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QUÍMICA

MATÉRIA - CORPO - OBJETO - SUBSTÂNCIA

MATÉRIA - é tudo aquilo que tem massa e ocupa lugar no espaço.


Exs.: ar, água, madeira, aço, papel, naylon, ...

CORPO - é uma porção limitada da matéria.


Exs.: um pedaço de madeira, um bloco de aço, ...

OBJETO - é um corpo com função específica. Assim, um bloco de aço representa um corpo,
enquanto uma engrenagem de aço representa um objeto.

SUBSTÂNCIA - é a espécie (tipo) de matéria que forma um corpo ou objeto.


Exs.: ferro, carbono, oxigênio, nitrogênio, ...
Na Natureza, uma amostra de matéria pode ser uma substância ou uma mistura.

PROPRIEDADES DA MATÉRIA

A - Propriedades Gerais: são as propriedades apresentadas por todas as substâncias, isto é,


comuns a toda espécie de matéria. As principais são:
a - Massa: é a quantidade de matéria existente num corpo, ou objeto. Assim, um litro de água
tem mais massa do que um litro de ar.
As principais unidades de medida de massa são: grama (g), miligrama (mg) e quilograma (Kg).
1 Kg = 1.000g = 103 g

1 g = 1.000 mg = 103 mg

Quilograma (Kg) é unidade fundamental de medida de massa, no S.I., é a massa do protótipo


internacional constituído por um cilindro de platina iridiada (liga de platina com 10% de irídio)
depositado no Bureau Internacional de Pesos e Medidas em Paris.
b - Extensão: porção do espaço ocupado pela matéria (volume).
As principais unidades de medida de volume são: litro (L), mililitro (ml) e centímetro cúbico (cm3).
1 mL = 1 cm3

1L = 1000 mL = 1000 cm3

1m3 = 1000L = 1 000.000 =106 mL = 106cm3

c - Impenetrabilidade: dois corpos não podem ocupar simultaneamente o mesmo lugar no


espaço. Assim, quando entramos numa banheira cheia de água há o transbordamento de água
correspondente ao volume de nosso corpo.
d - Inércia: é a tendência de um corpo em manter seu estado de repouso ou de movimento.
Quando um corpo está parado (repouso), ele tende a ficar assim, a não ser que alguma força
atue sobre ele. Se estiver em movimento, ele tende a continuar se movendo e só pára se uma
força atuar sobre ele. Assim, uma bola de couro que está parada tende a permanecer parada, a
menos que o vento ou um pontapé a tire do repouso. Ou ainda, uma bola rolando tende a
permanecer em movimento, ela só pára devido ao atrito com o solo e a resistência do ar.
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e - Divisibilidade: toda matéria pode ser dividida em diminutas partículas sem perder suas
propriedades características. Assim, uma gota de água pode ser dividida em porções cada vez
menores até chegar a um ponto-limite em que teríamos a menor porção de água, mantendo
suas propriedades características: a molécula de água.
f. Compressibilidade: representa a capacidade que a matéria tem de reduzir seu volume
quando submetida a certas pressões. Por exemplo, uma esponja de banho tem seu volume
reduzido ao ser comprimida.
g. Elasticidade: representa a capacidade que a matéria tem de retomar seu volume inicial, uma
vez cessada a pressão sobre ela. Por exemplo, uma esponja de banho volta ao seu estado
normal após ser comprimida.

B- Propriedades específicas: são as propriedades comuns a cada substância, isto é, são as


propriedades que identificam a substância.
As propriedades específicas podem ser divididas em: organolépticas, físicas e químicas.
1. Propriedades organolépticas: são as propriedades que impressionam diretamente os
nossos sentidos. As principais são: estado de agregação ou físico, cor, brilho, sabor e odor.
2. Propriedades físicas: são as que estão relacionadas com os fenômenos físicos. As
propriedades físicas são as mais usadas na prática para o reconhecimento de substâncias
porque não alteram a estrutura das substâncias, como nas propriedades químicas e por outro
lado, são muito mais exatas que as propriedades organolépticas.
As propriedades físicas mais importantes são:
a. Ponto de fusão e ponto de solidificação (congelação): o primeiro refere-se à temperatura
em que uma substância passa do estado sólido ao líquido e o segundo à temperatura em que
uma substância passa do estado líquido ao sólido.
b. Ponto de ebulição e ponto de liquefação: o primeiro refere-se à temperatura em que uma
substância passa do estado líquido ao estado gasoso de modo agitado e o segundo à
temperatura em que a substância passa do estado gasoso ao líquido.
c. Calor específico: representa a quantidade de calor necessária para elevar de 10C a
temperatura de 1 grama de substância. Assim, quando falamos que o calor específico do
alumínio é de 0,22 cal/g0C, a 150C, significa que para elevar a temperatura de 1 grama de
alumínio de 150C a 160C são necessários 0,22 calorias. O calor específico varia ligeiramente
com a temperatura. Assim, o calor específico do mercúrio a 150C é 0,0333 calorias, e a 500C é
0,0330 calorias.
d. Densidade absoluta: representa a massa correspondente a 1 cm3 dessa substância.
Assim, quando falamos que a densidade absoluta do mercúrio é 13,6 g/cm3, significa que a
massa de 1 cm3 de mercúrio é 13,6 g.

matematicamente: d= m g/cm3
v

Sólido ( g/cm3 ) Líquido ( g/cm3) Gás ( g/L ) (1 atm )


Ferro: 7,86 Álcool: 0,789 Hidrogênio: 0,071
Prata: 10,5 Acetona: 0,792 Hélio: 0,126
Ouro: 19,3 Água(4ºC):1,000 Oxigênio: 1,140
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e. Dureza: representa a maior ou menor resistência que a substância apresenta ao risco na sua
superfície. O diamante é a substância natural que apresenta maior dureza, pois é capaz de
riscar a si e a todas as outras substâncias, não sendo riscado por nenhuma outra. A dureza
normalmente é dada pela escala de Mohs:
1-talco, 2-gipsita, 3-calcita, 4-fluorita, 5-apatita, 6-feldspato (ortoclásio), 7-quartzo, 8-
topázio, 9-coríndon (rubis e safiras), 10-diamante.
Assim, se uma substância tem dureza 3,5 na escala de Mohs, significa que a mesma risca o
talco, a gipsita, e a calcita, e é riscada pela fluorita, apatita, ...... diamante.
Atenção: risco ≠ traço
O risco retira partículas da substância, enquanto o traço deixa partículas sobre ela.
O lápis não risca o papel, mas deixa um traço de grafite sobre ele. O papel risca a grafite,
porque retira partículas dela. Logo, o papel é mais duro que a grafite.
f. Tenacidade: representa a resistência que a substância oferece ao impacto (choque
mecânico). Uma substância é tenaz quando ela resiste a forte impacto sem se quebrar. Assim, o
ferro é mais tenaz que o diamante.
3. Propriedades químicas: são as que estão relacionadas com os fenômenos químicos
(reações químicas). Exs: queima da gasolina, ferrugem (reação do oxigênio do ar sobre o ferro),
processo de cromeação, etc....

ESTADOS FÍSICOS DA MATÉRIA ou ESTADOS DE AGREGAÇÃO

Os principais estados físicos da matéria são: sólido, líquido e gasoso. Uma matéria poderá
encontrar-se num dos três estados físicos, dependendo apenas das condições de pressão e
temperatura. Os estados físicos podem ser assim caracterizados:

Estados Físicos Forma Volume


Sólido constante constante
Líquido variável constante
Gasoso variável variável

Estado sólido: apresenta forma e volume constantes (fixos), porque suas partículas encontram
- se agrupadas, sem liberdade de movimento.
Os químicos costumam classificar os sólidos em dois tipos: sólidos cristalinos (considerados
os sólidos verdadeiros) e sólidos amorfos.
Nos sólidos cristalinos, as partículas constituintes encontram-se agrupadas ordenadamente,
segundo uma certa geometria, formando os chamados cristais. Assim, no cloreto de sódio (sal
de cozinha) as partículas se agrupam formando um cristal de forma cúbica.
Nos sólidos amorfos, as partículas estão distribuídas desordenadamente. Exs: borracha, piche,
cera, ...

Estado líquido: a forma é variável, pois as partículas se atraem mais fracamente que no
estado sólido, porém o volume é praticamente constante, porque na superfície dos líquidos
existe uma força de atração ( coesão ), chamada Tensão Superficial. É devido à tensão
superficial que uma lâmina equilibra-se na superfície de um líquido; também é pelo mesmo
motivo que um líquido escoa através de um bastão de vidro, sem se desprender.

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Estado gasoso: apresenta forma e volume variáveis, pois suas partículas se encontram livres,
com liberdade de movimento.

MUDANÇAS DE ESTADO FÍSICO

Variando-se convenientemente a pressão e a temperatura, a matéria poderá passar de um


estado físico a outro.

aumento de temperatura ( sob pressão constante) ou


diminuição de pressão ( sob temperatura constante)

fusão vaporização
SÓLIDO LÍQUIDO GASOSO
solidificação liquefação ou
condensação

SUBLIMAÇÃO

diminuição de temperatura ( sob pressão constante ) ou


aumento de pressão ( sob temperatura constante)

1- Fusão: é a passagem do estado sólido ao líquido com aumento de temperatura (sob pressão
constante) ou diminuição de pressão (sob temperatura constante).

2 - Solidificação: é o fenômeno inverso da fusão, e ocorre com diminuição de temperatura (sob


pressão constante) ou com aumento de pressão (sob temperatura constante).
Ponto de fusão e ponto de solidificação (congelação): o primeiro refere-se à temperatura em
que uma substância passa do estado sólido ao líquido e o segundo à temperatura em que uma
substância passa do estado líquido ao sólido. A temperatura na qual uma substância funde é
igual à temperatura em que essa mesma substância solidifica, sob pressão constante; por serem
iguais elas são indicadas por P.F. (ponto de fusão). Assim, quando falamos que o P.F. do
chumbo é 327ºC, estamos indicando que nessa temperatura o chumbo funde e solidifica.
Durante a fusão e a solidificação de uma substância pura, a temperatura se mantém constante.

3 - Vaporização: é a passagem do estado líquido ao estado gasoso , com aumento de


temperatura (sob pressão constante) ou diminuição de pressão (sob temperatura constante).
Existem dois tipos de vaporização: a ebulição e a evaporação.
Ebulição é uma vaporização artificial, rápida e que ocorre em todo o líquido, por exemplo a
fervura da água.
Evaporação é uma vaporização natural, lenta e que ocorre na superfície do líquido, por exemplo
a evaporação da água do mar.
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Obs.: Calefação é um caso particular de vaporização, que ocorre quando um líquido é colocado
num recipiente, cuja temperatura é muito superior à temperatura de ebulição do líquido, por
exemplo, gotejar água num ferro elétrico aquecido.

4 - Liquefação ou condensação: é o fenômeno inverso à vaporização, e ocorre com


diminuição de temperatura (sob pressão constante) ou aumento de pressão (sob temperatura
constante).
Ponto de ebulição e ponto de liquefação (condensação): o primeiro refere-se à temperatura
em que uma substância ferve, isto é, passa do estado líquido ao gasoso de modo agitado e o
segundo à temperatura em que uma substância passa do estado gasoso ( vapor ) ao líquido. A
temperatura na qual uma substância ferve é igual à temperatura em que essa mesma
substância se liquefaz (condensa), sob pressão constante; por serem iguais foram indicadas por
P.E. (ponto de ebulição). Assim, quando falamos que o P.E. do álcool etílico é 78,3ºC (sob
pressão de 1 atm) estamos indicando que nessa temperatura o álcool etílico ferve e condensa.
Durante a ebulição ou a liquefação (ou a condensação) de uma substância pura a temperatura
se mantém constante.
OBSERVAÇÃO: Os termos gás e vapor não são sinônimos.
Gás é toda substância que se encontra naturalmente no estado gasoso, e para liquefazê-lo é
necessário um grande aumento de pressão ou uma grande diminuição de temperatura. Ex.: gás
carbônico, gás oxigênio, gás nitrogênio, ...
Vapor é toda substância que se encontra naturalmente nos estados sólido ou líquido, que pode
passar ao estado gasoso, formando vapores, de tal modo que para torná-lo líquido (condensá-
lo), basta um leve aumento de pressão ou uma leve diminuição de temperatura. Ex.: vapor
d’água, vapor de álcool, ...
É devido à diferença entre gás e vapor que usamos os termos liquefação (passagem do gás ao
líquido) e condensação (passagem do vapor ao líquido).

5 - Sublimação: é a passagem do estado sólido diretamente para o estado gasoso e vice-versa.


Ex.: iodo, cânfora, enxofre, naftalina, gelo-seco (gás carbônico no estado sólido) são
substâncias sublimáveis.

Diagramas de mudança de estado físico

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t1 = início da fusão
t2 = fim da fusão
Durante a fusão (intervalo de tempo entre t1 e t2) a temperatura permanece constante.

t3 = início da ebulição
t4 = fim da ebulição
Durante a ebulição (intervalo de tempo entre t3 e t4) a temperatura permanece constante.

t1 = início da liquefação( condensação)


t2 = fim da liquefação ( condensação )
Durante a liquefação (intervalo de tempo entre t1 e t2) a temperatura permanece constante.

t3 = início da solidificação
t4 = fim da solidificação
Durante a solidificação (intervalo de tempo entre t3 e t4) a temperatura permanece constante.

EXERCÍCIO RESOLVIDO

Dada a tabela:

PF PE
Clorofórmio 630C 61,0 0C
Fenol 43 0C 182,00C
Cloro 1010C 34,50C

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resolva as questões:
a) Qual o estado físico de cada substância à temperatura ambiente?

b) Construa um gráfico de mudança de estado, mostrando como a temperatura de uma amostra


de clorofórmio sólido varia com o tempo, quando submetida a aquecimento. Indique os estados
físicos em cada região do gráfico.

Solução
a) A temperatura ambiente é normalmente considerada igual a 250C. Com base nos dados da
tabela, podemos construir um esquema indicando o estado físico de cada substância numa dada
temperatura.

Então, à temperatura ambiente (250C), as substâncias encontram-se nos seguintes estados


físicos:
 clorofórmio: líquido;
 fenol: sólido;
 cloro: vapor.

b)

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SUBSTÂNCIAS  MISTURAS  SISTEMAS

Substância pura ou simplesmente substância é todo material constituído por moléculas ou


aglomerado de íons iguais entre si, que apresenta composição fixa e constantes físicas (PF, PE,
d, ...) bem definidas.

Exemplo: água pura  composição: 11,11% de Hidrogênio e 88,89% de Oxigênio.


 PF = 0°C (1 atm)
 PE = 100°C (1 atm)
 d = 1g/cm3 (4°C)

As substâncias podem ser classificadas em simples ou compostas.


Substâncias simples são formadas por átomos de um mesmo elemento químico. Exs: gás
hidrogênio (H2) , gás oxigênio (O2) , ozônio (O3), ouro (Au), alumínio (Al), gás hélio (He), ...
Existem átomos que se agrupam de maneiras diferentes formando substâncias simples
diferentes. É o caso do oxigênio, que forma a substância simples oxigênio (O2) através da união
de 2 átomos e a substância simples ozônio (O3) pela união de 3 átomos. Esse fenômeno é
denominado alotropia. O2 e O3 são formas alotrópicas do elemento químico oxigênio (O).
Outros elementos químicos que apresentam alotropia: fósforo (que forma o fósforo branco, P4, e
o fósforo vermelho, Pn); carbono ( carbono grafite(Cn), carbono diamante (Cn) e fulereno (C60)
e enxofre ( S rômbico e S monoclínico).

Substâncias compostas são formadas por átomos (ou íons) de elementos químicos
diferentes. Exs: água (H2O) formada por átomos dos elementos químicos hidrogênio e oxigênio,
ácido sulfúrico (H2SO4) formada por átomos dos elementos químicos hidrogênio, enxofre e
oxigênio, glicose (C6H12O 6) formada por átomos dos elementos químicos carbono, hidrogênio e
oxigênio, cloreto de sódio (NaCl) formada por íons dos elementos químicos sódio e cloro, ...

Mistura é todo material formado de duas ou mais substâncias, onde cada uma dessas
substâncias é denominada componente. As misturas apresentam composição variável ,
consequentemente constantes físicas (PF, PE, d, ...) variáveis. Assim as salmouras podem ter
diferentes porcentagens, em massa, de NaCl e H2O em sua composição.
salmouras: 1% de NaCl e 99% de H2O
10% de NaCl e 90% de H2O
20% de NaCl e 80% de H2O
As constantes físicas de uma salmoura variam de acordo com sua composição.
Quanto às superfícies de separação entre os componentes as misturas são classificadas em:
Homogênea e Heterogênea.
Mistura Homogênea (SOLUÇÃO)- é aquela que apresenta as mesmas propriedades em toda
sua extensão e nela não conseguimos distinguir superfícies de separação entre os seus
componentes, mesmo utilizando os mais sofisticados instrumentos ópticos. Ex. solução aquosa
de açúcar (água e açúcar), vinagre (água e ácido acético), água potável (água contendo sais
minerais), álcool 96ºG.L. (solução contendo 96% em volume de etanol e 4% em volume de
água), ar atmosférico filtrado (mistura de gases), ...
Mistura Heterogênea - é aquela que apresenta superfícies de separação entre os seus
componentes. Exs.: água e óleo, água e enxofre, água e areia, granito (mica, feldspato e
quartzo, pólvora (nitrato de potássio, carvão e enxofre), ...

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Sistema - é toda porção do Universo, contendo ou não matéria, considerado como um todo
para efeito de estudo. Tudo aquilo que não fizer parte do sistema será chamado de meio
ambiente ou simplesmente ambiente.
Classificação dos sistemas:
1 - Quanto à troca de matéria e energia com o meio ambiente
a - Sistema aberto - é o que troca matéria e energia com o ambiente. Ex.: frasco aberto de
álcool, ...
b - Sistema fechado ou quimicamente isolado - é o que apenas troca energia com o
ambiente. Ex. lata de conserva, ...
c - Sistema isolado - é o que não troca nem matéria e nem energia com o ambiente. Ex.
garrafa térmica, ...

2 - Quanto às superfícies de separação entre os componentes


a- Sistema Homogêneo - não apresenta superfícies de separação entre os componentes. Exs.
água potável, água mineral, soro caseiro, soro fisiológico, álcool 96º G.L., ...
b - Sistema Heterogêneo - apresenta superfícies de separação entre os componentes. Exs.
água e óleo, granito, pólvora, água e areia, ...

Fases - representam as partes de um sistema. Logo, os sistemas homogêneos são sempre


monofásicos ou unifásicos e os sistemas heterogêneos são sempre polifásicos (bifásicos
ou difásicos, trifásicos, tetrafásicos, ...).

OBSERVAÇÕES:
a - Um sistema homogêneo pode ser formado por uma substância pura (ex. água destilada)
ou por uma mistura homogênea ou solução (ex. soro caseiro). Um sistema heterogêneo
pode ser formado por uma mistura heterogênea (ex. água e óleo) ou por uma substância pura
em mudança de estado (ex. água e gelo).
b - O número de fases do sistema nem sempre é igual ao número de componentes envolvidos.
Exs.: soro caseiro - apresenta 1 fase e três componentes (água, sal e açúcar); água e gelo -
apresenta 2 fases e 1 componente (água).
c - n gases quando misturados entre si sempre originam um sistema homogêneo.
d - n sólidos quando misturados entre si, geralmente originam um sistema heterogêneo.

FENÔMENOS FÍSICOS E QUÍMICOS

Normalmente pensa-se que fenômeno é algo fora do normal. Contudo, em ciências o conceito é
bastante amplo, envolvendo qualquer mudança pela qual passa a matéria.
I. Fenômenos Físicos

aquecimento
H2O(sólido)  H2O(vapor)
resfriamento

As moléculas de água continuam intactas, não sofreram nenhuma alteração na sua composição,
ocorreu apenas o afastamento das moléculas. A transformação é “passageira” ou reversível.

- não alteram a estrutura da matéria.


Fenômenos físicos: - não formam novas substâncias.
- em geral, são reversíveis.
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Observação: As mudanças de estado físico da matéria são fenômenos físicos.
II. Fenômenos Químicos

2 Mg + O2  MgO
metal gás pó
cinza prateado incolor branco

Houve formação de uma nova substância (MgO) com características próprias, diferentes das
substâncias reagentes (Mg e O2).

- alteram a estrutura da matéria.


Fenômenos Químicos: - formam novas substâncias.
- em geral, são irreversíveis.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

01. Um elemento químico, principalmente na linguagem cotidiana, pode ter significados diversos,
dependendo do contexto em que é empregado. Considere as seguintes frases:
I. A água é composta de hidrogênio e oxigênio.
II. O hidrogênio é um gás inflamável.
III. O ozônio é uma das formas alotrópicas do oxigênio.
IV. O gás hidrogênio reage com o gás oxigênio para formar água.
V. A água é constituída por dois hidrogênios e um oxigênio.
Em relação ao significado dos termos sublinhados, é incorreto afirmar que:
a) água significa substância química em I e molécula de água em V.
b) hidrogênio em II significa substância química.
c) hidrogênio em IV significa substância química e, em V, átomos de hidrogênio.
d) o significado de oxigênio em III e IV é o mesmo.
e) oxigênio em V significa átomo de oxigênio.

02. Considere os seguintes materiais:


a) água dos rios; f) aço; l) água mineral;
b) ferro; g) leite; m) mercúrio
c) salmoura; h) gasolina; n) soro caseiro
d) ouro 18 quilates i) vinagre;
e) coca-cola, guaraná; j) amálgama (mercúrio+prata+zinco)
Quais desses materiais são misturas e quais são substâncias?

03. O rótulo de uma garrafa de água mineral está reproduzido a seguir:


Composição química provável:
Sulfato de cálcio 0,0038 mg/L
Bicarbonato de cálcio 0,0167 mg/L
Com base nestas informações, podemos classificar a água mineral como:
a) substância pura.
b) substância simples.
c) mistura heterogênea.
d) mistura homogênea.
e) suspensão coloidal.
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04. Numa dose de uísque com gelo há água sólida, solução aquosa de etanol, outras
substâncias dissolvidas e vapor de água. Esse sistema é:
a) homogêneo e constituído de uma fase.
b) homogêneo e constituído de três fases.
c) heterogêneo e constituído de duas fases.
d) heterogêneo e constituído de três fases.
e) heterogêneo e constituído de quatro fases.

05. Em um erlenmeyer (equipamento de laboratório), colocam-se três bolinhas de gude, álcool


doméstico, água e óleo de cozinha, formando uma mistura. Quantas fases possui essa mistura?

06. Considere um sistema constituído por uma solução aquosa de cloreto de sódio, cloreto de
sódio sólido (não-dissolvido) e dois cubos de gelo.

Qual o número de fases e de componentes do sistema?

07. Indique qual das misturas a seguir é sempre um sistema homogêneo nas condições
ambiente:
a) água e óleo de milho.
b) oxigênio e nitrogênio.
c) água e gasolina.
d) álcool etílico e areia.
e) água e serragem.

08. A escassez mundial de água potável é uma dura realidade em alguns países ricos, que já
reciclam quimicamente a água utilizada. Tal procedimento tem causado surpresas na população
desses países, que tem certa resistência em consumir a água reciclada. Contudo, a quase
totalidade da água disponível na Terra tem sido naturalmente reciclada desde a formação do
planeta, há bilhões de anos. Você não deve se espantar caso seu próximo copo de água
contenha algumas moléculas que foram ingeridas por Dom Pedro I ou mesmo Aristóteles.
Assinale a alternativa correta.
a) O processo de reciclagem natural da água (chuvas) é representativo exclusivamente de um
fenômeno químico.
b) A água é uma substância química de difícil purificação, pois entre em ebulição a 0°C, a 1 atm
de pressão.
c) A água das chuvas e de processos artificiais de purificação é sempre considerada uma
mistura heterogênea de hidrogênio e oxigênio.
d) A água é considerada um líquido não-volátil, pois, a 25°C, não experimenta o processo de
evaporação.
e) A água pura é constituída, quanto à massa, de 11,11% de hidrogênio e 88,89% de oxigênio.

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09. A química está presente em nosso cotidiano sob as mais variadas maneiras. Ela está
presente nos medicamentos, nos processamentos e conservação de alimentos, no preparo de
uma refeição, nos fertilizantes agrícolas etc. A alternativa que apresenta um fenômeno químico
é:
a) fusão de banha (gordura)
b) fragmentação de uma pedra de cloreto de sódio (sal de cozinha)
c) dissolução de açúcar em água
d) queima de um cigarro
e) evaporação de gasolina

10. Analise o esquema a seguir:


corrente elétrica
I. Água  gás hidrogênio
gás oxigênio
calor
II. Gelo  Água

corrosão
III. Ferro  Ferrugem

luz
IV. Água  Água e
oxigenada gás oxigênio

chuva ácida
V. mármore  Gesso
Classifique cada transformação em fenômeno físico ou químico.

11. Qual(is) evidência(s) visual(is) está(ão) associada(s) aos seguintes fenômenos químicos:
a)dissolução do sal de frutas em água;
b) produção do caramelo a partir do açúcar;
c) queima de fogos de artifício;
d) queima de um pedaço de madeira.

ESTRUTURA ATÔMICA – A EVOLUÇÃO DOS MODELOS ATÔMICOS

As primeiras idéias a respeito da constituição da matéria foram desenvolvidas pelos filósofos


gregos, Leucipo e Demócrito, 400 a.C. Julgavam os antigos gregos que toda matéria era
constituída por partículas invisíveis e indivisíveis e foram denominadas átomos ( do grego: a =
não, tomo = divisão ). Essa idéia perdurou até o início do século XX.
A partir daí a Química adquiriu caráter científico, isto é, baseada em observações experimentais.
1808-Modelo de Dalton (modelo da bola de bilhar): o átomo é uma partícula maciça e
indivisível.
A grande diferença entre o modelo atômico de Dalton e o dos filósofos da Antiguidade é que ele
foi criado com base em resultados experimentais, portanto, foi um modelo científico.
Enquanto, o modelo dos filósofos da Antiguidade era fundamentado unicamente em pensamento
filosófico, sem nenhuma base experimental.

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O modelo do átomo como partícula indivisível vigorou até o final do século XIX. Em 1897,
Thomson provou que o átomo era divisível, isto é, constituído de partículas ainda menores,
invalidando o modelo de Dalton.
1897-Modelo de Thomson (Modelo do pudim de passas): o átomo é formado por uma esfera
de carga elétrica positiva, incrustada de elétrons (carga elétrica negativa).
Aproximadamente sete anos após a descoberta do elétron (partícula de carga elétrica negativa)
descobriu-se a segunda partícula subatômica, o próton (partícula de carga elétrica positiva).
1911-Modelo de Rutherford (Modelo do átomo nucleado): o átomo é formado por um núcleo
muito pequeno em relação ao átomo, com carga positiva, no qual se concentra praticamente
toda massa do átomo. Ao redor do núcleo estão os elétrons, neutralizando a carga positiva.
Em 1920, Rutherford previu a existência, no núcleo, de partículas sem carga elétrica e com
massa igual à do próton, e deu-lhes o nome de nêutrons. Somente em 1932, Chadwick
conseguiu obter essas partículas através de experiências e, por isso, ele é considerado o seu
descobridor.
Podemos resumir a estrutura atômica do seguinte modo:

prótons (p+)  (partículas de carga elétrica positiva)


núcleo 
nêutrons (n)  (partículas sem carga elétrica)

Átomo 
eletrosfera - elétrons (e) (partículas de carga elétrica negativa)

O átomo é um sistema eletricamente neutro. Logo, o número de elétrons é igual ao número de


prótons.

Raio do átomo  10.000 x raio do núcleo.

Hoje sabemos que:

raio do átomo  1010 m


raio do núcleo  1014 m

Características das partículas subatômicas

Partículas Massa relativa carga relativa massa absoluta carga absoluta


Prótons 1 +1 1,672 x 10-24 g + 1,6 x 10-19 C
Nêutrons 1 0 1,672 x 10-24 g 0
Elétrons 1/1840 -1 9,110 x 10-28 g - 1,6 x 10-19 C

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CONCEITOS FUNDAMENTAIS

O número de prótons, de nêutrons e de elétrons constitui dado importante para caracterizar um


átomo. Por isso, vamos definir alguns conceitos que estão diretamente relacionados a esses
números.

1 - Número Atômico (Z) é o número de prótons existentes no núcleo de um átomo.


Portanto, no átomo  Z = p+ = e- , pois o átomo é um sistema eletricamente neutro.
O número atômico é a constante que melhor caracteriza o átomo de um elemento químico.

Elemento Químico símbolo Prótons Z e-


Sódio Na 11 11 11
Cálcio Ca 20 20 20
Oxigênio O 8 8 8

2 - Número de Massa (A) é a soma do número de prótons e do número de nêutrons.

A = p+ + n ou A=Z + n

Ex.: Qual é o número de massa de um átomo do elemento químico sódio, sabendo-se que em
seu núcleo há 11 prótons e 12 nêutrons

A = p+ + n  A = 11 + 12  A = 23

3 - Número de nêutrons (n) é calculado em função do número atômico e do número de massa.


n = A  p+ ou n=A Z

Ex.: Determinar o número de nêutrons de um átomo do elemento químico cálcio, sabendo-se


que seu número de massa é 40 e seu número atômico é 20

n= A Z  n = 40  20  n = 20

4 - Elemento Químico é o conjunto de átomos com o mesmo número atômico (Z).


Em outras palavras, elemento químico é um número muito grande de átomos quimicamente
iguais, isto é, possuem o mesmo número de prótons (Z).
Assim, o elemento químico hélio é um número muito grande de átomos que possuem Z = 2; o
elemento químico hidrogênio é um número muito grande de átomos que possuem Z = 1; ...
Representação de um elemento químico
De acordo com a IUPAC (União Internacional de Química Pura e Aplicada).

A A = nº de massa
E onde: E = símbolo do elemento
14
Z
Z = nº atômico

Exs.:
1) Um átomo do elemento químico mercúrio (Hg), com número atômico Z = 80 e número de
massa A = 200, será representado assim:
200
80Hg

2) Utilizando todos os conceitos vistos até agora, vamos considerar um átomo do elemento
químico titânio (Ti), formado por 22 prótons, 20 nêutrons e 22 elétrons.

Sabendo que o número atômico (Z) é igual ao número de prótons, tempos:


Z = p+  p+ = 22  Z = 22
Sabendo, ainda, que a soma do número de prótons com o número de nêutrons é igual ao
número de massa (A), temos:
A = p+ + n
A = 22 + 20
A = 42 42
Assim, podemos representar um átomo de titânio desta maneira: 22Ti

Somente um número relativamente pequeno de elementos é essencial à manutenção da vida. A


tabela a seguir mostra esses elementos e suas quantidades numa pessoa de 60 Kg*.

Nome do Quantidade
elemento Símbolo (em Kg) Ocorrência
Oxigênio O 39,0 Água, carboidratos, gorduras e proteínas.
Carbono C 11,0 Carboidratos, gorduras e proteínas.
Hidrogênio H 6,0 Água, carboidratos, gorduras e proteínas.
Nitrogênio N 2,0 Proteínas.
Cálcio Ca 1,0 Ossos e dentes.
Fósforo P 0,6 Ossos, dentes e proteínas.
Dentro das células (importante na condução de
Potássio K 0,2 impulsos nervosos)
Enxofre S 0,2 Em alguns aminoácidos.
Fluidos corpóreos (importante no balanço hídrico e
Sódio Na 0,1 na condução de impulsos nervosos).
Magnésio Mg 0,1 Ossos (importante na ação de várias enzimas).
Cloro Cl 0,1 Fora das células.
*A soma das quantidades é superior a 60 Kg devido ao arredondamento dos valores de cada elemento.

15
ÍONS

Um átomo ao perder ou ganhar elétrons, tem sua eletrosfera alterada. No entanto, seu núcleo
não sofre alteração. Logo, o número de massa (A) permanece o mesmo, pois seu número de
prótons (p+) e de nêutrons (n) não mudou.
ÍON - entidade química dotada de carga elétrica, pois o número de prótons é diferente do
número de elétrons.
Se um átomo perde elétrons, transforma-se num íon positivo (cátion), pois p+ > e-
Se um átomo ganha elétrons, transforma-se num íon negativo (ânion), pois p+ < e-

átomo  perde elétrons  cátion (íon positivo)

átomo  ganha elétrons  ânion (íon negativo)

perde 2 elétrons
Exs.: Mg( Z = 12 ) 12 p+  Mg2+ 12 p+
12 e 10 e
saldo: zero saldo: 2+

ganha 1 elétron
Cl (Z = 17 ) 17 p+ Cl 17 p+
17 e 18 e
saldo: zero saldo: 1-

Representação para íons

X2+ X++ , X+2


correto errados

Íons isoeletrônicos  possuem o mesmo número de elétrons


Entidades químicas isoeletrônicas

As entidades químicas 12Mg2+ 8O2- 11Na


+ -
9F são isoeletrônicas entre si e isoeletrônicas
do neônio (Z = 10) pois todas apresentam o mesmo número de elétrons (10 elétrons).

ÁTOMOS ISÓTOPOS, ISÓBAROS e ISÓTONOS

1 - ISÓTOPOS : átomos de mesmo elemento químico (mesmo Z) e diferentes números de


massa.
1 2 3
Exs.: H H H
1 1 1
hidrogênio ou prótio deutério trítio

16
16 17 18
O O O
8 8 8

2 - ISÓBAROS : átomos de elementos químicos diferentes (Z diferentes) e mesmo número de


massa (A).

40 40
Exs.: K Ca
19 20

3 - ISÓTONOS : átomos de elementos químicos diferentes (Z diferentes), números de massa


diferentes, porém com o mesmo número de nêutrons (n).

40 41 42
Exs.: Ca Sc Ti
20 21 22

n = 20 n = 20 n = 20

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1. Qual o número atômico e qual o número de massa de um íon monoatômico com carga 3-que
contém 18 elétrons e 20 nêutrons?
Solução
Representando o íon monoatômico com carga 3 por: X3

O fato desse íon apresentar carga 3- indica que o seu número de prótons é 3 unidades menor
que o seu número de elétrons. Assim, temos:
p+ = e - 3  p+ = 18 – 3  p+ = 15

Como o número atômico (Z) é igual ao número de prótons, esse íon apresenta Z = 15.

O número de massa é obtido somando o número de prótons e nêutrons; então:


A = 15 + 20 = 35  A = 35

27
2. Determine o número de prótons, nêutrons e elétrons do íon 13Al3+.
Solução A → 27
3+
Z → 13Al Z = p+  p+ = 13
A = p + + n  27 = 13 + n  n = 14
A carga 3+ indica que o número de elétrons é 3 unidades menor que o número de prótons.
e = p+ - 3  e = 13 – 3  e = 10

17
3. Considere as representações:
8x + 12 9x – 1 7x + 32
x + 29X 3x – 11Y 2x + 7W
Sabendo que X e Y são isótopos, determine os números atômicos (Z) e os números de massa
(A) de X, Y e W.
Solução
Como X e Y são isótopos, temos: x + 29 = 3x – 11
3x – x = 29 + 11
2x = 40
x = 20
172 179 172
Substituindo x nas representações, teremos: 49X 49Y 47W

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

01. Considere a representação:


12
6C
O átomo assim representado apresenta quanto(as):
a) prótons?
b) nêutrons?
c) elétrons?
d) partículas nucleares?
e) partículas com carga positiva?
f) partículas com carga negativa?
g) partículas sem massa?
h) partículas neutras?
i) partículas fundamentais que formam um átomo deste elemento?

02. Em que diferem os íons 29Cu+ e 29Cu2+?

03. A espécie química Pb2+ apresenta 127 nêutrons. Qual o número total de partículas no seu
núcleo? (Dado: Pb: Z = 82)

04. Os átomos M e N são isóbaros e apresentam as seguintes características:


5x 4x + 8
M N
10 + x 11 + x

Determine os números atômicos e os números de massa de M e N.

05. São dados 3 elementos genéricos A, B e C. O átomo A tem número atômico 70 e número de
massa 160. O átomo C tem 94 nêutrons, sendo isótopo de A. O átomo B é isóbaro de C e
isótono de A. Determine o número de elétrons de B.

06. São dadas as seguintes informações relativas aos átomos Y e Z:


I  X é isóbaro de Y e isótono de Z.
II  Y tem número atômico 56, número de massa 137 e é isótopo de Z.
III  O número de massa de Z é 138.
Determine o número atômico de X.
18
150
07. Sejam os elementos 63A, B e C de números atômicos consecutivos e crescentes na ordem
dada. Sabendo que A e B são isóbaros e que B e C são isótonos, determine o número de massa
do elemento C.

08. O número de elétrons do cátion X2+ de um elemento X é igual ao número de elétrons do


átomo neutro de um gás nobre. Este átomo de gás nobre apresenta número atômico 10 e
número de massa 20. Determine o número atômico do elemento X.

09. Dadas as entidades químicas


32 2- 40
A B+ 40
C2+ 27
D3+ 24 2+
E 31 3-
F 41
G+
16 19 20 13 12 15 19

Pede-se:
a) quais são isoeletrônicas entre si? _______________________________________

b) quais são isoeletrônicas do neônio (Z = 10)? ______________________________

c) quais são isoeletrônicas do argônio (Z = 18)? ______________________________

Modelo atômico de Bohr - Modelo de Sommerfeld (subníveis de energia)

Segundo a teoria eletromagnética clássica o átomo de Rutherford não seria estável por mais de
1011s, pois uma carga elétrica em movimento irradia continuamente energia. Dessa maneira, o
elétron em movimento ao redor do núcleo estaria continuamente irradiando energia e se
aproximaria cada vez mais do núcleo, numa trajetória espiralada, e acabaria por cair sobre ele.
Essa dificuldade foi superada pelo físico dinamarquês Niels Bohr que criou um novo modelo
atômico fundamentado na teoria dos quanta de Max Planck.
1913-Modelo atômico de Bohr- postulados de Bohr:
 os elétrons giram ao redor do núcleo em determinadas órbitas que apresentam energias
fixas, denominadas órbitas estacionárias.
 movendo-se em uma órbita estacionária, o elétron não emite nem absorve energia.
 quando se fornece energia (térmica, elétrica ou luminosa) ao átomo, seus elétrons
absorvem essa energia e saltam de uma órbita mais interna para outra mais externa; a
quantidade de energia recebida é, porém, bem definida (um quantum de energia).
 quando volta de uma órbita mais externa para outra mais interna, o elétron emite a
energia recebida (um quantum de energia), na forma de luz de cor bem definida ou outra
radiação eletromagnética, como ultravioleta ou raios X(daí o nome de fóton, que é dado
para esse quantum de energia).

19
elétron salta para uma órbita mais externa a mesma energia recebida é emitida
ao receber energia. quando o elétron retorna à órbita primitiva.

As órbitas nas quais giram os elétrons ao redor do núcleo representam diferentes níveis de
energia também chamados camadas eletrônicas e foram designadas pelas letras K, L, M, N,
O, P, Q, a partir do núcleo e cada uma comporta um número máximo de elétrons, conforme é
mostrado no esquema abaixo. A cada nível de energia foi atribuído um número quântico
principal, representado pela letra n.

Camada nível de energia n Número máximo de elétrons


K 1º 1 2
L 2º 2 8
M 3º 3 18
N 4º 4 32
O 5º 5 32
P 6º 6 18
Q 7º 7 2
O átomo, em seu estado fundamental(estado mais estável), tem seus elétrons distribuídos
nos níveis de menor energia possível.
1916-Modelo atômico de Sommerfeld
Sommerfeld propôs que cada nível de energia está dividido em subníveis de energia.
Ele verificou que os elétrons de um mesmo nível de energia tem energias próximas porém
ligeiramente diferentes. A cada subnível de energia foi atribuído um número quântico
secundário, representado pela letra l.
Um nível de energia n é formado por n subníveis de energia. Entre os átomos conhecidos em
seus estados fundamentais, os subníveis conhecidos são quatro sendo representados pelas
letras s, p, d, f respectivamente. Cada subnível de energia comporta um número máximo de
elétrons.
Subnível s p d f
Número máximo 2 6 10 14
de elétrons

A representação de cada subnível é feita pelo valor de n, seguido da letra que indica o subnível
(s, p, d, f). Exemplos:
1s → representa o subnível s do 1º nível.
2p → representa o subnível p do 2º nível.
3d → representa o subnível d do 3º nível.

20
Distribuição eletrônica

Diagrama de energia de Linus Pauling


Dispositivo que nos permiti distribuir os elétrons de um átomo no estado fundamental (estado de
menor energia do átomo) nos subníveis de energia em ordem crescente de energia.

O número de elétrons distribuído em cada subnível é indicado como expoente na representação


do subnível.
Exemplos:
1. Distribuição eletrônica em subníveis no átomo de cálcio (Z = 20), no estado fundamental
Total de elétrons a serem distribuídos = 20

1s2 2s22p6 3s23p6 4s2 (ordem crescente de energia)

O total de elétrons em cada nível é:

1s2 2s22p6 3s23p6 4s2


2 8 8 2
1º nível 2º nível 3º nível 4º nível
(K) (L) (M) (N)

O átomo de cálcio (Ca) tem seus elétrons no estado fundamental distribuídos em quatro níveis
de energia, ou seja, quatro camadas, sendo que seu nível (ou camada) mais externo,
denominado nível ou camada de valência, é o nível 4 ou camada M, apresentando 2 elétrons.

2. Distribuição eletrônica em subníveis no átomo de cobalto (Z = 27)


Total de elétrons a serem distribuídos = 27

21
1s2 2s22p6 3s23p6 4s2 3d7

Observe que o subnível 4s2 aparece antes do subnível 3d7 de acordo com a ordem crescente
de energia.
O subnível 3d7 é o subnível mais energético, enquanto o 4s2 é o último subnível  mais
externo do núcleo.

O total de elétrons distribuídos em cada nível é:

1s2 2s22p6 3s23p63d7 4s2


2 8 15 2
(K) (L) (M) (N)

Distribuição eletrônica de íons

Cátions ou íons positivos


Inicialmente fazemos a distribuição eletrônica do átomo e, a seguir, “retiramos” os elétrons,
necessários para formar o cátion, do nível de valência.
Exemplos:
+
1 11Na (átomo) 11Na (cátion)

1s2 2s22p6 3s1 1s2 2s22p6

2+
2 26Fe (átomo) 26Fe

1s2 2s22p6 3s23p6 4s2 3d6 1s2 2s22p6 3s23p6 3d6


3+
26Fe

1s2 2s22p6 3s23p6 3d5

Ânions ou íons negativos


Inicialmente fazemos a distribuição eletrônica do átomo e, a seguir, “acrescentamos” os elétrons
necessários para originar o ânion, no nível de valência.

Exemplos:

1 9F(átomo) 9F (ânion)

1s2 2s22p5 1s2 2s22p6

2
2 16S(átomo) 16S (ânion)

1s2 2s22p6 3s23p4 1s2 2s22p6 3s23p6

22
EXERCÍCIO RESOLVIDO

Faça a distribuição eletrônica do átomo de vanádio (V: Z = 23) e forneça:


a) a ordem energética;
b) a ordem de níveis de energia (ou ordem geométrica);
c) o número total de elétrons por nível ou camada;
d) o número de elétrons no subnível mais energético;
e) o número de elétrons no subnível mais externo.
Solução
a) Utilizando o diagrama de Linus Pauling:

23V 

1s2 2s 2 2p6 3s2 3p6 4s 2 3d3  ordem crescente de energia

b) Para obtermos a ordem de níveis de energia (ou ordem geométrica) devemos agrupar os
subníveis de mesmo número quântico principal (n).

1s2 2s 22p6 3s23p63d3 4s2

c) O número total de elétrons por nível ou camada é obtido somando-se os elétrons dos
subníveis que constituem cada nível.

1s2 2s 22p6 3s23p63d3 4s2


níveis: n =1 = 2e n = 2 = 8e n = 3 = 11e n = 4 = 2e
camadas: K=2 L=8 M = 11 N=2

d) O subnível mais energético é sempre o último a receber elétrons no diagrama de Linus


Pauling; logo, esse subnível é o 3d, apresentando 3e.

e) O subnível mais externo (ou o último subnível) é sempre aquele que se encontra mais
afastado do núcleo, ou seja, se localiza na camada de valência. Então, o subnível mais externo
é o 4s contendo 2e.

23
EXERCÍCIOS PROPOSTOS

01. Os implantes dentários estão mais seguros no Brasil e já atendem às normas internacionais
de qualidade. O grande salto de qualidade aconteceu no processo de confecção dos parafusos
e pinos de titânio que compõem as próteses. Feitas com ligas de titânio, essas próteses são
usadas para fixar coroas dentárias, aparelhos ortodônticos e dentaduras nos ossos da
mandíbula e do maxilar.
Jornal do Brasil, outubro de 1996.
Considerando que o número atômico do titânio é 22, dê a sua configuração (distribuição)
eletrônica em ordem de energia.

02. O fenômeno da supercondução de eletricidade, descoberto em 1911, voltou a ser objeto da


atenção do mundo científico com a constatação de Bednorz e Müller de que materiais cerâmicos
podem exibir esse tipo de comportamento, valendo um prêmio Nobel a esses dois físicos em
1987. Um dos elementos químicos mais importantes na formulação da cerâmica supercondutora
é o ítrio (Y: Z = 39).
Forneça o número de camadas e o número de elétrons mais energéticos do ítrio.

03. Vanádio (V: Z = 23), elemento de transição, constitui componente importante do aço para
produzir um tipo de liga que melhora consideravelmente a tenacidade, as resistências mecânica
e à corrosão do ferro.
Quantos elétrons há no subnível 3d da configuração eletrônica do vanádio?

04. “Os átomos movem-se no vazio e agarram-se, chocam-se, e alguns ricocheteiam... e outros
ficam emaranhados...”
(Simplicius, século V d.C.)
Hoje sabemos que os átomos emaranhados são resultado de uma ligação entre eles. Nos
átomos, os elétrons que participam de uma ligação normalmente fazem parte do nível de
valência. 80
Quantos elétrons estão no nível de valência do bromo (35Br)?

05. O sódio e seus compostos, em determinadas condições, emitem uma luz amarela
característica. Explique esse fenômeno em termos de elétrons e níveis (camadas) de energia.

06. Os conhecidos luminosos de néon utilizam a descarga elétrica em gases a baixa pressão.
Vários fatores originam cores diferentes, como, por exemplo, o(s) gás(es) utilizado(s).
Assim:
 néon  vermelho
 (neônio + mercúrio)  azul
 (neônio + gás carbônico)  violeta
A luz obtida nestes luminosos pode ser explicada por:
a) reação entre os átomos.
b) coloração do próprio gás.
c) salto de elétrons para níveis mais energéticos e, na sua volta, ocorre liberação de luz.
d) fissão nuclear dos gases.
e) combinação entre os gases originando compostos coloridos.

24
07. As diferentes cores produzidas por distintos elementos são resultado de transições
eletrônicas. Ao mudar de camadas, em torno do núcleo atômico, os elétrons emitem energia nos
diferentes comprimento de ondas, as cores.
O Estado de S.Paulo, Caderno de Ciências e Tecnologia, 26/12/92.
Este texto está baseado no modelo atômico proposto por:
a) Niels Bohr. d) John Dalton.
b) Rutherford. e) J.J.Thomson.
c) Heisenberg.

08. Qual o número atômico de um átomo sabendo-se que o subnível de maior energia da sua
distribuição eletrônica no estado fundamental é 4p2?

09. Dê a configuração eletrônica do íon 28Ni3+.

10. Dê a configuração eletrônica do íon 53.

25
TABELA PERIÓDICA

À medida que os elementos químicos foram sendo descobertos, os químicos começaram a se


preocupar numa forma de ordená-los, tendo como diretriz, a reunião daqueles que
apresentavam propriedades em comum e a separação daqueles que se diferenciavam. Assim,
foram propondo várias formas de agrupar os elementos até chegar à tabela atual.
Na tabela atual, os elementos estão ordenados segundo a ordem crescente de seus números
atômicos em 18 colunas verticais (famílias) e 7 colunas horizontais (período) de modo que os
elementos semelhantes (com configurações eletrônicas semelhantes) fiquem reunidos nas
famílias e os não semelhantes fiquem reunidos nos períodos. Os elementos cujo subnível mais
energético é s ou p, são denominados elementos representativos, e as famílias são
designadas por IA, IIA, IIIA, IVA, VA, VIA, VIIA e 0.
Os elementos das famílias IA a VIIA possuem no nível de valência o número de elétrons igual
ao número da respectiva família. Assim, um elemento da família IIIA terá três elétrons no nível
de valência e um elemento da família VIIA terá 7 elétrons na camada de valência. Os elementos
da família zero, excetuando-se o Hélio (possui 2 elétrons no nível de valência), possuem 8
elétrons na camada de valência, sendo elementos muito estáveis, quase não formam
compostos, por isso são chamados de gases inertes ou nobres.
Os elementos cujo subnível mais energético é d, são denominados elementos de transição
externa ou simplesmente, elementos de transição.
Os elementos cujo subnível mais energético é f, são denominados elementos de transição
interna.
As famílias dos elementos de transição externa e transição interna são designadas por IB, IIB,
IIB, IVB, VB, VIB, VIIB, VIIB.
Na tabela o 1º elemento (H) tem nº atômico 1, e o 2º elemento (He) tem nº atômico 2, e assim
sucessivamente.
A tabela possui 7 períodos, sendo que o 1º apresenta somente 2 elementos, o 2º período 8
elementos, o 3º 8 elementos, o 4º possui 18, o 5º possui 18, o 6º possui 32 e o 7º período está
incompleto apresentando 21 elementos.
Os elementos de um mesmo período têm todos o mesmo número de níveis eletrônicos (mesma
quantidade de camadas), assim, sódio (2-8-1), magnésio (2-8-2), alumínio (2-8-3), silício (2-8-4),
fósforo (2-8-5), enxofre (2-8-6), cloro (2-8-7) e argônio (2-8-8) pertencem ao 3º período,
possuem 3 níveis eletrônicos.
Embora a IUPAC recomende a numeração das famílias de 1 a 18, por tradição ainda é mantida
a numeração 0 a VIII, com grupos A e B.

Principais Famílias
família nome elementos nível(camada) de valência
1 ou IA metais alcalinos Li-Na-K-Rb-Cs-Fr 1 elétron (ns1)
2 ou IIA metais alcalino-terrosos Be-Mg-Ca-Sr-Ba-Ra 2 elétrons (ns2)
14 ou IVA família do carbono C-Si-Ge-Sn-Pb 4 elétrons (ns2np2)
15 ou VA família do nitrogênio N-P-As-Sb-Bi 5 elétrons (ns2np3)
16 ou VIA calcogênios O-S-Se-Te-Po 6 elétrons (ns2np4)
17 ou VIIA halogênios F-Cl-Br-I-At 7 elétrons (ns2np5)
18 ou 0 gases nobres He-Ne-Ar-Kr-Xe-Rn 8 elétrons (ns2np6)*
* exceto He [2 elétrons (1s2)]

Quanto ao comportamento nas reações químicas os elementos estão divididos em quatro


grandes grupos: metais, ametais ou não-metais, semimetais ou metalóides e gases nobres.
26
Propriedades dos elementos químicos

METAIS

a) São sólidos à temperatura ambiente, exceto o mercúrio (Hg), que é líquido.


b) São bons condutores de calor e eletricidade.
c) Em geral, os metais apresentam brilho característico (brilho metálico).
d)São dúcteis (podem ser transformados em fios) e maleáveis (podem se transformados em
lâminas). O metal de maior ductilidade e maleabilidade é o ouro, 1 g (menor que um grão de
arroz) de ouro pode produzir um fio de aproximadamente 2Km de extensão e uma lâmina de 0,5
m2. Essa característica permite que ele seja usado em circuitos elétricos de computadores. Na
medicina estética, fios de ouro são usados com a finalidade de eliminar rugas.

AMETAIS

a) À temperatura ambiente são sólidos (C, P , S, Se e I), líquido (Br) ou gases (N, O, F, Cl)
b) São maus condutores de calor e eletricidade (são isolantes térmicos e elétricos), exceto o
carbono grafite, um bom condutor.
27
c) Não apresentam brilho metálico, exceto o iodo.
d) Não são dúcteis e nem maleáveis.

SEMIMETAIS

Apresentam propriedades intermediárias entre os metais e os ametais.


O germânio (Ge) e o silício (Si) são semicondutores, sendo utilizados na construção de
componentes eletrônicos como diodos, transistores, microprocessadores, etc Atualmente, um
microprocessador contém dezenas de milhares de transistores em sua construção e não ocupa
mais do que 100 mm2.
A partir de um cilindro de silício com alto grau de pureza, pode-se obter lâminas extremamente
finas, utilizadas na produção de chips, usados em circuitos integrados.

OBSERVAÇÃO - O hidrogênio é um elemento atípico, diferente de todos os outros da tabela.


É o menor dos átomos. Tem um comportamento único e será sempre estudado à parte. Embora
esteja localizado na família IA ele não é um metal alcalino, à temperatura ambiente é gás.

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
1 Em que família e período está localizado o flúor (Z = 9) na Tabela Periódica? Ele é um
elemento representativo ou de transição? Responda e justifique, com base exclusivamente em
sua configuração eletrônica.
Solução

9F  1s2 2s22p5

camada de valência  2s22p5  2° nível de energia  2° período

subnível mais energético  p  elétron mais energético em subnível p  elemento


representativo (famílias A)

número de elétrons no nível de valência  2+5 = 7  família VIIA (halogênios)

2 Em que período e família está localizado o titânio (Z=22) na Tabela Periódica? Ele é um
elemento representativo ou de transição? Responda e justifique com base exclusivamente em
sua configuração eletrônica.
Solução

22Ti  1s 2 2s 22p6 3s23p6 4s 2 3d2

camada de valência  4s2  4° nível de energia  4° período

subnível mais energético  d  elétron mais energético em subnível d elemento de transição


(famílias B)

28
para determinar o número da família basta somar o número de elétrons do nível de valência com
o número de elétrons do subnível mais energético : 4s23d2  2 + 2 = 4  família IV B

Observação no caso das famílias VIIIB as somas serão iguais a 8 – 9 – 10 ; IB 11 e IIB 12.

PROPRIEDADES PERIÓDICAS

Propriedades periódicas são aquelas cujos valores crescem e decrescem sucessivamente à


medida que o número atômico (Z) aumenta.
Representando em um gráfico cartesiano os valores da propriedade em função do número
atômico, obteremos uma curva do tipo da senóide, com máximos e mínimos.

Raio Atômico “O tamanho do átomo”


Medir o tamanho real de um átomo é uma tarefa impossível, uma vez que a eletrosfera não tem
um limite nítido.
O raio atômico é definido como sendo a metade da distância entre dois núcleos vizinhos de um
mesmo átomo.

RA = d (raio aparente do átomo)


2

Numa mesma família o raio atômico aumenta à medida que o número atômico aumenta,
portanto de cima para baixo, pois o número de níveis de energia (camadas) aumenta com o
aumento do número atômico.

Num mesmo período o raio atômico diminui com o aumento do número atômico, portanto
aumenta da direita para a esquerda, pois quanto maior a carga nuclear (Z) maior a força de
atração núcleo-eletrosfera e menor o raio do átomo.

29
Eletronegatividade é a medida da capacidade de um átomo atrair elétrons quando se encontra
“ligado” a outro átomo de elemento químico diferente.
Linus Pauling procurou quantificar essa tendência, estabelecendo uma escala de
eletronegatividade.

Escala de eletronegatividade de Linus Pauling

O flúor (F) é o elemento mais eletronegativo, isto é, tem maior capacidade de atrair elétrons.
Observando a tabela, verifica-se que os não-metais têm eletronegatividade elevada, enquanto
os metais têm eletronegatividade baixa.
Quanto maior o raio atômico, menor a atração do núcleo pelos elétrons do nível de valência,
portanto menor será a eletronegatividade.
Quanto menor o raio atômico, maior a atração do núcleo pelos elétrons do nível de valência,
portanto maior será a eletronegatividade.
A eletronegatividade aumenta conforme o raio atômico diminui.

Eletronegatividade decrescente dos não-metais:


F > O > Cl > N > Br > I > S > C > P
30
Eletropositividade é a capacidade de um átomo doar elétrons, originando cátions.
Quanto maior o raio atômico, menor a atração do núcleo pelos elétrons do nível de valência,
mais fácil o átomo perder elétrons, portanto maior será a eletropositividade.
Quanto menor o raio atômico, maior a atração do núcleo pelos elétrons do nível de valência,
mais difícil o átomo perder elétrons, portanto menor será a eletropositividade.
O frâncio (Fr) é o elemento mais eletropositivo.
A eletropositividade aumenta conforme o raio atômico aumenta.

Volume atômico é o volume ocupado por 1 mol (6,02x1023) de átomos de um elemento no


estado sólido.

matematicamente: V = massa de 6,02x1023 átomos do elemento


densidade do elemento no estado sólido
Exemplo: O volume atômico do alumínio (Al) é 10 mL; isto significa 6,02x1023 átomos de
alumínio ocupam o volume de 10 mL.
O volume atômico depende do tamanho do átomo e do espaçamento existente entre eles.
Num mesmo período o volume atômico aumenta do centro para as extremidades, pois o espaço
entre os átomos é relativamente grande.
Numa mesma família o volume atômico aumenta de cima para baixo, pois nesse sentido o
tamanho do átomo aumenta.

Densidade é a relação entre a massa (m) e o volume de um corpo.


A densidade mede o grau de compactação da matéria.
Num mesmo período a densidade aumenta das extremidades para o centro.
Numa mesma família a densidade aumenta de cima para baixo.

Os elementos situados na parte central e inferior são os mais densos (Ósmio 22,6g/cm3, Irídio
22,5 g/cm3, Platina 21,4g/cm3).

31
LIGAÇÕES QUÍMICAS

Quase tudo é constituído de átomos ligados entre si. Na natureza, raros são os átomos que não
estão ligados a outros átomos.
Porque os átomos se ligam? No início do século XX, o americano Lewis e o alemão Kossel
propuseram uma resposta para esta pergunta.
Estes cientistas sugeriram, individualmente, que os átomos se ligam visando adquirir uma
estabilidade semelhante à dos gases nobres.
Os gases nobres são os únicos que ocorrem livres na Natureza (átomos isolados), pois não se
combinam naturalmente. Isso ocorre porque eles apresentam a última camada (nível de
valência) completa, o que lhes confere grande estabilidade.

Gases Nobres Configuração eletrônica


He 2
Ne 28
Ar 288
Kr 2  8  18  8
Xe 2  8  18  18  8
Rn 2  8  18  32  18  8

A partir daí, surgiu a Teoria do Octeto, proposta por Kossel e Lewis.


Um átomo adquire estabilidade quando sua configuração eletrônica se assemelha àquela dos
gases nobres, ou seja, 8 elétrons na camada de valência, ou 2 elétrons quando possui apenas a
camada K.

Quando os átomos se ligam, apenas suas camadas de valência interagem, portanto somente
elas serão representadas.

1  Ligação iônica ou eletrovalente


Ocorre entre átomos que tem tendência em ceder elétrons (metal) e átomos que têm tendência
em receber elétrons (não-metal). Portanto, na ligação iônica há uma transferência de elétrons
do nível de valência de um átomo para o outro átomo, surgindo assim, íons de cargas opostas
que se atraem mutuamente. A atração eletrostática entre cátions e ânions constitui a ligação
iônica.

Ex. 1  Combinação entre sódio e cloro  cloreto de sódio

11Na 281 17Cl 2 8  7

O sódio (Na) necessita “perder” 1 elétron e o cloro “ganhar” 1 elétron para completar o octeto.

 Na+Cl  NaCl
Formula eletrônica Fórmula iônica Fórmula unitária
ou
Estrutura de Lewis

Ambos (Na+ e Cl) adquiriram configuração eletrônica de gás nobre (2  8 ).

32
Ex. 2  Combinação entre sódio e oxigênio  óxido de sódio

11Na 281 8O 26

O sódio (Na) necessita “perder” 1 elétron e o oxigênio “ganhar” 2 elétrons para completar o
octeto, portanto, são necessários 2 átomos de sódio para cada átomo de oxigênio.

 Na2+O2  Na2O
fórmula iônica fórmula unitária
ou estrutura de Lewis

Ambos (Na+ e O2) adquiriram configuração eletrônica de gás nobre ( 2 8 ).

Ex. 3  Combinação entre alumínio e enxofre  sulfeto de alumínio

13Al 2 8  3 16S 286

O alumínio (Al) necessita “perder” 3 elétrons e o enxofre “ganhar” 2 elétrons, para adquirirem
configuração eletrônica de gás nobre.

 Al23+S32  Al2S3
fórmula iônica fórmula unitária

O íon Al3+ apresenta configuração ( 2  8 ) e o íon S2 ( 2  8  8 ), portanto, adquiriram


configuração de gás nobre.

Os elementos com 1, 2 e 3 elétrons no nível de valência (em geral são os metais) têm
tendência a “perder” esses elétrons, transformando-se em cátions.
Os elementos com 5, 6 e 7 elétrons no nível de valência (em geral não-metais) têm tendência
a “ganhar” elétrons até completar 8 elétrons no nível de valência, transformando-se em ânions.

OBSERVAÇÃO: O hidrogênio (Z = 1) e o lítio (Z = 3) se estabilizam com 2 elétrons no nível


de valência, ou seja, ao adquirir configuração eletrônica do gás nobre hélio (He).

Ex. 4  Combinação entre hidrogênio e potássio  hidreto de potássio

1H 1 19K 2881

33
O hidrogênio necessita “ganhar” 1 elétron e o potássio “perder” 1 elétron para adquirir
configuração de gás nobre.

 K+H  KH
Fórmula eletrônica fórmula iônica fórmula unitária
ou
Estrutura de Lewis

O íon K+ apresenta configuração ( 2  8  8 ) e o íon H (2), portanto, adquiriram configuração de


gás nobre.

Substâncias que se formam através de ligações iônicas são denominadas substâncias iônicas,
onde a proporção entre cátions e ânions deve ser tal para que a neutralidade do sistema seja
mantida, ou seja, o total de cargas positivas deve ser igual ao total de cargas negativas.
Propriedades das substâncias iônicas:
 São sólidos nas condições ambiente (25°C e 1 atm).
 Apresentam elevados ponto de fusão e ponto de ebulição. Ex. : NaCl(s) PF = 801°C, PE =
1413°C.
 Conduzem corrente elétrica no estado líquido (fundidos) e quando dissolvidos em água.

2 – Ligação Covalente

Esta ligação ocorre entre átomos com tendência a “receber” elétrons. Neste caso não há
transferência de elétrons, mas sim compartilhamento de pares eletrônicos. Para formar um
par compartilhado, cada átomo ligante contribui com um elétron. Portanto, a ligação covalente
resulta do compartilhamento de pares eletrônicos entre dois átomos formando moléculas.
Em geral a ligação covalente ocorre entre átomos de ametais ou ametais e hidrogênio.
Substâncias que se formam através de ligações covalentes são denominadas substâncias
moleculares.

Ex. 1  Combinação entre átomos de cloro (família 7A)  gás cloro

17
Cl 2  8  7 Cada átomo de cloro necessita “ganhar” 1 elétron para completar o octeto.

 Cl ― Cl  Cl2
fórmula eletrônica ou fórmula estrutural fórmula molecular
estrutura de Lewis

34
Cada átomo de cloro compartilha um par de elétrons; cada átomo adquiriu configuração de gás
nobre ( 2  8  8).

Ex. 2  Combinação entre átomos de oxigênio (família 6A)  gás oxigênio

8O 26 Cada átomo de oxigênio necessita “ganhar” 2 elétrons para completar o octeto.

 O=O  O2
fórmula eletrônica ou fórmula estrutural fórmula molecular
estrutura de Lewis

Os átomos de oxigênio se ligam através de 2 ligações covalentes, portanto tem-se uma ligação
dupla.

Ex. 3  Combinação entre átomos de nitrogênio (família 5A)  gás nitrogênio

7N 2  5 Cada átomo de nitrogênio necessita “ganhar” 3 elétrons para completar o octeto.

 N≡N  N2
fórmula eletrônica ou fórmula estrutural fórmula molecular
estrutura de Lewis

Os átomos de nitrogênio se ligam através de 3 ligações covalentes, portanto, tem-se uma


ligação tripla.

Ex. 4  Combinação entre átomos de hidrogênio e oxigênio  água

1H 1 8O 26

O átomo de H necessita “ganhar” 1 elétron e o átomo de O 2 elétrons, portanto, são necessários


2 átomos de H para cada átomo de oxigênio.

35
 HO H  H2O
fórmula eletrônica ou fórmula estrutural fórmula molecular
estrutura de Lewis

RESUMO

Família Nº de compartilhamento Representações

VII A 1 X

VI A 2  X  ou X =
|
VA 3  X  ou  X = ou X ≡
| |
IV A 4  X  ou = X  ou = X = ou  X ≡
|

H 1 H

3- Ligação Covalente coordenada ou dativa


Neste caso o par de elétrons compartilhado provém de um único átomo e este já deve ter
completado o octeto.
De modo geral, a ligação dativa é representada por uma seta orientada do átomo “doador” para
o átomo “receptor”.

”DOADOR”  “RECEPTOR”
átomo com 8 elétrons na átomo que precisa receber
última camada e que pos- dois elétrons,
sui pares de elétrons livres.

RESUMO
Família Nº de covalentes comum N° máximo de dativas
IVA 4 0
VA 3 1
VIA 2 2
VIIA 1 3
H 1 0

36
Ex. 1 – A molécula de SO2

― SO2

fórmula eletrônica ou fórmula estrutural fórmula molecular


estrutura de Lewis

Ex. 2  A molécula de SO3

― SO3

fórmula eletrônica ou fórmula estrutural fórmula molecular


estrutura de Lewis

Ex. 3  A molécula de CO

― CO

fórmula eletrônica ou fórmula estrutural fórmula molecular


estrutura de Lewis

Propriedades das substâncias moleculares:


 Apresentam-se nos estados sólido, líquido e gasoso nas condições ambiente (25°C e 1 atm).
 Possuem baixos pontos de fusão e de ebulição.
 Não conduzem a corrente elétrica em nenhum estado físico. Poderão conduzir em solução
aquosa se houver formação de íons. (Este assunto será retomado no estudo dos ácidos).

Propriedades das substâncias covalentes:


As substâncias covalentes, constituídas por macromoléculas (estruturas imensas formadas por
um número muito grande de átomos ligados covalentemente) são sólidas nas condições
ambiente e possuem elevados pontos de fusão e ebulição. Exemplos:
diamante  Cdiam ; Cn
grafita  C graf; Cn
sílica  areia (SiO2)n,
polietileno  (C2H4)n

37
coríndon  (Al2O3)n
A maioria das substâncias covalentes não conduz corrente elétrica em nenhum estado físico, ou
seja, comporta-se como isolante.
Uma exceção importante é a grafita, que conduz bem a corrente elétrica no estado sólido.

4  Ligação Metálica

A ligação metálica ocorre entre átomos de elementos muito eletropositivos, os metais. Os metais
normalmente possuem de 1 a 3 elétrons na camada de valência e apresentam tendência a
perder elétrons, portanto, a formar cátions.
Na ligação ocorre liberação parcial dos elétrons mais externos (elétrons semilivres ou elétrons
livres), com a conseqüente formação de cátions. Os elétrons livres são dotados de movimento,
mas não conseguem abandonar o cristal. Os cátions agrupam-se segundo um arranjo
geométrico definido, denominado estrutura cristalina ou célula unitária, e os elétrons livres
envolvem a estrutura como uma nuvem eletrônica. Esse modelo é conhecido como modelo do
gás eletrônico ou modelo do mar de elétrons.

Propriedades dos metais


 Alta condutividade térmica e elétrica. Os metais conduzem a corrente elétrica tanto no estado
sólido como no estado líquido (fundido). Essas propriedades se devem aos elétrons livres. O
cobre é um dos metais que melhor conduzem a corrente elétrica e o calor.
 São sólidos nas condições ambiente; exceto o mercúrio que é líquido.
 A maioria dos metais apresenta alto ponto de fusão e de ebulição, por isso são utilizados em
tachos, caldeiras e reatores industriais, onde ocorrem aquecimentos intensos.
 São muito maleáveis (transformados em lâminas). O alumínio, por exemplo, é transformado
em folhas usadas nas embalagens de alimentos e cigarros.
 São muito dúcteis (transformados em fio). Os fios são usados na confecção de arames, de fios
elétricos e de cabos.
 Em geral os metais são moles (facilmente riscados por outros materiais) exceto o crômio e o
irídio que possuem dureza elevada.
 Apresentam alta tenacidade, suportando elevadas pressões sem sofrer rupturas.
 São muito resistentes à tração, isto é, são resistentes às forças aplicadas ao se puxar ou
alongar um fio ou uma barra metálica. Essa propriedade garante o uso dos metais em cabos de
elevadores ou de veículos suspensos (como o teleférico de Campos de Jordão), na construção
civil, etc.

Ligas metálicas
Liga metálica é uma mistura de substâncias cujo componente principal é um metal.
As ligas metálicas possuem certas propriedades que as substâncias constituintes não
apresentam individualmente e que serão úteis para determinada aplicação.
As ligas metálicas são obtidas submetendo-se as substâncias constituintes a uma temperatura
elevada, até a fusão completa, em seguida deixa-se a mistura esfriar e solidificar totalmente.
Exemplos de ligas muito comuns no cotidiano:
Ouro 18 quilates: mistura de Au (75%), Ag (12,5%) e Cu (12,5%). É utilizado em joalheria,
prótese e circuitos eletrônicos de alto desempenho.
Aço: mistura de Fe (98,5%), C (0,5 a 1,7%) e traços de Si, S e P. É utilizado como base na
fabricação de diversas ligas.

38
Aço inox: mistura de aço (74%), Cr (18%) e Ni (8%). É empregado na fabricação de utensílios de
cozinha, talheres, peças de carros, brocas,etc.
Latão amarelo: mistura de Cu(67%) e Zn (33%). É utilizado na fabricação de torneiras, tubos,
instrumentos musicais, decorações.
Bronze: mistura de Cu (90%) e Sn (10%). É utilizado na fabricação de engrenagens, moedas,
estátuas, sinos.

DISSOCIAÇÃO E IONIZAÇÃO

Observe os sistemas abaixo:

(NaCl)
(C12H22O11)

Verificamos que a lâmpada acende apenas com a solução que contém sal. Essa solução é
chamada solução iônica ou solução eletrolítica ― conduz corrente elétrica. As substâncias
que conduzem corrente elétrica em solução aquosa são chamadas eletrólitos.
As soluções que não conduz corrente elétrica são denominadas soluções moleculares ou
soluções não-eletrolíticas e as substâncias, não-eletrólitos.

Por que a solução aquosa de NaCl conduz corrente elétrica?


Quando o NaCl (sal de cozinha), uma substância iônica, é adicionado à água ocorre a
separação dos íons, já existentes no retículo cristalino do sal. Esse processo é denominado
dissociação iônica ou dissociação eletrolítica.
Representação da dissociação iônica do NaCl
água
NaCl(s) ――― Na+(aq) + Cl(aq)

ou simplesmente: NaCl ――― Na+ + Cl

A presença de íons livres na solução explica a condutividade elétrica da solução aquosa de


NaCl.

Por que a solução aquosa de açúcar não conduz corrente elétrica?


Porque não há íons livres na solução.
Quando adicionamos açúcar à água ocorre apenas a separação das moléculas. Esse processo
é denominado dissociação molecular ou dissociação não-eletrolítica.

39
Há casos em que uma substância molecular dissolve-se na água produzindo uma solução
eletrolítica. Neste caso ocorre reação e há formação de íons, esse processo é denominado
ionização.
Representação da ionização do gás clorídrico (HCl)
água
HCl(g) ――― H+(aq) + Cl(aq)

ou simplesmente: HCl ――― H+ + Cl

Dissociação molecular ― separação de moléculas. (Processo físico)


Dissociação iônica ― separação de íons. (Processo físico)
Ionização ― formação de íons. (Processo químico)

Conceitos ácidobase de Arrhenius


Em 1884, Arrhenius desenvolveu um conceito para definir ácidos e bases, válido para soluções
aquosas.
ÁCIDO é toda substância que sofre ionização em solução aquosa, produzindo como íon positivo
o cátion H+.
Exemplos:
HCl ―― H+ + Cl
H2SO4 ―― 2H+ + SO42
H3PO4 ―― 3H+ + PO43

No início do século XX, descobriu-se que o cátion H+ isolado não existe. Assim que se forma ele
liga-se imediatamente a uma molécula de água e forma o íon estável, H3O+, denominado
hidrônio ou hidroxônio.
A ionização de um ácido pode ser representada de duas maneiras:

HCl(g) + H2O(l) ―― H3O+(aq) + Cl(aq)


ou
água
HCl(g) ―― H+(aq) + Cl(aq)

Por comodidade vamos usar a representação simplificada: HCl ― H+ + Cl

Classificação dos ácidos


Os ácidos podem ser classificados de acordo com vários critérios.

 Quanto à presença de oxigênio na molécula


Oxiácidos: possuem oxigênio na molécula. Exemplos: H2SO4, HNO3, HClO4, H3PO4.
Hidrácidos: não possuem oxigênio na molécula. Exemplos: HCl, HBr, H2S, HCN.

 Quanto ao número de átomos de H ionizáveis


H ionizáveis são os átomos de H que reage com a água e dá origem ao cátion hidrônio, H3O+.

40
Número de H ionizáveis Classificação do ácido Exemplos
1 monoácido HNO3, HH2PO2, HCl
2 diácido H2SO4, H2S, H2HPO3
3 triácido H3PO4, H3BO3
4 tetrácido H4P2O7, H4[Fe(CN)6]

Em geral, o número de H que aparecem na fórmula corresponde ao número de H ionizáveis.


Exceto: H2HPO3 – ácido fosforoso ( apresenta 3 H na fórmula, mas só 2H são ionizáveis)
HH2PO2  ácido hipofosforoso (apresenta 3H na fórmula, mas só 1H é ionizável)
CH3COOH  ácido acético (apresenta 4H na fórmula, mas só 1H é ionizável)
Nos oxiácidos os H ionizáveis estão ligados a átomos de oxigênio.

Nos poliácidos (2 ou mais H ionizáveis) a ionização acontece em etapas, ocorrendo em cada


uma delas a ionização de apenas 1 H ionizável.
Exemplo: Ionização do H3PO4 (triácido)

1ª etapa: H3PO4 ― H+ + H2PO4


2ª etapa: H2PO4― H+ + HPO42
3ª etapa: HPO42― H+ + PO43
____________________________________+
Equação global: H3PO4 ― 3H+ + PO43
Quanto à força
A força de um ácido representa a capacidade de ionização desse ácido.
A força de um ácido é medida pelo seu grau de ionização ()

 = número de moléculas ionizadas


número de moléculas inicial

Valores de  : 0    1 ou 0    100%
O grau de ionização indica a porcentagem de moléculas que ionizam. Exemplo: Para o HCl
temos  = 92%. Isso significa que, de cada 100 moléculas, 92 sofrem ionização.
Quanto maior o   maior % de moléculas ionizadas  mais forte o ácido

  50% ― ácido Forte


Exemplos: HCl (92%)
H2SO4 (61%)

5%    50% ― ácido Moderado (ou Semiforte)


Exemplos: H3PO4 (27%)
HF (8%)

  5% ― ácido Fraco
Exemplos: H2CO3 (0,18%)
HCN (0,008%)

Além do grau de ionização, há algumas regras práticas para prever a força de um ácido.

41
Hidrácidos
Fortes: HCl, HBr, HI
Moderado: HF
Fracos: os demais (ex.: H2S, HCN, H4[Fe(CN)6],...

Oxiácidos (HxEOy) ― fazendo a subtração y  x = z, onde y = número de átomos de Oxigênio


e x = número de átomos de H ionizáveis, teremos:

ácido Forte se z  2
Exemplos: HClO4 (4 1 = 3)
HNO3 (3 1= 2)

ácido moderado se z = 1
Exemplos: H3PO4 (4  3 = 1)
HNO2 (2  1 = 1)

ácido Fraco se z = 0
Exemplos: H3BO3 (3  3 = 0)
HClO ( 1 – 1 = 0)
Exceção: H2CO3 possui  = 0,18%; logo trata-se de um ácido fraco, ao contrário do previsto
pela regra (3  2 = 1), ácido moderado.

 Quanto à volatilidade
Ácidos Fixos: possuem elevado ponto de ebulição (acima de 100%) e em condições ambientes
passam muito lentamente para a fase de vapor.
Exemplos: H3BO3 (185°C), H3PO4 (213°C), H2SO4 (340°C)

Ácidos Voláteis: possuem baixo ponto de ebulição (abaixo de 100°C) e em condições


ambientes passam facilmente para a fase de vapor.
Exemplos: HNO3 (86°C), H2S (59,6°C), HCl (85°C)

BASE é toda substância que sofre dissociação iônica em solução aquosa, liberando como íon
negativo o ânion OH.
Exemplos: NaOH ― Na+ + OH
Ca(OH)2 ― Ca2+ + 2OH
Al(OH)3 ― Al3+ + 3OH

NH4OH (hidróxido de amônio) é a única base inorgânica proveniente de uma reação de


ionização. O NH4OH só existe em solução aquosa, comercialmente, essa solução é conhecida
como amoníaco.
NH3(g) + H2O(l) ― NH4+(aq) + OH(aq)

Classificação das bases:

42
 Quanto ao número de íons OH

Número de íons OH classificação Exemplos


1 monobase NaOH, CuOH
2 dibase Mg(OH)2, Zn(OH)2
3 tribase Ni(OH)3, Al(OH)3

 Quanto à solubilidade em água


Muito Solúveis: bases de metais alcalinos (LiOH, NaOH, KOH, RbOH) e o hidróxido de amônio
(NH4OH) que é instável e se decompõe liberando gás amônia e água.
Parcialmente solúveis: bases dos metais alcalino-terrosos (Ba(OH)2, Ca(OH)2 e Sr(OH)2).
Praticamente insolúveis: todas as demais bases (Ex.: Al(OH)3, Fe(OH)2, Zn(OH)2, AgOH,...)

 Quanto à força
Fortes: as bases de metais alcalinos e as de metais alcalino-terrosos.
Fracas: as demais bases e o NH4OH (hidróxido de amônio).

Indicadores ácido-base
São substâncias que mudam de cor em contato com meio ácido ou básico.
Os indicadores mais comuns utilizados no laboratório encontram-se na tabela abaixo:

Indicador Ácido Base


Tornassol azul vermelho azul
Tornassol vermelho vermelho azul
Fenolftaleína incolor vermelho
Alaranjado de metila vermelho amarelo

Sal é toda substância iônica com cátion proveniente de uma base e ânion proveniente de um
ácido.
Um sal é formado na reação entre um ácido e uma base, que se neutralizam mutuamente.

Neutralização total: ocorre quando as quantidades de íons H+ e OH forem iguais na solução.
Forma-se um sal normal.

Exemplo 1:
HCl + NaOH ― NaCl + HOH

H2O
Escrevendo as espécies como elas se apresentam na solução, temos:

H+ + Cl + Na+ + OH ― Na+ + Cl + H2O

Eliminamos da equação os íons que não sofrem transformação e chegamos à equação que
caracteriza a neutralização:

H+ + OH ― H2O

43
Exemplo 2: H2SO4 + 2 NaOH ― Na2SO4 + 2 H2O

Exemplo 3: 3 H2S + 2Al(OH)3 ― Al2S3 + 6H2O

Neutralização Parcial do Ácido: ocorre quando se neutraliza uma parte dos hidrogênios
ionizáveis da molécula do ácido. Forma-se um hidrogenossal.

Exemplo 1: H2SO4 + NaOH ― NaHSO4 + H2O


(mono)-hidrogenosulfato de sódio

Exemplo 2: H3PO4 + Ca(OH)2 ― CaHPO4 + 2H2O


(mono)-hidrogenofosfato de cálcio

Exemplo 3: H3PO4 + KOH ― KH2PO4 + H2O


di-hidrogenofosfato de potássio

Neutralização Parcial da base: ocorre quando se neutraliza parte dos íons OH da base.
Forma-se um hidroxissal.

Exemplo 1: HBr + Mg(OH)2 ― Mg(OH)Br + H2O


hidroxibrometo de magnésio

Exemplo 2: HCl + Al(OH)3 ― Al(OH)2Cl + H2O


di-hidroxicloreto de alumínio

Exemplo 3: 2HCl + Al(OH)3 ― Al(OH)Cl2 + 2H2O


hidroxicloreto de alumínio

44
REAÇÕES QUÍMICAS

As reações químicas (fenômenos químicos) são representadas graficamente pelas equações


químicas.
faísca elétrica
2H2 + O2  2H2O
1º membro 2º membro
Reagentes Produtos

Onde temos:
a) Fórmulas (H2, O2, H2O) que indicam quais são as substâncias participantes da reação
química.
b) Coeficientes (2,1, 2) que indicam a proporção das substâncias que participam da reação
química. O objetivo dos coeficientes é igualar o número de átomos de cada elemento, no
primeiro e no segundo membros da equação.

Balanceamento das equações químicas – Método das tentativas

Balancear ou acertar os coeficientes de uma equação química é igualar o número de átomos de


cada elemento no 1º e no 2º membros da equação.
Regras Práticas
1. Raciocinar com o elemento que aparece apenas uma vez no 1º e 2º membros da
equação.
2. Preferir o elemento que possui índices maiores.
3. Transportar seus índices de um membro para outro, usando-os como coeficientes.
4. Prosseguir com os outros elementos até o final do balanceamento.

Exemplos:

01. 4 Al + 3 O2  2 Al2O3


Al e O aparecem uma única vez no 1º e 2º membros da equação, porém o O apresenta os
maiores índices (2 e 3), portanto vamos utilizá-lo. O índice 3 do O do 2º membro será coeficiente
do O do 1º membro e o índice 2 do O do 1º membro será coeficiente do O do 2º membro. Agora
vamos acertar a quantidade de Al do 1º membro, uma vez que a quantidade de Al do 2º membro
já está definida (2 x 2 = 4), então o coeficiente do Al do 1º membro deve ser 4.

02. 3CaO + 1P2O5  1Ca3(PO4)2


Ca e P aparecem uma única vez no 1º e 2º membros da equação, porém o Ca apresenta os
maiores índices (1 e 3), portanto vamos utilizá-lo. O índice 3 do Ca do 2º membro será
coeficiente do Ca do 1º membro e o índice 1 do Ca do 1º membro será coeficiente do Ca do 2º
membro. Agora vamos acertar a quantidade de P do 1º membro, uma vez que a quantidade de
P do 2º membro já está definida (1 x 2 = 2), como no 1º membro a quantidade também é 2
colocamos índice 1 (1 x 2 = 2), em seguida contamos as quantidades de O do 1º membro [ 3 +
(1x 5) = 8] e do 2º membro (2 x 4 x 1 = 8) que devem ser iguais.
45
03. 2 Al(OH)3 + 3 H2SO4  1 Al2(SO4)3 + 6 H2O
Al e S aparecem uma única vez no 1º e 2º membros da equação, porém o S apresenta os
maiores índices (1 e 3), portanto vamos utilizá-lo. O índice 3 do S do 2º membro será coeficiente
do S do 1º membro e o índice 1 do S do 1º membro será coeficiente do S do 2º membro. Agora
vamos acertar a quantidade de Al do 1º membro, uma vez que a quantidade de Al do 2º membro
já está definida (1 x 2 = 2), então o coeficiente do Al do 1º membro deve ser 2. Agora contamos
as quantidades de H do 1º membro que já está definida [(2 x 3) + (3 x 2) = 12] e acertamos a
quantidade de H do 2º membro, Como já temos 2 H no 2º membro devemos usar coeficiente 6,
pois 2 x 6 = 12. Por fim contamos as quantidades de O do 1º membro [(2 x 3) + (3 x 4) = 18] e
do 2º membro [ (1x 4 x 3) + (6 x 1) = 18], que devem ser iguais.

04. 2CH4 + 4 O2  2CO2 + 4 H2O


C e H aparecem uma única vez no 1º e 2º membros da equação, porém o H apresenta os
maiores índices (4 e 2), portanto vamos utilizá-lo. O índice 2 do H do 2º membro será coeficiente
do H do 1º membro e o índice 4 do H do 1º membro será coeficiente do H do 2º membro. Agora
vamos acertar a quantidade de C do 2º membro, uma vez que a quantidade de C do 1º membro
já está definida (2 x 1 = 2), então o coeficiente do C do 2º membro será 2, em seguida contamos
as quantidades de O do 2º membro [ (2x 2) + 4 = 8] e acertamos o coeficiente do O do 1º
membro que será 4, pois 4 x 2 = 8.
Os coeficientes devem ser os menores inteiros possíveis, então neste caso devemos fazer uma
simplificação uma vez que os coeficientes são todos divisíveis por 2. Logo, o balanceamento
correto é:
1CH4 + 2 O2  1CO2 + 2H2O

05. 1Al + 3 HCl  1 AlCl3 + 3/2 H2


Al, H e Cl aparecem uma única vez no 1º e 2º membros da equação, porém o Cl apresenta os
maiores índices (1 e 3), portanto vamos utilizá-lo. O índice 3 do Cl do 2º membro será
coeficiente do Cl do 1º membro e o índice 1 do Cl do 1º membro será coeficiente do Cl do 2º
membro. Agora vamos acertar a quantidade de Al do 1º membro, uma vez que a quantidade de
Al do 2º membro já está definida (1 x 1 = 1), então o coeficiente do Al do 1º membro será 1 em
seguida vamos acertar a quantidade de H do 2º membro, já que a quantidade de H do 1º
membro está definida (3 x 1 = 3), logo o coeficiente do H do 2º membro será 3/2 , pois 3/2 x 2 =
3. Como os coeficientes devem ser os menores inteiros possíveis devemos multiplicar todos os
coeficientes por 2, que desta forma sumiremos com a fração e teremos números inteiros. Logo,
o balanceamento correto é:
2 Al + 6HCl  2 AlCl3 + 3 H2

46
TIPOS DE REAÇÕES

As reações químicas podem ser classificadas em quatro tipos fundamentais.

I – Reações de síntese ou de combinação


São as reações nas quais duas ou mais substâncias simples formam uma substância composta
(síntese total) ou duas ou mais substâncias compostas menos complexas formam uma
substância composta mais complexa (síntese parcial).

Genericamente: A + B + . . .  X

Exemplos:

a. 2Mg + O2  2MgO (síntese total)

b. N2 + 3H2  2NH3 (síntese total)

c. CaO + H2O  Ca(OH)2 (síntese parcial)

d. 2CO + O2  2CO2 (síntese parcial)

II – Reações de decomposição ou análise


São as reações nas quais uma substância composta se decompõe em substâncias simples, ou
uma substância composta mais complexa se decompõe em substâncias compostas menos
complexas, através de agentes físicos. Se a decomposição é provocada pele eletricidade fala-se
em eletrólise, se provocada pela luz fala-se em fotólise e se provocada pelo calor fala-se em
pirólise.

agentes físicos
Genericamente: X  A + B + ...

Exemplos:
eletricidade
a. 2H2O(meio sulfúrico)  2H2 + O2 (eletrólise)

luz
b. 2H2O2  2H2O + O2 (fotólise)

calor
c. (NH4)2Cr2O7  Cr2O3 + N2 + 4H2O (pirólise)

47
III – Reações de simples troca ou deslocamento ou substituição
São as reações nas quais uma substância simples desloca outra substância simples de seu
composto.

Genericamente: A + BC  AC + B
ou
A + BC  BA + C

Exemplos:

a. Mg + 2HCl  MgCl2 + H2

b. Cl2 + 2KBr  2KCl + Br2

IV – Reações de dupla troca ou permutação


São as reações nas quais duas ou mais substâncias compostas formam outras duas
substâncias compostas.

Genericamente: AB + CD  CB + AD
Exemplos:

a. Na2SO4 + BaCl2  BaSO4 + 2NaCl

b. 2AgNO3 + K2Cr2O7  Ag2CrO4 + 2KNO3

c. K2S + 2HCl  2KCl + H2S

48
OCORRÊNCIA DE REAÇÕES

REAÇÕES DE SIMPLES TROCA, ou DESLOCAMENTO, ou DE SUBSTITUIÇÃO

A + BC AC + B (A é metal)

ou

A + BC BA + C (A é ametal)

Para sabermos se este tipo de reação ocorre, ou não, precisamos verificar a reatividade química
dos metais, ou então dos ametais.

A― No caso de metais a reatividade (tendência em reagir) será maior quanto maior for a
eletropositividade, isto é, os metais reativos são os que apresentam maior tendência em sofrer
oxidação, atuando como redutor.
A reação ocorrerá se o metal A for mais reativo que o metal B, a ponto de deslocá-lo da
substância composta BC.

A reatividade decrescente (ou nobreza crescente) dos metais é:

Cs, Rb, K, Na, Ba, Li, Sr, Ca, Mg, Al, Mn, Zn, Cr, Fe, Co, Ni, Sn, Pb, H, Sb, Bi, Cu, Hg, Ag, Pd, Pt, Au

Exemplos:

1) Zn + CuSO4  ZnSO4 + Cu (O Zn é mais reativo que o Cu logo, o Cu


é deslocado do CuSO4)

2) Cu + 2AgNO3  Cu(NO3)2 + 2Ag (O Cu é mais reativo que a Ag logo, a Ag é


deslocada do AgNO3)

3) Mg + HCl  MgCl2 + H2 (O Mg é mais reativo que o H logo, o H2 é deslocado


do HCl)

4) Ca(NO3)2 + Hg  n.h.r. (O Hg é menos reativo que o Ca, portanto NÃO


deslocará o Ca do Ca(NO3)2)

ATENÇÃO: Um metal que está a direita nunca deslocará um metal que está a sua esquerda na
fila de reatividade.
OBSERVAÇÃO: Sendo os metais monoatômicos, em reações químicas eles são
representados apenas pelo símbolo (Ex.: Al, Mg, Cu, Fe,...). Por outro lado, o hidrogênio
forma molécula biatômica (H2).
No caso das reações em que o metal é mais reativo que o H há liberação de H2. Se o metal
apresentar mais de uma valência, como por exemplo, o Fe, formar-se-á o sal de menor
valência, pois o hidrogênio formado é redutor.

49
B― No caso de ametais a reatividade será maior quanto maior for a eletronegatividade, isto é,
os ametais mais reativos são os que apresentam maior tendência em receber elétrons, ou, em
outras palavras, maior tendência em sofrer redução, atuando como oxidante.
A reação ocorrerá se o ametal A for mais reativo que o ametal C, a ponto de deslocá-lo da
substância composta BC.

A reatividade decrescente dos ametais é:

F , O , N , Cl , Br , I , S , C , P
––―––––––––––––––––––––––
Exemplos:

1) Na2S + Br2  2 NaBr + S (O Br é mais reativo que o S logo, deslocará o S


do Na2S)

2) Cl2 + 2KBr  2KCl + Br2 (O Cl é mais reativo que o Br logo, deslocará o


Br do KBr)

3) 2KI + Cl2  2KCl + I2 (O Cl é mais reativo que o I logo, deslocará o I do


KI)

2) NaCl + N2  n.h.r. ( O N é menos reativo que o Cl logo, NÃO deslocará


Cl do NaCl)

ATENÇÃO: Um não-metal que está a esquerda na fila de reatividade é mais reativo (mais
eletronegativo) e deslocará os que estão à sua direita.
OBSERVAÇÃO: Em geral os ametais formam moléculas biatômicas (O2, N2, F2, Cl2, Br2, 2).
No caso do enxofre (S8), fósforo (P4), carbono (Cn) a representação costuma ser feita apenas
pelos símbolos (S, P e C), para facilidade de balanceamento.

REAÇÕES DE DUPLA TROCA ou PERMUTAÇÃO


Para que esse tipo de reação ocorra é necessário que seja satisfeita uma das três condições
abaixo:
1º) Um dos produtos formados deve ser mais insolúvel do que os reagentes (formação de um
precipitado).

2º) Um dos produtos deve ser um eletrólito (ácido ou base) mais fraco que os reagentes.

3º) Um dos produtos deve ser mais volátil do que os reagentes.

50
― Tabela de solubilidade (segundo o livro do Brady)

ÍON REGRA EXCEÇÕES


Sais de metais alcalinos, Sob o ponto de vista
sais de NH4+, NO3-, Solúveis prático não há.
CH3COO-

Cl- , Br- , I- Solúveis Ag+ , Pb2+ , Hg22+

Pb2+ , Ba2+ , Sr2+ ,


SO42- Solúveis Ca2+( pouco )

1 A , Ba2+ , Sr2+ ,
OH- Insolúvel Ca2+( pouco ) e NH4+

Óxidos metálicos Insolúveis 1 A , Ca2+ , Sr2+ , Ba2+

Demais ânions Insolúveis NH4+ e 1 A (em geral)


( em geral )

―Força de Eletrólitos

fortes  1 A e 2 A
Bases
fracas  as demais

Ácidos oxigenados (oxiácidos)


 2 ( forte )
quantidade de Oxigênio – quantidade de H ionizáveis = 1 ( moderado ou semi-forte
= 0 ( fraco )
Exceção: H2CO3 (fraco)

Ácidos não oxigenados (hidrácidos)


fortes: HCl, HBr, H
moderado : HF
fracos: restante (ex.: H2S, HCN, ...)

― Volatilidade
Voláteis (baixo P.E.): HCl, HBr, H, HNO3, H2S, HCN, CH3COOH (principais)

Não-voláteis ou fixos (alto P.E.): H2SO4, H3PO4, H2C2O 4 (principais)

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― Importante: quando a dupla troca ocorre em solução aquosa, no caso de sais
precisamos verificar a solubilidade, no caso de ácidos precisamos verificar a força e no caso de
bases precisamos verificar a força e a solubilidade.
Exemplos:
1) Na2SO4 + BaCl2  2 NaCl + BaSO4 (Houve a formação de um
( solúvel ) ( solúvel ) ( solúvel ) ( insolúvel )
precipitado, BaSO4)

2) K2S + 2HCl  2KCl + H2S (Houve a formação de um ácido(H2S) mais


( solúvel ) ( forte ) ( solúvel ) ( fraco )
fraco que o ácido reagente (HCl)

3) NH4Cl + NaOH  NaCl + NH4OH (Houve a formação de uma base


( solúvel ) ( forte / solúvel ) ( solúvel ) ( fraca / solúvel )
(NH4OH) mais fraca que a base
(NaOH) reagente)

4) Ag3PO4 + 3HNO3  3AgNO3 + H3PO4 (Houve a formação de um ácido


( insolúvel ) ( forte ) ( solúvel ) ( semi-forte )
(H3PO4) mais fraco que o ácido
reagente (HNO3)

5) Ca( NO3)2 + KCl  KNO3 + CaCl2 (n.h.r.) (Não obedeceu nenhuma das
( solúvel ) ( solúvel ) ( solúvel ) ( solúvel )
três condições necessárias
para que a reação ocorra)

― Alguns ácidos e bases são instáveis em solução aquosa. Os principais são:


 H CO   H O
2 3 2 + CO2   símbolo de instabilidade

 H SO   H O
2 3 2 + SO2

H S O   H O
2 2 3 2 + SO2 + S

Hg(OH)2  H2O + HgO

2 AgOH  HO 2 + Ag2O

 NH OH  H O
4 2 + NH3

Cu(OH)   H O2 2 + CuO

52
Ex.: Na2CO3 + 2HCl  2NaCl + H2CO3
( solúvel ) ( forte ) ( solúvel ) ( fraco )

H2CO3   H2O + CO2


_______________________________________________________________ ( + )

Na2CO3 + 2HCl  2NaCl + H2O + CO2

― Quando a única condição que possibilita a reação de dupla troca é a formação de um


eletrólito mais volátil, para que a reação se realize é necessário que o sal seja sólido e que o
ácido não volátil seja concentrado.

Ex.: NaCl( aq ) + H2SO4( dil )  Na2SO4 + HCl( dil ) (n.h.r.)


( solúvel ) ( forte ) ( solúvel ) ( forte )

2 NaCl( s ) + H2SO4( conc )  Na2SO4( s ) + 2 HCl( g ) , haverá reação


( fixo ) ( volátil )

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