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esquecimento
Marcia Tiburi
A improdutividade das mulheres - que não se esqueça - não pode ser avaliada
sem a procura por aspectos que tocam na fundamentação dos movimentos da
história. A alegação de que as mulheres tenham sido, ao longo do tempo, seres do
silêncio por sua própria natureza ou que, na divisão do trabalho, tenham ficado
com as tarefas do corpo, da procriação, da casa, da agricultura, da domesticação
dos animais, por questões sempre naturais, perde sua validade. A produção do
ideal da "natureza feminina", assim como de uma "natureza do homem" ou
mesmo uma "natureza humana" serve à delimitação do humano segundo a
utilidade necessária à constituição e ao interesse do poder e seus guardiões.
Os filósofos sempre tocaram com essa questão na produção do humano por meio
de sua definição. As mulheres sempre representaram mais do que a cultura
excluída da cultura, ou da cena dos meios de produção e do conhecimento:
as mulheres representam a humanidade excluída da humanidade.