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COZINHA
PROFESSORA GABRIELA TONOLLI
História da gastronomia
A gastronomia – esta expressão nasce no grego
antigo: gastros, ‘estômago’, e nomia, ‘lei,
conhecimento – é uma arte que engloba a culinária,
ofício de preparar alimentos; as bebidas; a matéria-
prima de que se valem os profissionais para a
elaboração dos pratos e, enfim, todos os recursos
culturais ligados a esta criação.
A história da gastronomia se perde nos primórdios da
existência da Humanidade, iniciando-se provavelmente,
segundo os historiadores, no período paleolítico, assim que o
Homem começou a caçar. Uma nova etapa se descortinou
para o ser humano quando ele se tornou sedentário,
fixando-se à terra, impulsionando então a agricultura e o
domínio dos animais. Esta ação proporcionou uma riqueza
alimentar antes desconhecida, possibilitando o crescimento
da população e o desenvolvimento das migrações, sempre
que se esvaíam os bens naturais.
Apenas os egípcios e os mesopotâmicos mantiveram-se em
sua própria terra, graças à intensa e permanente fertilidade
propiciada pelos rios Nilo, Tigre e Eufrates. Os pioneiros na
arte gastronômica foram os indianos, africanos, árabes,
japoneses, chineses e os italianos da era do Império Romano.
Logo a fartura resultante da abundância de alimentos gerou
o comércio, pois havia a carência de determinados produtos
em uma ou outra região, assim era preciso estabelecer um
intercâmbio entre estes territórios. O comerciante gerava um
fenômeno até este momento inédito, alguns alimentos
novos tornavam-se indispensáveis para as pessoas,
implementando ainda mais os trâmites comerciais.
Para resistir aos longos deslocamentos sem deteriorar,
os alimentos foram protegidos com a adição de
temperos e resinas, e cedo o Homem se deu conta da
potencialidade de algumas ervas aromáticas, as quais
incrementavam o paladar dos alimentos, além de
ajudar na sua preservação. A procura destas plantas
deu início a grandes transformações sócio-políticas,
como o fim do Império Romano, o início dos
Descobrimentos, entre outras.
A França não tardou a se tornar um grande centro gastronômico. A
união do rei Louis de França com a filha da Itália Catherine de Médici,
considerada a rainha das panelas, foi o princípio de uma história de
sucesso para a Gastronomia em solo francês. No ano de 1748
despontou neste país um gourmet – como é designado o cozinheiro
na França – de imenso talento, Antoine Careme, que já aos 17 anos
era contratado para ser o cozinheiro oficial do Palácio Champps-
Elisée. Posteriormente, ele foi trabalhar com o imperador Alexandre
da Áustria e depois serviu com seus talentos o Barão de Rothschild, o
homem mais rico e poderoso da França. Em 1885 o maior cozinheiro
do Planeta também era francês, August Escoffier, o qual criou um
código relacionando todos os elementos gastronômicos essenciais
para uma cozinha, o que contribuiu para um requinte sem igual na
Gastronomia.
Na década de 60, Paul Bocuse, Gault Millan e Jean Michelli
subverteram esta arte ao criarem a Nouvelle Cuisine Française. Há
uma diferença fundamental entre a Gastronomia e a Culinária. O
gastrônomo ou gourmet também cozinha, mas ele está igualmente
atento à sofisticação dos pratos, preocupando-se em expor da melhor
forma possível os alimentos preparados. Assim, ele observa as vestes,
a música e a dança mais apropriadas para se aliar a determinadas
refeições, transformando este momento em uma verdadeira
cerimônia alimentar, não só voltada para a sobrevivência do Homem,
mas principalmente para lhe despertar o máximo prazer. Hoje, a
região do Mediterrâneo é a mais talentosa na criação de pratos
sofisticados e bem produzidos, ocupando o topo na história da
Gastronomia.
Chef Históricos
Marie-Antoine (Antonin) Carême foi um chef de cozinha francês.
Tornou-se conhecido pela simplificação e codificação do estilo de
culinária chamado haute cuisine, ou alta gastronomia francesa, que é
o centro da Culinária da França. Famoso como o "chef dos reis ", é
comumente lembrado como o primeiro chef celebridade.
Georges Auguste Escoffier (28 de Outubro de 1846 – 12 de
Fevereiro de 1935) foi um chef francês, restaurateur e escritor que
popularizou e renovou os métodos tradicionais da culinária francesa.
Bastante popular entre chefs e gourmands, ele foi um dos mais
importantes expoentes no desenvolvimento da chamada Cozinha Francesa
Moderna. Muito de sua técnica foi baseado no trabalho de Antoine
Carême. No entanto, o esforço de Escoffier foi focado no sentido de
simplificar e modernizar o estilo de preparo e ornamentação de Carême.
Além das receitas que ele inventou e registrou, outras contribuições de
Escoffier para a gastronomia foram elevá-la ao status de profissão
respeitada e introduzir disciplina e sobriedade onde antes havia desordem
e bebedeira. Ele organizou suas cozinhas através do sistema de brigadas,
onde cada uma das seções era gerenciada por um chef de partie. Ele
também substituiu a prática do serviço à francesa (servindo todos os
pratos de uma única vez) pelo serviço à russa (um prato por vez, na ordem
disposta no menu).
Paul Bocuse vale como um embaixador da moderna cozinha francesa,
1961 ele ganhou o título honorífico Meilleur Ouvrier de France (melhor
chefe da França). Seu pai George Bocuse foi aprendiz do cozinheiro Maitre
d’cuisine Fernand Point, a quem Paul Bocuse dedicou seu primeiro livro. No
seu restaurante perto de Lyon, Paul celebra a “Novelle Cuisine”. Seu
primeiro livro de receitas “Cuisine du Marché” (Cozinha do mercado) foi
traduzido em várias língua
Características do chef: - alimentos frescos; - preparação a la minute (na
hora) - novas criações e composições. Paul Bocuse é famoso pela
introdução da Novelle Cuisine.
Sistema de brigada de cozinha
CHEF - Principal executivo da cozinha, o chef é o responsável pela
brigada.
Características:
Lâmina de 2 a 4 polegadas de
comprimento
Uso comum:
Aparar e cortas frutas e vegetais
Faca de desossar
Características:
Lamina rígida, mais fina e mais
curta do que a faca do chef com
cerca de 6 polegadas de
comprimento.
Uso comum:
Separar a carne do osso
Faca trinchante
Características:
Lâmina longa e com ponta
arredondada; a lâmina lisa ou
serrilhada pode ser flexível ou
rígida, afilada ou arredondada ou,
ainda, canelada.
Uso comum:
Fatiar carne cozida; ou alimentos
como salmão defumado.
Cutelo
Características:
Pesado a ponto de cortar ossos;
lâmina retangular; tamanho variável
de acordo com o uso que se faz dele.
Uso comum:
Cortar peças maiores e/ou mais
resistentes e ossos. Na culinária
oriental é utilizada para cortes finos
também.
Faca para tornear (tourné)
Características:
Semelhante à faca de legumes;
tem uma lamina curvada, o que
facilita o corte de superfícies
curvas de determinados vegetais
e cogumelos.
Uso comum:
Tornear vegetais e cogumelos.
Outras facas
Visão de cima
Observe a posição dos dedos auxiliares no cabo da faca.
Visão de lado
TIPOS DE CORTES
Português: espessura
grossa
Como reproduzir o corte julienne e brunoise?
ACOMPANHAMENTOS AROMÁTICOS
São misturas de ingredientes (normalmente legumes, ervas e
especiarias) utilizadas para adicionar sabor às preparações. As
combinações clássicas são: mirepoix, bouquet garni, sachet d’épices,
cebola piqué, cebola brûlé e matignon.
Deve-se observar as proporções de cada ingrediente da combinação,
pois ela deve realçar o sabor da preparação, e não dominar. Caso seja
necessário, estes complementos podem ser retirados após terem
liberado o sabor desejado à produção.
Mirepoix:
Mistura de vegetais usada para dar sabor a
fundos, molhos e outras preparações
culinárias. O tamanho dos vegetais é
diretamente proporcional ao tempo de
cocção e ao tipo de produto final.
Porcentagem básica:
50% cebola + 25% salsão + 25% cenoura
Mirepoix branco:
É usado para garantir que a preparação final
mantenha a coloração clara.
25% cebola 25% nabo
25 % alho-poró 25% salsão
20% cabos de cogumelos (opcional)
Bouquet garni:
Combinação de vegetais
e ervas, cuja composição
básica contém talos de
salsão cortados em
bastonetes, talos de
salsinha, tomilho e louro,
amarradas por um
barbante, com uma folha
de alho poro.
Cebola brûlé:
Cebola cortada ao
meio e caramelizada
usada para dar sabor
e, principalmente, cor
a preparações como
consommés e fundos.
Cebola piqué:
Cebola espetada com
uma folha de louro e
cravo. Usada na
produção de molho
béchamel e algumas
sopas.
Sachet d'épices:
Saquinho de
especiarias composto
de louro, pimenta em
grãos, talos de
salsinha e tomilho.
Opcionalmente, pode-
se ainda acrescentar
cravo e alho.
Matignon:
Mirepoix acrescido de bacon ou
presunto, na seguinte proporção: 2
partes de cenoura, 1 parte de
salsão, 1 parte de alho-poró, 1
parte de cebola e 1 parte de bacon
ou presunto (opcional: 1 parte de
cogumelos, ervas e especiarias).
Geralmente é servido com a
preparação, portanto, os itens
devem ser descascados e cortados
em tamanhos uniformes.
Frutas – Aquisição e armazenamento
As cítricas (Laranja, limão, mexerica, grape fruit, lima da pérsia etc)
devem estar arredondas, firmes e suculentas, apresentando casca
íntegra, cor uniforme e brilhante e não apresentar rugosidades ou
amassados;
As duras (Maçã e pera) devem ter a casca lisa, íntegra e brilhante e
a polpa firme;
As frutas em bagos (Amora, morango e framboesa) devem estar
firmes e com aroma característico;
As de caroço (pêssego, ameixa, cereja) devem estar firmes, mas
sem rigidez, ser arredondadas e com casca aveludada. Quando
maduras, cedem sob leve pressão;
Frutas machucadas, mofadas ou que fujam das características
acima, devem ser descartadas;
Quanto ao armazenamento, em geral as frutas adquiridas antes do
amadurecimento completo podem ser armazenadas em temperatura
ambiente. Após, deve ser em temperatura em torno de 10o C;
Armazenar as frutas inteiras diminui as perdas;
A banana, mesmo madura, nunca deve ser refrigerada. Ocorre o
escurecimento da casca e mudança na textura;
O congelamento é limitado para as frutas. Normalmente utilizado
quando o consumo será para produção de sucos, polpas e purês;
A calda de açúcar também pode ser utilizada, mas modifica as
características sensoriais.
Pré-preparo e preparo
Limpeza;
Sanitização;
Descascamento;
Subdivisão;
Quando destinadas à sucos, polpas e vitaminas, são espremidas,
batidas, liquidificadas, amassadas ou processadas;
As frutas podem ser consumidas in natura ou submetidas à cocção.
Formas de apresentação
Frescas
Cristalizadas e glaceadas
Desidratadas
Compotas ou frutas em calda
Geleias
Doce em massa ou em pasta
Sucos
Polpas
Sorvetes
Vitaminas
Fritas e grelhadas
Flambadas
Carameladas
Assadas
Fundos
Por ingredientes:
Vegetais
Aves
Carnes
Peixes
Passos importantes para o preparo do
fundo:
Começar com líquido frio, para possibilitar a liberação de sucos e nutrientes no fundo
produzido;
Cozinhar adequadamente em fogo lento, sem ferver, para não turvar o líquido e não
reduzi-lo antes de todos os sabores serem extraídos dos componentes;
Cozinhar durante o tempo adequado, para que o sabor e os nutrientes sejam liberados;
Retirar as impurezas sempre que necessário, escumando;
Não adicionar sal, pois se trata de uma base;
Não tampar;
Coar, resfriar, etiquetar e armazenar adequadamente.
Para este tipo de preparação, o mirepoix deve ser cortado em pedaços pequenos,
para poder transferir suas propriedades para o fundo em um curto período de cozimento.
Court bouillon
É um líquido saboroso, feito de vegetais e ervas aromáticas,
especiarias, um ácido (vinho, suco de frutas cítricas, vinagre, etc.) e
água. Serve para cozinhar determinados alimentos, como por
exemplo, peixes e crustáceos, carnes brancas e vegetais, que
absorvem o sabor dos ingredientes aromáticos do líquido. Depois,
esse líquido pode ser usado em outras preparações.
Proporções padrão para fundos