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Feminismo e a
destruição das evidências”
Navarro swain, tania. Quem tem medo de Foucault?: Feminismo e a destruição
das evidências. Arquivo Kindle.
SWAIN, T. N. Quem tem medo de Foucault? Feminismo, corpo e sexualidade.
Espaço Michel Foucault. Disponível em: . Acesso em: 20 nov. 2010.
“A desconstrução das evidências”
- Aquilo que Foucault denomina “regime de verdade” faz circular enunciações
que instauram certezas e definem comportamentos. Desta forma, as verdades
que se instauram sobre o ser, sobre o bem e o mal, as crenças que os definem
são motores de violência na construção do social; a natureza é assim erigida
em humanidade, dividida segundo o sexo, ou a raça, fundamento de
hierarquias e totalitarismos, invocada por religiosos ou cientistas, ciosos em
preservar privilégios, definir competências, excluir ou subjugar parte da
população da cena política. Foucault já assinalava a rarefação do discurso, na
medida em que a palavra é tomada em lugares de autoridade e prestígio.
(Foucault, 1971)
- No caso das mulheres, definidas por seus corpos enquanto matrizes, a ideia
de natureza lhes designa um destino biológico, ancora seu ser em seus órgãos
reprodutores e neles fixa seus limites. A natureza humana é neste sentido, uma
construção política, amparo e fundamento de poder de uns sobre outros,
justificadora de escravidões e apropriações diversas. O senso comum, por sua
vez, é veiculo de representações sociais fixas, instalando imagens de feminino
e masculino no imaginário social como se fossem expressão precípua de uma
natureza imutável. Assenta asserções arbitrárias na repetição contínua de
chavões, em tradições construídas socialmente, mas invocadas como
fundadoras e evidentes.