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OBSERVAÇÃO NA ESCOLA 34
OBJETIVOS DA BRINQUEDOTECA 72
TIPOS DE BRINQUEDOTECAS 75
ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS 81
Referências 99
Educação especial
A Educação Especial é o ramo da educação voltado para o atendimento e
educação de pessoas com alguma deficiência. Preferencialmente em instituições de
ensino regulares ou ambientes especializados (como por exemplo, escolas para
surdos, escolas para cegos ou escolas que atendem a pessoas com deficiência
intelectual). São também considerados público-alvo dessas escolas crianças com
transtornos globais de desenvolvimento ou com altas habilidades/superdotação de
acordo com o art. 58 da Lei de diretrizes e bases da educação nacional, nº 9394 de
20 de dezembro de 1996, que diz:
“Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de
educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para
educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades ou superdotação.”
A educação especial é uma educação organizada para atender especifica e
exclusivamente alunos com determinadas necessidades especiais. Algumas escolas
dedicam-se apenas a um tipo de necessidade, enquanto outras se dedicam a
vários. O ensino especial tem sido alvo de críticas por não promover o convívio
entre as crianças especiais e as demais crianças. Por outro lado, a escola
direcionada para a educação especial conta com materiais, equipamentos e
professores especializados. O sistema regular de ensino precisa ser adaptado e
pedagogicamente transformado para atender de forma inclusiva.
Assim, os objetivos da educação especial são os mesmos da educação em geral. O
que difere, entretanto, é o atendimento, que passa a ser de acordo com as
diferenças individuais do aluno.
Ela se desenvolve em torno da igualdade de oportunidades, atendendo às
diferenças individuais de cada criança através de uma adaptação do sistema
educativo. Dessa forma, todos os educandos podem ter acesso a uma educação
capaz de responder às suas necessidades. O Ensino Especial tem ganhado
visibilidade nas últimas duas décadas devido ao movimento de educação
inclusiva, mas tem sido também alvo de críticas por sua exclusividade e por não
promover o convívio entre as crianças especiais e as demais crianças.
O termo "educação especial" denomina tanto uma área de conhecimento quanto um
campo de atuação profissional. De um modo geral, a educação especial lida com
aqueles fenômenos de ensino e aprendizagem que não têm sido ocupação do
sistema de educação regular, porém têm entrado na pauta nas últimas duas
décadas, devido ao movimento de educação inclusiva. Historicamente, a educação
especial vem lidando com a educação e aperfeiçoamento de indivíduos que não se
beneficiaram dos métodos e procedimentos usados pela educação regular. Dentro
de tal conceituação, no Brasil, inclui-se em educação especial desde o ensino de
pessoas com deficiências, transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades/superdotação, passando pelo ensino de jovens e adultos, alunos do
campo, quilombolas e indígenas, até mesmo o ensino de competências
profissionais.
Assim, os objetivos da educação especial são os mesmos da educação em geral. O
que difere, entretanto, é o atendimento, que passa a ser de acordo com as
diferenças individuais do aluno.
Por outro lado, as escolas com educação especializada contam com materiais,
tecnologia, equipamentos e professores especializados. enquanto o sistema regular
de ensino ainda precisa ser adaptado e pedagogicamente transformado para
atender de forma inclusiva.
Dentre os profissionais que trabalham ou atuam em educação especial, estão:
educador especial, educador físico, pedagogo, psicólogo, fisioterapeuta,
fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, psicopedagogo, neuropsicopedagogo, dentre
outros.
Crianças com necessidades especiais são aquelas que, por alguma diferença no
seu desenvolvimento, requerem certas modificações ou adaptações
complementares ou suplementares no programa educacional,visando torná-las
autônomas e capazes de serem mais independentes possíveis para que possam
atingir todo seu potencial. As diferenças podem advir de condições visuais,
auditivas, mentais, intelectuais ou motores singulares, de condições ambientais
desfavoráveis, de condições de desenvolvimento neurológico, psicológico ou
psiquiátrico específicos.
Reuven Feuerstein afirma que a inteligência pode ser "ensinada".
A Teoria da modificabilidade cognitiva estrutural, elaborada por ele, afirma que a
inteligência pode ser estimulada em qualquer fase da vida, concedendo ao indivíduo
(mesmo considerado inapto) a capacidade de aprender. Seu próprio neto (portador
de síndrome de Down) foi auxiliado por seus métodos.
No Brasil, muitas são as dificuldades enfrentadas pelas pessoas com necessidades
especiais, dificuldades de acessibilidade e falta de tecnologias assistivas,
principalmente nas escolas que estão realizando a inclusão de alunos com
deficiências no ensino regular.
Ser uma criança especial é ser uma criança diferente, e essa diferença está também
no professor atuante na área ou seja fazer e ser diferente.
O princípio fundamental das escolas inclusivas consiste em que todos os alunos aprendem juntos,
sempre que possível, independentemente das dificuldades e das diferenças que apresentem. As
escolas devem reconhecer e satisfazer as necessidades diversas dos seus alunos adaptando-se aos
vários estilos e ritmos de aprendizagem, garantindo um bom nível de educação para todo, através
dos currículos adequados, de uma boa organização escolar, de estratégias pedagógicas, de
utilização de recursos e de uma cooperação com as várias comunidades (DECLARAÇÃO DE
SALAMANCA, 1994, p. 11).
[...] a brincadeira é uma atividade espiritual mais pura do homem neste estágio e, ao mesmo tempo,
típico da vida humana enquanto todo – da vida natural/interna do homem e de todas as coisas. Ela
dá alegria, liberdade, contentamento, descanso externo e interno, e paz com o mundo [...] a criança
que brinca sempre, com determinação autoativa, perseverando, esquecendo sua fadiga física, pode
certamente tornar-se um homem determinado, capaz de autossacrifício para de seu bem e dos
outros [...] O brincar, em qualquer tempo, não é trivial, é altamente sério e de profunda significação
(FROEBEL apud, KISHIMOTO, 1999, p. 23).
Quando as crianças de origem popular que frequentam uma sala de aula ativa contam sua jornada
na escola, seus pais podem ter a impressão de que os filhos brincam o dia inteiro, que não se exige
deles nenhum esforço, que não se impõe a eles nenhum limite e, portanto, que não aprendem nada.
A escola em que se aprende brincando, em que a aquisição dos conhecimentos não é sinônimo de
sofrimento, de esforço e de competição, é uma escola que, geralmente, a geração dos pais não
conheceu. Para aqueles que não estão familiarizados com as psicologias da moda, para aqueles cuja
experiência do trabalho escolar e profissional torna pouco crível e mesmo incompreensível à ideia de
que é possível aprender brincando, as novas pedagogias parecem pouco sérias. Sabe-se, em todas
as classes sociais, que ela sem dúvida pretende tornar as crianças mais felizes, fazer com que elas
vão à escola sem angústia, com prazer (PERRENOUD, 2001, p. 129).
.
Considerando um pouco a respeito das visões psicológicas em relação ao
jogo, Vygotsky (apud Moratori, 2003, p. 10), analisa que o lúdico influencia
fortemente o desenvolvimento da criança. “É através do jogo que a criança aprende
a agir, sua curiosidade é estimulada, adquire iniciativa e autoconfiança, proporciona
o desenvolvimento da linguagem, do pensamento e da concentração.” Sob esse
enfoque se institui uma conexão ativa entre o jogo e a aprendizagem, na qual o
desenvolvimento cognitivo resulta da interação entre a criança e as pessoas com as
quais mantêm contatos regulares.
No que diz respeito à concepção piagetiana, os jogos se estabelecem como
um exercício das ações individuais já aprendidas, gerando um sentimento de prazer
pela ação lúdica em si e pelo domínio sobre as ações. “Portanto, os jogos têm dupla
função: consolidar os esquemas já formados e dar prazer ou equilíbrio emocional à
criança.” (PIAGET apud MORATORI, 2003, p. 10).
Sintetizando os conceitos psicológicos supracitados, Flemming (2004, p. 5)
pondera que “a Teoria de Piaget, pode auxiliar na adequação de jogos e a Teoria de
Vygotsky pode auxiliar no dimensionamento das regras do jogo, na adequação dos
jogos competitivos e em equipes.”
A descontração promovida pelo ato de brincar auxilia a criança a vencer
etapas e dificuldades. A esse respeito Cordazzo e Vieira (2007) consideram que:
Algumas vezes as crianças não alcançam um determinado rendimento
escolar esperado, ou apresentam algumas dificuldades de aprendizagem
porque determinados aspectos do seu desenvolvimento estão em déficit
quando comparados com sua idade cronológica. Nestes casos, a
brincadeira é uma ferramenta que pode ser utilizada como estímulo dos
processos de desenvolvimento e de aprendizagem. Alguns exemplos de
brincadeiras que estimulam o desenvolvimento físico e motor podem ser: os
jogos de perseguir, procurar e pegar. A linguagem pode ser estimulada
pelas brincadeiras de roda e de adivinhar. O aspecto social pode ser
estimulado pelas brincadeiras de faz-de-conta, jogos em grupos, jogos de
mesa e as modalidades esportivas. O desenvolvimento cognitivo pode ser
estimulado com a construção de brinquedos, com os jogos de mesa, de
raciocínio e de estratégia. (...) A brincadeira é uma ferramenta suporte para
estimular o desenvolvimento infantil e a aprendizagem no contexto escolar.
(CORDAZZO; VIEIRA, 2007, p. 9).
Partindo desse pressuposto, o professor não deve adotar uma postura radical
frente à utilização dos jogos, mas antes, compreender a dinâmica e eficácia de sua
aplicação, conforme descrito a seguir:
É válido ressaltar que não existem receitas que garantam uma aprendizagem
significativa. No entanto, cabe ao professor buscar novos métodos, novas atitudes;
elaborando aulas diversificadas, onde o lúdico e o concreto estejam presentes como
recursos metodológicos. Dessa forma é possível construir um processo ensino
-aprendizagem que possibilite ao aluno contextualizar o conteúdo com as atividades
desenvolvidas no seu cotidiano, ao passo que assimila a importância dos conteúdos
ministrados. “Um dos objetivos da escola é a formação de cidadãos críticos e com
capacidade de resolver problemas. Então, a postura do professor e suas
intervenções devem ser direcionadas para que isso aconteça”. (GERMANO, 1999,
p.222).
É primordial que o aluno se apresente como um sujeito ativo na construção de
sua aprendizagem e não um simples espectador. Para tanto, faz-se necessário que
se disponibilize um espaço onde os conflitos e as diferenças se
explicam,promovendo a construção de novas formas de ver, sentir, entender,
organizar e
representar o mundo, respeitando as diferenças. Na sociedade atual, cresce a
reivindicação pela participação e autonomia, mediante o desejo de afirmação da
singularidade de cada um. Isso significa encarar os problemas do sistema
educacional como um todo, assumindo a escola como instância social de
contradições que propiciam o debate construtivo, promovendo efetivas
aprendizagens na formação de cidadãos.
Nenhuma criança brinca só para passar tempo, sua escolha é motivada por processos íntimos,
desejos, problemas, ansiedades. O que está acontecendo com mente da criança determina suas
atividades lúdicas; brincar é sua linguagem secreta, que devemos respeitar mesmo se não a
entendemos. (GARDNEI apud FERREIRA; MISSE; BONADIO, 2004, p. )
Para Vygotsky (1998), aprendizagem está interligada desde o primeiro dia de vida.
Dessa forma que o aprendizado da criança, em relação a brincadeira “[...] devido a
agenda diária as crianças têm vivenciado pouco as brincadeiras, prejudicando seu
desenvolvimento [...]” É preciso insistir no ato de brincar não é fundamental somente
para o desenvolvimento no ensino, mas também para desenvolver a identidade,
autonomia do indivíduo, promovendo a comunicação semeando a inclusão de uma
forma mais ampla, garantindo que através da brincadeira a criança possa se
expressar com mais facilidade potencializando sua imaginação (LOPES, 2006).
Segundo (VYGOTSKY, 1997 ), as crianças com necessidades especiais o seu
desenvolvimento difunde-se mais na área das funções superiores, do que nas áreas
inferiores. Nessa estrutura, salienta-se que as funções superiores são mais
educáveis, que as funções superiores estão ligadas ao orgânico, enquanto que os
elementares são fulminados pelos grupos sociais. Através do brincar, é possível
ensinar coisas essenciais para a vida diária de uma criança com necessidades
específicas como atravessar uma rua, comer alimentos saudáveis, higiene pessoal,
rotinas do dia-a-dia, podendo realizar sem nenhuma ou com pouca ajuda (LOPES,
2006). A brincadeira tem que ser feita de uma forma que a criança sinta-se a
vontade, para assimilar os pontos positivos, para ela a brincadeira quando se torna
entediante, desagradável ela não consegue contemporizar de forma positiva por
isso o profissional tem que estar atento, para não frustrar a criança de modo que ela
não queira mais participar (BORGES,1994). A prática cotidiana prova nos dias de
hoje, que essas atividades vêm aumentando e ganhando espaço nas escolas, mas
vale lembrar que mesmo que tenha muito conhecimento desses recursos, sem
realizá-los de forma coerente não vai servir de nada, lembrando que o papel do
professor é de total importância, é ele que irá mediar as brincadeiras, impor as
regras e espaços e respeito entre os colegas (BRAGA, 2005).
LEIS E POLÍTICAS NA EDUCAÇÃO ESPECIAL
Nas leis temos a concretização dos nossos direitos, direitos estes que foram
garantidos através de muita luta da população ao longo dos anos. E isso não foi
diferente para os portadores de necessidades especiais, para que tivessem seus
direitos garantidos, serem respeitados, vistos como cidadãos. Para isso, também
teve que ocorrer manifestações da sociedade, o povo teve que expressar sua
indignação perante o governo para que esse começasse a ver os deficientes como
parte da sociedade. Foi necessária a manifestação da sociedade e do mundo em
geral que não aceitava mais a exclusão dos portadores de necessidades no
ambiente social, do fato deles, muitas vezes, terem seus direitos negados pelo
governo. Em meio a manifestações nacionais e internacionais é que começou a
ocorrer mudança, na qual se começava a visualizar o deficiente como sujeito, como
qualquer outro na sociedade, que tem limitações leves ou severas, mas,
independente das limitações, devem ser respeitados por todos, e terem seus
direitos garantidos perante a lei. Além de alguns acontecimentos em favor da
inclusão do deficiente, ocorreu a organização de congressos internacionais
importantes para se discutir ações em favor dos portadores de necessidades
especiais. Desses congressos três, declarações importantes foram promulgadas,
que aprovaram conquistas para todas as pessoas, independente de terem ou não
alguma deficiência, seja ela motora, sensorial, intelectual. Os encontros
internacionais originaram as seguintes declarações: a Declaração Universal dos
Direitos do Homem (1948); Declaração Mundial de Educação para Todos (1990); e
a Declaração de Salamanca (1994). A Declaração Universal dos Direitos do Homem
não é exatamente uma lei, porém estabelece direitos a humanidade, independente
dos aspectos referente à nacionalidade, religião, cor, sexo, política, enfim, de uma
forma mais abrangente esclarece em um documento oficial os direitos comuns para
todos os cidadãos, inclusive a garantia de educação para todos, sendo assim,
incluiu os educandos que têm alguma deficiência. Vejamos abaixo alguns
fragmentos dessa declaração.
Todo ser humano, em todas as suas dimensões, é o centro e o foco de qualquer movimento para a
sua promoção. O princípio é válido, tanto para as pessoas normais e para as ligeiramente afetadas
como, também, para as gravemente prejudicadas, que exijam uma ação integrada de
responsabilidade e de realizações pluridirecionais. Todo ser humano conta com possibilidades reais,
mínimas que sejam, de alcançar pleno desenvolvimento de suas habilidades e de adaptar-se
positivamente ao ambiente normal. (DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DO HOMEM apud
CORRÊA, 2005, p.55-56)
Todas as crianças têm direito fundamental à educação e deve ser dada a oportunidade de obter e
manter um nível adequado de conhecimento. Cada criança tem características, interesses,
capacidades e necessidades de aprendizagem que lhes são próprias. Os sistemas educativos devem
ser projetados e os programas aplicados de modo que tenham em vista toda a gama dessas
diferentes características e necessidades. As pessoas com necessidades educativas especiais
devem ter acesso à escola regular que deverão integrá-las numa pedagogia centrada na criança,
capaz de atender a essas necessidades. As escolas regulares, com essa orientação integradora,
representam os meios mais eficazes de combater as atitudes discriminatórias, criando comunidades
acolhedoras, construindo uma sociedade integradora e alcançando educação para todos, além de
proporcionar uma educação efetiva à maioria das crianças e melhorar tanto a eficiência como a
relação custo-benefício de todo o sistema educativo. (UNESCO, 1994)
Constituição Federal, Título VIII. Art. 208 III – atendimento educacional especializado aos portadores
de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino; IV –inciso 1º- O acesso ao ensino
obrigatório e gratuito é direito público e subjetivo. V – Acesso aos níveis mais elevados do ensino, da
pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um;
Podemos perceber que é dever do governo oferecer ensino gratuito, inclusive para
os educandos portadores de necessidades especiais. A Constituição de 1988 deixa
claro que o ensino deve ser oferecido em uma rede regular, e que sejam
desenvolvidas as capacidades desses alunos, respeitando seus limites sejam eles
físicos, mentais, sensoriais. Atualmente a nossa legislação descreve no Capítulo V,
os direitos dos educandos especiais, nos art. 58,59 e 60, artigos estes que
encontramos na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que incluiu em 20
de dezembro de 1996, a educação especial no contexto efetivo da educação em
âmbito nacional. Nesses artigos deixa-se claro a educação para os portadores de
necessidades especiais, como devem ser as formas de organização no território
nacional. Como podemos verificar abaixo no capítulo V.
Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação
escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de
necessidades especiais. § 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola
regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação especial. § 2º O atendimento
educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das
condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino
regular. § 3º A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na faixa etária
de zero a seis anos, durante a educação infantil. Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos
educandos com necessidades especiais: I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e
organização específicos, para atender às suas necessidades;
II - terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão
do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo
o programa escolar para os superdotados; III - professores com especialização adequada em nível
médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular
capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns; IV - educação especial para o
trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em sociedade, inclusive condições adequadas
para os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante articulação
com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas
áreas artística, intelectual ou psicomotora; V - acesso igualitário aos benefícios dos programas
sociais suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino regular. Art. 60. Os órgãos
normativos dos sistemas de ensino estabelecerão critérios de caracterização das instituições
privadas sem fins lucrativos, especializadas e com atuação exclusiva em educação especial, para
fins de apoio técnico e financeiro pelo Poder Público. Parágrafo único. O Poder Público adotará,
como alternativa preferencial, a ampliação do atendimento aos educandos com necessidades
especiais na própria rede pública regular de ensino, independentemente do apoio às instituições
previstas neste artigo. (LDBEN, 1996)
Além das leis que acima foram brevemente apontadas para termos uma ciência da
evolução da legislação e políticas voltadas para os portadores de necessidades
especiais, das conquistas legais, podemos verificar alguns direitos também no
Estatuto da criança e do adolescente (ECA), lei federal nº 8069/90, no art.54.
Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente: III – atendimento educacional
especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino;
Art.15. A criança e o adolescente têm direito a liberdade, ao respeito e a dignidade como pessoas
humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais
garantidos na Constituição.
Art. 2o Cabe aos órgãos e às entidades do Poder Público assegurar à pessoa portadora de
deficiência o pleno exercício de seus direitos básicos, inclusive dos direitos à educação, à saúde, ao
trabalho, ao desporto, ao turismo, ao lazer, à previdência social, à assistência social, ao transporte, à
edificação pública, à habitação, à cultura, ao amparo à infância e à maternidade, e de outros que,
decorrentes da Constituição e das leis, propiciem seu bem-estar pessoal, social e econômico.
(DECRETO, nº3. 298/99, da lei nº7. 853/89)
OBSERVAÇÃO NA ESCOLA
Essa pesquisa tem caráter qualitativo e conta com as observações das práticas dos
docentes e discentes no cotidiano da escola como forma de coleta de dados. Sendo
assim, o trabalho de campo desta pesquisa foi realizado em uma escola municipal
de Niterói, que existe desde 2004, no qual se trabalha com o processo de inclusão
do alunado que tem alguma limitação. Esta instituição de ensino não terá o nome
identificado, igualmente não será identificado o nome das professoras e dos
educandos. O trabalho de observação realizado nesta escola durou três meses,
com visitas duas vezes por semana especificamente para a realização desta
pesquisa.
Relacionar estas observações às teorias aqui apresentadas sobre educação
inclusiva e ludicidade foi o ponto central deste trabalho de modo a atingir o principal
objetivo expresso no próprio título da monografia: a ludicidade no processo de
inclusão de alunos especiais no ambiente educacional. A escola escolhida como
lócus da pesquisa trabalha com o processo de inclusão, tendo alunos com várias
deficiências, cadeirantes, com paralisia cerebral, deficiência múltipla, surdo, enfim,
no total a escola tem no primeiro segmento do ensino fundamental 40 alunos do 1º
ciclo e 45 alunos do 2º ciclo. Os alunos com alguma limitação estão inseridos em
uma classe regular juntamente com os educandos “normais”, para que haja
interação entre eles, colaborando para a socialização do alunado especial. A
observação foi realizada em uma turma do 4º ano do primeiro segmento do ensino
fundamental. Os alunos têm mais ou menos a mesma faixa etária, no caso do aluno
cadeirante que está incluído nesta classe, ele é três anos mais velho que a média
da turma, que é de nove a dez anos, mas, fisicamente, ele aparenta ter onze anos.
Ele tem um desenvolvimento cognitivo satisfatório, a sua deficiência não afetou a
parte cerebral.
O educando em questão sabe ler e escrever, porém, muitas vezes, ele
demora para terminar as atividades, então é respeitado o tempo do educando, a
professora de apoio não força, vai conversando, estimulando para que ele prossiga
nas atividades. É importante que o educando portador de necessidade especial
conviva com outras crianças da sua idade, pois a inclusão dele no ambiente escolar
traz benefícios tanto para ele como para os demais alunos ditos “normais”, que vão
conviver com o “diferente”, vão respeitá-los, independente do grau de deficiência do
colega. Foi isso que pude observar nesta escola.
Alunos jogando dama durante a aula de educação física
... a ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não pode ser vista
apenas como diversão. O desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a aprendizagem, o
desenvolvimento pessoal, social e cultural, colabora para uma boa saúde mental, prepara para um
estado interior fértil, facilita os processos de socialização, comunicação, expressão e construção do
conhecimento. (SANTOS, apud SANTOS, 1997, p12)
Outros jogos também são realizados por todos com muito prazer como o
boliche, o basquete. Nesse a professora trabalha visando um pouco o aluno
cadeirante no aspecto físico para que ele possa tonificar a musculatura do braço,
para que assim ele possa conduzir a cadeira com mais agilidade futuramente sem
precisar do auxílio de nenhum colega. Essas atividades fazem com que eles se
ajudem e proporciona à socialização dos alunos no ambiente escolar, com isso o
aluno está sendo incluído de forma natural. Como diz o PCN, a participação do
aluno especial na aula de educação física “pode trazer muitos benefícios a essas
crianças, particularmente no que diz respeito ao desenvolvimento das capacidades
afetivas, de integração e inserção social” (PCN, p.32).
A turma desse aluno cadeirante é bem acolhedora, atenciosa, eles
interagem bem seja na sala de aula, na aula de educação física, no recreio, “a
receptividade de uma criança por outra é um fenômeno natural” (CHATEAU, 2004,
p.48), enfim, como a própria professora de educação física disse: essa turma é bem
receptiva, mostrando assim que esse educando está incluído no meio educacional,
pois a inclusão não é simplesmente o sujeito estar presente naquele ambiente de
forma passiva, mas participar, interagir com os outros que estão naquele meio
educativo e social, aprendendo, se desenvolvendo a partir dessa interação que
ocorre durante a ação do brincar ou jogar, que é importantíssimo para o
desenvolvimento motor, afetivo, social do sujeito, e que logo contribui para essa
inclusão do alunado que tem uma limitação.
Alunos realizando uma atividade livre, na qual um aluno cadeirante de outra turma também estava presente
Reconhecemos que trabalhar com classes heterogêneas que acolhem todas as diferenças
traz inúmeros benefícios ao desenvolvimento das crianças deficientes e também as não deficientes,
na medida em que estas têm a oportunidade de vivenciar a importância do valor da troca e da
cooperação nas interações humanas. (MIRANDA, 2003, p. 6)
Certamente a inclusão do educando portador de necessidades especiais é
algo que acontece de forma gradual nesta instituição de ensino. Em nenhum
momento houve a separação do mesmo dos demais estudantes, e nenhum tipo de
discriminação, inferiorização do aluno especial, e sim o respeito, a afetividade de
todos, contribuindo assim para sua interação no ambiente educacional.
De maneira geral, a inclusão ocorre nessa escola, sendo que o aspecto
lúdico, pelo que foi observado, acontece com mais intensidade durante as aulas de
educação física, porque nesse momento há um contato maior entre os alunos, não
tem que ser trabalhado conteúdos fixos, a professora pode apresentar atividades
variadas para trabalhar a coordenação motora, para desenvolver a parte afetiva,
social do aluno, enfim, durante o brincar/jogar a criança aprende direta ou
indiretamente, a respeitar o outro, aprende regras etc, segundo Chateau “é pelo
jogo, pelo brinquedo, que crescem a alma e a inteligência” da criança. (p.14)
Como está estabelecido nos Parâmetros Curriculares Nacionais de educação
física, esta tem como proposta “procura democratizar, humanizar e diversificar a
prática pedagógica da área, buscando ampliar, de uma visão apenas biológica, para
um trabalho que incorpore as dimensões afetivas, cognitivas e socioculturais dos
alunos” (p.15), por isso essa aula possibilita mais a interação dos sujeitos no
ambiente educacional, contribuindo para a formação e inserção do aluno no meio
social. Hoje a educação física tem uma visão mais ampla, não está direcionada
somente para a parte da saúde do sujeito, mas para uma cultura corporal, pois:
...o professor pode fazer adaptações, criar situações de modo a possibilitar a participação
dos alunos especiais. Uma criança na cadeira de rodas pode participar de uma corrida se for
empurrada por outra e, mesmo que não desenvolva os músculos ou aumente a capacidade
cardiovascular, estará sentindo as emoções de uma corrida. (PCN, p.32)
Além desse aluno cadeirante do 4º ano que foi observado, essa professora
trabalha com outros alunos deficiências de outras turmas, durantes algumas
conversas ela relatou que as adaptações são mais necessárias para os alunos
maiores, por exemplo, e para os que têm deficiência auditiva, nas brincadeiras
sonoras, como chicotinho queimado para que os alunos surdos pudessem interagir
com os outros, era dado um tapinha nas costas e dois era para o aluno correr. Além
dessa brincadeira a professora procura levar para o ambiente escolar outras
brincadeiras ou jogos para que os alunos independente da limitação tenham um
contato mais diversificado de atividades lúdicas.
Para trabalhar melhor alguma atividade lúdica com os alunos não ouvintes e
os ditos “normais” a professora às vezes conversa com um professor da instituição
que tem deficiência auditiva e também é formado em educação física, para saber se
a brincadeira ou jogo que ela pretende desenvolver com a turma, será bem aceita,
se os alunos que tem essa limitação vão gostar se vão interagir com os demais.
Pelas observações feitas na escola os alunos que têm alguma limitação participam
das atividades lúdicas que são desenvolvidas pela professora, interagem bem com
os outros alunos. Podemos perceber isso nas palavras da própria professora: eles
interagem bem, não tem muito problema não.
Percebe-se, de fato, que estão totalmente incluídos no ambiente escolar,
principalmente pelo fato deles sentirem-se como parte integrante do meio no qual
eles convivem. Essas atividades, além de possibilitarem a socialização,
desenvolvem os aspectos motor, afetivo, intelectual, social.
A ludicidade nessa escola está mais presente na aula de educação física
como consta nos Parâmetros Curriculares Nacionais na parte de portadores de
deficiência física “a aula de educação física pode favorecer a construção de uma
atitude digna e de respeito próprio por parte do deficiente e a convivência com ele
pode possibilitar a construção de atitudes de solidariedade, de respeito, de
aceitação, sem preconceitos.” (PCN, p32) Como podemos notar, a atividade lúdica
está presente na instituição de ensino e contribui para o processo de inclusão do
educando especial, “o jogo naturalmente contribui para a prosperidade do grupo
social” (HUIZINGA, p.12), visto que esse se sente bem no ambiente escolar,
participa das atividades sem nenhum problema, interage com os demais, se diverte,
gosta da ação do brincar/jogar dessa liberdade e espontaneidade que a ação
proporciona a todos além da aprendizagem, fazendo com que o respeito e aceitação
do alunado que tem alguma limitação encontra-se presente nesse meio de
aprendizagem e socialização do sujeito.
ESTRATÉGIAS LÚDICAS NA APRENDIZAGEM
DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
Pessoas com deficiência intelectual são aquelas que possuem incapacidade caracterizada por
limitações significativas no funcionamento intelectual e no comportamento adaptativo e expressa nas
habilidades práticas, sociais e conceituais, manifestando-se antes dos dezoito anos de idade.
(PARANÁ, 2011, p. 1).
Essa definição propõe que essa deficiência deve ser compreendida como
uma interação entre o funcionamento intelectual e as suas relações com contexto
social, isto é, que as limitações deixem de ser observadas somente como
dificuldade exclusiva da pessoa deficiente intelectual.
Assim, como afirma Vygotsky (1989), é fundamental focar as potencialidades
destes sujeitos e não a reabilitação dos defeitos. Este aluno deve ser estimulado a
explorar o mundo, a interagir com o outro, a expor sua opinião e desejos, e as
atividades lúdicas oferecem grandes oportunidades para isso.
De modo geral, o deficiente intelectual tem dificuldade para perceber as
características dos objetos, dos fenômenos e das ações, mas a defasagem e
alterações nas estruturas mentais para a construção do conhecimento não são
concebidas como ausência de capacidade de abstração, generalização ou aptidão.
A utilização do jogo como recurso didático pode contribuir para o aumento
das possibilidades de aprendizagem do escolar com deficiência intelectual, pois,
através desse recurso, ele poderá vivenciar corporalmente as situações de
ensino-aprendizagem, desenvolvendo sua criatividade e expressividade, interagindo
com outras pessoas, exercendo a cooperação e aprendendo em grupo.
Sendo assim, em relação à prática docente, o professor deve prestar um
atendimento individualizado que favoreça o seu desenvolvimento cognitivo, motor e
afetivo, com vistas à inclusão desse aluno com deficiência intelectual não só na
turma comum de ensino, mas também na sociedade.
ÁREAS DO DESENVOLVIMENTO
ÁREA COGNITIVA
Os órgãos dos sentidos recebem os estímulos do meio exterior e os conduzem aos centros
nervosos correspondentes a cada um deles. Estes centros nervosos, por sua vez, estão intimamente
relacionados com os centros motores, voluntários e involuntários e com os centros de memória e
aprendizagem. (DROUET, 2006, p.110)
O aluno que tem deficiência olfativa não sente odor e provavelmente afetará
seu paladar. Portanto, poderá não sentir prazer nas refeições, o que causará
inapetência, levando-o a enfraquecer e a prejudicar-se na aprendizagem.
Alterações adicionais poderão ser observadas, por exemplo, quando da
exigência de discriminação dos cheiros das diferentes substâncias nas aulas de
Ciências. As queimaduras ou acidentes que prejudicam as terminações nervosas
das mãos e dos pés são denominados de deficiência tátil. Logo, o aluno que
apresenta deficiência nestas áreas poderá ter dificuldades em sentir as texturas das
superfícies, ter a noção de quente e frio e a percepção tátil das formas.
Quanto à visão, se a criança sofrer algum trauma nos globos oculares, ou for
portadora de malformação embrionária e esses órgãos apresentarem qualquer
deficiência em sua estrutura ou posição, ela poderá ter algum tipo de deficiência
visual temporária ou permanente.
Portanto, a capacidade de visão dos alunos deve ser constantemente
observada através das seguintes condições: a aparência dos olhos, as reclamações
e o comportamento das crianças e, ainda, pelo rendimento escolar e através de
testes de seleção visual. Já a audição tem sua formação no aparelho auditivo, que é
constituído por orelha externa, orelha média e orelha interna, sendo chamados de
ouvidos. Qualquer perturbação de uma dessas três orelhas dificulta ou impedirá um
bom desempenho escolar. O maior distúrbio da audição é a surdez, que pode ser
congênita ou adquirida.
Entretanto, os distúrbios de audição às vezes passam despercebidos tanto
pelos pais quanto pelos professores. Conclui-se que os órgãos de sentidos recebem
os estímulos do meio exterior e os conduzem aos centros nervosos
correspondentes a cada um deles. Qualquer situação que afete os órgãos
responsáveis pela visão, audição, gustação, olfato, tato, equilíbrio, reflexo postural
ou os respectivos sistemas de condução entre esses órgãos e o sistema nervoso,
causará problema no modo do aluno captar as mensagens do mundo exterior e,
portanto, dificuldade para ela compreender o que se passa ao seu redor.
Percepção:
Segundo Campos (1983), qualquer interpretação dada aos estímulos sensoriais, por
quem percebe, é determinada por sua experiência anterior, por seu interesse pelos
estímulos no momento, ou seja, sua motivação, sensibilidade dos órgãos dos
sentidos para aqueles estímulos particulares e pela organização e integração.
A percepção leva à aquisição de conhecimentos específicos a respeito dos
objetos, pessoas e fatos, diretamente através da estimulação dos órgãos dos
sentidos. Diante disso, a percepção é a consciência da sensação, incluindo o
significado e interpretação que acompanham a experiência associada ao processo
iniciado pelo estímulo.
Vários fatores são envolvidos no processo de percepção, que é da maior
importância para a aprendizagem. Os fatores emocionais, a experiência anterior e o
estado emocional do momento vão provocar uma predisposição que influi nos
processos de percepção e de pensamento. Para que ocorra uma aprendizagem de
qualidade, torna-se necessário o desenvolvimento de alguns comportamentos
perceptivos nas diferentes vias de acesso ao mundo exterior, sendo elas: percepção
visual, percepção auditiva e percepção tátil.
“Na percepção visual, a criança por meio da visão percebe de uma só vez a
imagem do objeto na sua forma mais completa”. (PARANÁ, 1999, p. 36) Portanto, é
através do centro nervoso que chegam ao cérebro os estímulos visuais luminosos,
as cores, as formas e os tamanhos, tendo a percepção visual papel fundamental
para representação integral dos objetos, possibilitando a discriminação dos detalhes
e combinando as informações para a análise do objeto.
Na percepção auditiva, o ouvido recebe estímulos que através de uma complexa análise no
cérebro nos permite captar, discriminar e localizar fontes sonoras, logo a compreensão dos diferentes
estímulos auditivos (sons e ruídos). (PARANÁ, 1999, p. 36)
A atenção faz com que, entre muitos estímulos do meio ambiente, o indivíduo selecione e perceba
somente alguns aspectos ambientais. Vários fatores, tanto de estímulo, como no indivíduo,
contribuem para a focalização da atenção em alguns aspectos ambientais. (CAMPOS, 1983, p.54)
Memória:
Raciocínio:
Entende-se por raciocínio as formas de pensar, julgar e compreender as situações de vida diária,
através da resolução de problemas: coletando dados, levantando hipóteses, selecionando o melhor e
testando.(PARANÁ, 1999, p. 42)
Conceituação:
O corpo é o ponto de referência para que uma pessoa possa conhecer e interagir
com o mundo, pois através dele percebe-se como biológico e orgânico,
possibilitando a visão, a audição, o movimento e também permite expressar
emoções e estados interiores. Segundo Levin (1995), a imagem corporal é simples,
incomparável, incomensurável e própria de cada um, está ligada ao sujeito e sua
história, enquanto o esquema corporal é o que se pode dizer ou representar a
respeito do próprio corpo e da possibilidade de expressar-se por meio dele.
Desta forma, a imagem corporal está ligada intimamente à história do sujeito
e o esquema corporal estrutura-se através das sensações que são a ligação do
homem com o mundo externo, permitindo assim que a pessoa compreenda o
próprio corpo. A criança que conhece seu corpo é capaz de utilizá lo com precisão,
destreza e controle.
Lateralidade:
[...] posição no espaço (em que lugar a criança está? De frente, de costas, de lado, à
esquerda do objeto, à direita do objeto, em cima, sob, sobre); adaptação ao espaço (qual é a
necessidade física de um sujeito em determinados pontos que ele ocupa); relação perto-longe (qual é
a distância entre eu e um objeto? A noção de próximo, distante, muito distante, ao redor, e outras).
(ALMEIDA, 2004, p. 73)
Assim sendo, o professor pode propor atividades que contribuam para noção
de organização no dia (manhã, tarde e noite); noção de: antes / depois / agora /
ontem / hoje / amanhã / cedo / dias da semana / meses do ano / estações do ano
/ritmo e as datas comemorativas podem contribuir no estabelecimento destas
habilidades.
ÁREA AFETIVA-EMOCIONAL
ÁREAS DO CONHECIMENTO:
Para escrever é necessário que se realizem algumas operações cognitivas, sendo elas:
primeira: intenção; segunda: formulação de ideias como recursos da linguagem interna,
rememorando-se os símbolos; terceira: chamada de palavras à consciência; quarta: colocação das
palavras, segundo regras gramaticais; quinta: codificação utilizando a sequência da unidade
linguística; sexta: utilização dos símbolos gráficos e os fonéticos; sétima: chamada dos padrões
motores e oitava: práxis manual e escrita propriamente dita. (PARANÁ, 1999, p. 47)
CÁLCULOS MATEMÁTICOS:
[...] o ponto de partida da atividade matemática não é a definição, mas o problema. No processo de
ensino e aprendizagem, conceitos, ideias e métodos matemáticos devem ser abordados mediante a
exploração de problemas, ou seja, de situações em que os alunos precisem desenvolver algum tipo
de estratégia para resolvê-las. (BRASIL, 1997, p.43)
[...] escrita, leitura, visão, audição, criação e aprendizagem são capturados por uma
informática cada vez mais avançada. Nesse cenário, insere-se mais um desafio para a escola, ou
seja, o de como incorporar ao seu trabalho, apoiado na oralidade e na escrita, novas formas de
comunicar e conhecer. (BRASIL, 1997, p.46)
Desta maneira, associação da brincadeira e dos jogos com situações de ensino pode
desencadear, no aluno, um processo de interesse e significação na construção de novos conceitos
matemáticos, visto que ele terá que desenvolver estratégias para alcançar o objetivo do jogo.
(PARANÁ, 2010, p.162)
[...] São tarefas para a Brinquedoteca: deixar brincar, deixar criar, mais e mais, com vários
brinquedos e com muita variedade de materiais, desafiando e promovendo a inventividade,
resgatando assim o direito à verdadeira especialidade que é a de ser diferente e único. (CUNHA,
1994, p.80).
De acordo com Brasil (2006):
Como as moradias estão cada vez mais apertadas e os adultos cada vez mais ocupados,
surgiram as Brinquedotecas, que são espaços criados para favorecer a brincadeira, aonde as
crianças vão para brincar livremente com todo o estímulo à manifestação de suas potencialidades e
necessidades lúdicas. Lá, a criança pode viver plenamente sua dimensão que explode em
curiosidade e entusiasmo. (BRASIL, 2006, p.38).
[...] A Brinquedoteca pode a grosso modo ser dividida em três grupos distintos ( pedagógicos,
comunitário-sociais, clínicos e de saúde) quanto às perspectivas de sua aplicabilidade , mas
bastantes semelhantes em relação a função que cumprem: valorizar a atividade lúdica como meio de
atendimento as necessidades físico-motoras , cognitivas, sociais e afetivas das crianças, de forma a
estruturar um conceito positivo de mundo, no qual a afetividade é acolhida, a criatividade estimulada
e os direitos da criança respeitados. Em um primeiro grupo, encontram-se experiências com fins
pedagógicos – resgate do brincar como elemento essencial para o desenvolvimento integral da
criança em sua criatividade, em sua aprendizagem, em sua socialização, especialmente no ambiente
escolar. (AZEVEDO, 2008, p.75).
HISTÓRICO DAS BRINQUEDOTECAS
A atividade das Brinquedotecas teve um importante papel na intervenção precoce para que
crianças deficientes atingissem seu potencial máximo ao lhe proporcionar um lugar seguro e cheio de
brinquedos e, para seus pais, um local para relaxar. (OLIVEIRA, 2011, p.88)
OBJETIVOS DA BRINQUEDOTECA
A atmosfera criada pelo respeito ao lúdico e pela liberação da criatividade gera um clima de
afetividade extremamente salutar em que, adultos e crianças conseguem uma interação mais
espontânea. Os pais são levados a respeitar as necessidades lúdicas e afetivas de seus filhos e,
quando a criança leva um jogo que sabe manipular, está em realidade levando um objeto que
facilitará e enriquecerá o relacionamento interfamiliar. (CUNHA, 1988, p. 412).
Apresentam-se diferentes tipos de Brinquedoteca que oportunizam condições propícias para que a
criança “brinque bem”, mesmo diante de algumas dificuldades que possam existir, assim atende-se
as necessidades lúdicas e afetivas das crianças. “Apesar de qualquer deficiência, apesar de estar
hospitalizada, apesar de viver em situação de pobreza, a criança precisa brincar, caso contrário, o
seu desenvolvimento global, poderá ficar comprometido”. (CUNHA, 1994, p.81).
Brinquedoteca Comunitária: D
enomina-se Brinquedoteca Comunitária
quando a mesma localiza-se em uma propriedade pública com acesso livre à
comunidade, destinada ao empréstimo de material lúdico e oferecendo um ambiente
agradável para brincar, sem endereço fixo, funciona como uma Brinquedoteca
itinerante, circulando por vários lugares.
Brinquedoteca Psicopedagógica: Entende-se por Brinquedoteca
Psicopedagógica quando essa funciona no interior de uma em uma instituição
escolar, sendo em: creche, educação infantil, ensino fundamental ou médio ou
universidade como, laboratório pedagógico para os graduandos, ou em alguma
instituição assistencial como apoio educacional, em períodos extraescolares.
Para alegrar a criança durante a sua permanência no hospital foi criada a Brinquedoteca Hospitalar.
Lá a criança pode encontrar brinquedos para se distrair e, no caso de não poder deixar o leito, os
brinquedos serão levados até ela. (CUNHA, 1994, p.83).
OS DIFERENTES ESPAÇOS DA
BRINQUEDOTECA
Canto “fofo”: Canto da leitura ou de Contar histórias: Para Cunha (1994), esse é o
local ideal para se contar histórias, sugere-se colocar nesse ambiente tapetes e
almofadas, para que as crianças fiquem mais a vontade, caso desejarem ler um livro
ou ouvir uma história deitadas no chão. Nesse Canto, os livros são usados como
forma de brinquedos e não com a seriedade e importância com que seriam usados
em uma biblioteca infantil. Assim, as crianças entram em contato com os livros de
histórias de forma espontânea, alegre e prazerosa, estimulando e despertando
desde cedo na criança o gosto e o hábito pela leitura.
Nesse local a criança pode tecer , alinhar ou costurar; recortar e colar; rasgar, picar e amassar, como
o caso de fazer papel machê ; serrar e lixar pequenas peças de madeira; pintar com diversos
materiais, desde guache a tinta acrílica; enfim, manipular todo tipo de material dando asas à sua
imaginação.(GIMENES E TEIXEIRA, 2011, p.228 e 229).
Sucatoteca: Nesse ambiente guardam-se todos aqueles objetos que servirão para
confeccionar outros, como materiais reciclados e alternativos, lavados e
classificados, transformando-se assim em matéria-prima para a criação de outros
materiais ou brinquedos.
Acervo: Esse local possui estantes com jogos guardados ao alcance das crianças
para que as mesmas escolham o preferido e retirem um de cada vez. A
Brinquedoteca como instituição, representa o valor do brinquedo para o
desenvolvimento da criança, que tem direito ao brincar e contribui para a construção
de um mundo melhor e estreitando as relações humanas tornando-as mais sensível
e autêntica.
FABRICANTE: Grow
JOGO: Lince
FABRICANTE: Grow
TEMPO ESPERADO: 1 h, 2 vezes na semana TOTAL: 2 horas
EXPECTATIVA DA APRENDIZAGEM:
Áreas do desenvolvimento:
➢ Área cognitiva:
● percepção visual;
● atenção;
● memória visual.
➢ Área afetiva-emocional:
● socialização;
● assertividade;
● aceitação de regras e limites.
➢ Áreas do conhecimento:
● linguagens oral e escrita.
“Em todos os jogos em que estão persuadidas de que se trata apenas de
jogos, as crianças sofrem sem se queixar, rindo mesmo, o que nunca
sofreriam de outro modo sem derramar torrentes de lágrimas”. (Rousseau)
➢ Áreas do desenvolvimento:
➢ Área cognitiva:
● percepção visual
● atenção;
● memória;
● raciocínio;
● conceituação.
➢ Área afetiva-emocional:
● socialização;
● assertividade;
● aceitação de regras e limites.
➢ Áreas do conhecimento:
● cálculos matemáticos.
“Acredito que as atividades lúdicas educativas são uma das melhores opções
de aprendizagem e auxiliam no desenvolvimento da criança num todo”.
(Kraemer)
JOGO: Soletrando
FABRICANTE: Grow
TEMPO ESPERADO: 2 h e 30 min, 2 vezes por semana TOTAL: 5 horas
EXPECTATIVA DA
APRENDIZAGEM:
reas do desenvolvimento:
➢ Á
➢ Á rea cognitiva:
● p ercepção visual;
● sensação auditiva;
● atenção;
● memória visual e auditiva;
● raciocínio;
● conceituação.
➢ Área afetiva-emocional:
● socialização;
● aceitação de regras e limites;
● assertividade.
➢ Áreas do conhecimento:
● linguagens oral e escrita
“Os jogos educativos favorecem a atividade da criança, dando-lhe
oportunidade do trabalho pessoal, e satisfaz seu instinto natural que leva a
jogar com imagens e objetos coloridos”. (Brougére)
➢ Área cognitiva:
● percepção visual e auditiva;
● atenção;
● memória;
● raciocínio;
● conceituação.
➢ Área afetiva-emocional:
● socialização;
● assertividade;
● aceitação de regras e limites.
➢ Áreas do conhecimento:
● linguagens oral e escrita.
“O mediador deve desenvolver com o aluno uma relação de respeito mútuo,
de afeto e de confiança que favoreça o desenvolvimento de sua autonomia.”
(Ide)
JOGO: Rummikub
FABRICANTE: Grow
TEMPO ESPERADO: 2 h e 30 min, 2 vezes por semana TOTAL: 5 horas
EXPECTATIVA DA APRENDIZAGEM:
➢ Áreas do desenvolvimento:
➢ Área cognitiva:
● sensação;
● percepção visual e auditiva;
● atenção;
● memória;
● raciocínio;
● conceituação.
➢ Área afetiva-emocional:
● socialização;
● assertividade;
● aceitação de regras e limites.
➢ Áreas do conhecimento:
● matemática.
“Qualquer jogo empregado na escola, desde que respeite a natureza do ato
lúdico, apresenta caráter educativo e pode receber também a denominação
geral de jogo educativo”. (Kishimoto)
➢ Área afetiva-emocional:
● socialização;
● assertividade;
● aceitação de regras e limites.
➢ Áreas do conhecimento:
● linguagens;
● matemática.
“O jogo é um recurso do qual o mediador pode fazer uso para ajudar as
crianças com “dificuldade” de aprendizagem a se tornarem sujeitos
pensantes, participantes e felizes”. (Ide)
➢ Área motora:
● imagem e esquema corporal;
● lateralidade;
● estruturação e organização espacial;
● estruturação e organização temporal;
● tônus,
● postura e equilíbrio;
● coordenação dinâmica manual.
➢ Área afetiva-emocional:
● socialização;
● assertividade;
● aceitação de regras e limites.
➢ Áreas do conhecimento:
● linguagens;
● matemática.
DINÂMICA PARA TRABALHAR
PRECONCEITO E EXCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Didático-Pedagógicas
Educação especial
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.