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Neuroapostila - UFCSPA PDF
Neuroapostila - UFCSPA PDF
APOSTILA DE NEUROANATOMIA
Organizadores:
Arlete Hilbig e Laura Teixeira Canti
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Autores
Adriene Stahlschmidt – AD 2012
Amanda Backoff – AD 2012
André Reitz da Costa – AD 2013
Annelise Gonçalves – AD 2012
Antonia Pardo Chagas – AD 2015
Arlete Hilbig – Coordenadora da Disciplina de Anatomia
Beatriz Cristofaro Mantuan – AD 2015
Bruna Suzigan – AD 2012
Bruna s. Martins – AD 2012
Carla Martins – AD 2012
Clara Martins Milanezi – AD 2015
Daniel Luccas Arenas – AD 2017
Dante Lucas Santos Souza – AD 2017
Elisa Arroque – AD 2013
Eloísa Bartmeyer – AD 2015
Francieli Pagliarim – AD 2012
Larissa Marques Santana – AD2015
Laura Teixeira Canti – AD 2012
Leonardo Ayres Coelho – AD2015
Leonardo Manoel de Carvalho – AD2015
Leticia Mariani – AD 2012
Luisi Rabaioli – AD 2012
Olga Gaio Milner – AD 2017
Sérgio Francisco Siepko Júnior – AD 2015
Vitor Bernardes Pedrozo – AD 2015
William Menegazzo – AD 2012
Formatação Gráfica
Daniel Luccas Arenas
Dante Lucas Santos Souza
Laura Teixeira Canti
Revisão
Arlete Hilbig
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Sumário
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nervosa) está envolta por uma bainha lipídica de mielina que determina uma cor esbranquiçada ao tecido
quando predominam os axônios. A coloração torna-se acinzentada quando predominam os corpos de
neurônios, formando as substâncias branca e cinzenta, respectivamente.
As substâncias branca e cinzenta têm distribuição heterogênea ao longo do SN. A camada periférica
de substância cinzenta envolvendo cérebro e cerebelo é denominada, córtex cerebral e córtex cerebelar.
Acúmulos de corpos de neurônio dentro do SNC (no interior do neuroeixo) têm o nome específico de núcleo e
acúmulos de corpos de neurônio fora do SNC são chamados de gânglios.
Existe grande diversidade na forma e tamanho dos neurônios, que será estudado na disciplina de
histologia.
Nos mamíferos, podemos descrever três tipos funcionais de neurônios:
o Neurônios sensitivos ou aferentes: são responsáveis por receber estímulos do meio externo e/ou
interno e possuem um prolongamento que alcança a periferia e outro que vai ao SNC.
o Neurônio motor ou eferente: especializado na condução de estímulos para um efetuador – músculo ou
glândula.
o Neurônio de associação ou interneurônio: fica sempre dentro do SNC fazendo a associação entre
diferentes áreas e modificando a função de outros neurônios. Aumentam em número com a evolução
dos seres vivos, sendo os mais abundantes nos seres humanos.
Utilizamos os termos aferente e eferente também para denominar fibras (axônios) que chegam ou
saem de uma determinada estrutura. Assim, se o corpo de um neurônio está situado no córtex cerebral e
seu axônio vai terminar no cerebelo, ele é eferente ao córtex e aferente ao cerebelo. Isso demonstra que
essa é uma terminologia dinâmica, dependendo das estruturas que estamos considerando no momento. Se
falarmos apenas em aferente e eferente sem especificação, estamos nos referindo ao SNC de uma forma
geral.
2. Neuróglia ou Células Gliais: formam o componente mais abundante do SN. Têm função auxiliar dos
neurônios dando suporte, nutrição, isolamento, ação fagocitária, formanso mielina e participando ativamente
na transmissão das informações. São constituídas pelos astrócitos, oligodendrócitos (células de Schwann na
periferia), células ependimárias e micróglia.
a goteira neural, até que as bordas do ectoderma especializado se fundem e formam um tubo neural. O tubo
neural então perde o contato com o ectoderma não diferenciado, que vai formar a pele do dorso. As bordas da
goteira neural darão origem a crista neural que se separa do tubo neural.
O tubo neural dará origem ao SNC, enquanto a crista neural origina o SNP.
Este tubo não é homogêneo em toda sua extensão sendo sua porção cranial, mais dilatada, o
encéfalo primitivo; a porção distal, mais afilada, é a medula primitiva.
O encéfalo primitivo inicialmente forma duas zonas de
constrição e se divide em três porções dilatadas (vesículas
encefálicas primitivas): uma mais anterior, o prosencéfalo; uma
média, o mesencéfalo; e uma posterior, o rombencéfalo. A
vesícula anterior e posterior sofrem nova divisão e o encéfalo
primitivo passa a ter cinco vesículas: as duas primeiras derivadas
do prosencéfalo: telencéfalo e diencéfalo; a média não se divide
formando o mesencéfalo; e a posterior forma mais duas
vesículas, o metencéfalo e o mielencéfalo. Destas vesículas,
juntamente com a medula primitiva, derivarão todas as estruturas
do SN central.
As cristas neurais darão origem aos nervos periféricos, aos gânglios sensitivos dos nervos cranianos e
espinhais e gânglios do sistema nervoso autônomo, além de tecidos situados à distância do SN (medula da
suprarrenal, melanócitos, paragânglios).
Medula Medula
primitiva Espinhal
Lâmina Alar
Se fizermos um corte transversal no tubo neural, observaremos que o
crescimento das paredes não é uniforme e encontramos quatro paredes de Sulco
Limitante
espessuras diferentes, uma posterior, uma anterior e duas laterais.
Lâmina Basal
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A luz do tubo neural apresenta, na sua superfície interna, um sulco longitudinal muito importante que é
o sulco limitante. Toda a porção do tubo neural adiante do sulco limitante tem o nome de lâmina basal, e a
parede atrás do sulco limitante chama-se lâmina alar. Os neurônios motores se diferenciam da lâmina basal
e os sensitivos da lâmina alar. As áreas situadas próximo ao sulco limitante relacionam-se com a inervação
visceral, tanto sensitiva como motora. Essa disposição e função podem ser identificadas em algumas porções
do SN no indivíduo adulto. As células situadas ao longo das cavidades do tubo neural, futuas cavidades
ventriculares, vão sofrer um processo de migração e formar as diferentes porções (córtex, núcleos) do SNC.
A cavidade central do tubo neural passa por alterações no tamanho e forma e vai dar origem ao
sistema ventricular do adulto, onde encontramos líquor:
Telencéfalo Ventrículos laterais (I e II)
Diencéfalo III ventrículo
Mesencéfalo aqueduto cerebral (de Sylvius)
Ponte e Bulbo (Rombencéfalo) IV ventrículo
Medula espinhal canal central da medula
Divisões do SNC
As divisões do SN sevem para facilitar o entendimento e a comunicação entre os profissionais, mas
na realidade existe uma continuidade estrutural e funcional no SN.
1. Divisão Anatômica: a mais utilizada!
o SN central (SNC): situado dentro do esqueleto axial.
Encéfalo:
Cérebro - Telencéfalo e diencéfalo;
Cerebelo;
Tronco encefálico – Mesencéfalo, ponte e bulbo.
Medula espinhal.
o SN Periférico (SNP): faz a ligação entre SNC e periferia. Compreende os nervos cranianos
e espinais, os gânglios e as terminações nervosas.
2. Divisão Funcional:
o SN somático (SNS) ou da vida de relação;
o SN autônomo (SNA) ou da vida vegetativa, dividido em simpático e parassimpático.
3. De segmentação ou metameria:
o SN segmentar – SN periférico + medula espinhal e tronco encefálico (substância branca
por fora e cinzenta por dentro);
o SN supra-segmentar – cérebro e cerebelo (córtex de substância cinzenta e centro de
substância branca contendo núcleos).
4. Divisão Embriológica:
o Prosencéfalo
o Mesencéfalo
o Rombencéfalo
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o Nervos espinhais: Existem 31 pares de nervos que estão ligados à medula espinhal: 8 cervicais, 12
torácicos, 5 lombares, 5 sacrais e 1 coccígeo. Eles têm origem a partir da união de uma raíz anterior
(motora) com uma posterior (sensitiva), que forma um nervo misto. Todos apresentam também fibras do
SNA, em diferentes proporções.
o Nervos cranianos: São 12 pares de nervos ligados ao encéfalo. Apresentam maior complexidade
funcional pela presença de funções sensoriais, além da sensibilidade geral e motricidade. Nem todos os
nervos são mistos como os espinhais, e somente alguns contêm fibras do SNA. Todos os nervos
cranianos deixam o crânio ou chegam até ele através de aberturas (forames) na base do crânio. A seguir
listamos os nervos cranianos e suas funções principais:
I – Olfatório: olfato;
II – Óptico: visão;
III – Oculomotor: movimentação do globo ocular;
IV – Troclear: movimentação do globo ocular;
V - Trigêmio – possui uma raiz sensitiva que dá
sensibilidade para toda a face, sendo dividida
em três porções: oftálmico, maxilar e
mandibular; e uma raiz motora que acompanha
a porção mandibular e é responsável pela
inervação dos músculos da mastigação;
VI - Abducente – movimentação ocular. Inerva o
músculo reto lateral que desvia o olhar para fora
(abdução do olho);
VII - Facial - inerva os músculos da mímica;
VIII - Vestíbulococlear – relacionado com a
audição e o equilíbrio;
IX - Glossofaríngeo – inervação da faringe,
língua e palato, principalmente sensitivo;
X - Vago – é um nervo parassimpático e tem um
amplo território de inervação incluindo vísceras
cervicais, torácicas e abdominais, além da
musculatura do palato, faringe e laringe.
XI - Acessório – inerva o trapézio e o
esternocleidomastóideo (músculos do pescoço).
XII - Hipoglosso – inerva os músculos da língua.
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NEUROCRÂNIO
Arlete Hilbig
Uma linha que vai da glabela até a protuberância occipital externa, divide o
neurocrânio em duas porções:
o uma porção superior: calvária ou calota craniana;
o uma porção inferior: base do crânio.
Base do
O neurocrânio é formado por oito ossos: crânio
o Ossos ímpares: situados na linha média - frontal, etmoide, esfenoide e occiptal.
o Ossos pares: situados lateralmente - temporal e parietal.
Ao nascimento, os ossos do crânio não completaram seu processo de ossificação. Desta forma, as
suturas ainda são formadas por mesênquima, e são chamadas de fontanelas.
o Bregmática ou anterior: situada entre o osso frontal e os parietais.
o Lambdóide ou posterior: situada entre os ossos parietais e o occipital.
Alguns ossos do crânio (frontal, temporal, esfenóide e etmóide) são ossos pneumáticos e contêm
cavidades que formam os seios da face.
A medula espinhal é contínua com o encéfalo através do forame magno, uma grande abertura do osso
occiptal, na base do crânio.
Ossos do Neurocrânio
A anatomia dos ossos do assoalho da cavidade craniana apresenta importância pela sua relação com
encéfalo e por sua disposição formando diferentes “andares” ou fossas cranianas. Desta forma, a porção
mais anterior é também mais alta – fossa craniana anterior; a porção mais posterior é a mais baixa – fossa
craniana posterior; e a porção entre as duas também fica em altura intermediária – fossa craniana média.
Alguns aspectos relacionados aos ossos serão salientados, mas mais importante é o entendimento da
formação da cavidade craniana e suas relações.
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1) Osso Frontal:
Possui três faces: - Face externa - Face interna - Face orbitária
A parte mais anterior do osso é uma superfície plana chamada de
escama. Possui uma porção horizontal (parte orbital) logo abaixo da
escama que forma o teto da órbita e o assoalho da fossa anterior da
cavidade craniana.
A margem supra-orbital do osso frontal possui a incisura supra-
orbitária para a passagem dos nervos e de alguns vasos supra-orbitais.
Logo acima da margem supra-orbital há uma crista, o arco superciliar.
Entre os arcos superciliares há a glabela, uma saliência logo acima da
raiz do nariz.
De cada lado da escama, na parte mais inferior, existem duas eminências ósseas que são os
processos zigomáticos, parte da articulação do osso frontal com o osso zigomático.
A intersecção dos ossos frontal e nasal é o násio.
Na parte interna do osso frontal, existe o sulco do seio longitudinal superior (dependência da
dura-máter) que vai se alargando á medida que se dirige posteriormente. De cada lado do sulco existem
algumas pequenas depressões que são as impressões das granulações aracnóideas. Na parte mais
inferior da escama, existe uma saliência chamada crista frontal, onde se prende a foice do cérebro (outra
dependência da dura-máter). Na base da crista frontal, está o forame cego do osso frontal, que dá
passagem aos vasos durante o desenvolvimento fetal, porém insignificante após o nascimento.
Lateralmente a lâmina horizontal, há uma depressão, a fossa da glândula lacrimal.
No osso frontal existe uma cavidade contendo ar chamado de seio frontal. Serve para dar
ressonância à voz. Comunica-se com a cavidade nasal através do ducto fronto-nasal.
Crista galli
2) Etmóide
Pertence ao neuro e esplancnocrânio. Somente a porção horizontal (lâmina crivosa)
e a parte superior da lâmina perpendicular (crista galli) fazem parte do neurocrânio).
Labirinto
etmoidal
Lâmina perpendicular do etmóide: uma haste vertical faz parte do septo
nasal e a porção superior penetra na cavidade craniana (processo crista galli).
Lâmina crivosa do etmóide: transversal à lâmina perpendicular, constitui
parte do teto da cavidade nasal e assoalho da fossa anterior do crânio. Possui vários
orifícios, os quais dão passagem a raízes do 1º nervo craniano (nervo olfatório).
De cada lado da lâmina crivosa, estão as massas laterais do etmóide
(labirinto etmoidal), que possuem cavidades ósseas chamadas de células etmoidais (se comunicam com a
cavidade nasal), A face lateral das massas laterais faz parte da parede medial da cavidade orbitária; a face
medial faz parte das paredes laterais das cavidades nasais. Nas paredes mediais das massas laterais
existem dois prolongamentos ósseos chamados conchas nasais superior e média. Há uma concha nasal
inferior, porém é um osso isolado que faz parte do esplancnocrânio. Entre as conchas nasais e a parede
lateral das cavidades nasais existe um espaço chamado de meato.
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3) Esfenóide
Osso irregular cuja forma lembra um morcego, formado por um corpo e três pares de processo: asas
maiores, asas menores e processos pterigóides.
O corpo apresenta uma cavidade, o seio esfenoidal, que se comunica com a cavidade nasal. O
corpo apresenta uma forma cúbica e, na sua face superior, uma depressão
chamada de sela túrcica, onde está alojada a glândula hipófise. A sela túrcica
é circundada pelos processos clinóides, dois anteriores e dois posteriores.
Nos processos clinóides posteriores prende-se a tenda do cerebelo.
Processo
pterigóide Entre a asa maior e a asa menor do esfenóide existe um espaço,
chamada de fissura orbitária superior. Na asa maior do esfenóide há, anteriormente, o forame
redondo e, lateralmente, o forame oval.
4) Occipital
O mais posterior dos ossos ímpares; facilmente palpável em sua extensão.
A parte mais posterior e palpável do osso é uma superfície chamada escama. No plano mediano da
escama há, externamente, a protuberância occipital externa, facilmente palpável.
Na face interna do osso existe uma saliência localizada acima da protuberância occipital externa
chamada de protuberância occipital interna. Existem, também, depressões ósseas dispostas em cruz que
são as impressões dos seios da dura-máter. As depressões se encontram na confluência dos seios.
Na porção mais inferior do osso, existem duas saliências, côndilos do occipital (superfícies
articulares para a articulação atlanto-occipital).
Ao nível do forame magno está a transição entre bulbo e medula.
5) Parietal
Na superfície externa existem duas linhas arqueadas, linha temporal superior e inferior. Na linha
temporal superior está inserida a fáscia temporal, e na inferior, está inserido o músculo temporal
(mastigação). Na face interna existem vários sulcos deixados pela impressão das ramificações da artéria
meníngea média.
6) Temporal
Apresenta três porções: escamosa, timpânica e petrosa.
o Escama: apresenta o processo zigomático, para articulação com o
osso zigomático, formando a arcada zigomática.
o Placa timpânica: apresenta na parte mais lateral um orifício, o meato
acústico externo.
o Porção petrosa: apresenta processos ou saliências ósseas. Atrás do pavilhão auricular podemos palpar
o processo mastóide. Adiante do processo mastóide, e profundamente situado, está o processo
estilóide. Entre os processos mastóide e estilóide está o forame estilomastóideo, por onde se
exterioriza o nervo facial. Dentro da porção petrosa, ou rochedo temporal, está situada a orelha interna.
No interior da cavidade craniana a porção petrosa contém um orifício, o meato acústico interno.
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Base do Crânio
Mais importante que o estudo dos ossos individualmente é o entendimento de suas relações e
formações na base do crânio. É através da base que passam todas as estruturas que estão entrando ou
saindo da cavidade craniana. Ela não é uniforme, apresentando três andares ou fossas cranianas: fossa
anterior, fossa média e fossa posterior.
Fossa anterior do crânio: o limite posterior é a borda posterior da asa menor do esfenóide, uma borda
cortante denominada crista esfenoidal. A crista etmoidal é rodeada de vários orifícios que formam a
lâmina crivosa do etmóide, por onde penetra o nervo olfatório.
Fossa média do crânio: o limite anterior é a borda posterior da asa menor do esfenóide e o limite
posterior é a borda posterior da porção petrosa do osso temporal (rochedo temporal). Na linha média
está a sela turca no corpo do esfenóide, que abriga a hipófise. Vários forames estão situados na fossa
média:
A fossa média do crânio fica “estendida” em função da inserção de uma dobra meníngea, a tenda
do cerebelo, que separa a cavidade craniana em compartimentos supra e infratentorial (ver capítulo
meninges).
Fossa posterior do crânio: limite anterior é a porção petrosa do osso temporal. A maior e mais
profunda das três fossas do crânio aloja o cerebelo e o tronco encefálico. É fechado superiormente pela
tenda do cerebelo. O sulco do seio transverso, quando chega à base da porção petrosa do osso
temporal descreve um “s” em direção ao forame jugular: formando o sulco do seio sigmóide.
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COLUNA VERTEBRAL
Daniel L. Arenas, Dante L. S. Souza
Funções
Suas principais funções são: proteger a medula espinal, sustentação, inserção de músculos, manter
a postura ereta, auxiliar na locomoção e servir de suporte para o crânio.
Movimento
Por ser formada por várias vértebras articuladas e devido à disposição de seus ligamentos, a coluna
possui muita elasticidade e grande mobilidade, resultante do somatório de pequenos movimentos
intervertebrais - flexão, extensão, flexão lateral e rotação.
Estrutura
As vértebras são as unidades estruturais da coluna, possuindo características peculiares à sua
localização no dorso. No entanto, elas possuem constituição básica comum. São formadas por corpo e
arco vertebral, que juntos delimitam o forame vertebral que, por sobreposição das vértebras, forma o
canal vertebral, onde se encontra a medula espinhal e os envoltórios meníngeos.
O corpo depreende a porção anterior da vértebra. O arco caracteriza sua porção posterior, sendo
formado pelo pedículo, processo transverso, lâmina e processo espinhoso. A lâmina une o processo
transverso ao espinhoso, e o pedículo une o processo transverso ao corpo vertebral.
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No arco, encontram-se ainda quatro processos articulares, dois superiores e dois inferiores, por
onde as vértebras se articulam entre si. As vértebras possuem ainda duas incisuras, uma superior e outra
inferior, que delimitam com as demais vértebras contíguas os forames intervertebrais (de conjugação),
por onde passam os nervos espinais correspondentes e vasos.
Características regionais:
Apresentam corpo retangular pequeno com superfície superior côncava e inferior convexa;
Corpo cordiforme;
Sacro (5 - fusionadas):
Cóccix (4 - fusionadas):
Pirâmide invertida;
Características Individuais:
Tubérculo posterior e anterior;
Fóvea do dente para a articulação com o
processo odontóide (trocóide);
2 massas laterais com duas superfícies
articulares superiores (articulação com os côndilos do
occipital) e 2 superfícies articulares inferiores
(côncavas, articulação com axis).
Articulações e Ligamentos
As articulações entre os corpos vertebrais são do tipo anfiartrose típica ou verdadeira e são feitas
por meio de discos intervertebrais, coxins fibrocartilaginosos que possuem, no centro, um núcleo pulposo
(muito hidratado).
Participam ainda destas articulações os ligamentos longitudinais anterior e posterior, sendo que
o primeiro vai do atlas ao sacro ventralmente, e o segundo vai do áxis ao sacro dorsalmente, impedindo a
hiperextensão e a hiperflexão, respectivamente.
Existem também outros tipos principais de ligamentos que mantém a integridade e conformação da
coluna, unindo as vértebras: interespinhal, supraespinhal, nucal,
intratransversal, capsular e amarelo.
O ligamento interespinhal é fraco e membranoso, une
os processos espinhosos adjacentes, fixando-os da raiz até o
ápice de cada processo. O ligamento supraespinhal é forte e
fibroso, une as extremidadesdos processos espinhosos desde
C7 até o sacro, fundindo-se com o ligamento nucal na região
cervical posterior. O ligamento intratransversal liga os
processos transversos e o ligamento amarelo, as lâminas dos
arcos vertebrais.
Curvaturas da Coluna
MENINGES
O SNC é envolvido por membranas conjuntivas denominadas meninges. São classicamente três:
dura-máter, aracnóide e pia-máter. A primeira é conhecida como paquimeninge, bastante espessa; a
aracnóide e a pia-máter constituem um só folheto no embrião e são consideradas uma formação única, a
leptomeninge.
Dura-máter
Meninge mais superficial, espessa e resistente, formada por tecido conjuntivo rico em fibras
colágenas, contendo vasos e nervos, que são responsáveis por quase toda a sensibilidade intracraniana,
ocasionando a maioria das dores de cabeça (cefaléia). A dura é formada por dois folhetos, um externo, que
adere aos ossos do crânio e comporta-se como periósteo, mas sem a capacidade osteogênica; e um interno.
O folheto interno por vezes afasta-se do externo e forma dobras de duramáter, que dividem a
cavidade craniana em compartimentos, ou formam outras dependências descritas a seguir. As principais
pregas são:
1. Foice do cérebro: separa os dois hemisférios cerebrais ocupando a fissura longitudinal e divide o
crânio em compartimentos D e E.
2. Tenda do cerebelo: forma-se a partir do osso
occiptal em direção ao rochedo temporal, onde se insere. Sua
borda livre anterior deixa uma abertura de concavidade
anterior denominada incisura da tenda, por onde passa o
mesencéfalo. Forma um septo transversal que separa os
lobos occipitais do cerebelo e divide a cavidade craniana em
dois compartimentos: o supratentorial e o infratentorial.
3. Foice do cerebelo: septo vertical situado abaixo
da tenda entre os dois hemisférios cerebelares.
4. Diafragma da sela: pequena lâmina horizontal que
fecha superiormente a sela túrcica, formando um
compartimento para a glândula hipófise. Deixa uma abertura superior por onde passa a haste hipofisária.
5. Seios da Dura-máter
São canais venosos revestidos de endotélio entre os dois folhetos da dura-máter, para onde drena o
sangue proveniente das veias do encéfalo e do bulbo ocular. Por fim os seios drenam para as veias
jugulares internas.
5.1 Seios Venosos da Abóbada
a) Seio sagital superior: percorre a margem da inserção da foice do cérebro, terminando na
confluência dos seios.
b) Seio sagital inferior: situa-se na margem livre da foice do cérebro, terminando no seio reto.
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Aracnóide
Membrana muito delicada justaposta à dura-máter, separada por um espaço virtual (espaço
subdural) que contém somente o líquido necessário à lubrificação das superfícies de contato. A aracnóide
separa-se da pia-máter pelo espaço subaracnóide, que possui quantidade considerável de líquor, além das
principais artérias cerebrais. Pertencem também à aracnóide as pequenas trabéculas que se dirigem até a
pia-máter, estruturas semelhantes a uma teia de aranha, de onde deriva o nome desta meninge. Como a
distância entre a aracnóide e a pia-máter é variável, formam-se cisternas que contêm grande quantidade de
líquido. As principais cisternas são:
a) Cisterna cerebelomedular/Cisterna Magna: maior e mais
importante, sendo usada para punções, ocupa o espaço entre a face
inferior do cerebelo e a fade dorsal do bulbo e o tecto do IV ventrículo;
b) Cisterna pontina: ventral a ponte. Contém a artéria basilar
e o sexto nervo craniano;
c) Cisterna quiasmática : ventral ao quiasma óptico;
d) Cisternas perimesencefálicas: quadrigeminal,
Ambiens, e interpeduncular: envolvem o mesencéfalo.
A aracnóide possui estruturas especializadas que penetram no interior dos seios da dura-máter em
alguns pontos denominadas granulações aracnóideas. São adaptadas para absorção do líquor, que neste
ponto une-se ao sangue venoso e ao sistema circulatório. São mais abundantes junto ao seio sagital
superior.
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Pia-máter
Meninge mais interna, adere intimamente à superfície do encéfalo e medula, conferindo resistência a
essas estruturas. A pia também acompanha os vasos que penetram no tecido nervoso, formando a parede
externa dos espaços perivasculares, onde prolongamentos do espaço subaracnóide, contendo líquor,
formam um manguito protetor em torno dos vasos, amortecendo o efeito da pulsação das artérias.
MEDULA ESPINHAL
Laura T. Canti, Luísi Rabaioli, Arlete Hilbig
O primeiro nervo espinhal emerge acima da vértebra C1, entre esta e o osso occipital. As raízes
cervicais emergem pelo forame de conjugação acima da vértebra correspondente e C8 está entre C7 e T1.
A partir de T1, o nervo emerge abaixo da vértebra correspondente.
que perfura o fundo de saco dural e vai até o hiato sacral; a partir daí,
passa a receber prolongamentos de dura-máter, inserindo-se no
periósteo da superfície dorsal do cóccix e formando o ligamento
coccígeo.
Os folhetos de pia-máter, que revestem a medula anterior e
posteriormente, se unem de cada lado formando os ligamentos
denticulados, que se dispõe em um plano frontal ao longo de toda a extensão da medula. São 21 processos
triangulares que se inserem firmemente na aracnóide e na dura-máter em pontos que se alternam com a
emergência dos nervos espinhais, e auxiliam na fixação da medula.
Funículo posterior: entre o sulco lateral posterior e o sulco mediano posterior. Na região cervical, é
dividido pelo sulco intermédio posterior em fascículos grácil (mais medial) e cuneiforme (mais lateral).
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bulbar
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Vias Sensitivas
Antes de falar na organização anatômica das vias, é necessário fazer algumas considerações sobre
os diferentes tipos de sensibilidade que existem.
O nosso relacionamento com o meio externo e a nossa capacidade de adaptação é tanto melhor
quanto maior for a informação que recebemos sobre esse meio. Existem diferentes formas de “enxergar” o
mundo exterior e isso se traduz em formas de sensibilidade diversas. Ao tocar um objeto, temos a sensação
do toque, mas podemos também dizer se ele está quente ou frio; se o segurarmos, podemos saber se é leve
ou pesado, se é liso ou enrugado e que forma tem. Isso só é possível pela integração central dos diferentes
tipos de sensibilidade que transitam por locais específicos e formam as grandes vias sensitivas.
Estas vias têm início na periferia, em receptores específicos para cada forma de sensibilidade
(sensibilidade geral) ou em um órgão receptor (sensibilidade especial ou sentidos).
Os receptores que estão localizados na pele e/ou tecido subcutâneo (estruturas com origem no
folheto ectodérmico do embrião) formam as chamadas sensibilidade exteroceptiva; os com receptores nas
articulações e músculos (origem mesodérmoca), a sensibilidade proprioceptiva; e aquelas com receptores
nas vísceras (origem endodérmica), a sensibilidade visceroceptiva.
As fibras “ligadas” a esses receptores penetram pela raiz dorsal dos nervos espinhais e seu corpo
celular está localizado no gânglio sensitivo (na raiz posterior), trazendo impulsos de várias partes do corpo.
As formas conscientes de sensibilidade destinam-se ao tálamo e posteriormente córtex cerebral,
enquanto as inconscientes vão ao cerebelo.
Sensibilidade Geral
Exteroceptiva:
Protopática: relaciona-se com percepção de tato grosseiro ou contato, dor
(algesia) e temperatura.
Epicrítica: é um “tato fino” ou discriminativo.
Proprioceptivas: podem ser conscientes ou não.
Consciente: cinético-postural, barestésica, vibratória e dor profunda.
Inconsciente: destinadas ao cerebelo, levam informações sobre movimento.
Interoceptivas: não são individualizadas topograficamente.
Sensibilidade Especial
Visão, Audição, Olfato e Gustação
Todas as formas de sensibilidade geral estão representadas na medula e formam as grandes vias
ascendentes. A sensibilidade especial será estudada com o tronco encefálico, pois é transmitida pelos
nervos cranianos.
Importante salientar que todas as informações que chegam oupartem do SNC são cruzadas, ou seja,
a sensibilidade e motricidade do hemicorpo D são de responsbilidade do hemisfério E, e a do E, do
hemisfério D. Este é um princípio básico de neuroanatomia.
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Como as vias são cruzadas e este cruzamento ocorre em pontos diferentes do SNC, é importante
saber aonde ocorre pois determinará os sintomas clínicos.
Vias Ascendentes
1. Vias Espinotalâmicas (cruzam na medula)
o Sensibilidade Exteroceptiva Protopática de Contato
Trato espinotalâmico anterior
O 1º neurônio (protoneurônio) está no gânglio sensitivo, penetra pela raiz posterior e faz sinapse na
cabeça do corno posterior com o 2º neurônio (deutoneurônio); este cruza na medula, na frente do canal
medular, indo para o funículo anterior onde passa a ser ascendente, formando o trato ou feixe
espinotalâmico anterior (FETA) que vai ao tálamo.
No diencéfalo (tálamo óptico) está o 3º neurônio, cujo axônio irá até o córtex sensitivo.
o Sensibilidade Exteroceptiva Protopática Termoalgésica:
Trato espinotalâmico lateral
O 1º neurônio está no gânglio sensitivo, penetra pela raiz posterior e faz sinapse com o 2º neurônio
localizado na cabeça do corno posterior. Esse 2º neurônio cruza a medula na frente do canal medular
(comissura branca) até o funículo lateral, quando passa a ascender e integra o trato espinotalâmico lateral.
A 2ª sinapse ocorre no tálamo óptico, e o 3º neurônio vai até o córtex cerebral.
Vias Descendentes
Formadas por fibras que se originam no córtex cerebral ou no tronco encefálico e fazem sinapse
com neurônios medulares ou com núcleos motores do tronco encefálico.
1. Vias Piramidais
Feixes córtico-espinhais lateral (cruzado) e anterior (direto).
O 1º neurônio sai do córtex motor e vai até o bulbo, na sua porção anterior e do mesmo lado.
80% (fig. Esquerda) das fibras cruzam na decussação das pirâmides, formando o feixe piramidal
cruzado, descem no funículo lateral da medula. Fazem sinapse com os neurônios motores do corno anterior
da medula no segmento medular onde saem pela raiz anterior.
20% (fig. Direita) das fibras seguem pelo funículo anterior, formando o feixe piramidal direto e só
cruzam na medula, para fazer sinapse com o neurônio motor do corno anterior do lado oposto.
Relacionam-se com a motricidade voluntária. Assim, percebe-se que essa motricidade é cruzada, indicando
que uma lesão acima da decussação das pirâmides causará paralisia (perda de força) da metade oposta do
corpo.
2. Vias Extrapiramidais
São vias que servem para modular a motricidade voluntária, sendo fundamentais para as
características do movimento: velocidade, amplitude, coordenação, manutenção do equilíbrio. Participam
também na execução de movimentos automáticos e reflexos.
O feixe rubro-espinhal relaciona-se com a motricidade distal dos membros, enquanto os demais têm
relação com a musculatura axial (tronco) e proximal dos membros.
Todas as vias piramidais e extrapiramidais fazem sinapse, na medula, com os neurônios motores do
corno anterior. Este neurônio foi denominado via final comum por Sherrington, pois nele fazem sinapse
todas as vias motoras, piramidal e extrapiramidal.
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ARCO REFLEXO
Bulbo
Possui formato de cone invertido. Pode ser chamado também de bulbo raquídeo ou medula
oblonga. A divisão entre o bulbo e a medula espinhal geralmente se dá ao nível do forame magno, pelo
primeiro filamento radicular do primeiro nervo cervical. Cranialmente, o bulbo limita-se com a ponte por um
sulco horizontal: o sulco bulbo-pontino.
O bulbo é composto por diversos sulcos, os quais formam os compartimentos laterais, anterior e
posterior. Esses compartimentos são continuações dos funículos da medula espinhal. Possui em seu
interior o canal central do bulbo, que é continuação do canal ependimário da medula espinhal.
Olivas bulbares: um par de eminências ovais, situadas na área lateral do bulbo, entre os sulcos
lateral anterior e posterior. É composto por uma grande massa de substância cinzenta, o núcleo
olivar inferior, situado logo abaixo da superfície.
Ponte
Situa-se entre o bulbo e o mesencéfalo, ventralmente ao cerebelo e separada deste pelo IV
ventrículo; repousa sobre o osso occipital e o dorso da sela túrcica do esfenóide. Sua base, ventralmente,
possui estrias transversais devido às numerosas fibras transversais que convergem para formar o pedúnculo
cerebelar médio, que penetra no hemisfério cerebelar
correspondente. A parte dorsal da ponte constitui
parte do assoalho do IV ventrículo. Na sua superfície
ventral existe um sulco, o sulco basilar, deixado pela
impressão da artéria basilar.
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Devido a emergência do VII e VIII nervos cranianos em um pequeno espaço na porção mais lateral do sulco
bulbo-pontino, tumores nessa região podem comprimir essas raízes, provocando a Síndrome do ângulo
ponto-cerebelar.
IV ventrículo
É a cavidade do rombencéfalo e tem uma forma losângica. Situa-se entre o bulbo e a ponte
ventralmente, e o cerebelo dorsalmente. Continua caudalmente com o canal central do bulbo e cranialmente
com o aqueduto cerebral, cavidade do mesencéfalo através da qual o IV ventrículo se comunica com
o III ventrículo.
A cavidade do IV ventrículo se prolonga de cada
lado para formar os recessos laterais, situados na
superfície dorsal do pedúnculo cerebelar inferior. Esses
recessos se comunicam com o espaço subaracnóideo, por
meio das aberturas laterais do IV ventrículo (forames de
Luschka). Há também uma abertura mediana do IV
ventrículo (forame de Magendie). Por meio dessas
aberturas, o líquor produzido na cavidade ventricular,
passa para o espaço subaracnóideo.
Assoalho: Formado pela parte dorsal da ponte e pela porção aberta do bulbo. Limita-se ínfero-
lateralmente pelos pedúnculos cerebelares inferiores, que ligam o cerebelo ao bulbo e medula, e pelos
tubérculos dos núcleos grácil e cuneiforme; e súpero-lateralmente pelos pedúnculos cerebelares superiores
– compactos feixes de fibras nervosas que, saindo de cada hemisfério cerebelar, fletem-se cranialmente e
convergem para penetrar no mesencéfalo.
O assoalho do IV ventrículo é percorrido em toda a sua extensão pelo sulco mediano, que se
prende cranialmente no aqueduto cerebral e caudalmente, no canal central do bulbo. Lateralmente ao sulco
mediano posterior está o sulco limitante. Este sulco separa os núcleos motores, situados medialmente, dos
núcleos sensitivos, situados lateralmente. Este mesmo sulco se alarga para formar a fóvea superior e a
fóvea inferior. Medialmente à fóvea superior está o colículo facial – conjunto de fibras do nervo facial que
contorna o nervo abducente. Na parte caudal da eminência medial – limitada pelos sulcos mediano e
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limitante – observa-se o trígono do nervo hipoglosso que corresponde ao núcleo do nervo hipoglosso.
Lateralmente a esse trígono está o trígono do nervo vago que corresponde ao núcleo dorsal do vago. Na
porção lateral do sulco limitante há a área vestibular, correspondente aos núcleos vestibulares do nervo
vestíbulo-coclear. Estendendo-se na fóvea superior em direção ao aqueduto cerebral, lateralmente a
eminência medial, encontra-se uma área mais pigmentada denominada lócus ceruleus, estrutura rica em
noradrenalina.
Mesencéfalo
Interpõe-se entre a ponte e o diencéfalo, do qual é separado por um plano que liga os corpos
mamilares à comissura posterior, pertencentes ao diencéfalo. É atravessado pelo aqueduto cerebral, que
une o III ao IV ventrículo. A parte situada dorsalmente ao aqueduto corresponde ao tecto do mesencéfalo, e
a parte situada ventralmente é o pedúnculo cerebral, o qual se divide em: tegmento (predominantemente
celular) e a base (fibras longitudinais). O tegmento está separado da base pela substância nigra, a qual é
formada por neurônios ricos em melanina e produtores de dopamina. O sulco lateral e o sulco medial do
pedúnculo cerebral limitam, externamente, a base do tegmento.
Os núcleos dos nervos cranianos são chamados de substância cinzenta homóloga à da medula.
Os núcleos do tronco encefálico que não têm correspondência com nenhuma área da medula são chamados
de substância cinzenta própria do tronco encefálico.
Os tractos córtico-espinhal e córtico-nuclear ou vias descendentes localizam-se na porção anterior
(base do TE). Os núcleos dos nervos cranianos, o fascículo longitudinal medial (feixe de associação do
tronco), e as outras vias descendentes e ascendentes localizam-se no tegmento.
Bulbo
A organização interna do Bulbo é semelhante à da medula. Porém, ao nível da oliva bulbar, não
existe mais semelhanças devido ao aparecimento dos núcleos próprios do bulbo, como os núcleos grácil e
cuneiforme, da decussação das pirâmides, da abertura do IV ventrículo, além da decussação dos lemniscos
ou decussação sensitiva.
o Núcleo do trato espinhal do nervo trigêmio: núcleo sensitivo dos nervos trigêmio (V), facial (VII),
glossofaríngeo (IX) e vago (X). Os últimos 3 pares (VII, IX e X) trazem a sensibilidade geral do
pavilhão e conduto auditivo externo. Junto com o V par, trazem a sensibilidade de quase toda a
cabeça.
Ponte
A ponte é formada por uma parte ventral, denominada base da ponte, e uma parte dorsal,
denominada tegmento. O limite entre o tegmento e a base da ponte é dado por um conjunto de fibras
mielínicas de direção transversal, o corpo trapezóide, que faz parte da via auditiva.
Base da ponte
A base da ponte é uma área própria da ponte, sem correspondência em outros níveis do tronco
encefálico. Apareceu juntamente como neocerebelo e o nercórtex. Na base da ponte encontramos fibras
longitudinais, transversais e os núcleos pontinos.
A. Fibras Longitudinais:
1. Tracto corticoespinal: Fibras que saem das áreas motoras do córtex para os neurônios motores
da medula.
2. Tracto corticonuclear: fibras de neurônios motores do córtex que vão até os núcleos dos nervos
cranianos.
3. Tracto corticopontino: Fibras que se originam no córtex cerebral e vão até os núcleos pontinos.
Tegmento da ponte
O tegmento da ponte assemelha-se estruturalmente ao bulbo e ao tegmento do mesencéfalo.
Apresenta fibras ascendentes, descendentes e transversais, além de núcleos de nervos cranianos e
substância cinzenta própria da ponte.
Mesencéfalo
O mesencéfalo é constituído por uma porção dorsal, o tecto do mesencéfalo, e outra ventral, os
pedúculos cerebrais, separados pelo aqueduto cerebral. Este percorre longitudinalmente o mesencéfalo e
é circundado por uma espessa camada
de substância cinzenta, a substância
cinzenta central ou periaquedutal.
Cada pedúnculo cerebral
possui duas porções: uma dorsal ou
tegmento do mesencéfalo; e outra
ventral ou base do pedúnculo.
Separando o tegmento da base,
observa-se uma lâmina de substância
cinzenta pigmentada, a substância
negra.
Tecto do Mesencéfalo:
O tecto do mesencéfalo é constituído de quatro eminências, os colículos superiores, relacionados
com a visão, e os colículos inferiores, relacionados com a audição (recebem fibras do leminisco lateral).
Além dos colículos o tecto do mesencéfalo também é formado pela área tectal, também chamado
de núcleo tectal, que se relaciona como controle dos reflexos das pupilas. Localiza-se na extremidade
rostral dos colículos superiores e no limite do mesencéfalo com o diencéfalo.
Tegmento do Mesencéfalo:
O tegmento do mesencéfalo é uma continuação do tegmento da ponte. O tegmento do mesencéfalo
apresenta, além de formação reticular, substância cinzenta e substância branca.
Doença de Parkinson:
Causada por falta de dopamina por degeneração dos neurônios da substância negra. Caracteriza-se
por sintomas motores: tremores, lentidão dos movimentos e rigidez.
C. Substância Branca
Fibras ascendentes: percorrem o tegmento e representam a continuação dos tractos que sobem da
ponte: os quatro lemniscos (medial, espinal, lateral e trigeminal) e o pedúnculo cerebelar superior. Ao nível
do colículo inferior, os quatro lemniscos aparecem agrupados em uma faixa lateral.
Fascículo longitudinal medial: constitui o feixe de associação do tronco encefálico.
CEREBELO
Annelise Gonçalves , Letícia Mariani, William Menegazzo, Arlete Hilbig
O cerebelo origina-se da parte dorsal do metencéfalo e está situado dorsalmente ao bulbo e à ponte,
separado desses pelo IV ventrículo e contribuindo para formação do seu teto. Repousa sobre a fossa
cerebelar do occipital, sendo separado do cérebro pela tenda do cerebelo.
Aspectos Anatômicos
Na face superior encontramos uma porção mediana, o vérmis cerebelar, ligado a duas grandes
massas laterais, os hemisférios cerebelares. Na face inferior, o vérmis está numa depressão denominada
valécula, bem separado dos hemisférios. A face anterior do cerebelo entra na constituição do IV ventrículo.
O cerebelo fica ligado à face posterior do tronco encefálico por três feixes de fibras nervosas:
pedúnculo cerebelar inferior - liga o cerebelo ao bulbo e à medula; pedúnculo cerebelar médio – liga
cerebelo à ponte; e pedúnculo cerebelar superior – liga o cerebelo ao mesencéfalo.
O cerebelo e o cérebro são estruturas supra-segmentares, portanto a substância cinzenta dispõe-se
externamente, formando um córtex e a substância branca dispõe-se internamente formando o corpo
medular. No interior do corpo medular, acima do teto do IV ventrículo, existem aglomerados de substâncias
cinzentas que formam os núcleos centrais do cerebelo, de lateral para medial: denteado, globoso,
emboliforme, e fastigial.
A superfície do cerebelo é percorrida por sulcos que delimitam as folhas (folias) cerebelares. Sulcos
mais profundos, que separam o órgão em lóbulos denominam-se fissuras do cerebelo.
O cerebelo difere fundamentalmente do cérebro porque funciona em nível involuntário e inconsciente
sendo sua função sobre a motricidade exercida do mesmo lado.
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1. Ontogênese
Baseia-se no desenvolvimento embrionário com o aparecimento das primeiras fissuras.
o A fissura pórtero-lateral (FPL) é a primeiro fissura que apareceu no cerebelo e o divide em duas
porções bastante desiguais: lobo fóculo-nodular, constituído pelos lóbulos de fóculo e nódulo; e
o o corpo.
o A segunda fissura a aparecer foi a fissura prima (FP) que divide o corpo do cerebelo em lobo
anterior e lobo posterior.
Corpo
Flóculo Nódulo
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2. Filogênese:
Baseia-se no desenvolvimento do cerebelo na escala zoológica e na complexidade dos movimentos
nos grupos de vertebrados. É empregada para compreensão das síndromes cerebelares. Possui três
divisões:
o Arquicerebelo ou Cerebelo Vestibular: é o mais antigo. É representado pelo lobo flóculo-nodular e
está conectado com o sistema vestibular. Responsável pelo equilíbrio.
o Paleocerebelo ou Cerebelo Espinhal: É representado pelo lobo anterior do corpo do cerebelo. Surgiu
nos peixes que, como possuem nadadeiras, precisam, além do equilíbrio, manter o tônus muscular e
realizar movimentos automáticos, como nadar.
o Neocerebelo ou Cerebelo Cortical: É representado pelo lobo posterior. Surgiu com os mamíferos,
principalmente com os primatas, onde a musculatura das extremidades distais dos membros serve para
realizar movimentos mais complexos. Surgiu junto com o neocórtex cerebral, com o qual passou a
manter relações. Relaciona-se com o planejamento e a coordenação dos movimentos mais delicados
(coordenação fina).
Arquicerebelo
Lobo flóculo-nodular Fastigial Equilíbrio
Cerebelo vestibular
Interpósito:
Paleocerebelo Lobo anterior, pirâmide e tônus muscular;
emboliforme;
Cerebelo espinhal úvula controle postural
globoso
Conexões intrínsecas (associação): Não saem do cerebelo, conectando diferentes regiões do órgão.
Conexões aferentes:
o Fibras aferentes de origem vestibular: se distribuem principalmente ao arquicerebelo. Trazem
informações sobre a posição da cabeça a partir do labirinto e núcleos vestibulares. Importante para a
manutenção do equilíbrio e da postura básica.
o Fibras aferentes de origem medular: essas fibras são representadas pelos tractos espino-cerebelar
anterior e posterior. Esses tractos terminam no córtex do paleocerebelo. São responsáveis pela
manutenção do tônus muscular e da postura.
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o Fibras aferentes de origem pontina: essas fibras têm origem nos núcleos da ponte e distribuem-se
principalmente ao córtex do neocerebelo. Essas fibras fazem parte da via córtico-ponto-cerebelar.
Fundamentais para a coordenação do movimento apendicular, com planejamento motor e correção dos
movimentos.
Conexões eferentes:
Constituem a saída das fibras do cerebelo, começando como axônios das células de Purkinje do
córtex cerebelar que se dirigem aos núcleos.
As fibras dos núcleos denteado, emboliforme e globoso saem do cerebelo pelo pedúnculo cerebelar
superior. As fibras do núcleo fastigial saem pelo pedúnculo cerebelar inferior.
Através de suas conexões eferentes, o cerebelo exerce influência sobre os neurônios motores da
medula. Entretanto, ele não age diretamente sobre esses neurônios, mas sempre através de ralés
intermediários, situados em áreas do tronco encefálico, do tálamo ou das próprias áreas motoras do córtex
cerebral. Logo, o cerebelo está ligado ao tronco encefálico por grossos feixes de fibras eferentes e aferentes,
os pedúnculos cerebelares.
As fibras aferentes penetram no cerebelo através de três pedúnculos:
OBS: pesquisas recentes indicam que o cerebelo recebe fibras noradrenérgicas (locus ceruleos) e
serotoninérgicas (núcleos da Rafe), participando do processo de memória.
DIENCÉFALO
Adriene Stahlschmidt, Bruna H. Suzigan, Carla C. Martins, Francieli Pagliarim, Arlete Hilbig
Na parede lateral do III ventrículo encontramos um sulco que vai do aqueduto ao forame
intervertebral. Este sulco, sulco hipotalâmico, divide o diencéfalo em uma porção superior, que faz
saliência na cavidade ventricular (tálamo); e uma porção inferior (hipotálamo), que também entra na
formação do assoalho do ventrículo. Posteriormente ao tálamo e formando a parede posterior do III
ventrículo, encontramos o epitálamo, cujo principal componente é a glândula pineal.
O III ventrículo se comunica com os ventrículos laterais pelos forames interventriculares (de
Monroe) e com o IV ventrículo pelo aqueduto cerebral. De maneira esquematizada temos:
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Ventrículo 1 1
Lateral III Ventrículo Ventrículo
Lateral
IV Ventrículo
Tálamo
Os tálamos são duas massas ovóides de substância cinzenta, unidas através de tecido nervoso
cinzento: a aderência intertalâmica. Seus limites são:
o Superior: assoalho do ventrículo lateral;
o Inferior: hipotálamo e subtálamo (mais lateral);
o Lateral: cápsula interna;
o Medial: terceiro ventrículo.
É subdividido por uma lâmina interna de substância branca em forma de “Y”, nas regiões:
o N. Anterior + N. Medial: relacionadas ao sistema límbico (regula as emoções) e SNA;
o N. Laterais: relacionados com sensibilidade e motricidade;
o N. Posteriores: visão e audição.
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Epitálamo
É a denominação dada à porção póstero-superior do diencéfalo cujos principais componentes são:
o Glândula Pineal: glândula endócrina secretora de melatonina quando em ausência de luz,
responsável pelo ritmo circadiano e inibição das gônadas, ela esta situada na linha media acima
e entre os colículos superiores. Caso haja lesão nessa glândula, o paciente perde o reflexo de
olhar para cima, pois ao nível desses colículos esta o núcleo de Edinger-Westphal (pertencente
ao complexo óculo-motor).
o Comissura Posterior: feixes de fibras transversais que intercruzam-se logo abaixo da glândula
pineal. Representa o limite entre o mesencéfalo e o diencéfalo. Também relacionado à
convergência do núcleo de Edinger-Westphal do 3º par craniano.
o Comissura das Habênulas: fibras que se entrecruzam logo acima da glândula pineal que
provêm de um pequeno triângulo situado de cada lado ( trígono das habênulas).Acima destas
está situado o 3º ventrículo. Essa comissura também faz parte do Sistema Límbico.
Subtálamo
É uma pequena área de difícil visualização (por localizar-se internamente) situada abaixo do tálamo,
na divisão com o mesencéfalo. Seus limites:
o Superior: tálamo;
o Lateral: cápsula interna;
o Medial: hipotálamo.
O subtálamo não se relaciona com as paredes do III ventrículo nem com a superfície externa, por
isso, só pode ser visualizado em cortes coronais do diencéfalo. Como principal formação do subtálamo tem-
se o núcleo subtalâmico, o qual apresenta conexões com o globo pálido exercendo função importante na
motricidade extra-piramidal. A lesão nessa região causa hemibalismo (movimentos anormais e violentos
das extremidades que levam a exaustão e não desaparecem com o sono).
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Hipotálamo
É parte do diencéfalo que se dispõe nas paredes do terceiro ventrículo, abaixo do sulco hipotalâmico
que o separa do tálamo. Apresenta algumas formações anatômicas visíveis na face inferior do cérebro:
o Corpos Mamilares: substância cinzenta parte do sistema límbico;
o Quiasma óptico: cruzamento de fibras do tracto óptico;
o Túber Cinéreo: substância cinzenta entre o infundíbulo e os corpos mamilares;
o Infundíbulo: sustenta a hipófise, que está situada inferiormente.
Funções
Controle da homeostase e motivacional (preservação da espécie). Algumas de suas funções estão
relacionadas com:
o controle do SNA: O hipotálamo anterior controla principalmente o sistema parassimpático e o
posterior, o sistema simpático.
o regulação da temperatura corporal: Detecta variações de temperatura no sangue através do
centro de perda de calor- termorreceptores do hipotálamo anterior que desencadeiam a
sudorese e vasodilatação periférica e do centro de conservação de calor- termorreceptores
localizados no hipotálamo posterior que desencadeiam vasoconstrição periférica, calafrios e até
mesmo liberação do hormônio tireoidiano.
o regulação do comportamento emocional (sistema límbico): via hipocampo, corpos amigdalóides
e área septal;
o regulação do sono e da vigília: hipotálamo posterior (vigília);
o regulação da fome e sede: centros da fome e saciedade, centro da sede (lateral, neurônios
sensíveis à variação de pressão osmótica). Lesão na área lateral provoca ausência de desejo
alimentar, lesão no núcleo ventro-medial leva o animal a alimentar exageradamente, já a lesão
em uma área do hipotálamo lateral provoca a perda da vontade de beber água.
o regulação da diurese: núcleos supra-óptico e paraventricular sintetizam hormônio antidiurético;
o metabolismo dos carboidratos e gorduras;
o regulação do ritmo circadiano: realizado no núcleo supraquiasmático.
o regula a hipófise pelo feixe hipotalâmico-hipofisário (neurohipófise) e sistema porta-hipofisário
(adenohipófise), como descrito a seguir:
Neuro-hipófise:
Neurônios neurossecretores sintetizam os hormônios antidiurético (ADH) e ocitocina que, através
das fibras do tracto hipotálamo- hipofisário, são transportados para a neuro- hipófise. As fibras terminam em
relação com vasos sanguíneos, onde os hormônios são liberados na corrente sanguínea.
Adeno- hipófise:
O hipotálamo regula a adeno-hipófise por um mecanismo nervoso e um vascular.
Neurônios neurossecretores secretam substâncias ativas que descem pelo tracto túbero-
infundibular e são liberadas em capilares especiais situados na eminência mediana e haste infundibular.
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Inicia-se, então, o sistema porta- hipofisário, onde as veias portas ligam a primeira rede de capilares situada
na eminência mediana e haste infundibular à segunda rede, situada na adeno- hipófise.
Na adeno-hipófise estas substância agem inibindo ou liberando os hormônios adeno- hipofisários
(prolactina, hormônio adenocorticotrófico, luiteinizante, folículo estimulante e do crescimento). Todos os
hormônios adeno-hipofisários tem um fator de liberação e apenas a prolactina e o hormônio do crescimento
tem também fator de inibição
Núcleos do Hipotálamo:
Relação da hipófise com o quiasma óptico: Devido à proximidade entre a hipófise e o quiasma óptico os
tumores de hipófise podem crescer e comprimir o quiasma de baixo para cima, o que ocasiona lesão na
parte mediana do quiasma óptico. Esta lesão interrompe as fibras provenientes da retina nasal que se
cruzam a este nível. O sintoma da lesão é a hemianopsia bitemporal, ou seja, a perda dos campos visuais
temporais.
Hemianopsia bitemporal
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TELENCÉFALO
Elisa B. Arroque, Arlete Hilbig
O telencéfalo é formado por dois hemisférios cerebrais, incompletamente separados pela fissura
longitudinal do cérebro, que envolvem completamente e encerram as estruturas do diencéfalo. O assoalho
da fissura longitudinal do cérebro é formado pelo corpo caloso, um conjunto de fibras comissurais que ligam
um hemisfério ao outro.
Cada hemisfério possui uma camada superficial de substância cinzenta, o córtex cerebral, que
reveste um centro de substância branca, o centro branco medular do cérebro, ou centro semi-oval, no
interior do qual existem massas de substância cinzenta, os Núcleos da Base.
Cada hemisfério possui ainda uma cavidade – o ventrículo lateral, que se comunicam com o terceiro
ventrículo através dos forame interventricular –; três pólos – frontal, occipital e temporal – ; e três faces –
súpero-lateral, medial e inferior.
O córtex cerebral está organizado na forma de giros (ou circunvoluções), delimitados por depressões
chamadas de sulcos. Os sulcos tem como função aumentar a área de superfície cerebral sem aumentar seu
volume e fazem com que 2/3 do córtex cerebral estejam escondidos nesses sulcos. O padrão de sulcos e
giros do cérebro varia em cada cérebro, podendo ser diferente nos dois hemisférios de cada indivíduo. Os
dois principais sulcos do telencéfalo são o Sulco Lateral (de Sylvius), que inicia na face inferior e corre
horizontalmente na face supero-lateral, separando o lobo temporal do lobo frontal e parietal, e o Sulco
Central (de Rolando), que corre verticalmente na face supero-lateral, separando os lobos frontal e parietal, e
é delimitado por dois giros paralelos: o giro pré-central (envolvido com a motricidade) e o giro pós-central
(envolvido com a sensibilidade). Os sulcos são, às vezes, muito sinuosos e podem ser interrompidos por
pregas anastomóticas.
O telencéfalo é dividido em cinco lobos, Frontal, Temporal, Parietal, Occipital e da Insula, que são
nomeados com relação ao osso com que fazem contato, mas que não correspondem à uma divisão
funcional do córtex.
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Face Súpero-lateral
Na face súpero lateral podemos visualizar parte dos quatro lobos (frontal, temporal, parietal e
occiptal).
O lobo frontal possui, verticalmente, o giro pré-central, delimitado pelo sulco de Rolando e pelo
sulco pré-central. Ele possui ainda mais três giros horizontais, delimitados por dois sulcos. O sulco frontal
superior separa o giro frontal superior do giro frontal médio. O sulco inferior separa o giro frontal médio do
giro frontal inferior. Esse giro frontal inferior, por sua vez, é subdividido em três giros menores: o orbital, mais
anterior, o triangular, ao centro, e o opercular, mais posterior e que, no hemisfério esquerdo, corresponde à
área de Broca, centro cortical da palavra falada.
O lobo temporal possui também dois sulcos horizontais, que delimitam três lobos. O sulco temporal
superior separa os giros temporal superior e temporal médio; o sulco temporal inferior separa os giros
temporal médio e temporal inferior. Continuando o giro temporal superior, mas adentrando o sulco lateral,
temos o giro temporal transverso, centro cortical da audição.
O lobo Parietal tem como sulco mais importante o sulco pós-central, que junto com o Sulco de
Rolando, delimita o giro pós-central, a área primária somestésica do telencéfalo. O sulco intraparietal separa
os giros parietal superior e inferior. Separando os lobos Parietal e Occipital, temos a continuação do sulco
Parietooccipital, que é mais visível na face medial.
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Face Medial
Na face medial do telencéfalo, a estrutura mais inferior encontrada é o fórnice, um feixe complexo de
fibras, dividido em corpo, colunas, pernas, corpos mamilares e comissura do fórnix. As pernas do fórnix se
ligam ao hipocampo, estrutura pertencente ao Sistema Límbico. Acima dele está o septo pelúcido, duas
delgadas lâminas de tecido nervoso que separam os dois ventrículos laterais. Mais superiormente temos o
corpo caloso, uma comissura inter-hemisférica, de fibras mielínicas, que comunica áreas simétricas do
córtex. Ele é dividido em rostro, joelho e corpo.
No lobo occipital, podemos visualizar o sulco calcarino, em cujos lábios está situado o centro
cortical da visão. Temos ainda, dividindo os lobos Occipital e Parietal o sulco Parietooccipital.
Nos lobos frontal
e parietal podemos
visualizar, logo acima do
corpo caloso, o sulco do
corpo caloso, que delimita
inferiormente o giro do
cíngulo. O limite superior
desse giro é o sulco do
giro do cíngulo. No
sentido vertical temos o
sulco paracentral, que,
levemente seccionado
pelo de Rolando, delimita
o giro paracentral, onde
estão localizadas as áreas motora (anterior ao sulco central) e sensitiva (posterior ao sulco central)
relacionadas com o pé e a perna. Anterior à lâmina terminal, na área septal, temos o giro paraterminal e a
área paraolfatória, centros do prazer do cérebro.
Face Inferior
Na face inferior enxergamos, dividindo os lobos Frontal e
Temporal, o início do sulco Lateral. No lobo temporal (mais
posterior) encontramos o sulco Colateral, que delimita o giro
parahipocampal. Este giro liga-se ao giro do cíngulo através do
Istmo do giro do Cíngulo, e, em sua porção anterior, curva-se em
torno do sulco do hipocampo para formar o úncus. A união do
úncus, giro parahipocampal, istmo do giro do cíngulo e giro do
cíngulo formam o lobo Límbico, relacionado com o comportamento
emocional e o controle do sistema nervoso autônomo.
55
Ventrículos
O telencéfalo possui dois ventrículos, um em cada hemisférios. O ventrículo esquerdo é,
convencionalmente, o primeiro ventrículo, e o direito é o segundo ventrículo. Eles são formados por uma
parte central e três cornos, um anterior, um inferior e um posterior.
O corno anterior possui como parede medial o septo pelúcido, como assoalho a cabeça do núcleo
caudado e como teto o corpo caloso. A parte central possui como teto o corpo caloso e o assoalho é
formado pelo fórnix, plexo coróide, tálamo e núcleo caudado. Os cornos inferiores e posteriores estão
contidos, respectivamente, nos lobos TemporaL e Occipital.
Hipocampo
O hipocampo é uma porção cortical curva e muito pronunciada que se dispõe acima do giro para-
hipocampal, no lobo temporal, em relação com corno temporal do VL. É constituído de um tipo de córtex
muito antigo, o arquicórtex, e faz parte do Sistema Límbico, tendo importantes funções psíquicas
relacionadas com o comportamento e a memória.
56
Núcleos da Base
Os núcleos da base são o Caudado, o Lentiforme, o Claustrum, o corpo Amigdalóide, o Núcleo
Accumbens e o Núcleo Basal de Meynert.
O núcleo caudado relaciona-se em toda
sua extensão com os ventrículos laterais, sendo
também dividido em cabeça, corpo e cauda. Sua
cabeça é quase completamente separada do
núcleo Lentiforme pela perna anterior da cápsula
interna.
O núcleo Lentiforme é, na realidade,
constituído por dois núcleos, o Putâmen, mais
externo, e o Globo pálido, mais interno, sendo
separados entre si por uma lâmina de substância
branca, a lâmina medular lateral. O núcleo
lentiforme situa-se lateralmente ao tálamo,
separado deste pela perna posterior da cápsula
interna, e é envolvido lateralmente pela cápsula externa.
Embora anatomicamente separados, caudado e putâmen tem origem embriológica, citoarquitetura e
funções comuns e são denominados, em conjunto, de
estriado (ou neoestriado), enquanto o globo pálido é
denominado pálido (ou paleoestriado).
O núcleo Claustrum situa-se lateralmente ao
núcleo lentiforme, lateral à cápsula externa e medial à
cápsula extrema, que o separa do lobo da Insula.
O corpo Amigdalóide é uma massa esferóide de
cerca de 2 cm de diâmetro, situada no pólo temporal do
hemisfério cerebral. Ele faz parte do sistema Límbico, e é
um importante centro regulador do comportamento sexual
e da agressividade (impulsos primitivos).
O núcleo Accumbens está na zona de união entre
o caudado e o putâmen, no “corpo estriado ventral”.
O núcleo Basal de Meynert está situado na base
do cérebro, entre a substância perfurada anterior e o globo
pálido, na chamada substância inominada. Contém
neurônios grandes, ricos em acetilcolina, e relaciona-se
com o sistema límbico e o córtex cerebral, tendo
importante papel relacionado com a memória e com as
funções psíquicas superiores. A diminuição da acetilcolina
no núcleo está relacionada com a doença de Alzheimer.
57
Esquema do Córtex
3. área auditiva: no giro temporal trasnverso anterior; cada hemisfério recebe informações
tonotópicas de ambos os lados, não sendo completamente cruzada;
4. área vestibular: no lobo parietal, e é importante para a apreciação constante da orientação no
espaço;
5. área olfatória: no úncus e giro para-hipocampal;
6. área gustativa: na porção inferior do giro pós-central, próximo à insula.
7. área motora primária: no giro pré-central.
A área somestésica e a motora possuem somatotopia que pode ser representada por um homúnculo
(sensitivo e motor), figuras descritas por Penfield e Rasmussen, que traduzem a correspondência da
complexidade exercida por cada segmento na representação cortical.
As áreas de associação secundárias motoras estão envolvidas com o planejamento dos atos
voluntários. A perda da função dessas áreas resulta na apraxia, que é a incapacidade de executar
determinados atos voluntários, sem que exista qualquer déficit motor (defeito nas áreas de planejamento do
movimento). São elas: a área motora suplementar, que está envolvida no planejamento de sequências
complexas de movimento; área pré-motora, responsável por colocar o corpo, especialmente os membros,
em uma posição básica preparatória para a realização de movimentos delicados, que ficam a cargo da
musculatura mais distal dos membros; área de Broca, localizada na parte opercular e triangular do giro
frontal inferior, responsável pela programação da atividade motora relacionada com a expressão da
linguagem. Uma lesão na área de Broca
impede que o indivíduo consiga se expressar
através da linguagem falada, embora continue
compreendendo (afasia motora). A área de
associação auditiva que permite a
compreensão da linguagem falada denomina-
se área de Wernicke e localiza-se entre lobo
parietal e temporal. De forma inversa, uma
lesão dessa região causa uma afasia de
compreensão: embora capaz de falar, não
existe compreensão da linguagem.
As áreas de associação terciária
recebem e integram as informações sensoriais
já elaboradas por todas as áreas secundárias
e são responsáveis também pela elaboração das diversas estratégias comportamentais.
A área Pré-frontal atua na escolha das opções estratégicas comportamentais, na manutenção da
atenção – que consiste na capacidade de seguir sequências ordenadas de pensamentos – e no controle do
comportamento emocional.
A área Temporoparietal integra as informações da área visual, auditiva e somestésica e está
relacionada com a percepção espacial e compreensão da formação das imagens das partes componentes
do próprio corpo – um dano nessa área pode resultar na síndrome da negligência ou inatenção, que é
caracterizada pela negação da existência de um lado do corpo ou de um lado inteiro do mundo.
As áreas Límbicas estão relacionadas à memória e ao comportamento emocional, e fazem parte do
Sistema Límbico.
Do ponto de vista funcional, podemos dizer que existe uma assimetria das funções corticais. Apenas
nas áreas de projeção há certa simetria, com impulsos provenientes de um hemicorpo chegando à área de
projeção do hemisfério contra-lateral. Nas funções cognitivas, os hemisférios cerebrais possuem uma certa
especialização funcional: o hemisfério esquerdo possui dominância de função cortical de linguagem e
raciocínio matemático na maioria dos indivíduos, enquanto o hemisfério direito possui predominância das
funções corticais ligadas ao desempenho de atividades artísticas, percepção de relações espaciais e
reconhecimento da fisionomia das pessoas. Por convenção, o hemisfério dominante é o hemisfério onde se
localiza a linguagem, sendo, portanto o hemisfério esquerdo para a maioria dos indivíduos.
61
SISTEMA LÍMBICO
André Reitz da Costa, Arlete Hilbig
O sistema límbico pode ser conceituado como um sistema relacionado, fundamentalmente, com a
regulação dos processos emocionais e do sistema nervoso autônomo, constituído pelo lobo límbico e
estruturas subcorticais, apresenta-se também diretamente relacionado ao mecanismo de memória e
aprendizagem. O sistema límbico é constituído por componentes corticais (giro do cíngulo, giro para-
hipocampal e hipocampo) e subcorticais (corpo amigdalóide, área septal, núcleo mamilares, núcleo
anterior do tálamo e núcleo das habênulas).
O sistema límbico realiza conexão com as demais áreas do cérebro através das conexões
extrínsecas, destacando-se as conexões com o hipotálamo. As conexões aferentes que trazem
informações visuais, auditivas, somestésicas ou olfatórias que sinalizem perigo, por exemplo, pode despertar
o medo pelo acesso, indireto, ao sistema límbico. Tais informações são antes processadas, nas áreas
corticais de associação secundárias e terciárias, penetram no sistema límbico por vias que chegam ao giro
para-hipocampal e passam para o hipocampo, chegando, assim, ao circuito de Papez. Com exceção do
estímulo olfatório que passa diretamente da área cortical para o giro para-hipocampal e o corpo amigdalóide.
A sensibilidade visceral também atinge o sistema límbico, seja diretamente, através das conexões dos
núcleos do tracto solitário, ou, indiretamente, via hipotálamo.
As funções do sistema límbico passaram a ter uma maior atenção a partir dos estudos de Klüver e
Bucy, os quais lesaram algumas estruturas importantes do sistema límbico de animais, que permitiram
evidenciar a relação do sistema límbico com fenômenos emocionais.
Corpo Amigdalóide: a partir de lesões ou estimulações nesta área, encontra-se alterações do
comportamento alimentar ou da atividade das vísceras, em casos de lesões há uma diminuição da
agressividade social; pacientes em atos cirúrgicos, submetidos à estimulação elétrica, conscientes, relatam à
sensação de medo. Trata-se de uma região de percepção comportamental que opera em nível inconsciente,
regulando a agressividade e o comportamento sexual.
Área Septal: lesões nessa área estão relacionadas com a hiperatividade emocional, ferocidade e
raiva; a estimulação causa alterações da pressão arterial e do ritmo respiratório, é tida como uma das áreas
de prazer no cérebro.
Giro do Cíngulo: relacionado à agressividade, depressão e ansiedade.
Hipocampo: relacionado com a agressividade e ao mecanismo de memória.
Os mecanismos de memória recente dependem do sistema límbico, o qual age atuando nos
processos de retenção e consolidação de informações novas e, possivelmente, em seu armazenamento
temporário e permanente. Esta função do sistema límbico está relacionada, principalmente, com o
hipocampo e o corpo amigdalóide, bem como o fórnix e os corpos mamilares.
63
CIRCULAÇÃO ENCEFÁLICA
Olga Gaio Milner, Daniel L. Arenas
Vascularização Arterial
O suprimento arterial cerebral se dá por dois sistemas: um anterior ou carotídeo e outro posterior ou
vértebrobasilar. Esses dois sistemas são anastomosados no polígono de Willis, que é uma anastomose
situada na base do cérebro que possui a capacidade de propiciar uma circulação colateral para o mesmo,
caso alguma das artérias proximais seja temporária ou permanentemente ocluída.
Considerações Clínicas
Hematomas extradurais e subdurais ocorrem por lesões de vasos, resultando no acúmulo de sangue
nas meninges. Lesões na artéria meníngea média formam hematoma extradural e o sangue não for drenado
leva à morte em poucas horas. Já a ruptura de uma veia cerebral no ponto em que ela entra no seio sagital
superior ocasiona um hematoma subdural. Entretanto, as hemorragias no espaço subaracnóideo não
formam hematomas pois o sangue se espalha no liquor.
Considerações clínicas:
Hidrocefalia é o aumento da quantidade e da pressão do liquor, que acarreta dilatação dos
ventrículos e compressão do tecido nervoso. Ela pode ser de dois tipos:
Hidrocefalia comunicante: é consequência de processos patológicos nos plexos coróides,
seios da Duramáter ou granulações aracnóides.
Hidrocefalia não comunicantes: é consequência da obstrução na circulação do liquor,
geralmente no aqueduto cerebral.
Aferente
Interocepção (visceral)
Sistema Nervoso
Visceral
Eferente Motora ou secretora SNA
Neurônio pré-ganglionar: é aquele que está situado na medula ou no tronco encefálico. Ele emite
uma fibra pré-ganglionar que vai até o Gânglio Vegetativo e faz sinapse com cerca de vinte neurônios pós-
ganglionares, pois o sistema nervoso autônomo é muito difuso.
Neurônio Pós-Ganglionar: é aquele que está situado no gânglio vegetativo. Emite fibras pós-
ganglionares. São fibras amielínicas, contendo apenas neurilema.
70
A fibra pré-ganglionar é composta por mielina, por isso a sua cor branca. Ela se exterioriza pela
raiz anterior dos nervos raquidianos, junto com as fibras motoras somáticas, passando pelo ramo
comunicante branco e indo até o gânglio vegetativo e fazendo sinapse com a fibra pós-ganglionar, que é
amielínica e de cor parda. A fibra pós-ganglionar irá passar pelo ramo comunicante pardo até chegar ao
nervo. Os ramos comunicantes brancos só existem na porção tóraco-lombar e sacral da medula, pois é
nessas regiões que há simpático e parassimpático. As demais regiões possuem somente ramos
comunicantes pardos.
Gânglios
Cadeia Látero-Vertebral: está em toda extensão da coluna
vertebral, ao seu lado. Possui 3 gânglios cervicais, 10-12 torácicos, 3-5
gânglios lombares e 1 sacral. O último gânglio cervical se une ao primeiro
gânglio torácico formando o gânglio estrelado ou cervico-torácico.
Pré-Vertebrais: estão adiante da coluna, juntos à aorta
abdominal.
Terminais: estão na intimidade da própria víscera e são
chamados de viscerais. Ex: plexo mioentérico de Auerbach (na muscular)
e plexo submucoso ou de Meissner (na submucosa).
Função
A função do Sistema Nervoso Autônomo é aparentemente antagônica, com a finalidade de manter a
homeostase do organismo.
O sistema nervoso simpático é ativado quando estamos em situações de estresse. A glândula supra-
renal é ativada liberando adrenalina na circulação, causando alterações no organismo para que ele entre em
situação de Alarme (luta ou fuga). Já o sistema nervoso parassimpático é predominante quando estamos
dormindo ou em estado relaxado. Pode-se dizer que, geralmente, esses sistemas causam reações
antagônicas aos estímulos simpáticos.
72
VIAS DE CONDUÇÃO
Clara M. Milanezi, Beatriz C. Mantuan , Leonardo A. Coelho, Leonardo M. de Carvalho - V.A.
Larissa Marques Santana - V.E.
Vias Aferentes
As vias aferentes são cadeias neuronais que levam diferentes formas de sensibilidade dos
receptores periféricos ao córtex. A sensibilidade, como já abordado no estudo sobre a medula, pode ser
assim dividida:
Protopática
Exteroceptiva
Epicrítica
Sensibilidade
Geral Consciente
Proprioceptiva
Inconsciente
Visceroceptiva
Visão
Sensibilidades Audição
Especiais Gustação
Olfato
Todas as formas de sensibilidade geral estão representadas na medula e formam as grandes vias
aferentes, detalhadas a seguir. As sensibilidades especiais têm correspondência com o tronco encefálico e
também serão estudadas.
SENSIBILIDADE GERAL
As vias aferentes têm início na periferia, onde estão localizados os receptores, terminações
nervosas sensíveis ao estímulo específico de cada via. A partir de fibras ligadas a esses receptores, o
estímulo passa por um trajeto periférico, que compreende um nervo espinhal ou craniano e um gânglio
sensitivo anexo a ele. No trajeto das fibras pelo sistema nervoso central, se agrupam em feixes (tractos,
fascículos, lemniscos) de acordo com suas funções. As áreas de projeção corticais são os destinos das
fibras, podendo estar no cérebro (para diversos tipos de sensibilidade consciente) ou no cerebelo
(sensibilidade inconsciente).
No 1º caso:
Feixe Espino-Cerebelar Anterior (ou Cruzado)
PS: A via é considerada homolateral pois as fibras se cruzam 2 vezes.A primeira na medula e a segunda
antes de penetrar no cerebelo.
No 2º caso:
Feixe Espino-Cerebelar Posterior (ou Direto)
Por meio dessas vias os impulsos proprioceptivos inconscientes chegam ao cerebelo. Lembrando
que a propriocepção consciente está relacionada à complexas funções destinadas ao cerebelo, entre as
quais podemos citar:
- Regulação do tônus;
- Postura;
- Equilíbrio Estático/Dinâmico;
- Coordenação dos Movimentos.
SENSIBILIDADES ESPECIAIS
Via Gustativa
Seus receptores são corpúsculos gustativos da língua e da epiglote. OS impulsos dos 2/3 anteriores
da língua, do terço posterior da língua e da
epiglote chegam ao SNC, respectivamente,
pelo Nervo Intermédio(porção sensitiva do
Facial - VII par), Glossofaríngeo(IX par) e
Vago(X par).
Neurônios I - Localizam-se nos gânglios
geniculado (VII par), inferior do IX e inferior
do X. Seus prolongamentos periféricos ligam-
se aos receptores e prolongamentos centrais
penetram no tronco, percorrem o tracto
solitário e fazem sinapse com os neurônios II.
76
Neurônios II – Presentes no Núcleo do Tracto Solitário (Bulbo), originam as fibras solitário-talâmicas, que
terminam fazendo sinapse com os Neurônios III do tálamo do mesmo lado e do lado oposto.
Neurônios III – Localizam-se no tálamo, no Núcleo ventral póstero-medial. Seus axônios chegam à área
gustativa primária, no córtex cerebral, na parte inferior do giro pós-central, próximo a área somestésica da
língua.
Via Olfatória
Seus receptores são cílios olfatórios das células olfatórias. Apresenta várias peculiaridades: possui
apenas neurônios I e II, o primeiro neurônio localiza-se em uma mucosa e não em um gânglio, é a única via
sensitiva que não passa pelo tálamo, é totalmente homolateral e sua área cortical de projeção é do tipo
alocórtex.
Neurônios I – São as células olfatórias,
neurônios bipolares localizados na
mucosa olfatória, com prolongamentos
periféricos terminados em dilatações
(vesículas olfatórias), que contêm os
receptores. Os prolongamentos centrais
formam o nervo olfatório ao atravessar
a lâmina crivosa do osso etmóide.
Terminam no bulbo olfatório, fazendo
sinapse com os Neurônios II.
Neurônios II – Células mitrais, seus
dendritos são bastante ramificados e
fazem sinapse com os neurônios I.
Seus axônios seguem pelo tracto olfatório e dividem-se em estria olfatória lateral (impulsos conscientes,
seguem para o úncus e o giro para-hipocampal) e medial(segue para a área septal).
Via Auditiva
* Algumas fibras dos núcleos cocleares penetram no lemnisco lateral do mesmo lado (homolaterais).
Neurônios III - No colículo inferior. Os axônios passam pelo braço do colículo inferior e vão para o corpo
gemiculado medial.
Neurônios IV - No corpo gemiculado medial. Os axônios formam a radiação auditiva, que passa pela
cápsula interna e chega a área auditiva do córtex, no giro temporal tranverso anterior.
* Alguns impulsos auditivos seguem um trajeto mais complicado, com um maior número de sinapses em pelo
menos 3 núcleos ao longo da via (Do corpo trapezóide, núcleo olivarsuperior e núcleo do lemnisco lateral).
A existência de vias homolaterais torna impossível a perda deste sentido por lesão de uma só área
auditiva.
Via Óptica
- células fotossensíveis:
- células bipolares:
ganglionar, mas são várias células bipolares oriundas da ligação com os bastonetes que se ligam a apenas
uma célula ganglionar.
Neurônios III - Os axônios amielínicos percorrem a superfície interna da retina e convergem na papila
óptica, na parte posterior da retina, onde recebemmielina e formam o nervo óptico. Neste local, não há
receptores, por isso ele é conhecido como ponto cego; é, também, o local por onde penetram os vasos que
nutrem a retina.
Os nervos ópticos convergem formando o quiasma óptico, onde as fibras sofrem decussação parcial.
Dali, se destacam os tractos ópticos que se destinam para o hipotálamo (regulação dos ritmos biológicos);
colículo superior (reflexos de movimentos dos olhos ou pálpebras); área pré-tectal (reflexos fotomotor) ou
corpos geniculados laterais (visão), onde fazem sinapse com os 4º neurônios.
* As fibras da radiação atigem o córtex por trajetos diferentes, formando a alça temporal (de Meyer).
Vias Eferentes
A conceituação de dois sistemas independentes, piramidal e extrapiramidal, não pode ser mais
aceita e já não é mais utilizada na maioria dos modernos textos de neuroanatomia. Entretanto, é vantajoso
manter, do ponto de vista didático, os termos piramidal e extrapiramidal para indicar as vias que passam e
não pelas pirâmides bulbares em seu trajeto pela medula.
Vias piramidais
Tracto córtico-espinhal: Une o córtex cerebral aos neurônios motores da medula.
As vias piramidais na medula compreendem dois tractos: córtico-espinhal anterior e córtico-espinhal
lateral. Ambos originam-se no córtex cerebral e conduzem impulsos nervosos aos neurônios da coluna
anterior da medula, relacionando-se com estes neurônios diretamente ou através de neurônios internunciais.
No trajeto do córtex até o bulbo, as fibras dos tractos córtico-espinhais lateral e anterior constituem um só
feixe, o tracto córtico-espinhal. Ao nível da decussação das pirâmides, uma parte das fibras (70 a 90%)
deste tracto se cruza e vai constituir o tracto córtico-espinhal lateral (cruzado). Entretanto, um número de
fibras não se cruza e continua em sua posição anterior e constitui o tracto córtico-espinhal anterior ou direto.
As fibras do tracto córtico-espinhal anterior ocupam o funículo anterior da medula espinhal e
terminam em relação com os neurônios motores contralaterais, após cruzamento na comissura branca. O
tracto córtico-espinhal lateral ocupa o funículo lateral ao longo de toda a extensão da medula e suas fibras
influenciam os neurônios motores da coluna anterior de seu próprio lado. Nem todas as fibras do tracto
córtico-espinhal são motoras. Um número significativo delas, originadas na área somestésica do córtex,
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termina na coluna posterior e acredita-se que estejam envolvidas no controle dos impulsos sensitivos.
Entretanto, a principal função é motora somática.
Ao contrário do que se admitia há alguns anos, essa mesma função é exercida também pelo tracto
rubro-espinhal e retículo-espinhal. Logo, tem-se uma ação compensadora e as lesões do tracto córtico-
espinhal não causam quadros de hemiplegia como se pensava e os déficits motores resultantes são
relativamente pequenos. O sintoma mais evidente de uma lesão do tracto córtico-espinhal é a incapacidade
de realizar movimentos independentes de grupos musculares isolados (perda da capacidade de
fracionamento, como abotoar uma camisa). Observa-se, também, o sinal de Babinski, reflexo patológico que
consiste na flexão dorsal do hálux quando se estimula a pele da região plantar.
O tracto córtico-espinhal lateral, mais importante, é denominado também piramidal cruzado e o
córtico-espinhal anterior, piramidal direto. Os dois tractos são cruzados, o que significa que o córtex de um
hemisfério cerebral comanda os neurônios motores situados do lado oposto, visando a realização de
movimentos voluntários. Assim, a motricidade voluntária é cruzada.
Tracto córtico-nuclear:
Tem mesmo valor funcional do tracto córtico-espinhal,diferindo desse pelo fato de transmitir impulsos
aos neurônios motores do tronco encefálico e não os da medula.
As fibras do tracto córtico-nuclear originam-se na parte inferior da área 4, passam pelo joelho da
cápsula interna e descem pelo tronco encefálico, associadas ao tracto córtico-espinhal. À medida que o feixe
tracto córtico-nuclear desce pelo tronco encefálico, dele se destacam feixes de fibras que vão influenciar os
neurônios motores dos núcleos da coluna eferente somática (núcleos do III, IV, VI e XII) e eferente visceral
(núcleo ambíguo e núcleo motor do V e do VII).
O tracto córtico-nuclear possui grande número de fibras homolaterais.
Vias extrapiramidais
Tracto Retículo-Espinhal:
As funções desse tracto envolvem o controle de movimentos tanto voluntários como automáticos, a
cargo dos músculos axiais e proximais dos membros. Determina o grau adequado de contração desses
músculos. Como no homem essa musculatura é controlada pelo tracto Córtico-Espinhal lateral, o tracto
extrapiramidal promove o suporte postural básico para execução de movimentos finos controlados pelo
tracto piramidal. Dessa forma, mesmo após lesão do tracto Córtico-Espinhal, a motricidade voluntária da
musculatura proximal dos membros é mantida pelo tracto Retículo-Espinhal. Esse tracto pode, também,
estar envolvido no controle da marcha.
NEUROIMAGEM
Sérgio Francisco Siepko Júnior, Vitor Bernardes Pedrozo
Planos do corpo:
Vascularização encefálica:
FOTO 1 FOTO 2
HED
CORRELAÇÕES CLÍNICAS