Você está na página 1de 11

Professora Manu Garbero

PORTUGUÊS PMMG

INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
INFORMAÇÕES INDISPENSÁVEIS PARA O TREINAMENTO DA PROVA

Aqui você vai ver, com calma, como as questões são elaboradas, quais erros você deve evitar, que
conceitos deve entender e como deve portar-se na prova.

1. O QUE É TEXTO?

Texto é uma manifestação da linguagem, uma mensagem usada para transmitir informação de um
autor para um leitor. Um texto é uma manifestação da linguagem. Pode ser definido como tudo
aquilo que é dito por um emissor e interpretado por um receptor.

Uma das possíveis divisões dadas aos textos é:

• Texto verbal: tais textos são aqueles escritos com palavras. Todos os textos compostos
por esse tipo de signo linguístico – feitos, portanto, em língua portuguesa, espanhol, francês
etc., são considerados verbais. (Textos escritos e textos orais)

• Texto não verbal: por oposição, esses textos são aqueles produzidos sem palavras, usando
significantes visuais (pinturas e fotografias, por exemplo) ou sonoros (tais como músicas
instrumentais);

• Texto misto: é importante lembrar que nem sempre os textos são apenas verbais ou não
verbais. Na verdade, existem inúmeros textos que trazem elementos visuais e sonoros.
Uma propaganda na televisão, por exemplo, costuma apresentar imagens e sons
significativos, além de um conjunto de palavras que tentam convencer o espectador a
comprar o que está se vendendo.

2. INTELECÇÃO E INTERPRETAÇÃO

• Intelecção significa entendimento, compreensão.


Os testes de intelecção exigem do candidato uma postura muito voltada para o que
realmente está escrito.

Compreensão ou intelecção de texto consiste em analisar o que realmente está escrito, ou seja,
coletar dados do texto. O enunciado normalmente assim se apresenta:
• As considerações do autor se voltam para...
• Segundo o texto está correta...
• De acordo com o texto, está incorreta...
• Tendo em vista o texto, é incorreto...
• O autor ainda sugere que...
• De acordo com o texto é certo...
• O autor afirma que...

• Interpretação significa dedução, inferência, conclusão, ilação.


As questões de interpretação não querem saber o que está escrito, mas o que se pode inferir,
concluir ou deduzir do que está escrito.
Professora Manu Garbero
PORTUGUÊS PMMG

Interpretação de texto consiste em saber o que se infere (conclui) do que está escrito. O enunciado
normalmente é encontrado da seguinte maneira:
• O texto possibilita o entendimento de que...
• Com apoio no texto, infere-se que...
• O texto encaminha o leitor para...
• Pretende o texto mostrar que o leitor...
• O texto possibilita deduzir-se que...

O esclarecimento disso está nos enunciados ou comandos das questões.

3. TIPOS DE QUESTÕES

Três são os tipos mais comuns de questões e convém conhecê-los.

Comandos da questão:
• Assinale V ou F, conforme julgue certa ou errada a informação:
• Julgar os itens seguintes:
• De acordo com o texto, pode-se afirmar:

4. TIPOS DE ENUNCIADOS OU COMANDOS

Os enunciados pedem ao candidato:


• Identificar, reconhecer, apontar elementos importantes do texto.
• Comentar, emitir juízo ou opinião, com base nos conhecimentos da teoria da comunicação, ou
nos conceitos que se espera tenha o aluno absorvido, no segundo ou terceiro grau.
• Interpretar ou reaplicar a(s) ideia(s) do texto a outro contexto.
• Identificar a(s) ideia(s) de causa e efeito e suas relações de subordinação ou coordenação.
• Analisar ou afirmar as ideias com base em argumentos explorados no texto.
• Comparar, descobrir semelhanças e dessemelhanças entre as partes de um texto ou entre dois
ou mais textos.
• Resumir, identificar as ideias principais ou agrupá-las sinteticamente.
• Parafrasear, isto é, reescrever, com outras palavras, as mesmas ideias.

A) Texto como pretexto para medir intelecção e interpretação

Veja alguns tipos de comando de questões que avaliam conhecimento de texto:

Tipo 1
• O narrador do texto diz que...
• O texto informa que...

Tipo 2
• Segundo o texto, é correto ou errado dizer que...
• Da leitura do texto, infere-se que...
• O texto permite deduzir que...
• Da fala do articulista pode-se concluir que...
• Pode-se depreender do texto que...
• Qual a intenção do narrador quando afirma que...
• Subentende-se das ideias e informações do texto que...
Professora Manu Garbero
PORTUGUÊS PMMG

Os comandos do tipo 1 mostram que o examinador quer saber se o candidato entendeu o que
o texto está dizendo, objetivamente. São comandos para medir o entendimento ou intelecção.

Os outros seis comandos do tipo 2 mostram que o examinador quer conhecer a capacidade de o
candidato raciocinar sobre as ideias do texto e tirar suas próprias conclusões. São comandos para
provocar inferências ou interpretações.

Preste, portanto, atenção aos comandos para não errar. Se o texto diz que a moça está de vestido
rosa, você não pode "concluir", não pode "deduzir", não pode "inferir" que seu vestido é rosa,
porque isso já está dito no texto. Mas você pode deduzir, inferir, concluir que... por exemplo... ela
seja romântica, ou esteja passando por uma fase de romantismo... em função do uso da cor rosa.

B) Texto como pretexto para medir conhecimentos gerais

Um outro tipo de comando pode vir escrito assim, ou de modo parecido:

Tendo o texto como referência inicial...


Considerando a amplitude do tema abordado no texto...
Enfocando o assunto abordado no texto...

Nesses casos, o examinador não se apega ao ponto de vista do texto em relação ao assunto, mas quer
aferir o conhecimento extratextual do candidato a respeito daquela matéria, ou seja, passa a ser uma
questão de conhecimentos gerais.

Exemplo:
Em uma prova do Ministério do Meio Ambiente, o CESPE escolheu um texto que em uma
determinada linha, apenas cita o Greenpeace, sem nada falar a respeito dele.

A questão diz: “Ao citar o Greenpeace, o texto faz menção a uma das mais conhecidas organizações
não governamentais cuja atuação, em escala mundial, está concentrada na melhoria das condições
de vida das populações mais pobres do planeta, abrindo- lhes frentes de trabalho no setor
secundário da economia."

Resolução:
Errado. Explicação: o Greenpeace é uma organização não governamental, cuja atuação, em escala
mundial, concentra-se na defesa do meio ambiente e não na ajuda aos mais pobres.

Contudo o comando pode, também, ser duplo quando diz "tendo o texto como referência inicial e
considerando a amplitude do tema por ele abordado, julgue os itens". Então, o candidato está sendo
cobrado quanto ao que o texto diz e quanto ao seu conhecimento extratextual a respeito dos
assuntos abordados.

C)Texto como pretexto para medir conhecimentos linguísticos

Há, ainda, o tipo de comando que diz:

Considerando as estruturas linguísticas do texto, julgue os itens (ou as alternativas)...


Professora Manu Garbero
PORTUGUÊS PMMG

Aqui a questão pretende medir o conhecimento gramatical do candidato e pode abordar assuntos de
morfologia, sintaxe, semântica, estilística, coesão, coerência...

Exemplos:
No trecho "até hoje se sabe" (1.2), o elemento linguístico "se" tem valor condicional.
Na linha 8, a presença de preposição em "aos oceanos" justifica-se pela regência do termo
"impingidas".

D)Texto como pretexto para medir conhecimentos linguísticos e captação das ideias

Finalmente, um outro tipo de comando duplo é o que diz:

Em relação aos aspectos gramaticais e às ideias apresentadas... assinale a alternativa...

Nesse caso, o candidato está sendo analisado quanto ao conhecimento gramatical e quanto à
capacidade de entender elou interpretar o que está lendo.

5. ERROS COMUNS

Frequentemente, o candidato é conduzido, pelos examinadores, a cinco tipos de erro: extrapolação,


redução, contradição, desvio e deturpação. Fuja deles!

ERROS CAPITAIS NA ANÁLISE DE TEXTOS

Extrapolação
E o fato de se fugir do texto. Ocorre quando se interpreta o que não está escrito.
Muitas vezes são fatos reais, mas que não estão expressos no texto. Deve-se ater somente ao que
está relatado.

• Dizer mais que o texto.


• Generalizar o que é particular.

Exemplo: Os portugueses José, Antônio e Joaquim são simpáticos.


A questão diz: Os portugueses são simpáticos.
Resolução: O texto diz que aqueles três portugueses são simpáticos.
A questão diz que todos os portugueses são simpáticos.

Redução
E o fato de se valorizar uma parte do contexto, deixando de lado a sua totalidade.
Deixa-se de considerar o texto como um todo para se ater apenas à parte dele.

• Particularizar o que é geral.


• Ater-se apenas a uma parte, esquecendo outras(s) importante(s).
• Desprezar o contexto e entender uma parte com outro significado.

Exemplo: O estudo dá prazer, por isso deve ser cultivado.


A questão diz: Quando se estuda bem, o estudo dá prazer.
Resolução: O texto diz que o estudo dá prazer e não condicionou isso a um determinado modo de
estudar.
Professora Manu Garbero
PORTUGUÊS PMMG

Contradição
E o fato de se entender justamente o contrário do que está escrito. É bom que se tome cuidado com
algumas palavras, como: "pode"; "deve"; “não"; verbo “ser"; etc.

• Concluir contrariamente ao texto.


• Omitir passagens importantes para fugir ao sentido original.

Exemplo: O homem, racional, quando sob o domínio do ódio, pode agir como um animal selvagem.
A questão diz: O homem é racional, porque pode agir como um animal.
Resolução: O texto diz que o homem, embora racional, pode agir como irracional.
A questão diz que o homem é racional, porque pode agir como irracional.

Desvio
• Conduzir a(s) ideia(s) em direção diferente da escolhida pelo texto.

Exemplo: "Freire revirou tudo de ponta-cabeça, realizando um tremendo resgate do papel


civilizatório de negros e índios dentro da formação social brasileira."

A alternativa diz que o texto se refere "à influência das culturas indígena e negra na civilização
ibérica."

Resolução: O erro de DESVIO se configura porque o texto se refere à influência dessas culturas na
civilização brasileira, e não na civilização ibérica, que significa portuguesa e espanhola. Não se
refere o trecho a interferências ibéricas na formação das raças indígenas e africanas.

Deturpação
• Deformação da(s) ideia(s) do texto.
• Atribuir característica de um termo a outro.

Exemplo: "A reação a esse padrão deficiente e deformado de descrição histórica é recente e ainda
não conseguiu criar uma perspectiva de interpretação histórica livre de etnocentrismos..."

A alternativa diz: "Esse padrão deficiente e deformado é recente e ainda não.."

Resolução: O Erro da DETURPAÇÃO reside em que o adjetivo recente, no texto, refere-se à reação ao
padrão histórico e, na alternativa, ao próprio padrão histórico.
Professora Manu Garbero
PORTUGUÊS PMMG

Exercícios

De acordo com a cartoon abaixo, está implícito que:

Fonte: ARAÚJO, Cristiano. Cartoon. Instagran, 20 jun. 2020. Cartoon. Disponível em:
https://www.instagram.com/p/CBqbvj3nr8J/?igshid=1f9hglioac0g2. Acesso em: 23 jun. 2020.

A. A mulher acredita que o homem é um exímio falante de língua estrangeira.


B. A fala dos personagens está construída estilisticamente de forma irônica.
C. O Homem conhece a norma culta de sua língua.
D. O homem se considera um falante de língua estrangeira.
Professora Manu Garbero
PORTUGUÊS PMMG

(Fonte: RUAS, Carlos. Cartoon. Instagran, 12 fev. 2020. Cartoon. Disponível em:
https://www.instagram.com/p/B38hxwYFB2v/?igshid=dvdeoq716oel. Acesso em: 25 jun. 2020.)

Segundo a crítica apresentada pela tirinha de Carlos Ruas é correto afirmar que:

a) a fala é iniciada por termo utilizado com a finalidade de advertir.

b) a referência de tempo apresentada estabelece uma comparação.

c) o verbo “ser” utilizado apresenta um aspecto de ação finalizada.

d) o vocábulo “mato” pode ser substituído pelo substantivo “grama”.


Professora Manu Garbero
PORTUGUÊS PMMG

Esta é uma tirinha de Carlos Ruas:

(Fonte: RUAS, Carlos. Cartoon. Instagran, 23 out. 2019. Cartoon. Disponível em:
https://www.instagram.com/p/B38hxwYFB2v/?igshid=dvdeoq716oel. Acesso em: 25 jun. 2020.)

Analise estas afirmações sobre a tirinha:


I – a fala do terceiro quadrinho apresenta um exemplo de individuo simples e adaptável.
II – é marcado pelo cartunista que as pessoas devem respeitar as certezas individuais.
III – há uma crítica elaborada sobre as certezas absolutas inquestionáveis do ser humano.
IV – têm-se uma reprodução da realidade em relação aos comportamentos diante da ciência.

Não estão corretas as afirmações


A) I, II
B) II, III
C) III e IV
D) I, II e III.
Professora Manu Garbero
PORTUGUÊS PMMG

Para responder às questões 1 a 3, leia o texto abaixo.

Dinheiro é a maior invenção dos últimos 700 anos. Com ele, você pode comprar qualquer coisa, ir
para qualquer lugar, consolar o aleijado que bate no vidro do carro no sinal fechado, mostrar quanto
você ama a mulher amada ou comprar uma hora de amor. É o passaporte da liberdade. Com
dinheiro, você pode xingar o ditador da época e sair correndo para o exílio, ou financiar todos os
candidatos a presidente e comparecer aos jantares de campanhas de todos.

Nos tempos que estamos vivendo, dinheiro é como Deus na Idade Média – o sentido único e todos os
sentidos das coisas. O que não produz nem é dinheiro, não existe, é falso, postiço. Os sábios da igreja
de antigamente são os economistas de hoje em dia.

Dividem-se em dois grupos - os idólatras, para quem dinheiro é o pedacinho de papel, a imagem do
sagrado, o santinho. Para eles, o valor do dinheiro depende da quantidade de papéis em circulação.
Para os iconoclastas, dinheiro é a base das relações sociais do mundo capitalista, a rede que
organiza a sociedade. É um conceito, um crédito, um débito.

Como os sacerdotes de antigamente, economistas têm a missão de explicar o inexplicável - como o


dinheiro é tudo e nada ao mesmo tempo, por que falta dinheiro se dinheiro é papel impresso, ou se a
quantidade de santinhos muda o tamanho do milagre.
(João Sayad, Cidade de Deus, Classe Revista de Bordo da TAM, n. 95, com daptações)

Vocabulário:
Iconoclasta é nome dado ao membro do movimento de contestação à veneração de ícones
religiosos que surgiu no século VIII denominado Iconoclastia.

1ª QUESTÃO – Assinale como verdadeiras (V) ou falsas (F) as seguintes inferências para o texto. A
seguir, assinale a opção correta.
( ) Os sábios da Igreja de antigamente são identificados aos idólatras; os economistas de hoje em
dia, aos iconoclastas.
( ) Hoje em dia, o dinheiro representa um deus, porque remete ao sentido de todas as coisas.
( ) Considerar dinheiro como um pedacinho de papel retira dele o valor sagrado com que é
reverenciado nos dias de hoje.
( ) O valor do dinheiro para os iconoclastas está ligado ao simbólico, ao conceito, como crédito ou
débito.
( ) É "inexplicável" dizer que dinheiro é tudo e nada ao mesmo tempo porque se trata de uma
realidade paradoxal.

a) V, V, F, V, F
b) V, F, V, F, F
c) F, V, F, V, V
d) F, V, V, V, F
Professora Manu Garbero
PORTUGUÊS PMMG

2ª QUESTÃO – Assinale a relação lógica em desacordo com a argumentação do segundo parágrafo


do texto.

a) O que não é dinheiro é falso.


b) Não existe o que não produz dinheiro.
c) Não existe o que é postiço.
d) O que não é falso produz dinheiro.

3ª QUESTÃO – Algumas conjunções e pronomes do texto, apesar de iniciarem orações afirmativas,


têm também valor interrogativo. Assinale, nas opções abaixo, aquela a que, textualmente, é
impossível associar esse valor interrogativo.

a) "quanto você ama a mulher amada".


b) "para quem dinheiro é o pedacinho de papel".
c) "como o dinheiro é tudo".
d) "por que falta dinheiro".

Leia o texto abaixo para responder às questões 4 e 5.

Seja nos mitos de criação seja na cosmologia de hoje, há uma busca no sentido do mundo, um
esforço de compreensão da natureza e do universo. As representações do espírito humano, um caso
e noutro, constituem variações sobre o mesmo tema: penetrar no âmago da realidade. Não é
segredo algum descobrir que a busca de sentido para o cosmos se engata com a procura de sentido
para a existência da família humana. Para além das concepções científicas e das diversidades
culturais, o porquê da nossa vida, de sua origem e do seu destino, acompanha passo a passo nossa
evolução histórica. A ocupação do planeta, a organização da convivialidade, a compatibilização dos
contrários, presentes em toda a parte, e a eterna busca de valores transcendentes estão no mesmo
séquito que acompanha a observação do mundo natural, nas descobertas de nexo entre causa e
efeito, nos postulados científicos e nas aplicações técnicas.
(José de Avila Aguiar Coimbra, Fronteiras da ética, São Paulo: Senac, 2002, p. 20)

Vocabulário

Convivialidade - a capacidade de uma sociedade (con)viver harmoniosamente, com favorecimento


ao respeito, à tolerância e as trocas reciprocas entre os Seres Humanos e os Seres Humanos e a
Natureza.

Séquito: conjunto das pessoas que acompanham outra(s); cortejo que acompanha uma pessoa, ger.
distinta, para servi-la ou honrá-la; comitiva.

4ª QUESTÃO – Assinale a opção que está de acordo com a ideia central do texto.

a) A cosmologia é uma ciência exata que dispersa valores humanísticos e procura apenas
relações de causa e efeito.
b) Os mitos, como exclusivas representações do espírito humano, configuram o caminho por
excelência para a busca por valores transcendentes.
c) As concepções científicas e a diversidade cultural são obstáculos que invalidam uma visão
hegemônica do mundo natural.
d) O porquê da vida humana, sua origem e seu destino são indagações subjacentes tanto aos
mitos quanto às investigações de caráter científico.
Professora Manu Garbero
PORTUGUÊS PMMG

5ª QUESTÃO – Assinale a opção em desacordo com as ideias do texto.

Não mais se conta com um eixo filosófico ou religioso sobre o qual girem as ciências, as técnicas e
até mesmo a organização social. Como adverte Edgar Morin, a ciência também produza ignorância,
uma vez que as especializações caminham para fora dos grandes contextos reais, das realidades
complexas. Paradoxalmente, cada avanço unidirecional dos conhecimentos científicos produz mais
desorientação e perplexidade na esfera das ações a implementar, para as quais se pressupõe acerto
e segurança. Vivemos em uma nebulosa, que não e via láctea deslocando-se no espaço cósmico e
explicável pela astronomia, mas em uma nebulosa provocada pela falta de contornos definidos para
o saber, para a razão e, na prática, para as decisões fundamentais. Afinal, o que significa tudo isso
para a felicidade das pessoas e o destino último da sociedade?
(José de Ávila Aguiar Coimbra, Fronteiras da ética, São Paulo: Senac, 2002, p. 27)

e) O eixo filosófico ou religioso sobre o qual giravam as ciências, as técnicas e até mesmo a
organização social não está mais disponível.
f) Como as especializações se desviam dos grandes contextos reais e das realidades complexas,
a ciência também produz ignorância.
g) Se o avanço dos conhecimentos é unidirecional, produz-se desorientação e perplexidade nas
ações para as quais acerto e segurança são pressupostos.
h) A falta de contornos definidos para o saber é provocada pela razão e pelas decisões
fundamentais da prática.

OS DEZ MANDAMENTOS PARA ANÁLISE DE TEXTOS

1. Ler duas vezes o texto. A primeira para tomar contato com o assunto; a segunda para observar
como o texto está articulado; desenvolvido.

2. Observar que um parágrafo em relação ao outro pode indicar uma continuação ou uma conclusão
ou, ainda, uma falsa oposição.

3. Sublinhar, em cada parágrafo, a ideia mais importante (tópico frasal).

4. Ler com muito cuidado os enunciados das questões para entender direito a intenção do que foi
pedido.

5. Sublinhar palavras como: erro, incorreto, correto, etc., para não se confundir no momento de
responder à questão.

6. Escrever, ao lado de cada parágrafo ou de cada estrofe, a ideia mais importante contida neles.

7. Não levar em consideração o que o autor quis dizer, mas sim o que ele disse; escreveu.

8. Se o enunciado mencionar tema ou ideia principal, deve-se examinar com atenção a introdução
e/ou a conclusão.

9. Se o enunciado mencionar argumentação, deve preocupar-se com o desenvolvimento.

10. Tomar cuidado com os vocábulos relatores (os que remetem a outros vocábulos do texto:
pronomes relativos, pronomes pessoais, pronomes demonstrativos, etc.).

Você também pode gostar