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Psicodrama Apost Jogos Dramáticos - Prof Lise PDF
Psicodrama Apost Jogos Dramáticos - Prof Lise PDF
CNPJ 04232894/0001-04
PSICODRAMA
Terapêutico e Sócio-Educacional
Curso de Especialização
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 3
3.1. CARACTERÍSTICAS 23
3.2. CLASSIFICAÇÕES 24
3.3. TIPOS DE JOGOS DRAMÁTICOS E CORRELAÇÃO DOS JOGOS DRAMÁTICOS
À LUZ DA TEORIA DA MATRIZ DE IDENTIDADE 24
3.4. AS FASES DE APLICAÇÃO DO JOGO DRAMÁTICO 24
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 36
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INTRODUÇÃO
A presente apostila tem por objetivo oferecer considerações gerais sobre o uso de
jogos dramáticos como ferramenta para a ação psicodramática, discutir a sua amplitude nos
campos de atuação profissional e as perspectivas e desafios que se impõe ao exercício do
trabalho como facilitador, operacionalizando tal metodologia.
Buscamos mostrar nessa apostila, como os jogos dramáticos podem ser aplicados no
contexto das empresas e escolas reforçando a sua contribuição para o desenvolvimento de
relações saudáveis, espontâneas e criativas nos grupos em que é utilizado.
Ele precisa, fundamentalmente, enxergar o grupo como uma estrutura que comporta
seres humanos auto-determinados, capazes, portanto, de consciente e ativamente
participarem na transformação do mundo em que vivem, pois em primeira instância já
acreditou ser isso possível a partir dele próprio.
Esperamos que esse trabalho seja útil aos participantes do Curso de Jogos
Dramáticos e que ele possa servir de roteiro para o desenvolvimento de trabalhos, não
somente na aplicação técnica, mas sobretudo, para o “jogo de cintura” na compreensão das
relações interpessoais.
Um forte abraço,
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Jacob Levi Moreno, foi o pai do Psicodrama. Segundo Soeiro, Moreno criou e
reformulou conceitos, dando uma nova dimensão à Psiquiatria, Psicologia e Sociologia.
dramatização.
Toda a teoria moreniana parte dessa idéia do homem em relação e, portanto, a inter-
relação entre as pessoas constitui seu eixo fundamental (GONÇALVES,1988:41)
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Papel vincula-se não só a representações teatrais, mas a funções que o indivíduo exerce no
decorrer da vida em sociedade.
Os papéis sociais correspondem às funções sociais exercidas pelo indivíduo e é por meio
deles que se relacionará com o meio ambiente. São advindos da matriz de identidade e
referem-se a posição ocupada pelo indivíduo no contexto das suas relações sociais.
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A Sociometria objetiva efetuar uma medição das relações entre as pessoas. As relações
dos homens entre si, o seu grau de ajustamento, seus vínculos, facetas de seu mundo
externo, podem ser visualizados através do método sociométrico.
Sociatria é a terapêutica das relações sociais. Seus métodos bem aplicados poderiam,
segundo Moreno levar ao tratamento e possível cura das relações sociais tornando-as mais
saudáveis. São eles:
Deste modo, conceitos como o apresentado por ele sobre o nascimento, mostram
uma distinção clara frente à teoria psicanalítica.
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Caracterizado por um momento onde a criança não tem condições concretase objetivas
para diferenciar o mundo que a cerca onde a criança, a mãe e o mundo são uma coisa só”
(GONÇALVES, 1976: 61).
A criança nessa fase necessita de alguém que possa fazer por ela as coisas que são
impossíveis de serem realizadas individualmente. A mãe desenvolve o papel complementar,
procurando captar com a sensibilidade, aquilo que a criança não consegue por si só
explicitar. Diz-se então que a mãe assume o papel de ego-auxiliar, ou guia na sua interação
com o mundo. Num contexto específico onde ocorre a investigação psicodramática, o diretor
de psicodrama pode aplicar uma técnica correspondente a essa situação, que denomina-se
duplo. O duplo é realizado pelo ego-auxiliar, que desenvolvendo uma percepção aguçada, é
capaz de captar a emoção de um protagonista que tem dificuldades em expressá-la numa
cena dramática.
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Nessa fase a criança pode não só reconhecer-se como também já tem desenvolvida a
capacidade de
se colocar no lugar do outro.
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O Psicodrama dramatiza para desdramatizar, isto é, pela acentuação, exagero até, pela
encenação do ato enfim, permite que a tendência ao ato impulsivo e a repetitividade
patológica dos papéis seja esvaziada(GONÇALVES, 1988:81).
Tele é a capacidade do indivíduo perceber o outro de forma real, não distorcida. Esse é
um dos conceitos fundamentais da teoria psicodramática.
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Um desses equívocos deve-se a uma série de marcas que o homem traz da sua
experiência, que o faz transferir para uma nova realidade, sentimentos, atos e respostas
vivenciadas em uma situação anterior.
A ausência do fator tele é a causa dos problemas de distorções nas relações entre as
pessoas. Segundo Moreno, o grande caminho seria o reforço à construção de relações
télicas entre as pessoas.
A percepção que o homem tem de si mesmo, dos outros e de suas relações define seu
modo de agir. Para que o ser humano possa dar respostas espontâneas é necessário
desenvolver uma percepção télica de si mesmo, dos outros e das suas relações.
Desde o início, ele traz consigo fatores favoráveis a seu desenvolvimento, que não vem
acompanhados por tendências destrutivas. Entretanto, essas condições, que favorecem a
vida e a criação, podem ser perturbadas por ambientes ou sistemas sociais
constrangedores. Nesse caso, resta a possibilidade de recuperação dos fatores vitais,
através da renovação das relações afetivas e da ação transformadora sobre o
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meio.(GONÇALVES, 1988:45)
Espontaneidade para Moreno está calcada numa visão de homem enquanto sujeito da
sua própria vida, capaz de construir a sua história.
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As conservas culturais são muito importantes, pois guardam a memória viva de tudo
que o homem criou no seu processo de desenvolvimento. Elas são a base da ação
espontânea e criativa. São o alicerce do movimento de transformação e mudança, portanto,
do processo criativo e espontâneo, não devendo tornarem-se dogmáticas como se fossem
verdades absolutas.
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Para Moreno, a palavra Encontro e o conceito de Tele são sinônimos. Não somente as
relações de atração, mas também, as hostis são fundamentais para chegar a um encontro
autêntico, considerando que contém como raiz, a palavra “contra”.
Além disso, o encontro deve propiciar a vivência de trocas efetivas entre os indivíduos.
Isso só é possível através do necessário empenho, dos indivíduos entre si, no
desenvolvimento da compreensão mútua.
Encontro significa mais que uma vaga relação interpessoal. Significa estar junto, reunir-
se, ver e observar, sentir, participar, compreender, conhecer intuitivamente através do
silêncio ou do movimento, a palavra ou o gesto, tornar-se um só. Significa que duas pessoas
não apenas se reúnem, mas que elas se vivenciam, se compreendem cada uma com todo o
seu ser.
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Do contexto social extrai elementos da realidade propriamente dita, onde tempo, espaço
geográfico, leis, normas, conduta, etc. colaboram para a constituição do enredo trazido pelo
protagonista. A partir desse enredo é possível iniciar-se a formulação da hipótese sobre a
fase da matriz de identidade em que se encontra o protagonista. O átomo social, que é “o
núcleo de relações que se formam em torno de cada indivíduo” (MORENO, Fundamentos da
Sociometria), pertence a esse contexto.
O contexto grupal é caracterizado pelo próprio grupo com o qual se está trabalhando.
Dele resgatam-se seus costumes, normas e condutas propriamente ditas, além do caráter
emocional, desejos e fantasias que permeiam o chamado co-inconsciente do grupo.
Elementos tais como movimentação, gestual dos participantes, expressão facial, também são
indicadores objetivos que se apresentam no contexto grupal. Não é por acaso que esse
contexto seja estudado pela sociometria e sociodinâmica.
Vale ressaltar que, por não ser tão abrangente como o contexto social, é no contexto
grupal que indicadores tais como compreensão, controle social e compromisso se
apresentam de maneira mais nítida. É no contexto grupal que estão os elementos para a
identificação da fase da matriz em que se encontra o grupo. A delimitação do trabalho da
sessão é feita no contexto grupal. O átomo social de cada indivíduo é trazido para o grupo
nesse contexto.
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cena dramática criada pelo protagonista e organizada pelo diretor e a sua realização
propriamente dita.
Além de trabalhar com esses contextos, a Sessão de Psicodrama opera com cinco
instrumentos a saber, cenário, protagonista, ego-auxiliar, diretor e auditório.
Protagonista é o autor e ator do drama. É aquele que centraliza a dramatização, uma vez
que simboliza e agrega os sentimentos que permeiam o contexto grupal.
O ego-auxiliar é o principal instrumento do diretor, uma vez que realizando suas funções
de ator, terapeuta auxiliar e investigador social, colabora na produção de insignts do
protagonista, favorecendo maior clareza a respeito do seu próprio papel, bem como ajuda na
obtenção de um desempenho melhorado por parte dele, mantendo-o sempre aquecido.
Exerce, portanto, um papel complementar na unidade funcional que estabelece com o
diretor.
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O auditório é o local onde as pessoas, que se encontram fora do campo dramático, mas
dentro do contexto grupal, estão reunidas e assistindo a ação dramática.
A etapa dos comentários é de vital importância, uma vez que é o momento em que o
grupo compartilha a vivência, discute os aspectos considerados mais relevantes, explicitando
os sentimentos que nela se apresentaram (sharing).
Ao diretor cabe a tessitura de todo o processo, desde o início da sessão até essa etapa,
dentro de uma visão gestáltica.
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Yozo, inclui mais duas etapas, Processamento e processamento teórico, quando trabalha
as fases de utilização do jogo dramático
No que diz respeito a técnica do duplo, que corresponde a primeira fase da matriz de
identidade, o ego-auxiliar, deve procurar traduzir de forma fidedignas emoções, sentimentos
e sensações que o protagonista não está conseguindo expressar. O ego-auxiliar deve
desenvolver a sua sensibilidade para entrar em sintonia com o protagonista, exercitando até
mesmo um esquema de pré-inversão, para que possa captar objetivamente esta emoção.
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A técnica do espelho está ligada à segunda fase da matriz de identidade e exige do ego,
o exercício da função de ator, pois este precisa ser fiel na representação do protagonista.
Para tanto, capacidade de observação, boa percepção e boa memória são requisitos
essenciais, além do que, como a dinâmica da sessão exige certas paradas de cena, uma
forte capacidade para estar o tempo todo aquecido.
Ao realizar esta técnica, o Diretor tira o protagonista de cena substituindo-o pelo ego-
auxiliar, que tem o objetivo de imitá-lo em movimentos, expressões e fala. O protagonista fica
ao lado do Diretor, observando o desempenho do ego. O Diretor, por sua vez, faz as
perguntas ao protagonista sobre questões relativas à cena, procurando verificar se ele se
reconhece no desempenho do ego. Essa técnica é utilizada quando o protagonista não tem
ainda efetivado o reconhecimento do eu.
O ego-auxiliar deve ter muito cuidado no seu desempenho, para não torná-lo caricato.
Essa técnica requer sensibilidade e percepção das sutiliezas do desempenho dramático do
protagonista.
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A técnica do solilóquio é aplicada pelo Diretor. Quando o Diretor utiliza essa técnica é
porque ele necessita investigar hipóteses diagnósticas. Ao ocorrer o solilóquio, ainda que o
ego não participe, os elementos dele extraídos, são informações importantes para auxiliá-lo
no contrapapel.
Segundo Maria Alicia Romaña , nos primórdios dos anos 60 até a década de 80, a visão corrente
em países como a Argentina e Brasil, era a de que o Psicodrama fazia parte do campo da psicoterapia,
não se admitindo que ele pudesse ser utilizado para outros campos das Ciências Sociais.
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própria acerca de sua realidade. Desde a percepção de uma problemática específica à apreensão de
um conhecimento que se quer transmitir, todos esses aspectos podem ser trabalhados pelo método
psicodramático.
2.1 O JOGO
O jogo existe há muito tempo e pode-se afirmar que ele tem resistido bravamente através
da história. O jogo faz parte do desenvolvimento humano e nos ajuda na compreensão de
regras e limites, dentre outras características.
Segundo Huizinga (1980) o jogo é anterior a cultura e mais antigo que qualquer
organização social, pois os animais brincam tal como os homens. A essência do jogo é
definida pelo divertimento que oferece, ora com tensão, ora com alegria.
Bruhs (1955) desenvolveu pesquisas que mostram que a partir dos mamíferos o brincar
se desenvolve com características de prazer e toma dimensões mais elevadas.
A palavra jogo é utilizada para referir-se ao brincar. Origina-se do vocábulo latino ludus,
que significa diversão, brincadeira. O jogo é reconhecido como meio de fornecer um
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O jogo é "uma ação de uma atividade voluntária, realizada dentro de certos limites de
tempo e de lugar, segundo uma regra livremente consentida, mas imperativa, provida
de um fim em si, acompanhada de um sentimento de tensão e de alegria e de uma
consciência de ser diferente do que se é na vida normal." (Huizinga)
Pode ainda ser caracterizado como uma atividade física ou mental, onde participam duas
ou mais pessoas, caracterizando vencedor e perdedor através de regras específicas.
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livre para criar e isto deve ocorrer dentro de uma determinada organização (regras e senhas
combinadas). O campo de conduta deve ser relaxado, possibilitando a instalação de uma
atmosfera permissiva.
O jogo dramático permite que o indivíduo descubra novas formas de lidar com as
situações do cotidiano. Promove o lúdico e é dramático uma vez que trabalha os conflitos. Os
conflitos surgem e são trabalhados de forma indireta. A comunicação extrapola o verbal e
outras formas de expressão não-verbal são incluídas.
3. O que está por trás das aparências? (estou atento aos conflitos que surgem no
emergente grupal?)
4. Como me sinto hoje para trabalhar com esse grupo ? (Qual é a minha predisposição
para o trabalho ?)
O jogo é utilizado para criar vínculos e estabelecer novas formas de relação. Por esta
razão vem sendo cada vez mais usado nos ambientes de trabalho, para integração de
equipes, desenvolvimento e treinamento de papéis; nas escolas e outras instituições, com
grupos de professores e funcionários; para trabalhar temas de interesse do grupo; como
recurso pedagógico; para psicoterapia de crianças, adolescentes, adultos, casais e famílias,
dentre outros.
Os jogos dramáticos não devem ter um fim em si mesmos, nem devem ser encarados
como fórmulas mágicas capazes de levar o grupo ao alcance dos objetivos propostos pelo
coordenador.
A utilização dos jogos dramáticos deve ser, antes de tudo, planejada de acordo com a
pertinência dos objetivos que se deseja desenvolver e efetuado um diagnóstico eficaz das
necessidades advindas do grupo, considerando a fase da matriz em que ele se encontra.
O jogo dramático tem portanto, toda uma fundamentação teórica para ser aplicado.
Ele jamais pode ser aplicado de forma aleatória. O uso do jogo possibilita avaliar a
dinâmica de cada participante e a sua respectiva fase da Matriz. Além disso,
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Todo jogo é psicodiagnóstico, uma vez que não se restringe apenas à inserção do indivíduo no grupo e
à qualidade de suas inter-relações, mas possibilita também avaliar suas características emocionais
através de suas atitudes e condutas, haja vista que cada jogo tem critérios específicos para isso.
(YOZO, 1996:28)
3.3. Tipos de Jogos Dramáticos e correlação dos jogos dramáticos à luz da teoria
da matriz de identidade
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pré-inversão, uma vez que não há a troca de papéis efetivamente, isto é, principia
o colocar-se no lugar do outro. Não se exige ainda a reciprocidade que permeia a
inversão de papéis.
Terceira fase da matriz de identidade. Os jogos nessa fase, envolvem trabalhos com
duplas, trios, quartetos, até o grupo todo, que avaliam o nível de comunicação e
integração entre os participantes. Os jogos dramáticos que exigem a construção de
personagens se enquadram nesta fase. Os jogos nessa fase envolvem contato físico
entre as pessoas sem características ameaçadoras. O protagonista é o próprio grupo sem
deixar de avaliar a dinâmica de cada indivíduo; há a inserção do indivíduo pelo indivíduo
(EU COM O OUTRO) e a sua inter-relação com o grupo (EU COM TODOS). Usa-se o
role-playing e role-creating.
Fase do Eu-comigo:
Fase do Eu e o outro:
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Contexto grupal: constituído pela realidade do grupo. É nele que se propõe e se delineia o
trabalho do jogo. Pode representar a miniatura ora de uma família, ora da sociedade. E
caracterizado pelo próprio grupo com o qual se está trabalhando. Dele resgatam-se seus
costumes, normas e condutas propriamente ditas, além do caráter emocional, desejos e
fantasias que permeiam o chamado co-inconsciente do grupo. Elementos tais como
movimentação, gestual dos participantes, expressão facial, também são indicadores
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objetivos que se apresentam no contexto grupal. Não é por acaso que esse contexto seja
estudado pela sociometria e sociodinâmica. É constituído pelo próprio grupo (diretor, egos e
participantes).\
O diretor é o responsável pelo jogo dramático. Estabelece as regras, verificando que estas
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O auditório é o local onde as pessoas, que se encontram fora do campo dramático, mas
dentro do contexto grupal, estão reunidas e assistindo a ação dramática
Quanto às etapas:
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Em linhas gerais podemos afirmar que os jogos podem ser aplicados a diversas
situações de trabalho que objetivem criar ambientes propícios para a ampliação da
percepção sobre a realidade ou contribuir para a promoção de relações saudáveis;
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dificilmente percebidos.
A utilização dos jogos dramáticos nas Organizações deve ser, antes de tudo,
planejada de acordo com a pertinência do conteúdo programático que se deseja desenvolver
e efetuado um diagnóstico eficaz das necessidades, considerando a fase da matriz em que o
grupo se encontra.
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Os jogos dramáticos podem ser utilizados em sala de aula. Resultados dessa prática
foram constatados uma vez que essa utilização favorece o processo de interação grupal;
promove a sensibilização e a abertura necessária para o aprendizado; oportuniza a análise
comparativa entre a situação vivida no jogo e a abstração teórica e promove insights
terapêuticos.
O método psicodramático envolve os aspectos técnico, cognitivo e afetivo, emocional e
humano da aprendizagem. A sua aplicação é capaz de acrescentar algo mais à vida daquele
que aprende ou apreende.
O pressuposto básico da metodologia psicodramática é o de que promove a
verdadeira aprendizagem, uma vez que reúne os aspectos afetivos com os cognitivos a ela
vinculados.
O campo de aplicação do trabalho psicodramático, e em particular, do jogo dramático,
no universo pedagógico é muito vasto. O psicodrama pode ser usado no aprendizado do
ensino formal, mas ele extrapola esse conteúdo e se espraia na reflexão sobre o ser humano
em sua totalidade.
Sua utilização favorece o processo de interação grupal; promove a sensibilização e a
abertura necessária para o aprendizado; oportuniza a análise comparativa entre a situação
vivida no jogo e a abstração teórica e contribui para promover insights terapêuticos.
Esse tipo de intervenção na realidade exige do profissional um forte comprometimento
com novas formas de pensamento e fundamentalmente a habilidade para interagir com
autenticidade.
Para o diretor de jogos, mais do que conhecer uma série de teorias e conceitos
técnicos, observar e imitar, ou ainda, sistematizar a aprendizagem pelo ensaio-e-erro, deve
buscar seu autodesenvolvimento de forma permanente.
O diretor/facilitador deve estar aberto para experimentar situações novas a todo o instante.
Outra atitude que deve ser desenvolvida é a capacidade de inversão de papéis, isto é, de ter
condições de se “colocar no lugar do outro”, compreendendo - de fato - suas dificuldades e
limites, assim como suas facilidades e habilidades, podendo assim, desenvolver uma relação
mais “saudável”, espontânea, com uma percepção e comunicação propícia ao crescimento
mútuo.
Outra atitude que deve ser cultivada é a de estar disposto e pronto para a ação. De
nada adianta o desenvolvimento das posturas anteriores, se não estou disposto a agir. A
disposição para a ação implica em assumir responsabilidades Responsabilidade é o poder
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GRAMIGNA, Maria Rita M. Jogos de Empresa. São Paulo, Makron Brooks, 1997.
YOZO, Ronaldo Yudi K. 100 Jogos para Grupos: Uma Abordagem para
Empresas, Escolas e Clínicas. São Paulo: Ágora, 1996.
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