O PRONOME RELATIVO “QUE”.

Quando o sujeito de um verbo for pronome relativo "que", o verbo concordará com o antecedente deste pronome.

Ex.:

- Sou eu que pago as minhas contas.

- Foi ele que compartilhou o jantar conosco.

- Foram Antônio e Adriano que controlaram a equipe.

6- COM O PRONOME RELATIVO “QUEM”.

Quando o sujeito de um verbo for um pronome relativo "quem", o verbo concordará com o antecedente ou ficará na 3º
pessoa do singular concordando com o sujeito “quem”.

Ex.:
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- Sou eu quem pago as minhas contas.

- Sou eu quem paga as minhas contas.

- (Quem paga as minhas contas sou eu)

- Foram elas quem compraram os vestidos.

- Foram elas quem comprou os vestidos.

- (Quem comprou os vestidos foram elas).

- Era Fernanda quem recebia as encomendas.

- Fomos Pedro, André e eu quem discutimos (discutiu) o caso.

- (Quem discutiu o caso fomos Pedro, André e eu).

7- QUANDO O SUJEITO FOR NOME PRÓPRIO PLURAL

Quando o sujeito for formado por nome próprio que só tem plural, não antecipado de artigo, o verbo ficará no singular;
se o nome próprio vier antecipado de artigo o verbo irá para o plural.

Ex.:

- Minas Gerais possui grandes fazendas.

- As Minas Gerais possuem grandes fazendas

- Palmas é conhecida no Norte.

- Os Estados Unidos produzem muitas armas.

- Estados Unidos produz muitas armas.

- Os Emirados Árabes desenvolvem muito petróleo.

- Emirados Árabes desenvolve muito petróleo.

- Filipinas produz banana.

- As Filipinas produzem banana.

- Alagoas tem lindas praias.

- As Alagoas têm lindas praias.

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8- QUANDO OS VERBOS FOREM IMPESSOAIS

Os verbos impessoais2 ficam sempre na 3ª pessoa do singular.

Ex.:

- Faz dois anos que Paula foi à Europa.

- Havia seis crianças na fila do cinema.

- Choveu muito no fim de semana.

- Nesta madrugada, relampejou intensamente na região sul.

Não esqueça:

- Também fica na 3ª pessoa de singular o verbo auxiliar que se põe junto a um verbo impessoal formando uma locução
verbal.

Ex.: Deve haver crianças na fila.

Ex.: Pode haver greves até o final do dia.

VERBO EXISTIR

Ex.: Existiam crianças na fila. (O verbo existir não é impessoal).3

Ex.: Devem existir crianças na fila. (O verbo auxiliar de um verbo pessoal concordará com o sujeito).

Ex.: Podem existir greves até o final do dia.

9- CONCORDÂNCIA COM VERBOS QUE INDICAM AS HORAS.

Com os verbos "dar", "bater", "soar", se aparecer o sujeito "relógio", ou qualquer objeto que indique a quantidade de
horas, a concordância se fará com ele; se não aparecer com o sujeito "relógio" a concordância se fará com o número de
horas.

Ex.:

Ex.: O relógio deu cinco horas.

Ex.: Deram cinco horas no relógio da praça.

Obs.: “no relógio da praça” funciona como adjunto adverbial de lugar.

2
Entenderemos verbos impessoais aqueles que não nos autorizam as conjugações verbais. Também podemos perceber que uma pessoa não pode
realizar ações do tipo Chover, Trovejar, haver etc.
3
O verbo EXISTIR é pessoal porque pode ser conjugado perfeitamente em todas as pessoas.
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10- CONCORDÂNCIA X PARTÍCULA “SE”.

A) Quando "se" funcionar como Partícula Apassivadora (P.A)4 o verbo concordará normalmente com o sujeito da ora-
ção.
Ex.:

- Pintou-se o carro.
- Devem-se resolver os problemas do banco.
- Alugam-se casas.
- Pode-se falar a verdade aos alunos.

Obs.: as estruturas destacadas são os sujeitos pacientes de cada frase.

Obs.: A palavra “se” será pronome apassivador sempre que o verbo associado a ela for transitivo direto ou bitransitivo.

B) Quando o "se" funcionar como Índice de Indeterminação do Sujeito (I.I.S) o verbo ficará, sempre, na 3º pessoa do
singular.

Ex.:

- Precisa-se de secretária.
- Estuda-se muito aqui.
- Gosta-se de carnaval.
- Era-se feliz na infância.

Obs.: A palavra “se” será índice de indeterminação do sujeito sempre que o verbo associado a ela for transitivo indireto,
intransitivo ou de ligação.

11- CONCORDÂNCIA COM O VERBO AUXILIAR “PARECER”.

O verbo parecer, seguido de infinitivo admite duas construções:

A) Flexiona-se o verbo “parecer” e não se flexiona o infinitivo.

- Os alunos parecem entender o assunto.

B) Flexiona-se o infinitivo e não se flexiona o verbo “parecer”.

- Os alunos parece entenderem o assunto.

4
Essa classificação existe pela seguinte razão: a frase “Escrevem-se cartas de amor” (voz passiva sintética) pode ser transposta para a forma analíti-
ca, mas sem a presença do agente da passiva: “Cartas de amor são escritas”.
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EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO 01 ( Padrão CESPE)

01- Na oração "Há vinte meses que o Decreto foi revogado", a forma verbal "Há" poderia ser corretamente substituída
por Faziam.

02- Na oração "Segue anexa a nota editorial", foi atendida regra de concordância nominal, visto que o adjetivo "anexa"
está no feminino para concordar com a expressão no feminino "a nota editorial", que exerce a função de sujeito da
oração.

03- “Estudos e o senso comum mostram que a carga genética exerce forte influência nas características pessoais às
quais damos o nome de talento”.

► A flexão de plural em "mostram" deve-se à concordância com o sujeito composto por dois termos; se qualquer um
desses termos fosse retirado, o verbo deveria ir para o singular para que as regras de concordância da norma culta fos-
sem respeitadas.

04- “ Da combinação entre velocidade, persistência, relevância, precisão e flexibilidade surge a noção contemporânea
de agilidade, transformada em principal característica de nosso tempo. Uma agilidade que vem se tornando lugar
comum, se não na vida prática das organizações, pelo menos nos discursos. Empresas, governos, universidades,
exércitos e indivíduos querem ser ágeis”.

►A forma verbal "surge" poderia, sem prejuízo gramatical para o texto, ser flexionada no plural, para concordar com
"velocidade, persistência, relevância, precisão e flexibilidade".

05- “Não direi, senhores, que a obra chegou à perfeição, nem que lá chegue tão cedo. Os meus pupilos não são os solá-
rios de Campanela ou os utopistas de Morus; formam um povo recente, que não pode trepar de um salto ao cume
das nações seculares”.

► A forma verbal "formam" está flexionada na terceira pessoa do plural para concordar com a ideia de coletividade que
a palavra "povo" expressa.

06- “A recuperação econômica dos países desenvolvidos começou perigosamente a perder fôlego. A reação dos indica-
dores de atividade na zona do euro, que já não eram robustos ou mesmo convincentes, é agora algo semelhante à
paralisia. Os Estados Unidos da América cresceram a uma taxa superior a 3% em 12 meses, mas a maioria dos ana-
listas aposta que a economia americana perderá força no segundo semestre”.

► Se o verbo da oração "mas a maioria dos analistas aposta" estivesse flexionado no plural - apostam -, o período esta-
ria incorreto, visto que, de acordo com a prescrição gramatical, a concordância verbal, em estrutura dessa natureza,
deve ser feita com o termo "maioria".

07- “Assim, distintas teorias políticas e econômicas, fundadas em diferentes ideologias do humano, enfatizam um as-
pecto ou outro dessa dualidade, seja reclamando uma subordinação dos interesses individuais aos interesses soci-
ais, ou, ao contrário, afastando o ser humano da unidade de sua experiência cotidiana. Além disso, cada uma das
ideologias em que se fundamentam essas teorias políticas e econômicas constitui uma visão dos fenômenos sociais
e individuais que pretende firmar-se em uma descrição verdadeira da natureza biológica, psicológica ou espiritual
do humano”.

► Na concordância com "cada uma das ideologias", a flexão de plural em "fundamentam" reforça a ideia de pluralidade
de "ideologias"; mas estaria gramaticalmente correto e textualmente coerente enfatizar "cada uma", empregando-se o
referido verbo no singular.

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08- “O movimento da vida passa a ser uma efervescência constante e as mudanças a ocorrer em ritmo quase esquizo-
frênico, determinando os valores fugidios de uma ordem temporal marcada pela efemeridade. Como tentativas de
acompanhar essa velocidade vertiginosa que marca o processo de constituição da sociedade hipermoderna, surge a
flexibilidade do mundo do trabalho e a fluidez das relações interpessoais”.

► A forma verbal "surge" está flexionada no singular porque estabelece relação de concordância com o conjunto das
ideias que compõem a oração anterior.

10- “Em consonância com essa visão do desenvolvimento, a expansão da capacidade humana pode ser descrita como a
característica central do desenvolvimento. O conceito de “capacidade” de uma pessoa pode ser encontrado em
Aristóteles, para quem a vida de um indivíduo pode ser vista como uma sequência de coisas que ele faz e que cons-
tituem uma sucessão de funcionamentos. A capacidade refere-se às combinações alternativas de funcionamentos a
partir das quais uma pessoa pode escolher”.

► A flexão de plural em "constituem" mostra que o pronome "que" (anterior ao verbo) concorda em número com "coi-
sas"; mas seria igualmente correto e coerente usar-se aí a flexão de singular, constitui, caso em que o pronome concor-
daria com "sequência".

10- “Entre outros exemplos, citemos a formação da consciência moral, das modalidades de controle de pulsões e afetos
numa dada civilização, ou o dinheiro e tempo. A cada um deles correspondem maneiras pessoais de agir e sentir,
um habitus social que o indivíduo compartilha com outros e que se integra na estrutura de sua personalidade”.

► A flexão de plural em "correspondem" mostra que, pela concordância, se estabelece a coesão com "maneiras"; mas
seria igualmente correto e coerente estabelecer a coesão com "cada um", enfatizando este termo pelo uso do verbo no
singular: corresponde.

GABARITO

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
E C E E E E E E C E

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO 02
(Padrão CESPE)

TEXTO I

“Um governo, ou uma sociedade, nos tempos modernos, está vinculado a um pressuposto que se apresenta como novo
em face da Idade Antiga e Média, a saber: a própria ideia de democracia. Para ser democrático, deve contar, a partir das
relações de poder estendidas a todos os indivíduos, com um espaço político demarcado por regras e procedimentos
claros”.

01- O desenvolvimento das ideias demonstra que a flexão de singular em “deve” estabelece relações de coesão e de
concordância gramatical com o termo “democracia”.

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TEXTO II

“O governo garante que não faltarão recursos para as obras de infraestrutura. As favelas ocupadas dispunham de cerca
de 827 milhões de reais do Programa de Aceleração do Crescimento para obras de saneamento e outras intervenções
urbanas. Também foram anunciados a construção de 19 escolas, obras de contenção de encostas e um programa habi-
tacional orçado em 144 milhões de reais, entre outras medidas”.

02- A substituição de “foram anunciados” por “foi anunciado” manteria a correção gramatical do texto.
TEXTO III

“Por um lado, congestionamentos crônicos, queda da mobilidade e da acessibilidade, degradação das condições ambi-
entais e altos índices de acidentes de trânsito já constituem problemas graves em muitas cidades brasileiras”.

03- A forma verbal “constituem” está flexionada na terceira pessoa do plural para concordar com “problemas graves”.

TEXTO IV

“Contraposto aos sucessivos recordes de congestionamentos nas grandes cidades brasileiras, esse resultado expõe as
fragilidades de um modelo de desenvolvimento e urbanização que privilegia o transporte motorizado individual, preju-
dica a mobilidade e até a produtividade das pessoas. O carro, no entanto, não é o único vilão”.

04- O trecho “o transporte motorizado individual” poderia, sem prejuízo à coerência da argumentação, ser substituído
por os transportes motorizados individuais; contudo, para se preservar a correção gramatical do texto, seria ne-
cessário flexionar a forma verbal “prejudica” na terceira pessoa do plural, escrevendo-se prejudicam.

TEXTO V

“A Bike será, quando entrar em linha de montagem, uma sucessora do Fusca. Tem a mesma conjugação de linhas cur-
vas. Encarna a próxima geração do meio de transporte ao mesmo tempo racional, popular e simpático. Como tal, apre-
sentou-se oficialmente ao público, semanas atrás, em uma feira de automóveis na China.

Ela é elétrica. Carrega-se até em bateria de automóvel. Dobrável como um contorcionista de circo, cabe no comparti-
mento do estepe, no fundo do porta-malas”.

05- Preservam-se a correção gramatical e as relações de coerência entre os argumentos do texto ao se inserir a forma
verbal “É” no período sintático iniciado por “Dobrável”, escrevendo-se “É dobrável”.

TEXTO VI

“A evidência surgiu com a análise das informações colhidas pela sonda Lcross da agência espacial norte-americana. Os
cientistas apresentam quatro hipóteses para explicar a presença de água na Lua. Ela pode ter chegado ao satélite a bor-
do de cometas, astros formados por gelo e poeira”.

06- A substituição de “apresentam” por “têm apresentado” mantém a correção gramatical do texto.
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TEXTO VII

“O medo tem raízes profundas na alma dos seres. Radica-se no inconsciente e é objeto constante da pesquisa científica,
com destaque para a psicanálise”.

07- Em “Radica-se”, o pronome indica que o sujeito é indeterminado.

TEXTO VIII

“Durante a realização das provas, o chefe da sala, verificando que Roberto não tinha condições para a escrita cursiva,
solicitou a presença do coordenador para orientá-lo quanto à exigência dos procedimentos de identificação desse can-
didato. O coordenador orientou-o, dizendo que a folha de respostas e a folha de frequência poderiam ficar em branco,
sem a assinatura do candidato e sem a transcrição da frase, e que a ocorrência deveria ser relatada na ata de sala”.

08- Estaria mantida a correção gramatical do texto se, em “a folha de respostas e a folha de frequência poderiam ficar
em branco” , a forma verbal “poderiam” fosse substituída pelo singular poderia, estabelecendo-se a concordância
com o termo mais próximo.

TEXTO IX

Quase dois terços da área sob risco de desertificação no Brasil estão na caatinga, que já teve, a exemplo do cerrado,
aproximadamente metade de sua extensão, que é de 826.000 km², destruída.

09- Preserva-se a correção gramatical do período substituindo-se a forma verbal “estão” pelo singular “está”.

TEXTO X

“Mantido por contribuições das empresas associadas, o CIEE lançou o Guia Prático para Entender a Nova Lei do Estágio,
com respostas a mais de 30 perguntas acerca das mudanças e normas mais importantes. Entre elas, destacam-se a limi-
tação da jornada diária para seis horas, a obrigatoriedade de pagamento do auxílio-transporte, a concessão do recesso
obrigatório de 30 dias após um ano de estágio e o limite máximo de dois anos de permanência em uma mesma empre-
sa”.

10- A concordância verbal permaneceria igualmente correta se, em lugar de “destacam-se”, fosse empregada a forma
“destaca-se”.

TEXTO XI

“Veja o que ocorre nos Estados Unidos da América. O país dispõe das melhores universidades do mundo, detém metade
dos cientistas premiados com o Nobel e registra mais patentes do que todos os seus concorrentes diretos somados.
Ainda assim, só um em cada dois norte americanos acredita que o homem possa ser produto de milhões de anos de
evolução”.

11- O plural de “detém” grafa-se “deteem”.

12- Os sujeitos de “detém” e de “registra” são indeterminados.

13- Levando-se em conta o contexto, o verbo “acredita” poderia concordar com a ideia de plural que a frase dá a en-
tender que exista, escrevendo-se “acreditam”.
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GABARITO

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E E E E C C E E C C

11 12 13
E E E

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 03
(padrão UECE, CESGRANRIO, FUNRIO, IMPARH)

01. Indique a opção correta, no que se refere à concordância verbal, de acordo com a norma culta:

a) Haviam muitos candidatos esperando a hora da prova.


b) Choveu pedaços de granizo na serra gaúcha.
c) Faz muitos anos que a equipe do IBGE não vem aqui.
d) Bateu três horas quando o entrevistador chegou.
e) Fui eu que abriu a porta para o agente do censo.

02. Assinale a frase em que há erro de concordância verbal:

a) Um ou outro escravo conseguiu a liberdade.


b) Não poderia haver dúvidas sobre a necessidade da imigração.
c) Faz mais de cem anos que a Lei Áurea foi assinada.
d) Deve existir problemas nos seus documentos.
e) Choveram papéis picados nos comícios.

03. Assinale a opção em que há concordância inadequada:

a) A maioria dos estudiosos acha difícil uma solução para o problema.


b) A maioria dos conflitos foram resolvidos.
c) Deve haver bons motivos para a sua recusa.
d) De casa à escola é três quilômetros.
e) Nem uma nem outra questão é difícil.

04- Em todas as alternativas, o termo em negrito exerce a função de sujeito, exceto em:

a) Quem sabe de que será capaz a mulher de seu sobrinho?


b) Raramente se entrevê o céu nesse aglomerado de edifícios.
c) Amanheceu um dia lindo, e por isso todos correram às piscinas.
d) Era somente uma velha, jogada num catre preto de solteiros.
e) É preciso que haja muita compreensão para com os amigos.

05- O “se” é índice de indeterminação do sujeito na frase:

a) Não se ouvia o sino.


b) Assiste-se a espetáculos degradantes.
c) Alguém se arrogava o direito de gritar.
d) Perdeu-se um cão de estimação.
e) Não mais se falsificará tua assinatura.
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06- Indique o único segmento que apresenta concordância verbal condizente com as normas do português padrão:

a) O funcionamento dos dois hemisférios cerebrais são necessários tanto para as atividades artísticas como para
as científicas.
b) As diferentes divisões e subdivisões a que se submetem a área de ciências humanas provocam uma indesejá-
vel pulverização de domínios do conhecimento.
c) Normalmente, a aplicação de métodos quantitativos e exatos acaba por distorcer as linhas de raciocínio em ci-
ências humanas.
d) Uma das premissas básicas do conjunto de assunções teóricas e epistemológicas do trabalho que ora vêm a
lume é a concepção da Arte como uma entre as muitas formas por meio das quais o conhecimento humano se
expressa.
e) Não existem fórmulas precisas ou exatas para avaliar uma obra de arte, não existe um padrão de medida ou
quantificação, tampouco podem haver modelos rígidos pré-estabelecidos.

07- O verbo deve ir para o plural em:

a) Organizou-se em grupos de quatro.


b) Atendeu-se a todos os clientes.
c) Faltava um banco e uma cadeira.
d) Pintou-se as paredes de verde.
e) Já faz mais de dez anos que o vi.

08- O verbo certo no singular está em:

a) Procurou-se as mesmas pessoas


b) Registrou-se os processos
c) Respondeu-se aos questionários
d) Ouviu-se os últimos comentários
e) Somou-se as parcelas

09- Assinale a alternativa correta quanto à concordância verbal:

a) Soava seis horas no relógio da matriz quando eles chegaram.


b) Apesar da greve, diretores, professores, funcionários, ninguém foram demitidos.
c) José chegou ileso a seu destino, embora houvessem muitas ciladas em seu caminho.
d) Fomos nós quem resolvemos aquela questão.
e) O impetrante referiu-se aos artigos 37 e 38 que ampara sua petição.

11- A concordância verbal está correta na alternativa:

a) Ela o esperava já faziam duas semanas.


b) Na sua bolsa haviam muitas moedas de ouro.
c) Eles parece estarem doentes.
d) Devem haver aqui pessoas cultas.
e) Todos parecem terem ficado tristes.

11- Assinale a incorreta:

a) Dois reais é pouco para se divertir.


b) Nem tudo são sempre tristezas.
c) Quem fez isso foram vocês.
d) Era muito árdua a tarefa que os mantinham juntos.
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e) Quais de vós ainda tendes paciência?

12- É provável que ....... vagas na academia, mas não ....... pessoas interessadas: são muitas as formalidades a .......
cumpridas.

a) hajam - existem - ser


b) hajam - existe - ser
c) haja - existem - serem
d) haja - existe - ser
e) hajam - existem – serem

13- Complete as lacunas: ........ de exigências! Ou será que não ....... os sacrifícios que ....... por sua causa?

a) Chega - bastam - foram feitos


b) Chega - bastam - foi feito
c) Chegam - basta - foi feito
d) Chegam - basta - foram feitos
e) Chegam - bastam - foi feito

Gabarito

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C D D D B C D
08 09 10 11 12 13
C D C D C A

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 04
(padrão UECE, CESGRANRIO, FUNRIO, IMPARH)

01- Coloque C ou I nos parênteses, conforme esteja correta ou incorreta a concordância verbal.

( ) Surgiu, na semana do evento, um novo problema, dois processos e duas críticas construtivas.
( ) Surgiram, na semana do evento, um novo problema, dois processos e duas críticas construtivas.
( ) O homem do campo e da cidade mantém diferenças flagrantes entre si.
( ) Os povos andinos e sua cultura, assim diz a tradição, contém muita riqueza.

Assinale a sequência correta.


a) I – C – C ─ C
b) I – C – I─ C
c) I – I – C ─
d) C – I – I ─ I
e) C – C – C ─ I

02- Coloque C ou I nos parênteses, conforme esteja correta ou incorreta a concordância verbal.

( ) Brasileiros ou americanos devem concorrer a prêmio em abril.


( ) Um líquido perigoso retém as finas camadas de gordura das veias.
( ) Colesterol ou açúcar pode ser o novo vilão da obesidade, dizem cientistas.
( ) Pode-se questionar o novo sistema do banco privado.

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Assinale a sequência correta.

a) I–C–C─C
b) I – C – I─ C
c) C–I–C─C
d) C – I – I─ I
e) C – C – I─ I

03- Assinale a opção que apresenta ERRO de concordância verbal, segundo o registro culto e formal da língua.

a) Eu, ela e João vamos ao parque no fim de semana.


b) Tu e elas trabalharíeis nos fins de semana?
c) Tu, ela e vocês formáveis uma grande equipe.
d) Eu e vocês deveríeis deixar logo a cidade.
e) Tu e ela vão cumprir todas as metas.

04- Assinale a opção que apresenta ERRO de concordância verbal.

a) Nem os alunos nem os professores porão seus registros à mostra.


b) Talvez, um e outro assunto serão discutidos.
c) É certo que um e outro assunto será discutido.
d) Nem a vida nem a morte podem mudar a força do amor.
e) Um ou outro candidato serão avaliados pelos jornalistas.

05- Assinale a opção que apresenta ERRO de concordância verbal.


a) 2/5 da cidade quis o plebiscito.
b) Somente 1/3 da comunidade acadêmica requereu novos livros para a biblioteca.
c) Grande parte dos impostos não são revertidos à comunidade.
d) Somente 40% do estoque mantiveram-se bem armazenados.
e) Somente os 0,98% da comunidade saldou suas dívidas.

06- Assinale a opção que apresenta ERRO de concordância verbal.


a) Mais de um torcedor invadiu o gramado.
b) Fomos nós quem requereu o aumento do salário.
c) Foste tu quem arrumaste a bancada dos livros?
d) Foste tu quem arrumou a bancada dos livros?
e) Foi eu quem questionou a equipe de médicos.

07- Assinale a opção que apresenta ERRO de concordância verbal.


a) Os assuntos principais da reunião foi Fernando Pessoa.
b) Cem mil reais era pouco para ele.
c) Já são uma e meia da manhã.
d) Hoje são 20 de abril.
e) Tudo eram vantagens para a empresa.

08- Assinale a opção que apresenta ERRO de concordância verbal, segundo o registro culto e formal da língua.

a) Necessita-se de novos programas de qualidade de vida.


b) A pressão, a ansiedade e a tensão muscular, tudo prejudicava a saúde do trabalhador.
c) Os Estados Unidos contrataram profissionais especializados em comunicação.
d) Já fazem três meses que ele se adaptou a uma nova realidade profissional.
e) Cada um dos profissionais do RH deve saber administrar o seu estresse.

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09- Assinale a opção que apresenta ERRO de concordância verbal, segundo o registro culto e formal da língua.

a) Necessita-se de novos programas de qualidade de vida.


b) A pressão, a ansiedade e a tensão muscular, tudo prejudicava a saúde do trabalhador.
c) Os Estados Unidos contrataram profissionais especializados em comunicação.
d) Já fazem três meses que ele se adaptou a uma nova realidade profissional.
e) Cada um dos profissionais do RH deve saber administrar o seu estresse.

10- Considere as frases abaixo.

I – Há amigos de infância de quem nunca nos esquecemos.


II – Deviam existir muitos funcionários despreparados; por isso, talvez, existissem discordâncias entre os elemen-
tos do grupo.

Substituindo-se em I o verbo “haver” por “existir” e em II o verbo existir por haver, a sequência correta é

a) existem, devia haver, houvesse.


b) existe, devia haver, houvessem.
c) existe, devia haver, houvesse.
d) existem, deviam haver, houvesse.
e) existe, deviam haver, houvessem.

11- De acordo com a norma, o verbo pode ficar, indiferentemente, no singular ou no plural na frase da alternativa

a) Precisa-se (ou precisam-se) de funcionários dedicados


b) Perceberam-se (ou percebeu-se) os detalhes da cidade
c) Cada um dos brasileiros cuidará (ou cuidarão) do país.
d) Vendem-se (ou vende-se) frutas no mercado de nacional.
e) A maioria dos brasileiros pratica (ou praticam) esporte.

12- Assinale a alternativa em que a reescritura do trecho “’Dos entrevistados, 84% afirmaram sentir raiva enquanto
dirigem. Pessoas que tinham mais tempo de habilitação e dirigiam com maior frequência cometiam mais erros e
eram mais agressivas’, diz Cláudia.” mantém a correção gramatical e não compromete o sentido original.

a) A maioria dos entrevistados afirmou que sente raiva enquanto dirige. Pessoas mais experientes na condução
de veículos automotivos cometem mais erros e são mais agressivas.
b) 84% dos entrevistados afirmou que sentem raiva enquanto dirigem. Pessoas, que tinham mais tempo de habi-
litação e dirigiam com maior frequência, cometiam mais erros e eram mais agressivas.
c) Dos entrevistados, 84% afirmou que sentem raiva enquanto dirigem. Pessoas que tinham mais tempo de habi-
litação e dirigiam com mais frequência cometiam mais erros e eram mais agressivas.
d) Dos entrevistados, 84% afirmou que sente raiva enquanto dirige. Pessoas com mais tempo de habilitação e
que dirigiam com mais frequência, cometiam mais erros e eram mais agressivas.
e) A maior parte dos entrevistados afirmou que sente raiva enquanto dirigem. Pessoas que dirigiam com mais
tempo de habilitação frequentemente cometiam mais erros.

GABARITO
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EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 05 (Padrão FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS)

A organizadora FCC traz uma abordagem bastante particular no que diz respeito ao tema concordância verbal. Em vez
de exigir que o candidato tenha em mente um arsenal de regras, ela se satisfaz em sondar se o candidato entende a
“simples” relação sujeito/verbo. Contudo, não pense que as questões sejam, por isso, fáceis. Ao contrário, você nota-
rá que, muitas vezes, a dificuldade é até maior. Sabendo que tais questões, realmente, pedem muito discernimento
do candidato, apresento a você uma sequência de dicas que farão toda a diferença. Leia com bastante atenção e bons
estudos.

Dicas de Concordância Verbal para a FCC

1- Somente o sujeito é capaz de “acionar” (flexionar) o verbo ou a locução verbal.

Ex.: A atividade da aviação geral e dos aviões de voo visual está proibida dentro de um raio de 30 milhas náuticas.

Ex.: Uma das pesquisas revisadas para o relatório examinou ciclistas quando treinavam depois de comer e quando trei-
navam em jejum.

2- É comum, na FCC, que o sujeito seja distanciado do verbo ou da locução verbal com o propósito de confundir o
candidato.

Ex.: O conceito, defendido em livros populares de condicionamento físico na última década, dita que o ato de exercitar-
se com o estômago vazio força o corpo a buscar combustível nos depósitos de gordura acumulada.

Ex.: Após anos de revisão de pesquisas sobre o assunto, um relatório publicado nesse ano no Strength and Conditioning
Journal concluiu que o corpo queima basicamente a mesma quantidade de gordura, desconsiderando se você se
alimentou ou não antes do exercício.

3- É comum, na FCC, que o sujeito seja deslocado para o meio ou fim do período a fim de confundir o candidato.

Ex.: Embora remonte aos hábitos das sociedades mais violentas do passado, a pena de talião ainda goza de prestígio
entre cidadãos que se dizem civilizados

Ex.: Demonstram como se formaram os primeiros agrupamentos humanos os vestígios que a ciência estuda para tentar
recompor os hábitos de nossos ancestrais.

4- Quando o sujeito for uma oração, lembre-se de que o verbo fica, obrigatoriamente, na 3ª pessoa do singular.

Ex.: Malhar de estômago vazio não ajuda a queimar gordura, diz estudo.

Sujeito: “Malhar de estômago vazio”.

Ex.: Cabe aos candidatos, segundo dizem os especialistas, organizar um horário satisfatório de estudos.
Sujeito: “organizar um horário satisfatório de estudos”.

5- Quando o sujeito estiver representado por um pronome relativo, concorde com o termo ao qual o pronome se
refere.

Ex.: O estudioso apresentou os detalhes que fazem toda a diferença na hora de estudar.

Ex.: O estudioso apresentou os detalhes. Os detalhes (que) fazem toda a diferença na hora da prova.

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Ex.: Grande foi a comoção que, depois de muitas horas passadas e discutidas, revelou as verdadeiras facetas daquela
instituição.

Ex.: “.... horas passadas e discutidas. A comoção revelou...”

6- Quando a oração não tem sujeito, o verbo fica sem “comando”; por isso, permanecerá na 3ª pessoa singular (e
raras vezes no plural).

Ex.: Contra as organizações, não havia luta possível a não ser em termos de guerra (era a via revolucionária).

Ex.: Grandes palestras houve no auditório da universidade.

Ex.: Faz trinta dias que o edital saiu.

Ex.: Neva na serra gaúcha.

Ex.: Eram seis horas quando a polícia chegou.

7- Quando o sujeito estiver na voz passiva sintética.

Ex.: Dominou-se o suspeito rapidamente.

Ex.: O suspeito foi dominado rapidamente.

Ex.: Organizam-se em torno da busca de uma atitude que associa, num mesmo movimento, a resistência ao poder, a
constituição de si e o diagnóstico do presente.

Ex.: A resistência ao poder, a constituição de si e o diagnóstico do presente, num mesmo movimento, são organizados
em torno da busca de uma atitude que associa tais atitudes.

Itens aparentemente corretos.

- Devem-se ressaltar, nos meios de comunicação, a constância com que promovem abusos, na exploração da cultura
popular. (Forma verbal correta: Deve-se ressaltar)

- Restam das festas, dos ritos e dos artesanatos da cultura popular pouco mais que um resistente núcleo de práticas
comunitárias. (Forma verbal correta: Resta)

- Produzem-se nas pequenas células comunitárias, a despeito das pressões da cultura de massa, lento e seguro dina-
mismo de cultura popular. (Forma verbal correta: Produz-se)

- Não sensibilizavam aos possíveis interessados em apartamentos de luxo a visão grotesca daqueles velhos carros-
placa. (Forma verbal correta: sensibiliza)

- Destinam-se aos homens-placa um lugar visível nas ruas e nas praças, ao passo que lhes é suprimida a visibilidade
social. (Forma verbal correta: Destina-se)

- O motivo simples de tantos atos supostamente cruéis, que tanto impressionaram o autor quando criança, só anos
depois se esclareceram. (Forma verbal correta: se esclareceu)

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EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO (BATERIA I)

01- Quanto à concordância verbal, está inteiramente correta a frase:

a) Devem-se ressaltar, nos meios de comunicação, a constância com que promovem abusos, na exploração da
cultura popular.
b) Nem mesmo um pequeno espaço próprio querem conceder à cultura popular os que a exploram por interes-
ses estritamente econômicos.
c) Restam das festas, dos ritos e dos artesanatos da cultura popular pouco mais que um resistente núcleo de prá-
ticas comunitárias.
d) Muita gente acredita que se devem imputar aos turistas a responsabilidade por boa parte desses processos de
falseamento da cultura popular.
e) Produzem-se nas pequenas células comunitárias, a despeito das pressões da cultura de massa, lento e seguro
dinamismo de cultura popular.

02- A concordância verbal e nominal está inteiramente correta em:

a) A redução da emissão de partículas poluentes pelo escapamento dos carros é uma das metas que devem ser
atingidas pelos órgãos responsáveis pela organização do trânsito nas grandes cidades.
b) Em cidades maiores, inúmeros moradores, para fugir da violência e do estresse urbano, se mudou para con-
domínios fechados próximos e passou a depender de carro para seus deslocamentos.
c) O planejamento urbano das grandes e médias cidades nem sempre acompanharam os deslocamentos de
grandes contingentes da população, que depende de transporte coletivo para ir e vir do trabalho diariamente.
d) O número de automóveis nos países desenvolvidos costumam ser mais elevados, mas nessas cidades existe
bons sistemas de transporte coletivo e as pessoas usam seus carros apenas para viagens e passeios de fins de
semana.
e) No caso das regiões metropolitanas brasileiras, é necessário os investimentos na expansão de sistemas inte-
grados de transporte coletivo, para desestimular o uso de veículos particulares no dia a dia das cidades.

03- Para cumprimento das normas de concordância verbal, será necessário CORRIGIR a frase:

a) Atribui-se aos esquemas de construção das fábulas populares a capacidade de representarem profundos an-
seios coletivos.
b) Reserva-se a pobres camponeses, nas fábulas populares, a possibilidade de virem a se tornar membros da rea-
leza.
c) Aos desejos populares de ascensão social correspondem, em algumas das fábulas analisadas, a transformação
de pobres em príncipes.
d) Prosperam no fundo do inconsciente coletivo incontáveis imagens, pelas quais se traduzem aspirações de po-
der e de justiça.
e) Não cabe aos leitores abastados avaliar, em quem é pobre, a sensatez ou o descalabro das expectativas ali-
mentadas.

04- A concordância verbal e nominal está inteiramente correta em:

a) Presume-se que já tenha sido extinto muitas espécies da fauna e da flora com a destruição de enormes exten-
sões de florestas.
b) Os desequilíbrios no ecossistema de uma floresta pode pôr em risco a sobrevivência de certas espécies de
plantas.
c) Deve valer para todos os países as medidas de segurança a ser tomada em relação à preservação de florestas.
d) Para a restauração de áreas ocupadas por atividades agrícolas, é observado os tipos de uso do solo e as carac-
terísticas do entorno para traçar o projeto de ação.
e) Projetos desenvolvidos por especialistas mostram que é possível conciliar restauração de florestas nativas com
o manejo sustentável de seus recursos naturais.

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05- As normas de concordância verbal estão plenamente observadas na frase:

a) Há frases que se repete à exaustão e que, exatamente por isso, passam a soar como se constituíssem cada
uma delas uma verdade incontestável.
b) Frases sempre haverão que, à força de se repetirem ao longo do tempo, acabam sendo tomadas como verda-
des absolutas.
c) Quando a muitas pessoas interessam dar crédito a frases feitas e lugares-comuns, há o risco de se cristalizar
falsos juízos.
d) O hábito da repetição mecânica de frases feitas e lugares-comuns acabam por nos conduzirem à fixação de
muitos preconceitos.
e) Cabe aos indivíduos mais conscientes combater o chavão e o lugar-comum, para que não se percam de vista os
legítimos valores sociais.

GABARITO

01 02 03 04 05
B A C E E

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO (BATERIA II)

01. O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa forma do singular para preencher de modo correto a
lacuna da frase:

a) Jamais ...... (satisfazer) as crianças aquele tipo de resposta convencional às perguntas essenciais que elas formu-
lam.
b) Como ...... (poder) ocorrer ao professor respostas exatas para um questionário irrespondível?
c) Não ...... (dever) envergonhar a ninguém as lacunas do conhecimento humano sobre os mistérios do universo.
d) A aflição a que ....... (levar) um cientista tais perguntas é a mesma que perturba as crianças.

e) Quanto às questões que a mais ninguém ...... (conseguir) incomodar, ou já encontraram resposta ou não eram
essenciais.

02. Quanto à concordância verbal, a frase inteiramente correta é:

a) Entre as questões essenciais, que a todo cientista deve importar, estão as que se prendem à origem e ao destino
do ser humano.
b) Não houvesse outras razões, bastaria a propriedade das perguntas que lhe dirigiu o público para fazê-lo sentir-
se um professor privilegiado.
c) Só é dado alimentarem a curiosidade e a insatisfação ao cientista que não abdica de fazer as perguntas funda-
mentais.
d) Diante do interesse que representavam cada uma das perguntas que lhe cabiam responder, o professor sentiu-
se um privilegiado.
e) O autor considerou um privilégio o fato de o interrogarem, com perguntas tão instigantes, aquele público curio-
so que encontrou na escola.

03. Quanto à concordância verbal, está inteiramente correta a seguinte frase:

a) De diferentes afirmações do texto podem-se depreender que os atos de grande violência não caracterizam ape-
nas os animais irracionais.
b) O motivo simples de tantos atos supostamente cruéis, que tanto impressionaram o autor quando criança, só
anos depois se esclareceram.
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c) Ao longo dos tempos tem ocorrido incontáveis situações que demonstram a violência e a crueldade de que os
seres humanos se mostram capazes.
d) A todos esses atos supostamente cruéis, cometidos no reino animal, aplicam-se, acima do bem e do mal, a razão
da propagação das espécies.
e) Depois de paralisadas as lagartas com o veneno das vespas, advirá das próprias entranhas o martírio das larvas
que as devoram inapelavelmente.

04. O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa forma do plural para preencher corretamente a la-
cuna da frase:

a) Não se ...... (atribuir) às lagartas a crueldade dos humanos, por depositarem os ovos no interior das vespas.
b) O que ...... (impelir) os animais a agirem como agem são seus instintos herdados, e não uma intenção cruel.
c) Não se ...... (equiparar) às violências dos machos, competindo na vida selvagem, a radicalidade de que é capaz
um homem enciumado.
d) ...... (caracterizar-se), em algumas espécies animais, uma modalidade de violência que interpretamos como
crueldade.
e) ...... (ocultar-se) na ação de uma única vespa os ditames de um código genético comum a toda a espécie.

05. O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa forma do singular para preencher corretamente a
lacuna da frase:

a) Há muito não se ...... (tolerar) atitudes arrogantes como a do editorial da revista britânica.
b) É natural que ...... (ferir) o orgulho do povo cubano as exortações publicadas na revista britânica.
c) Os pesquisadores não ...... (haver) de se ofender, caso os termos do editorial da revista fossem menos prepo-
tentes.
d) Foi precisa a argumentação de que se ...... (valer) os pesquisadores latino-americanos em sua réplica ao editori-
al.
e) Aos países ricos não ...... (competir) tomar decisões que afetem a soberania dos países em desenvolvimento.

06. Para que se respeite a concordância verbal, será preciso corrigir a frase:
a) Têm havido dúvidas sobre a capacidade do sistema de saúde cubano.
b) Têm sido levantadas dúvidas sobre a capacidade do sistema de saúde cubano.
c) Será que o sistema de saúde cubano tem suscitado dúvidas sobre sua eficácia?
d) Que dúvidas têm propalado os adversários de Cuba sobre seu sistema de saúde?
e) A quantas dúvidas tem dado margem o sistema de saúde de Cuba?

07. As normas de concordância verbal estão plenamente respeitadas na frase:

a) Já faz muitos séculos que se vêm atribuindo à palavra progresso algumas conotações mágicas.
b) Deve-se ao fato de usamos muitas palavras sem conhecer seu sentido real muitos equívocos ideológicos.
c) Muitas coisas a que associamos o sentido de progresso não chega a representarem, de fato, qualquer avanço
significativo.
d) Se muitas novidades tecnológicas houvesse de ser investigadas a fundo, veríamos que são irrelevantes para a
melhoria da vida.
e) Começam pelas preocupações com nossa casa, com nossa rua, com nossa cidade a tarefa de zelarmos por uma
boa qualidade da vida.
08. As normas de concordância verbal estão plenamente atendidas na frase:

a) Fosse porcas, arruelas, parafusos, tudo o que não tivesse aplicação imediata era remetido à “bacia das almas.”
b) O fato é que muita gente, tal como ocorre com o pai no referido texto da Internet, têm a tendência de alimentar
preconceitos contra os poetas.
c) Atira-se à “bacia das almas” as tranqueiras que não parecem úteis, e que talvez nunca de fato os sejam.
d) Costumam-se atribuir às expressões evocativas e nostálgicas o sentido poético que advém de tudo o que nos fa-
la do passado.
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e) Ao filho não pareceu coerente que expressões tão sugestivas fossem criadas justamente por quem tinha por
hábito desancar os poetas.

09. O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa forma do plural para preencher de modo correto a
lacuna da frase:

a) ...... (acabar) por mais nos favorecer o que foi esquecido do que todas as coisas de que costumamos nos lem-
brar.
b) ......-se (costumar) atribuir às nossas memórias uma vantagem que, para o autor do texto, elas não propiciam.
c) A ninguém ...... (dever) limitar essas expectativas, criadas pela memória que cristaliza a personalidade.
d) ......-se (sedimentar) nos processos da nossa memória o perfil de uma personalidade a que nos obrigamos a ser
fiéis.
e) À força dos nomes próprios ...... (corresponder), pelas razões expostas no texto, a força de estreitamento do es-
paço que há numa gaiola.
10. A concordância verbo-nominal está inteiramente correta na frase:
a) No século XX, a produção em massa permitiu que objetos, antes de posse restrita a reis, fossem acessíveis a to-
da a população.
b) Sempre existiu colecionadores de objetos, que exerce maior poder de atração sobre pessoas quanto mais estra-
nho ele é.
c) No século XIX, foi dividido as áreas temáticas da ciência, surgindo então os colecionadores especializados em
reunir um único tipo de objetos.
d) Permaneceu imutável por séculos as razões que levam algumas pessoas a colecionar objetos, algumas delas de
gosto duvidoso.
e) O costume de enviar marinheiros pelo mundo para encontrar objetos exóticos mudaram a paisagem de alguns
países e modernizaram a Europa.

11. As normas de concordância verbal estão plenamente respeitadas na frase:


a) Compreenda-se as lições de O Príncipe não como exercícios de cinismo, mas como exemplos de análises a que
não se devem furtar toda gente interessada na lógica do poder, seja para exercê-lo, seja para criticá-lo.
b) A problemática divisão da Itália em principados, que tanto preocupavam Maquiavel, fizeram com que ele se de-
dicasse à ciência política, em cujos fundamentos espelha-se, até hoje, aqueles que se preocupam com o poder.
c) Integrava as qualidades morais a da virtude, tomada num sentido essencialmente religioso, até que Maquiavel,
recusando esse plano de valores em que a inseriam, deslocou seu sentido para o campo da política.
d) Todas as acepções de virtude, até o momento em que surgiu Maquiavel, compunha-se no campo da moral e da
religião, e estendia-se à esfera da política, como se tudo fosse essencialmente um mesmo fenômeno.
e) Nunca faltaram aos “príncipes” de ontem, de hoje e de sempre a ambição desmedida pelo poder e pela glória
pessoal, mas couberam a poucos discernir as sutilezas da política, em que Maquiavel foi um mestre.

GABARITO
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11
A B E E E A A E C A C

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08. Concordância Nominal

RELEVÂNCIA DO ASSUNTO EM PROVAS: De razoável para baixa. Nem todas as organizadoras simpatizam com
esse tema. CESPE, FCC e ESAF, por exemplo, fazem pouco caso do assunto em questão. Já CESGRANRIO, IMPARH, UECE,
FGV, CONESUL, dentre outras, costumam, com frequência, exigir esse assunto.

DICA: É na Concordância nominal que precisamos, principalmente, dos conceitos sintáticos de Adjunto adnomi-
nal, Predicativo do sujeito e Predicativo do objeto. Caso você não faça a mínima ideia do que sejam tais sintagmas, é
necessário revisar tais conceitos o quanto antes.

DICA DE ESTUDO: Como as regras não são muitas, você logo se familiarizará com quase todas. A fim de que você
as memorize o quanto antes, faça bastantes exercícios. É só uma questão de prática.

POSSIBILIDADE DE CAIR NA PROVA: Razoável para todos os níveis (no máximo uma questão).
STATUS: Em sala e com o professor (dependendo da banca, o status pode mudar).

Regra geral:

O adjetivo e as palavras adjetivas (artigo, numeral e pronome) concordam em gênero e número com o substan-
tivo a que se refere.

Ex.: As minhas revistas novas estão no quarto.

No exemplo acima, percebe-se que as palavras adjetivas (as, minhas e novas) referem-se ao substantivo revis-
tas, concordando com ele.

• 1º. Caso:
Quando o adjetivo é posposto a vários substantivos do mesmo gênero, ele vai para o plural ou concorda com o
substantivo mais próximo.

Ex.: O tamarindo e o limão maduros (maduro) parecem bons.

• 2º. Caso:

Se os substantivos forem de gêneros diferentes, o adjetivo pode ir para o plural masculino ou pode concordar
com o substantivo mais próximo.

Ex.:

O tamarindo e a laranja maduros (madura) estavam em falta no mercado.

A cidade, o hospital, a lanchonete e o bar antigo(antigos) foram varridos pelo temporal.

• 3º. Caso:

Quando o adjetivo posposto funciona como predicativo, vai obrigatoriamente para o plural.

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Ex.:
- O limão e a laranja são azedos.

- A cidade, o hospital, a lanchonete e o bar estão devastados.

REGRAS ESPECÍFICAS

► Adjetivo anteposto aos substantivos:

• 1º. Caso:

Quando o adjetivo vem anteposto aos substantivos, concorda, preferencialmente, com o mais próximo.5

Ex.:

Ele era dotado de extraordinária coragem e talento.

No hospital, percebi a cansada médica e enfermeiros.

• 2º. Caso:
Quando o adjetivo anteposto funciona como predicativo, pode concordar com o substantivo mais próximo ou
pode ir para o plural.
Ex.:

Estavam desertos a casa e o barraco.

Estava deserta a casa e o barraco.

► Um só substantivo e mais de um adjetivo:

1ª . Possibilidade:

Ex.: O produto conquistou o mercado europeu e o americano.

O substantivo fica no singular e repete-se o artigo.

2ª . Possibilidade:

Ex.: O produto conquistou os mercados europeu e americano.

O substantivo vai para o plural e não se repete o artigo.

- Esse autor aderiu à escrita clássica, à moderna e à contemporânea.


- Esse autor aderiu às escritas clássica, moderna e contemporânea.

- O país desenvolveu a cultura da leitura e a do estudo.

5
Aqui existe uma grande divergência entre os gramáticos Evanildo Becharra e Celso Cunha. Para o primeiro, os adjetivos antepostos a vários substantivos podem
concordar com o mais próximo ou com todos os substantivos pela lei da soma. Exemplo: Lerei interessante (interessantes) livro e jornal. Já para o segundo, a concor-
dância, nesta situação, só ocorrerá com o mais próximo. Exemplo: Comprei novo carro e casa.
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- O país desenvolveu as culturas da leitura e do estudo.

- Ele fez menção à Presidenta do Brasil e à da Argentina.


- Ele fez menção às Presidentas do Brasil e da Argentina.

OUTROS CASOS DE CONCORDÂNCIA NOMINAL:

• 1º. Caso:

A palavra Bastante:

- Função adjetiva: Variável - refere-se a substantivo.

- Função adverbial: Invariável - refere-se a verbo, adjetivo e a advérbio.

Ex.:
Ele tem bastantes livros (substantivo).
Havia bastantes pessoas na rua.

Eles conversaram (verbo) bastante ontem.

As moças são bastante inteligentes (adjetivo).

Nosso país tem bastantes estados (substantivo).

Eles estudam (verbo) bastante.

Vanessa e Melissa são bastante simpáticas (adjetivo).

DICA: quando o a palavra BASTANTE for um adjetivo (o que significará, sempre, volume, quantidade), permitirá as se-
guintes trocas:

Nosso país tem bastantes estados.


(Nosso país tem muitos estados).

Na rua, havia bastantes pessoas elegantes.


(Na rua, havia muitas pessoas elegantes).

Vi bastante gente educada.


(Vi muita gente educada).

Obs.:

- Nessa regra, podemos incluir ainda as seguintes palavras: meio, muito, pouco, caro, barato, longe. Só variam se
acompanhar o substantivo.

• 2º. Caso:

Palavras como: quite, obrigado, anexo (incluso ou apenso), obrigado, mesmo, próprio, leso e incluso são adje-
tivos. Devem, portanto, concordar com o nome a que se referem.
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Ex.:

Nós estamos quites com o serviço militar.

Ela mesma fez o café.

Leve estes documentos anexos até a sala do diretor.

Obs.: A expressão "em anexo" é invariável.

Ex.: As cartas seguem em anexo.

• 3º. Caso:

Se nas expressões: "é proibido", "é bom", "é preciso" e "é necessário", o sujeito não vier antecipado de artigo,
tanto o verbo de ligação quanto o predicativo ficam invariáveis.

Ex.:

É proibido ∅ entrada.

∅ Estudar é preciso.

Entretanto: Se o sujeito dessas expressões vier determinado por artigo, numeral ou pronome (femininos, no
singular ou no plural), tanto o verbo de ligação quanto o predicativo variam para concordar com o sujeito.

Ex.:

É proibida a entrada de jovens menores de 35 anos neste local.

A meia entrada é necessária aos estudantes.

• 4º. Caso:

Palavras invariáveis:

- Menos.
- A olhos vistos (expressão).
- Em anexo.
- A sós.
- Azul-marinho.
- Monstro (na condição de adjetivo).
- Alerta.
- Todo (em termos compostos).
- Mediante.
- Tirante.
- Pseudo.
- Salvo (significando exceto, afora).
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Ex.:

- Salvo aquelas poucas palavras, a palestra foi um desastre.


- Agora estou com menos fome.
- Os candidatos estão alerta.
- O homem ficou a sós com os seus problemas.
- As pseudo-médicas foram localizadas pela polícia.
- Aquela foi uma partida monstro.
- As mulheres todo-poderosas deixaram a sala cedo.

• 5º Caso:
Nas expressões "o mais ... possível" e "os mais ... possíveis" , o adjetivo "possível"concorda com o artigo que
inicia a expressão.
Exs:

Tinha um carro o mais veloz possível.

Seus carros eram os mais velozes possíveis.

São alunos o mais estudiosos possível.

São alunos os mais estudiosos possíveis.

• 6º Caso: Haja vista/ Hajam vista

Evanildo Bechara afirma: “a construção natural e mais frequente da expressão haja vista, com o valor de “veja”
ou “por exemplo”, é ter invariável o verbo, qualquer que seja o número do substantivo seguinte” (p. 565 de Moderna
Gramática da Língua Portuguesa, 1999).

Ex.: Ele foi sempre muito dedicado à família, haja vista o quanto era dedicado aos filhos.

Para Marcelo Rosenthal ”o termo serve para exemplificação. Caso o exemplificado esteja no singular, o verbo
somente poderá estar no singular; caso o elemento exemplificado esteja no plural, o verbo tanto poderá vir no singular
como no plural”. (p. 437 de Gramática para concursos, 2007).

Ex.: O repórter era mesmo competente, haja (hajam) vista seus últimos trabalhos.

DICA: Como é um caso polêmico, prefira usar a estrutura com o verbo sempre no singular “haja vista”. Fazendo assim,
você nunca estará errando.

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EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 01

TEXTO 1

"Nenhum trabalhador recebeu a dose de radiação acima do estipulado pelo Japão, de 250 millisieverts, que iria restrin-
gir a exposição dos funcionários de emergência", disse a AIEA nesta sexta-feira.

No mês passado, dois funcionários de Fukushima foram levados ao hospital depois que seus pés e mãos foram expostos
a 175 millisiverts quando eles pisaram em água contaminada. Eles se recuperaram bem”.

Folha de São Paulo (Com adaptações)

01- O adjetivo “expostos” concorda com os termos “pés” e “mãos”; contudo, seria correto gramaticalmente estabele-
cer vínculo sintático com o termo mais próximo, escrevendo-se “expostas”.

02- O pronome “seus” poderia, segundo prescrevem as normas gramaticais, concordar somente com o termo mais
próximo “pés”, mesmo que este estivesse no singular. Esse procedimento, entretanto, comprometeria os sentidos
textuais.

03- Embora os sentidos textuais fossem gravemente alterados, seria correto gramaticalmente escrever, em vez de “a
dose de radiação”, “a pseudadose de radiação”, o que agora significaria falsa dose de radiação.

TEXTO 2

“Definida como uma combinação de ilusões paranoicas, alucinações sensoriais e diminuição das funções cognitivas, a
esquizofrenia é fruto de muitas combinações genéticas e de fatores ambientais. Gage diz que, devido à variedade e à
complexidade dos sintomas, ela é uma das doenças mentais que mais desafiam os cientistas”.

Correio braziliense (Com adaptações)

04- A palavra “muitas” poderia, sem comprometer os sentidos nem a correção gramatical, ser substituída por “bastan-
tes”.

05- O vocábulo “definida” poderia ir para o plural a fim de que estabelecesse coesão com “ilusões paranoicas, alucina-
ções sensoriais e diminuição das funções cognitivas”.

TEXTO 3

“Universidades virtuais, palestras de graça com especialistas do mundo todo, professores on-line para tirar dúvidas.
Mais parece uma escola do futuro, mas é realidade cada vez mais frequente na internet. A web oferece diversas possibi-
lidades para o estudante aproveitar os livros e as horas preciosas na rede. As aulas gratuitas, por exemplo, são uma boa
opção para quem quer resumir conteúdo já visto, aprofundar um assunto ou se aventurar em aprender”.

Correio braziliense (Com adaptações)

06- A expressão “haja vista”, que significa “por exemplo” ou “veja”, poderia surgir depois “aulas gratuitas”, desde que a
segunda vírgula fosse suprimida.

07- O vocábulo “Mais”, início do segundo período, poderia ser substituído por “Mas” ou “Entretanto”, sem que os sen-
tidos originais fossem alterados.
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08- O adjetivo “preciosas” poderia ser substituído por “preciosos”; mas, se assim fosse feito, os sentidos originais seri-
am alterados.

TEXTO 4

“Ler cansa. Cansa porque envolve esforço, tempo e concentração. Hoje, com todas as facilidades da vida moderna, mui-
tos leem somente quando obrigados: na escola, para o vestibular, na faculdade ou para se manterem atualizados profis-
sionalmente. Poucos leem por prazer. Menos ainda os que escrevem por prazer. Segundo Schopenhauer, a maioria dos
escritores "vivem da literatura e não para a literatura". Raras são as vezes que ambas são exercidas pelo mesmo ho-
mem. Enquanto muitos preferem gastar energias e recursos raros em festas, divertimentos ou prazeres fugazes, A arte
de escrever mostra como gastar as mesmas energias e recursos com a literatura e obter retorno”.

09- A palavra “somente” poderia ser substituída por “sós”, sem que os sentidos bem como a correção gramatical fos-
sem comprometidos.

10- “Poucos” permitiria troca equivalente semântica e sintaticamente por “Raros” ou “Raras”.

11- Por estabelecer vínculo sintático com “muitos”, “obrigados” fica, obrigatoriamente, no masculino plural.

12- O vocábulo “Menos” não permite, em hipótese alguma, variação tanto de gênero quanto de número.

13- As palavras “ambas” e “exercidas” estão no feminino plural para estabelecerem vínculo nominal com a elidida pa-
lavra “pessoas”.

14- Levando em conta que os sentidos serão alterados, seria, entretanto, possível substituir “ambas’ por “extras”, o que
continuaria respeitando o padrão culto da língua.

15- A estrutura “Cansa porque envolve esforço, tempo e concentração” permitiria a seguinte reescritura sem que os
sentidos nem a correção gramatical fossem comprometidos: “Cansa porque é necessário esforço, tempo e concen-
tração”.

16- Caso antecipássemos o adjetivo “raros” ao fragmento “...energias e recursos...”, a única construção que respeitaria
os padrões da norma culta e preservaria os sentidos originais seria: “...raras energias e recursos...”.

TEXTO 5

“A vitória da sociedade burguesa e industrial estabeleceu o papel crucial do trabalho no mundo moderno. Quem não
trabalha é visto, muito comumente, como vagabundo ou desocupado. Diferentemente dos aristocratas e nobres, para
quem o trabalho era atividade de menor valor e reservada para a plebe e para os escravos”.

17- Seria possível e correto gramaticalmente reescrever o início to texto da seguinte forma: “A vitória das sociedades
burguesa e industrial...”.

18- Caso substituíssemos “muito” por “bastante” a correção gramatical não seria comprometida.

19- A substituição de “reservada” por “reservado” não altera os sentidos originais do texto.

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TEXTO 6

“O primeiro período do pensamento grego toma a denominação substancial de período naturalista, porque a nascente
especulação dos filósofos é instintivamente voltada para o mundo exterior, julgando-se encontrar aí também o princípio
unitário de todas as coisas; e toma, outrossim, a denominação cronológica de período pré-socrático, porque precede
Sócrates e os sofistas, que marcam uma mudança e um desenvolvimento autônomos e, por conseguinte, o começo de
um novo período na história do pensamento grego. Esse primeiro período tem início no alvor do VI século a.C., e termi-
na dois séculos depois, mais ou menos, nos fins do século V”.

20- Caso substituíssemos o vocábulo “instintivamente” pela expressão “ instintiva e”, continuaria havendo respeito às
normas de concordância. Contudo, os sentidos originais seriam alterados.

21- O adjetivo “autônomos” poderia estar grafado no singular, sem que houvesse desrespeito às normas gramaticais.

22- Na oração "Segue anexa a nota editorial", foi atendida a regra de concordância nominal, visto que o adjetivo "ane-
xa" está no feminino para concordar com a expressão no feminino "a nota editorial", que exerce a função de sujei-
to da oração.

GABARITO

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
E C E C E E E E E E

11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
C C E E C E C C C C

21 22
C C

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 02
(Padrão UECE, IMPARH, FCC, CESGRANRIO, FGV).

01. A frase em que a concordância nominal está correta é:

a) A vasta plantação e a casa grande caiados há pouco tempo eram o melhor sinal da prosperidade familiar.
b) Eles, com ar entristecidos, dirigiram-se ao salão onde se encontravam as vítimas do acidente.
c) Não lhe pareciam útil aquelas plantas esquisitas que ele cultivava na sua pacata e linda chácara do interior.
d) Quando foi encontrado, ele apresentava feridos a perna e o braço direitos, mas estava totalmente lúcido.
e) Esses livro e caderno não são meus, mas poderão ser importante para a pesquisa que estou fazendo.

02. Todas as alternativas, abaixo, estão corretas quanto à concordância nominal, exceto:

a) Conserve limpos as mãos e os pés.


b) O jovem, ao completar dezenove anos, deve estar quite com o serviço militar.
c) As edições extras dos jornais sempre trazem notícias interessantes.
d) No café da manhã deste hotel, servem-se geleia e pão torradinhos.
e) Deste lado da rua há menos casas, por isso precisamos ficar mais alerta.

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03. Assinale a alternativa incorreta quanto à concordância nominal:

a) Os torcedores traziam, em cada mão, bandeira e flâmula amarela.


b) Um e outro aplicador indecisos desistiram do negócio.
c) Tinha as mãos e o rosto coloridos de púrpura.
d) Escolheste ótima ocasião e lugar para o churrasco.
e) Ele estava com o braço e a cabeça quebradas.

04. Quanto à redação das frases a seguir, assinale a que estiver errada:

a) Ao voltar do passeio, encontrou o portão e a janela arrombados.


b) Os cavalarianos desfilavam com porte e garbo altivos.
c) O aluno destacava-se pelo raciocínio e objetividade aguçados.
d) Não podemos concordar com tantas máquinas e artifícios bélicos.
e) Belos poesias e discursos marcaram o encerramento do ano letivo.

05. Assinale a alternativa errada no que diz respeito ao atendimento à norma culta:

a) O escritor e o mestre alemães admiravam o belo quadro.


b) Estudaram o idioma francês e o espanhol.
c) O ministro e os deputados alagoanos votaram contra o projeto.
d) As opiniões e argumentos expostos não agradaram à plateia.
e) Considero fácil as questões e testes propostos na prova.

06. Está perfeitamente correta a concordância nominal apenas na frase:

a) Eles se moviam meios cautelosos.


b) O relógio da igreja bateu meio-dia e meio.
c) Seus argumentos eram sempre o mais pertinentes possíveis.
d) Os resultados falam por si só.
e) Chegada a sua hora e a sua vez, intimidou-se.

07. “Fazia ............................... elogios, embora as saudações fossem agora ........................ enfáticas para uns e talvez
............................... evasivas para outros”.
A opção que completa corretamente as lacunas da frase acima é:

a) bastante / menos / meio;


b) bastantes / menas / meia;
c) bastante /menos / meia;
d) bastantes / menas / meio;
e) bastantes / menos / meio.

08. Assinale a alternativa que preencha corretamente os espaços em branco:


"Ainda ............................ furiosa, mas com ..................................... violência, proferia injúrias .....................................
para escandalizar os mais arrojados."
a) meia – menas – bastantes;
b) meia – menos – bastantes;
c) meio – menos – bastante;
d) meio – menos – bastantes;
e) meia – menas – bastantes.

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09. Assinale a alternativa em que há erro de concordância nominal:

a) Com opinião e propostas claras desfez as dúvidas que pairavam sobre a questão.
b) Tenho por mentirosos o réu e seu cúmplice.
c) Por que os namorados preferem andar só, detestando as companhias?
d) Sua atitude, seu olhar, seu gesto suspeito chamou a atenção da polícia.
e) Não temos razões bastantes para impugnar sua candidatura.

10. Assinale a alternativa em que a concordância nominal está de acordo com a norma culta.

a) A moça mesmo me disse que andava meia aborrecida com a vida.


b) O Presidente visitou as novas instalações da escola. Sua Excelência estava bem disposto e bem-humorado.
c) A declaração de bens foi mandada anexo ao processo, pode verificar.
d) Sabemos que é necessário a paciência da mãe para suportar manha de criança.
e) Consegui comprar o que queria: um carro zero e um terreno próximos à praia.

11. Assinale a alternativa cuja redação não está de acordo com a norma culta.

a) Todos, parentes, amigos e vizinhos permaneceram juntos.


b) Seguem inclusas as certidões solicitadas.
c) As alunas foram ao teatro juntas com o professor de Educação Artística.
d) Patrícia e Luís, esquecidos de si próprios, cuidavam da filha.
e) Muito obrigados ficamos a você, por acompanhar-nos ao local do vestibular.

12. Preencha as lacunas das frases abaixo.

Vocês estão ............................. com a tesouraria.


As janelas ................................... abertas deixavam entrar a leve brisa.
Vai .......................... à presente a relação dos livros solicitados.
As matas foram ................................. danificadas pelo fogo.
É ...................... a entrada de animais.

A alternativa contendo a sequência verdadeira, de cima para baixo, é:


a) quite – meia – anexa – bastantes – proibida;
b) quites – meia – anexa – bastantes – proibida;
c) quite – meio – anexo – bastante – proibido;
d) quites – meio – anexa – bastante – proibida;
e) quites – meio – anexo – bastante – proibido.

13. Assinale a alternativa incorreta quanto à concordância.

a) No calor, água é bom para refrescar.


b) Deficiências de verbas não é o suficiente para desencorajar novas atividades técnicocientíficas.
c) Sambistas os mais brilhantes possível participaram dos desfiles.
d) Houve atitudes o mais belas possível.
e) Houve atitudes as mais belas possíveis.

14. Assinale a alternativa em que a frase está gramaticalmente correta quanto à concordância nominal.
a) Eles estão só.
b) Não gostei dos seus ternos azul-celestes.
c) Pimenta não é bom, mas no momento é prato propício.
d) Vendeu duas meia entradas para o teatro.
e) Só as meninas estão meias sonolentas.

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15. Assinale a alternativa incorreta quanto à concordância nominal:


a) Foram previstas grandes safras para o próximo ano.
b) O juiz deu por terminada a audiência e foi para a outra sala.
c) Todas as estatísticas que comprovam meus argumentos estão anexas a esta monografia.
d) Não revele tais segredos. Ainda é necessário essa discrição.
e) Entretidos com seus brinquedos, Guido e suas irmãs nem olharam para mim.

16. Assinale a alternativa em que o vocábulo destacado, segundo a norma gramatical, poderia igualmente aparecer
flexionado em outro gênero.
a) "... permite que uns meninos boêmios e esquisitos toquem música [...] nas suas missas."
b) "... começa a [...] abrir novas portas e janelas."
c) "... e também pelas minhas leituras e opiniões."
d) "... nós apegávamos a tesouros e pompas terrenos."
e) "Esse é o caso de muitos escritores e pensadores católicos..."

17. Todas as alternativas estão corretas quanto à concordância nominal, exceto em:

a) Todos os executivos da empresa optaram por champanha francês.


b) Homens e mulheres sindicalizados reivindicavam segurança no trabalho.
c) É proibido entrada de pessoas não identificadas naquele recinto.
d) O garimpeiro comemorou a descoberta de quinhentas gramas de ouro.
e) Durante o debate, a plenária permaneceu meio silenciosa.

GABARITO

01 02 03 04 05 06 07 08 09
D D E E E E E D C
10 11 12 13 14 15 16 17
B C D C C D D D

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09. Pontuação

RELEVÂNCIA DO ASSUNTO EM PROVAS: Alta. Em quase todas as provas esse tema é abordado. No CESPE, na
FCC e na ESAF a abordagem é bem reflexiva, ou seja, essas organizadoras costumam usar o sistema de pontuação do
texto da própria prova, e questionam a justificativa para se ter ou não uma vírgula, um ponto, uma travessão etc. Elas
também propõem trocas de vírgulas, por travessões, por exemplo; podem também querer que você note a mudança de
sentido quando certas vírgulas são suprimidas; ou podem propor reconstruções no próprio texto a fim de que você jul-
gue se estão ou não respeitando a norma culta. Já CESGRANRIO, UECE, IMPARH, FGV, CONESUL, dentre outras, são me-
nos reflexivas: usam, com mais freqência, frases soltas e fora de contexto, o que prejudica muito a avaliação do candida-
to.

DICA: Aproveite esse assunto para relembrar ou sedimentar conceitos extremamente complexos, como o de
Aposto (tanto o explicativo como o enumerativo), Adjuntos Adverbiais, Orações subordinadas (tanto as adjetivas como
as adverbiais), Oração intercalada etc. Caso você deseje dar uma conferida nesses conceitos antes, não é nada mal; pelo
contrário, só quem ganha é você.

DICA DE ESTUDO: Depois de passar por esse assunto, procure (sempre que estiver lendo qualquer texto) justifi-
car certos sinais de pontuação. Como a vírgula é o sinal mais complexo e versátil (por isso é o mais cobrado em provas),
tente (sozinho mesmo) apresentar justificativas coerentes para aquela vírgula que está lá no artigo que você está lendo
enquanto espera sua vez na fila do banco. Dá para realizar esse reflexivo exercício com os outros sinais de pontuação. Se
eu fosse você, seguia essa dica. Fazendo esse exercício, você ainda ganhará muito na leitura, você aprenderá a ler me-
lhor, logo, terá mais facilidades com as questões de interpretação de texto. Veja como é proveitosa essa aula!

POSSIBILIDADE DE CAIR NA PROVA: Considerável para todos os níveis (mínimo de duas questões por prova).

STATUS: Em sala e com o professor.

Apresentação

Em qualquer língua, existem certos recursos – como pausa, melodia, entonação e até mesmo, silêncio – que só estão
presentes na oralidade. Na forma escrita da linguagem, no intuito de substituir tais recursos, usamos os sinais de pon-
tuação. Estes são também usados para destacar palavras, expressões ou orações e esclarecer o sentido de frases, a fim
de dissipar qualquer tipo de ambiguidade.

1. VÍRGULA

Emprega-se a vírgula (uma breve pausa):

a) para separar os elementos mencionados numa relação:

- Aquela sala é grande, arejada, iluminada e bem decorada.

Obs.: os elementos de uma lista sempre pertencem à mesma classe gramatical e têm a mesma função sintática.

- O apartamento tem três quartos, sala de visitas, sala de jantar, área de serviço e dois banheiros.

A pontuação abaixo também está correta:


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- O apartamento tem três quartos, sala de visitas, sala de jantar, área de serviço, dois banheiros.

A pontuação abaixo, contudo, está incorreta: não se usa “, e” para concluir listas.

- O apartamento tem três quartos, sala de visitas, sala de jantar, área de serviço, e dois banheiros.

- O apartamento tem três quartos, sala de visitas, sala de jantar, área de serviço e dois banheiros.

NOTA
Mesmo que o e venha repetido antes de cada um dos elementos da enumeração, a vírgula deve ser empregada:

- Rodrigo estava nervoso. Andava pelos cantos, e gesticulava, e falava em voz alta, e ria, e roía as unhas.

Obs.: O nome do fenômeno que se dá na frase acima é polissíndeto (ou seja, presença de várias (poli) conjunções (sín-
deto, que vem do grego).

b) para isolar o vocativo:

- Cristina, venha aqui agora!

- O que acontece, Ricardo, é que você não escuta ninguém.

c) para isolar o aposto:

- Alex Atala, um dos maiores chefs do mundo, é um brasileiro apaixonado por sua cultura.

Variações quanto ao posicionamento do aposto explicativo.

- É um brasileiro apaixonado por sua cultura Alex Atala, um dos maiores chefs do mundo.

- Um dos maiores chefs do mundo, Alex Atala é um brasileiro apaixonado por sua cultura.

Variações quanto à pontuação.

- Alex Atala ― um dos maiores chefs do mundo ― é um brasileiro apaixonado por sua cultura.

- Alex Atala (um dos maiores chefs do mundo) é um brasileiro apaixonado por sua cultura.

- É um brasileiro apaixonado por sua cultura Alex Atala ― um dos maiores chefs do mundo.

- É um brasileiro apaixonado por sua cultura Alex Atala (um dos maiores chefs do mundo).

É um brasileiro apaixonado por sua cultura Alex Atala: um dos maiores chefs do mundo.

d) para isolar palavras e expressões explicativas (a saber, por exemplo, isto é, ou melhor, aliás, além disso etc.):

- Seus estudos eram muito empíricos, isto é, baseavam-se em um critério de observação.

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- Pedro e Karina viajaram para a Europa, aliás, para o Leste europeu.

e) para isolar o adjunto adverbial antecipado:

Lembrete: o que temos abaixo é uma mera especulação com base nos gabaritos das bancas CESPE e FCC, pois ne-
nhum gramático ousa resolver tal imbróglio.

REALIDADE A:

1 2 3

Adjuntos com até três termos: o CESPE, normalmente, vê as vírgulas ou a vírgula como facultativa(s).

Adjuntos com até três termos: a FCC, normalmente, vê as vírgulas ou a vírgula como facultativa(s).

REALIDADE B:

1 2 3 4

Adjuntos a partir de quatro termos: o CESPE, normalmente, vê as vírgulas ou a vírgula como obrigatória(s).

Adjuntos a partir de quatro termos: a FCC, normalmente, vê as vírgulas ou a vírgula como obrigatória(s).

"No ano de 2007, eu estava à frente da 28ª DP, investigava a atuação da milícia naquele local e recebi, via disque-
denúncia, três informes sobre a possibilidade de um atentado que seria feito contra a minha pessoa", disse o investiga-
dor.

- À tarde, todos assistiram ao jogo do Brasil.

f) para isolar os adjuntos adverbiais:

- A multidão foi, aos poucos, avançando para o palco principal.

- Os candidatos serão atendidos, das sete às onze, pelo próprio gerente.

g) para isolar, nas datas, o nome do lugar:

- Fortaleza, 22 de maio de 2015.

- Paris, 13 de dezembro de 2015.

h) para isolar as orações coordenadas6:

- O médico chegou cedo e começou logo o expediente.

6
Aqui existe uma pequena polêmica. Para alguns gramáticos, a vírgula antes das conjunções coordenadas (principalmente a E) é obrigatória. Entretanto, gramáticos
renomados, como Evanildo Bechara e Celso Cunha discordam dessa opinião. Para Bechara “A vírgula pode ser usada para separar orações coordenadas aditivas ainda
que sejam iniciadas pela conjunção E, proferida com pausa” ( Moderna Gramática da Língua Portuguesa, p.609). Para Cunha, a vírgula antes do E só aparecerá se os
sujeitos das duas orações forem diferentes.
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- Ele já enganou várias pessoas, logo não é digno de confiança.

- Na manhã de hoje, houve um novo deslizamento de terra, mas, segundo o coordenador da Defesa Civil de Santos, a
queda do bloco não modificou a questão da segurança do local.7

- Não compareci ao trabalho ontem, pois estava doente.

(Obs.: Veja que a estrutura “,pois” poderia ser substituída por dois-pontos).

- Cheguei bem cedo ao estádio; não vi, entretanto, a apresentação do hino nacional.

(Obs.: Não se esqueça de que, nesse caso, as vírgulas que envolvem a conjunção “entretanto” são obrigatórias porque a
conjunção está posposta ao verbo VER. Sempre que a conjunção estiver posposta ao verbo, uso obrigatório de duas
vírgulas).

CONJUNÇÕES X PONTUAÇÃO

CONJUNÇÕES LEVES (VERSÃO I)

____________________ , e _____________________
Ou _________________ , ou ___________________
____________________ , mas___________________
____________________, pois__________________
____________________, porque________________
____________________, que___________________

CONJUNÇÕES LEVES (VERSÃO II)

____________________; e _____________________
Ou _________________; ou ___________________
____________________; mas___________________
____________________; pois_______________
____________________; porque________________
____________________; que___________________

Cuidado com a conjunção “e”:

a) O homem chegou, e fez logo o seu serviço.

Vírgula facultativa, pois os sujeitos das duas orações são iguais.

b) O tempo muda tudo, e as pessoas buscam, às vezes, o seu melhor.

Vírgula obrigatória, pois os sujeitos das orações são diferentes.

7
Para Bechara e Cunha é possível, antes de conjunções adversativas, usar também o PONTO-E-VÍRGULA quando há a intenção de realçar o con-
traste entre as duas orações.
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c) O amor colocou tudo em desordem no coração do homem, e estava feliz.

Vírgula obrigatória, pois a conjunção “e” tem valor de “mas”.

d)O Brasil venceu a Copa, e todos foram às ruas comemorar.

Vírgula obrigatória, pois a conjunção “e” tem valor de “portanto”.

e) A conjunção “e” nunca fica entre vírgulas:

- O time jogou bem, e, depois de muitas tentativas, fez o gol.

Obs.: quem está entre vírgulas é o adjunto adverbial “depois de muitas tentativas”.

CONJUNÇÕES PESADAS (VERSÃO I)

____________________, porém________________
____________________, contudo_______________
____________________, todavia _______________
____________________, entretanto_____________
____________________, no entanto_____________
____________________, em contrapartida_______
____________________, todavia________________
____________________, portanto_______________
____________________, logo__________________
____________________, assim_________________

CONJUNÇÕES PESADAS (VERSÃO II)

(Essa versão somente será possível quando a conjunção estiver deslocada do verbo ou do sujeito).

____________________, porém,________________
____________________, contudo,_______________
____________________, todavia, _______________
____________________, entretanto,____________
____________________, no entanto,____________
____________________, em contrapartida,______
____________________, todavia,_______________
____________________, portanto,______________
____________________, logo,_________________
____________________, assim,________________

CONJUNÇÕES PESADAS (VERSÃO III)

____________________; porém________________
____________________; contudo_______________
____________________; todavia _______________
____________________; entretanto_____________
____________________; no entanto_____________
____________________; em contrapartida_______
____________________; todavia________________
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____________________; portanto_______________
____________________; logo__________________
____________________; assim_________________

CONJUNÇÕES PESADAS (VERSÃO IV)

____________________. Porém,________________
____________________. Contudo,______________
____________________. Todavia, ______________
____________________. Entretanto,____________
____________________. No entanto,____________
____________________. Em contrapartida,______
____________________. Todavia,_______________
____________________. Portanto,______________
____________________. Logo,_________________
____________________. Assim,________________

i) para indicar a elipse de um elemento da oração:

Obs.: Elipse quer dizer apagamento.

- Foi um grande escândalo. Às vezes gritava; outras, estrebuchava como um animal.

- O europeu costuma beber vinho em suas refeições; o sul-americano, refrigerante.

j) após a saudação em correspondência (social e comercial):

- Atenciosamente,

- Respeitosamente,

k) para isolar as orações adjetivas explicativas:

A)Explicativas: com vírgula(s), mas sem subentendidos.

B) Restritivas: sem vírgula(s), mas com subentendidos.

i- Sofre na vida o homem que não reconhece seus erros.

(Apenas os homens que não reconhecem seus erros sofrem).

ii- Sofre na vida o homem, que não reconhece seus erros.

(Todos os homens sofrem na vida).

- Dilma Russef, que é a Presidenta do Brasil, virá a Fortaleza no fim do ano.

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- Os médicos, que nem sempre tratam bem os pacientes, receberam um “não” do Conselho Regional de Medicina quan-
to ao aumento de salário.

- Por ser fã de águas profundas e de grandes deslocamentos, esse gigantesco bicho, que pode chegar a 2 toneladas, dá
muito trabalho para ser estudado.

- Fortaleza, onde há muitos concurseiros, é referência quando se fala em aprovação.

- O homem, cujo destino fatal é morte, mistifica a vida para suportá-la.

l) para isolar orações intercaladas:

- A maior invenção do mundo, exemplifica o escritor em entrevista ao jornal, é o papel higiênico.

- Não lhe posso, respondi secamente, garantir nada.

2. PONTO

Emprega-se o ponto, basicamente, para indicar o término de um frase declarativa de um período simples ou
composto.
Desejo-lhe uma feliz viagem.

A casa, quase sempre fechada, parecia abandonada, no entanto tudo no seu interior era conservado com pri-
mor.

O ponto é também usado em quase todas as abreviaturas, por exemplo: fev. = fevereiro, hab. = habitante, rod. =
rodovia.

O ponto que é empregado para encerrar um texto escrito recebe o nome de ponto final.

3. PONTO-E-VÍRGULA

Utiliza-se o ponto-e-vírgula para assinalar uma pausa maior do que a da vírgula, praticamente uma pausa inter-
mediária entre o ponto e a vírgula. Geralmente, emprega-se o ponto-e-vírgula para:

a) separar orações coordenadas cujo sentido anterior deve ser enfatizado:

- Ele chegou adiantado, como de costume; por isso presenciou a cena desde o começo.
- A maioria dos alunos passou de ano; porém não houve a tradicional festa de formatura.

b) num trecho longo, onde já existam vírgulas, para enunciar pausa mais forte.

- Destacam-se, na Conjuração Mineira, Joaquim José da Silva Xavier, alcunhado Tiradentes; o poeta Claudio Manoel da
Costa, autor do poema épico Vila Rica; o poeta Tomás Antônio Gonzaga, autor de Marília de Dirceu; o desembargador
Inácio Alvarenga Peixoto; e o padre Luis Viera da Silva, em cuja biblioteca se reuniam os conjurados.

Veja que, sem os sinais de ponto e vírgula, a frase ficaria muito desorganizada.

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- Destacam-se, na Conjuração Mineira, Joaquim José da Silva Xavier, alcunhado Tiradentes, o poeta Claudio Manoel da
Costa, autor do poema épico Vila Rica, o poeta Tomás Antônio Gonzaga, autor de Marília de Dirceu, o desembargador
Inácio Alvarenga Peixoto e o padre Luís Viera da Silva, em cuja biblioteca se reuniam os conjurados.

- Vamos formar três equipes: João, Paulo e Carlos pertencem ao grupo azul; Maria, Jorge e Rute, ao vermelho; e Otávio,
Andréa e Lucas, ao branco.

c) separar vários itens de uma enumeração:

Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;
III - pluralismo de ideias e de concepções, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
IV - gratuidade do ensino em estabelecimentos oficiais.

(Constituição da República Federativa do Brasil)

4. DOIS-PONTOS

Os dois-pontos são empregados para:

a) uma enumeração:

- Comprou dois presentes: um livro e uma camiseta regata.

Obs.: Veja que, se os dois-pontos fossem substituídos por vírgula, os sentidos originais seriam alterados, mas a correção
gramatical seria preservada.

b) uma citação:

- Visto que ela nada declarasse, o marido indagou:


― Afinal, o que houve?

- Irritada, Dilma declarou: “Não há crise no Brasil”.

c) um esclarecimento:

- Joana conseguira enfim realizar seu desejo maior: seduzir Pedro. Não porque o amasse, mas para magoar Lucila.

Observe que os dois-pontos são também usados na introdução de exemplos, notas ou observações.

- Parônimos são vocábulos diferentes na significação e parecidos na forma. Exemplos: ratificar/retificar, censo/senso,
descriminar/discriminar etc.

- Nota: A preposição per, considerada arcaica, somente é usada na frase de per si (= cada um por sua vez, isoladamente).

NOTA
A invocação em correspondência (social ou comercial) pode ser seguida de dois-pontos ou de vírgula:
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Querida amiga:
Prezados senhores,

5. PONTO DE INTERROGAÇÃO

O ponto de interrogação é empregado para indicar uma pergunta direta, ainda que esta não exija resposta:

O criado pediu licença para entrar:


- O senhor não precisa de mim?
- Não obrigado. A que horas janta-se?
- Às cinco, se o senhor não der outra ordem.
- Bem.
- O senhor sai a passeio depois do jantar? de carro ou a cavalo?
- Não.
(José de Alencar)

6. PONTO DE EXCLAMAÇÃO

O ponto de exclamação é empregado para marcar o fim de qualquer enunciado com entonação exclamativa,
que normalmente exprime admiração, surpresa, assombro, indignação etc.

- Viva o meu príncipe! Sim, senhor... Eis aqui um comedouro muito compreensível e muito repousante, Jacinto!
- Então janta, homem!
(Eça de Queiroz)

NOTA
O ponto de exclamação é também usado com interjeições e locuções interjetivas:
Oh!
Valha-me Deus!

7. RETICÊNCIAS

As reticências são empregadas para:

a) assinalar interrupção do pensamento:

- Bem, eu retiro-me, que sou prudente. Levo a consciência de que fiz o meu dever. Mas o mundo saberá...

(Júlio Dinis)

b) indicar passos que são suprimidos de um texto:

Assim, só aparece aos nossos olhos uma verdade que seria riqueza, fecundidade, força doce e insidiosamente universal.
E ignoramos, em contrapartida, a vontade de verdade, como prodigiosa maquinaria destinada a excluir todos aqueles
[...].

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(FOUCAULT: A ordem dos discursos).

c) marcar aumento de emoção:

- As palavras únicas de Teresa, em resposta àquela carta, significativa da turvação do infeliz, foram estas: "Morrerei,
Simão, morrerei. Perdoa tu ao meu destino... Perdi-te... Bem sabes que sorte eu queria dar-te... E morro, porque não
posso, nem poderei jamais resgatar-te.
(Camilo Castelo Branco)

8. ASPAS

As aspas são empregadas:

a) antes e depois de citações textuais:

- Roulet afirma que "o gramático deveria descrever a língua em uso em nossa época, pois é dela que os alunos necessi-
tam para a comunicação quotidiana".

b) para assinalar estrangeirismos, neologismos, gírias e expressões populares ou vulgares:

- O "lobby" para que se mantenha a autorização de importação de pneus usados no Brasil está cada vez mais descarado.

- Depois daquele encontro, ele saiu “queimado” da reunião.

- Com a chegada da polícia, os três suspeitos "puxaram o carro" rapidamente.

c) para realçar uma palavra ou expressão:

- Ele reagiu impulsivamente e lhe deu um "não" sonoro.

9. TRAVESSÃO

Emprega-se o travessão para:

a) indicar a mudança de interlocutor no diálogo:

― Que gente é aquela, seu Alberto?


― São japoneses.
― Japoneses? E... é gente como nós?
― É. O Japão é um grande país. A única diferença é que eles são amarelos.
― Mas, então não são índios?

(Ferreira de Castro)

b) colocar em relevo certas palavras ou expressões:

Um novo livro ─ muito bem comentado pela crítica ─ foi lançado na livraria do centro.
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Um grupo de turistas estrangeiros ― todos muito ruidosos ― invadiu o saguão do hotel no qual estávamos hospedados.

10. PARÊNTESES

Os parênteses são empregados para:

a) destacar num texto qualquer explicação ou comentário:

- Além dos bombeiros e da Defesa Civil, trabalham no resgate equipes do Instituto Geológico (IG) e Instituto de Pesqui-
sas Tecnológicas (IPT), do governo de São Paulo, e a Polícia Civil do Guarujá (litoral de SP).

b) isolar orações intercaladas com verbos declarativos, em substituição à vírgula e aos travessões:

- Afirma-se (não se prova) que é muito comum o recebimento de propina para que os carros apreendidos sejam libera-
dos sem o recolhimento das multas.

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 01 (Padrão CESPE)

01- “Na Grécia antiga, a arrogância (Hybris) era o maior de todos os pecados, aquele que não tinha remissão. Os deuses
não o perdoavam porque, para eles, escondia o mais nefasto dos desejos: o de se igualar aos próprios deuses”.

► Por introduzir uma explicação, o sinal de dois-pontos ( após “desejos”) admite a substituição pelo sinal de vírgula
seguido de uma oração subordinada iniciada por “que era”.

02- “O grande fenômeno da primeira década do século XXI na economia mundial foi a ascensão da China como protago-
nista de primeira grandeza na produção e nas finanças, com consequências marcantes para o resto do mundo. Para
o Brasil, a influência mais direta deu-se por meio das exportações de commodities, que cresceram a ponto de a
China ter-se tornado, em 2009, o maior mercado para as empresas brasileiras”.

► O emprego de vírgula logo após “commodities” (2º período) justifica-se por isolar oração explicativa subsequente.

03- “A Semana de Arte Moderna em São Paulo, no ano de 1922, foi motivada pelo Futurismo italiano. O Cinema Novo, a
partir de 1954, inspirou-se no Neorrealismo da Itália e na Nouvelle Vague da França. Outras artes, incluindo pintu-
ra, escultura, coreografia, música erudita e popular, absorveram fórmulas imigrantes, mesmo que seus mestres
buscassem identificações brasileiras”.

► O emprego de vírgulas logo após “pintura”, “escultura” e “coreografia” (3º período) tem justificativas gramaticais
diversas.

04- “A Semana de Arte Moderna em São Paulo, no ano de 1922, foi motivada pelo Futurismo italiano. O Cinema Novo, a
partir de 1954, inspirou-se no Neorrealismo da Itália e na Nouvelle Vague da França”.

► O emprego de vírgula logo após “Novo” justifica-se por isolar aposto explicativo.
05- “Um governo, ou uma sociedade, nos tempos modernos, está vinculado a um pressuposto que se apresenta como
novo em face da Idade Antiga e Média, a saber: a própria ideia de democracia”.

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► Seriam preservadas as relações semânticas do texto, a coerência da argumentação e a correção gramatical, caso
fossem retiradas a expressão “a saber” e a vírgula que a precede.

06- “No projeto Segurança Pública para o Brasil, da Secretaria Nacional de Segurança Pública, aponta-se como principal
causa do aumento da criminalidade o tráfico de drogas e de armas. A articulação entre esses dois ilícitos potencia-
liza e diversifica as atividades criminosas. Homicídios dolosos, roubos, furtos, sequestros e latrocínios estão, fre-
quentemente, associados ao consumo e venda de drogas e à utilização de armas ilegais”.

► A supressão das vírgulas que isolam a expressão "da Secretaria Nacional de Segurança Pública" alteraria o sentido do
texto, visto que estaria subentendida a existência de, pelo menos, mais um projeto denominado Segurança Pública para
o Brasil.

07- Hoje, escreve Calvino, a velocidade de Mercúrio precisaria ser complementada pela persistência flexível de Vulcano,
um “deus que não vagueia no espaço, mas que se entoca no fundo das crateras, fechado em sua forja, onde fabri-
ca interminavelmente objetos de perfeito lavor em todos os detalhes — joias e ornamentos para os deuses e deu-
sas, armas, escudos, redes e armadilhas”.

► A colocação de vírgula antes e depois do vocábulo "interminavelmente" não prejudicaria a correção gramatical do
texto.

08- “Uma parte do eleitorado deixará voluntariamente de opinar sobre a constituição do poder político. O desinteresse
pela política e a descrença no voto são registrados como mera “escolha”, sequer como desobediência civil ou pro-
testo. A consagração da alienação política como um direito legal interessa aos conservadores, reduz o peso da so-
berania popular e desconstitui o sufrágio como universal”.

► Ao se trocar o ponto-final logo após "político" por vírgula e, logo após, inserir-se a conjunção embora, seria formado
um período coerente.

09- “A ocultação, pela indústria do asbesto (amianto), dos perigos representados por seus produtos provavelmente
custou tantas vidas quanto as destruídas por todos os assassinatos ocorridos nos Estados Unidos da América duran-
te uma década inteira; e outros produtos perigosos, como o cigarro, também provocam, a cada ano, mais mortes
do que essas”.

► Não haveria prejuízo para o sentido original do texto nem para a correção gramatical caso a expressão "a cada ano"
fosse deslocada, com as vírgulas que a isolam, para imediatamente depois de "e".

10- “No lugar de alta carga tributária e estrutura de impostos inadequada, o país deve priorizar investimentos que ex-
pandam a produção e contribuam simultaneamente para o aumento de produtividade, como é o caso dos gastos
com educação. É dessa forma que são criadas boas oportunidades de trabalho, geradoras de renda, de maneira
sustentável”.

► A ausência de vírgula logo após o termo "investimentos" permite concluir que, segundo o autor do texto, é necessá-
rio que, no Brasil, sejam priorizados investimentos voltados para a expansão da produção e para o aumento da produti-
vidade.

GABARITO

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C C E E C C C E C C

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EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 02

01. Em relação à pontuação do texto, assinale a opção correta.

A água pode ter diversas finalidades, como: abastecimento humano, dessedentarão animal, irrigação, indústria, ge-
ração de energia elétrica, lazer, navegação etc. Muitas vezes, esses usos podem ser concorrentes, o que gera confli-
tos entre setores usuários ou mesmo impactos ambientais. Nesse sentido, é necessário gerir e regular os recursos
hídricos, acomodando as demandas econômicas, sociais e ambientais por água em níveis sustentáveis, para permitir
a convivência dos usos atuais e futuros da água sem conflitos. Por isso, a outorga é fundamental, pois, ordenando e
regularizando o uso da água, é possível assegurar ao usuário o efetivo acesso a ela, bem como realizar o controle
quantitativo e qualitativo dos usos desse precioso recurso.

(José Machado http://www.ana.gov.br/SalaImprensa/ artigos/ set.2008.pdf)

a) As vírgulas presentes após os “dois pontos” (no primeiro período do texto) justificam-se porque isolam elemen-
tos de mesma função gramatical, componentes de uma enumeração.
b) O emprego do sinal de dois-pontos (no primeiro período) justifica-se por anteceder oração subordinada adjetiva
restritiva.
c) A vírgula apos “Muitas vezes”(antes de “etc”) justifica-se para isolar conjunção temporal.
d) O emprego de vírgula apos “hídricos”(no terceiro período) justifica-se para isolar oração subordinada adverbial
comparativa.
e) O emprego de vírgula após “fundamental” (último período do texto) justifica-se por isolar oração subordinada
adverbial.

02. Em relação ao texto, assinale a opção incorreta a respeito dos sinais de pontuação.

O governo, de janeiro a maio deste ano, arrecadou R$ 937 milhões adicionais por meio do Programa de Integração
Social – PIS. Em dezembro do ano passado, a alíquota da contribuição subiu de 0,65% para 1,65%. O aumento foi
concedido para compensar possíveis perdas de arrecadação com o fim da cumulatividade – incidência da contribui-
ção em todas as etapas da fabricação do mesmo produto –, que foi aprovado no final do ano passado.

(Sílvia Mugnatto, Folha de S.Paulo, 01/09/2003)

a) As duas primeiras vírgulas do texto se justificam por isolar um complemento circunstancial intercalado entre o
sujeito e o predicado do período.
b) Eliminando-se o travessão (presente no primeiro período), “PIS” poderia estar entre parênteses, sem prejuízo
gramatical para o período.
c) Se a expressão “Em dezembro do ano passado” (início do segundo período) estivesse no final do período (com
minúscula) não haveria exigência de isolá-la antecedendo-a com uma vírgula.
d) Os travessões das linhas (presentes no último período) poderiam ser substituídos por parênteses e o período se
manteria gramaticalmente correto.
e) A vírgula, após o último travessão do texto, justifica-se para isolar a subsequente oração de caráter relativo.

03. Assinale a opção em que o emprego dos sinais de pontuação está correto.

a) Motoristas e montadoras de automóveis, não terão que desembolsar mais recursos com a mudança para o bio-
diesel, pois esse combustível não exige nenhuma alteração nos motores dos veículos.
b) A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), assegurou a garantia dos motores
dos veículos que utilizarem o biodiesel misturado ao diesel na proporção de 2%, como foi autorizado.
c) Além disso, o combustível renovável poderá ser usado, em substituição ao óleo diesel em usinas termelétricas,
na geração de energia elétrica em comunidades de difícil acesso, como é o caso de diversas localidades na regi-
ão Norte.
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d) Para autorizar o uso do biodiesel no mercado nacional, o governo, editou um conjunto de atos legais que tratam
dos percentuais de mistura do biodiesel ao diesel, da forma de utilização e do regime tributário.
e) Tal regime, considera a diferenciação das alíquotas com base na região de plantio, nas oleaginosas e na catego-
ria de produção (agronegócio e agricultura familiar). O governo cria também o Selo Combustível Social e isenta a
cobrança do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

(Adaptado de Em Questão, n. 261 - Brasília, 08 de dezembro de 2004)


04. Nos textos apresentados, marque o período em que ocorre erro de pontuação.

a) O Direito do Trabalho tem sua origem ligada, visceralmente, à historiografia da crise econômica.
b) Nos seus períodos pré-histórico e protohistórico, que significaram, na lapidar expressão do professor José Mar-
tins Catharino, a gestação mais longínqua e a transição para uma sistematização científica do fenômeno laboral,
a influência da economia é visível, como substrato do Direito do Trabalho.
c) A denominada “Questão Social”, iniciada no século XVIII, fase proto-histórica por excelência do Direito do Traba-
lho, catalisou a formação do novo ramo da Ciência Jurídica.
d) O liberalismo clássico discursou sobre a liberdade, mas, em verdade, usou-a para continuar a espoliação da
massa anônima de trabalhadores.
e) Nascia portanto, o direito laboral de uma realidade fática incontestável: a necessidade de proteção à dignidade
da pessoa do trabalhador.

(Weliton Sousa de Carvalho)

01 02 03 04
A E C E

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 03

01. Assinale a sequência correta dos sinais de pontuação que devem ser usados nas lacunas da frase abaixo. Não ca-
bendo qualquer sinal, O indicará essa inexistência:

‘Aos poucos .... a necessidade de mão-de-obra foi aumentando .... tornando-se necessária a abertura dos portos
.... para uma outra população de trabalhadores ..... os imigrantes’.

a) O - ponto e vírgula - vírgula - vírgula


b) O - O - dois pontos - vírgula
c) vírgula, vírgula - O - dois pontos
d) vírgula - ponto e vírgula - O - dois pontos
e) vírgula - dois pontos - vírgula - vírgula

02. (IBGE) Assinale a sequência correta dos sinais de pontuação que devem preencher as lacunas da frase abaixo. Não
havendo sinal, O indicará essa inexistência.

“Na época da colonização ..... os negros e os indígenas escravizados pelos brancos ..... reagiram ..... indiscutivel-
mente ..... de forma diferente”.

a) O - O - vírgula - vírgula
b) O - dois pontos - O - vírgula
c) O - dois pontos - vírgula - vírgula
d) vírgula - vírgula - O - O
e) vírgula - O - vírgula - vírgula

03. Assinale a alternativa cuja frase está corretamente pontuada:


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a) O sol que é uma estrela, é o centro do nosso sistema planetário.


b) Ele, modestamente se retirou.
c) Você pretende cursar Medicina; ela, Odontologia.
d) Confessou-lhe tudo; ciúme, ódio, inveja.
e) Estas cidades se constituem, na maior parte de imigrantes alemães.

04. No período a seguir: “Os textos são bons e entre outras coisas demonstram que há criatividade”. Cabem no má-
ximo:

a) 3 vírgulas
b) 4 vírgulas
c) 2 vírgulas
d) 1 vírgula
e) 5 vírgulas

05. Assinale o texto de pontuação correta:

a) Não sei se disse, que, isto se passava, em casa de uma comadre, minha avó.
b) Eu tinha, o juízo fraco, e em vão tentava emendar-me: provocava risos, muxoxos, palavrões.
c) A estes, porém, o mais que pode acontecer é que se riam deles os outros, sem que este riso os impeça de con-
servar as suas roupas e o seu calçado.
d) Na civilização e na fraqueza ia para onde me impeliam muito dócil muito leve, como os pedaços da carta de
ABC, triturados soltos no ar.
e) Conduziram-me à rua da Conceição, mas só mais tarde notei, que me achava lá, numa sala pequena.

Instruções para as questões de números 06 e 07:


Os períodos abaixo apresentam diferenças de pontuação, assinale a letra que corresponde ao período de pontua-
ção correta:

06.
a) Pouco depois, quando chegaram, outras pessoas a reunião ficou mais animada.
b) Pouco depois quando chegaram outras pessoas a reunião ficou mais animada.
c) Pouco depois, quando chegaram outras pessoas, a reunião ficou mais animada.
d) Pouco depois quando chegaram outras pessoas a reunião, ficou mais animada.
e) Pouco depois quando chegaram outras pessoas a reunião ficou, mais animada.

07.
a) Precisando de mim procure-me; ou melhor telefone que eu venho.
b) Precisando de mim procure-me, ou, melhor telefone que eu venho.
c) Precisando, de mim, procure-me ou melhor, telefone, que eu venho.
d) Precisando de mim, procure-me; ou melhor, telefone, que eu venho.
e) Precisando, de mim, procure-me ou, melhor telefone que eu venho.

08. Os períodos abaixo apresentam diferenças de pontuação. Assinale a letra que corresponde ao período de pontua-
ção correta:

a) José dos Santos paulista, 23 anos vive no Rio.


b) José dos Santos paulista 23 anos, vive no Rio.
c) José dos Santos, paulista 23 anos, vive no Rio.
d) José dos Santos, paulista 23 anos vive, no Rio.
e) José dos Santos, paulista, 23 anos, vive no Rio.

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Gabarito

01 02 03 04 05 06 07 08
C E C A C C D E

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 04 (Padrão Fundação Carlos Chagas)

01. Está inteiramente correta a pontuação do seguinte período:

a) Paralisada pelo veneno da vespa nada pode fazer, a lagarta, a não ser assistir viva à sua devoração, pelas larvas,
que saem dos ovos ali chocados.
b) Nada pode fazer, a lagarta paralisada, pelo veneno da vespa, senão assistir viva, à sua devoração pelas larvas
que saem dos ovos, e passam a se alimentar, das entranhas da vítima.
c) A pobre lagarta, paralisada pelo veneno da vespa assiste sem nada poder fazer, à sua devoração pelas larvas,
tão logo saiam estas dos ovos, que, a compulsória hospedeira, ajudou a chocar.
d) Compulsória hospedeira, paralisada pelo veneno da vespa, a pobre lagarta assiste à devoração de suas próprias
entranhas pelas larvas, sem poder esboçar qualquer tipo de reação.
e) Sem qualquer poder de reação, já que paralisada pelo veneno da vespa a lagarta, compulsoriamente, chocará os
ovos, e depois se verá sendo devorada, pelas larvas que abrigou em suas entranhas.

02. Está inteiramente correta a pontuação da seguinte frase:

a) Ficou claro no texto, que o autor não só abona as opiniões dos dois escritores citados, mas também, parece en-
tusiasmar-se com elas.
b) A ligação feita entre Amilcar Herrera e Alberto Caeiro, parece justificada pelo fato de que, para ambos o tema
da memória reveste-se, de fundamental importância.
c) Caso viéssemos a nos esquecer, do nosso próprio nome, será que de fato também nos esqueceríamos, dos tra-
ços essenciais de nossa identidade?
d) Se, a princípio o autor do texto não entendeu as palavras do amigo Herrera, nem por isso, deixou de compreen-
dê-las e de aceitá-las depois.
e) Supondo, por hipótese, que o nome próprio diga tanto do indivíduo, será que esquecê-lo redundaria, de fato,
em tanta liberdade de ação?

03. A pontuação está inteiramente correta em:

a) Nicolau Maquiavel analisando os problemas dos principados italianos, escreveu em plena Renascença, um tra-
tado sobre os fundamentos das ações políticas.
b) Em plena Renascença, Maquiavel, analisando os problemas dos principados italianos, escreveu O Príncipe, um
verdadeiro tratado de política.
c) Quando escreveu O Príncipe Maquiavel preocupou-se com os problemas, dos principados italianos, resultando
uma obra, considerada basilar, para quem se interesse por política.
d) Tendo escrito O Príncipe, em plena Renascença Maquiavel nos legou sem dúvida, um tratado sobre política cujo
valor continua sendo reconhecido em nosso tempo.
e) Poucos imaginariam que, aquele tratado sobre política datado da Renascença, teria um valor tal que se mante-
ria vivo, por tantos séculos, e, continuaria atual em plena modernidade.

04. Está inteiramente correta a pontuação do seguinte período:

a) Toda vez que é pronunciada, a palavra progresso, parece abrir a porta para um mundo, mágico de prosperidade
garantida.

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b) Por mínimas que pareçam, há providências inadiáveis, ações aparentemente irrisórias, cuja execução cotidiana
é, no entanto, importantíssima.
c) O prestígio da palavra progresso, deve-se em grande parte ao modo irrefletido, com que usamos e abusamos,
dessa palavrinha mágica.
d) Ainda que traga muitos benefícios, a construção de enormes represas, costuma trazer também uma série de
conseqüências ambientais que, nem sempre, foram avaliadas.
e) Não há dúvida, de que o autor do texto aderiu a teses ambientalistas segundo as quais, o conceito de progresso
está sujeito a uma permanente avaliação.

05. É preciso corrigir a pontuação da seguinte frase:

a) Comparações entre épocas, embora possam ser úteis, nem sempre são animadoras.
b) Não parece haver, de fato, muita vantagem no uso de rádios nas viaturas, se comparado com o antigo sistema
de apitos.
c) Embora mais ostensivas, que as de antigamente, as rondas noturnas de hoje, não têm a mesma eficiência.
d) Se mudasse a música dos apitos, algumas pessoas ficavam intranqüilas, mas voltavam a dormir, retomados os
trilados regulares.
e) Eram poucos, e quase sempre sem gravidade, os incidentes que quebravam a paz das antigas madrugadas.

Gabarito
01 02 03 04 05
D E B B C

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 05 (CESPE)

“Na lista dos aspectos positivos do projeto de Brasília, é preciso destacar a libertação do país do enorme poder de atra-
ção do litoral. Com a nova cidade, o Brasil afinal se voltou para seu interior, e a fronteira agrícola pôde se mover em
direção ao Centro-Oeste e ao Norte”.

O Globo, 21/4/2010 (com adaptações).

01- A vírgula após “interior” justifica-se porque isola um aposto oracional.

“Na lista dos aspectos positivos do projeto de Brasília, é preciso destacar a libertação do país do enorme poder de atra-
ção do litoral. Com a nova cidade, o Brasil afinal se voltou para seu interior, e a fronteira agrícola pôde se mover em
direção ao Centro-Oeste e ao Norte”.

O Globo, 21/4/2010 (com adaptações).

02- O emprego de vírgula logo após “Brasília” justifica-se porque isola adjunto adverbial anteposto à oração principal.

“A História não é feita apenas de brados retumbantes, de grandes decisões. Ela também é tecida pelo fio do acaso. Exis-
tiria Brasília se o candidato a presidente Juscelino Kubitschek não fizesse um comício, em 4 de abril de 1955, em Jataí,
Goiás?”.

O Globo, 21/4/2010 (com adaptações).

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03- A vírgula depois de “retumbante” justifica-se por isolar adjunto adverbial subsequente.

“A História não é feita apenas de brados retumbantes, de grandes decisões. Ela também é tecida pelo fio do acaso. Exis-
tiria Brasília se o candidato a presidente Juscelino Kubitschek não fizesse um comício, em 4 de abril de 1955, em Jataí,
Goiás?”.

O Globo, 21/4/2010 (com adaptações).

04- A expressão “em 4 de abril de 1955” está entre vírgulas por ser um dos elementos de uma enumeração.

“Ali, depois dos discursos, JK se colocou à disposição para ouvir perguntas de eleitores. Foi quando Antônio Soares Neto,
o Toniquinho, quis saber se o candidato cumpriria o dispositivo da Constituição (de 1946) que previa a mudança da capi-
tal para o Planalto Central”.

O Globo, 21/4/2010 (com adaptações).

05- O termo “o Toniquinho” está isolado por vírgulas por se tratar de vocativo.

“Muito embora cada um de nós seja movido pelo próprio existir, dependemos também de relações com pessoas que, ao
longo da vida, tornam-se coautoras dos nossos feitos. Até mesmo nas ações mais íntimas, que implicam rever valores
pessoais, estabelecer novas relações e fechar ciclos, existe uma parceria autoral”.

06- O emprego das vírgulas imediatamente após “íntimas” e logo após “pessoais” é obrigatório, visto que elas demar-
cam o início e o fim de uma oração com valor explicativo.

“Único bioma de ocorrência exclusiva no Brasil, que já ocupou 10% do território nacional, a caatinga experimenta um
processo acelerado de desmatamento — que pode significar a desertificação do semiárido nordestino”.

07- O trecho “que já ocupou 10% do território nacional” está entre vírgulas porque tem natureza restritiva.

08- Prejudica-se a correção gramatical ao se substituir o travessão por vírgula.

“Quase dois terços da área sob risco de desertificação no Brasil estão na caatinga, que já teve, a exemplo do cerrado,
aproximadamente metade de sua extensão, que é de 826.000 km², destruída”.

09- O segmento “que é de 826.000 km²” está entre vírgulas porque é um aposto.

“Como você pode ver, uma garotinha está deitada displicentemente no colo de um senhor bem velhinho e bem simpáti-
co. Ela parece um anjo. Loirinha, cabelo castanho claro, encaracolado, nariz e boca perfeitos, ar inteligente e sadio, uma
dessas crianças que a gente vê em anúncios. Pelo jeito, deve ter uns três ou quatro anos, não mais que isso. Ela está
vestida em um desses macaquinhos de flanela, com florezinhas azuis e vermelhas e uma malha creme por baixo”.

10- A inclusão de vírgula logo após o pronome “Ela” (em destaque no texto) não causaria prejuízo para a correção gra-
matical do texto.

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“Ela está vestida em um desses macaquinhos de flanela, com florezinhas azuis e vermelhas e uma malha creme por bai-
xo. Calçando um tênis transadíssimo nas discretas cores amarelo, vermelho e azul, o que nos mostra que a mocinha não
é apenas novinha, mas moderninha também. O velhinho tem um tipo bem italiano. O boné cinza é típico desses senho-
res que a gente vê passeando pelo Bixiga nos domingos à tarde”.

11- A substituição do ponto-final após o vocábulo “italiano” por dois-pontos manteria a correção gramatical e o sentido
original do período.

“O boné cinza é típico desses senhores que a gente vê passeando pelo Bixiga nos domingos à tarde. Estatura mediana,
cabelos e bigodes branquinhos, rosto e mãos enrugadas que traem uma idade bem avançada. Paletó marrom e calça
cinza, ambos de lã, malha creme, abotoada até o último botão, como faz todo senhor que se preze”.

12- Na linha 8, se, em vez de vírgula, fosse usado ponto-e-vírgula entre os vocábulos “lã” e “malha”, o trecho permane-
ceria gramaticalmente correto.

“Ela, por sua vez, não se deve importar com que seu ouvinte durma. Afinal, ela só quer colo e aquela mão terna, enru-
gada e querida em volta da sua cintura pequenina. Mesmo desatento, ele está dando a ela seu tempo e seu carinho
sonolento. O balanço de jardim pode ser gostoso de sentar. Mas como você pode ver não é o local mais confortável
para se dormir. Principalmente em um dia frio como esse, em um descampado de uma varanda. Mas o fato é que ele
não sente a dureza do balanço porque dorme, e ela, igualmente, não sente a dureza da madeira e a frieza do tempo por
vários motivos”.

13- O emprego de vírgula logo após o trecho “Mas como você pode ver” é facultativo.

“O foco no desenvolvimento é relativamente recente: menos de dois séculos. A renda per capita estagnou por milênios
até começar a crescer quase continuamente no princípio do século XIX, particularmente na Inglaterra”.

14- O sinal de dois-pontos introduz uma expressão que explica a expressão “relativamente recente”.

“Sabe-se que o desenvolvimento pressupõe a acumulação de capital físico e humano, e ganhos permanentes de produ-
tividade. Esta depende da acumulação de conhecimento, que resulta da educação. A inovação é crucial. Mais recente-
mente, percebeu-se que as instituições políticas e econômicas são essenciais para explicar o mistério do desenvolvimen-
to”.

15- Seria mantida a correção gramatical do texto caso a vírgula logo após “humano” fosse retirada, o que, entretanto,
tornaria menos claras as relações sintáticas estabelecidas pela conjunção “e” , em sua segunda ocorrência.

“Atualmente, a noção de Segurança Cidadã constitui referência central na luta pela exclusão definitiva do modelo re-
pressivo e pela construção de um novo paradigma”.

16- A colocação de vírgula logo após o termo “constitui” manteria a correção gramatical e o sentido do texto.

“Era uma vez uma rotina em que criança bem-criada e educada era aquela que tinha horário para tudo e não misturava
as coisas: brincar era brincar, estudar era estudar. Pobres dos pais que ainda alimentam alguma ilusão de ritmo seqüen-
cial”.

17- O sinal de dois-pontos depois de “coisas” tem a função de introduzir uma explicação, ou justificativa, para a idéia
expressa nas orações anteriores. Essa função deixaria de ser marcada pela pontuação caso esse sinal fosse substitu-
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ído pelo ponto — com o correspondente ajuste na letra inicial de “brincar” —, mas a coerência e a correção grama-
tical do texto seriam preservadas.

“Ao chegar ao local de realização das provas, o candidato Roberto, tetraplégico, que se locomove em cadeira de rodas,
verificando que a sala em que faria as provas estava localizada no primeiro andar do prédio, com acesso somente por
escadas, solicitou ajuda a dois seguranças que se encontravam no portão de entrada, que o carregaram pela escada e o
conduziram até a respectiva sala”.

18- O emprego de vírgula após “Ao chegar ao local de realização das provas” justifica-se por isolar oração de sentido
adverbial antecipada em relação à principal.

“Mantido por contribuições das empresas associadas, o CIEE lançou o Guia Prático para Entender a Nova Lei do Estágio,
com respostas a mais de 30 perguntas acerca das mudanças e normas mais importantes”.

19- Após a palavra “associadas”, a vírgula é obrigatória.


“A nova lei não recebeu mais questionamentos quando foi apresentada em setembro de 2008. Algumas poucas vozes
se levantaram à época, temendo que mais encargos às empresas inibissem a oferta de vagas”.

20- Na oração “A nova lei não recebeu mais questionamentos quando foi apresentada em setembro de 2008”, é facul-
tativo o emprego de vírgula logo após a palavra “questionamentos”.

“Ninguém questiona a força dos desastres naturais. Mas o Brasil tem capacidade técnica e experiência suficientes para,
no mínimo, reduzir o impacto de chuvas como essa. Em Blumenau, há uma estação telemétrica que monitora a vazão
do rio Itajaí e tem condições de emitir sinais de alerta para inundações. Há também um programa de monitoramento do
clima — que previu até a gravidade do furacão Catarina, em 2004. O dilúvio ninguém previu, mas já chovia no estado
quase a primavera toda, e estudos sobre as áreas de risco de enchentes e deslizamentos apontavam o que podia acon-
tecer se chovesse demais”.

21- A vírgula imediatamente antes de “e estudos sobre as áreas de risco” não precisa ser necessariamente empregada,
já que se trata de um processo de coordenação, mas se justifica pelo fato de criar ênfase sobre o fato de os estudos
poderem prever os acontecimentos futuros.

“Os problemas relacionados com o aumento das taxas de criminalidade, o aumento da sensação de insegurança, sobre-
tudo nos grandes centros urbanos, as dificuldades relacionadas à reforma das instituições da administração da justiça
criminal, a violência policial, a ineficiência preventiva de nossas instituições, a superpopulação nos presídios, as rebe-
liões, as fugas, a degradação das condições de internação de jovens em conflito com a lei, a corrupção, o aumento dos
custos operacionais do sistema, a ineficiência da investigação criminal e das perícias policiais e a morosidade judicial,
entre tantos outros, representam desafios para o sucesso do processo de consolidação política da democracia no Bra-
sil”.

22- O emprego de vírgula logo após “policial”, “instituições” e “rebeliões” deve-se a regras gramaticais diferentes.

“Um prognóstico possível: no século XXI, as guerras provavelmente não serão tão mortíferas quanto o foram no século
XX. Mas a violência armada, gerando sofrimentos e perdas desproporcionais, persistirá, onipresente e endêmica — oca-
sionalmente epidêmica —, em grande parte do mundo. A perspectiva de um século de paz é remota”.

23- No trecho “Mas a violência armada, gerando sofrimentos e perdas desproporcionais, persistirá, onipresente e en-
dêmica — ocasionalmente epidêmica —, em grande parte do mundo”, estariam mantidos o sentido e a correção
gramatical do texto caso fosse suprimida a vírgula que precede a expressão “em grande parte do mundo”.

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“A desigualdade e a sustentabilidade estão diretamente ligadas aos desequilíbrios na inclusão das pessoas nos proces-
sos produtivos. A mão de obra, a nossa imensa capacidade ociosa de produção, mais parece um problema do que uma
oportunidade”.

24- A expressão “a nossa imensa capacidade ociosa de produção” deve ser, necessariamente, demarcada por vírgulas
porque sua função é a de explicar como deve ser compreendida, no desenvolvimento da argumentação, “A mão de
obra”.

“Viviane, candidata com deficiência física (membros superiores amputados), cuja solicitação de atendimento especial
do PAS – 3.ª Etapa foi deferida pelo CESPE/UnB, indicou os seguintes recursos especiais para a realização das provas:
mesa/prancheta adaptada para escrever com os pés,
caneta preta especial e calculadora com teclas grandes”.

25- O segmento “candidata com deficiência física (membros superiores amputados)” está entre vírgulas porque consti-
tui aposto explicativo.

GABARITO

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
E C E E E E E E E E
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
E C E C C E C C C C
21 22 23 24 25
C E E C C

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10. Significação das palavras.

RELEVÂNCIA DO ASSUNTO EM PROVAS: Considerável.

DICA: É comum que as organizadoras peçam ao candidato para descobrir o significado de determinada palavra
do texto. Às vezes, você não tem a mínima ideia do que signifique tal palavra. É aí que entra o contexto. Você tem que
saber realizar inferências, ou seja, deduzir, pelas pistas textuais, o que determinada palavra quer dizer.

DICA DE ESTUDO: Tenha sempre um bom dicionário ao seu lado. Sugiro também que procure ─ quando estiver
lendo um texto, e que encontrar uma palavra que você não conheça ─ inferir seu significado; depois, confira no dicioná-
rio. É um simples exercício, mas que funciona bastante.

POSSIBILIDADE DE CAIR NA PROVA: Média. No mínimo uma (para todos os níveis).


STATUS: Em casa, leitura individual e resolução de exercícios.

PALAVRAS HOMÔNIMAS E PARÔNIMAS

Homônimas: são aquelas que possuem grafia ou pronúncia igual.

Exemplos: seção (divisão), cessão (ato de ceder), sessão (reunião, assembleia).

Parônimas: são aquelas que possuem grafia e pronúncia parecidas.

Exemplos: comprimento (extensão), cumprimento (saudação).

ALGUMAS PALAVRAS HOMÔNIMAS E PARÔNIMAS MAIS USADAS:

Absolver: inocentar, perdoar


Absorver: sorver, consumir, esgotar.
Acender: pôr fogo, alumiar
Acidente: acontecimento casual
Incidente: episódio, aventura
Apreçar: perguntar preço, dar preço
Apressar: antecipar, abreviar
Aprender: tomar conhecimento
Apreender: apropriar-se, assimilar mentalmente
Ascender: subir
Acento: tom de voz, sinal gráfico
Assento: lugar de sentar-se
Acerca de: sobre, a respeito de
Cerca de: aproximadamente
Há cerca de: faz aproximadamente
Acostumar: contrair hábito
Costumar: ter por hábito
Afim de: semelhante a, parente de
A fim de: para, com a finalidade de
Amoral: indiferente à moral
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Imoral: contra a moral, libertino, devasso


Apreçar: ajustar o preço
Apressar: tornar rápido
Aprender: instruir-se
Apreender: assimilar
Arrear: pôr arreios
Arriar: abaixar, descer
Assoar: limpar o nariz
Assuar: vaiar, apupar
Bucho: estômago
Buxo: arbusto
Caçar: apanhar animais ou aves
Cassar: anular
Calda: xarope
Cauda: rabo
Cavaleiro: aquele que sabe andar a cavalo
Cavalheiro: homem educado
Cédula: documento, chapa eleitoral
Sédula: ativa, cuidadosa (feminino de sédulo)
Cela: pequeno quarto de dormir
Sela: arreio
Censo: recenseamento
Senso: raciocínio, juízo claro
Cerração: nevoeiro denso
Serração: ato de serrar, cortar
Cesto: balaio
Sexto: numeral ordinal (seis)
Chá: bebida
Xá: título do ex-imperador do Irã
Conserto: reparo
Concerto: sessão musical, acordo
Coser: costurar
Cozer: cozinhar
Cheque: ordem de pagamento
Xeque: lance de jogo no xadrez
Delatar: denunciar
Dilatar: alargar, ampliar
Desapercebido: desprevenido
Despercebido: sem ser notado
Descrição: ato de descrever, expor
Discrição: reservada, qualidade de discreto
Descriminar: inocentar
Discriminar: distinguir
Despensa: onde se guardam alimentos
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Dispensa: ato de dispensar


Desapercebido: desprevenido
Despercebido: que não percebeu
Destratado: maltratado com palavras
Distratado: desfazer o acordo, o trato
Discente: referente a alunos
Destinto: que se destingiu
Distinto:diverso, diferente
Docente: referente a professores
Eminente: ilustre, excelente
Iminente: que ameaça acontecer
Emergir: vir à tona
Imergir: mergulhar
Emigrar: sair da pátria
Imigrar: entrar num país estranho para nele morar
Enfestar: exagerar, roubar no jogo, entendiar
Infestar: causar danos
Esperto: ativo, inteligente, vivo
Experto: perito, entendido
Espiar: observar, espionar
Expiar: sofrer castigo
Estático: firme, imóvel
Extático: admirado, pasmado
Estrato: tipo de nuvem
Extrato: resumo, essência
Flagrante: evidente
Fragrante: perfumado
Fluir: correr
Fruir: gozar, desfrutar
Fusível: aquele que funde
Fuzil: arma
História: narrativa de fatos reais ou fictícios
Estória (origem inglesa): narrativas de fatos fictícios
Incerto: impreciso
Inserto: introduzido, inserido
Incipiente: principiante
Insipiente: ignorante
Inflação: desvalorização do dinheiro
Infração: violação, transgressão
Infligir: aplicar pena
Infringir: violar, desrespeitar
Intercessão: ato de interceder, de intervir
Interseção/intersecção: ato de cortar
Laço: nó
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Lasso: frouxo, gasto, bambo, cansado, fatigado


Lista: relação, rol
Listra: risca, traço
Mal: antônimo de bem
Mau: antônimo de bom
Mandado: ordem judicial
Mandato: procuração
Ótico: relativo ao ouvido
Óptico: relativo à visão
Paço: palácio
Passo: passada
Peão: aquele que anda a pé
Pião: brinquedo
Procedente: proveniente, oriundo
Precedente: antecedente
Prescrito: estabelecido
Proscrito: desterrado, emigrado
Recrear: divertir, alegrar
Recriar: criar novamente
Ruço: grisalho, debotado
Russo: da Rússia
Sexta: numeral
Cesta: utensílio de transporte
Sesta: descanso depois do almoço
Sortir: abastecer
Surtir: produzir efeito
Tacha: pequeno prego
Taxa: tributo
Tachar: censurar, pôr defeito
Taxar: estipular
Tráfego: movimento, trânsito
Tráfico: comércio lícito ou não
Vadear: passar ou atravessar a pé ou a cavalo
Vadiar: vagabundear
Vale: acidente geográfico
Vale: recibo
Vale: do verbo valer
Viagem: substantivo: a viagem
Viajem: forma verbal: que eles viajem
Vultoso: volumoso
Vultuoso: atacado de congestão na face
Xácara: narrativa popular em verso
Chácara: pequena propriedade campestre

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EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO I

1) Assinale o item em que se trocou o emprego adequado de uma das palavras homófonas.

a) Ele trabalha na oitava seção (sessão, seção, cessão) da primeira zona eleitoral.
b) Na repartição todos o taxam (taxam, tacham) de relapso.
c) Sua entrevista está inserta (inserta, incerta) nos maiores jornais do país.
d) Desculpemos sua inexperiência, afinal todo jovem incipiente (incipiente, insipiente) merece nossa compreen-
são.

2) Assinale o erro na classificação à direita das palavras à esquerda.

a) Ratificar / retificar - Parônimos.


b) Lima (fruta) / lima (objeto) - Homônimos.
c) Seção /sessão / cessão - Homófonas.
d) Infligir / infrigir - Homógrafos.

3) Assinale o item em que se trocou o termo adequado de acordo com o sentido da 1a frase à esquerda.

a) O valente herói não receia o perigo (intemerato)


b) Não deviam transgredir a lei (infrigir)
c) Por isso corrigi o texto (retifiquei)
d) Deixou a pátria (emigrou)
4) Assinale o item em que se teria trocado o emprego dos parônimos de acordo com o sentido da frase.

a) A medida não sortiu efeito.


b) Respondeu com acerto à pergunta.
c) Tal fato não me passou desapercebido.
d) O fim do ano está iminente.

5) Assinale o erro em alguns dos itens abaixo em relação à grafia das homófonas.

a) Pagou a taixa de serviço ontem.


b) Tacharam-no de corrupto.
c) Pregue a tacha com este martelo.
d) Os dicionários registram tacho (subst.) como vaso de metal.

6) Assinale o item em que ocorre erro no emprego das homófonas “há”, “a”.

a) Já estou em Brasília a 25 anos.


b) Daqui a dois meses ele voltará.
c) Já iniciamos a sessão há quinze minutos.
d) Ele devia ter avisado há mais tempo.

7) Assinale o item em que ocorre erro no emprego das homófonas “há cerca de”, “a cerca de”, “acerca”.

a) Não falarei acerca desse assunto.


b) Falaram de um assunto a cerca do qual nada sabia.
c) Cerca de dez mil pessoas assistiram ao comício.
d) Há cerca de dez anos me aposentei.

8) Assinale o erro na classificação semântica das palavras abaixo.


a) Deferir/diferir - parônimas.
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b) Expiar/espiar - homófonas.
c) O acordo/eu acordo - homônimas.
d) Concordância/discordância - antônimas.
9) Assinale o item em que há erro no emprego de parônimas de acordo com o sentido.

a) O médico proscreveu rigorosa dieta.


b) O sinônimo de confirmar é ratificar.
c) A empresa é nova, por isso os serviços estão incipientes.
d) É um político notável digno de nosso preito.

10) Em "ilidir a sentença" o significado da expressão em aspas é:

a) aceitar.
b) refutar.
c) confirmar
d) ocultar.

GABARITO

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
B D A A A A B C A B

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO II

Preencha as lacunas com um dos termos entre parênteses:

1. Em tempos de crise, é necessário.......................a despensa de alimentos. (sortir - surtir)


2. Os direitos de cidadania do rapaz foram....... .................. pelo governo. (caçados - cassados)
3. O.......................... dos senadores é de oito anos. (mandado- mandato)
4. A Marechal Rondon estava coberta pela ...............................(cerração - serração)
5. César não teve..........................de justiça. (censo - senso)
6. Todos os .................................... haviam sido ocupados. (acentos - assentos)
7. Devemos uma ...................... quantia ao banco. (vultosa - vultuosa)
8. A próxima .............................. começará atrasada. (seção - sessão)
9. ..................................-.se, mas havia hostilidade entre eles. (cumprimentaram - comprimentaram)
10. Na........................das avenidas, houve uma colisão. (intersecção - intercessão)
11. O.....................................no final do dia estava insuportável. (tráfego - tráfico)
12. O marido entrou vagarosamente e passou......... .............................(despercebido - desapercebido)
13. Não costume .......................................as leis. (infligir - infringir)
14. Após o bombardeio, o navio atingido............ .................. (emergiu- imergiu)
15. Vários....................................japoneses chegaram a São Paulo nas primeiras décadas do século. (emigrantes - imi-
grantes)
16. Não há.......................................de raças naquele país. (discriminação - descriminação)
17. Após anos de luta, consegui a ........................... (dispensa - despensa)
18. A chegada do....................................... Diplomata era........................ ( eminente - iminente).
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19. O corpo..................................... Era formado por doutores. (docente- discente)


20. Houve alguns ................................. no Congresso. (acidentes - incidentes)
21. Fomos ................................... pelos anfitriões. (destratados - distratados)
22. A..................................... Dos direitos da emissora foi uma das tarefas do governo. (seção - cessão)
23. Ali, na ................................... de eletrodomésticos, há uma grande liquidação. (seção - cessão)
24. É um senhor......................................(distinto - destinto)
25. Dei o .......................................mate ao gerente, por causa do................ Sem fundos. (cheque - xeque)
26. A nuvem de gafanhotos ..................................a plantação. (infestou - enfestou)
27. Quando Joana toca piano é mais um.............que um.................. (conserto - concerto)
28. Todos eles.............................o prazer da bela melodia. (fruem - fluem)
29. Estava muito .................. para ................. quanto custava aquele aparelho. (apreçar - apressar)
30. Nas festas de São João é comum ............balões e vê-los.............. (ascender - acender)
31. As pessoas foram recolhidas a suas..........(celas - selas)
32. Segui a...............................médica, mas não obtive resultados. (proscrição - prescrição)
33. Alguns modelos.................................serão vendidos. (recreados - recriados)
34. A bandeira de São Paulo tem...................pretas. (listas - listras)
35. Para passar, precisava ..............................mais das lições. ( apreender -aprender)
36. O réu..............................suas culpas. (expiará - espiará)
37. Encontrei uma carteira com .........................de cem dólares. (cédulas - sédulas)
38. Iremos à..............para lermos deliciosa....... ................medieval. (xácara - chácara)
39. Na hora da................................., os mexicanos dormem. (cesta-sesta)
40. Percebe-se que ele ainda é meio...................., pois não tem prática de comércio. (incipiente - insipiente)

RESPOSTAS

1- sortir 2-cassado
3- mandato 4- cerração
5- senso 6- assento
7- vultosa 8- sessão
9- cumprimentaram. 10- intersecção
11- tráfego 12- despercebido
13- infringir 14- imergiu.
15- imigrantes 16- discriminação
17- dispensa 18- eminente / iminente
19- decente 20- incidentes
21- destratados. 22- cessão
23- seção. 24- distinto
25- xeque / cheque 26- infestou
27- conserto / concerto 28- fruem
29- apressado / apreçar 30- acender / ascender
31- celas 32- prescrição
33- recriados 34- listras
35- apreender 36- espiará
37- cédulas 38- chácara / xácara
39- sesta 40- incipiente

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11. Sintaxe da Oração e do Período

RELEVÂNCIA DO ASSUNTO EM PROVAS: Alta. Mas há duas abordagens bem definidas: a das organizadoras que
exigem que o candidato saiba a classificação integral de todas as orações (tanto as coordenadas quanto as subordina-
das), e a das organizadoras que cobram o tema ligado ao texto, desprezando a “fria” classificação da oração. Por exem-
plo: a FCC pede, com muita frequência, que candidato reconheça que sentido determinada passagem do texto expressa,
e, dentre as opções, sugere se é de tempo, concessão, finalidade, causa ou consequência. Veja que, em vez de pergun-
tar se a oração é subordinada adverbial causal (até porque, às vezes, nem se trata de uma oração, mas sim de um frag-
mento do texto), a FCC apela para os sentidos tanto da expressão, como do contexto ali presentes. As organizadoras
que, normalmente, seguem a primeira abordagem são as seguintes: ACEP, CESGRANRIO, IMPARH, FGV, CONESUL, FUN-
RIO, dentre outras menos conhecidas nacionalmente. E usam, costumeiramente, a segunda abordagem as seguintes:
FCC, CESPE e ESAF (não descarto que organizadoras menos conhecidas nacionalmente usem, também, essa última
abordagem, como, por exemplo, a UECE ou a CCV).

DICA: Dentre as orações, há aquelas que mais se destacam em provas de concurso. São elas: as coordenadas
(ênfase nas aditivas, adversativas e conclusivas), as subordinadas adjetivas (ênfase no sistema de pontuação e nos pro-
nomes relativos) e subordinadas adverbiais (ênfase nas iniciadas com a letra “C”: causal, consecutiva, concessiva e con-
dicional). É por isso que muitas questões pedem para que você identifique, por exemplo, relações de causa e conse-
quência.

DICA DE ESTUDO: Procure resolver exercícios de toda natureza, tanto os tradicionais (aqueles bem técnicos, que
lembram as questões do colégio), como os mais contemporâneos (mais ligados ao texto e ao contexto).

POSSIBILIDADE DE CAIR NA PROVA: Considerável para todos os níveis (de uma a duas questões por prova).

STATUS: Parte em sala e com o professor; outra, em casa e com leitura individual.

TEORIA BÁSICA
STATUS: Leitura individual, antes da aula.

CONCEITOS-CHAVE:

FRASE:

Todo enunciado linguístico dotado de sentido pode ser chamado de frase.

- Até a próxima, meu bom amigo!


- Tchau!
- Não consigo esquecer aquele dia!

ORAÇÃO:

Todo enunciado linguístico dotado de sentido e com presença de verbo ou locução verbal.

- As verdades esquecidas mostraram que somos um país sem memória histórica.

PERÍODO:

É a frase constituída de uma ou mais orações.

► O período pode ser simples ou composto.

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1. Período Simples

É aquele formado apenas por uma oração.

Detalhe: A oração que constitui o período simples é chamada de absoluta.

- Abria-se uma nova era.

- Na rua 7, diante das lojas mais elegantes do bairro, transita um carro aberto, com cores chamativas.

2. Período Composto

É aquele formado por mais de uma oração.

- Abria-se uma nova era, pois o primeiro carro de motor à explosão circulava no Brasil.

♦ Primeira oração: "Abria-se uma nova era,"


♦ Segunda oração: "pois o primeiro carro de motor à explosão circulava no Brasil."

ORAÇÕES COORDENADAS
As orações coordenadas podem ser:

1. Assindéticas

► Quando estão simplesmente colocadas uma ao lado da outra, sem qualquer conjunção entre elas (a = "não"; síndeto
= palavra de origem grega que significa "conjunção" ou "conectivo").

● "Subo por uma velha escada de madeira mal iluminada, chego a uma espécie de salão" .
● "Grita, sacode a cabeleira negra, agita os braços, para, olha, ri".

2. Sindéticas

► Quando vêm introduzidas por conjunção.

• "A luz aumentou E espalhou-se na campina”.


● "Seu projeto era ambicioso, MAS não recebeu o apoio necessário".

ORAÇÕES COORDENADAS SINDÉTICAS


As orações coordenadas sindéticas são ligadas pelas conjunções que as introduzem. Podem ser:

1. Aditivas

► Expressam uma adição, uma sequência de informações:

• Ele fez um belo ravióli E O SERVIU À COMPANHEIRA.

• "Não olha para trás, não sente saudades, não deixa NEM CARREGA CONSIGO AMOR NENHUM."

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Detalhe: Principais conjunções aditivas: e, nem, (não só)... mas também, mas ainda, senão também, como também,
bem como.

2. Adversativas
Expressam a ideia de oposição, contraste ou restrição:

• A vida é frágil e complexa, MAS É A ÚNICA DE QUE DISPOMOS.


• Foi ao cinema, PORÉM NÃO ASSISTIU AO FILME DESEJADO.
• Foi ao cinema; NÃO ASSISTIU, PORÉM, AO FILME DESEJADO.
• O professor não proíbe perguntas, ANTES, ESTIMULA-AS EM SALA.

Detalhe: Principais conjunções adversativas: mas, porém, todavia, contudo, no entanto, entretanto, em contraparti-
da, senão.

3. Alternativas
Expressam alternância de ideias:

• "Cale-se OU EXPULSO A SENHORA DA SALA."

• "ORA DORMIAM, ORA JOGAVAM CARTAS."

• "OU toma este comprimido OU FICA COM DOR DE CABEÇA."

Detalhe: Principais conjunções alternativas: ou ... ou, ora ... ora, já ... já, quer ... quer, seja...seja....

4. Conclusivas
Expressam ideia de conclusão, consequência:

• "O novo contratado saiu-se muito bem no primeiro mês; MERECE, POIS, TODA A CONFIANÇA DA EMPRESA."

• "Os cães passaram três dias sem comer, LOGO ESTAVAM FAMINTOS."

☼ Detalhe: Principais conjunções conclusivas: logo, portanto, por conseguinte, pois (posposto ao verbo) e por isso.

5. Explicativas
Indicam uma justificativa ou uma explicação ao fato expresso na primeira oração:

• "Acendi o fogo, POIS ACORDARA FAMINTO e cozinhei o caldo."


• “Vista-se logo, que seu pai já está chegando”.

Detalhe: Principais conjunções explicativas: porque, que, pois (anteposto ao verbo) etc.

PARTICULARIDADES

► Com relação às orações coordenadas ainda se deve levar em conta que:

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1) As orações coordenadas sindéticas aditivas podem estar correlacionadas através das expressões: (não só)... mas tam-
bém, (não somente)... mas ainda, (não só)... como também. Exemplo:

• "Não só se dedica aos esportes, COMO TAMBÉM À MÚSICA."

• Não só fez o gol do título, mas também se sagrou artilheiro do campeonato.

2) A conjunção Que pode ter valor:

a) Aditivo:

•"Ela varre QUE varre a sala, e não se cansa." (Varre e Varre.)

•"Esse menino fala QUE fala!!! Não para um instante!" (Fala e fala.)

b) Adversativo:
•"Todos receberão os salários hoje, QUE não você."

3) A conjunção E pode assumir valor adversativo ou conclusivo, também:

•"Vi um vulto estranho, e não senti medo."

PROCESSOS COORDENATIVOS X TEXTO

1- As conjunções coordenativas são responsáveis


por orientar o leitor no movimento de interpreta-
ção e de direcionamento das ideias do texto. Ve-
jamos o texto a seguir que foi reescrito de cinco
formas diferentes. Note o poder que a conjunção
destacada assume na composição.

VERSÃO 01: “As pessoas no mundo todo são mais felizes durante a manhã e tarde da noite, segundo um estudo realiza-
do nos Estados Unidos e publicado nesta quinta-feira, que analisou milhares de mensagens no site de microblog Twit-
ter.

Os picos positivos no humor foram detectados bem cedo, mas começaram a cair no meio da manhã, quando a maioria
das pessoas inicia seu dia de trabalho”.

VERSÃO 02: “As pessoas no mundo todo são mais felizes durante a manhã e tarde da noite, segundo um estudo realiza-
do nos Estados Unidos e publicado nesta quinta-feira, que analisou milhares de mensagens no site de microblog Twit-
ter.

Os picos positivos no humor foram detectados bem cedo, pois começaram a cair no meio da manhã, quando a maioria
das pessoas inicia seu dia de trabalho”.

VERSÃO 03: “As pessoas no mundo todo são mais felizes durante a manhã e tarde da noite, segundo um estudo realiza-
do nos Estados Unidos e publicado nesta quinta-feira, que analisou milhares de mensagens no site de microblog Twit-
ter.

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Os picos positivos no humor foram detectados bem cedo, e começaram a cair no meio da manhã, quando a maioria das
pessoas inicia seu dia de trabalho”.

VERSÃO 04: “As pessoas no mundo todo são mais felizes durante a manhã e tarde da noite, segundo um estudo realiza-
do nos Estados Unidos e publicado nesta quinta-feira, que analisou milhares de mensagens no site de microblog Twit-
ter.

Os picos positivos no humor foram detectados bem cedo, portanto começaram a cair no meio da manhã, quando a
maioria das pessoas inicia seu dia de trabalho”.

VERSÃO 05: “As pessoas no mundo todo são mais felizes durante a manhã e tarde da noite, segundo um estudo realiza-
do nos Estados Unidos e publicado nesta quinta-feira, que analisou milhares de mensagens no site de microblog Twit-
ter.

Os picos positivos no humor foram detectados bem cedo, ou começaram a cair no meio da manhã, quando a maioria
das pessoas inicia seu dia de trabalho”.

PARECER SOBRE AS VERSÕES

VERSÃO 01: O uso da conjunção adversativa “mas” é correto, pois indica ao leitor que ele deve interpretar a próxima
oração como uma ressalva (uma restrição) sobre o que foi afirmado na oração anterior. A conjunção “mas” poderia, no
presente contexto, ser substituída por: “porém”, “todavia”, “contudo”, “entretanto” ou “no entanto”.

VERSÃO 02: O uso da conjunção explicativa “pois” torna o texto incoerente, já que não há como pensar que a segunda
oração esteja explicando a primeira.

VERSÃO 03: O uso da conjunção “e” é correto, mas lembre que este “e” não tem valor aditivo, mas sim, no presente
contexto, valor adversativo.

VERSÃO 04: O uso da conjunção conclusiva “portanto” não faz sentido, pois não a primeira oração não “provoca” a rea-
lização da segunda; ou seja, não se deduz, pela primeira oração, o que irá acontecer na segunda.

VERSÃO 05: O uso da conjunção alternativa “ou” gera uma sensação de dúvida no texto, o que prejudica os sentidos
originais.

2- Esses períodos compostos permitem que ocor-


ra secção, o que gera orações assindéticas e rees-
critura de frase.

- “A projeção política do atual governo continua em alta, e, desde 2003, o Congresso não poupa esforço para manter
essa estratégica e interessante imagem”.

- “A projeção política do atual governo continua em alta. Ø Desde 2009, o Congresso não poupa esforço para manter
essa estratégica e interessante imagem”.

- “Os homens não deveriam permanecer solitários por tanto tempo, pois já foi provado que relacionamentos amadure-
cem mais do que solidão”.

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- “Os homens não deveriam permanecer solitários por tanto tempo: já foi provado que relacionamentos amadurecem
mais do que solidão”.

- “Na história de Branca de Neve, a rainha má consulta o seu espelho e pergunta se existe no reino uma beleza maior do
que a sua. O espelho tentou mudar de assunto, mas finalmente respondeu: “Existe”. Seu nome: Branca de Neve”.

- “Na história de Branca de Neve, a rainha má consulta o seu espelho e pergunta se existe no reino uma beleza maior do
que a sua. O espelho tentou mudar de assunto; Ø finalmente, respondeu: “Existe”. Seu nome: Branca de Neve”.

3- As conjunções, de modo geral, não são fixas.


Logo, há possibilidades reais de “mutação semân-
tica”*.

*Entendamos “mutação semântica” como a mudança de sentido que certas conjunções demonstram nos textos.

Exemplos:

- O jornalista trouxe todas as informações, mas elas não eram suficientes para a publicação da matéria. (ADVERSATIVA)
- O jornalista trouxe todas as informações, e elas não eram suficientes para a publicação da matéria. (ADVERSATIVA)

- A jovem trabalhava que trabalhava, mas a vida continuava difícil. (ADITIVA / ADVERSATIVA)
- A jovem trabalhava e trabalhava, e a vida continuava difícil. (ADITIVA / ADVERSATIVA)

- O novo contratado saiu-se muito bem no primeiro mês; merece, pois, toda a confiança. (CONCLUSIVA)
- O novo contratado saiu-se muito bem no primeiro mês; merece, logo, toda a confiança. (CONCLUSIVA)

4- A posição das conjunções também é responsá-


vel pelas “mutações semânticas”.

Exemplos:

- Muitos correntistas fizeram significativos saques, pois havia a possibilidade de que suas economias fossem bloquea-
das. (EXPLICATIVA)

- A tentativa de bloquear as contas dos funcionários públicos provocou insegurança em toda a população; houve, pois,
retiradas significativas de poupança e outros investimentos. (CONCLUSIVA)

5- Um alerta quanto à pontuação.

- Muitos correntistas fizeram significativos saques, pois, pelo que foi divulgado na imprensa, havia a possibilidade de
que suas economias fossem bloqueadas.

- Questionamento possível pelas bancas: por estar entre vírgulas, a conjunção “pois” teria valor conclusivo?
- Resposta: Não, uma vez que o “pois” não está entre vírgulas, mas sim a expressão “pelo que foi divulgado na impren-
sa”. Sem falar que a conjunção não está depois do verbo.

6- Embora certas conjunções possam pertencer ao


mesmo grupo, nem sempre serão equivalentes.

- Todas as iniciativas do governo obtiveram críticas dos mais diversos setores da imprensa escrita e televisiva; a Presi-
dente Dilma, entretanto, disse que os jornalistas estão exagerando em suas análises. (USO CORRETO).

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- Todas as iniciativas do governo obtiveram críticas dos mais diversos setores da imprensa escrita e televisiva; a Presi-
dente Dilma, mas, disse que os jornalistas estão exagerando em suas análises. (USO INCORRETO).

EXERCÍCIO 01

Texto I

“Em um dado momento ou em outro, passa pela cabeça da maioria das pessoas a ambição de largar tudo e ir viver uma
vida tranquila em outro lugar. Mudar de vida pode ser uma excelente solução para a tensão, dependendo evidentemen-
te da vida que se leva. Qualquer decisão nesse sentido, porém, deve levar em conta um fato da natureza: ninguém pode
evitar completamente situações estressantes. O estresse não é doença, e, sim, uma reação instintiva ao perigo real ou
imaginário ou a uma situação de desafio. “Uma cascata bioquímica que prepara o corpo para lutar ou fugir”, na defini-
ção do manual de técnicas para aliviar o estresse, elaborado pela Escola de Medicina de Harvard, um centro de excelên-
cia nos Estados Unidos da América”.

►Use “C” para correto e “E” para errado

01- Preservam-se a coerência textual e a correção gramatical ao substituir “porém” (depois de “nesse sentido”) por
“mas”.

02- A conjunção “ou” (início do texto) estabelece relação de alternância. Acrescenta-se que seria possível substituí-la
pela conjunção “seja”. Tal mudança mantém a ideia de alternatividade e a correção do período.

03- Por cumprir papel copulativo, a conjunção “e” (depois de “largar tudo”) permite substituição por “mas”.

04- O valor adversativo da conjunção “e” (antes de “não é doença”) permite sua substituição por “mas”, sem que a
argumentação do texto seja prejudicada.

05- Por desempenhar papel explicativo, “que” (depois de “se leva”) poderia ser substituído por “, pois”, sem que os
sentidos nem a correção gramatical fossem comprometidos.

06- “Ou” em “prepara o corpo para lutar ou fugir” estabelece coordenação entre termos nominais, o que descarta a
hipótese de se ter qualquer tipo de oração.

GABARITO

01 02 03 04 05 06
E E E C E E

EXERCÍCIO 02

A questão mais importante para entender a reforma tributária é saber por que a estamos propondo. Não é um projeto
que sai do nada, mas que herda muito das discussões realizadas sobre o tema desde o início da década passada no Bra-
sil. Naturalmente este tem algumas diferenças em relação aos projetos anteriores. A principal é que prevê um prazo
longo de transição, um modelo importante para viabilizar política e tecnicamente sua implantação.

Bernard Appy. Mudanças favorecem o crescimento. In: Cadernos de Problemas Brasileiros, n.º 391, jan./fev./2009 (com adaptações).

Considerando as relações sintático-semânticas do texto, use C para certo e E para errado.


01- A conjunção “mas” (segundo período) poderia ser substituída por “em contrapartida”, sem que os sentidos e as
estruturas sintáticas do período não fossem comprometidas.
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02- O pronome “este” (3º período) refere-se a “projeto” (2º período).

03- A oração “que sai do nada” poderia ser inaugurada por uma vírgula sem que os sentidos e classificação sintática
sejam comprometidos.

04- Depois de “naturalmente” (3º período) uma vírgula poderia existir, sem que nenhum prejuízo fosse causado ao
texto.

05- Levando em conta que os sentidos originais serão alterados, uma maneira de conectar o penúltimo período ao
último seria assim: no lugar de “A principal é” usar “, uma vez”.

06- A inserção de uma conjunção coordenativa “e” no lugar da vírgula presente no último período não alteraria as rela-
ções de sentido do texto.

07- O trecho “um modelo importante para viabilizar política e tecnicamente sua implantação” (último período) funcio-
na como aposto enumerativo da expressão “um prazo longo de transição”.

01 02 03 04 05 06 07
E C E C C E E

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ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS

A origem dessas orações

Essas orações recebem esse nome porque exercem função própria dos substantivos: objeto direto, objeto indireto,
sujeito, predicativo, complemento nominal e aposto. São introduzidas por conectores específicos: que, se, quem, quanto
e como.

Exemplo:

1- A jornalista expôs o escândalo.

Desenvolvendo:
2- A jornalista expôs..............................................

3- ............................................ expôs o escândalo.

Ou seja:

- A jornalista expôs que o ministro traficava pessoas.

- Quem investigou o caso expôs o escândalo.

- Quem investigou o caso expôs que o ministro traficava pessoas.

Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta

A Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta funciona como objeto direto da Oração Principal.

- As alunas decidiram que a aula será adiada.


- O médico não sabe se tudo isso é mesmo verdade.
- O jornalista percebeu como tudo aconteceu.

Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta

A Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta funciona como objeto indireto da Oração Principal.

- Os gerentes duvidaram de que tudo estivesse sob controle.


- Os condutores não obedecem a quem organiza as leis.

Oração Subordinada Substantiva Subjetiva

A Oração Subordinada Substantiva Subjetiva funciona como sujeito da Oração Principal.

- É previsível que a crise também chegue a outros países.


- Trouxe os livros quem recebeu o aviso.

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Oração Subordinada Substantiva Predicativa

A Oração Subordinada Substantiva Predicativa funciona como predicativo da Oração Principal.

- O certo é que todos deixarão o país depois da crise.


- O importante é como a cidade receberá todas as mudanças.

Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal

A Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal funciona como complemento nominal da Oração Principal.

- O ministro tem a convicção de que os fatos serão esclarecidos.


- Os números não são favoráveis a quem fez a declaração.

Oração Subordinada Substantiva Apositiva

A Oração Subordinada Substantiva Apositiva funciona como aposto da Oração Principal.

- Só queremos uma coisa: que você procure um outro lugar.


- O propósito era este ─ que todos os brasileiros fossem comunicados antes.

Exercício básico de reconhecimento

Classifique as orações subordinadas abaixo.

a) É importante que você perceba as regras mais específicas.

________________________________________

b) Não sei se o resultado sairá.

________________________________________

c) Gostaria de que todos me apoiassem.

________________________________________

d) Só desejo uma coisa: que vivam felizes.

________________________________________

e) Quero saber como você chegou aqui.

________________________________________

f) Faço apenas um pedido ─ que você nunca abandone os seus princípios ─ , e todos os seus amigos ficarão mais
tranquilos.

________________________________________

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g) Mariana lembrou-se de que Manoel chegará mais tarde.

________________________________________

h) É necessário que se estabeleçam regras nesta empresa.

________________________________________

i) Paulo José observa que o anti-heroísmo é uma característica forte dos personagens da cultura latino-americana.

________________________________________

j) É difícil que ele venha.

________________________________________

k) A nova máquina necessitava de que os funcionários supervisionassem mais o trabalho.

________________________________________

l) Há neste empresa uma norma, que todos os funcionários sejam respeitados.

________________________________________

m) Constata-se que valores diversos predominam em sociedades distintas.

________________________________________

n) Tenho a convicção de que ainda há esperanças.


________________________________________

GABARITO

a) Oração Subordinada Subjetiva.


b) Oração Subordinada Objetiva Direta.
c) Oração Subordinada Objetiva Indireta.
d) Oração Subordinada Apositiva.
e) Oração Subordinada Objetiva Direta.
f) Oração Subordinada Apositiva.
g) Oração Subordinada Objetiva Indireta.
h) Oração Subordinada Subjetiva
i) Oração Subordinada Objetiva Direta.
j) Oração Subordinada Subjetiva.
k) Oração Subordinada Objetiva Indireta.
l) Oração Subordinada Apositiva.
m) Oração Subordinada Subjetiva.
n) Oração Subordinada Completiva Nominal.
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EXERCÍCIOS 01 (Padrão CESPE)

TEXTO I

Conforme pesquisa, o fumo passivo mata 7,5 mil brasileiros por ano.

Um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que quase 40% das vítimas do uso passivo de cigarros, ca-
chimbos, charutos etc. no Brasil são crianças.

Conforme cálculos do médico Mattias Öberg, do instituto sueco Karolinska, que colaborou com a pesquisa, 2,8 mil dos
7,5 mil brasileiros vitimados pela convivência com o cigarro são crianças com menos de 5 anos de idade.

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►A partir do texto acima, julgue os itens a seguir.

01- É possível deduzir do texto que seu título está ligado ao 1º parágrafo por meio de coesão lexical, já que os termos
pesquisa, fumo e mata (no título) se concatenam a estudo, cigarros/cachimbos/ charutos e vítimas (1º parágrafo)
porque têm, esses termos, no presente contexto, vínculos semânticos entre si.

02- A conjunção QUE (após aponta) poderia ser substituída por dois-pontos, sem que os sentidos originais fossem alte-
rados.

03- A conjunção CONFORME, início do segundo parágrafo, poderia ser substituída por LOGO, seguida de vírgula. Tal
mudança mantém a relação semântica original entre o 1º e o 2º parágrafos.

TEXTO II

Sonda detecta atmosfera de oxigênio e CO2 em lua de Saturno

Reia, uma lua de Saturno com 1.500 km de diâmetro e composta basicamente de rocha e gelo, tem uma atmosfera tê-
nue que é composta por 70% de oxigênio e 30% de gás carbônico, dois gases que, na Terra, são essenciais para as for-
mas mais complexas de vida. A descoberta, feita pela sonda Cassini, da Nasa, é descrita na edição desta semana da re-
vista Science.

Embora o oxigênio existente hoje na atmosfera da Terra seja produto da atividade de seres vivos que fazem fotossínte-
se, este dificilmente será o caso em Reia, explica o principal autor do artigo que analisa os dados da Cassini, Ben Teolis.

"A atmosfera de Reia é muito fina, e a lua não tem um campo magnético próprio", explica. "Sua superfície está total-
mente desprotegida dos íons e elétrons aprisionados no campo magnético de Saturno". O constante bombardeio de
partículas sobre o gelo da superfície causa reações que formam o oxigênio, que então ou fica preso no gelo sólido ou é
ejetado para atmosfera.

"O bombardeio é suficiente para criar e sustentar a atmosfera", diz o cientista, que considera muito improvável a exis-
tência de vida em Reia, por conta das baixas temperaturas – segundo a Nasa, o clima na Lua oscila de -174º C a -220º C
─ e da ausência de água no estado líquido.

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Mas Teolis lembra que a descoberta de oxigênio na atmosfera da lua se segue à detecção de sinais da mesma substância
em várias luas do planeta Júpiter, incluindo Europa, onde cientistas acreditam que existe um oceano sob a crosta de
gelo.

"Isso sugere que a formação de oxigênio em corpos gelados submetidos à radiação pode ser muito comum no Universo,
e pode existir o potencial para química orgânica complexa movida a oxigênio dentro de objetos como Europa ou Encé-
lado, no nosso próprio Sistema Solar, e em outras luas pelo Universo", especula o pesquisador. Encélado é uma lua de
Saturno que apresenta sinais de água sob a superfície. "Esse tipo de química pode ser considerado um pré-requisito
para a vida".

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►A partir do texto acima, julgue os itens a seguir.

04- O pronome relativo QUE, após tênue (primeiro parágrafo), poderia ser substituído pela conjunção E sem que os sen-
tidos e as relações sintáticas originais fossem comprometidos.

05- Uma maneira de reescrever corretamente o segundo parágrafo seria da seguinte forma: “O oxigênio existente, hoje,
na atmosfera da Terra, é produto da atividade de seres vivos que fazem fotossíntese; contudo, este dificilmente
deverá ser o caso em Reia (...)”.

06- A conjunção E presente no 1º período do 3º parágrafo tem valor conclusivo. Por isso, sua substituição por PORTAN-
TO manteria as relações sintático-semânticas do texto.

07- A vírgula presente após fina (início do 3º parágrafo) poderia ser suprimida sem que os sentidos e correção gramati-
cal fossem comprometidos, já que noção de coordenação permanece.

08- O termo QUE (após oxigênio, 3º período do 3º parágrafo) não poderia ser substituído pela conjunção E, uma vez que
os sentidos originais sofreriam alterações.

09- No último período do terceiro parágrafo, seria possível suprimir a primeira conjunção OU (após então) sem que a
correção gramatical bem como os sentidos originais fossem comprometidos.

10- No 4º parágrafo, a oração intercalada “diz o cientista” se concatena, assindeticamente, com a oração que a antece-
de e a precede. Salienta-se que seria possível substituir a segunda vírgula, mantendo as relações originais do texto
e preservando a correção gramatical.

11- A palavra MAS (início do 5º parágrafo) poderia, livremente, ser substituída por CONTUDO, PORÉM, ENTRETANTO e
EMBORA. Por outro lado, caso fosse substituída pela última conjunção citada, o verbo lembra (modo indicativo)
deveria ser reescrito para lembre (modo subjuntivo) a fim de que não houvesse prejuízo sintático para a oração.

12- A conjunção integrante QUE, localizada no 5º parágrafo, poderia ser substituída pelo sinal de dois-pontos sem que
os sentidos nem correção gramatical fossem comprometidos.

13- Após sugere (início do 6º parágrafo) seria possível a inserção da conjunção PORTANTO (entre vírgulas), a fim de que
possa ser exposta a relação de conclusão existente entre o que é dito no parágrafo anterior e o será anunciado,
agora, no 6º parágrafo.

GABARITO

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
C C E E C E C C C E

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11 12 13
E C C

EXERCÍCIOS 02

01- Na oração: “Espia se ela está na esquina”.


Qual das opções abaixo não analisa corretamente esse período.
a) Período composto por subordinação.
b) Conjunção integrante iniciando segunda oração.
c) Verbo da 1ª oração: transitivo direto.
d) Verbo da 2ª oração: de ligação.
e) Frase em discurso direto.

02- Em “Convém que a leitora do JB e outros desinformados saibam que o eucalipto é uma árvore predadora”, encon-
tramos, além da oração principal, respectivamente:
a) Duas orações subordinadas subjetivas.
b) Uma oração subordinada objetiva direta e uma subjetiva.
c) Uma oração subordinada objetiva direta e uma adjetiva.
d) Duas orações subordinadas completivas nominais.
e) Uma oração subordinada subjetiva e uma objetiva direta.
03- Se suprimirmos o pronome indefinido “Ninguém” e acrescentarmos “Se” à forma verbal “informou”, na frase “ Nin-
guém informou que haverá aula”, o sujeito da oração principal é:
a) Ninguém.
b) Aula.
c) Indeterminado.
d) Que haverá aula.
e) Inexistente.

01 02 03
D E D

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS

A origem dessas orações:

1- O homem espacial.

2- O homem do espaço.

3- O homem que vem do espaço.

4- O homem que vem do espaço é um cientista.

Outros modelos de oração adjetiva

1- Reconheceu o vereador por quem ele não tem nenhuma admiração.

2- O vereador por quem ele não tem nenhuma admiração foi notificado pela polícia.

3- A polícia vistoriou o terreno por onde os assaltantes fugiram.

4- As estradas cujo asfalto tinha péssima qualidade foram reformadas.


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PRINCIPAIS PRONOMES RELATIVOS

Pronome Referência
QUE (a qual....) A um termo (substantivo comum ou próprio) anterior a ele.
QUEM A um termo (substantivo comum ou próprio), na condição de Ser Humano,
anterior a ele.
ONDE A um termo (substantivo comum ou próprio) que indique lugar, também
anterior a ele.
CUJ- A um termo (substantivo comum ou próprio) anterior a ele.

Dossiê sobre o CUJ-

1- Está ligado ao termo de trás, mas concorda com o termo da frente.

2- O termo da frente será, sempre, um substantivo.

3- Não permite artigos depois dele.

4- Como estabelece relação de posse, será, sintaticamente, adjunto adnominal.

- O homem cujo filho é trabalhador vive satisfeito.

- A cidade de cujas ruas não me orgulho tem belas praias.

1. Oração adjetiva: é aquela que caracteriza o substantivo a que se refere. Logo, seu papel é de adjetivo. É sempre in-
troduzida por um pronome relativo.

2. Pontuação: interfere tanto na interpretação da frase, como na classificação da oração. Se houver vírgulas, a oração
será explicativa; se não, restritiva.

1. Meus livros, que estão rasgados, foram levados ao livreiro. (Note que a leitura é pausada)
Leitura e interpretação permitidas:

1.1. Meus livros foram levados ao livreiro porque estão rasgados.

1.2. Não é possível deduzir que existam outros livros, além dos rasgados.
Logo, a oração classificada é adjetiva explicativa.

2. Meus livros que estão rasgados foram levados ao livreiro. (Note que a leitura é rápida)
Leitura e interpretação permitidas:

2.1. Somente os meus livros que estão rasgados foram levados ao livreiro.

2.2. É possível deduzir que existem outros livros, e que não devem estar rasgados.
Logo, a oração classificada é adjetiva restritiva.

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OUTROS EXEMPLOS

Oração Subordinada Adjetiva Restritiva

Restringem a significação do nome que se refere.

Ex¹ : A cidade /onde cresci/ era arborizada.

EX²: Os jogadores /que foram convocados / representaram bem a seleção de seu país.

Ex³ : O homem/ que trabalha/ dá orgulho à família.

 Oração Subordinada Adjetiva Explicativa

Não restringem a significação do nome; pelo contrário, acrescentam uma característica que é própria do ele-
mento a que se refere.

Ex¹ : Letícia gosta do professor de matemática/, que tem olhos azuis,/desde o primário.

EX² : O funcionário da escola/, que se aposentou mês passado,/ está muito feliz.

Ex³: Joana/, cujo bom gosto esteve sempre ao seu lado/, recebeu mais uma homenagem.

EXERCÍCIOS 01 (Padrão CESPE/UnB)

“Ao tentar explicar o processo criativo, alguns autores de tendência psicanalítica oferecem argumentos interessantes
sobre como o inconsciente pode estar envolvido nisso. Para Storr, trata-se de uma relação entre criação e prazer que
parece valer tanto para a criação artística quanto para a científica. Beveridge faz referência a esse prazer quando consi-
dera a pesquisa científica uma aventura intelectual. O próprio termo aventura lembra ventura, que é sinônimo de pra-
zer, felicidade, além de englobar ainda a característica de alguém que está disposto a correr riscos e a enfrentar o des-
conhecido. Com relação às características do ambiente sociocultural, observam-se diferenças entre sociedades quanto à
extensão e à profundidade com que são cultivados os traços favorecedores da produção e a respeito de que oportuni-
dades são oferecidas para o desenvolvimento das habilidades e potencialidades de cada indivíduo. Constata-se que
valores diversos predominam em sociedades distintas com relação à inovação e ao estímulo ao talento criativo”.

Eunice Soriano de Alencar e Afonso Galvão. Condições favoráveis à criação nas ciências e nas artes. In: Ângela Virgolim (Org.). Talento criativo:
expressão em múltiplos contextos. Brasília: EDUNB, 2007, p. 105-9 (com adaptações).

► Use “C” para correto e “E” para errado. No desenvolvimento das ideias no texto, o pronome relativo “que”,

01- ( ) No 2º período, refere-se a “prazer”; por isso, admite a substituição por “o qual”.

02- ( ) No 4º período, tanto se refere a “aventura” quanto a “ventura”, pois os dois termos são tomados como sinô-
nimos.

03- ( ) No 4º período, depois de “alguém”, não poderia ser omitido, já que tal supressão acarretaria erro gramatical
no período em que se encontra.

04- ( ) No 5º período, é precedido pela preposição “com” porque se refere a “características do ambiente sociocultu-
ral”.
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05- ( ) No 5º período, é precedido pela preposição “de”, a qual não pode ser omitida, pois faz parte da expressão “a
respeito de”.

06 - ( ) O relativo “que”, depois de “prazer”, poderia ser substituído por “no qual”, sem que a correção gramatical
fosse comprometida.

07- ( ) Ao substituir a estrutura a seguir “quando considera a pesquisa científica...” por “cuja pesquisa científica é
considerada...”, os sentidos seriam alterados, mas a correção gramatical seria mantida.
08- ( ) O relativo “que”, após “alguém”, 4º período, pode ser substituído por “quem”, uma vez que faz referência a
um pronome que está intimamente ligado à ideia de “ser”.

09- ( ) A palavra “que”, último período, pode ser classificada como pronome relativo, já que permite substituição por
“os quais”.

10- ( ) A expressão “com que” poderia ser substituída pelo pronome relativo “onde” sem que a correção gramatical
fosse comprometida.
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
E E C E C E C E E E

EXERCÍCIOS 02 (Padrão CESPE/UnB)

A disputa pelo controle de pontos de venda de drogas em favelas na Ilha do Governador — que provocou a morte de 12
traficantes há 11 dias — impôs nova noite de terror no bairro carioca. O tiroteio entre bandos rivais, em três diferentes
localidades, matou uma mulher que saía de uma padaria e feriu três pessoas, entre elas uma menina de seis anos. A
guerra entre integrantes de uma mesma facção criminosa fez que moradores do bairro se mantivessem no chão de suas
casas, atrás de móveis, enquanto durou a fuzilaria. Balas atravessaram a lataria de carros estacionados próximos às en-
tradas das favelas.

Jornal do Brasil, “Capa”, 11/11/2003 (com adaptações).

01- O primeiro QUE destacado no texto poderia ser substituído por O QUAL, pois ele se relaciona diretamente com a
palavra que a antecede, ou seja, Governador.

02- A função sintática da mesma palavra analisada na questão anterior é sujeito.

03- O conjunto “a morte de 12 traficantes há 11 dias” funciona como objeto direto do verbo da oração subordinada
adverbial.

04- O segundo QUE destacado no texto é um pronome relativo e pode ser substituído por CUJA sem que haja nenhum
dano à frase.

05- Já na frase “A violência urbana, cuja a vítima maior é sempre o cidadão, deve ser alvo de projetos mais ousados por
parte do Governo”, o pronome relativo CUJA está, sintaticamente, bem estruturado dentro do período e deve ser
classificado como Adjunto Adnominal.

01 02 03 04 05
E C E E E

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EXERCÍCIOS FINAIS

01- Na seguinte oração “Os viajantes, que possuem passaporte, podem viajar”.
► Em relação à frase, o único comentário falso é que:

a) Somente os viajantes que possuírem passaporte poderão viajar.


b) Os viajantes poderão viajar porque possuem passaporte.
c) QUE é pronome relativo como classe gramatical e sujeito como função sintática.
d) A segunda oração é QUE POSSUEM PASSAPORTE.
e) A oração subordinada é adjetiva explicativa.

02- Assinale o período em que há uma oração adjetiva restritiva.

a) A casa onde estou é ótima.


b) Brasília, que é a capital do Brasil, é linda.
c) Penso que você é de bom coração.
d) Vê-se que você é de bom coração.
e) Nada obsta a que você se empregue.

03- Assinale a opção em que apresenta um período com oração subordinada adjetiva.

a) Ele falou que compraria a casa.


b) Não fale alto que ele pode ouvir.
c) Vamos embora que o dia está amanhecendo.
d) Em time que ganha não se mexe.
e) Parece que a prova não está difícil.

01 02 03
A A D

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS

A ORIGEM DESSAS ORAÇÕES

1- O confronto com a polícia aconteceu à noite.


2- O confronto com a polícia aconteceu quando já caía a noite.

A) Causal: funciona como adjunto adverbial de causa. É iniciada por uma conjunção subordinativa causal ou por uma
locução conjuntiva subordinativa causal. São elas: porque, porquanto, visto que, já que, uma vez que, como, sendo
que, dado que, na medida em que.
Também pode ser iniciada pela preposição Por, estando o verbo no infinitivo.

A conjunção “como” deve ser usada apenas em início de período.


Exemplos:

- Já que a polícia não conseguiu prender ninguém, a imprensa vem questionando a eficiência dos investigadores.
- Por ter deixado a cidade na infância, não viu as melhorias do governo.

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Como tinha um compromisso, apressava-se com as tarefas.

Por ter chegado atrasada, não pôde entrar na palestra.

B) Comparativa: funciona como adjunto adverbial de comparação. Geralmente, o verbo fica subentendido. É iniciada
por uma conjunção subordinativa comparativa. São elas: (mais) ... que, (menos)... que, (tão)... quanto, como.

Exemplo:

- A economia do Brasil é mais equilibrada (do) que a da Argentina.

- João era mais esforçado que o irmão.

Perceba que o verbo ser, na segunda oração, está subentendido: ele era mais esforçado que o irmão era.

- A economia do Brasil é mais estável (do) que a da Argentina.

C) Concessiva: funciona como adjunto adverbial de concessão. É iniciada por uma conjunção subordinativa concessiva
ou por uma locução conjuntiva subordinativa concessiva. São elas: embora, conquanto, não obstante, apesar de que,
se bem que, mesmo que, posto que, ainda que, em que pese, a despeito de, malgrado.

Exemplos:

- Conquanto a comunidade venha reclamando do acúmulo de lixo, não é novidade vê-la despejando-o em qualquer lugar
público.
- O homem é um ser dotado de inteligência e capacidade, se bem que nem todos as aproveitam para o bem de si e dos
outros.

- Todos deixaram a sala de aula rapidamente, apesar de não terem terminado a prova.

Mesmo que ele traga todos os documentos, não há mais tempo hábil para sua inscrição.

D) Condicional: funciona como adjunto adverbial de condição. É iniciada por uma conjunção subordinativa condicional
ou por uma locução conjuntiva subordinativa condicional. São elas: se, a menos que, desde que, caso, contanto que.
Também pode ser iniciada pela preposição A, estando o verbo no infinitivo.

Exemplos:

- Você terá um futuro brilhante, desde que se esforce.

- O governo fará as obras prometidas, contanto que todos os ministros se empenhem.

- A continuar essa chuva, toda a colheita será perdida.

- A menos que você saia cedo do trabalho, iremos ao cinema.

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E) Conformativa: funciona como adjunto adverbial de conformidade. É iniciada por uma conjunção subordinativa con-
formativa ou por uma locução conjuntiva subordinativa conformativa. São elas: como, conforme, segundo, consoante.

Exemplos:
- Segundo revelou o IBGE, brasileiros estudam mais hoje do que na década passada

- Construímos nossa casa, conforme as especificações dadas pela Prefeitura.

- Como combinamos ontem, eis os documentos.

F) Consecutiva: funciona como adjunto adverbial de consequência. É iniciada pela conjunção subordinativa consecuti-
va que. Na oração principal normalmente surge um advérbio de intensidade tal, tanto, tamanho(a): (tão)... que, (tan-
to)... que, (tamanho)... que.
Exemplos:

- O esforço do presidente foi tal, que as obras terminaram antes do prazo previsto.
- Tamanha era impaciência do aluno, que não conseguia ficar
concentrado nem por um minuto.

- Ele fala tanta mentira, que ninguém o suporta .

- Ele é de tamanha honestidade, que a todos encanta.

G) Temporal: funciona como adjunto adverbial de tempo. É iniciada por uma conjunção subordinativa temporal ou
por uma locução conjuntiva subordinativa temporal. São elas: quando, enquanto, sempre que, assim que, desde que,
logo que, mal.

Também pode ser iniciada por “Ao”, estando o verbo no infinitivo.

Exemplos:
Fico triste, sempre que vejo cenas de violência.

Ao terminar essa discussão, sairemos daqui.

H) Final: funciona como adjunto adverbial de finalidade. É iniciada por uma conjunção subordinativa final ou por uma
locução conjuntiva subordinativa final. São elas: a fim de que, para que.

Também pode ser iniciada pela preposição Para, estando o verbo no infinitivo.

Exemplos:

- O brasileiro procura economizar no fim do ano para que consiga comprar mais em janeiro.

- Para sair mais cedo, o funcionário adiantou os compromissos.

- Ele falava mais alto, para que todos pudessem ouvi-lo.

- Aqui estamos para estudar.

I) Proporcional: funciona como adjunto adverbial de proporção. É iniciada por uma locução conjuntiva subordinativa
proporcional. São elas: à proporção que, à medida que, tanto mais...mais..., tanto mesmo...menos..., enquanto.
Exemplo:

- À medida que o tempo passa, mais experientes ficamos.


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- Ao passo que ganhava fama, ficava mais infeliz.

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO (Padrão FCC)

01- “Os volumosos dodôs pesavam mais de vinte quilos. Uma plumagem cinza-azulada cobria seu corpo quadrado e de
pernas curtas, em cujo topo se alojava uma cabeça avantajada, sem penas, com um bico grande de ponta bem re-
curvada. As asas eram pequenas e, ao que tudo indica, inúteis (pelo menos no que diz respeito a qualquer forma de
voo). Os dodôs punham apenas um ovo de cada vez, em ninhos construídos no chão.

Que presa poderia revelar-se mais fácil do que um pesado pombo gigante incapaz de voar? Ainda assim, provavel-
mente não foi a captura para o consumo pelo homem o que selou o destino do dodô, pois sua extinção ocorreu so-
bretudo pelos efeitos indiretos da perturbação humana”.

Os elementos grifados na frase acima podem ser substituídos, sem prejuízo para o sentido e a correção, respecti-
vamente,por:

a) Contudo / não obstante.


b) Conquanto / por que.
c) Em que pese isso / embora.
d) Apesar disso / visto que.
e) Por isso / porquanto.

02- Leia o texto abaixo.

“Esta minha estatuazinha de gesso, quando nova


O gesso muito branco, as linhas muito puras
Mal sugeria imagem de vida
(Embora a figura chorasse)”.

Manoel Bandeira, Fragmentos


É correto afirmar que a frase entre parênteses tem sentido
a) adversativo.
b) concessivo.
c) conclusivo.
d) condicional.
e) temporal.

03- “Decerto que em muitos casos o uso do véu é imposto pela família e pode ser um símbolo de sujeição da mulher, mas
basta uma que o faça por vontade própria para que a lei resulte em violação de seus direitos”.

Considerado o trecho acima, em seu contexto, é legítimo afirmar:

a) O emprego de “Certamente”, no lugar de Decerto, expressaria a ideia de certeza, não encontrada no trecho.
b) Transpondo o uso do véu é imposto pela família para a voz ativa, a forma verbal obtida é “impõe”.
c) A ausência de vírgula após muitos casos constitui deslize do autor, pois, nesse específico contexto, ela é obri-
gatória.
d) Se, em vez de uma, fossem consideradas “duas mulheres”, o segmento estaria correto assim “mas basta duas
que os faça...”.
e) A expressão para que introduz a finalidade de uma ação, finalidade que o autor considera desejável.

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04- “As flores têm pétalas brancas; o fruto, uma cápsula fusiforme com 10 centímetros, provido de pequenas sementes
envoltas por pelos, ou painas. Na iminência de um temporal, o enorme tronco, que armazena grande quantidade de
líquido, dá uma descarga de água para as raízes – resultado da variação atmosférica. Ouve-se à distância o ruído do
movimento da água”.

O sentido do trecho grifado acima está reproduzido com outras palavras em:

a) Quando se aproxima uma tempestade ...


b) Com a força destruidora das águas ...
c) Para que o temporal venha com força ...
d) Desde que venha a cair uma forte chuva ...
e) Depois de uma forte tempestade ...

05- “Antes do pôr-do-sol, costumavam os homens arranchar-se e cuidar da ceia, que constava principalmente de feijão
com toucinho, além da indefectível farinha, e algum pescado ou caça apanhados pelo caminho. Quando a bordo, e
por não poderem acender fogo, os viajantes tinham de contentar-se, geralmente, com feijão frio, feito de véspera”.

Identificam-se nos segmentos grifados na frase acima, respectivamente, noções de

a) modo e consequência.
b) causa e concessão.
c) temporalidade e causa.
d) modo e temporalidade.
e) consequência e oposição.

06- “A principal delas é a reconstrução de cinco estações de pesquisa na Antártida, para realizar estudos sobre mudan-
ças climáticas, recursos pesqueiros e navegação por satélite, entre outros”.

O segmento grifado na frase acima tem sentido

a) adversativo.
b) de consequência.
c) de finalidade.
d) de proporção.
e) concessivo.

07- Leia o texto abaixo.

Cartão de Natal

“Pois que reinaugurando essa criança


pensam os homens
reinaugurar a sua vida
e começar novo caderno,
fresco como o pão do dia;
pois que nestes dias a aventura
parece em ponto de voo, e parece
que vão enfim poder
explodir suas sementes”.

João Cabral de Melo Neto, Fragmento.

O segmento grifado acima pode ser substituído, no contexto, por:


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a) Mesmo que estejam.


b) Apesar de estarem.
c) Ainda que estejam.
d) Como estão.
e) Mas estão.

08- “Mas o sistema, por muito tempo restrito apenas à tela grande, estendeu-se progressivamente, com o desenvolvi-
mento das indústrias culturais, a outros domínios, ligados primeiro aos setores do espetáculo, da televisão, do show
business”.
Na frase acima, o segmento destacado equivale a:

a) por conta de ter ficado muito tempo restrito.


b) ainda que tenha ficado muito tempo restrito.
c) em vez de ter ficado muito tempo restrito.
d) ficando há muito tempo restrito.
e) conforme tendo ficado muito tempo restrito.

09- “Falha o arqueiro que ultrapassa o alvo, da mesma maneira que aquele que não o alcança”. (Adaptado de Mon-
taigne, Ensaios)

O elemento sublinhado na frase acima tem sentido equivalente ao da expressão

a) com a mesma perícia.


b) nas mesmas condições.
c) o que também ocorre com.
d) conquanto possa ocorrer com.
e) ainda que o mesmo aconteça a.

12- “Foi [Lévi-Strauss] um crítico demolidor da arrogância ocidental: os índios deixaram de ser relíquias do passado,
deixaram de ser alegorias, tornando-se nossos contemporâneos. Isso vale mais do que qualquer análise”.

O sinal de dois-pontos da frase acima pode ser substituído, sem prejuízo para a correção e o sentido, por

a) entretanto.
b) a fim de que.
c) não obstante.
d) em razão do que.
e) mesmo porque.

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
D B B A C C D B C D

EXERCÍCIOS (Padrão CESPE)

“Conquanto o desenvolvimento dos meios de comunicação tenha tornado absolutamente frágeis os limites que separa-
vam o público do privado, assiste-se hoje a uma nova tendência de politização e visibilidade do privado, com a estrutu-
ração de novas relações familiares, bem como à privatização do público”.

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01- A estrutura sintática iniciada por “Conquanto” é responsável pelo uso do modo subjuntivo em “tenha”; por isso, a
substituição dessa forma verbal por “tem” desrespeita as regras gramaticais do padrão culto da língua.

“Dezenas de milhares de funcionários públicos gregos saíram às ruas em Atenas e Tessalônica para protestar contra as
medidas de austeridade, em um ambiente tenso que teve como saldo 10 pessoas detidas. Num momento em que o
fantasma do default ainda ronda este país altamente endividado, as forças policiais lançavam bombas de gás lacrimogê-
neo contra dezenas de jovens encapuzados que atiravam garrafas e pedras à margem da manifestação de Atenas, que
reuniu cerca de 18.000 pessoas, segundo a polícia”.

Correio Braziliense (com adaptações).

02- A oração “para protestar contra as medidas de austeridade” se relaciona com a oração anterior a partir de um vín-
culo de finalidade.

03- Seria facultativo o uso de uma vírgula após “Tessalônica”, sem comprometer a correção gramatical.

04- Seria possível (mantendo os sentidos originais), correto gramaticalmente e coerente articular a primeira oração do
texto à segunda a partir da troca de “para protestar” por “ao passo que protestavam”.

05- O segundo período é iniciado por uma oração de caráter temporal e permitiria, sem comprometer os sentidos ou
correção gramatical, a substituição da expressão “Num momento em que ”por “Enquanto”.
06- A oração “que reuniu cerca de 18.000 pessoas” tem natureza restritiva.

07- No último período, após “segundo”, é notória a elipse de um verbo de valor declarativo, como, por exemplo, “dis-
se”.

08- A substituição de “segundo” por “conforme” não altera a correção gramatical ou mesmo os sentidos textuais.

“Apesar de ter o maior índice de alta confiança na polícia, mesmo que seja abaixo dos 6%, o Nordeste também é a
região que tem o menor índice de sensação de segurança do País. Segundo o Sistema de Indicadores de Percepção Soci-
al (Sips) sobre segurança pública 2010, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 85,8% dos entrevistados têm
medo de serem assassinados”.

O Estado de São Paulo.

09- A substituição de “Apesar de” por “Porquanto” mantém correção gramatical do período desde que se substitua o
verbo “ter” por “tenha”.

10- A oração “mesmo que seja abaixo dos 6%” imprime uma relação de causa quando se refere à oração anterior.

11- A substituição de “mesmo que” por “posto que” mantém correção gramatical do período.
12- A oração “o Nordeste também é a região que tem o menor índice de sensação de segurança do País” pode ser ca-
racterizada como a oração principal da estrutura que imediatamente a antecede.

“Pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostra que as vendas de
materiais de construção têm crescido acima da média do comércio em geral, mas que esse fator não se reflete em me-
lhores salários para os trabalhadores”.

Correio Braziliense

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13- Seria possível manter a correção gramatical ao se substituir a expressão “mas que” por “embora”.

“Segundo especialistas, esse comportamento é o fenômeno da posse transitória, termo que define o pouco tempo que
permanecemos com os produtos que compramos. Por sinal, o mesmo raciocínio estende-se às relações, tanto pessoais
quanto profissionais. Priorizamos resultados de curto prazo e queremos tudo ao mesmo tempo agora. E, assim, aos
poucos, sem perceber, vamos construindo uma sociedade descartável”.

14- Preservam-se a coerência e a correção do texto ao se ligar o período iniciado por “Priorizamos” ao anterior por
meio da conjunção “conquanto”, escrevendo-se do seguinte modo: “(...) profissionais, conquanto priorizamos (...)”.

“O cérebro não guarda informações como em um dicionário, em que o verbete “teatro” vai estar na letra “T”. Nele, a
palavra “teatro” é associada a experiências distintas por nós vividas. Algumas são lógicas, outras menos óbvias. Quanto
maior a variedade de experiências e de conhecimento, mais conexões o cérebro pode fazer”.

15- O período “Quanto maior a variedade de experiências e de conhecimento, mais conexões o cérebro pode fazer” dá
ideia de proporcionalidade.

16- Ao se substituir “Quanto maior” por “À medida que cresce”, mantém-se a correção gramatical do período.

O mais curioso é que, a despeito de qualquer discussão sobre o dever das escolas, ajudar no desenvolvimento do aluno
com vistas à sua colocação no mercado de trabalho é um fundamento no país, estabelecido pela Lei de Diretrizes e Ba-
ses da Educação Nacional, conjunto de normas que dá o norte ao sistema educacional brasileiro”.

17- “A expressão “a despeito de” é sinônima de “apesar de”.

“Na realidade, à exceção das manifestações indígenas, o restante do que se pode definir como cultura brasileira veio de
fora. A multirracialidade do país contribuiu para isso. Mesmo quando determinados movimentos estéticos adotaram um
comportamento nacionalista, os modelos foram importados. Apesar de as esculturas de Aleijadinho, do século XVIII,
terem fisionomia mestiça, esse era um artista barroco, com influência europeia. A Semana de Arte Moderna em São
Paulo, no ano de 1922, foi motivada pelo Futurismo italiano”.

18- Caso se substitua “Apesar de” por “Embora”, é necessário também substituir “terem” por “tenham”, de forma a
assegurar a correção gramatical do período.

“Realizada em Copenhague, sob o signo da recessão mundial, a COP-15 foi uma relativa decepção: não conseguiu pro-
duzir um documento tornando obrigatórias as metas de redução da emissão de poluentes, mas houve consensos”.

19- A substituição do sinal de dois-pontos por uma vírgula seguida da expressão “uma vez que” prejudicaria a correção
gramatical e a informação original do período.

“Sabe-se que, no Brasil, a questão do acesso à escola não é mais um problema, já que a quase totalidade das crianças
ingressa no sistema educacional. Entretanto, as taxas de repetência dos estudantes são bastante elevadas...”.

20- A locução “já que” confere a noção de causa à oração em que ocorre.

Várias cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco, Goiás e Minas Gerais convivem com oferta anual inferi-
or 2 milhões de litros por habitante, para uso direto e indireto. O consumo per capita dobrou em 20 anos, enquanto a
disponibilidade de água ficou três vezes menor. Para piorar esse quadro, há muito desperdício: cerca de 30% da água
tratada é perdida em vazamentos nas ruas do país — só na Grande São Paulo o desperdício chega a 10 metros cúbicos
de água por segundo, o que daria para abastecer cerca de 3 milhões de pessoas diariamente.

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21- Prejudicam-se a coerência textual e as informações originais do texto ao se substituir o termo “enquanto” por “ao
passo que”.

A cena é muito comum: cidade afora, pessoas abusam do uso da água, lavando calçadas, passeios e carros. Mesmo que
o Brasil seja o grande reservatório de água doce do mundo (11,6% do total disponível, com cada brasileiro, em tese,
dispondo de 34 milhões de litros por ano, embora possa levar vida confortável com 2 milhões de litros anuais), tem na
distribuição o seu maior gargalo: 80% concentram-se na Amazônia, onde vivem apenas 5% da população do país, com
os 20% restantes abastecendo 95% dos brasileiros.

22- A expressão “Mesmo que” confere ao trecho em que se insere a noção de condição, por isso, poderia ser trocada
por “A menos que”.

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
C C C E E E C C E E

11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
C E E E C C C C C C

21 22
E E

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 1
(Padrão UECE, CESGRANRIO, IMPARH)

01. Por definição, “oração coordenada que se prende à anterior por conectivo é denominada sindética e é classificada
pelo nome da conjunção que a encabeça”.

Assinale uma alternativa onde aparece uma coordenada sindética explicativa, conforme a definição:
a) A casaca dele estava remendada, mas estava limpa.
b) Ambos se amavam, contudo não se falavam.
c) Todo mundo trabalhando: ou varrendo o chão ou lavando as vidraças.
d) Chora, que as lágrimas lavam a dor.
e) O time ora atacava, ora defendia, e no placar aparecia o resultado favorável.

02. No período “Sabe-se que Jacó propôs a Labão que lhe desse todos os filhos das cabras...”, a alternativa que contém
a análise correta das orações, na sequência em que vêm no período, é:

a) principal; subordinada substantiva subjetiva, subordinada substantiva objetiva direta.


b) coordenada sindética aditiva; subordinada substantiva objetiva direta; subordinada substantiva apositiva.
c) absoluta; subordinada substantiva objetiva direta; subordinada substantiva objetiva direta.
d) principal; subordinada substantiva subjetiva; subordinada substantiva objetiva indireta.
e) coordenada assindética; subordinada substantiva subjetiva; subordinada substantiva objetiva direta.

03. Assinalar a alternativa que apresenta orações de mesma classificação que as deste período: “Não se descobriu o
erro, e Fabiano perdeu os estribos.”

a) Pouco a pouco o ferro do proprietário queimava os bichos de Fabiano.


b) Foi até a esquina, parou, tomou fôlego.
c) Depois que aconteceu aquela miséria, temia passar por ali.
d) Tomavam-lhe o gado quase de graça e ainda inventavam juro.
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e) Não podia dizer em voz alta que aquilo era um furto, mas era.

04. Leia os períodos:


1) O dicionário que comprei contém mais de trezentas mil palavras.
2) Não aceitamos tarefas que se apresentem incompletas.
3) Feliz é o homem que obedece aos mandamentos de Deus.
4) O aluno que estuda alcança boas notas.
5) Aos homens que são racionais coube o domínio da natureza.

Qual das orações subordinadas adjetivas é explicativa e, portanto, deve ficar entre vírgulas?

a) A oração adjetiva do 1º período.


b) A oração adjetiva do 2º período.
c) A oração adjetiva do 3º período.
d) A oração adjetiva do 4º período.
e) A oração adjetiva do 5º período.

05. Há no período uma oração subordinada adjetiva:

a) Ele falou que compraria a casa.


b) Não fale alto, que ela pode ouvir.
c) Vamos embora, que o dia está amanhecendo.
d) Em time que ganha não se mexe.
e) Parece que a prova não está difícil.

06. Classifique as orações em destaque do período abaixo:

"Ao analisar o desempenho da economia brasileira, os empresários afirmaram que os resultados eram bastante
razoáveis, uma vez que a produção não aumentou, mas também não caiu."

a) principal – subordinada adverbial final.


b) subordinada adverbial temporal – subordinada adjetiva restritiva.
c) subordinada adverbial temporal – subordinada substantiva objetiva direta.
d) subordinada adverbial temporal – subordinada substantiva subjetiva.
e) principal – subordinada substantiva objetiva direta.

07. No período "É possível discernir no seu percurso momentos de rebeldia contra a estandardização e o consumis-
mo", a oração destacada é:

a) subordinada adverbial causal, reduzida de particípio.


b) subordinada objetiva direta, reduzida de infinitivo.
c) subordinada objetiva direta, reduzida de particípio.
d) subordinada substantiva subjetiva, reduzida de infinitivo
e) subordinada substantiva predicativa, reduzida de infinitivo.

08. A oração sublinhada está corretamente classificada, EXCETO em:

a) Casimiro Lopes pergunta se me falta alguma coisa/ oração subordinada adverbial condicional
b) Agora eu lhe mostro com quantos paus se faz uma canoa/ oração subordinada substantiva objetiva direta
c) Tudo quanto possuímos vem desses cem mil réis/ oração subordinada adjetiva restritiva
d) Via-se muito que D. Glória era interesseira/ oração subordinada substantiva subjetiva
e) A ideia é tão santa que não está mal no santuário/ oração subordinada adverbial consecutiva

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09. No período: "Era tal a serenidade da tarde, que se percebia o sino de uma freguesia distante, dobrando a ruas dos
finados.", a segunda oração é:

a) subordinada adverbial causal


b) subordinada adverbial consecutiva
c) subordinada adverbial concessiva
d) subordinada adverbial comparativa
e) subordinada adverbial subjetiva

10. Observe o seguinte período: "Sabendo que seria preso, não saiu à rua". Nele, nota-se:

a) reduzida de gerúndio, conformativa


b) reduzida de gerúndio, condicional
c) reduzida de gerúndio, causal
d) reduzida de gerúndio, concessiva
e) reduzida de gerúndio, final

11. Na frase "Entrando na faculdade, procurarei emprego.", a oração subordinada indica idéia de:

a) concessão
b) oposição
c) condição
d) lugar
e) consequência

12. Leia, com atenção, os períodos abaixo:

- Caso haja justiça social, haverá paz.

- Embora a televisão ofereça imagens concretas, ela não fornece uma reprodução fiel da realidade.
- Como todas aquelas pessoas estavam concentradas, não se escutou um único ruído.

Assinale a alternativa que apresenta, respectivamente, as circunstâncias indicadas pelas orações sublinhadas:

a) tempo, concessão, comparação


b) tempo, causa, concessão
c) condição, consequência, comparação
d) condição, concessão, causa
e) concessão, causa, conformidade

GABARITO 1

01 02 03
D A D

04 05
E D

06 07 08 09 10 11 12
C D A B C C D
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EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 2
(Padrão UECE, CESGRANRIO, IMPARH)

01- “Em um dado momento ou em outro, passa pela cabeça da maioria das pessoas a ambição de largar tudo e ir viver
uma vida tranquila em outro lugar.
As respectivas conjunções grifadas assumem no texto valor de:

a) Alternância e adversidade.
b) Alternância e dúvida.
c) Dúvida e adição.
d) Exclusão e adição.
e) Dúvida e conclusão.

02- “O estresse não é doença, e, sim, uma reação instintiva ao perigo real ou imaginário ou a uma situação de desafio”.

I- A conjunção destacada pode ser substituída por “mas”, preservando a correção e os sentidos.
II- A conjunção destacada não poderia ser substituída por “em contrapartida”, pois provoca truncamento na fra-
se.
III- A conjunção destacada classifica-se como coordenativa adversativa.

Os itens CORRETOS são:

a) I e II.
b) II e III.
c) I, II e III.
d) Somente I.
e) Somente III.

03- “Um estudo da Organização Mundial da Saúde aponta que quase 40% das vítimas do uso passivo de cigarros, ca-
chimbos, charutos etc. no Brasil são crianças”.

A conjunção destaca poderia ser substituída corretamente por:

a) , e
b) , porque
c) , já que
d) , pois
e) :
04- “Segundo cálculos do médico Mattias Öberg, do instituto sueco Karolinska, que colaborou com a pesquisa, 2,8 mil
dos 7,5 mil brasileiros vitimados pela convivência com o cigarro são crianças com menos de 5 anos de idade”.
A palavra destacada poderia ser corretamente substituída por:

a) Embora
b) À medida que
c) Em que pese
d) Consoante
e) Malgrado

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05- “Mas uma das pessoas do grupo em que conversávamos sobre esses anônimos discordou dessa tese, e disse que a
entrada do lenhador simbolizava um problema da humanidade, que é a dificuldade de conseguir empregados de
confiança, que façam o que lhes for pedido”.
A estrutura destacada desempenha, na frase, valor sintático de:

a) Sujeito.
b) Objeto direto.
c) Agente da passiva.
d) Predicativo do sujeito.
e) Aposto.

06- “Trabalhar em grupo é uma operação tão prestigiada – na escola, no trabalho, no clube – que ninguém a discute. O
que é um perigo: as verdades dadas como indiscutíveis costumam paralisar as iniciativas”.

A estrutura em destaque no texto apresenta valor de:

a) Concessão
b) Causa
c) Consequência.
d) Condição.
e) Conformidade.

07- “Reconhecer o rosto de cada membro num time de verdade não é ceder a algum nefasto individualismo: é saber
reconhecer e identificar o valor de cada sujeito”.

A oração destaca cumpre papel sintático de:


a) Sujeito.
b) Complemento Nominal.
c) Aposto.
d) Objeto direto.
e) Predicativo do sujeito.

08- “Reia, uma lua de Saturno com 1.500 km de diâmetro e composta basicamente de rocha e gelo, tem uma atmosfera
tênue que é composta por 70% de oxigênio e 30% de gás carbônico, dois gases que, na Terra, são essenciais para as
formas mais complexas de vida”.

Os termos grifados introduzem, respectivamente, orações que indicam ideia de:

a) Consequência / causa
b) Explicação / restrição
c) Restrição / restrição.
d) Modo / explicação.
e) Restrição / explicação.

09- Na oração: “Espia se ela está na esquina”.


Qual das opções abaixo não analisa corretamente esse período.
a) Período composto por subordinação.
b) Conjunção integrante iniciando segunda oração.
c) Verbo da 1ª oração: transitivo direto.
d) Verbo da 2ª oração: de ligação.
e) Frase em discurso direto.

10- Em “Convém que a leitora do Jornal do Brasil e outros desinformados saibam que o eucalipto é uma árvore preda-
dora”, a oração destacada desempenha papel de:
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a) Sujeito oracional.
b) Objeto direto oracional.
c) Complemento oracional
d) Restrição.
e) Explicação.

11- Se suprimirmos o pronome indefinido “Ninguém” e acrescentarmos “Se” à forma verbal “informou”, na frase “
Ninguém informou que haverá aula”, o sujeito da oração principal é:

a) Ninguém.
b) Aula.
c) Indeterminado.
d) Que haverá aula.
e) Inexistente.

12- Por definição, “oração coordenada que se prende à anterior por conectivo é denominada sindética e é classificada
pelo nome da conjunção que a encabeça”.

Assinale uma alternativa em que aparece uma coordenada sindética explicativa, conforme a definição:

a) A casaca dele estava remendada, mas estava limpa.


b) Ambos se amavam, não obstante não se falavam.
c) Todo mundo trabalhando: varrendo o chão ou lavando as vidraças.
d) Chora, que as lágrimas lavam a dor.
e) A operação da polícia foi impecável; estavam, pois, bem treinados.

13. Assinalar a alternativa que apresenta orações de mesma classificação que as deste período: “Não se descobriu o
erro, e Fabiano perdeu os estribos.”

a) Pouco a pouco, o ferro do proprietário queimava os bichos de Fabiano.


b) Foi até a esquina, parou, tomou fôlego.
c) Depois que aconteceu aquela miséria, temia passar por ali.
d) Tomavam-lhe o gado quase de graça e ainda inventavam juro.
e) Não podia dizer em voz alta que aquilo era um furto, mas era.

14. Classifique as orações em destaque do período abaixo:

"Ao analisar o desempenho da economia brasileira, os empresários afirmaram que os resultados eram bastante
razoáveis, uma vez que a produção não aumentou, mas também não caiu."

a) principal – subordinada adverbial final.


b) adverbial temporal – subordinada adjetiva restritiva.
c) adverbial temporal – subordinada substantiva objetiva direta.
d) adverbial temporal – subordinada substantiva subjetiva.
e) principal – subordinada substantiva objetiva direta.

15. No período: "Era tal a serenidade da tarde, que se percebia o sino de uma comunidade distante, dobrando a ruas
dos finados.", a oração destacada é:

a) causal
b) consecutiva
c) concessiva
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d) comparativa
e) subjetiva

16. Observe o seguinte período: "Sabendo que seria preso, não saiu à rua". Nele, nota-se, na oração destacada, sentido
de:
a) conformidade
b) condicionalidade
c) causalidade
d) concessividade
e) finalidade

17. Na frase "Entrando na faculdade, procurarei emprego.", a oração destacada indica ideia de:

a) concessão
b) oposição
c) condição
d) lugar
e) consequência

18. Leia, com atenção, os períodos abaixo:

- A menos que haja justiça social, haverá paz.


- Conquanto a televisão ofereça imagens concretas, ela não fornece uma reprodução fiel da realidade.
- Já que todas aquelas pessoas estavam concentradas, não se escutou um único ruído.

Assinale a alternativa que apresenta, respectivamente, as circunstâncias indicadas pelas orações sublinhadas:

a) condição, tempo, causa.


b) oposição, causa, condição.
c) condição, concessão, causa.
d) condição, tempo, causa.
e) consequência, causa, causa.

GABARITO

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
D C E D B B A C D A
11 12 13 14 15 16 17 18
D D D C B C C C

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12. Uso do “PORQUÊ”.

RELEVÂNCIA DO ASSUNTO EM PROVAS: Considerável. Como a palavra “porque” pode assumir várias ortografias
e funções dentro de um mesmo texto, é totalmente viável que você conheça cada uma delas. As organizadoras cobram
esse assunto de várias maneiras: podem sugerir trocas de um determinado “porquê” por outro; substituição do “por-
quê” por dois-pontos, comum no CESPE, na FCC e na UECE; supressão total da palavra a fim de que você reconheça se
os sentidos e correção gramatical são mantidos etc.

DICA: Fique atento aos valores morfológicos e sintáticos que cada um dos “porquês” assume dentro do texto.

DICA DE ESTUDO: Faça bastante exercício, é necessário que você memorize bem cada um deles para que não os
confunda na hora da prova.

POSSIBILIDADE DE CAIR NA PROVA: Razoável para todos os níveis (de uma a duas questões por prova).

STATUS: Dependendo da banca, em sala e com o professor; de outro modo, em casa e com leitura individual.

1- Por que (separado e sem acento)

O específico “por que” tem dois empregos diferenciados:

Quando for a junção da preposição “por” + pronome interrogativo ou indefinido “que”, possuirá o significado de “por
qual razão” ou “por qual motivo”:

Exemplos:

- Por que você não vai ao cinema? (por qual razão)


- Não sei por que não quero ir. (por qual motivo)

Quando for a junção da preposição por + pronome relativo que, possuirá o significado de “pelo qual” e poderá ter as
flexões: pela qual, pelos quais, pelas quais.

Exemplo:

- Os assuntos por que o jovem se interessava tinham muita relevância. (pelos quais)

- A dificuldade por que passei me ajudou a vencer na vida. (pela qual)

2- Por quê (separado e com acento)

Quando vier antes de um ponto, seja final, interrogativo, exclamação, deverá vir separado e acentuado, e continuará
com o significado de “por qual motivo”, “por qual razão”.

Exemplos:

- Vocês não comeram tudo? Por quê?

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- Andar cinco quilômetros, por quê? Vamos de carro.

3- Porque (junto e sem acento)

É conjunção causal ou explicativa, com valor aproximado de “pois”, “uma vez que”.

Exemplos:

- Não fui ao cinema, porque tenho que estudar para a prova. (pois)

- Não vá fazer intrigas, porque prejudicará você mesmo. (uma vez que)

4- Porquê (junto e com acento)

É substantivo e tem significado de “o motivo”, “a razão”. Vem acompanhado de artigo, pronome, adjetivo ou numeral.

Exemplos:

- O porquê de ela não ter ido à festa ainda é um mistério. (motivo)

- Diga-me dois porquês para não fazer o que devo. (duas razões)

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

01- Use PORQUE; PORQUÊ; POR QUE OU POR QUÊ devidamente.

a) Quero saber ______________estou assim.

b) Foi demitido e não sabe o ___________________.

c) _______________ você está tão aborrecida?

d) Não vai à aula _______________________?

e) Paulo não foi à aula ____________________ não tem caderno.

f) Ignora-se o _______________________da sua renúncia.

g) São ásperos os caminhos ___________________ passei.

h) Não se sabe _________________ estavas tu, na época, interessado.

i) Quero saber ____________________ você não nos disse nada.

j) Creio que os verdadeiros _______________________ainda não vieram à tona.


K) _____________ o homem foi à Lua, muitas conquistas vieram até nós.

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GABARITO

a) Por que
b) Porquê
c) Por que
d) Por quê
e) Porque
f) Porquê
g) Por que
h) Por que
i) Por que
j) Porquês
k) Porque

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13. Funções do SE.

RELEVÂNCIA DO ASSUNTO EM PROVAS: Considerável. A palavra “SE” pode assumir diversas funções no texto. As
diferenças são, quase sempre, muito sutis. Portanto, atenção.

DICA: Fique atento aos valores morfológicos e sintáticos que cada “SE” assume dentro do texto. É aqui que as
organizadoras podem indagar aos candidatos se o “SE” do 1º parágrafo de um determinado texto pode ser classificado
da mesma maneira que o “SE” do 3º parágrafo.

DICA DE ESTUDO: Não são todos os casos de “SE” que são cobrados em provas. Haverá sempre preferências en-
tre as organizadoras. Por isso, é bom ficar atento quando o “SE” for: pronome apassivador (PA), índice de indetermina-
ção do sujeito (IIS), pronome reflexivo ou parte integrante do verbo. Quanto aos demais, são raros em provas de con-
cursos.

POSSIBILIDADE DE CAIR NA PROVA: Razoável para todos os níveis (de uma a duas questões por prova).

STATUS: Em sala e com o professor.

CRITÉRIOS BÁSICOS DE DIFERENCIAÇÃO:

1- “SE” não vinculado ao verbo.

► Será conjunção.

2- “SE” vinculado ao verbo.

► Será pronome, mas receberá várias denominações.

“SE” não vinculado ao verbo.

a) Conjunção integrante:

DICA: Sempre que você substituir a oração iniciada pelo SE por ISSO, e tal substituição fizer sentido, constata-se que o
SE é conjunção integrante.

- A imprensa não investigou se, de fato, as acusações eram verdadeiras.


- Seria muito bom se todo o país reciclasse o seu lixo.

b) Conjunção condicional.

DICA: O SE condicional fará parte de uma oração de valor hipotético, provável ou incerto. Esse mesmo SE terá o valor
da conjunção CASO, e, por esta, muito provavelmente, poderá ser substituída.

- A população poderia ser compreensiva com os políticos se eles tivessem mais compromisso com os seus programas
eleitorais.

- Se todos compreendessem o verdadeiro sentido da palavra respeito, a humanidade cresceria muito mais.

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c) Conjunção temporal.

DICA: A oração em que esse SE se insere não terá valor hipotético, provável ou incerto, mas sim de certeza, de convic-
ção e/ou de fato. Será equivalente à conjunção QUANDO, e por esta poderá ser substituído.

- Se as chuvas devastam cidades todos os anos, os governantes dizem a mesma coisa: que a tragédia não era esperada.

- O país deixa de arrecadar uma fortuna em impostos se não fiscaliza os grandes sonegadores.

d) Conjunção causal.

DICA: Certamente, o SE menos comum de todos. A oração em que ele estiver envolvido relacionar-se-á com uma se-
gunda de valor consecutivo. Permite troca por JÁ QUE, PORQUANTO, COMO etc.

- Se o país vive tendo crises econômicas, os índices de desemprego só aumentam.


- Se há algo de errado no que foi declarado, a polícia deve averiguar os documentos.

“SE” vinculado ao verbo.


As várias denominações do pronome “SE”:
- Parte
- Palavra
- Partícula
- Índice
- Indício
a) Pronome reflexivo:

1. “SE” será pronome reflexivo quando a ação verbal puder ser desempenhada, voluntariamente ou não, pelo su-
jeito contra si mesmo.
2. Essas ações são, quase sempre, físicas (objetivas e/ou conscientes), mas podem ser também psicológicas (subje-
tivas e/ou inconscientes).
3. O contexto, nessas horas, é fundamental.

Exemplos:

1- A moça maquiava-se diante do espelho.


2- O cão mordia-se procurando uma pulga.
3- Os grandes homens não se repetem ao longo de seus projetos.
4- O homem forte motiva-se sempre.
5- O casal nunca se questionava durante as brigas.
6- Aquele país ainda se culpa pelo holocausto.

b) Partícula apassivadora:

1- É responsável pela transformação do objeto direto em sujeito paciente.


2- Quando o verbo está no singular, costuma induzir o candidato a pensá-la como índice de indeterminação do sujeito.
3- Está condicionada, sempre, a verbos transitivos diretos ou bitransitivos.

Exemplos:

- Destina-se aos homens-placa um lugar visível nas ruas e nas praças, ao passo que lhes é suprimida a visibilidade social.
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- Ainda não se percebeu que a política nacional é puro teatro amador.


- Devem-se apoiar iniciativas de inovação na política nacional.

b) Índice de indeterminação do sujeito.


1- Está ligada a verbos transitivos indiretos, intransitivos e de ligação.
VTI + SE OBJETO INDIRETO.
VI + SE ADJ. ADV.*
VL + SE PRED. DO SUJEITO.
* muito provavelmente.
Exemplos:

- Divergiu-se muito das opiniões do senador.


- Sempre se acredita em milagres religiosos.
- Saiu-se muito naquele fim de semana.
- Parecia-se nervoso no dia da prova.
- Era- se feliz naquele país.

c) Partícula expletiva (ou de realce).

1- Seu objetivo é criar um efeito poético à frase.


2- Sua retirada não modifica a estrutura sintática do período.

Ex.:
- As flores murcharam-se todas.
- O amor foi-se embora.
- Os atletas partiram-se chorando.

d) Parte integrante do verbo.

1- Funciona como um componente do verbo.


2- Sua retirada invalida ou modifica os sentidos do verbo.

Ex.:
- O homem arrependeu-se de suas palavras.
- A jornalista se referiu aos casos de irregularidade.
- O talentoso artista suicidou-se nesta manhã.

1 - Classifique a partícula SE nos períodos abaixo:

- Jamais se consertaram as bicicletas.


(_____________________________)

- Trabalha-se muito aqui.


(______________________________.)

- Os convidados foram-se embora ao amanhecer.


(_________________________)

- Se ela não vier, teremos muito trabalho.


(_____________________________)

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- Não sei se ele voltará hoje para casa.


(_____________________________.)

2 - Relacione a primeira coluna com a segunda.


(1) Conjunção Subordinativa
(2) Pronome Reflexivo.
(3) Pronome Apassivador
(4) Índice de Indeterminação do Sujeito.
(5) Partícula Expletiva ou de Realce

( ) Solange considerou-se culpada.


( ) Precisa-se de operários especializados.
( ) Nunca se sabe se ele vai chegar cedo ou não.
( ) A platéia riu-se das piadas do apresentador.
( ) Ali ainda se viam grandes florestas.

3 - No período "O irmão deixou-se envolver por más companhias ", o SE é classificado como:

a) Conjunção Subordinativa
b) Pronome Reflexivo.
c) Pronome Apassivador
d) Índice de Indeterminação do Sujeito.
e) Partícula Expletiva ou de Realce

4 - No período "Conseguiremos lugar, se chegarmos cedo ao teatro", o SE é classificado como:

a) Conjunção Subordinativa.
b) Pronome Reflexivo.
c) Pronome Apassivador.
d) Índice de Indeterminação do Sujeito.
e) Partícula Expletiva ou de Realce.

5 - No período "A mulher arrependeu-se do que fez", o SE é classificado como:

a) Conjunção Subordinativa
b) Pronome Reflexivo.
c) Parte Integrante do verbo.
d) Pronome Apassivador
e) Partícula Expletiva ou de Realce

RESPOSTAS
01- Pronome apassivador; índice de indeterminação do sujeito; partícula de realce; conjunção condicional; conjunção
integrante.
02- (2), (4), (1), (5), (3).
03- B
04- A
05- C

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14. Funções do QUE

RELEVÂNCIA DO ASSUNTO EM PROVAS: Razoável. A palavra “QUE” também pode assumir diversas funções no
texto.

DICA: Fique atento aos valores morfológicos e sintáticos que cada “QUE” assume dentro do texto. É aqui que as
organizadoras exploram as diferenças entre um “QUE” pronome relativo e um “QUE” conjunção integrante, por exem-
plo. Sugiro que você volte ao conteúdo “Sintaxe da oração e do período” e revise os potencias dessa palavra. É dentro
das orações, funcionando como conector (ou elemento de coesão, como algumas organizadoras preferem), que a pala-
vra “QUE” costuma ser mais perigosa.

DICA DE ESTUDO: Não são todos os casos de “QUE” que são cobrados em provas. Haverá sempre preferências
entre as organizadoras. Por isso, é bom ficar atento quando o “QUE” for: pronome relativo, conjunção integrante e con-
junção coordenativa explicativa. Quanto aos demais, são menos frequentes.

POSSIBILIDADE DE CAIR NA PROVA: Razoável para todos os níveis (de uma a duas questões por prova).

STATUS: Em casa e com leitura individual.

1- SUBSTANTIVO: Com o sentido de algo, alguma coisa (como substantivo deve ser acentuado)

Ex.: Ele tem um quê de misterioso. Todos os gênios têm um quê de loucos.

2- PRONOME ADJETIVO:

A)- INTERROGATIVO: Que livro você deseja?

B)- EXCLAMATIVO: Que pizza diferente!

3- PRONOME SUBSTANTIVO RELATIVO:

Refere-se a um termo anterior que ele representa.

Ex.: A sandália que eu comprei era amarela. (sintaticamente = objeto direto)

O aluno que saiu mais cedo é muito inteligente. (sintaticamente = sujeito)

A casa em que João mora é muito ventilada. (sintaticamente = adjunto adverbial de lugar)

A situação por que passei foi delicadíssima. (sintaticamente = por + que = objeto indireto )

O livro a que me refiro é muito caro. (sintaticamente= Objeto indireto)

4- PRONOME SUBSTANTIVO INDEFINIDO INTERROGATIVO: Com o sentido de “Que coisa?”

Ex: Que me disseste ontem? (sintaticamente= Objeto direto)

5- PREPOSIÇÃO: “Que” substituindo a preposição “de” na perífrase : “ter de...”


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Ex: Eu tive que fazer minha obrigação.

6- ADVÉRBIO:

Ex.:

- Que assustador era aquele monstro.

- Que enganados andam os homens!

7- PARTÍCULA OPTATIVA: Dá sentido optativo às orações consideradas independentes.

Ex: Que Deus o abençoe!

8- PARTÍCULA ENFÁTICA: (DE REALCE, ou EXPLETIVA, não tendo, assim, função na oração)

Ex: Há anos que não o vejo. (Há anos não o vejo.) - Trata-se, nesta frase, de mero adorno.

Aparece constantemente nas expressões: é que, foi que, era que, será que, seria que...

Ex: Eu é que dei o recado. - Será que vai chover? - Isso é que é... (uma oração só)

9- INTERJEIÇÃO: Como o substantivo, aqui também ele é acentuado.

Ex.: Quê! Vocês se revoltam?

EXERCÍCIOS I

01 - Classifique a partícula “QUE” nos períodos abaixo:

- Falou sim, que eu escutei. (_______________________)

- Tenho que sair.


(_______________________).

- Quê! Você vai deixá-lo sair agora? (________________________)

- Vocês é que são os culpados. (________________________)

- Trabalha que trabalha e nunca vê dinheiro. (________________________)

02- Relacione a primeira coluna com a segunda.

(1) Conjunção Subordinativa


(2) Advérbio
(3) Pronome
(4) Interjeição
(5) Partícula Expletiva ou de Realce

( ) Quê! Você ainda está aqui?

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( ) Que lindo foi teu gesto!


( ) Esperava que eles me entendessem.
( ) Quase que eu perco o jogo.
( ) Devolvi o dinheiro que me deram por engano.

03 - No período "Falou tanto que ficou rouco.", o que é classificado como:

a) Pronome
b) Advérbio
c) Preposição
d) Conjunção
e) Interjeição

04 - No período "Que longe é a sua casa!", o que é classificado como:

a) Pronome
b) Advérbio
c) Preposição
d) Conjunção
e) Interjeição

05 - No período "Tiveram que enfrentar a situação", o que é classificado como:

a) Pronome
b) Advérbio
c) Preposição
d) Conjunção
e) Interjeição

RESPOSTAS

01- Conjunção; preposição; interjeição; palavra expletiva; conjunção coordenativa.


02- (4), (2), (1), (5), (3).
03- D
04- B
05- C

EXERCÍCIOS II

Exercícios sobre o uso do “SE” e do “QUE”.

Texto I

“O governo estadual está adotando uma série de medidas com o objetivo de transformar o Departamento Estadual de
Trânsito (Detran) num órgão eficiente, desburocratizado, transparente e acessível a todo cidadão. Falhas de gestão
permitiram que ele fosse dominado, nas últimas décadas, por esquemas de corrupção e falcatruas de todo tipo, que
beneficiavam várias máfias em prejuízo da população, sempre mal atendida. No dia 10 de março, o governador Geraldo
Alckmin assinou o decreto que transfere o Detran da Secretaria da Segurança Pública para a Secretaria de Gestão Públi-
ca. Com a mudança, 1.394 policiais, incluindo delegados e investigadores, voltarão às suas atividades na área de segu-
rança pública”.

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O Estado de São Paulo, 05/ 04/ 11 (Com adaptações).

01- As duas evidências de “que”, depois de “permitiram” e antes de “ beneficiavam”, apresentam igual classificação
morfossintática.

02- A palavra “que” depois de “decreto” pode ser substituída por “do qual” sem que a correção gramatical seja com-
prometida.

03- A estrutura oracional reduzida “incluindo delegados e investigadores” permite reescritura, a fim de que alcance
desenvolvimento, da seguinte forma: “que incluem delegados e investigadores”.

Texto II

“Os bens de consumo duráveis acusam, com dados dessazonalizados, recuo de 2,3%, apesar de um crescimento de 4,7%
no caso dos veículos automotores, o que parece indicar que a indústria não está acreditando muito nos efeitos da políti-
ca de restrição do crédito. Em compensação, a queda de produção desses bens se vincula à importação favorecida pela
nova onda de desvalorização do real ante o dólar.
(...)
É possível que os dados da produção industrial tenham sido favorecidos com mais dias úteis do que fevereiro de 2010.
Porém, o importante é que a demanda doméstica continua robusta”.

O Estado de São Paulo, 05/ 04/ 11

04- Por ser um pronome relativo, “que”, após “o”, pode ser substituído por “o qual”, já que faz referência ao termo
imediatamente anterior a si.

05- Como “que”, depois de “indicar”, é uma conjunção integrante, sua substituição por “se” não alteraria os sentidos
originais, nem comprometeria as relações sintáticas.

06- O vocábulo “se”, depois de “bens”, permite, preservando a correção gramatical, substituição por “que”.

07- A palavra “se”, depois de “bens”, cumpre o papel sintático de complemento direto e apresenta valor reflexivo.

08- A estrutura de voz passiva analítica “os dados da produção industrial tenham sido favorecidos” poderia ser substi-
tuída por “se tenham favorecido os dados da produção industrial”, agora, na voz passiva sintética.

Texto III

É importante para as empresas que atuam no setor, para as demais empresas, que dependem de conexão rápida e con-
fiável com a internet, e para os cidadãos em geral conhecer as metas oficiais para os próximos anos. Mas, no caso da
banda larga, as metas são pouco ambiciosas se comparadas com as de outros países e, principalmente, quando são le-
vadas em conta as necessidades futuras do País.
(...)
A tributação é apontada como um dos principais responsáveis pelo alto custo. Estima-se que, do valor da assinatura
mensal, os tributos representem 40% (no Japão, correspondem a 5% e na Argentina, a 27%). O ministro Paulo Bernardo
previu que, com o corte de tributos federais, a banda larga popular poderá custar R$ 35. Se os Estados reduzirem o
ICMS, o valor poderá ficar abaixo de R$ 30 por mês. É uma medida elogiável, mas ainda insuficiente, diante do custo da
banda larga no País.

O Estado de São Paulo, 05/ 04/ 11 (Com adaptações)

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09- Embora a palavra “que” (início do primeiro período) se refira a “empresas”, sua substituição por “onde” não preser-
varia a correção gramatical, tampouco as relações originais de sentido.

10- A palavra “se”, depois de “ambiciosas” pode ser classificada como pronome apassivador.

11- A palavra “se”, depois de “ambiciosas” pode ser substituída por “caso”, já que imprime no texto relação de condi-
ção.

12- “SE”, na estrutura “Estima-se que...”, indica que o sujeito da oração é indeterminado.

13- “SE”, ante de “os Estados reduzirem...”, indica nexo de condição, e poderia ser substituído por “Caso”, sem que os
sentidos, nem a correção gramatical fossem comprometidos.

Texto IV

“Não vejo mais como me furtar a um comentário sobre o Egito. A confusão ali, afinal, pode virar do avesso a geopolítica
do Oriente Médio e, por extensão, a do globo.

Comecemos pelos consensos. Existe uma unanimidade no mundo árabe. É a de que os valores ocidentais não podem ser
simplesmente importados e implantados sem tradução. Por isso, os países árabes precisam encontrar seu próprio cami-
nho, que deve culminar na união de todas as nações da região. Em minha modesta interpretação, isso tem a ver com a
noção de "umma". Modernamente, a palavra pode ser traduzida como "nação". Seu significado primordial, contudo, é o
de "comunidade", que idealmente engloba todo o islã e à qual todo bom muçulmano deve submeter-se, sem dissenso
(ou quase). O termo, que aparece 64 vezes no Alcorão, é derivado da palavra "umm", que significa "mãe". Uma alterna-
tiva de tradução à Caetano Veloso seria "mátria". A concórdia para nessa ideia de diferença em relação ao Ocidente e
união entre os árabes.

Para lograr esse objetivo, uma parte se voltou para o nacionalismo secular. É dessa tradição que Hosni Mubarak é her-
deiro, muito embora o pan-arabismo já tenha contado com representantes mais populares, notadamente Gamal Abdel
Nasser (1918-70).

O outro ramo é o dos que apostaram na religião como força unificadora. É aí que se encaixa a Irmandade Muçulmana
("al Ikhuan"). Fundada em 1928, é a primeira representante do pan-islamismo”.

Folha de São Paulo, 05/ 04/ 11

14- Na estrutura “(...)contudo, é o de "comunidade", que idealmente engloba todo o islã e à qual todo(...)”, as senten-
ças destacadas poderiam ser substituídas, sem causar prejuízo ao texto por, respectivamente “a qual” e “a que”.

15- A expressão “à qual” (antes de “todo”) desempenha o papel sintático de assistir os sentidos do verbo “submeter-
se”, que reclama complementação indireta.
16- A palavra “que” (depois de “termo”) funciona, sintaticamente, como sujeito.

17- A palavra “se” (depois de “uma parte”) recebe classificação gramatical de pronome apassivador, uma vez que im-
prime à oração valor de passividade.

18- A palavra “que” (último parágrafo) funciona como partícula expletiva e se mantém ligada à oração porque faz refe-
rência a “ramo”.

19- A palavra “se” (antes de “encaixa”, último parágrafo) desempenha papel de pronome reflexivo, já que a ação de
“encaixar” permite movimento de dupla referência.

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Texto V

Embora não notifique todas as denúncias de violência financeira que recebe, o Ministério Público do DF abre dois inqué-
ritos por mês, em média, que se tornam, em seguida, processos judiciais contra os exploradores. “Num contexto em que
o idoso não costuma denunciar, é um número alto de ocorrências. E posso afirmar que em 100% dos casos temos a fa-
mília envolvida”, diz Sandra Julião, promotora da área do idoso no DF.
Correio Braziliense, 05/ 04/ 11

20- A palavra “se” pode ser classificada como uma parte integrante do verbo, dentre outras razões, porque não de-
sempenha função sintática. Seu papel é o de pronominalizar o verbo, o que implica importante mudança para a es-
trutura da frase. Sua ausência comprometeria tanto os sentidos textuais como as regras gramaticais.

GABARITO

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
E E C C E E C C C E
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
E E E C C C E E E C

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15. Vozes Verbais

RELEVÂNCIA DO ASSUNTO EM PROVAS: Considerável. Entender esse assunto significa enxergar algo a mais nu-
ma simples frase e até melhorar na interpretação de certos enunciados.

DICA: Se há uma organizadora que explora bastante esse tema, esta é a FCC. Nas provas de todos os níveis é
possível encontrar questões sobre esse assunto. O CESPE também o explora, mas não costuma “avisar” ao candidato
que está tratando de tal assunto. Por exemplo, é comum que o CESPE diga “A substituição de ‘erguem-se’ (linha 10) por
‘são erguidas’ prejudica a correção do período”. Ora, é uma nítida questão de passividade verbal. A organizadora quer
que você reconheça se a passagem da “voz passiva sintética” para a “voz passiva analítica” mantém a correção gramati-
cal.

DICA DE ESTUDO: Cuidado com os modos e tempos verbais. É fundamental que você não confunda o pretérito
perfeito como o imperfeito, por exemplo. Assim, se a questão pede para que você passe a seguinte frase para a voz
passiva analítica “O projeto trouxe benefícios”, e você pensar que “Benefícios são trazidos pelo projeto” é a estrutura
correta, você está confundindo os tempos verbais. Corrigindo: se “trouxe” está no pretérito perfeito, o verbo “ser” deve
ficar também no pretérito perfeito “foram”, e não no presente.

POSSIBILIDADE DE CAIR NA PROVA: De baixa para razoável.

► Voz verbal é a flexão do verbo que indica se o sujeito pratica, ou recebe, ou pratica e recebe (ao mesmo tempo) a
ação verbal.

01) Voz Ativa: quando o sujeito é agente, ou seja, pratica a ação verbal ou participa ativamente de um fato.
Exemplos

- As meninas exigiram a presença da diretora.

- A torcida aplaudiu os jogadores.

- O médico cometeu um erro terrível.

02) Voz Passiva: quando o sujeito é paciente, ou seja, sofre a ação verbal.

A) Voz Passiva Sintética:

A voz passiva sintética é formada por verbo transitivo direto, pronome se (partícula apassivadora) e sujeito paciente.

Exemplos

- Entregam-se encomendas.
- Aluga-se casa.
- Compram-se roupas usadas.

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B) Voz Passiva Analítica: a voz passiva analítica é formada por sujeito paciente, verbo auxiliar ser ou estar, verbo princi-
pal indicador de ação no particípio - ambos formam locução verbal passiva - e agente da passiva. Veja mais detalhes
aqui.

Exemplos

- As encomendas foram entregues pelo próprio diretor.


- As casas foram alugadas pela imobiliária.
- As roupas foram compradas por uma elegante senhora.

03) Voz Reflexiva:

Há dois tipos de voz reflexiva:

a) Reflexiva: será chamada simplesmente de reflexiva, quando o sujeito praticar a ação sobre si mesmo.

Exemplos:

- Carla machucou-se.
- Raimundo cortou-se com a faca.

b) Reflexiva recíproca: será chamada de reflexiva recíproca, quando houver dois elementos como sujeito: um pratica a
ação sobre o outro, que pratica a ação sobre o primeiro.

Exemplos

- Paula e Renato amam-se.


- Os jovens agrediram-se durante a festa.
- Os ônibus chocaram-se violentamente.

PASSAGEM DA ATIVA PARA A VOZ PASSIVA OU INVERSA.

Para efetivar a transformação da ativa para a passiva e vice-versa, procede-se da seguinte maneira:

1- O sujeito da voz ativa passará a ser o agente da passiva.

2- O objeto direto da voz ativa passará a ser o sujeito da voz passiva.

3- Na passiva, o verbo ser estará no mesmo tempo e modo do verbo transitivo direto da ativa.

4 Na voz passiva, o verbo transitivo direto ficará no particípio.

Na oração: “Os jogadores foram aplaudidos pela torcida”.

Voz ativa: A torcida aplaudiu os jogadores.


Sujeito = a torcida.
Verbo transitivo direto = aplaudiu.
Objeto direto = os jogadores.
Voz passiva :Os jogadores foram aplaudidos pela torcida.
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Sujeito = os jogadores.
Locução verbal passiva = foram aplaudidos.
Agente da passiva = pela torcida.

EXERCÍCIO

01- Transpondo para a voz passiva a frase “Ele tinha estabelecido um roteiro de fiscalização do dia”, obtém-se a forma:

a- tivera estabelecido
b- foi estabelecido
c- estava estabelecendo
d- tinha sido estabelecido
e- estava sendo estabelecido

02- Transpondo para a voz passiva a frase “a menina estava compondo uma bela música”, obtém-se a forma:
a- Era composta
b- Tinha sido composta
c- Estava sendo composta
d- Fora composta
e- Estaria sendo composta

04- Transpondo para a voz ativa a oração “O dissídio já havia sido homologado”, o verbo apresentará a forma:

a- homologara-se
b- homologar-se-ia
c- homologariam
d- haviam homologado
e- houvera sido homologado

05- Passando para a voz ativa a frase “O texto será corrigido pelo técnico especializado”, obtém-se a forma verbal:

a- corrigirá
b- fará a correção
c- corrigir-se-á
d- vai corrigir
e- deve corrigir

06- Passando para a voz passiva a frase “Lídia ia marcando as falhas tipográficas sobre o próprio texto”, obtém-se a
forma verbal:

a- estava marcando
b- foi sendo marcado
c- foram marcados
d- iam sendo marcadas
e- eram marcados

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GABARITO

01 02 03 04 05
D C D A D

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16. Acentuação gráfica (Acordo Ortográfico)

RELEVÂNCIA DO ASSUNTO EM PROVAS: Baixa. As organizadoras vêm trabalhando muito pouco com esse tema.
As regras do Novo Acordo Ortográfico só serão mesmo obrigatórias a partir de 2013. Logo, convivem, atualmente, duas
ortografias oficiais no Brasil. Por esse motivo, as organizadoras estão dando tempo ao tempo. Penso que, depois de
2013, questões sobre esse assunto deverão ser mais frequentes. Por enquanto, são raras.

DICA: Quando o edital sair, verifique se há prova de redação (prova discursiva). Caso haja, note que o edital dirá
qual modelo ortográfico você deverá seguir. Quase sempre, as organizadoras pedem que o candidato escolha um dos
dois modelos.

DICA DE ESTUDO: Embora muitos alunos fiquem bastante preocupados com o Novo Acordo Ortográfico, este
não é o assunto mais relevante dos programas. Por isso, não tente, intempestivamente, memorizar todas as mudanças.
Relaxe, o novo acordo só alterou 0,5% das regras de ortografia. Pense comigo: se já são poucas as questões envolvendo
esse tema, e se somente 0,5% foi alterado, o risco de cair uma questão é baixo. Contudo, é sempre bom examinar com
calma o edital; se nele contiver afirmações do tipo: “Será cobrado Novo Acordo Ortográfico”, aí, você deve ler com bas-
tante calma o que há neste primeiro capítulo. Por essas razões, caso queira, você pode até pular este capítulo. Comece
pelo próximo assunto. Aconselho que você vá lendo as novas regras aos poucos, afeiçoando-se a elas devagar, sem cor-
rerias.

POSSIBILIDADE DE CAIR NA PROVA: Para nível fundamental, no mínimo, uma (isso numa prova de 10 questões);
para nível médio, no máximo, uma (isso numa prova de 10 a 20 questões); já para nível superior a possibilidade é míni-
ma, quase zero.

REGRAS QUE NÃO MUDARAM

1- Todas as palavras proparoxítonas (que têm o acento tônico na antepenúltima sílaba) são acentuadas: árvore, lâmpa-
da, déficit, esplêndido.

2- Acentuam-se as palavras paroxítonas (que têm o acento tônico na penúltima sílaba) terminadas em:

A) ditongo crescente: sério, ânsia, Mário, mágoa, espontâneo;

B) ão, ãos, ã, ãs: órfão, órfãos, órfã, órfãs;

C) i, is: júri, júris, lápis, jóquei, jóqueis, amáveis, quisésseis;

D) on, ons: próton, prótons, nêutron, nêutrons;

E) um, uns, us: álbum, álbuns, bônus, Vênus;

F) l, n, r, x, ps, t, ts: amável, hífen, revólver, Félix, bíceps, superávit(s).

3- As palavras oxítonas e os monossílabos tônicos acentuados são os que terminam em:

A) a, e, o, seguidos ou não de s: cá, vatapá, fé, café, pó, cipó, avô, pôs, você, vocês, mês, três.

B) ém, éns, excluindo-se os monossílabos: armazém, armazéns, alguém, também, parabéns; mas: tem (ele), tens, vem
(ele), vens;

C) êm, na terceira pessoal do plural dos verbos: têm (eles), vêm (eles), detêm (eles), provêm (eles).

4- Acento nas vogais i e u: Para serem acentuadas, as vogais I e U precisam preencher as seguintes condições:
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a) ser tônicas;
b) ser precedidas de vogal;
c) formar sílaba sozinha ou com S: aí, caí, juízes, caído, Luís, incluí-lo, caíste, baú, saúde, gaúcho, balaústre.
Basta falhar uma dessas condições para não mais haver acento: vai, cai, juiz, caindo, Luiz.

REGRAS QUE MUDARAM

Mudanças no alfabeto

O alfabeto passa a ter 26 letras. Foram reintroduzidas as letras k, w e y. O alfabeto completo passa a ser:

A B C D E F G H I J K L M N O P Q RS U V W X Y Z

As letras k, w e y, que na verdade não tinham desaparecido da maioria dos dicionários da nossa língua, são usadas em
várias situações. Por exemplo:

a) na escrita de símbolos de unidades de medida: km (quilômetro), kg (quilograma), W (watt);

b) na escrita de palavras e nomes estrangeiros (e seus derivados): show, playboy, playground, windsurf, kung
fu, yin, yang, William, kaiser, Kafka, kafkiano.

• Trema

Não se usa mais o trema (¨), sinal colocado sobre a letra u para indicar que ela deve ser pronunciada nos grupos
gue, gui, que, qui.

Como era Como fica


agüentar aguentar
bilíngüe bilíngue
cinqüenta cinquenta
delinqüente delinquente
eloqüente eloquente

Atenção:

O trema permanece apenas nas palavras estrangeiras e em suas derivadas.

Exemplos: Müller, mülleriano.

• Mudanças nas regras de acentuação

1. Não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói das palavras paroxítonas (palavras que têm acento tônico na
penúltima sílaba).

Como era Como fica


alcatéia alcateia

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andróide androide
apóia (verbo apoiar) apoia
apóio (verbo apoiar) apoio
asteróide asteroide
bóia boia
celulóide celuloide
colméia colmeia

Atenção:

Essa regra é válida somente para palavras paroxítonas. Assim, continuam a ser acentuadas as palavras oxítonas
terminadas em éis, éu, éus, ói, óis. Exemplos: papéis, herói, heróis, troféu, troféus.

2. Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no i e no u tônicos quando vierem depois de um ditongo.

Como era Como fica


baiúca baiuca
bocaiúva bocaiuva
cauíla cauila
feiúra feiura

Atenção:

Se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem em posição final (ou seguidos de s), o acento permanece. Exem-
plos: tuiuiú, tuiuiús, Piauí.

3. Não se usa mais o acento das palavras terminadas em êem e ôo(s).

Como era Como fica


abençôo abençoo
crêem (verbo crer) creem
dêem (verbo dar) deem
dôo (verbo doar) doo
enjôo enjoo
lêem (verbo ler) leem
magôo (verbo magoar) magoo
povôo (verbo povoar) povoo
vêem (verbo ver) veem
vôos voos

4. Não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára/para, péla(s)/pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s) e
pêra/pera.
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Como era Como fica


Ele pára o carro. Ele para o carro.
Ele foi ao pólo Norte. Ele foi ao polo Norte.
Ele gosta de jogar pólo. Ele gosta de jogar polo.
Esse gato tem pêlos Esse gato tem pelos
brancos. brancos.
Comi uma pêra. Comi uma pera.

Atenção:

• Permanece o acento diferencial em pôde/pode. Pôde é a forma do passado do verbo poder (pretérito perfeito do
indicativo), na 3a pessoa do singular. Pode é a forma do presente do indicativo, na 3a pessoa do singular. Exemplo:
Ontem, ele não pôde sair mais cedo, mas hoje ele pode.

• Permanece o acento diferencial em pôr/por. Pôr é verbo. Por é preposição. Exemplo: Vou pôr o livro na estante que
foi feita por mim.

• Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural dos verbos ter e vir, assim como de seus derivados
(manter, deter, reter, conter, convir, intervir, advir etc.).

Exemplos:

Ele tem dois carros. Eles têm dois carros

Ele vem de Sorocaba. Eles vêm de Soroca-


ba.
Ele mantém a palavra.
Eles mantêm a pala-
Ele convém aos estudantes. vra.

Ele detém o poder. Eles convêm aos


estudantes.
Ele intervém em todas as
aulas. Eles detêm o poder.

Eles intervêm em
todas as aulas.

• É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as palavras forma/fôrma. Em alguns casos, o uso do acento
deixa a frase mais clara. Veja este exemplo: Qual é a forma da fôrma do bolo?

5. Não se usa mais o acento agudo no u tônico das formas (tu) arguis, (ele) argui, (eles) arguem, do presente do indica-
tivo dos verbos arguir e redarguir.

6. Há uma variação na pronúncia dos verbos terminados em guar, quar e quir, como aguar, averiguar, apaziguar, de-
saguar, enxaguar, obliquar, delinquir etc. Esses verbos admitem duas pronúncias em algumas formas do presente
do indicativo, do presente do subjuntivo e também do imperativo. Veja:

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a) se forem pronunciadas com a ou i tônicos, essas formas devem ser acentuadas.

Exemplos:

Verbo enxaguar: enxáguo, enxáguas, enxágua, enxáguam; enxágue, enxágues, enxáguem.

Verbo delinquir: delínquo, delínques, delínque, delínquem; delínqua, delínquas, delínquam.

c) se forem pronunciadas com u tônico, essas formas deixam de ser acentuadas. Exemplos (a vogal sublinhada é
tônica, isto é, deve ser pronunciada mais fortemente que as outras):

Exemplos:

Verbo enxaguar: enxaguo, enxaguas, enxagua, enxaguam; enxague, enxagues, enxaguem.

Verbo delinquir: delinquo, delinques, delinque, delinquem; delinqua, delinquas, delinquam.

Atenção: no Brasil, a pronúncia mais corrente é a primeira, aquela com a e i tônicos.

• Uso do hífen

Algumas regras do uso do hífen foram alteradas pelo novo Acordo. Mas, como se trata ainda de matéria contro-
vertida em muitos aspectos, para facilitar a compreensão dos leitores, apresentamos um resumo das regras que orien-
tam o uso do hífen com os prefixos mais comuns, assim como as novas orientações estabelecidas pelo Acordo.

As observações a seguir referem-se ao uso do hífen em palavras formadas por prefixos ou por elementos que
podem funcionar como prefixos, como: aero, agro, além, ante, anti, aquém, arqui, auto, circum, co, contra, eletro,
entre, ex, extra, geo, hidro, hiper, infra, inter, intra, macro, micro, mini, multi, neo, pan, pluri, proto, pós, pré, pró,
pseudo, retro, semi, sobre, sub, super, supra, tele, ultra, vice etc.

1. Com prefixos, usa-se sempre o hífen diante de palavra iniciada por h.

Exemplos:
anti-higiênico anti-histórico
co-herdeiro macro-história
mini-hotel proto-história
sobre-humano super-homem
ultra-humano

2. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal com que se inicia o segundo elemento.

Exemplos:
aeroespacial agroindustrial
anteontem antiaéreo
antieducativo autoaprendizagem
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autoescola autoestrada
autoinstrução coautor
coedição extraescolar
infraestrutura plurianual
semiaberto semianalfabeto
semiesférico semiopaco

Exceção: o prefixo co aglutina-se em geral com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por o: coobrigar,
coobrigação, coordenar, cooperar, cooperação, cooptar, coocupante etc.

3. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por consoante diferente de r ou
s.

Exemplos:
anteprojeto antipedagógico
autopeça autoproteção
coprodução geopolítica
microcomputador pseudoprofessor
semicírculo semideus
seminovo ultramoderno
Atenção: com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen.

Exemplos: vice-rei, vice-almirante etc.

4. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por r ou s. Nesse caso, dupli-
cam-se essas letras.

Exemplos:
antirrábico antirracismo
antirreligioso antirrugas
antissocial biorritmo
contrarregra contrassenso
cosseno infrassom
microssistema minissaia
multissecular neorrealismo
neossimbolista semirreta
ultrarresistente ultrassom
5. Quando o prefixo termina por vogal, usa-se o hífen se o segundo elemento começar pela mesma vogal.
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Exemplos:
anti-ibérico anti-imperialista
anti-inflacionário anti-inflamatório
auto-observação contra-almirante
contra-atacar contra-ataque
micro-ondas micro-ônibus
semi-internato semi-interno

6. Quando o prefixo termina por consoante, usa-se o hífen se o segundo elemento começar pela mesma consoante.
Exemplos:
hiper-requintado inter-racial
inter-regional sub-bibliotecário
super-racista super-reacionário
super-resistente super-romântico

Atenção:
• Nos demais casos não se usa o hífen.

Exemplos: hipermercado, intermunicipal, superinteressante, superproteção.

• Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r: sub-região, sub-raça etc.

• Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n e vogal: circum-navegação, pan-
americano etc.

7. Quando o prefixo termina por consoante, não se usa o hífen se o segundo elemento começar por vogal.

Exemplos:
hiperacidez hiperativo
interescolar interestadual
interestelar interestudantil
superamigo superaquecimento
supereconômico superexigente
superinteressante superotimismo

8. Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, usa-se sempre o hífen.
Exemplos:
além-mar além-túmulo
aquém-mar ex-aluno
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ex-diretor ex-hospedeiro
ex-prefeito ex-presidente
pós-graduação pré-história
pré-vestibular pró-europeu
recém-casado recém-nascido
sem-terra

9. Deve-se usar o hífen com os sufixos de origem tupi-guarani: açu, guaçu e mirim.
Exemplos: amoré-guaçu, anajá-mirim, capim-açu.

10. Deve-se usar o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se combinam, formando não propriamen-
te vocábulos, mas encadeamentos vocabulares.

Exemplos: ponte Rio-Niterói, eixo Rio-São Paulo.

11. Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam a noção de composição.

Exemplos:
girassol madressilva
mandachuva paraquedas
paraquedista pontapé

12. Para clareza gráfica, se no final da linha a partição de uma palavra ou combinação de palavras coincidir com o hífen,
ele deve ser repetido na linha seguinte.
Exemplos:
- Na cidade, conta-se que ele foi viajar.
- O diretor recebeu os ex-alunos.

Resumo - Emprego do hífen com prefixos

Regra básica

Sempre se usa o hífen diante de h:

Anti-higiênico, super-homem.

Outros casos
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1. Prefixo terminado em vogal:

- Sem hífen diante de vogal diferente: autoescola, antiaéreo.

- Sem hífen diante de consoante diferente de r e s: anteprojeto, semicírculo.

- Sem hífen diante de r e s Dobram-se essas letras: antirracismo, antissocial, ultrassom.

- Com hífen diante de mesma vogal: contra-ataque, micro-ondas.

2. Prefixo terminado em consoante:

- Com hífen diante de mesma consoante: inter-regional, sub-bibliotecário.

- Sem hífen diante de consoante diferente: intermunicipal, supersônico.

- Sem hífen diante de vogal: interestadual, superinteressante.

Observações

1. Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r sub-região, sub-raça etc. Palavras inicia-
das por h perdem essa letra e juntam-se sem hífen: subumano, subumanidade.

2. Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n e vogal: circum-navegação, pan-
americano etc.

3. O prefixo co aglutina-se em geral com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por o: coobrigação, coor-
denar, cooperar, cooperação, cooptar, coocupante etc.

4. Com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen: vice-rei, vice-almirante etc.

5. Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam a noção de composição, como girassol, madressilva,
mandachuva, pontapé, paraquedas, paraquedista etc.

6. Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, usa-se sempre o hífen:
ex-aluno, sem-terra, além-mar, aquém-mar, recém-casado, pós-graduação, pré-vestibular, pró-europeu.

ACORDO ORTOGRÁFICO

Exercícios - Lista 1

1 – Identifique a alternativa em que há um vocábulo cuja grafia não atende ao previsto no Acordo Ortográfico:

a) aguentar – tranquilidade – delinquente – arguir – averiguemos;


b) cinquenta – aguemos – linguística – equestre – eloquentemente;

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c) apaziguei – frequência – arguição – delinquência – sequestro;


d) averiguei – inconsequente – bilíngue – linguiça – quinquênio;
e) sequência – redargüimos – lingueta – frequentemente – bilíngue.

2 – Assinale a opção em que figura uma forma verbal grafada, consoante a nova ortografia, erroneamente:

a) verbo ter:
tem detém contém mantém retém
têm detêm contêm mantêm retêm

b) verbo vir:
vem advém convém intervém provém
vêm advêm convêm intervêm provêm

c) verbos ler e crer:


lê relê crê descrê
leem releem creem descreem

d) verbos dar e ver:


dê desdê vê revê provê
deem desdeem veem reveem provêm

e) verbos derivados de ter:


abstém atém obtém entretém
abstêm atêm obtêm entretêm

3 – Identifique a alternativa em que um dos vocábulos, segundo o Acordo Ortográfico, recebeu indevidamente acen-
to gráfico:

a) céu – réu – véu;


b) chapéu – ilhéu – incréu;
c) anéis – fiéis – réis;
d) mói – herói – jóia;
e) anzóis – faróis – lençóis.

4 – As sequências abaixo contêm paroxítonas que, segundo determinada regra do Acordo Ortográfico, não são acen-
tuadas. Deduza qual é essa regra e assinale a alternativa a que ela não se aplica:

a) aldeia – baleia – lampreia – sereia;


b) flavonoide – heroico – reumatoide – prosopopeia;
c) apoia – corticoide – jiboia – tipoia;
d) Assembleia – ideia – ateia – boleia;
e) Crimeia – Eneias – Leia – Cleia.

5 – Identifique a opção em que todas as palavras compostas estão grafadas de acordo com as novas regras:

a) anti-higiênico / antiinflamatório – antiácido / antioxidante / anti-colonial / antirradiação / antissocial;


b) anti-higiênico / anti-inflamatório / antiácido / antioxidante / anticolonial / antiradiação / anti-social;
c) anti-higiênico / anti-inflamatório / antiácido / antioxidante / anticolonial – antirradiação / antissocial;
d) anti-higiênico / anti-inflamatório / anti-ácido / anti-oxidante / anticolonial – antirradiação / antissocial;
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e) anti-higiênico / anti-inflamatório / anti-ácido / anti-oxidante / anti-colonial – antirradiação / antissocial.

6 – Conforme o Acordo Ortográfico, os prefixos pós-, pré- e pró-, quando átonos, aglutinam-se com o segundo
elemento do termo composto.Marque a alternativa em que, segundo as novas regras, há erro de ortografia:

a) posdatar – predatar – proamericano – progermânico;


b) predefinir – predestinar – predizer – preexistência;
c) prejulgar – prelecionar – prenomear – preordenar;
d) preanunciar – preaquecer – preconcebido – precognição;
e) preposto – procônsul – procriação – prolação.

7 – O uso do acento diferencial, consoante as novas regras, é facultativo nos seguintes casos, exceto em:

a) fôrma (significando molde)


b) pôde (no pretérito perfeito do indicativo);
c) cantámos (no pretérito perfeito do indicativo);
d) amámos (no pretérito perfeito do indicativo);
e) dêmos (no presente do subjuntivo).

8 – Identifique a alternativa em que todas as palavras compostas estão grafadas de acordo com as novas regras:

a) miniquadro – minissubmarino – minirretrospectiva – mini-saia;


b) sub-bibliotecário – sub-humano – sub-hepático – sub-região;
c) infra-assinado – infra-estrutura – infra-hepático – infravermelho;
d) hiperácido – hiperespaço – hiper-humano – hiperrealista;
e) contra-acusação – contra-indicação – contraespionagem – contra-harmônico.

RESPOSTAS

01 02 03 04 05 06 07 08
E D D A C A B B

Acordo Ortográfico
Exercícios - Lista 2

1 – Todos os termos compostos estão corretamente grafados na opção:

a) ultraconfiança – paraquedas – reestruturar – sub-bibliotecário – super-homem;


b) hiperativo – rerratificar – subsecretário – semi-hipnotizado – manda-chuva;
c) interregional – macroeconmia – pontapé – ressintetizar – sub-horizontal;
d) superagasalhar – arquimilionário – interestadual – passa-tempo – sub-rogar;
e) paraquedístico – panamericano – mini-herói – neo-hebraico – sem-teto.

2 – Deveriam ter sido acentuadas as palavras alistadas na opção:

a) azaleia – estreia – colmeia – geleia – pigmeia;


b) benzoico – dicroico – heroico – Troia – urbanoide;
c) chapeu – coroneis – heroi – ilheu – lençois;
d) alcaloide – reumatoide – tabloide – tifoide – tipoia;
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e) apneia – farmacopeia – odisseia – pauliceia – traqueia.

3 – O hífen foi indevidamente empregado em:

a) capim-açu;
b) anajá-mirim;
c) abaré-guaçu;
d) tamanduá-açu;
e) trabalhador-mirim.

4 – Assinale a sequência integralmente correta:

a) sino-japonês – sinorrusso;
b) hispano-árabe – hispano-marroquino;
c) teutoamericano – teutodescendente;
d) anglo-brasileiro – anglo-descendente;
e) angloamericano – anglofalante.

5 – Marque a opção em que uma das formas verbais está incorreta:

a) averíguo – averiguo;
b) averíguas – averiguas;
c) averígua – averigua;
d) averíguamos – averiguamos;
e) averíguam – averiguam.

6 – Marque a opção em que ambos os termos estão incorretamente grafados:

a) coabitar – coerdeiro;
b) coexistência – coindicado;
c) cofundador – codominar;
d) co-ordenar – co-obrigar;
e) corresponsável – cossignatário.

7 – Paramédico é grafado sem hífen, da mesma forma que:

a) parabactéria;
b) parabrisa;
c) parachoque;
d) paralama;
e) paravento.

8 – Para-raios é grafado com hífen, da mesma forma que:

a) para-biologia;
b) para-psicologia;
c) para-linguagem;
d) para-normal;
e) para-chuva.

9 – Uma das palavras está grafada de forma incorreta na opção:

a) pró-ativo – proativo;
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b) pró-ótico – proótico;
c) pré-eleição – preeleição;
d) pré-demarcar – predemarcar;
e) pré-eleito – preeleito.

10 – Identifique a alternativa em que há erro de ortografia:

a) predelinear;
b) predestinar;
c) pré-questionar;
d) preexistência;
e) proembrionário.

11 – As formas verbais a seguir estão corretamente grafadas, exceto:

a) arguiamos;
b) arguiríamos;
c) arguíssemos;
d) arguímos;
e) arguirmos.

12 – Assinale a opção em que há erro de ortografia:

a) arco e flecha;
b) arco de triunfo;
c) arco de flores;
d) arco da chuva;
e) arco da velha.

RESPOSTAS

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
A C E B D D A E B C
11 12
A E

EXERCÍCIOS PADRÃO CESPE

“Ontem o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, assinou um decreto que autoriza a concessão de vistos temporá-
rios a imigrantes do norte da África que fugiram de seus países por conta dos recentes graves ações políticas.
(...)
O anúncio foi feito pelo ministro italiano da Defesa, Ignazio La Russa, e não agradou ao governo francês, que teme uma
onda de imigração, já que, com os vistos, os imigrantes poderiam circular pela UE e levá-la a complicadas situações”.

Folha de São Paulo (Com adaptações)


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► Com relação às regras de acentuação gráfica, assinale C para certo e E para errado.

01- ( ) O acento agudo ocorre em “Itália” porque se tem aí presença de vocábulo proparoxítono.

02- ( ) O plural de “Ontem” grafa-se “onténs”, igualmente à palavra “armazéns”.

03- ( ) O verbo “assinou”, na 3ª pessoa do futuro do pretérito do indicativo, é grafado assim: “assinaría”.

04- ( ) O acento em “temporários” se justifica pela mesma razão de “Itália”.

05- ( ) Por ser uma paroxítona terminada em “a”, “África” recebe acento gráfico.

06- ( ) Por ocorrer um hiato, em “países” o acento é obrigatório.

07- ( ) A supressão do acento agudo de “políticas” geraria novo vocábulo, incompatível com o contexto.

08- ( ) Por ser palavra oxítona terminada em “e”, seguida de “s”, “francês” deve receber acento circunflexo.

09- ( ) O acento em “anúncio” se dá porque tal palavra é uma paroxítona terminada em ditongo crescente.

10- ( ) Caso o acento de “anúncio” fosse suprimido, teríamos agora a formação de uma palavra pertencente a outra
classe gramatical.

11- ( ) O acento da palavra “já” se justifica pela mesma razão que “fé”, “chá”, só” e “aí” são corretamente acentua-
dos.

12- ( ) Caso o verbo “autorizar” em “...um decreto que autoriza” fosse para 3ª pessoa do futuro do presente ou do
futuro do pretérito o uso de acento agudo (no dois novos tempos) seria obrigatório, mas por razões distintas.

13- ( ) Em “...e não agradou ao governo...”, caso o verbo destacado fosse para 2ª pessoa do singular do pretérito
mais que perfeito, não haveria acento gráfico, já que a tonicidade recai na penúltima sílaba; contudo, se o mesmo
verbo, na mesma pessoa, fosse, agora, para o futuro do presente, o acento agudo seria obrigatório, uma vez que se
tem aí vocábulo oxítono terminado em “a”, seguido de “s”.

14- ( ) O uso de acento agudo em “levá-la” se justifica porque têm-se aí palavra oxítona terminada em “a”.

15- ( ) Em “Já que é difícil comprovar o amor, é muito melhor intuí-lo”. O uso de acento agudo se justifica porque se
tem aí vocábulo oxítono terminado em vogal “i”.

GABARITO

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
E E E C E C C C C C

11 12 13 14 15
E E C C E

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17- Redação Oficial

1. O que é Redação Oficial

Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é a maneira pela qual o Poder Público redige atos normativos e comu-
nicações. Interessa-nos tratá-la do ponto de vista do Poder Executivo. A redação oficial deve caracterizar-se pela impes-
soalidade, uso do padrão culto de linguagem, clareza, concisão, formalidade e uniformidade.

Sendo a publicidade e a impessoalidade princípios fundamentais de toda administração pública, claro está que devem
igualmente nortear a elaboração dos atos e comunicações oficiais. Não se concebe que um ato normativo de qualquer
natureza seja redigido de forma obscura, que dificulte ou impossibilite sua compreensão. A transparência do sentido
dos atos normativos, bem como sua inteligibilidade, são requisitos do próprio Estado de Direito: é inaceitável que um
texto legal não seja entendido pelos cidadãos. Implica, pois, necessariamente, clareza e concisão.

A Impessoalidade

A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer pela escrita. Para que haja comunicação, são necessários: a)
alguém que comunique, b) algo a ser comunicado, e c) alguém que receba essa comunicação. No caso da redação ofici-
al, quem comunica é sempre o Serviço Público (este ou aquele Ministério, Secretaria, Departamento, Divisão, Serviço,
Seção); o que se comunica é sempre algum assunto relativo às atribuições do órgão que comunica; o destinatário dessa
comunicação ou é o público, o conjunto dos cidadãos, ou outro órgão público, do Executivo ou dos outros Poderes da
União.
Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal que deve ser dado aos assuntos que constam das comunicações oficiais
decorre:

a) da ausência de impressões individuais de quem comunica: embora se trate, por exemplo, de um expediente assinado
por Chefe de determinada Seção, é sempre em nome do Serviço Público que é feita a comunicação.

b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação, com duas possibilidades: ela pode ser dirigida a um cidadão,
sempre concebido como público, ou a outro órgão público. Nos dois casos, temos um destinatário concebido de forma
homogênea e impessoal.

c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado: se o universo temático das comunicações oficiais se restringe a
questões que dizem respeito ao interesse público, é natural que não cabe qualquer tom particular ou pessoal.

Pronomes de Tratamento

Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa indireta) apresentam certas peculiaridades quanto à
concordância verbal, nominal e pronominal. Embora se refiram à segunda pessoa gramatical (à pessoa com quem se
fala, ou a quem se dirige a comunicação), levam a concordância para a terceira pessoa. É que o verbo concorda com o
substantivo que integra a locução como seu núcleo sintático: “Vossa Senhoria nomeará o substituto”; “Vossa Excelência
conhece o assunto”.

Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos a pronomes de tratamento são sempre os da terceira
pessoa: “Vossa Senhoria nomeará seu substituto” (e não “Vossa ... vosso...”). Já quanto aos adjetivos referidos a esses
pronomes, o gênero gramatical deve coincidir com o sexo da pessoa a que se refere, e não com o substantivo que com-
põe a locução. Assim, se nosso interlocutor for homem, o correto é “Vossa Excelência está atarefado”, “Vossa Senhoria
deve estar satisfeito”; se for mulher, “Vossa Excelência está atarefada”, “Vossa Senhoria deve estar satisfeita”.

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Emprego dos Pronomes de Tratamento

Como visto, o emprego dos pronomes de tratamento obedece a secular tradição. São de uso consagrado:
Vossa Excelência, para as seguintes autoridades:

a) do Poder Executivo

Presidente da República;
Vice-Presidente da República;
Ministros de Estado
Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Federal;
Oficiais-Generais das Forças Armadas;
Embaixadores;
Secretários-Executivos de Ministérios e demais ocupantes de cargos de natureza especial;
Secretários de Estado dos Governos Estaduais;
Prefeitos Municipais.

b) do Poder Legislativo

Deputados Federais e Senadores;


Ministros do Tribunal de Contas da União;
Deputados Estaduais e Distritais;
Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais;
Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais.

c) do Poder Judiciário

Ministros dos Tribunais Superiores;


Membros de Tribunais ;
Juízes;
Auditores da Justiça Militar.

Vocativo

O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos Chefes de Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do cargo
respectivo:

Excelentíssimo Senhor Presidente da República,


Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional,
Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal.

As demais autoridades serão tratadas com o vocativo Senhor, seguido do cargo respectivo:

Senhor Senador,
Senhor Juiz,
Senhor Ministro,
Senhor Governador,

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Envelope

No envelope, o endereçamento das comunicações dirigidas às autoridades tratadas por Vossa Excelência, terá a seguin-
te forma:

A Sua Excelência o Senhor


Fulano de Tal
Ministro de Estado da Justiça
70064-900 – Brasília. DF

A Sua Excelência o Senhor


Senador Fulano de Tal
Senado Federal
70165-900 – Brasília. DF

A Sua Excelência o Senhor


Fulano de Tal
Juiz de Direito da 10ª Vara Cível
Rua ABC, no123
01010-000 – São Paulo. SP
Em comunicações oficiais, está abolido o uso do tratamento digníssimo (DD), às autoridades arroladas na lista anterior.
A dignidade é pressuposto para que se ocupe qualquer cargo público, sendo desnecessária sua repetida evocação.

Vossa Senhoria é empregado para as demais autoridades e para particulares. O vocativo adequado é:
Senhor Fulano de Tal,
(...)
No envelope, deve constar do endereçamento:

Ao Senhor
Fulano de Tal
Rua ABC, no123
12345-000 – Curitiba. PR
Fechos para Comunicações

a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente da República:


Respeitosamente,

b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior:


Atenciosamente,

2.3. Identificação do Signatário

Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da República, todas as demais comunicações oficiais devem trazer
o nome e o cargo da autoridade que as expede, abaixo do local de sua assinatura. A forma da identificação deve ser a
seguinte:

(espaço para assinatura)


NOME
Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República
(espaço para assinatura)
NOME
Ministro de Estado da Justiça

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Tipos de documentos

A) Atos Comprovativo-Declaratórios

São os atos pelos quais se declara, para fins de comprovação, o que consta de um assentamento ou processo ou, ainda,
o que é apenas do conhecimento de quem assina o ato.

1º) Alvará
2º) Certificado
3º) Atestado
4º) Declaração
5º) Certidão

B) Atos de assentamento

São atos que se destinam a registros. Esses documentos contêm assentamentos sobre fatos ou ocorrências.

1º) Apostila
2º) Ata
3º) Auto de Infração

C) Atos de Pacto ou Ajuste

São os que expressam um acordo mútuo de vontades em que o Estado é parte.

1º) Contrato
2º) Convênio
3º) Termo Aditivo

D) Atos de Correspondência

Os atos de correspondência são aqueles que têm por finalidade estabelecer comunicações entre pessoas, órgãos ou
entidades.

1º) Aviso
2º) Carta
3º) Circular
4º) Exposição de Motivos
5º) Memorando
6º) Mensagem
7º) Ofício

E) Atos Deliberativo–Normativos.

Os atos normativos são aqueles que transmitem orientações do Executivo, visando à correta aplicação a lei.

1º) Ato Declaratório


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2º) Ordem de Serviço


3º) Decreto
4º) Portaria
5º) Estatuto
6º) Regulamento
7º) Instrução Normativa
8º) Resolução
9º) Edital
10º) Veto

F) Atos Enunciativo-Esclarecedores

Atos enunciativos são aqueles que se limitam a emitir opinião sobre determinado assunto ou declarar um fato com base
em dispositivos legais.

1º) Relatório
2º) Parecer
3º) Despacho

G) Outros atos

1º) Relatório
2º) Parecer
3º) Despacho

O Padrão Ofício

Há três tipos de expedientes que se diferenciam antes pela finalidade do que pela forma: o ofício, o aviso e o memoran-
do. Com o fito de uniformizá-los, pode-se adotar uma diagramação única, que siga o que chamamos de padrão ofício. As
peculiaridades de cada um serão tratadas adiante; por ora busquemos as suas semelhanças.

01- Aviso e Ofício

Definição e Finalidade

Aviso e ofício são modalidades de comunicação oficial praticamente idênticas. A única diferença entre eles é que o aviso
é expedido exclusivamente por Ministros de Estado, para autoridades de mesma hierarquia, ao passo que o ofício é
expedido para e pelas demais autoridades. Ambos têm como finalidade o tratamento de assuntos oficiais pelos órgãos
da Administração Pública entre si e, no caso do ofício, também com particulares.

Forma e Estrutura

Quanto a sua forma, aviso e ofício seguem o modelo do padrão ofício, com acréscimo do vocativo, que invoca o destina-
tário (v. 2.1 Pronomes de Tratamento), seguido de vírgula.
Exemplos:
Excelentíssimo Senhor Presidente da República
Senhora Ministra
Senhor Chefe de Gabinete

Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício as seguintes informações do remetente:


– nome do órgão ou setor;
– endereço postal;
– telefone e endereço de correio eletrônico.
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02- Memorando

O memorando é a modalidade de comunicação entre unidades administrativas de um mesmo órgão, que podem estar
hierarquicamente em mesmo nível ou em níveis diferentes. Trata-se, portanto, de uma forma de comunicação eminen-
temente interna.

Pode ter caráter meramente administrativo, ou ser empregado para a exposição de projetos, ideias, diretrizes, etc. a
serem adotados por determinado setor do serviço público. Sua característica principal é a agilidade. A tramitação do
memorando em qualquer órgão deve pautar-se pela rapidez e pela simplicidade de procedimentos burocráticos. Para
evitar desnecessário aumento do número de comunicações, os despachos ao memorando devem ser dados no próprio
documento e, no caso de falta de espaço, em
folha de continuação. Esse procedimento permite formar uma espécie de processo simplificado, assegurando maior
transparência à tomada de decisões, e permitindo que se historie o andamento da matéria tratada no memorando.

Forma e Estrutura do Memorando.

Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo do padrão ofício, com a diferença de que o seu destinatário deve
ser mencionado pelo cargo que ocupa.

Exemplos:

Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração Ao Sr. Subchefe para Assuntos Jurídicos


03- Exposição de Motivos

Exposição de motivos é o expediente dirigido ao Presidente da República ou ao Vice-Presidente para:

a) informá-lo de determinado assunto;


b) propor alguma medida; ou
c) submeter a sua consideração projeto de ato normativo.
Em regra, a exposição de motivos é dirigida ao Presidente da República por um Ministro de Estado.
Nos casos em que o assunto tratado envolva mais de um Ministério, a exposição de motivos deverá ser
assinada por todos os Ministros envolvidos, sendo, por essa razão, chamada de interministerial.

Forma e Estrutura da Exposição de Motivos

Formalmente, a exposição de motivos tem a apresentação do padrão ofício (v. 3. O Padrão Ofício). O anexo que acom-
panha a exposição de motivos que proponha alguma medida ou apresente projeto de ato normativo, segue o modelo
descrito adiante.
A exposição de motivos, de acordo com sua finalidade, apresenta duas formas básicas de estrutura: uma para aquela
que tenha caráter exclusivamente informativo e outra para a que proponha alguma medida ou submeta projeto de ato
normativo.

No primeiro caso, o da exposição de motivos que simplesmente leva algum assunto ao conhecimento do
Presidente da República, sua estrutura segue o modelo antes referido para o padrão ofício.

04- Mensagem

Definição e Finalidade

É o instrumento de comunicação oficial entre os Chefes dos Poderes Públicos, notadamente as mensagens
enviadas pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder Legislativo para informar sobre fato da Administração Pública; expor o
plano de governo por ocasião da abertura de sessão legislativa; submeter ao Congresso Nacional matérias que depen-
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dem de deliberação de suas Casas; apresentar veto; enfim, fazer e agradecer comunicações de tudo quanto seja de inte-
resse dos poderes públicos e da Nação.

05- Telegrama

Definição e Finalidade

Com o fito de uniformizar a terminologia e simplificar os procedimentos burocráticos, passa a receber o título de tele-
grama toda comunicação oficial expedida por meio de telegrafia, telex etc. Por tratar-se de forma de comunicação dis-
pendiosa aos cofres públicos e tecnologicamente superada, deve restringir-se o uso do telegrama apenas àquelas situa-
ções que não seja possível o uso de correio eletrônico ou fax e que a urgência justifique sua utilização e, também em
razão de seu custo elevado, esta forma de comunicação deve pautar-se pela concisão

06- Correio Eletrônico

Definição e finalidade

O correio eletrônico (“e-mail”), por seu baixo custo e celeridade, transformou-se na principal forma de
comunicação para transmissão de documentos.

Forma e Estrutura

Um dos atrativos de comunicação por correio eletrônico é sua flexibilidade. Assim, não interessa definir forma rígida
para sua estrutura. Entretanto, deve-se evitar o uso de linguagem incompatível com uma comunicação oficial. O campo
assunto do formulário de correio eletrônico mensagem deve ser preenchido de modo a facilitar a organização docu-
mental tanto do destinatário quanto do remetente.

Para os arquivos anexados à mensagem deve ser utilizado, preferencialmente, o formato Rich Text. A mensagem que
encaminha algum arquivo deve trazer informações mínimas sobre seu conteúdo. Sempre que disponível, deve-se utilizar
recurso de confirmação de leitura. Caso não seja disponível, deve constar da mensagem pedido de confirmação de re-
cebimento.

Valor documental

Nos termos da legislação em vigor, para que a mensagem de correio eletrônico tenha valor documental, i. é, para que
possa ser aceita como documento original, é necessário existir certificação digital que ateste a identidade do remeten-
te, na forma estabelecida em lei.

07- CERTIDÃO

Documento fornecido pela administração ao interessado, afirmando a existência de ato ou assentamentos constantes
de processo, livro ou documentos que se encontrem nas repartições públicas. A certidão autenticada tem o mesmo
valor probatório do original, como documento público, e seu fornecimento gratuito por parte da administração pública
que a expediu; conforme artigo 5º,XXXIV b da Constituição da República Federativa do Brasil –1998.

08- APOSTILA

Apostilar é o mesmo que notar à margem, emendar, corrigir. É a complementação de um ato. Apostila é o aditamento a
um ato administrativo anterior, para fins de retificação ou atualização. Trata-se de um ato aditivo, confirmatório de alterações de
honras, direitos, regalias ou vantagens, exarado em documento oficial, com finalidade de atualizá-lo. A apostila tem por
objetivo a correção de dados constantes em atos administrativos ou o registro de alterações na vida funcional de um
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servidor, tais como promoções, lotação em outro setor, majoração de vencimentos, aposentadoria, reversão à atividade, dentre
outros. Geralmente, a apostila é feita no verso do documento a que se referir. Pode, no entanto, caso não haja mais espaço para o
registro de novas alterações, ser feita em folha separada (com timbre oficial), que será anexada ao documento principal.
É lavrada como termo e publicada em órgão oficial.

09- ATA

É o registro resumido e claro, exato e metódico de fatos, ocorrências, resoluções e decisões de assembleias numa ses-
são de corpo deliberativo ou consultivo, conselhos, congregações, ou outras entidades semelhantes, de pessoas reuni-
das para determinado fim.

A Ata é documento que tem valor jurídico. Por essa razão deve ser lavrada de tal maneira que não possam introduzir
modificações posteriores. Geralmente é lançada em livro próprio, devidamente autenticado, cujas páginas são rubrica-
das por quem redigiu os termos de abertura e de encerramento, o que lhe dá cunho oficial. Há os que substituem os
livros por folhas soltas, sistema que, embora ofereça algumas vantagens de caráter prático, tem, por outro lado, sérios
inconvenientes, tais como a facilidade de extravio, de acréscimos ou de modificações posteriores, com objetivos fraudu-
lentos. Para se evitarem fraudes, é possível fazer o registro das atas no Cartório de Títulos e Documentos. Na Ata não se
fazem parágrafos ou alíneas: escreve-se tudo seguidamente, para evitar que, nos espaços em branco, se façam acrésci-
mos.

Existem, no entanto, tipos de atas que, por se referirem a atos rotineiros e de procedimento padronizado, são lançadas
em formulários com claros a serem preenchidos. Mesmo nesse tipo de ata é conveniente, com a finalidade de prevenir
qualquer fraude, preencher os eventuais espaços em branco com ponto ou outros sinais convencionais.

A ata de uma reunião será lida e aprovada na reunião seguinte. Na ata não se admitem rasuras. Para ressalvar erro
constatado durante a redação, usa-se apalavra “digo”, depois da qual se repete a palavra ou expressão anterior ao
mesmo erro; Data sempre por extenso: “Aos dezesseis dias do mês de agosto, digo, do mês de setembro de mil nove-
centos e setenta e quatro, reuniu-se o……”. Quando se constata erro ou omissões após a redação, usa-se a expressão
“em tempo”, que é colocada após o escrito , seguindo-se a emenda ou o acréscimo.

Ex.: “Em tempo: na linha onde se lê abono, leia-se abandono”.

Em caso de contestações ou emendas ao texto apresentado, a ata só poderá ser assinada depois de aprovadas as corre-
ções. Como a ata deve ser um registro fiel dos fatos ocorridos em determinada reunião, sua linguagem deve ser simples
e despretensiosa, clara, precisa ou concisa, não se prestando, por isso mesmo, para a demonstração ou extravasamento
de prováveis ou supostos dotes literários do redator. Assinam a ata, geralmente, todas as pessoas presentes na reunião,
mas pode também ser assinada somente pelo presidente e pelo secretário.

Uma ata geralmente compõe-se de:

a) Dia, mês, ano e hora (por extenso) e natureza da reunião.


b) Local da reunião.
c) Pessoas presentes, devidamente qualificadas (conselheiros, professores, delegados etc.), nome e sobrenome das
pessoas participantes e ausentes, consignando suas justificativas.
d) Presidente e secretário dos trabalhos.
e) Ordem do dia (discussões, votações, deliberações etc.).
f) Fecho, quase inalterável: “nada mais havendo a tratar, o senhor Presidente declarou encerrada a sessão, de que eu,
Pafúncio Fagundes, Secretário, lavrei a presente ata, a qual assino com o senhor presidente”.
g) Leitura da correspondência recebida e emitida.
h) Os números fundamentais são grafados por extenso.

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10- Atestado.

É o documento do qual se afirma a verdade de um fato, situação ou existência, de obrigação não necessariamente cons-
tante em livros, papéis ou documentos. Destina-se, basicamente, à comprovação de fatos ou situações transitórias, pas-
síveis de modificações frequentes. Ato administrativo enunciativo, o atestado é, em síntese afirmação oficial de fatos.

Tem-se, por exemplo, atestado ou certidão de idade, de sanidade mental, de óbito (hospital), de boa conduta, de bons antece-
dentes, de vida de residência, de idoneidade moral, de vacina. Quando os fatos ou situações constam em arquivos da
administração, utiliza-se a certidão para comprovar sua existência. Enquanto o atestado declara, a certidão é a transcri-
ção de algo já existente.

11- CIRCULAR

É toda comunicação reproduzida em vias, cópias, ou exemplares de igual teor emanadas de autoridade competente e
expedida aos chefes de serviço dos diversos setores. Especificamente, como documento, é correspondência multidireci-
onal endereçada simultaneamente a diversos destinatários, para divulgar avisos, ordens e instruções, matéria de inte-
resse geral, recomendações, informações e esclarecimentos sobre atos e fatos administrativos.

A circular não pode complementar ou modificar atos oficiais.

12- Parecer

O Parecer é uma manifestação técnica fundamentada e resumida sobre uma questão focal cujo resultado pode ser indi-
cativo ou conclusivo.

O Parecer tem como finalidade apresentar resposta esclarecedora, no campo do conhecimento psicológico, através de
uma avaliação técnica especializada, de uma “questão-problema”, visando a dirimir dúvidas que estão interferindo na
decisão, sendo, portanto, uma resposta a uma consulta, que exige de quem responde competência no assunto.

13- Despacho

É a nota escrita pela qual uma autoridade dá solução a um pedido ou encaminha a outra autoridade pedido para que
decida sobre o assunto, podendo ter caráter decisório ou apenas de expediente.
Observações:
1. É breve e baseado em informações ou parecer.
2. Consta do corpo do processo (quando houver).
3. É geralmente manuscrito.
4. É assinado pela autoridade competente, podendo, contudo, ser elaborado e assinado por outros servidores desde
que lhes seja delegada competência. Nesse caso, inicia-se pela expressão: “De ordem”.
5. Não é publicado.

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14- Autorização

A Autorização é o ato administrativo ou particular que permite ao pretendente realizar atividades ou utilizar determi-
nado bem fora das rotinas estabelecidas.

15- Procuração.

A Procuração é o instrumento pelo qual uma pessoa recebe de outra poderes para, em nome dela, praticar atos ou ad-
ministrar haveres.

16- Requerimento

O Requerimento é o instrumento dirigido à autoridade competente para solicitar o reconhecimento de um di-


reito ou a concessão de um benefício sob amparo legal. Constitui-se, também, no único instrumento de comunicação
pessoal de um subordinado para uma chefia.

LEMBRETES:

Aviso x Ofício

Aviso

- Finalidade: avisar; prevenir; admoestar; pedir providências; comunicar decisões, ordens, agradecimentos, elogios etc.
- Expedido exclusivamente: por Ministros de Estado para autoridades da MESMA
hierarquia.
- Fecho: ATENCIOSAMENTE.

Ofício

- Finalidade: avisar; prevenir; admoestar; pedir providências; comunicar decisões, ordens, agradecimentos, elogios etc.
- Expedido: para e pelas demais autoridades.
- Fecho: RESPEITOSAMENTE / ATENCIOSAMENTE.

Exposição de motivos

- REMETENTE: Ministros de Estado ou equipe de Ministros de Estado


(interministerial ou conjuntura).
- DESTINATÁRIO: Presidenta da República.
- Finalidade 01: Exclusivamente informativa.
- Finalidade 02: Propositiva de medidas ou de projetos a serem apreciados pela Presidenta.

EXERCÍCIOS PADRÃO CESPE

BATERIA I

CESPE (Tribunal de Contas da União 2010)


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO X
Edital n.º 1–TJX, de 14 de janeiro de 2001
CONCURSO PÚBLICO PARA PROVIMENTO
DE CARGOS DE ANALISTA JUDICIÁRIO
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1 O TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO X torna pública a autorização do Presidente do TJX para a realização de Concurso
Público para Provimento de 200 cargos de Analista Judiciário criados pela Lei n.º 10.000, de 10 de dezembro de 2000, e
de outros decorrentes de aposentadorias e vacâncias.

2 O Edital de Abertura de inscrição deverá ser publicado em Abril de 2001 e disporá sobre as normas de realização do
concurso.

Joaquim José da Silva Xavier


Presidente do concurso
A partir do texto hipotético acima, julgue os itens de 23 a 25.

01 ( ) O uso das letras iniciais maiúsculas no corpo do documento respeita as normas de elaboração de documentos
oficiais ao seguir as regras gramaticais do padrão culto da língua portuguesa, escrevendo com iniciais maiúsculas os
nomes tratados como únicos e singulares.

02 ( ) Apesar de nomear o emissor do texto pelo nome próprio, o documento não fere o princípio da impessoalidade
exigido nos documentos oficiais.

03 ( ) Trechos com informações vagas, como “e de outros decorrentes de aposentadorias e vacâncias”, e com uso
de tempo verbal de futuro, como “deverá ser publicado” e “disporá sobre”, provocam falta de clareza e concisão, carac-
terísticas estas que devem ser respeitadas nos documentos oficiais.

CESPE (Polícia Civil 2012) Acerca da redação de documentos oficiais, julgue os próximos itens.

04 ( ) Nos documentos oficiais encaminhados por correio eletrônico, eficiente meio de comunicação, por seu baixo
custo e celeridade, deve-se empregar o padrão culto da linguagem.

05 ( ) Segundo o Manual de Redação da Presidência da República, os expedientes oficiais têm como finalidade in-
formar com clareza e objetividade. Para atender a essa finalidade, foi estabelecido um padrão oficial de linguagem,
chamado de linguagem burocrática.

06 ( ) Em um memorando expedido no primeiro dia do mês de fevereiro do corrente ano, a forma correta de indicar
a data seria “Em 1.º de fevereiro de 2012”.

07 ( ) As autoridades que devem ser tratadas por Vossa Excelência incluem os juízes, procuradores, reitores e minis-
tros de Estado.

08 ( ) O aviso é documento emitido por ministro de Estado para destinatário de mesma hierarquia e segue o mode-
lo do padrão ofício.

Cada um dos próximos itens apresenta um trecho de redação de correspondência oficial que deve ser julgado certo se
atender os requisitos de impessoalidade, uso do padrão culto da linguagem, clareza, concisão, formalidade, uniformida-
de e normas da redação oficial, ou errado, em caso contrário.

09 ( )

Mem. (...)
[data]
(...)
Vimos por meio deste solicitar o concerto dos aparelhos de ar condicionado pois os mesmos encontram-se com pro-
blemas de funcionamento. Cordiais saudações,
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[nome do signatário]
[cargo do signatário]

10 ( )

(...) Com a presente argumentação, informamos a impossibilidade de atendimento ao pleito, nos termos da Nota Técni-
ca n.º 66/2011/SRH, considerando o seu impacto negativo nos compromissos institucionais desta empresa.

CESPE ( Polícia Federal 2012) Julgue os fragmentos contidos nos itens a seguir quanto à sua correção gramatical e à sua
adequação para compor um documento oficial, que, de acordo com o Manual de Redação da Presidência da República,
deve caracterizar-se pela impessoalidade, pelo emprego do padrão culto de linguagem, pela clareza, pela concisão, pela
formalidade e pela uniformidade.

11 ( ) Solicito a Vossa Senhoria a indicação de cinco agentes de polícia aptos a ministrar aulas de direção no curso de
formação de agentes. O início do curso, que será realizado na capital federal, está previsto para o segundo semestre
deste ano.

12 ( ) Cumpre destacar a necessidade de aumento do contingente policial e que é imperioso a ação desses indiví-
duos em âmbito nacional, pelo que a realização de concurso público para provimento de vagas no Departamento de
Polícia Federal consiste em benefício a toda a sociedade.

13 ( ) Caro Senhor Perito Criminal, Convidamos Vossa Senhoria a participar do evento “Destaques do ano”, em que
será homenageado pelo belo e admirável trabalho realizado na Polícia Federal. Por gentileza, confirme sua presença a
fim de que possamos providenciar as honrarias de praxe.

14 ( ) O departamento que planejará o treinamento de pessoal para a execução de investigações e de operações


policiais, sob cuja responsabilidade está também a escolha do local do evento, não se manifestou até o momento.

15 ( ) Senhor Delegado, Segue para divulgação os relatórios das investigações realizadas no órgão, a fim de fazer
cumprir a lei vigente.

CESPE ( Polícia Federal 2012) Com relação ao formato e à linguagem das comunicações oficiais, julgue os itens que se
seguem com base no Manual de Redação da Presidência da República.

16 ( ) A menos que o expediente seja de mero encaminhamento de documentos, o texto de comunicações como
aviso, ofício e memorando, que seguem o padrão ofício, deve conter três partes: introdução, desenvolvimento e conclu-
são.

17 ( ) A exposição de motivos de caráter meramente informativo deve apresentar, na introdução, no


desenvolvimento e na conclusão, a sugestão de adoção de uma medida ou de edição de um ato normativo, além do
problema inicial que justifique a proposta indicada.

18 ( ) A estrutura do telegrama e da mensagem por correio eletrônico de caráter oficial é flexível.

19 ( ) As comunicações oficiais emitidas pelo presidente da República, por chefes de poderes e por ministros de
Estado devem apresentar ao final, além do nome da pessoa que as expede, o cargo ocupado por ela.

20 ( ) O referido manual estabelece o emprego de dois fechos para comunicações oficiais: Respeitosamente, para
autoridades superiores; e Atenciosamente, para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior. Tal regra,
no entanto, não é aplicável a comunicações dirigidas a autoridades estrangeiras.

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CESPE (Perícia Forense do Ceará 2012) Considerando o seguinte requisito: “A redação oficial deve caracterizar-se pela
impessoalidade, uso do padrão culto de linguagem, clareza, concisão, formalidade e uniformidade” (Manual de Redação
da Presidência da República, 2002), cada um dos itens seguintes apresenta um fragmento de texto que deve ser julgado
certo se atender ao citado requisito, ou errado, em caso contrário.

21 ( ) O perito declinou à oferta de ascensão de posto dentro do departamento por julgar a atitude perfídia na atual
circunstância.

22 ( ) Os recursos de que dispõe o Departamento serão aplicados consoante a lei vigente. A verba destinada à segu-
rança pública será encaminhada ao setor responsável, e o relatório contábil a ela referente deverá ser apresentado em
um prazo máximo de quinze dias a contar desta data.

23 ( ) Comunicamos a Vossa Senhoria que terça parte da corporação foram convocados para trabalhar em regime
de plantão a partir do próximo ano.

CESPE (Perícia Forense do Ceará 2012) Com relação ao formato de documentos oficiais, julgue os itens a seguir.

24 ( ) Uma certidão só tem validade quando, entre outros requisitos, apresenta o visto da autoridade responsável
por sua lavratura.

25 ( ) Um relatório descreve fatos passados e tem como função determinar soluções que devam ser aplicadas em
casos específicos.

26 ( ) O texto final de uma ata deve ser redigido de forma que não possa sofrer alterações posteriores

CESPE (Banco da Amazônia 2012) Com referência aos requisitos da correspondência oficial, julgue os itens que se se-
guem.

27 ( ) Caso o presidente da República precisasse se ausentar do Brasil por mais de quinze dias, deveria expedir men-
sagem ao
Congresso Nacional com pedido de autorização para praticar
tal ato.

28 ( ) Estaria correta a seguinte construção no corpo de um ofício que visasse oferecer a entidades privadas os servi-
ços da instituição bancária pública Banco da Amazônia S.A.: Alinhado com a sustentabilidade, o Banco da Amazônia S.A.
busca alternativas de negócios que utilizem tecnologias e suporte técnico com a finalidade de desenvolver a região, para
garantir recursos às gerações futuras.

29 ( ) É facultado o emprego do tratamento “digníssimo” nas


comunicações oficiais dirigidas aos chefes de poder, especialmente ao presidente da República, autoridade máxima da
Federação.

CESPE (Anatel 2012) Julgue os itens a seguir com base no Manual de Redação da Presidência da República .

30 ( ) A hierarquia existente entre o remetente e o destinatário determina o pronome de tratamento a ser utilizado
nas correspondências oficiais.

31 ( ) O emprego do padrão culto de linguagem na redação de


correspondências oficiais, uma das exigências desse tipo de
texto, contribui para a impessoalidade e a clareza do texto.

O próximo item apresenta fragmento adaptado de comunicação


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oficial; julgue-o no que se refere à adequação da sua linguagem a


um documento oficial.

32 ( ) A definição do valor da multa e da destinação do valor


arrecadado serão discutidos com a diretoria das empresas de
telefonia, no próximo encontro, onde serão mostrados os
resultados da última pesquisa de satisfação do usuário desses
serviços no país.

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
E C E C E C E C E C
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
C E E C E C E C E C
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
E C E C E C C C E E
31 32
C E

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18 - FIGURAS DE LINGUAGEM

01- Figuras de criação (figuras de sintaxe )

A gramática normativa, partindo de aspectos lógicos e gerais observados na língua culta, aponta princípios que presi-
dem às relações de dependência ou interdependência e de ordem das palavras na frase. Ensina-nos, entretanto, que
aqueles aspectos lógicos e gerais não são exclusivos; ocasionalmente, outros fatores podem influir e, em função deles, a
concordância, a regência ou a colocação (planos em que se faz o estudo da estrutura da frase) apresentam-se, às vezes,
alteradas. Tais alterações denominam-se figuras de construção também chamadas de figuras sintáticas.

Elipse

Omissão de um termo ou expressão facilmente subentendida. Casos mais comuns:

Exemplos:

-Iremos depois resolver esse problema. (Elipse de “Nós”).

- Ele está bêbado, a camisa rota e as calças rasgadas.

- No lugar de: Ele está bêbado, está com a camisa rota e está com as calças rasgadas.

- Correu muito, não chegou.

- No lugar de: Correu muito, mas não chegou.

Zeugma

Omissão (elipse) de um termo que já apareceu antes. Se for verbo, pode necessitar adaptações de número e pessoa
verbais. Utilizada, sobretudo, nas orações comparativas. Muitos gramáticos consideram o zeugma igual à elipse.

Exemplos:

- Alguns estudam, outros não.

- No lugar de: Alguns estudam, outros não estudam.

"O meu pai era paulista / Meu avô, pernambucano / O meu bisavô, mineiro / Meu tataravô, baiano." (Chico Buarque) -
O missão de “era”.

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Hipérbato

Alteração ou inversão da ordem direta dos termos na oração, ou das orações no período. São determinadas por ênfase.

Exemplo:

- Morreu o presidente.

- Na ordem direta: O presidente morreu.

- Seu olhar de ira cheio eu vi.

- Na ordem direta: “Eu vi seu olhar cheio de ira”.

Obs1.: Também denominada de antecipação.

Pleonasmo

Repetição de um termo já expresso, com objetivo de enfatizar a ideia.

Exemplos:

- Vi com meus próprios olhos.

- "E rir meu riso e derramar meu pranto / Ao seu pesar ou seu contentamento." (Vinicius de Moraes).

- Ele morreu uma morte feliz.

Obs.: pleonasmo vicioso ou grosseiro decorre da ignorância, perdendo o caráter enfático (hemorragia de sangue, descer
para baixo etc.)

Polissíndeto

Repetição de conectivos na ligação entre elementos da frase ou do período.

Exemplo:

- O menino resmunga, e chora, e esperneia, e grita, e maltrata.

- "E sob as ondas ritmadas / e sob as nuvens e os ventos / e sob as pontes e sob o sarcasmo / e sob a gosma e o vômito
(...)" (Carlos Drummond de Andrade).

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Anacoluto

Termo solto na frase, quebrando a estruturação lógica. Normalmente, inicia-se uma determinada construção sintática
seguida de vírgula e depois se opta por outra estrutura.

Exemplos:

- Eu, parece-me que vou desmaiar.

- Minha vida, tudo não passa de algo sem importância.

- A paixão, os poetas sempre falam sobre esse tema.

Anáfora

Repetição de uma mesma palavra no início de versos ou frases.

Exemplos:

- "Olha a voz que me resta / Olha a veia que salta / Olha a gota que falta / Pro desfecho que falta / Por favor." (Chico
Buarque)

- “Era uma estrela tão alta / Era uma estrela tão fria / Era uma estrela sozinha...” (Manoel Bandeira).

Silepse

É a concordância com a ideia, e não com a palavra escrita. Existem três tipos:

- O casal não veio, estavam ocupados.

- Os brasileiros somos otimistas (3ª pessoa - os brasileiros, mas quem fala ou escreve também participa do processo
verbal)

02- Figuras de palavras.

Metáfora

Emprego de palavras fora do seu sentido normal, por analogia. É um tipo de comparação implícita, sem termo compara-
tivo.

Ex.:

- A Amazônia é o pulmão do mundo.


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- "Veja bem, nosso caso / É uma porta entreaberta." (Luís Gonzaga Junior)

- “Na parede da memória / esta lembrança é o quadro que dói mais” (Belchior).

Comparação (Símile)

Aproximação entre dois termos, porém com presença de elemento conectivo.

- Aquele cavalo é como um trator.

- Minha vida é tal qual uma estrela cadente.

Metonímia

Substituição de um nome por outro em virtude de haver entre eles associação de significado.

Ex.:

- Ele lê Jorge Amado (autor pela obra - livro).

- Jantei dois pratos de sopa (o conteúdo, e não dois pratos).

- Ele foi o Cristo da turma. (o culpado).

- Preciso de um teto para morar (matéria pela obra - casa).

- Vivo do suor do meu rosto (do trabalho).

Perífrase

Substituição de um nome de pessoa ou lugar por outro ou por uma expressão que facilmente o identifique. Fusão entre
nome e seu aposto.

Exemplo:

- A cidade luz (Paris) é muito chique.

- O rei das selvas (o leão) não aceita ser desafiado.

- A Veneza brasileira (Recife) é bastante conhecida.

- A rainha dos baixinhos mora em uma mansão.


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Obs.: Também considera como uma variação da metonímia

Sinestesia

Interpenetração sensorial, fundindo-se dois sentidos ou mais (olfato, visão, audição, gustação e tato).

Ex.:

- Sua voz aveludada é uma delícia.

- O aroma do seu olhar nos deixava encantados.

03- Figuras de pensamento

Antítese

Aproximação de termos ou frases que se opõem pelo sentido.

Ex: "Neste momento todos os bares estão repletos de homens vazios" (Vinicius de Moraes)

- Ele mudou sua vida da água para o vinho.

- Você é o dia da minha noite.

Paradoxo (Oxímoro)

Duas ideias contrárias que coexistem, implicando falta de lógica. Contudo, aceita-se e compreende-se o que se diz.

- Que música silenciosa ela canta!

- “O amor é ferida que dói e não se sente” (Camões).

- “Foi sem querer querendo” (Chaves).

Eufemismo

Consiste em "suavizar" alguma ideia desagradável

Exemplo:

- Ele enriqueceu por meios ilícitos. (roubou).

- Você não foi feliz nos exames. (foi reprovado).

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- Fulano passou desta para melhor. (morreu).

Hipérbole

Exagero de uma ideia com finalidade expressiva

Exemplos:

- Estou morrendo de sede (com muita sede)

- Ela é louca pelos filhos (gosta muito dos filhos)

Ironia

Utilização de termo com sentido oposto ao original, obtendo-se, assim, valor irônico.

Exemplo:

- O ministro foi sutil como uma jamanta.

- Sua beleza era um cacto no deserto.

Prosopopeia, personificação, animismo

É a atribuição de qualidades e sentimentos humanos a seres não humanos.

Ex: "A lua, (...) Pedia a cada estrela fria / Um brilho de aluguel ..." (Jõao Bosco / Aldir Blanc)

- A Amazônia chora devido ao desmatamento.


- As pernas da empresa não eram mais as mesmas.
- Os cabelos do sol aqueciam a cidade.

- Dicas de Viagem

DICAS DE ÚLTIMA HORA PARA A FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS (FCC).

Caro aluno,

Apresentaremos agora algumas dicas importantíssimas para a prova do INSS que você fará em instantes. Leia-as com
muita atenção.

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INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

1ª DICA: Após ler o texto, faça logo as questões de interpretação. Aproveite que as ideias ainda estão “frescas” na me-
mória. Logo, se a primeira for de gramática, pule-a.

2ª DICA: Se você ficar na dúvida entre dois itens (o que é comum), releia o enunciado e o interprete, pois ele oferece,
sutilmente, o comando, ou seja, o alvo da questão.

3ª DICA: Cuidado com itens que dizem verdades sobre o mundo, mas não a verdade dita ou sugerida no texto.

4ª DICA: Itens que contêm palavras generalistas, como “sempre”, “todos”, “nunca”, “jamais”, “em todos os casos” etc.,
quase sempre, trazem informações falsas.

5ª DICA: “Inferir” significa deduzir a partir do texto ou de fragmento do texto. Uma inferência não estará escrita no tex-
to, mas subentendida.

6ª DICA: “Depreender” é o mesmo que inferir.

7ª DICA: Em questões recentes, a banca pediu que o candidato apontasse o item que “cotejava” as informações do tex-
to. “Cotejar” é o mesmo que confrontar ou comparar pessoas, dados ou informações do texto lido.

8ª DICA: Se o texto for dissertativo, sua ideia principal estará em suas extremidades, ou seja: no início (1º parágrafo)
e/ou no fim (último parágrafo, a conclusão).

9ª DICA: O título de um texto abriga o resumo da ideia principal.

GRAMÁTICA

1ª DICA: A FCC vem exigindo, com frequência, que o candidato saiba que PORQUANTO é conjunção causal, e que pode
ser substituída por UMA VEZ QUE, JÁ QUE, COMO e PORQUE.

2ª DICA: Também exige que o candidato saiba que CONQUANTO é conjunção concessiva, e que pode ser substituída por
EMBORA, AINDA QUE ou MESMO QUE.

3ª DICA: Não confunda porquanto com conquanto.

4ª DICA: Lembre-se de que o pronome LHE nunca pode substituir O, A, OS ou AS e vice-versa.

5ª DICA: O uso de crase é facultativo diante de pronomes possessivos femininos e de nomes próprios femininos que
não sejam famosos. Exemplos: “Ele mostrou dedicação à sua esposa (ou a sua esposa)” e “Dedicou o livro à Antônia (ou
a Antônia)”.

6ª DICA: O uso de crase também é facultativo depois da preposição ATÉ. Exemplo: “O homem foi até à esquina 15 (ou a
esquina 15)”.

7ª DICA: Nas questões de pontuação, NUNCA separe o sujeito do verbo por uma única vírgula. Exemplo:

- As fotografias por prosaicas que possam ser, representam um corte temporal (...).

Comentário: O uso da vírgula após “ser” está errado. Para corrigir, é necessário o uso também de uma vírgula após “fo-
tografias”.

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8ª DICA: Lembre-se de que a estrutura POR QUE figura em muitas questões da FCC. Como ela não costuma soar como
correta, sugiro que a troque por pelo qual, pelos quais, pela qual ou pelas quais (dependendo do contexto você optará
por uma). Exemplo:

- “O texto esclarece-nos as acepções da palavra discriminação, por que (ou pela qual) se expressam ações inteiramente
divergentes”.

9ª DICA: Quando a questão pedir assim “O mesmo tipo de complemento grifado acima está na frase”, lembre-se de
que ela quer que você descubra se o verbo destacado é VTD, VTI, VTDI, VI ou VL. Se você notar que o verbo destacado é
VTD, por exemplo, então procure o item que contém um VTD.

10ª DICA: Nas questões de concordância verbal, é comum que a FCC desloque e distancie o sujeito do verbo. Veja este
exemplo:

- Não se notam, entre os preconceituosos, qualquer disposição para discutir o sentido de um juízo e as consequências
de sua difusão.

Comentário: A concordância está errada, pois o sujeito de “notar” é “qualquer disposição”; logo, deveria estar no singu-
lar, “nota”.

11ª DICA: Quando o sujeito for uma oração, o verbo irá sempre para a 3ª pessoa do singular. Veja:

- Não convém aos injustiçados reclamar por igualdade de tratamento quando esta pode levá-los a permanecer na situ-
ação de desigualdade.

Comentário: concordância correta. Mas, se o verbo estivesse escrito “convêm” (com acento circunflexo), agora estaria
incorreto.

DICAS DE ÚLTIMA HORA PARA O CESPE.

1. Interpretação de texto

É muito comum que o Cespe introduza as suas questões de interpretação de texto com enunciados parecidos com este:
“A respeito das ideias do texto acima, assinale a opção correta”. Para que você tenha êxito nesse tipo de questão, pro-
ceda da seguinte forma:

a) Leia com muita atenção o texto. (Não faça duas ou três leituras do mesmo texto, uma vez que você terá que retornar
várias vezes a ele).

b) Fique bem atento a certas palavras ou expressões de valor genérico, tais como: qualquer que seja; todos; nenhum;
somente; em todos os níveis; em qualquer situação etc. Normalmente, essas palavras e expressões trazem afirmações
equivocadas ou distorcidas. Fique atento!!!!
c) Tenha muito cuidado com afirmações que não estão no texto, mas que são de conhecimento prévio de qualquer lei-
tor razoável. Por exemplo, o texto trata do tema aquecimento global. Contudo, em nenhum momento, fala (nem dá a
entender) que a poluição das fábricas e automóveis contribui para tal efeito climático. O Cespe, inteligentemente, pode
dizer algo do tipo: “é possível inferir do texto que a causa maior do aquecimento global está relacionada à poluição de
fábricas e automóveis”. Essa afirmação é, de certo modo, verdadeira; entretanto, o texto não permite essa inferência.
Esse tipo de questão costuma complicar a vida de muita gente. Atenção!!!

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2. Gramática

a) Crase: quase sempre há uma questão sobre esse tema. O Cespe costuma usar as seguintes ferramentas para compli-
car a vida dos candidatos desatentos: a evidência de crase em tal passagem é facultativa porque.... (verifique os casos
de facultatividade); o termo regente que faz com que ocorra crase na linha X é a palavra TAL, localizada na linha Y (lem-
bre-se de que, quando ocorre crase por motivação sintática, os termos regentes são sempre um verbo ou um nome ─
substantivo, adjetivo e advérbio ─); o acento indicador de crase na linha X poderia ser suprimido sem que danos sintáti-
cos ou semânticos ocorram ao período (quase sempre, a supressão de um acento indicador de crase causa danos sintá-
ticos e semânticos ao texto).

b) Concordância verbal: normalmente as questões que envolvem esse tema são, de certo modo, fáceis. O Cespe gosta
de envolver verbos que apresentam acentos diferenciais, tais como: mantém (se o sujeito for plural ficará mantêm; o
mesmo ocorre com reter, conter, advir etc. ); se o verbo não tiver acento diferencial, o Cespe proporá ao candidato
trocar o número do verbo, de singular para plural, ou vice versa. Assim enunciados como os seguintes são bastante co-
muns: na linha X o verbo arrecadaram poderia, sem causar danos sintáticos ou semânticos ao texto, ser substituído por
acarreta. Para resolver esse tipo de questão, sugiro que você fique atento a um conjunto de regras que, é bem verdade,
permitem a troca do singular para o plural. Essas regras já foram mencionadas em sala.

c) Concordância nominal: poucas são as questões envolvendo esse tema. Quando ocorre, o Cespe diz coisas do tipo: a
palavra TAL, localizada na linha Y, relaciona-se com a palavra DAL, localizada na linha X. Esse tipo de questão procura
saber se o candidato está atento aos adjetivos e às palavras adjetivas da língua portuguesa: pronomes, numerais e arti-
gos.

d) Predicação verbal: o mesmo que transitividade verbal. Aqui o Cespe explora as noções de complemento verbal. Logo,
é bem comum que apareçam afirmações do tipo: o verbo TAL, localizado na linha Y, tem sentido completo (a organiza-
dora está querendo saber se o podemos considerar o verbo intransitivo). Ou: o verbo TAL, localizado na linha X, permiti-
ria a supressão do seu complemento (ou seja, seu objeto) sem que isso cause danos sintáticos ou semânticos ao texto.
Aqui, você tem que examinar se o contexto permite essa substituição.

e) Ortografia: assunto muito presente em provas de nível médio. Para esse tema, o Cespe usa dois modelos: ou propõe
ao candidato que verifique se a ortografia, em determinadas passagens, está respeitando a norma culta, ou pede que o
candidato analise fragmentos longos, e repare se há erro gramatical. Nessa última abordagem, os erros podem ser de
várias naturezas: de ortografia, regência, concordância, crase etc.

e) Acentuação gráfica: assunto também muito presente em provas de nível médio. Constantemente, esse conteúdo
está ligado ao tema ortografia. Aqui, é sempre bom revisar aquelas regrinhas: todas as palavras proparoxítonas devem
ser acentuadas, todas as palavras oxítonas terminadas em A, E, O (seguidas ou não de S) devem ser acentuadas etc.

f) Novo acordo ortográfico: embora todos os textos e enunciados já estejam adequados ao novo acordo, o Cespe ainda
não explorou profundamente esse tema em suas provas.

g) Paralelismo sintático: Observe a seguinte frase: Ele negou seu interesse no programa e que o telefonema do empre-
sário revelasse alguma relação com a CPI do Orçamento. Aqui, há quebra de paralelismo, uma vez que os termos e ora-
ções com funções iguais devem ter estruturas iguais. Se, por exemplo, um verbo pede dois objetos diretos, ambos de-
vem ter a mesma construção sintática:
1. Ele negou seu interesse no programa e que o telefonema do empresário revelasse alguma relação com a CPI do Or-
çamento.
2. Ele negou dois fatos: a) seu interesse no programa e b) que o telefonema do empresário revelasse alguma relação
com a CPI do Orçamento.
Os dois fatos, sendo objeto direto do mesmo verbo (negou), deveriam ter a mesma estrutura: ou os dois nominais ou os
dois verbais. Assim, as duas construções a seguir respeitam o paralelismo exigido pela estrutura.

- Ele negou seu interesse no programa e a relação do telefonema do empresário com a CPI do Orçamento.

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- Ele negou que tivesse interesse no programa e que o telefonema do empresário revelasse alguma relação com a CPI
do Orçamento.

h) Pontuação: questão certa. O Cespe gosta de explorar esse tema da seguinte forma: normalmente, ela exige que o
candidato saiba que adjuntos adverbiais, quando deslocados para o início ou meio da frase podem (e raramente devem)
vir marcados por vírgula. O Cespe também procura saber se o candidato sabe apostos explicativos devem vir sempre
marcados por vírgula(s). Nessa toada, a organizadora explora quase tudo sobre esse assunto. Assim, o uso de traves-
sões, parênteses, aspas e, principalmente, vírgula aparecem com muita frequência.

i) Sujeito preposicionado: de vez em quando, a Cespe explora esse curioso caso de sintaxe:
DE + O
Antes do sujeito, não se usa a combinação da preposição com o artigo. Preposição e artigo ficam soltos. Na frase: “Os
técnicos do Banco Central descartam a idéia de o governo impor a suspensão do reajuste”, o substantivo governo é o
sujeito, por isso não há combinação da preposição de com o artigo o.

Veja outros exemplos: “Apesar de o ministro (sujeito) negar, é certa a edição de nova medida provisória”. Ou: “A fim de
o povo (sujeito) se familiarizar com a nova moeda, ampla campanha será veiculada pelos meios de comunicação de
massa”.

A mesma regra se aplica a de este e de ele: Apesar de essa informação (sujeito) ter sido confirmada... A fim de ele (sujei-
to) continuar no páreo...
Obs.: é importante frisar que, nesses casos, se você preposicionar o sujeito, o sentido não será comprometido. Contudo,
sintaticamente, há erro.

3. Outras noções que não podem ser esquecidas na CESPE

a) voz passiva
b) coesão e coerência.
c) redação de correspondências oficiais (sugiro a seguinte bibliografia: LIMA, A. Oliveira. Manual de redação oficial.
Editora Elsevier, 2010, Rio de Janeiro).
e) uso de pronomes relativos (que, quem, onde e cujo)
f) vocabulário
g) uso da partícula SE.

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