Você está na página 1de 31

PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA

Portal Educação

CURSO DE
TERAPIA COGNITIVO-
COMPORTAMENTAL

Aluno:

AN02FREV001/ REV 3.0

125
EaD - Educação a Distância Portal Educação

CURSO DE
TERAPIA COGNITIVO-
COMPORTAMENTAL

MÓDULO V

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.

AN02FREV001/ REV 3.0

126
MÓDULO V
3.13 Relação Terapêutica

A relação terapêutica é à base de uma boa terapia, pois a boa terapia se


desenrola num enquadre clínico com um vínculo que favoreça esse processo, com
essa junção de extrema relevância para o processo fluir de forma harmoniosa entre
terapeuta e cliente.
Quando há uma boa relação terapêutica, cria-se um ambiente que permita a
revelação do interior desse sujeito e favorece assim o desenvolvimento do processo
singular de cada um, assim o que está mais oculto se mostra, permitindo que o
processo aconteça.
Uma sólida relação terapêutica é a condição necessária para uma TCC
efetiva. Algumas questões ou atributos como empatia, interesse genuíno, calor
humano, autenticidade, devem estar presentes em todo terapeuta cognitivo. E essa
relação que se estabelecerá será vista como um esforço colaborativo entre
terapeuta e paciente.
Juntos, terapeuta e cliente estabelecem os objetivos da terapia e cada
sessão, prazo e duração do contrato terapêutico, os sintomas-alvo, as tarefas, etc.,
ficando clara a participação ativa do paciente em seu processo de mudança.

 Função da Relação Terapêutica

Muitos autores concordam em dizer que a terapia tem como função básica,
promover mudanças comportamentais que visam diminuir o sofrimento do paciente e
aumentar as contingências reforçadoras, e isso, pode acontecer de duas maneiras:

 Por intermédio do uso de alguns procedimentos, técnicas, instruções,


etc.;
 Mediante a relação estabelecida entre terapeuta e cliente, que como já
vimos é muito importante.

AN02FREV001/ REV 3.0

127
Segundo Skinner (1953), a terapia tem como função primordial reduzir os
efeitos gerados por punição.
Kohlenberg e Tsai (1987) e Rosenfarb (1992), completaram as suposições
de Skinner afirmando que um cliente também pode buscar ajuda porque suas
relações interpessoais apresentam-se insatisfatórias e as fontes de reforço não são
suficientes.
Pode-se conceituar relação terapêutica como uma oportunidade para que o
cliente emita comportamentos que lhe têm trazido problemas e a partir da interação
com o terapeuta, aprender formas mais efetivas de respostas.
Lettner (1998) aponta que o sucesso da terapia está diretamente ligado à
qualidade da relação terapêutica, negligências nessa relação podem levar ao
fracasso do tratamento.
Outro fator importante é a percepção do cliente sobre essa relação, em que
sendo vista de forma positiva está relacionada à efetividade do tratamento.
Um resultado terapêutico satisfatório origina-se em parte, de características
pessoais do terapeuta, de acordo com Lettner (1998) e Casullo (1999):

 Postura empática;
 Compreensão;
 Aceitação desprovida de julgamentos;
 Autenticidade;
 Autoconfiança;
 Flexibilidade na aplicação das técnicas;
 Terapeutas avaliados como calorosos, amigáveis, comprometidos,
tolerantes e interessados são aqueles que têm maior sucesso nos resultados do
tratamento;

Pesquisas mostram alguns comportamentos considerados relevantes no


tratamento:

 Altas taxas de comportamentos gestuais do terapeuta;

AN02FREV001/ REV 3.0

128
 Grande número de verbalizações do terapeuta e do cliente referentes a
eventos privados;
 Elementos advindos da história de vida do terapeuta;
 Opção sexual entre terapeuta e cliente;
 Questões socioeconômicas;
 Postura diretiva por parte do terapeuta acarreta resistência;
 Terapeutas experientes são mais bem avaliados pelos clientes do que
iniciantes.

Citaremos agora algumas habilidades terapêuticas que merecem especial


atenção durante um processo terapêutico:

 Habilidades Empáticas;
 Habilidades Verbais;
 Habilidades Não verbais;

Agora veremos algumas habilidades de observação, que devem ser


consideradas durante a sessão terapêutica, pois trarão muitas respostas as
perguntas do terapeuta:

 Habilidades dos Sentidos

o VISÃO: Olhar Clínico – Observação;


o AUDIÇÃO: Escuta-Ativa;
o TATO: Cinesiologia (Hipercinesia e Hipotensão);
o FALA: Consecução de fatos, Repetições, Erros, Parafraseamento, etc.
 Instrumentos de avaliação da relação terapêutica

Há dois principais conjuntos de instrumentos de avaliação da relação


terapêutica:

 1º conjunto:

AN02FREV001/ REV 3.0

129
Vários tipos de questionários, escalas e listas de avaliação respondida, ora
por clientes, ora por terapeutas, ora por ambos;
 2º conjunto:
Baseia-se na observação das sessões de terapia, incluindo observações de
videotipes.
A pesquisa clínica ocorre com frequência em ambiente experimentalmente
não controlado e deve ser feita de modo a não interferir na interação terapeuta -
cliente, o pesquisador é o terapeuta, e a observação ocorre de forma menos neutra,
já que o próprio terapeuta contribui continuamente para ela.
Três tipos de perguntas de pesquisas podem ser formuladas com relação ao
processo terapêutico:
 Um tipo de questão geral:
Este tipo de questão permite a elaboração de dados por manipulação
experimental;
 Dada certa consequência, de que operações e sob quais condições
podem levar à determinada consequência?
 Dada uma condição ou problema, que operação pode levar a
determinada consequência?

Assim segundo Lettner (1998) e Casullo (1999), foram elaboradas algumas


recomendações de pesquisas necessárias de como:
 Elucidar fatores comuns e únicos entre as várias escolas de terapia;
 Esclarecer os diferentes tipos de alianças;
 Determinar se o estilo de personalidade ou o nível do sofrimento
afetam o papel que a aliança pode representar na mediação de mudanças positivas
em terapia, entre outras.

As características que mais fortemente discriminam a avaliação


comportamental da não comportamental que as classificaram quanto aos seus
objetivos, focos, metas, estratégias, inferências, suposições sobre causalidade e
propriedades dos comportamentos-problemas são variáveis observáveis em
oposição a variáveis ou eventos intrapsíquicos da avaliação não comportamental e,

AN02FREV001/ REV 3.0

130
também, a busca de relações funcionais envolvendo variáveis de estímulos e de
respostas, quando se referiam ao foco das avaliações.
Outro fator importante é a escolha do instrumento, que também deve seguir
critérios que sejam compatíveis ao referencial teórico da abordagem, não havendo
como um terapeuta cuja abordagem é comportamental ou cognitiva utilizar um
instrumento cuja fundamentação teórica encontra-se respaldada na teoria tradicional
de personalidade.
A avaliação é utilizada pela maior parte dos profissionais com a finalidade de
diagnóstico e ao final de cada intervenção servindo de base para avaliação da
prática do profissional.
Assim segundo Matos (1999) é característico do psicólogo
comportamental/cognitivo, visto que não fecha o diagnóstico inicialmente, rever a
cada intervenção os objetivos e as hipóteses de avaliação, sendo novamente
avaliados para uma intervenção futura.
Alguns instrumentos como as entrevistas são as estratégias/instrumentos
utilizadas com maior frequência na avaliação.
Desse modo, pode-se supor que tais profissionais deveriam seguir o que
preconizam os pressupostos da avaliação cognitivo-comportamental, são
características acentuadamente divergentes em relação à avaliação tradicional. A
ênfase estaria no estabelecimento de relações funcionais ao invés de causais, nas
quais o comportamento-problema seria entendido com base nos princípios da
aprendizagem social e da análise experimental do comportamento, e não na teoria
tradicional da personalidade.

 Checklist de habilidades terapêuticas

Veremos agora algumas habilidades terapêuticas que o profissional deve ter,


segundo Rangé (2001). O terapeuta deve se questionar se realmente está
alcançando o que se propõe um terapeuta dessa linha e checar suas habilidades
terapêuticas:

AN02FREV001/ REV 3.0

131
 O terapeuta preparou uma agenda para sessão? O terapeuta cognitivo
deve se antecipar e planejar a sessão para que não se perca;

 Os itens eram específicos e orientados para o problema?

 Foram estabelecidas prioridades? Geralmente escolhe-se ou inicia-se


trabalhando os problemas menos graves.

 A agenda foi adequada ao tempo?

 O terapeuta cobriu a maioria dos itens da agenda?

 O terapeuta foi flexível para incluir temas relevantes que apareceram


na sessão? Deve-se ter bastante atenção para não perder o foco do problema e ter
cuidado se o paciente traz sempre um problema novo.

 Soube limitar temas não pertinentes? (eram mesmo não pertinentes?).


Deve-se ter bastante atenção com o teor emocional, cognitivo que o paciente nos
traz, escutar bem, perguntar, questionar e podar o que não é necessário;

 Identificou os problemas específicos e centrais a serem enfocados?


Observar sempre os problemas gerais e centrais, atentando-se ao que está
atrapalhando o cliente nesse momento;

 Estes problemas eram apropriados para serem tratados nesse


momento? Deve-se escolher o problema mais emergencial nesse momento para o
paciente.

 Concentrou-se em apenas um ou dois (sem ficar pulando entre vários)?


Deve-se focar o problema que vai ser trabalhado.

 Soube fazer perguntas abertas para obter dados relevantes? Deve-se


ter cuidado para não induzir o paciente por meio das perguntas.

AN02FREV001/ REV 3.0

132
 O terapeuta fez resumos periódicos para verificar sua compreensão e
sintonia? Deve-se sempre fazer resumos quando tiver histórias confusas, com
muitas pessoas, para verificar se o que estamos entendendo é correto.

 O terapeuta ofereceu feedback?

 Ele solicitou feedback (sobre a sessão atual, em momentos da sessão


atual e sobre a sessão anterior)? Nesses casos se o paciente não estiver
conseguindo raciocinar sobre este feedback, uma saída seria usar a descoberta
orientada.

 Solicitou sugestões e opções? Sempre perguntar para o cliente se ele


tem alguma sugestão ou proposta para resolver aquela situação.

 Entremeou resumos, exemplos, reflexões e espelhamento? Tentar


mostrar para o cliente situações de ganhos, mudanças que ele conseguiu alcançar e
tudo que pode está se transformando na sua vida depois da terapia.
 Foi socrático? Fez perguntas e questionamentos para mostrar
incongruência no pensamento do paciente? Deve-se fazer o paciente pensar,
questionar, perguntar, e nunca se deve dar respostas ao paciente. Caso o terapeuta
seja ansioso, deve este trabalhar isso para que não atropele as informações que o
paciente traz e possa pontuar na hora certa.

 Fez perguntas para ajudar o paciente a explorar sentimentos acerca de


um problema? Nesse caso busca-se primeiro trabalhar com questões racionais e
depois entra nas emocionais.

 Fez perguntas para examinar alternativas de solução de um problema?


Muitas vezes acontece do paciente não ver soluções para seus problemas, nesse
caso muda-se a situação (distração) e depois retorna.

AN02FREV001/ REV 3.0

133
 Fez perguntas para examinar consequências positivas ou negativas de
alguma ação proposta? Deve-se trazer consciência ao problema.

 Explicou a lógica da técnica utilizada? Sempre explicar a técnica e o


que objetiva alcançar com ela, sempre mantendo o contato com os olhos e
passando segurança.

 Fez um resumo sobre os progressos alcançados na sessão? Deve-se


sempre que puder fazer um reforço.

 Explicou a lógica de usar trabalhos para casa?

 Revisou o trabalho de casa da sessão anterior?

 Resumiu os progressos alcançados com o trabalho de casa?

 Estabeleceu novos trabalhos de casa?

 O trabalho de casa foi apropriado aos problemas identificados e


tratados na sessão?

3.14 Componentes Relevantes para se chegar ao problema

Existem cinco componentes relevantes, segundo Greenberger (1999), para


qualquer problema:

 Aspectos ambientais ou situacionais;


 Reações físicas;
 Estados de humor;
 Comportamentos;
 Pensamento

AN02FREV001/ REV 3.0

134
Cada um dos cinco componentes, afeta e interage com os demais, assim
pequenas mudanças em qualquer desses aspectos podem acarretar mudanças nos
demais.
Podemos perceber que é muito importante identificar esses componentes,
pois essa identificação nos ajudaria a direcionar as áreas de mudança.
Citaremos agora alguns questionamentos que nos ajudaria a identificar
esses componentes, de acordo com Greenberger (1999):

MUDANÇAS AMBIENTAIS OU SITUAÇÕES DE VIDA:

o Ultimamente, tenho experimentado qualquer mudança?


o Quais foram os eventos mais estressantes para mim no último ano?
o Nos últimos três anos?
o Cinco anos?
o Na minha infância?
o Estou passando por quaisquer dificuldades duradouras ou atuais
(incluindo ser discriminado ou molestado por outros)?

REAÇÕES FÍSICAS:

o Tenho quaisquer sintomas físicos que me incomodam, tais como


mudanças em nível de energia, apetite e sono, bem como sintomas específicos, tais
como flutuações no ritmo cardíaco, dores de estômago, sudorese, tontura,
dificuldades respiratórias ou dor?

HUMOR:

o Que palavras isoladas descrevem meus estados de humor (triste,


nervoso, raivoso, culpado, envergonhado, etc.)?

COMPORTAMENTO:

AN02FREV001/ REV 3.0

135
o Que coisas eu faço que gostaria de mudar ou melhorar?
o No trabalho?
o Em casa?
o Com amigos?
o Em mim mesmo?
o Evito situações ou pessoas quando estou envolvido poderia ser
vantajoso para mim?

PENSAMENTOS:

o Quando tenho estados de humor fortes, que pensamentos têm a


respeito de sua própria pessoa?
o Sobre outras pessoas?
o Meu futuro?
o Quais pensamentos interferem na realização de coisas que eu gostaria
de fazer ou acho que deveria fazer?
o Quais imagens ou lembranças me vêm à mente?

EXERCÍCIO

Mudanças
ambientais
Situações de Vida
Reações físicas

Humor

Comportamento

Pensamentos

FONTE: Greenberger (1999)

AN02FREV001/ REV 3.0

136
3.15 A TCC e a família

De acordo com Datillio (2004), a Terapia Familiar nas abordagens cognitivo-


comportamentais centra-se na análise detalhada dos conflitos cotidianos que podem
levar a ruptura da relação, bem como do funcionamento e manutenção de
problemáticas geradoras de interações disfuncionais. Essas problemáticas podem
variar muito de família para família, abaixo alguns exemplos:

 Déficits em habilidades de comunicação;


 Resolução de problemas;
 Excessos de comportamentos negativos;
 Déficits de comportamento positivo entre casais e membros familiares;
 Déficits e excessos na experiência e expressão de emoções.

AVALIAÇÃO INICIAL:

Objetivos

 Convocar maior número possível de familiares, envolverem os que estão


mais motivados a participar e trabalhar com estes no sentido de atrair os que estão
ausentes no processo;
 Extrair a queixa e a percepção de cada membro da família;
 Investigar toda a história familiar (eventos positivos e negativos);
 Explorar a demanda apresentada com as características de cada família e
dinâmica dos relacionamentos, ou seja, tentar perceber o que acontece com o
paciente em meio a sua família;
 Trabalhar com recursos utilizados para lhe dar com a situação e os fatores
que favorecem o seu uso;
 Tentar entender o interesse do grupo em seu conjunto;

AN02FREV001/ REV 3.0

137
 Coletar informações sobre as cognições, reações emocionais e
comportamentais dos familiares e entre si, no sentido de formular hipóteses, as
quais vão sendo testadas nas sessões subsequentes;

Instrumentos utilizados:

 Entrevista individual e grupal com membros da família;


 Questionários de descrição pessoal;
 Inventários;
 Observação comportamental das interações familiares.

Intervenções terapêuticas:

 Trabalhar nas intervenções as principais questões apresentadas,


pressões de vida e estressores que produzem dificuldades de adaptação, padrões
construtivos e problemáticos de macronível em suas interações que parecem estar
influenciando os problemas presentes;
 Considerar as mudanças advindas com a terapia e como isso afetará a
homeostase ou equilíbrio da família.

Modelo terapêutico:

 Educar a família e o paciente ao modelo Cognitivo-comportamental:


estrutura e natureza colaborativa da abordagem, princípios e métodos envolvidos;
 Tarefas de Casa;
 Sessão Terapêutica: agenda, regras básicas de comportamento dos
familiares dentro e fora das sessões (revelar segredos para o terapeuta que não
podem ser revelados aos demais, participam de todos nas sessões,
comportamentos verbais e físicos agressivos são inaceitáveis;

Intervenções terapêuticas:

Modificando distorções cognitivas e extremadas

AN02FREV001/ REV 3.0

138
 Identificar pensamentos automáticos: observar padrões de
pensamentos associados a reações emocionais e comportamentais negativas dos
membros consigo mesmo;
 Identificar distorções cognitivas: leitura de pensamentos,
hipergeneralização, maximização e minimização, personalização e pensamento
dicotômico;
 Reestruturar pensamentos automáticos: identificar distorções em seu
modo de pensar e analisar alternativas e verificar as alterações das reações
emocionais e comportamentais de si e de outros membros (evidencias?
alternativas? informações adicionais?);
 Verificando e modificando regras, pressupostos e crenças nucleares
(seta descendente – “e se acontece o que acarretaria?”);

Intervindo com experiências comportamentais

 Testar as previsões de que determinadas ações acarretarão certas


respostas dos outros membros;
 Uso de role-play no sentido de despertar reações disfuncionais em
interações familiares no setting terapêutico – interação in vivo;
 Troca de papéis no sentido do outro compreender melhor a situação
vivenciada pelo membro;
 Cuidado com técnica de imagens!

Modificando padrões comportamentais

 Treinamento em comunicação (escuta e expressão);


 Treinamento em resolução de problemas;
 Acordos para mudança de comportamento;
 Intervenção para déficits e excessos de reações emocionais;

AN02FREV001/ REV 3.0

139
Pelo o que tem se encontrado na literatura, observa-se que a abordagem
cognitivo-comportamental na terapia familiar têm-se concentrado mais no tratamento
de determinados transtornos em membros individuais, mas do que no alívio do
conflito e da disfuncionalidade geral da família.
Algumas informações são utilizadas em conflitos familiares em função de
transtornos de condutas dos filhos, TDAH, Esquizofrenia, Transtorno Bipolar,
Drogadição, Alzheimer como a psicoeducação sobre a etiologia, sintomas e fatores
de risco, atuais tratamentos eficazes, treinamento de capacidade de comunicação e
resolução de problemas, manejo de recaídas e crises;

3.16 Mitos Equivocados sobre Terapia Cognitiva

Knapp (2004) é um dos autores que cita com exatidão alguns mitos que são
confundidos com a teoria da terapia cognitiva. Citaremos as 14 concepções
equivocadas que este autor frisou em seu livro:

 1. Muitas pessoas pensam ou falam que a Terapia Cognitiva é


baseada no poder do pensamento positivo.
Pode-se dizer que não seria bem o pensamento positivo, mas sim baseada
no poder do pensamento realista, pois pensamentos demais irrealistamente
otimistas podem ser tão prejudiciais e mal-adaptativos quanto uma visão
irrealistamente negativa.
O seu objetivo não é fazer com que o paciente tenha só pensamento
positivo, pois isso seria um equívoco, mas o correto seria corrigir os pensamentos
distorcidos ou disfuncionais, promovendo formas mais adaptativas de lidar com os
problemas reais.

 2. A teoria cognitiva de psicopatologia propõe que os pensamentos


negativos distorcidos causam a psicopatologia.
Essa proposição seria incorreta, pois existem outros fatores que influenciam
também a psicopatologia. Sabemos que embora os pensamentos distorcidos façam
parte do ciclo vicioso da psicopatologia, Knapp (2004) afirma que eles não são o

AN02FREV001/ REV 3.0

140
único fator importante, temos outras questões que influenciam fortemente a
psicopatologia, as quais seriam os desequilíbrios bioquímicos, os eventos de vida e
as relações interpessoais são elementos que interagem conjuntamente, formando a
psicopatologia.

 3. Muitos dizem que a Terapia Cognitiva é simples e apenas utiliza o


senso comum.
Seria isso mesmo? O senso comum pode ser utilizado na terapia cognitiva,
mas na maior parte do tempo, terapeuta e paciente tem muito trabalho em des-
vendar as interações cognitivo-afetivo-comportamentais do paciente, que por sinal
são muito complexas.

 4. A TC convence as pessoas a sair dos seus problemas.


Esse tipo de terapia não trabalha convencendo ou argumentando o paciente
do que ele tem que fazer. Aqui o terapeuta guia o paciente para que ele próprio faça
descobertas, ao observar criticamente suas distorções, e assim trabalha as
resistências e estimula o desenvolvimento de habilidades necessárias para
futuramente analisar por si mesmo seus problemas.

 5. A TC ignora as emoções.
Sabemos que nesse modelo as cognições são o alvo principal, mas se
trabalha sim as emoções. Knapp (2004) diz que por vezes, a forma mais adequada
de examinar os pensamentos é pelas emoções.

 6. A meta da TC é eliminar as emoções.


Sua meta não é eliminar as emoções e sim ajustar a emoção à situação e
ajudar o paciente a ser capaz de se adaptar com a emoção, regular as reações
emocionais exageradas.

 7. A TC é a aplicação de uma variedade de técnicas.


A terapia cognitiva desenvolveu uma ampla variedade de técnicas
específicas e também as emprestou livremente de outras terapias. Mas que fique
claro que cada caso é um caso, e o terapeuta não deve se focar apenas em

AN02FREV001/ REV 3.0

141
técnicas, pois não será de forma alguma eficaz.

 8. A terapia cognitiva ignora o passado e se interessa apenas pelo


presente.
Quando necessário é investigado sim o passado, mesmo porque muitos
detalhes só se chegam a eles quando há essa volta ao passado. Só que nesse
método é possível resolver os problemas focalizando primariamente o presente e
segundo Dattilio (1992) o foco não é tanto o que foi, mas o que é e o que mantém ou
reforça o comportamento disfuncional.

 9. A TC é superficial.
A Terapia cognitiva pode trabalhar mais superficialmente e mais
profundamente ou mais profundamente, isso vai depender do objetivo do indivíduo
e dos problemas a serem tratados, sendo o paciente a tomar a decisão final sobre o
grau de mudança que quer atingir.

 10. A relação terapêutica não é importante na Terapia Cognitiva.


Concepção muito errada sobre esse modelo, a relação é muito importante,
sem ela o método colaborativo não anda.

 11. A TC tem um limite de 15 a 25 sessões ou menos.


A TC tende a obter resultados terapêuticos relativamente rápidos, mas a
duração do tratamento depende da natureza dos problemas do paciente e seu nível
de motivação para aprofundar o entendimento de suas questões, então o que
podemos concluir é que ela pode variar de algumas sessões até vários anos.

 12. Fazer TC significa não usar medicação.


Em muitas situações o paciente só poderá fazer um tratamento cognitivo
quando estiver medicado, em especial nas depressões graves, no transtorno
bipolar, em psicoses e mesmo nos transtornos de ansiedade mais debilitantes,
como cita Knapp (2004). Assim, podemos dizer que ela é compatível com os
medicamentos e pode ser um complemento à psicofarmacoterapia, e vice-versa.

AN02FREV001/ REV 3.0

142
 13. A TC é apropriada apenas para pessoas articuladas, com boa
capacidade intelectual.
Segundo o autor seria mais fácil trabalhar com pacientes com boa
capacidade de raciocínio, com sólida formação educacional, alguns conhecimentos
psicológicos e motivação para o tratamento, mas também não quer dizer que
qualquer pessoa de qualquer nível intelectual ou classe social possa ser trabalhada,
tem-se apenas que adaptar de forma mais simples aquela pessoa. E segundo Beck
(1995) pesquisas já demonstraram que esse modelo é efetivo para pacientes com
diferentes níveis de escolaridade, renda e cultura. Ela precisa apenas ser adaptada
as necessidades das pessoas.

 14. A TC não é eficaz em pacientes com transtornos mentais graves.


Ela pode sim ser usada de forma eficaz para pacientes com transtornos
mentais graves, mesmo hospitalizados.

3.17 Recaídas

A prevenção de recaídas, ponto importante no tratamento, consiste em


ajudar o paciente a tornar-se ciente das situações de risco, a identificar sinais
indicadores de recaída e a desenvolver estratégias voltadas para lidar com as
situações de risco.
No tocante ao término da terapia, este deve estar pautado nos objetivos que
foram montados conjuntamente para nortear o tratamento. Alcançado os objetivos, e
feito o trabalho de prevenção de recaídas, terapeuta e paciente decidem ir
diminuindo o número de sessões e a periodicidade das mesmas:
“Se o paciente desejar, pode retornar ocasionalmente para sessões de
reforço. E, em qualquer momento, pode voltar ao tratamento para mais um conjunto
de sessões, a fim de abordar novas questões e aprofundar seu entendimento
cognitivo comportamental” (Knapp & cols, 2004, p.35).

3.18 Algumas resoluções referentes a atendimento psicoterápico

AN02FREV001/ REV 3.0

143
A. RESOLUCÃO CFP N° 002/95 DE 20 de fevereiro de 1995

Dispõe sobre prestação de serviços psicológicos por telefone.


O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, no uso de suas atribuições
legais e regimentais,
CONSIDERANDO análise efetivada pela Câmara de Orientação e
Fiscalização sobre anúncios publicados em jornais relativos a serviços tais como
Tele?Ajuda, Tele?Aconselhamento e similares;
CONSIDERANDO que a matéria tem sido objeto de consultas a este
Conselho Federal;
CONSIDERANDO finalmente que é atribuição do Conselho Federal de
Psicologia orientar, disciplinar e fiscalizar o exercício da profissão de psicólogo;
RESOLVE:
Art. 1º - Incluir a alínea "o" no Art. 02 do Código de Ética Profissional do
Psicólogo, Resolução CFP 002/87 de 15 de agosto de 1987 com a seguinte
redação:
Art. 2º - Ao Psicólogo é vedado:
1º) Prestar serviços ou mesmo vincular seu título de Psicólogo a serviços
de atendimento psicológico via telefônica".
Art. 2º - Caberá aos Conselhos Regionais fiscalizar, junto à categoria, a
observância do disposto na presente resolução.
Art. 3º - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação,
revogando as disposições em contrário.
Brasília (DF), 20 de fevereiro 1995

B. Resolução CFP Nº 003/2000 de 25 de Setembro de 2000


Regulamenta o atendimento psicoterapêutico mediado por computador.
Esta resolução foi alterada e revogada. Veja a Resolução CFP Nº 012/2005
de 18 de agosto de 2000.

AN02FREV001/ REV 3.0

144
C. Resolução CFP N.º 010/2000 de 20 de dezembro de 2000

Especifica e qualifica a Psicoterapia como prática do Psicólogo.


O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, no uso de suas atribuições
legais e regimentais, que lhe são conferidas pela Lei nº 5.766, de 20 de dezembro
de 1971 e;
CONSIDERANDO a natureza pública do Conselho Federal de Psicologia,
da qual decorre tanto a necessidade de aprimorar os serviços técnicos dos
psicoterapeutas, quanto a defesa da população usuária desses serviços e do
cidadão e;
CONSIDERANDO o disposto no art. 2º, alíneas “e” e “n” do Código de Ética
Profissional do Psicólogo, que veda ao psicólogo utilizar-se do relacionamento
terapêutico para induzir a pessoa atendida à convicção religiosa, política, moral ou
filosófica, bem como estabelecer com a mesma, relacionamento que possa interferir
negativamente nos objetivos do atendimento ou qualquer outro que viole princípios
técnicos, éticos ou científicos.

RESOLVE:
Art. 1º – A Psicoterapia é prática do psicólogo por se constituir, técnica e
conceitualmente, um processo científico de compreensão, análise e intervenção que
se realiza através da aplicação sistematizada e controlada de métodos e técnicas
psicológicas reconhecidos pela ciência, pela prática e pela ética profissional,
promovendo a saúde mental e propiciando condições para o enfrentamento de
conflitos e/ou transtornos psíquicos de indivíduos ou grupos.
Art. 2º - Para efeito da realização da psicoterapia, o psicólogo deverá
observar os seguintes princípios e procedimentos que qualificam a sua prática:
I. Buscar um constante aprimoramento, dando continuidade à sua
formação por meio de centros especializados que se pautem pelo respeito ao campo
teórico, técnico e ético da psicologia como ciência e profissão;
II. Pautar-se em avaliação diagnóstica fundamentada, devendo, ainda,
manter registro referente ao atendimento realizado: indicando o meio utilizado para
diagnóstico, ou motivo inicial, atualização, registro de interrupção e alta;

AN02FREV001/ REV 3.0

145
III. Esclarecer à pessoa atendida o método e as técnicas utilizadas,
mantendo-a informada sobre as condições do atendimento, assim como seus limites
e suas possibilidades;
IV. Fornecer, sempre que solicitado pela pessoa atendida ou seu
responsável, informações sobre o desenvolvimento da psicoterapia, conforme o
Código de Ética Profissional do Psicólogo;
V. Garantir a privacidade das informações da pessoa atendida, o sigilo e a
qualidade dos atendimentos;
VI. Estabelecer contrato com a pessoa atendida ou seu responsável;
VII. Dispor, para consulta da pessoa atendida, de um exemplar do Código
de Ética Profissional do Psicólogo, no local do atendimento.
Art. 3º - Os casos omissos serão resolvidos pelo Plenário do CFP.
Art. 4° - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 5° - Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília (DF), 20 de dezembro de 2000.


ANA MERCÊS BAHIA BOCK
Conselheira-Presidente

D. RESOLUÇÃO CFP Nº 010/2003 de 14 de Junho de 2003

Altera a Resolução CFP N° 003/2000. Esta resolução foi revogada. Para


acessar a nova resolução veja Resolução CFP Nº 012/2005 de 18 de agosto de
2005.

E. RESOLUÇÃO CFP Nº 012/2005 DE 18 DE AGOSTO DE 2005

Regulamenta o atendimento psicoterapêutico e outros serviços


psicológicos mediados por computador e revoga a Resolução CFP N° 003/2000.
O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, no uso de suas atribuições
legais, estatutárias e regimentais,
CONSIDERANDO que, de acordo com o Código de Ética Profissional do
Psicólogo é dever do psicólogo prestar serviços psicológicos de qualidade, em

AN02FREV001/ REV 3.0

146
condições de trabalho dignas e apropriadas à natureza desses serviços,
utilizando princípios, conhecimento e técnicas reconhecidamente fundamentados
na ciência psicológica, na ética e na legislação profissional;
CONSIDERANDO que, de acordo com o Código de Ética Profissional do
Psicólogo, é dever do psicólogo respeitar o sigilo profissional a fim de proteger,
por meio da confidencialidade, a intimidade das pessoas, grupos ou
organizações, a que tenha acesso no exercício profissional;
CONSIDERANDO o disposto no Código de Ética Profissional do
Psicólogo sobre a realização de estudos e pesquisas no âmbito da Psicologia;
CONSIDERANDO o princípio fundamental do Código de Ética
Profissional do Psicólogo que determina que o psicólogo atuará com
responsabilidade, por meio do contínuo aprimoramento profissional, contribuindo
para o desenvolvimento da Psicologia como campo científico de conhecimento e
de prática;
CONSIDERANDO as Resoluções do CFP n°. 10/97 e 11/97 que dispõem,
respectivamente, sobre critérios para divulgação, publicidade e exercício
profissional do psicólogo, associados a práticas que não estejam de acordo com
os critérios científicos estabelecidos no campo da Psicologia e sobre a realização
de pesquisas com métodos e técnicas não reconhecidas pela Psicologia;
CONSIDERANDO que os efeitos do atendimento psicoterapêutico
mediado pelo computador ainda não são suficientemente conhecidos nem
comprovados cientificamente e podem trazer riscos aos usuários;
CONSIDERANDO o encaminhamento do V CNP - Congresso Nacional da
Psicologia - de que o Sistema Conselhos de Psicologia deve continuar e
aprimorar a validação de sites que possam prestar serviços psicológicos pela
internet, de acordo com a legislação vigente, ainda que em nível de pesquisa;
CONSIDERANDO a importância de atestar para a sociedade os serviços
psicológicos que possuam respaldo técnico e ético;
CONSIDERANDO a decisão deste Plenário em 13 de agosto de 2005;

RESOLVE:

CAPÍTULO I - DO ATENDIMENTO PSICOTERAPÊUTICO

AN02FREV001/ REV 3.0

147
Art. 1o. O atendimento psicoterapêutico mediado pelo computador, por
ser uma prática ainda não reconhecida pela Psicologia, pode ser utilizado em
caráter experimental, desde que sejam garantidas as seguintes condições:
I. Faça parte de projeto de pesquisa conforme critérios dispostos na
Resolução 196/96, do Conselho Nacional de Saúde do Ministério da Saúde ou
legislação que venha a substituí-la, e resoluções específicas do Conselho Federal
de Psicologia para pesquisas com seres humanos em Psicologia;
II. Respeite o Código de Ética Profissional do Psicólogo;
III. O psicólogo que esteja desenvolvendo pesquisa em atendimento
psicoterapêutico mediado pelo computador tenha protocolo de pesquisa aprovado
por Comitê de Ética em pesquisa reconhecido pelo Conselho Nacional de Saúde,
conforme resolução CNS 196/96 ou legislação que venha a substituí-la;
IV. O psicólogo pesquisador não receba, a qualquer título, honorários da
população pesquisada, sendo também vedada qualquer forma de remuneração do
usuário pesquisado;
V. O usuário atendido na pesquisa dê seu consentimento e declare
expressamente, em formulário em que conste o texto integral desta Resolução, ter
conhecimento do caráter experimental do atendimento psicoterapêutico mediado
pelo computador, e dos riscos relativos à privacidade das comunicações inerentes
ao meio utilizado;
VI. Esteja garantido que o usuário possa a qualquer momento desistir de
participar da pesquisa, retirando a autorização, impedindo que seus dados até então
recolhidos sejam utilizados na pesquisa;
VII. Quando da publicação de resultados de pesquisa, seja mantido o sigilo
sobre a identidade do usuário e evitados indícios que possam identificá-lo;
VIII. O psicólogo pesquisador se compromete a seguir as recomendações
técnicas e aquelas relativas à segurança e criptografia reconhecidas
internacionalmente;
IX. O psicólogo pesquisador deverá informar imediatamente a todos os
usuários envolvidos na pesquisa, toda e qualquer violação de segurança que
comprometa a confidencialidade dos dados.
Art. 2º. O reconhecimento da validade dos resultados das pesquisas em
atendimento psicoterapêutico mediado pelo computador depende da ampla

AN02FREV001/ REV 3.0

148
divulgação dos resultados e reconhecimento da comunidade científica e não
apenas da conclusão de pesquisas isoladas.
Art. 3º. Os psicólogos, ao se manifestarem sobre o atendimento
psicoterapêutico mediado pelo computador, em pronunciamentos públicos de
qualquer tipo, nos meios de comunicação de massa ou na Internet, devem
explicitar a natureza experimental desse tipo de prática, e que como tal, não pode
haver cobrança de honorários.
Art. 4º. As disposições constantes na presente Resolução são válidas
para todas as formas de atendimento psicoterapêutico mediado por computador
realizado por psicólogo, independente de sua nomenclatura, como psicoterapia
pela Internet, ou quaisquer termos que designem abordagem psicoterapêutica
pela Internet, tais como psyberterapia, psyberpsicoterapia, psyberatendimento,
cyberterapia, cyberpsicoterapia, cyberatendimento, e-terapia, webpsicoterapia,
webpsicanálise, e outras já existentes ou que venham a ser inventadas. São
também igualmente válidas quando a mediação computacional não é evidente,
como o acesso à Internet por meio de televisão a cabo, ou em aparelhos
conjugados ou híbridos, bem como em outras formas possíveis de interação
mediada por computador, que possam vir a ser implementadas.
Art. 5º. As pesquisas realizadas sobre atendimento psicoterapêutico
mediado pelo computador deverão ser identificadas com certificado eletrônico
próprio para pesquisa, desenvolvido e conferido pelo Conselho Federal de
Psicologia, na forma de selo, número com hiperligação ou equivalente, a ser
incluído visivelmente nos meios em que são realizadas, como sites e páginas de
Internet e equivalentes.
I. Para efeito do disposto acima, o psicólogo responsável pela pesquisa,
que esteja regularmente inscrito em Conselho Regional de Psicologia e em pleno
gozo de seus direitos, dirigirá requerimento ao Conselho Regional de Psicologia via
site www.cfp.org.br/selo, com protocolo em que detalha a pesquisa da forma
padronizada recomendada pelo Conselho Federal de Psicologia e pela Resolução
196/96 do Conselho Nacional de Saúde, e após análise e constatada a regularidade
da pesquisa, será concedida a certificação eletrônica, devendo o psicólogo notificar
ao Conselho Regional de Psicologia toda eventual mudança de endereços
eletrônicos e de formatação da pesquisa realizada.

AN02FREV001/ REV 3.0

149
II. A hiperligação nos selos, números ou outra forma de certificado
eletrônico deverá remeter ao site do Conselho Federal de Psicologia ou Conselho
Regional de Psicologia onde conste o texto integral desta Resolução e outras
informações pertinentes a critério do Conselho Federal de Psicologia.

CAPÍTULO II - DOS DEMAIS SERVIÇOS PSICOLÓGICOS

Art. 6º. São reconhecidos os serviços psicológicos mediados por


computador, desde que não psicoterapêuticos, tais como orientação psicológica e
afetivo-sexual, orientação profissional, orientação de aprendizagem e Psicologia
escolar, orientação ergonômica, consultorias a empresas, reabilitação cognitiva,
ideomotora e comunicativa, processos prévios de seleção de pessoal, utilização
de testes psicológicos informatizados com avaliação favorável de acordo com
Resolução CFP N° 002/03, utilização de softwares informativos e educativos com
resposta automatizada, e outros, desde que pontuais e informativos e que não
firam o disposto no Código de Ética Profissional do Psicólogo e nesta Resolução,
sendo garantidas as seguintes condições:
I. Quando esses serviços forem prestados utilizando-se recursos de
comunicação on-line de acesso público, de tipo Internet ou similar, os psicólogos
responsáveis deverão ser identificados através de credencial de autenticação
eletrônica por meio de número de cadastro com hiperlink, hiperligação ou outra
forma de remissão automática, na forma de selo ou equivalente, desenvolvido e
conferido pelo Conselho Federal de Psicologia. Os selos, números ou outros tipos
de certificados eletrônicos conferidos trarão a identificação do ano de sua concessão
e prazo de validade, a critério do Conselho Federal de Psicologia. As hiperligações
ou remissões automáticas dos certificados eletrônicos concedidos deverão
necessariamente remeter à página do site do Conselho Federal de Psicologia que
conterá o texto integral desta Resolução e também os números de cadastro ou sites
que estejam em situação regular, e outras informações pertinentes a critério do
Conselho Federal de Psicologia.
II. Para efeito do disposto acima o psicólogo responsável técnico pelo
serviço, que esteja regularmente inscrito em Conselho Regional de Psicologia e em
pleno gozo de seus direitos, dirigirá requerimento ao Conselho Regional de

AN02FREV001/ REV 3.0

150
Psicologia via site www.cfp.org.br/selo, prestando as informações padronizadas
solicitadas em formulário a respeito da natureza dos serviços prestados, qualificação
dos responsáveis e endereço eletrônico, e receberá certificação eletrônica do tipo
adequado que deverá ser incluída visivelmente em suas comunicações por meio
eletrônico durante a prestação dos serviços validados. O procedimento de cadastro
e concessão de certificado eletrônico será sempre gratuito.
III. A Comissão Nacional de Credenciamento de Sites avaliará os dados
enviados para a aquisição de certificação, e encaminhará parecer a ser julgado na
Plenária do Conselho Regional de Psicologia em que o psicólogo requerente está
inscrito.
IV. Da decisão do Conselho Regional de Psicologia caberá recurso
voluntário ao Conselho Federal de Psicologia.
V. O Conselho Regional de Psicologia utilizará os dados enviados pelo
requerente para verificar e fiscalizar os serviços oferecidos pelos psicólogos por
comunicação mediada pelo computador a distância. Na detecção de qualquer
irregularidade nos serviços prestados, o Conselho Regional de Psicologia efetuará
os procedimentos costumeiros de orientação e controle ético.
VI. O cadastramento eletrônico deverá ser atualizado anualmente junto ao
Conselho Regional de Psicologia via site www.cfp.org.br/selo. Essa reatualização
deverá ser sempre gratuita, e o novo certificado conferido trará a data de sua
concessão e prazo de validade. Os serviços em situação irregular não receberão a
revalidação do cadastramento.
VII. O psicólogo responsável pelo site deverá informar ao Conselho
Regional de Psicologia, via site www.cfp.org.br/selo alterações no serviço
psicológico prestado.
Art. 7º. Caso o Sistema Conselhos de Psicologia identifique, a qualquer
tempo, irregularidades no site que firam o disposto nesta Resolução, no Código
de Ética Profissional do Psicólogo e na legislação profissional vigente estará
configurada falta ética e o site será descredenciado.
Art. 8°. É permitido aos psicólogos que prestam os serviços indicados no
Art. 6° desta Resolução a cobrança de honorários desde que se respeite o Art. 20
do Código de Ética Profissional do Psicólogo que veda a utilização do preço como
forma de propaganda. Parágrafo Único - Caso o psicólogo queria prestar um

AN02FREV001/ REV 3.0

151
serviço gratuito, o mesmo deverá seguir o padrão de qualidade e rigor técnico que
trata essa Resolução sendo necessário seu credenciamento.
Art. 9°. Será mantida, pelo Sistema Conselhos de Psicologia, Comissão
Nacional de Credenciamento de Sites que além da avaliação dos sites,
apresentará sugestões para o aprimoramento dos procedimentos e critérios
envolvidos nesta tarefa e subsidiará o Sistema Conselhos de Psicologia a
respeito da matéria.
Art. 10º. Para realização do credenciamento de sites de que tratam os
artigos anteriores a Comissão Nacional de Credenciamento de Sites terá um
prazo máximo de 30 dias para encaminhar sua avaliação ao CRP.
I. Da data de recebimento do parecer da referida Comissão, o Plenário
do Conselho Regional de Psicologia terá o prazo máximo de 60 dias para efetuar o
julgamento.
II. Da decisão do CRP, as partes terão um prazo de 30 dias a contar da
data da ciência da decisão para interpor recurso ao Conselho Federal de Psicologia.
Art. 11º. Ficam revogadas as disposições em contrário, em especial a
Resolução CFP n.° 003/2000.
Art. 12º. Esta Resolução entra em vigor na dada de sua publicação.

Brasília (DF), 18 de agosto de 2005.


ANA MERCÊS BAHIA BOCK
Conselheiro Presidente

AN02FREV001/ REV 3.0

152
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ATKINSON, R. L. Introdução à Psicologia de Hilgard. 13. ed. Porto Alegre:


Artmed, 2002.

BECK, A. T.; ALFORD, B. A. O Poder Integrador da Terapia Cognitiva. Porto


Alegre: Artmed, 2000.

_____; FREEMAN, A. e cols. Terapia Cognitiva dos Transtornos de


Personalidade. Porto Alegre: Artmed, 1993.

_____; KUYKEN, W. Terapia Cognitiva: Abordagem Revolucionária. In: NABUCO, C.


A. e cols. Psicoterapias Cognitiva e Construtivista: Novas Fronteiras da Prática
Clínica. Porto Alegra: Artmed, 2003, p.53-60.

_____. RUSH, A.J.; SHAW, B.F.; EMERY, G. Terapia Cognitiva da Depressão.


Porto alegre: Artmed, 1997.

BECK, J. S. Terapia Cognitiva: Teoria e Prática. Porto Alegre: Artmed, 1997.

CABALLO, V. E. (Org.). Manual de Técnicas de Terapia e Modificação do


Comportamento. São Paulo: Santos, 2002.

CASULLO, M. M. Evaluacion psicológica. Em S. M. Wechsler & R. S. L. Guzzo


(Orgs.), Avaliação psicológica: perspectiva internacional. São Paulo: Casa do
Psicólogo, 1999.

CID –10. Classificação dos Transtornos Mentais e do Comportamento:


Descrições Clínicas e Diretrizes Diagnósticas. Coord. Organização Mundial de
Saúde. Trad. Dorgival Caetano. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993.

AN02FREV001/ REV 3.0

153
Dobson, K. S. & Franche, R. L. A prática da terapia cognitiva. Em V. E. Caballo (ed.), 1996;

GIL, A. C. Como elaborar Projetos de Pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas. 200

GREENBERGER, D & PADESKY.C. A Mente Vencendo o Humor: mude como se


sente, mudando o modo como se pensa. Porto Alegre: Artmed, 1999.

KNAPP, P. e cols. Terapia Cognitivo-Comportamental na Prática Psiquiátrica.


Porto Alegre: Artmed, 2004.

KAPLAN, H. I.; SADOCK, B. J.; GREBB, J.A. Compêndio de Psiquiatria: Ciências


Comportamentais. Porto Alegre, Editora Artes Médicas, 1997.

LE BON, G. As Opiniões e as Crenças. São Paulo: Ícone, 2001.

LETTNER, H. W. Avaliação comportamental. Em B. Rangé (Org.), Psicoterapia


comportamental e cognitiva de transtornos psiquiátricos. Campinas: Psy, 1998.

MUSSEN, P. H. e cols. Desenvolvimento e Personalidade da Criança. São Paulo:


Harbra, 2001.

MYERS, David. Introdução à Psicologia Geral. Rio de Janeiro, 1999. LTC

PAPALIA, D. E; OLDS, S.W. Desenvolvimento Humano. 7. ed. Porto Alegre:


Artmed, 2000.

PICON, P.; KNIJNIK, D. Z. Fobia Social. In: KNAPP, P. e cols. Terapia Cognitivo-
Comportamental na Prática Psiquiátrica. Porto Alegre: Artmed, 2004, p. 226-247.

RANGÉ, B. (Org). Psicoterapias Cognitivo-Comportamental: Um diálogo com a


Psiquiatria. Porto Alegre: Artmed, 2001.

RANGÉ, B.P. Psicoterapia Comportamental e Cognitiva de transtornos


Psiquiátricos. v. II, Campinas: Livro Pleno, 2001.

SALKOVSKIS, P. M. Terapia Cognitivo-Comportamental para Problemas


Psiquiátricos: um Guia Prático. Martins Fontes, São Paulo, 1997.

AN02FREV001/ REV 3.0

154
SKINNER, B. F. Ciência e Comportamento Humano. São Paulo: Mário Fontes,
2003.

SKINNER, B. F. Sobre o Behaviorismo. São Paulo: Cultrix, 1974.

STALLARD, P. Bons pensamentos, Bons sentimentos: manual de terapia


cognitivo-comportamental com crianças e adolescentes. Porto Alegre: Artmed, 2004.

SILVA, H. A. Verdade, Conhecimento e Emoção nas Abordagens Cognitivas. In:


NABUCO, C. A. e cols. Psicoterapias Cognitiva e Construtivista: Novas
Fronteiras da Prática Clínica. Porto Alegra: Artmed, 2003, p.21-33.

WASHINGTON, D.C. O Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações


Mentais (DSM-IV). 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 1994.

YOUNG, J. E. Terapia Cognitiva para Transtornos da Personalidade: uma


abordagem focada nos esquemas. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2003.

FIM DO MÓDULO V

FIM DO CURSO

AN02FREV001/ REV 3.0

155

Você também pode gostar