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Conceitos Básicos

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Unidade: Conceitos Básicos


MATERIAL TEÓRICO

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Dr. Victo dos Santos Filho

Revisão Textual:
Profa. Ms. Alessandra Cavalcante

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Mecânica Geral

Unidade I: Conceitos básicos

1 Introdução

Mecânica é a parte da Fı́sica que estuda o estado de movimento de um


corpo.

Por se tratar de uma área extremamente ampla, a Mecânica se divide em


três sub-áreas:
1. Cinemática: É a parte da Mecânica que estuda o movimento dos
corpos, sem considerar suas causas.

2. Mecânica: É a parte da Mecânica que estuda o movimento dos corpos,


considerando suas causas.

3. Estática: É a parte da Mecânica que estuda o estado de repouso ou


equilı́brio dos corpos.
Denominamos corpo uma porção limitada de matéria ou, em outras
palavras, um corpo é qualquer objeto que possua massa.

Os corpos podem ser classificados em dois tipos, de acordo com as suas


dimensões:

1. Corpos extensos: São os corpos em que não se pode desprezar todas


as suas dimensões no problema em consideração.

Ex.: Uma barra de ferro em um andar, um paralelepı́pedo na calçada,


um fio de varal, etc.

2. Corpos puntiformes ou partı́culas: São aqueles em que se pode


desprezar todas as suas dimensões no problema em estudo.

Ex.: Uma bolinha de gude em um gramado, um átomo isolado em um


gás ou em um lı́quido, etc.

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Essa classificação é meramente didática, pois na verdade existem apenas


corpos extensos na Natureza. Entretanto, dependendo das condições do pro-
blema em estudo, podemos simplificar um cálculo, considerando os corpos
como partı́culas.

No contexto da Engenharia, consideramos, em geral, corpos extensos, em-


bora existam casos em que se analisam forças sobre corpos com dimensões
desprezı́veis no problema em consideração.

Exercı́cio 1: Classifique em puntiforme ou extenso:

(a) A Terra, movendo-se em relação à Lua:

(b) A Terra, em relação à Via-Láctea.

(c) Um carro, movendo-se sozinho na Via Dutra.

(d) Um carro, manobrando na garagem.

(e) Uma formiga, caminhando em uma mesa.

Neste curso, consideraremos o estudo da Estática, ou seja, analisaremos


as grandezas fı́sicas relevantes no estudo do estado de equilı́brio dos corpos
e as condições fı́sicas em que ocorre o repouso dos mesmos.

2 Estática

A Estática é a parte da Mecânica que estuda as condições para que os


corpos permaneçam em equilı́brio.

Definimos equilı́brio como o estado fı́sico em que um corpo se encontra


com:

• Velocidade nula, em relação a um dado referencial inercial, ou seja, em


estado de repouso, ou

• Velocidade constante, em relação a um dado referencial inercial, ou seja,


caracterizando o estado de movimento que se denomina Movimento
Retilı́neo Uniforme (MRU).

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Na Engenharia, são utilizados muitos cálculos, envolvendo principalmente


corpos extensos, como vigas, barras, pontes ou estruturas como treliças, em
que se conectam muitas barras através de junções ou nós. Entretanto, alguns
corpos podem ter dimensões desprezı́veis e os consideramos como partı́culas
para facilitar os cálculos. É também usual trabalhar com nós em estruturas
mecânicas, que formalmente corresponderiam a pequenos corpos em que se
aplicam as condições matemáticas de equilı́brio para se analisar o estado de
repouso ou movimento da estrutura global.

Ex.: Uma haste é um corpo extenso, enquanto que um pino pode ser
considerado como uma partı́cula nos cálculos.

3 Grandezas Fı́sicas

Denominamos grandeza fı́sica qualquer quantidade, qualidade ou pro-


priedade observável da Natureza que possamos medir. Podemos dizer que
uma grandeza fı́sica descreve qualitativa e quantitativamente propriedades
e/ou suas relações associadas a corpos, observadas no estudo de um fenômeno
da Natureza.

Uma grandeza fı́sica descreve quantitativamente as propriedades naturais


na forma de um número e uma unidade, ou seja, atribuindo-se grandezas
fı́sicas às propriedades da Natureza podemos quantificá-las ou medi-las.

Medir significa comparar quantitativamente uma grandeza fı́sica com uma


unidade de mesma natureza previamente definida. No processo de medição,
atribuı́mos um valor unitário a uma porção previamente adotada da grandeza
que se deseja medir para servir de padrão ou referência. Esta referência é
denominada unidade fı́sica. Nas medições, as grandezas sempre devem vir
acompanhadas de suas unidades respectivas.

Exemplos de grandezas: comprimento, massa, temperatura, veloci-


dade, etc.

Exemplos de unidades fı́sicas: centı́metro, que é uma unidade de


distância; hora, que é uma unidade de tempo e metro por segundo (m/s),
que é uma unidade de velocidade.

As unidades ou grandezas fı́sicas podem ser classificadas em dois tipos:

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• Fundamentais: São aquelas que representam as mais básicas e essen-


ciais propriedades ou conceitos da Natureza, a partir das quais se cons-
troem as demais grandezas ou unidades;

• Derivadas: São aquelas que dependem das fundamentais e/ou aquelas


cujas definições derivam das fundamentais.

Como exemplo, tempo e espaço são conceitos primitivos que consideramos


fundamentais. Já a velocidade e a pressão são grandezas derivadas, pois de-
pendem de outras grandezas em suas definições.

Exemplo 1: A velocidade é definida como:


∆s
v= . (1)
∆t
Do ponto de vista das relações entre as grandezas, o sı́mbolo ∆ significa ape-
nas uma variação da grandeza dada. A relação que define a grandeza fı́sica
velocidade é a divisão entre a grandeza espaço ou comprimento e a grandeza
tempo, ou seja, a velocidade é uma grandeza fı́sica derivada que depende de
duas grandezas fı́sicas fundamentais em sua definição.

Exemplo 2: No caso da pressão, essa grandeza é definida como a divisão


entre duas grandezas (ambas também derivadas), a força F e a área A:

F
P = , (2)
A
que podem ser desdobradas em três fundamentais: massa, comprimento e
tempo.

O mesmo ocorre para as demais grandezas fı́sicas derivadas da mecânica.

Exercı́cio 2: Caracterize em grandeza (G) ou grandeza fı́sica (GF) e, no


segundo caso, classifique em grandeza fı́sica fundamental (GFF) ou grandeza
fı́sica derivada (GFD):

(a) Velocidade (b) Utilidade


(c) Odor (d) Beleza
(e) Força (f) Pressão
(g) Comprimento (h) Trabalho
(i) Estado de agitação de moléculas (j) Tempo

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4 Sistemas de Unidades Fı́sicas

Denominamos sistema de unidades fı́sicas um conjunto de unidades ado-


tado para que se possa medir qualquer grandeza em quaisquer fenômenos
existentes na Natureza.

Há muitos sistemas de unidades, mas os mais famosos são:

1. Sistema Internacional de Unidades (SI) ou Sistema MKS:

O Sistema Internacional de Unidades foi aquele adotado em uma con-


ferência internacional de fı́sica, sendo utilizado atualmente por quase todos
os paı́ses no mundo, com exceção, talvez, dos Estados Unidos e da Grã-
Bretanha. Entretanto, nos últimos anos, mesmo ambos têm adotado o sis-
tema, tendo em vista sua grande utilidade e a conveniência de que todos
adotem unidades universais.

O Sistema Internacional de Unidades possui as seguintes grandezas e


unidades fundamentais constituintes, dadas na tabela 1:

Grandeza Unidade Sı́mbolo


Comprimento metro m
Tempo segundo s
Massa quilograma kg
Temperatura Kelvin K
Corrente elétrica Ampère A
Quantidade de matéria mol mol
Intensidade luminosa candela cd

Tabela 1: Grandezas fı́sicas fundamentais e suas


respectivas unidades fı́sicas no sistema internacional.

Com essas grandezas fı́sicas fundamentais, podem ser construı́das quais-


quer outras grandezas fı́sicas derivadas, de modo que qualquer propriedade
ou quantidade natural de qualquer fenômeno pode ser medida.

Obviamente, como anteriormente mencionado nos exemplos, na Mecânica


são necessárias as três primeiras grandezas fı́sicas - o comprimento, a massa
e o tempo - para construir as demais grandezas fı́sicas derivadas.

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2. Sistema Gaussiano ou CGS:

O sistema CGS também é muito utilizado, principalmente em Eletromag-


netismo. Suas principais grandezas e unidades fundamentais na Mecânica são
dadas na tabela 2 abaixo:
Grandeza Unidade
Comprimento centı́metro (cm)
Tempo segundo (s)
Massa grama (g)

Tabela 2: Grandezas fı́sicas fundamentais


da Mecânica no sistema CGS.

Há também outros sistemas de unidades. Alguns, inclusive, usam não a


massa e sim a força como grandeza fundamental. É o caso do sistema técnico,
em que a unidade de força é o quilograma-força ou kgf.

Dentre os sistemas de unidades mais usados, além dos dois já citados, ou
seja, o principal adotado no mundo, chamado Sistema Internacional (SI) ou
sistema MKS (devido às iniciais das unidades das três principais grandezas
fundamentais) e também o sistema CGS (nome dado devido às iniciais das
unidades da Mecânica que o compõem), destacamos os sistemas americano
e britânico, muito encontrados em documentos técnicos de empresas e em
livros americanos.

Adotaremos aqui o sistema internacional, mas na Engenharia é também


muito comum trabalharmos com unidades dos sistemas americanos.

Resumindo, medir uma grandeza fı́sica é compará-la com outra grandeza


de mesma espécie, que é a unidade de medida. Verifica-se, então, quantas
vezes a unidade está contida na grandeza que está sendo medida.

Unidades fı́sicas são, como vimos, valores padronizados como unitários


de uma dada grandeza fı́sica que têm por finalidade medir a magnitude das
mesmas.

Na Fı́sica, podem ser feitas medidas de grandezas muito pequenas a


grandezas extremamente grandes, assim é necessário adotar técnicas que fa-
cilitem a escrita desses números, como a utilização da notação cientı́fica, a
conversão de unidades e/ou o uso de prefixos para as unidades, baseados em
potências de dez.

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5 Notação Cientı́fica

Existem muitas formas de se representar números com notação cientı́fica.


Entretanto, a mais usada é a chamada notação cientı́fica padrão ou padro-
nizada. Definimos notação cientı́fica padronizada aquela em que se tem a
mantissa (coeficiente ou número com os algarismos significativos) com valor
maior ou igual a 1 e menor que 10, multiplicado por fatores de 10.

Desse modo, cada número é representado de um modo único, na forma:

N = M.10e , (3)

onde N é o número a ser representado, M é a mantissa e e o expoente.

Como exemplos, temos:

1. A dimensão média de um núcleo atômico é um número da ordem de


r=0,0000000000000010 m.

Em notação cientı́fica, esse número deve ser escrito como:

r = 1,0 x 10−15 m

2. O raio da Terra é da ordem de 6400 km ou 6400000 m. Em notação


cientı́fica, temos:

R = 6,400 x 107 m.

Exercı́cio 3: Escrever em notação cientı́fica:

1. x = 64538,38 kg

2. y = 0,00000538 m

3. z = 6000000000 J

4. w = 0,0000000001 m

5. v = 168000000000000 N

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6 Prefixos
Outro recurso para se representar números muito grandes ou muito pe-
quenos é o de utilizar prefixos. Denominamos prefixos os sı́mbolos antepostos
às unidades fı́sicas, significando um fator de 10 multiplicativo à unidade.
Os prefixos mais usados são dados na tabela 3, a seguir.

Prefixo Prefixo Fator


Nome Sı́mbolo
Atto a 10−18
Femto f 10−15
Pico p 10−12
Nano n 10−9
Micro µ 10−6
Mili m 10−3
Quilo k 103
Mega M 106
Giga G 109
Tera T 1012
Peta P 1015
Exa E 1018

Tabela 3: Prefixos e seus respectivos valores


em potências de dez
Como exemplos, temos:

1. x = 0,000005 J = 5 µJ
2. y = 5830000000 g = 5,83 Gg

Exercı́cio 4: Escrever os números abaixo, usando prefixos:

1. x = 64538,38 kg

2. y = 0,00000538 m

3. z = 6000000000 J

4. w = 0,0000000001 m

5. v = 168000000000000 N

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7 Conversão de Unidades

Muitas vezes, é necessário saber passar um número de uma unidade para


outra, ou seja, devemos fazer a conversão de unidades.

Algumas conversões muito úteis são:

1. Conversão de unidades de distância:

Há muitas unidades de distância, sendo as unidades mais comuns, inclu-


sive sendo usadas no dia-a-dia, aquelas dadas na tabela 4:

km hm dam m dm cm mm
103 m 102 m 101 m 1m 10−1 m 10−2 m 10−3 m

Tabela 4: Tabela de conversão com múltiplos e submúltiplos do metro.

2. Conversão de unidades de tempo:

Neste caso, muito comum no quotidiano, tem-se como unidades principais


as dadas na tabela 5, em que estão também indicadas as conversões entre as
principais unidades: dia, hora e segundo:

ano semana dia hora (h) minuto (min) segundo (s) ms


365 dias 7 dias 24 h 3600 s 60 s 1s 10−3 s

Tabela 5: Tabela de conversão com múltiplos e submúltiplos do segundo.

2. Conversão de unidades de massa:

Neste caso, usamos os mesmos prefixos adotados no caso das conversões


de distância, como indicado na tabela 6:

kg hg dag g dg cg mg
103 g 102 g 101 g 1g 10−1 g 10−2 g 10−3 g

Tabela 6: Tabela de conversão com múltiplos e submúltiplos do grama.

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3. Conversão entre o sistema internacional e o americano:

No caso das grandezas anteriores e de outras grandezas escritas no sis-


tema americano usual, torna-se muitas vezes necessário convertê-las para o
sistema internacional. No sistema americano usual, as unidades básicas são:
pé, libra e segundo, para as grandezas fı́sicas distância, força e tempo, res-
pectivamente. Neste caso, algumas destas conversões são dadas na tabela 7.

Grandeza Unidade Fator de conversão para o SI


Força 1 lb 4,4482 N
Massa 1 slug = (lb × s2 )/pé 14,5938 kg
Comprimento pé 0,3048 m
Tempo s s

Tabela 7: Exemplos de conversão entre unidades do sistema americano e o SI.

Para se verificar relações de conversão entre diversas unidades, pode-se


consultar páginas especı́ficas com esse tipo de função de cálculo, como:

http://www.webcalc.com.br/

Exemplo 1: Converter 80 km / h para pé / s:

Sabemos que:

1 km = 1000 m = 1000 x [ (100/2,54)/12 ] pé e

1 h = 3600 s.

Logo: 80 km / h = 80 x 1000 x 1 / ( 0,0254 * 12 * 3600 ) pé / s, de modo


que:

80 km/h ∼
= 72,908 pé/s.

Exemplo 2: Converter 100 slug / pé2 para o SI:

Sabemos que:

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1 slug = 14,5938 kg e

1 pé = 0,3048 m .

Logo:

100 slug / pé2 = 100 x 14,5938 kg / (0,3048)2 m2 ,

de modo que:

100 slug / pé2 ∼


= 1,57 x 104 kg / m2 .

Exercı́cio 5: Executar os cálculos e conversões abaixo, expressando a


quantidade em unidades do SI (pesquise as unidades que desconhecer):

(a) 50 pés x 60 µlb

(b) 50 kN x 60 nm

(c) 100 kgf x 200 pés

(d) 500 lb / pés2

(e) 10 dyn x 20 ns

8 Dimensões

Denominamos dimensão de uma grandeza fı́sica a unidade genérica que


a caracteriza, independentemente do sistema de unidades que se use para
determiná-la.

A dimensão de uma grandeza permite que se estabeleçam as relações en-


tre as unidades fundamentais que a constituem. A notação para representar
a dimensão de uma grandeza fı́sica é dada por:

[ A ]: Lê-se ”dimensão da grandeza fı́sica A”.

As dimensões das grandezas fundamentais são dadas na tabela 8:

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Grandeza Dimensão
Comprimento L
Tempo T
Massa M
Temperatura Θ
Corrente elétrica I
Quantidade de matéria N
Intensidade luminosa J

Tabela 8: Grandezas fı́sicas fundamentais


e suas respectivas dimensões fı́sicas.

Exemplo 1: A velocidade tem dimensão de espaço por tempo, logo:

[v]=[s]/[t]

[ v ] = L / T ou

[ v ] = LT−1 .

Exemplo 2: A aceleração tem dimensão de velocidade por tempo, logo:

[a]=[v]/[t]

[ a ] = ( LT−1 ) / T ou

[ a ] = LT−2 .

Exemplo 3: A força tem dimensão de massa vezes aceleração, logo:

[F]=[m][a]

[ F ] = M .( LT−2 ) ou

[ F ] = MLT−2 .

Exemplo 4: Determine a dimensão da energia cinética.

Exemplo 5: Determine a dimensão do trabalho de uma força.

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9 Revisão de Trigonometria

Trigonometria é um ramo da matemática que estuda as relações entre os


comprimentos dos lados e dos ângulos em um triângulo retângulo.

Na geometria euclidiana plana, definimos um triângulo retângulo como


um triângulo que possui um ângulo reto. Consequentemente, os outros dois
ângulos são agudos, tendo em vista que a soma dos ângulos internos de
qualquer triângulo é igual a 180o . Matematicamente:

 + B̂ + Ĉ = 180o (4)

A trigonometria é fundamental em várias áreas, tendo aplicações impor-


tantes nas ciências e na Engenharia.

Em um triângulo retângulo, se soubermos as medidas de dois lados ou a


medida de um lado e de um ângulo agudo, então podemos calcular a medida
dos demais lados e ângulos.

A relação entre os lados e ângulos de um triângulo retângulo é a base


da trigonometria. Na figura 1, podemos visualizar a forma de um triângulo
retângulo e suas principais medidas.

Figura 1: Esquema de um triângulo retângulo, mostrando seus elementos:


lados, ângulos, altura e projeções.

Em um triângulo retângulo, os dois lados menores - que são cada um


oposto a um dos ângulos agudos - são chamados catetos, enquanto que o
maior lado, oposto ao ângulo reto, é chamado hipotenusa.

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Na figura 1, os catetos têm medidas c e b, a hipotenusa tem medida a


e os ângulos são denotados com os respectivos nomes de seus vértices com
circunflexo (Â, B̂ e Ĉ). Além disso, identificamos na figura outras medidas
importantes, como as projeções dos catetos sobre a hipotenusa (m e n) e a
medida da altura (h) do triângulo em relação à hipotenusa.

10 Relações métricas em um triângulo retângulo

Dois triângulos são ditos semelhantes se um pode ser obtido do outro pela
multiplicação da medida de seus lados por um fator constante. Este é o caso
se, e somente se, seus ângulos correspondentes são iguais.

Em outras palavras, em triângulos semelhantes os comprimentos de seus


lados correspondentes são proporcionais, ou seja:
a1 a2 a3
= = = k. (5)
b1 b2 b3
Assim, se o maior triângulo tem seu maior lado três vezes maior que o do
segundo, então o mesmo ocorre entre as proporções dos demais lados corres-
pondentes.

Em um triângulo retângulo, podemos estabelecer relações métricas entre


seus elementos, aplicando as propriedades básicas da geometria euclidiana.
Usando como base o triângulo da figura 1, temos que o triângulo menor à
esquerda é semelhante ao triângulo ABC, pois possuem ao menos dois ângulos
iguais, logo os lados correspondentes são proporcionais:
a c
= , (6)
c n
de modo que:
c2 = a.n. (7)
Analogamente, usando o mesmo raciocı́nio e montando as possı́veis pro-
porções, obtemos:
b2 = a.m (8)
e
bc = a.h. (9)
Com as relações acima, podemos provar o famoso Teorema de Pitágoras:

c2 + b2 = a.n + a.m = a(m + n) = a.a, (10)

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logo:
a2 = c 2 + b 2 , (11)
cujo resultado nos fornece o enunciado:

”O quadrado da medida da hipotenusa é igual à soma das medidas dos


quadrados dos catetos.”

11 Propriedades trigonométricas em um
triângulo retângulo

Com as propriedades de semelhança, podemos definir as funções trigo-


nométricas em triângulos retângulos. Dois triângulos retângulos que têm
ângulos B correspondentes iguais são obviamente semelhantes, pois sabemos
da geometria que triângulos com dois ângulos iguais são semelhantes. A razão
entre o comprimento do lado oposto a B e o comprimento da hipotenusa será,
portanto, a mesma nos dois triângulos, sendo um valor entre 0 e 1 e que de-
pende somente de B.

Esta razão ou relação trigonométrica é denominada seno de B, sendo


denotada e definida matematicamente como:
cateto oposto ao ângulo
sin B̂ = . (12)
hipotenusa
Assim, no triângulo da figura 1, temos:
b
sin B̂ = . (13)
a
Outras funções que são possı́veis de definir em um triângulo retângulo são:

2. Cosseno:
cateto adjacente ao ângulo
cos B̂ = , (14)
hipotenusa

de modo que, seguindo a figura 1, temos:


c
cos B̂ = . (15)
a

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3. Tangente:
cateto oposto ao ângulo
tan B̂ = . (16)
cateto adjacente ao ângulo

Matematicamente:
b
tan B̂ = . (17)
c
4. Cotangente:
cateto adjacente ao ângulo
cot B̂ = . (18)
cateto oposto ao ângulo

Matematicamente:
c
cot B̂ = . (19)
b
5. Secante:
hipotenusa
sec B̂ = . (20)
cateto adjacente ao ângulo

Matematicamente:
a
sec B̂ = . (21)
c
6. Cossecante:
hipotenusa
csc B̂ = . (22)
cateto oposto ao ângulo

Matematicamente:
a
csc B̂ = . (23)
b
As razões trigonométricas definidas acima também podem ser definidas
para o outro ângulo agudo do triângulo retângulo, ou seja, em nossa figura,
o ângulo Ĉ. Como os ângulos são complementares, ou seja:

B̂ + Ĉ = 90o , (24)

então podemos concluir algumas propriedades interessantes, como:

sin x = cos (90o − x). (25)

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12 Ângulos notáveis

Denominamos ângulos notáveis alguns ângulos em que se pode determi-


nar de forma exata os valores de suas razões trigonométricas. Dentre os
ângulos agudos, são eles os ângulos de 30o , 45o e 60o .

A tabela a seguir mostra esses ângulos notáveis e os valores de suas razões


trigonométricas principais.

Ângulo Seno Cosseno


√ Tangente

30o 1/2
√ √3/2 3/3
45o √2/2 2/2 √1
60o 3/2 1/2 3

Tabela 9: Ângulos notáveis e suas razões trigonométricas.

Esses valores podem ser demonstrados com propriedades da geometria


plana. Por exemplo, pode-se obter um triângulo retângulo a partir da divisão
de um retângulo por sua diagonal. Supondo um quadrado (figura 2), pode-se
mostrar os valores das razões para o ângulo de 45o :

Figura 2: Esquema de um quadrado, subdividido em dois


triângulos retângulos, com ângulos agudos de 45o .

De fato, neste triângulo, os catetos têm medidas iguais ao lado do quadrado


(a); logo, para qualquer um dos ângulos agudos, que são iguais a 45o , para

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que a soma forneça 90o , tem-se, por Pitágoras:

h2 = a2 + a2 ⇒ h2 = 2a2 , (26)

de modo que: √
h = a 2. (27)
Assim, as razões trigonométricas seno, cosseno e tangente dadas na tabela 9
podem ser facilmente verificadas:

o a o 2
sin 45 = √ ⇒ sin 45 = ; (28)
a a 2

o a o 2
cos 45 = √ ⇒ cos 45 = (29)
a a 2
e
a
tan 45o = ⇒ tan 45o = 1. (30)
a

Exemplos resolvidos:

1. Obter os valores das medidas dos catetos b e c abaixo, sabendo-se que


a hipotenusa mede 5 cm e o ângulo B̂ vale 30o .

Figura 3: Esquema do triângulo retângulo do exemplo 1.

Resolução:

Com os conceitos dados anteriormente, podemos escrever:


b
sin B̂ = ⇒ (31)
a

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b
sin 30o = . (32)
5
Como da tabela de ângulos notáveis, sabemos que sin 30o = 1/2, então pode-
mos escrever:
1 b
= , (33)
2 5
de modo que temos 2 b = 5 ou b = 2,5 cm.

Analogamente, podemos usar a razão cosseno para obter o outro cateto:


c
cos B̂ = ⇒ (34)
a
c
cos 30o = . (35)
5

Como da tabela de ângulos notáveis, sabemos que cos 30o = 3/2, então
podemos escrever: √
3 b
= , (36)
2 5

de modo que temos 2 b = 5 3 ou

5 3
b= (37)
2
ou, aproximadamente, b=4,33 cm.

2. Obter os valores das medidas do cateto b e dos ângulos, sabendo-se


que a hipotenusa vale 12 m e o cateto c vale 6 cm.

Resolução:

Com os conceitos dados anteriormente, podemos escrever:


c
sin Ĉ = ⇒ (38)
a
6
sin Ĉ = = 0, 5. (39)
12
Com a tabela de ângulos notáveis, concluı́mos que Ĉ = 30o .

Como B̂ + Ĉ = 90o , obtemos:

B̂ = 60o .

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Então, temos:
b
sin B̂ = ⇒ (40)
a

3 b
= ⇒ (41)
2 12

3
b = 12 . (42)
2

Desse cálculo, obtemos: b = 6 3 ou, aproximadamente:

b = 10,39 cm.

Respostas dos exercı́cios propostos:

Ex.: 1)

(a) Corpo extenso.

(b) Partı́cula.

(c) Partı́cula.

(d) Corpo extenso.

(e) Partı́cula ou corpo extenso, o que vai depender de seu tamanho e se


consideramos seu movimento em relação a um objeto na mesa como uma
colher ou em relação a um cubo de açúcar, por exemplo.

Ex.: 2)

(a) GFD (b) G


(c) G (d) G
(e) GFD (f) GFD
(g) GFF (h) GFD
(i) GFF (j) GFF

Ex.: 3)

1. x = 6,453838 x 104 kg

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2. y = 5,38 x 10−6 m

3. z = 6 x 109 J

4. w = 1,0 x 10−10 m

5. v = 1,68 x 1014 N

Ex.: 4)

1. x = 64,53838 Mg

2. y = 5,38 µm

3. z = 6 GJ

4. w = 0,1 nm

5. v = 16,8 TN

Ex.: 5)

(a) 50 pés x 60 µlb = 0,0041 N.m

(b) 50 kN x 60 nm = 0,003 N.m

(c) 100 kgf x 200 pés = 5,98 x 104 N.m

(d) 5000 lb / pés2 = 2,39 x 105 N / m2

(e) 10 dyn x 20 ms = 2 x 10−6 N.s

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Anotações

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Referências

HIBBELER, R. C. Estática - Mecânica Para Engenharia, Cap. 1, 10ª ed.


Pearson Prentice Hall, 2005.

IEZZI, Gelson. Fundamentos de Matemática Elementar, Vol. 3: Trigonometria,


8ª ed. São Paulo: Editora Atual, 2004.

SHAMES, IRVING H. Estática - Mecânica Para Engenharia - Volume I, Cap. 1,


4ª ed. Pearson Prentice Hall, 1996.

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