Você está na página 1de 149

INVESTIDOR

ESPECIALISTA
A nova era dos Fundos de Investimentos
Volume II
CAPÍTULO 1
FUNDOS DE INVESTIMENTOS

O QUE SÃO FUNDOS DE INVESTIMENTOS............................................................................... 9


PARTICIPANTES DOS FUNDOS DE INVESTIMENTOS........................................................... 11
COMO FUNCIONAM OS FUNDOS DE INVESTIMENTOS........................................................ 15
O QUE SÃO COTAS DE FUNDOS DE INVESTIMENTOS......................................................... 17
MARCAÇÃO A MERCADO............................................................................................................ 18
MARCAÇÃO NA CURVA DE JUROS............................................................................................ 20
QUAIS OS RISCOS DOS FUNDOS DE INVESTIMENTOS....................................................... 24
TIPOS E CATEGORIAS DE FUNDOS DE INVESTIMENTOS.................................................... 26
COMO FUNCIONA A CLASSIFICAÇÃO ANBIMA DE FUNDOS DE INVESTIMENTOS.......... 27
TIPOS DE FUNDOS DE INVESTIMENTOS DE RENDA FIXA................................................... 28
TIPOS DE FUNDOS DE INVESTIMENTOS MULTIMERCADO................................................. 32
TIPOS DE FUNDOS DE INVESTIMENTOS DE AÇÕES............................................................ 37
TIPOS DE FUNDOS DE INVESTIMENTOS CAMBIAIS............................................................. 42
RESUMINDO – PRINCIPAIS TIPOS DE FUNDOS DE INVESTIMENTOS............................... 43
CUSTOS DOS FUNDOS DE INVESTIMENTOS......................................................................... 45
VALE OU NÃO A PENA INVESTIR EM FUNDOS DE INVESTIMENTOS.................................. 48
COMO INVESTIR EM FUNDOS DE INVESTIMENTOS............................................................. 50

CAPÍTULO 2
FUNDOS IMOBILIÁRIOS

O QUE SÃO FUNDOS IMOBILIÁRIOS (FII)................................................................................. 54


RENTABILIDADE DOS FUNDOS IMOBILIÁRIOS...................................................................... 56
CUSTOS DOS FUNDOS IMOBILIÁRIOS..................................................................................... 58
RISCOS DOS FUNDOS IMOBILIÁRIOS...................................................................................... 60
PRINCIPAIS TIPOS DE FUNDOS IMOBILIÁRIOS...................................................................... 62
VANTAGENS DOS FUNDOS IMOBILIÁRIOS.............................................................................. 65
DESVANTAGENS DOS FUNDOS IMOBILIÁRIOS...................................................................... 69
INDICADORES FUNDAMENTAIS PARA AVALIAR FUNDOS IMOBILIÁRIOS......................... 72

Investidor Especialista - Volume II 2


CAPÍTULO 3
EXCHANGE TRADED FUNDS - ETF

O QUE É ETF.................................................................................................................................. 80
DIFERENÇA ENTRE INVESTIMENTO PASSIVO E ATIVO........................................................ 82
RISCOS........................................................................................................................................... 84
QUAIS AS PRINCIPAIS ETFS BRASILEIRAS............................................................................. 85
VANTAGENS DAS ETFS............................................................................................................... 89
DESVANTAGENS DAS ETFS....................................................................................................... 92

CAPÍTULO 4
COMO ESCOLHER BONS FUNDOS

INDICADORES INFALÍVEIS PARA IDENTIFICAR OS MELHORES FUNDOS........................ 99


RENTABILIDADE ABSOLUTA E RENTABILIDADE RELATIVA................................................ 100
QUANTIDADE DE COTISTAS X PATRIMÔNIO MÉDIO DO FUNDO...................................... 102
PATRIMÔNIO DO FUNDO X VALOR APLICADO...................................................................... 104
VOLATILIDADE............................................................................................................................ 106
DRAWDOWN................................................................................................................................ 108
ÍNDICE DE SHARPE.................................................................................................................... 110
ESTATÍSTICAS RÁPIDAS........................................................................................................... 112
COMPARANDO FUNDOS COMO UM PROFISSIONAL........................................................... 114
COMPARE FUNDOS DO MESMO TIPO/CATEGORIA............................................................. 115
COMPARE AS RENTABILIDADES............................................................................................. 117
ATENÇÃO AO PERÍODO AVALIADO......................................................................................... 119
COMPARE ESTATÍSTICAS BÁSICAS DOS FUNDOS............................................................. 121
COMPARE A VOLATILIDADE E ESCOLHA A MAIS ADEQUADA AO SEU PERFIL............... 123
ÍNDICE DE SHARPE: UMA RESPOSTA MASTIGADA............................................................. 125
COMPARE A QUANTIDADE DE COTISTAS ATUAL E SUA EVOLUÇÃO NO TEMPO.......... 126
COMPARE A EVOLUÇÃO DO PATRIMÔNIO DO FUNDO....................................................... 127
COMPARE O DRAWDOWN DOS FUNDOS.............................................................................. 128
COMPARE A EVOLUÇÃO DA VOLATILIDADE DOS FUNDOS............................................... 130
CONCLUSÃO................................................................................................................................ 133

Investidor Especialista - Volume II 3


CAPÍTULO 5
GESTORAS DE BANCOS X GESTORAS INDEPENDENTES

QUALIDADE DOS FUNDOS....................................................................................................... 136


RISCOS DA GESTÃO.................................................................................................................. 137
QUESTÃO PURAMENTE COMERCIAL..................................................................................... 138
NOMES DE PESO........................................................................................................................ 139

CAPÍTULO 6
COLOCANDO OS CONHECIMENTOS ADQUIRIDOS EM
PRÁTICA

BANCOS X CORRETORAS........................................................................................................ 142


XP INVESTIMENTOS................................................................................................................... 144
MAIS RETORNO E RETORNO INVESTIMENTOS................................................................... 146

Investidor Especialista - Volume II 4


INTRODUÇÃO

FELIPE MEDEIROS Não é de hoje que os Fundos de Investimentos são algo


Economista
que me intriga.
Depois de quase uma década estudando, escrevendo
e construindo projetos sobre esse tema, a ideia de
escrever um livro completo sobre ele me passou pela
cabeça dezenas de vezes.
Graças ao sucesso do primeiro volume do Investidor
Especialista, finalmente fui encorajado a colocar essa
nova produção de pé.
Afinal de contas, foram mais de 10 mil leitores em
menos de um ano da publicação original e dezenas de
comentários com agradecimentos e elogios que fizeram
todo o esforço de cada palavra do primeiro livro valer a
pena.
E tem forma melhor de retribuir por todo o carinho que
recebi dos leitores do livro anterior, do que trazendo
mais conteúdo com uma qualidade ainda maior e sobre
um tema que eu e meus sócios somos completamente
apaixonados?
Só de reunir os melhores artigos já publicados sobre
fundos de investimentos no Mais Retorno e demais
canais, já poderia agregar um vasto conteúdo para os
leitores que buscam orientação nesse novo Brasil de
juros baixos que exige investimentos mais sofisticados
como o dos fundos.

Investidor Especialista - Volume II 5


Portanto a ideia toda desse livro foi centrada justamente
nisso: reunir o máximo de conhecimento adquirido ao
longo desses anos sobre Fundos de Investimentos
em todas as suas formas e disponibilizar isso com a
simplicidade e fluidez característica do Mais Retorno.
Meu compromisso com esse livro é que você o termine
de ler com a capacidade de tomar as melhores decisões
em relação a investimentos em fundos, como um
verdadeiro profissional das finanças!
E não precisa ser formado em economia, contabilidade
ou qualquer outro curso superior da área. O único
conhecimento que eventualmente seja necessário é ter
lido o primeiro volume do Investidor Especialista que
você pode adquirir gratuitamente no nosso portal.
De agora em diante você só precisa encontrar um bom
lugar aconchegante para encostar, preparar aquele café,
chopp ou vinho para acompanhar a leitura e apreciar a
jornada de conhecimento que vem pela frente.
Espero te surpreender e te aproximar ainda mais dos
seus sonhos.
E se tiver qualquer dúvida ou comentário para fazer,
sinta-se sempre à vontade para me chamar pelo
contato@maisretorno.com. Estou aqui para te ajudar
nessa missão!

Um grande abraço e uma ótima leitura!

Investidor Especialista - Volume II 6


FUNDOS DE
INVESTIMENTO
Capítulo 1
Os Fundos de Investimentos são uma das modalidades de investimentos que
mais me atraem.
Bom, depois de escrever um livro inteiro sobre esse assunto acho que nem
preciso provar isso, não é?
Mas não sou só eu que acho isso.

De acordo com a ANBIMA, mais de 50% do patrimônio


financeiro dos investidores milionários se encontra em
fundos, em um mercado que contabiliza mais de R$ 3
trilhões. Para comparação, somando todo o dinheiro
aplicando na caderneta de poupança, o valor investido é
de apenas R$ 600 bilhões, 1/5 (20%) do valor aplicado
em fundos.

Apesar de existirem alguns críticos em relação aos seus custos, à terceirização


da tomada de decisões em relação aos investimentos e outros pontos de
menor importância, considero que seus pontos positivos acabam superando
consideravelmente os negativos.
Isso porque esse é um tipo de investimento relativamente simples, diversificado
e que se pode ter uma boa liquidez e ainda bater a média do retorno do
mercado consistentemente.
Mas claro, isso vale apenas se forem selecionados os melhores fundos!
Ultimamente venho batendo insistentemente na tecla de que com os juros
mais baixos, mesmo o investidor mais conservador vai precisar tomar alguma
parcela de risco para poder rentabilizar adequadamente seu dinheiro.
E isso não quer dizer que todo mundo tem que sair dando um giro de 180º
na composição de sua carteira atual! Aliás, até escrevi recentemente para
o  Valores Reais  sobre como fazer “trade em fundos” pode ser um péssimo
negócio.
A ideia aqui é que se você ainda não conhece nada sobre Fundos de
Investimentos então vale a pena se informar mais.

Investidor Especialista - Volume II 8


Afinal, esse pode ser o tipo de investimento que se encaixaria perfeitamente na
sua carteira para dar aquele resultado extra que se tornaram necessários por
conta dos juros baixos, por motivos que abordarei melhor abaixo ao longo do
livro.

DESCUBRA QUAL É O SEU PERFIL DE INVESTIDOR

CLIQUE AQUI

Investidor Especialista - Volume II 9


O QUE SÃO FUNDOS DE INVESTIMENTOS

Se você mora em apartamento ou em um condomínio fechado de casas, talvez


já tenha parado para pensar na lógica do porque existem os condomínios.
A ideia é que dezenas ou centenas de moradores que tenham interesses em
comum se unam para dividir os custos de aquisição desses interesses e assim
possam conquistá-los de forma mais eficiente e barata.
Ou seja, a contratação de porteiros, iluminação da área comum, limpeza, um
síndico para resolver os “pepinos” e as brigas dos moradores, além de outros
serviços de manutenção e reformas, custam apenas uma pequena fração para
cada morador, ainda que todos sejam beneficiados integralmente por esses
serviços.
Portanto se você mora em um condomínio com 100 moradias (casas ou
apartamentos) diferentes, você poderá contar com todos esses serviços pelo
custo de apenas 1% deles.
Maravilha, não é? Pois essa é exatamente a mesma ideia dos Fundos de
Investimentos!
Eles são simplesmente uma forma de que um grupo de investidores com
interesses semelhantes possam se unir e buscar esses objetivos de forma
mais eficiente e barata.
Afinal de contas, já pensou o tamanho da sua folha de pagamentos se você
fosse contratar sozinho os melhores gestores e analistas do mercado, com
uma estrutura de primeira para aplicar seu dinheiro e buscar os melhores
resultados?
A menos que você seja o Warren Buffet,  Luiz
Alves Paes de Barros ou o Claudio
Coppola lendo mais um dos maravilhosos
conteúdos do Mais Retorno, talvez essa não
seja a melhor alternativa para o seu caso.
E não são apenas nos custos da contratação
de estrutura e profissionais que os fundos saem
na frente, mas também na economia de escala

Investidor Especialista - Volume II 10


adquirida pelo valor acumulado de todos os investidores. Isso porque com um
valor alto à disposição dos gestores (que em alguns casos chega a passar da
casa de bilhões de reais), o seu poder de barganha no momento da aplicação
desse dinheiro é bastante grande.
É só imaginar o quanto uma empresa que precisa de financiamento não iria se
dobrar e oferecer as melhores condições para poder ter acesso àquela quantia
significativa de recursos disponível para aplicação de algum grande fundo.
Claro que tudo isso é bonito no papel, mas como garantir que os fundos estão
realmente alinhados aos interesses dos investidores? E como os investidores
podem se proteger frente a um eventual fundo que não tiver a melhor das
intenções?

Investidor Especialista - Volume II 11


PARTICIPANTES DOS FUNDOS DE INVESTIMENTOS

Justamente para dar maior credibilidade e segurança em relação ao


investimento em fundos, existem diferentes empresas e profissionais
envolvidos nessa estrutura.
Cada um desses participantes é especializado em uma etapa específica, que
juntas fecham um círculo de “autofiscalização” essencial para o funcionamento
e transparência do investimento em fundos.
Não precisa se desesperar e nem decorar isso. Apesar de parecer meio
confusa e bagunçada à primeira vista, você verá a seguir como é simples essa
estrutura e faz todo o sentido no final:

a) Gestor
Diria que é a peça mais importante de toda a estrutura e sem dúvida a que
você mais precisará conhecer e estudar antes de decidir colocar o seu dinheiro.
Isso porque é exatamente esse profissional que terá acesso ao seu dinheiro e
irá decidir para onde ele vai. É claro que nas maiores gestoras ele não cuida
de tudo sozinho e conta com o auxílio de outros analistas e operadores para
movimentar toda aquela dinheirama que eles têm à disposição deles.
Mesmo assim a decisão final será tomada sempre pelo gestor e se essa
decisão for incorreta, imprudente ou simplesmente tomada no momento errado,
é o seu dinheiro que vai sofrer as consequências (e o seu sono também por
tabela).

b) Administrador
Esse participante acaba causando bastante confusão. Afinal de contas o
“administrador” não deveria ser quem “administra” o dinheiro?
Apesar dessas denominações não serem muito intuitivas, tenha em mente
que o administrador de um fundo não tem nenhuma relação com a decisão de
onde/quando seu dinheiro será aplicado (papel do gestor que vimos no item

Investidor Especialista - Volume II 12


anterior). mas sim de controlar onde está esse dinheiro e calcular o quanto ele
está valendo a cada dia.
O administrador é o responsável por cuidar de toda a parte burocrática do
funcionamento de um fundo, como cadastro desse fundo no órgão regulador
e ANBIMA, acompanhar e prestar conta dos fluxos de caixa e demonstrações
financeiras, calcular e divulgar o valor das cotas, dentre muitas outras funções
desse tipo.
Poderíamos até dizer que o “administrador” se assemelharia mais com a
função de um “contador”  (do ponto de vista de cursos universitários) nesse
caso da estrutura dos fundos.

Detalhe: Se for levar em conta a regulação brasileira a coisa


fica ainda mais confusa, pois existe a função de Administrador
de Carteira e do Administrador Fiduciário. De acordo com essa
regulação, o Administrador de Carteira seria o Gestor que
falamos no item ‘a’, enquanto o Administrador Fiduciário seria o
Administrador que estou descrevendo aqui no item ‘b’.

É confuso pra caramba, eu reconheço. E é por isso que é muito mais comum
usarmos no dia-a-dia do mercado as denominações que dei ênfase em cada
item (gestor e administrador), do que a “oficial” da regulação brasileira.
Eu citei esses nomes por aqui apenas para o caso de você precisar quando for
ler algum documento mais formal. Por isso se preocupe mais em lembrar dos
nomes usados pelo mercado.

c) Custodiante
Quando você aplica seu dinheiro em um fundo de investimentos, está
comprando cotas que te dão direito a uma participação em outros ativos como
ações, títulos públicos, entre outros. Na prática é como se você estivesse
comprando esses ativos mesmo, mas de forma indireta.
No entanto esses ativos comprados com seu dinheiro não ficam nas mãos
do gestor e nem do administrador. Quem cuida dessa tarefa é um terceiro

Investidor Especialista - Volume II 13


participante chamado Custodiante, que é responsável por guardar e
movimentar esses ativos, bem como passar essas informações para os outros
participantes.
Por isso essa é uma das atividades mais delicadas e que costumam ser
feita somente por grandes instituições financeiras consolidadas como o
Bradesco, BNY Mellon, dentre outras.

d) Auditor
Se você já trabalhou em alguma grande empresa ou investiu no mercado de
ações, já deve ter ouvido falar dessa figura.
Como saber se aquilo que o fundo está informando em seus relatórios é
verdadeiro? E como saber que a administração e as operações desse fundo
estão ocorrendo em conformidade com as normas estabelecidas pelo órgão
regulador?
É para dar essa segurança e transparência aos fundos que eles são obrigados
por lei a contratar auditores independentes para avaliar suas atividades
anualmente.
E esse trabalho não é moleza. Os auditores independentes precisam seguir
uma série de normas preestabelecidas na regulação brasileira e serem eles
mesmo registrados no órgão regulador para poderem trabalhar nesse mercado.
Sem a credibilidade e transparência produzida pelas auditorias, dificilmente o
mercado de fundos conseguiria chegar no tamanho que tem no Brasil.

e) Distribuidor
O seu dinheiro só consegue chegar até os fundos, porque alguém os levou até
você. Por isso, quando você investe em um fundo através de uma corretora,
por exemplo, é ela que faz esse papel de ligar o fundo ao investidor.
Além disso o distribuidor também tem um papel importante de explicar e tirar
dúvidas dos investidores em relação a cada um dos fundos que ele tiver em
sua prateleira.
Por isso é sempre o primeiro e o último participante que o investidor terá

Investidor Especialista - Volume II 14


contato, pois é através dele que esse investidor fará suas aplicações e
resgates.

f) Cotista
Esse é você, meu caro investidor e leitor assíduo (assim espero) do  Mais
Retorno!
Embora por aqui eu costume chamar apenas de “investidor” com objetivo de
simplificar os textos que escrevo, como a aplicação em fundos consiste na
compra de cotas dele, então o nome cotista  acaba sendo a forma “oficial”
mais lógica para denominar esses investidores.
Vale ainda comentar que em um fundo de investimentos qualquer cotista tem
os mesmos direitos, independentemente do tamanho do patrimônio dentro do
fundo. E por isso é comum receber com certa frequência cartas convidando
para participação (facultativa) em assembleias de cotistas.

g) Regulador
Todo esse pessoal acima não está livre pra fazer o que quiser e como quiser.
Tem alguém sempre de olho em todo mundo, atuando como o grande xerife
dessa selva que é o mercado financeiro.

No Brasil esse papel é da CVM, que atua tanto criando


as normas que todos os participantes deverão seguir,
como também fiscalizando se todo mundo está jogando
de acordo com essas regras.

Por isso, sempre que identificar alguma irregularidade é a eles que você
deverá recorrer.

Investidor Especialista - Volume II 15


COMO FUNCIONAM OS FUNDOS DE INVESTIMENTOS

O gráfico do fundo TI LD Icatu Vanguarda Crédito Privado mostra muito bem a


diferença entre a Marcação a Mercado (linha verde, do fundo) e a Marcação na
Curva (linha preta, do CDI).
Por isso é muito importante entender o básico sobre os Fundos de
Investimentos antes de falar sobre Marcação a Mercado e Marcação na Curva.
Afinal de contas, é nos fundos que é mais comum se aplicar esse tipo de
técnica de cálculo do valor de uma carteira de investimentos.
Como vimos, os Fundos são simplesmente uma forma coletiva de investimento
que ajudam tanto os pequenos investidores, como os grandes, a conseguirem
ganhos de escala e maior lucratividade em seus investimentos.

QUER INVESTIMENTOS INVISTA COM


ASSESSORIA
COM AS MELHORES PROFISSIONAL
E SEM CUSTO.
TAXAS DE RENTABILIDADE
REAL PARA VOCÊ? CLIQUE AQUI

Investidor Especialista - Volume II 16


De forma resumida, são como condomínios que em vez de reunir pessoas que
moram num mesmo prédio, reúne o dinheiro dos participantes do fundo que
tenham os mesmos objetivos.
Quando esses investidores aplicam nos fundos, eles recebem uma quantidade
de cotas em seu nome que os dá direito a uma fração do patrimônio total do
fundo (claro, proporcional ao quanto ele investiu do todo).
É por isso que os investidores de fundos, são conhecidos como cotistas.
Agora a grande questão que importa para avançarmos no assunto principal
desse tópico: como funcionam essas cotas?

Investidor Especialista - Volume II 17


O QUE SÃO COTAS DE FUNDOS DE INVESTIMENTOS

A cota é a menor fatia de um fundo de investimento.


Seu valor calculado através da divisão do patrimônio líquido (que nada mais
é que a soma de tudo que o fundo possui, menos aquilo que ele deve) pela
quantidade de cotas que compõem esse fundo.
Esse valor é apurado diariamente por uma empresa a parte, responsável
justamente por controlar essas oscilações de preços dos fundos, conhecida
como administradora.
Além disso, a quantidade de cotas pode variar de tempos em tempos, sob
algumas condições:

1. Caso haja um resgate (venda das cotas);

2. Uma nova aplicação (compra de novas cotas); ou

3. A cobrança do famoso come-cotas.

Na ausência de qualquer um desses casos, a quantidade das cotas será


constante ao longo do tempo, como no caso dos fundos fechados.
Portanto quando um fundo se valoriza (ou desvaloriza), o valor dessas cotas
aumentará (ou diminuirá) e assim o investidor saberá se está ganhando ou
perdendo dinheiro no investimento desse fundo.
Ou seja, é a variação na rentabilidade do fundo que faz o valor da cota se
alterar, para mais ou para menos.
Com esses pontos colocados, podemos agora partir para que interessa nesse
tópico.

Investidor Especialista - Volume II 18


MARCAÇÃO A MERCADO

Sabe aquele cálculo que o administrador dos fundos faz para saber o preço de
cada cota e quanto cada investidor possui?
Pois bem, existem duas óticas que ele pode levar em consideração para
determinar esse preço.
A primeira delas é a Marcação a Mercado (MaM) que é uma atualização diária
do preço de um ativo de renda fixa, que permite saber quanto o investidor
receberia hoje se resgatasse os papéis que compõem sua carteira.
O seu objetivo é identificar o valor pelo qual um ativo poderá ser negociado no
mercado e permitir que seja apurado o seu valor exato no dia do resgate das
cotas, considerando as oscilações do mercado.
Com a MaM todos os cotistas têm a mesma rentabilidade, independente do
momento que foi feita a aplicação do dinheiro, sendo importante para que não
haja transferência de riqueza entre os cotistas, já que no momento de saída do
fundo, dá pra saber exatamente quanto vale os ativos de cada participante, o
que traz transparência e confiabilidade ao mercado.

DESCUBRA QUAL É O SEU PERFIL DE INVESTIDOR

CLIQUE AQUI

Investidor Especialista - Volume II 19


Veja a seguir um resumo das suas vantagens e desvantagens:

Vantagens Desvantagens
Ela é a forma mais justa para os cotistas Para ser justa ela depende do funciona-
que estão num fundo, por garantir que os mento eficiente do mercado, ou seja, caso
lucros ou prejuízos sejam proporcional- o mercado não funcione da maneira
mente iguais a quem tem direito; adequada, a Marcação a Mercado
também não funcionará;
Oferece transparência e confiabilidade ao
mercado; Mostra a oscilação negativa dos fundos, o
que pode assustar o investidor.
Evita transferência de riqueza entre os
cotistas;

Não distorce o valor de mercado do título,


já que a volatilidade das taxas de juros é
levada em consideração;

Mantém um conjunto de ativo e o passivo


com preços mais próximos aos da realida-
de;

Evita que o valor da carteira fique defasa-


do em relação ao seu valor real;

Investidor Especialista - Volume II 20


MARCAÇÃO NA CURVA DE JUROS

A segunda ótica para determinação do preço dos ativos é pela Marcação na


Curva que contabiliza o valor de compra do título mais a variação da taxa de
juros, desde a emissão do papel até seu vencimento.
Falando em “português”, isso quer dizer simplesmente que o valor dos seus
investimentos vai ser atualizado todos os dias, de acordo com os juros do dia
anterior, sem considerar a oscilação de preço que seus títulos possam sofrer
no mercado.
Até maio de 2002 esse era o modelo de marcação mais utilizado no mercado.
No entanto, por conta dos problemas desse tipo de marcação (que veremos
a seguir), o Banco Central determinou que todos os fundos de investimentos
tivessem seus papéis marcados a mercado.
Portanto, para poder utilizar esse tipo de marcação é necessário que seja
comprovado no órgão regulador a capacidade do fundo de manter o título até
seu vencimento, considerando o fluxo de recebimentos que ele terá.

QUER INVESTIMENTOS INVISTA COM


ASSESSORIA
COM AS MELHORES PROFISSIONAL
E SEM CUSTO.
TAXAS DE RENTABILIDADE
REAL PARA VOCÊ? CLIQUE AQUI

Investidor Especialista - Volume II 21


A tabela abaixo resume as principais vantagens e desvantagens do modelo de
Marcação na Curva:

Vantagens Desvantagens
Não incorpora volatilidade à carteira já Mesmo com a perda de valor as cotas dos
que o título será remunerado à taxa fundos de investimentos não apresentam
prefixada na ocasião de sua aquisição, a rentabilidade negativa;
evitando sustos no investidor em
momentos de baixa do mercado. Pode gerar transferência de riqueza entre
os cotistas;
As cotas dos fundos não apresentam
rentabilidade negativa. O preço do ativo em determinados
momentos não é o seu real valor de
mercado;

Caso haja um grande saque no fundo, o


gestor terá que vender os títulos a qual-
quer preço, assim o prejuízo fica para os
investidores que saem por último.

E como isso funciona na prática? Veja a seguir exemplos em 4 cenários


distintos:

a) Desvalorização de 10% SEM Marcação a Mercado


Supondo que um fundo de investimentos tenha apenas dois cotistas, A e B, e
que o valor investido por cada um seja de R$ 3.000,00 totalizando R$ 6.000,00.
Imagine que o gestor tenha adquirido um Título Público prefixado. Caso esse
ativo se desvalorize em 10% e o cotista ‘A’ resgate todas as suas cotas, ele
sairá do fundo com os seus exatos R$ 3.000,00.
Por outro lado, quando o cotista B solicitar resgate do mesmo fundo, terá
que arcar sozinho com o prejuízo da desvalorização. Afinal de contas, com
a desvalorização de 10% do título, o valor total do fundo seria de apenas R$
5.400,00 e não mais R$ 6.000,00. Portanto só sobraria R$ 2.400,00 para o
cotista B resgatar.
Ou seja, sem a marcação a mercado, o cotista B iria assumir o prejuízo dele
(R$300,00) mais o do cotista A (R$300,00), totalizando R$ 600,00 de prejuízo.

Investidor Especialista - Volume II 22


b) Desvalorização de 10% COM a Marcação a Mercado
Os cotistas A e B investiram R$ 3.000,00 cada,
com a desvalorização de 10% nos ativos do fundo.
O cotista A ao fazer o resgate do todas as suas cotas, receberá R$ 2.700,00
e o cotista B também receberá o mesmo valor, já que o valor de mercado do
fundo agora é de R$ 5.400,00. Sendo assim, nenhum dos dois arcará com o
prejuízo um do outro.

c) Valorização de 10% SEM marcação a mercado


Agora a carteira que antes valia R$ 6.000,00 vale R$ 6.600,00, devido à
valorização de 10% nos ativos do fundo.
Caso o cotista A resgate todas as suas cotas, ele receberá apenas R$
3.000,00, enquanto o cotista B receberá R$ 3.600,00.
Nesse caso haveria uma transferência de riqueza entre os cotistas, dado que o
investidor que sair por último levaria todo o lucro sozinho para casa.

d) Valorização de 10% COM marcação a mercado


Com a valorização de 10% nos ativos do fundo, o cotista A receberá R$
3.300,00 pelo resgate das suas cotas, e o cotista B receberá o mesmo valor,
não havendo assim transferência de riqueza.
Como deve ter percebido, até mesmo saber quanto seu dinheiro está valendo
pode gerar controvérsias. E como tudo na vida, cada alternativa tem suas
vantagens e desvantagens.
No Brasil, desde 2002 o Banco Central decidiu que a MaM era a ótica que fazia
mais sentido. Por isso quando for investir em fundos é nela que você sempre
terá que pensar.
Ela dá mais transparência ao mercado, evitando o problema da transferência
de riqueza entre os cotistas dos fundos, impossibilitando que alguns
investidores arquem com prejuízos de outros e também que alguns fiquem com
lucros que não os pertencem. Ela também facilita a saída do cotistas do fundo
antes do vencimento dos ativos que o compõem.

Investidor Especialista - Volume II 23


Por outro lado, a Marcação pela Curva de Juros pode ser a mais recomendada
para títulos que ficarão na sua carteira de investimentos até o vencimento.
Afinal de contas, não fará muito sentido você ficar sofrendo o estresse das
oscilações de mercado caso não pretenda vender seus títulos antes da hora.
A partir de agora nenhuma oscilação de fundos e cotações de renda fixa serão
mais surpresa para você.
Ufa, com toda essa estrutura e gente trabalhando junto, os Fundos de
Investimentos ainda têm algum risco para o investidor?

DESCUBRA QUAL É O SEU PERFIL DE INVESTIDOR

CLIQUE AQUI

Investidor Especialista - Volume II 24


QUAIS OS RISCOS DOS FUNDOS DE INVESTIMENTOS

Uma coisa que todo investidor deve ter em mente é que qualquer


investimento tem riscos, embora esses riscos possam variar em cada tipo de
aplicação financeira.
No caso específico dos Fundos de Investimentos um primeiro detalhe
importante é que ao contrário das aplicações mais comuns de renda fixa, eles
não contam com nenhum tipo de proteção do FGC.

A segurança dos Fundos de Investimentos vem de outro


lugar: a diversificação do seu dinheiro.

Como na maioria dos casos os fundos contam com um volume financeiro


significativo, os gestores conseguem montar composições de investimentos
bem diversificadas em diferentes tipos de ativos.
Além disso, como essa diversificação é feita por profissionais qualificados que
costumam usar técnicas sofisticadas de controle e avaliação de risco seguindo
estratégias já pré-definidas, então essa segurança tende a ser ainda maior.
A diversificação serve para proteger o investidor de diferentes tipos de riscos,
mas especialmente destes dois que você deve ter mais atenção: o Risco de
Mercado e o Risco de Crédito. Se quiser saber mais sobre esse tema, temos
um texto mais profundo sobre esse assunto (tipos de risco) lá no site, mas por
agora vale um breve resumo sobre esses dois.
O Risco de Mercado é simplesmente aquele relacionado às oscilações
(de altas ou de baixa) na rentabilidade dos seus investimentos. Esse risco
vai variar de fundo para fundo, afinal de contas cada fundo tem um objetivo
diferente sendo que alguns são voltados para investidores mais conservadores
e outros para investidores mais agressivos.
Já o Risco de Crédito tem relação à chance de você não receber de volta o
dinheiro que você investiu (emprestou) em alguma empresa. Exato, você pode
levar “calote” se investir mal seu dinheiro e emprestar para maus pagadores.

Investidor Especialista - Volume II 25


A diversificação é uma forma de diluir consideravelmente esse risco, pois se
você emprestasse seu dinheiro para 100 empresas diferentes e apenas uma
delas não te pagasse, isso significaria um prejuízo de apenas 1% no seu
patrimônio. Ou seja, nessa hipótese simplista o próprio rendimento dos bons
pagadores já cobriria o prejuízo levado pela inadimplência.

Portanto aí vai uma dica valiosa: Muito cuidado com fundos


de Crédito Privado concentrados em poucos devedores,
pois sem a devida diversificação o Risco de Crédito tende a
crescer substancialmente.

Por isso é importantíssimo que você saiba que tipo de investidor você é
antes de investir em fundos (ou até mesmo qualquer outro tipo de aplicação
financeira). E se você ainda não souber qual o seu perfil de investidor,
recomendo fortemente que faça o teste do Mais Retorno para descobrir agora.
Ele é bem rápido (não leva nem 2 minutos) e você ainda vai receber um
material exclusivo no seu e-mail explicando mais detalhes sobre seu perfil. É
só clicar no botão abaixo e seguir os passos:

DESCUBRA QUAL É O SEU PERFIL DE INVESTIDOR

CLIQUE AQUI

Investidor Especialista - Volume II 26


TIPOS E CATEGORIAS DE FUNDOS DE INVESTIMENTOS

Sabia que atualmente no Brasil cerca de 16 mil fundos estão registrados e em


funcionamento? Imagine só a Vila Belmiro lotada com cada indivíduo sentado
em uma cadeira gritando “ei você, invista aqui em mim!”.
Como começar a escolher a investir num mar de opções como essa?
A nossa sorte é que duas instituições fazem parte do trabalho para a gente
separando esses fundos em diferentes categorias que nos ajudam muito na
hora de começar essa pesquisa.
A primeira delas é a nossa velha conhecida CVM, que os separa em
4 categorias de fundos básicas:

1. Fundo de Renda Fixa;

2. Fundo de Investimento Multimercado (FIM);

3. Fundo de Investimento em Ações (FIA);

4. Fundo de Investimento Cambial.

Cada um dos nomes dessas categorias já é bastante autoexplicativo, mas para


se aprofundar de verdade em relação aos tipos de fundos de investimentos, é
mais interessante você se atentar às categorias a seguir.
A grande separação fica por conta das mais de 30 categorias de fundos criadas
pela ANBIMA, as quais reservei um tópico específico para elas.

Investidor Especialista - Volume II 27


COMO FUNCIONA A CLASSIFICAÇÃO ANBIMA
DE FUNDOS DE INVESTIMENTOS

Primeiro é importante saber como funciona essa estrutura de classificação da


ANBIMA dos fundos.
Para deixar tudo mais organizado, ela separou os tipos de Fundos de
Investimentos em três níveis:

1. O 1º nível reflete a classe de ativos – Renda fixa/Ações/Multimercados/


Cambial (exatamente a classificação de fundos da CVM)

2. O 2º nível reflete o  tipo de gestão e riscos  – Indexados/Ativos/


Investimento no Exterior

3. O 3º nível indica as principais estratégias dos fundos de investimentos

Como resultado, temos um fundo classificado pela Junção dos três níveis.
Por exemplo, dois fundos podem ser indexados e mesmo assim possuir
classificações diferentes, um sendo “fundo de ações indexado” e outro “fundo
de renda fixa indexado”.
Depois disso, existem subcategorias específicas de uma ou outra classe de
ativo.
Para simplificar e deixar tudo mais didático e organizado, dividi o texto por cada
classe de ativos, aprofundando na sua gestão.
Vamos iniciar pelos mais conhecidos: os Fundos de Renda Fixa.

Investidor Especialista - Volume II 28


TIPOS DE FUNDOS DE INVESTIMENTOS DE RENDA FIXA

Intuitivamente, são os fundos que buscam retornos por aplicações em  Renda
Fixa. Dessa forma, as estratégias estão relacionadas à curva de juros e índices
de preços.
É bom frisar que ativos de renda fixa no exterior também são admitidos.

Classificação dos Fundos de Renda Fixa – 2º nível


Existem 3 categorias possíveis no 2º nível para os fundos de renda fixa, de
acordo com o risco de mercado (aquele risco relacionado às variações de
cenários econômicos, taxas de juros, etc.) que eles estão expostos: Simples,
Indexado e Ativo (sendo esta última categoria ramificada em mais quatro
outras).

Fundo de Renda Fixa Simples

Têm 95% do patrimônio líquido em títulos de dívida pública federal


ou títulos de emissão cujo destinatário tenha classificação de risco
equivalente aos títulos da dívida federal. Como o Brasil não tem mais
risco de crédito (sim, já passamos por esta situação), esses fundos
podem ser considerados os conservadores.

Fundo de Renda Fixa Indexados

Aqui não tem muito segredo. Esses fundos objetivam seguir a variação
de um benchmark, como o CDI ou o IMA-B.

Investidor Especialista - Volume II 29


Fundo de Renda Fixa Ativos

Nessa modalidade, os gestores têm mais atuação na carteira, não


ficando dependente do benchmark.

Essa categoria terá subníveis que vão se diferenciar em relação ao risco de


volatilidade (oscilações para cima e para baixo) dos rendimentos de acordo
com a duration (bem explicada no texto do link sobre títulos públicos) de cada
título.
Ou seja, vão se dividir dos menos arriscados e constantes até os mais
arriscados e com oscilações mais bruscas. Essas subcategorias são:

1. Fundo de Renda Fixa Ativo com Duração Baixa (short duration) –


Estes fundos buscam minimizar as oscilações devido a taxa de juros
futura (as perspectivas de como os juros irão se mover). A duration média
da carteira tem de ser inferior a 21 dias;

2. Fundo de Renda Fixa Ativo com Duração Média (mid duration) – Neste


caso, os fundos já aceitam oscilações maiores das taxas futuras, porém,
ainda assim, buscam limitá-la;

3. Fundo de Renda fixa Ativo com Duração Alta (long duration) – Aqui


ficam os fundos que estão sujeitos a maior oscilação nos retornos devido
a movimentos das taxas de juros futuras;

4. Fundo de Renda Fixa Ativo com Duração Livre  – Por último, esses
fundos não têm compromissos de manter limites mínimos ou máximos
de duration da carteira. Portanto qualquer cenário de alta ou baixa
volatilidade pode ser esperado nesse subnível.

Investidor Especialista - Volume II 30


Fundo de Renda Fixa com Investimento no Exterior

Esses fundos objetivam manter 40% ou mais dos seus recursos em


ativos no exterior. Apenas as subcategorias Investimento no Exterior e
Dívida Externa se relacionam com esse tipo de fundo.

Classificação dos Fundos de Renda Fixa – 3º nível


Passemos agora a subcategoria dos fundos de renda fixa (nível 3). O nível
3 está relacionado a exposição de risco de crédito, ou seja, se o emissor do
título tem ou não capacidade de honrar com suas obrigações e te pagar os
rendimentos combinados.
Aqui temos 4 tipos de Fundos de Investimentos:

Fundo de Renda Fixa Soberano

Fundos que investem 100% em títulos federais públicos do Brasil. Como


dissemos anteriormente, o risco de mercado desses títulos é bem baixo.

Fundo de Renda Fixa de Grau de Investimento

80% dos investimentos dos fundos nessa classificação são em títulos


públicos ou ativos de baixo risco de crédito do mercado doméstico ou
externo. Em suma também são títulos bastante seguros em relação ao
emissor honrar ou não seus pagamentos.

Fundo de Renda Fixa de Crédito Livre

estes fundos podem manter mais de 20% em ativos de risco de


crédito médio ou alto. Por terem um risco de crédito maior, em geral,
esses títulos pagam um prêmio (taxa de juros) maior. Fundos nessa
classificação, claramente, são os mais arriscados.

Investidor Especialista - Volume II 31


Fundos de Renda Fixa de Investimentos no exterior

Esses fundos objetivam investir em ativos financeiros no exterior em


parcela superior ou igual a 40% do patrimônio líquido.

Podemos ver que falar apenas de “Renda Fixa” não é suficiente.


Existem diversos outros parâmetros que influenciarão o  rendimento e
o  risco  do fundo, lembrando que esses dois parâmetros têm relação inversa
(ou seja, para conquistar mais rendimento, terá que aceitar mais risco).
É por isso que retorno a bater na tecla da importância de conhecer seu perfil
de investidor. Se ainda não tiver feito o teste, recomendo muito que faça agora
mesmo. Não leva nem 2 minutos para concluir e no final você ainda ganha um
presente de surpresa!
Para fazer o teste agora, clique no botão abaixo:

Sei que são muitas classificações. Para gravar, observe o quadro-resumo a


seguir:

Classe de ativos Categoria Subcategoria


Regulação Autoregulação

Simples Renda fixa simples


Indexado Índices
Renda fixa
Ativo baixo duração Soberano
Ativo médio Grau de investimento
Ativo alta duração Crédito livre
Ativo livre

Investimento exterior Investimento exterior


Dívida externa

Investidor Especialista - Volume II 32


TIPOS DE FUNDOS DE INVESTIMENTOS MULTIMERCADO

Talvez um dos mais populares da atualidade, esses tipos de Fundos de


Investimentos já se caracterizam por ter uma gestão mais ativa de sua carteira
com diversas estratégias já que, por definição, eles investem em diversos
ativos.
Devem incluir em sua política de investimento todos os fatores de risco que o
gestor pode investir.

Classificação dos Fundos Multimercado – 2º e 3º nível


Os fundos multimercados são agrupados em apenas duas categorias (2º
nível): Alocação e Estratégia.
Como as subcategorias (3º nível) são inúmeras e correspondentes a apenas
uma categoria específica, optei por detalhar cada categoria de 2º nível já com
suas subcategorias.

Fundo Multimercado de Alocação (2º nível)


Essa categoria corresponde aos fundos que buscam retornos de longo prazo
por meio do balanceamento de sua alocação. Isto é, quais ativos (e sua
representatividade) o gestor julga que deve compor na carteira do fundo em
determinado tempo.
As subcategorias dos Fundos Multimercado de Alocação são:

Fundo Multimercado de Alocação Balanceado

Estes fundos objetivam retornos de longo prazo comprando diversas


classes de ativos, incluindo cotas de outros fundos de investimento. Não
é permitida a alocação em apenas uma classe de ativos. Não admitem
alavancagem, isto é, não se expõem mais do que seu Patrimônio líquido.

Investidor Especialista - Volume II 33


Fundo Multimercado de Alocação Dinâmico

Estes fundos também operam em diversas classes de ativos. A


diferença para fundos balanceados é que os fundos dinâmicos não são
comprometidos em um mix específico de ativos. Estes fundos admitem
alavancagem.

Fundo Multimercado de Alocação por Estratégia

Fundos nesta categoria se baseiam nas estratégias que os gestores


irão adotar no processo de investimento. Essas estratégias resultam
na subcategoria (nível 3) desses fundos. Esses fundos admitem
alavancagem.

Sigamos agora para a próxima categoria de 2º nível.

Fundo Multimercado de Estratégia (2º nível)


Os fundos de Estratégia (do 2º nível), são aqueles que costumam ser
mais ativos, realizando operações de compra e venda de ativos com maior
frequência.

Fundo Multimercado de Estratégia Macro

Esses fundos realizam operações com diversos ativos baseando-se


em estratégias de como o cenário macroeconômico irá se comportar
(Inflação, atividade, moeda externa, política).

Investidor Especialista - Volume II 34


Fundo Multimercado de Estratégia de Trading

Investem em diversos ativos e exploram oportunidades de ganhos


rápidos. Assim, diferente dos fundos macro, não estão preocupados em
como irão se comportar as variáveis da economia.

Fundo Multimercado de Estratégia Long and Short Direcional

Compram e vendem ativos no mercado de renda variável. As operações


de Long & Short são caracterizadas por manter posições tanto de compra
(apostando na alta) quanto de venda (apostando na queda). O objetivo
ganhar no valor relativo dos ativos, ou seja, ganhar tanto na valorização
dos ativos do lado comprado (Long), quanto na desvalorização dos ativos
do lado vendido (Short).

Fundo Multimercado de Estratégia Long and Short Neutro

São semelhantes à subcategoria acima, com a diferença que os


Long & Short “Neutros” investem a mesma quantia em posições
compradas e vendidas. Os Direcionais, por outro lado, podem ter um
desbalanceamento entre posições compradas e vendidas. Ou seja,
podem estar apostando mais na alta do que na baixa dos ativos (o que
aumenta o risco e a chance de erros).

Fundo Multimercado de Estratégia de Juros e Moedas

Fundos que investem em Renda Fixa e Câmbio. O gestor desses tipos


de Fundos de Investimentos pode investir os ativos de acordo com
estratégias baseadas em índice de preços, curva de juros ou moeda
estrangeira.

Investidor Especialista - Volume II 35


Fundo Multimercado de Estratégia Livre

Esses tipos de Fundos de Investimentos são os que dão a maior


liberdade de decisão para o gestor. Afinal, esses fundos não possuem
obrigatoriedade com nenhuma estratégia fixa. Dessa forma, para esses
fundos serem interessantes, o gestor precisa ser extremamente confiável
e de preferência apresentar um bom histórico de resultados em gestões
passadas.

Fundo Multimercado de Estratégia com Capital Protegido

Fundos que buscam retornos em mercados de risco procurando proteger,


parcial ou totalmente, o principal investido. Atualmente com a chegada
do COE, título que tem função muito parecida, esses fundos acabaram se
tornando um pouco mais raros.

Fundo Multimercado de Estratégia Específica

O extremo oposto dos fundos de Estratégia Livre. Aqui, a estratégia é


especificada e determinada na política de investimentos e estatuto do
fundo, deixando o gestor bem direcionado e limitado no que pode fazer.
Geralmente apenas um tipo de setor de atuação é escolhido, como por
exemplo, commodities, juros, etc.

Fundo Multimercado de Estratégia com Investimento no Exterior

Como nas outras classes de fundos, devem investir 40% ou mais em


ativos no exterior.

Investidor Especialista - Volume II 36


Ufa! Terminada essa saga,  veja agora o quadro-resumo dos Fundos
Multimercado para fixar as ideias:

Classe de ativos Categoria Subcategoria


Regulação Autoregulação
Balanceados
Alocação Dinâmico

Multimercado Macro
Estratégia Trading
Long and short Neutro
Long and short Direcional
Juros e moedas
Livre
Capital protegido
Estratégia específica

Investimento exterior Investimento exterior

Investidor Especialista - Volume II 37


TIPOS DE FUNDOS DE INVESTIMENTOS DE AÇÕES

Como o nome já sugere, são os fundos que buscam retornos através do


investimento em renda variável.
Esses tipos de Fundos de Investimento devem ter 67% de sua carteira em
ativos relacionados a ações (ações à vista, bônus de subscrição, cotas de
Fundos de investimentos em ações, etc.).

Classificação dos Fundos de Ações – 2º nível


As categorias (2º nível) dos fundos em ações seguem uma ordenação parecida
com os fundos em renda fixa, com acréscimo da categoria “Específicos”.
Vamos às categorias:

Fundo de Ações Indexados

Assim como para renda fixa, estes fundos buscam replicar os


benchmarks. Aqui em renda variável, apesar do Ibovespa ainda ser o
índice de mercado predominante, existe mais diversidade de benchmarks
do que em renda fixa (IBX, Small caps, blue chips, etc.).

Fundo de Ações Ativos

Buscam superar os índices de referência. Têm gestão ativa de carteiras,


subdividindo-se de acordo com a estratégia adotada para renda fixa (aqui
muito mais ampla do que em renda variável).

Investidor Especialista - Volume II 38


Fundo de Ações Específicos

Fundos que têm uma estratégia única de investimento.

Fundo de Ações com Investimento no Exterior

Novamente, assim como as categorias de Renda Fixa e Multimercado,


objetivam investir 40% em ativos do exterior.

Classificação dos Fundos de Ações – 3º nível


As subcategorias (nível 3) estão relacionadas a estratégia que os fundos irão
adotar. Assim, fazem muito mais sentido para fundos ativos.

Fundo de Ações de Valor/Crescimento

Fundos que buscam retornos com ações que os gestores julgam baratas
e assim irão se valorizar (estratégia Valor) ou ações com perspectivas de
gerar Lucro (estratégia Crescimento). Em geral, esses fundos não estão
preocupados com o longo prazo da empresa, apenas se ela está ou não
abaixo de seu valor justo.

Fundo de Ações Setoriais

Como o nome diz, fundos que investem em um setor ou conjunto de


setores da economia. Por exemplo, o bancário. Esses fundos devem
explicitar os critérios para escolha do setor. A situação econômica do país
(se está ou vai crescer), estrutura regulatória do setor, são alguma das
variáveis que irão influenciar no rendimento desses fundos.

Investidor Especialista - Volume II 39


Fundo de Ações de Dividendos

Fundos que têm como característica o pagamento elevado de dividendos.


Dessa forma, buscam empresas que além de terem situação financeira
sólida, com perspectivas de geração de lucros, pagam uma parcela
significativa do lucro em dividendos. Lembrando que cada empresa tem
a sua política de distribuição de lucros, algumas distribuem uma parcela
maior que outras.

Fundo de Ações Small Caps

85% da carteira do fundo deve ser composta de ações de empresas


pequenas (que não estão listadas no IBr-X, índice de referência
no mercado). Isso não quer dizer que a empresa seja ou não boa
apenas que é pouco negociada. Existem várias empresas com grande
potencial, porém ainda operando com estrutura pequena e buscando se
desenvolver, os fundos small caps devem buscar essas empresas para
investir, obtendo retorno pela potencial valorização e lucros.

Fundo de Ações de Sustentabilidade/Governança

Já abordamos o conceito de  governança  aqui. Estes fundos investem


em empresas com boa governança corporativa (comprometidas
com transparência de informações) ou responsabilidade social e
sustentabilidade. Em geral, por já apresentarem boa governança
corporativa, são empresas grandes e consolidadas no mercado. No longo
prazo, tendem a se perpetuar.

Investidor Especialista - Volume II 40


Fundo de Ações de Índice Ativo

Fundos que buscam superar o benchmark com estratégias que envolvem


o próprio índice de referência (comprar o índice como um todo quando
estiver barato e vender como um todo quando caro). O índice de
referência, por conter uma gama grande de empresas dos variados
setores, se correlacionam mais com o desempenho conjuntural em geral
(atividade, inflação, cenário político, setor externo).

Fundo de Ações Livre

Fundos sem compromisso com uma estratégia específica. Podem investir


seus recursos em quaisquer ativos de renda variável. Por não serem
tão engessados em relação a sua estratégia, o gestor aqui tem papel
preponderante. Ou seja, se for entrar em um fundo desses, procure uma
opção com um gestor reconhecidamente eficiente.

Fundos Fechados de Ações

Subcategoria apenas dos Fundos Específicos, são fundos de condomínio


fechado, ou seja, não é permitida o resgate de cotas a qualquer
momento. Em geral, são mais ativos em relação à estratégia.

Fundo Ações FMP-FGTS

Constituídos de titulares de FGTS que querem investir esses recursos em


um fundo que aplica em ações de determinadas empresas. Por exemplo,
Petrobrás é a mais conhecida.

Investidor Especialista - Volume II 41


Fundo Mono Ação

A última subcategoria dos fundos específicos, são alternativas que


aplicam seus recursos em ações de apenas uma empresa. Obviamente,
perdem o poder de diversificação, ficando mais vulneráveis à volatilidade
alta, ou seja, podem ganhar bastante, porém podem incorrer em
substanciais perdas.

Os fundos de ações são ramificados em diversas categorias e subcategorias.


Para não perder o costume, o quadro-resumo a seguir ajuda a consolidar a
ideia:

Classe de ativos Categoria Subcategoria


Regulação Autoregulação
Índices
Indexado

Valor/Crescimento
Ações Ativo Sustentabilidade/Governança
Small Caps
Índice ativo
Setoriais
Livres

FMP-FGTS
Específicos Fecados de ações
Mono ações

Investimento Exterior Investimento exterior

Investidor Especialista - Volume II 42


TIPOS DE FUNDOS DE INVESTIMENTOS CAMBIAIS

Essa classe é a mais simples. Não possuem categorias (nível 2) e


subcategorias (nível 3). Os fundos cambiais se caracterizam por aplicar 80%
ou mais de sua carteira em ativos (de qualquer natureza) relacionados à
moeda norte-americana ou europeia.
Por tamanha simplicidade, aqui não carece de quadro-resumo.

DESCUBRA QUAL É O SEU PERFIL DE INVESTIDOR

CLIQUE AQUI

Investidor Especialista - Volume II 43


RESUMINDO – PRINCIPAIS TIPOS DE
FUNDOS DE INVESTIMENTOS

Uma vez que cada um dos tipos de fundos de investimentos foi apresentado e
explicado de forma resumida acima, preparamos um resumão que pode ser até
impresso e colado na sua parede se você quiser.
Assim, fechamos com o resumo de todos os tipos de Fundos de Investimentos
que a Anbima classifica. Escolha o que mais se adequa a você:

Investidor Especialista - Volume II 44


Frame de Classificação de Fundo

Regulação (CVM) Autorregulação (ANBIMA) Autorregulação (ANBIMA)


Nível 1 Nível 2 Nível 3

Simples Simples

Indexados Índices

Ativos
- Duração baixa Soberano
Renda Fixa - Duração média Grau de investimento
- Duração alta Crédito livre
- Duração livre

Investimento no exterior Investimento no exterior


Dívida externa

Alocação Balanceados
Flexível

Macro
Trading
Long and Short - Direcional
Multimercado Long and Short - Neutro
Estratégia Juros e Moedas
Livre
Capital protegido
Estratégia específica

Investimento no exterior Investimento no exterior

Indexados Índices

Ações Valor/Crescimento
Setoriais
Dividendos
Small cap
Sustentabilidade/Governança
Ativos Índice ativo
Livre

Investimento no exterior Investimento no exterior

Fundos fechados de ações


Específicos Fundos de ações FMP-FGTS
Fundos mono ação

Cambial Cambial Cambial


CUSTOS DOS FUNDOS DE INVESTIMENTOS

Os fundos, assim como qualquer outro tipo de investimento, têm suas


vantagens e desvantagens em relação aos custos.

Taxas de administração e performance

O primeiro custo que muitos consideram uma desvantagem é em relação às


taxas que eles cobram. No entanto, como as vezes eu gosto de ser do contra,
expliquei nesse texto sobre Taxa de Administração e Taxa de Performance o
porquê delas serem bem menos nocivas do que aparentam ser.
Isso porque embora elas existam, quando você estiver avaliando os resultados
de qualquer fundo, estes já serão os resultados reais  depois de descontar
essas taxas. Portanto se um fundo estiver rendendo bem, superando seus
índices de referência e cumprindo seus objetivos, tanto faz o quanto de taxas
foi pago lá atrás: você estaria ganhando mais que o índice independentemente
desses custos.
No caso da taxa de performance é ainda pior, pois considero essa uma das
cobranças mais justas e alinhadas do mercado financeiro. Afinal de contas,
você divide uma parte do seu lucro (20% na maioria dos casos) apenas se:
a) seu investimento deu lucro (por motivos óbvios); e b) seu lucro superou a
meta combinada com o gestor (o índice de referência).
Logo, além de justa, essa é uma taxa que funciona como um incentivo extra
para forçar o gestor a buscar esses objetivos e, portanto, o investidor só tem a
ganhar com ela.

Investidor Especialista - Volume II 46


Impostos

Já o segundo detalhe de custos do investimento em fundos pode ser um


pouquinho mais controverso, afinal estamos falando de impostos.
A maior parte dos fundos é tributado com a mesma  tabela regressiva de IR,
velha conhecida de quem já investe em Renda Fixa. Ou seja, o investidor
começa pagando 22,5% de imposto sobre o lucro do investimento se resgatar
o dinheiro antes de 6 meses e essa alíquota vai caindo até o valor de 15% para
quem resgatar depois de 2 anos.
A exceção fica para os Fundos de Ações e alguns raros Fundos Multimercado
que são tributados como fundos de ações (por terem mais de 67% do seu
dinheiro aplicado em ações) e nesses casos a cobrança será sempre de 15%
sobre o lucro, independentemente do período que o dinheiro ficar aplicado.
Até aqui não há grandes novidades, não é? Mas dois pontos, um ruim e outro
muito bom são características tributárias exclusivas dos fundos que merecem
destaque.
O primeiro deles é o come-cotas, já explicado algumas vezes aqui no Mais
Retorno e que caso você ainda não conheça, recomendo que leia nosso
conteúdo sobre esse assunto.
O grande problema do come-cotas é que ele é uma antecipação dos
impostos que incide sobre os Fundos Abertos (que permitem aplicações e
resgates normalmente), de forma que todo ano em maio e novembro parte do
seu lucro é levado embora pela Receita Federal, mesmo que você não tenha
resgatado nenhum centavo no período.

A grande sacada aqui é que esse tipo de antecipação


de impostos existe por um motivo que é uma enorme
vantagem tributária dos fundos.

Investidor Especialista - Volume II 47


Apesar dos investidores pessoa física em geral pagarem impostos somente no
momento do resgate ou vencimento de uma aplicação financeira, os fundos
conseguem movimentar livremente seus recursos sem pagar um centavo
de impostos. Afinal quem pagará por esses impostos no final será o próprio
investidor pessoa física.
Em outras palavras, o dinheiro que está dentro dos fundos pode fazer
movimentações passando de ativo por ativo captando as melhores
oportunidades de cada momento sem ter que pagar impostos a cada troca de
investimento.
E quem mais se beneficia dessa vantagem são justamente os Fundos
Multimercado e de Ações que geralmente fazem muitas operações diariamente.

E aqui vai mais uma dica valiosa: Fundos Fechados


não sofrem a incidência do come-cotas e também são
tributados somente no momento do resgate (quando
são encerrados). Por isso costumam ser uma excelente
alternativa para quem pretende investir com foco a longo
prazo, por terem grande vantagem tributária.

Investidor Especialista - Volume II 48


VALE OU NÃO A PENA INVESTIR EM
FUNDOS DE INVESTIMENTOS

Pablo Escobar pensando no quanto perdeu enterrando o dinheiro em vez de


aplicar em Fundos de Investimentos
Atualmente muitos educadores financeiros tem apostado na ideia de que
qualquer pessoa pode investir sozinha seu dinheiro sem precisar pagar taxas
ou custos adicionais pela ajuda de um profissional. Entendo a boa intenção
desses educadores, embora discorde frontalmente dessa opinião.
O motivo é muito simples: a maioria das pessoas não vive do mercado
financeiro, não quer ser um gênio das finanças e quer simplesmente que seu
dinheiro seja bem investido e tenha um retorno adequado.
Por isso, diria que o conselho de investir por conta própria pode fazer sentido
em alguns casos, mas valeria apenas para quem realmente passa o dia
estudando e pesquisando oportunidades no mercado financeiro. E mesmo
assim, o que a experiência prática me mostra é que às vezes mesmo essas
pessoas acabam não conseguindo resultados tão bons como alguns dos
fundos mais consagrados nacionais e internacionais.
Conseguir resultados consistentes de 130% ou 150% do CDI não é tarefa trivial
e os melhores fundos só conseguem isso graças a várias condições que citei
nesse livro como uma equipe de profissionais focados todos os dias nessa
tarefa, elevado poder de barganha e conhecimento técnico de ponta.
Portanto se você pensa assim, me desculpe por ser o chato a jogar água
no seu chope, mas acreditar que você é especial e conseguirá isso sozinho
facilmente não passa de mera ilusão. Ou melhor dizendo, ilusões.
E se me achou arrogante ou pretensioso nesse ponto, não precisa
nem concordar comigo. Recomendo fortemente alguma leitura rápida
sobre  Finanças Comportamentais, um campo da ciência econômica e
psicologia que vem ganhando cada vez mais força nos últimos anos e conta
com contribuição de gênios vencedores de prêmios Nobel como Daniel
Kahneman e Robert Shiller, além do lendário Nassim Taleb, citado com
muita frequência no mercado financeiro.
Levando isso tudo em consideração, é óbvio que uma boa parte dos fundos

Investidor Especialista - Volume II 49


não valem mesmo nosso suado dinheiro e certamente precisamos pesquisar
muito bem antes de tomar qualquer decisão relacionada a investimentos.
No entanto se você souber fazer uma boa seleção, os fundos podem ser
aquele adendo que faltava em parte da sua carteira para formar um belo mix
com seus ativos diretos de renda fixa e renda variável, com objetivo de buscar
um resultado maior a longo prazo.

Investidor Especialista - Volume II 50


COMO INVESTIR EM FUNDOS DE INVESTIMENTOS

 
Hoje em dia é muito comum falar que nos grandes bancos só existem
investimentos ruins e isso incluiria também os fundos.
Mas por incrível que pareça isso não é sempre verdade e alguns bancos
conseguem oferecer fundos que realmente entregam resultado para seus
clientes.
Apesar disso, existem três grandes problemas de investir direto nos bancos.
O primeiro deles é que os bancos em geral oferecem apenas seus próprios
produtos e serviços, sem dar muito espaço para instituições independentes.
Porém, como imagino que você já tenha visto inúmeras vezes aqui no Mais
Retorno  e em outros canais de finanças, a comparação é essencial para
sabermos quando um investimento é realmente bom ou não. Logo, a falta de
opções dos bancos acaba sendo bastante prejudicial na hora de escolher entre
os melhores fundos.
O segundo ponto é tão importante quanto. Pois apesar de os bancos terem
alguns fundos muito bons, esses estão acessíveis a apenas uma minoria dos
clientes de maior porte. E quando digo maior porte, estou falando de clientes
que em alguns casos precisam ter mais de R$ 10 milhões disponíveis na
instituição.

Portanto se você for um investidor de menor porte, ainda


que tenha um bom patrimônio financeiro, é comum
acabar encontrando algumas alternativas de fundos que
cobram taxas abusivas e entregam resultados que não
conseguem nem se igualar a seus benchmarks.

O terceiro e último ponto é uma simples questão de concorrência. Atualmente


os maiores bancos brasileiros contam com valores trilionários de clientes em
suas contas (e não, não estou usando uma hipérbole aqui). E com esse mar de
dinheiro, um cliente a mais ou um a menos não faz tanta diferença.
O resultado é que em geral o atendimento desses bancos não é grande coisa e

Investidor Especialista - Volume II 51


a preocupação em prestar o melhor serviço também deixa a desejar. Por outro
lado, as gestoras independentes vivem uma verdadeira batalha de mercado,
com centenas de empresas disputando por clientes e tendo que se esforçar
para oferecer o melhor atendimento e resultado possível.

A grande questão é: como sair batendo de porta a porta em


cada gestora para encontrar os melhores fundos?

É por isso que não espanta o forte crescimento das corretoras de valores nos
últimos anos no Brasil.
Ao contrário dos bancos tradicionais, as corretoras (que fazem o papel de
distribuidoras apresentado acima) acabam oferecendo uma enorme gama
de opções de fundos e gestoras independentes para seus clientes. Assim,
com uma única conta em uma corretora você já consegue ter acesso a boa
quantidade de alternativas de fundos brasileiros.
E o melhor é que as corretoras na maioria dos casos não cobram tarifa de
manutenção de conta, de renovação de cadastro e outras cobranças sem
sentido.
Por sorte recentemente várias corretoras estão crescendo no Brasil, chegando
até a incomodar alguns bancos, e é só uma questão de você procurar a que
seria mais adequada para suas necessidades.

INVISTA COM INVISTA COM


ASSESSORIA
PROFISSIONAL
SEGURANÇA E E SEM CUSTO.

RENTABILIDADE CLIQUE AQUI

Investidor Especialista - Volume II 52


FUNDOS DE
INVESTIMENTO
IMOBILIÁRIO
Capítulo 2
Os Fundos Imobiliários ainda são um investimento envolto com certo “mistério”
no Brasil.
Muitos investidores tradicionais fogem do mercado financeiro por já estarem
acostumados com a boa e velha compra de terras, casas, apartamentos e
afins, que seriam supostamente seguros e rentáveis.
Você considera o investimento em imóveis uma boa alternativa?
E se você pudesse ser dono de alguns dos maiores e melhores prédios do
país, com tecnologia de ponta, boa localização nas principais capitais do país e
contar com inquilinos de grande porte e renome internacional?
Tudo isso sem esforço algum para administrar, vender ou cobrar seus
locatários.
Se ao ler isso você agora está rindo e pensando que isso é fantasia ou
alternativa apenas para verdadeiros magnatas, então tenho boas novas para te
contar: esses investimentos existem e se chamam Fundos Imobiliários!
Por isso resolvi deixar um capítulo exclusivo para esse assunto no segundo
volume do Investidor Especialista.

Investidor Especialista - Volume II 54


O QUE SÃO FUNDOS IMOBILIÁRIOS (FII)

Imagine que na sua cidade haja um terreno extremamente bem localizado, mas
ainda subaproveitado, sem nenhuma construção nesse espaço.
Você então tem a ideia de comprar esse terreno e construir um imóvel lá para
ganhar tanto com a valorização do imóvel, como com os aluguéis que receberá
depois que a obra estiver concluída.

Parece uma excelente ideia, até que você percebe que para investir numa
construção naquele espaço, o ideal é que fosse um prédio de alto padrão.
E também percebe que já que vai iniciar uma construção toda, talvez um
prédio maior com vários andares, seja uma alternativa mais interessante por
proporcionar ainda mais ganhos.
Quando você vai cotar o valor dessa construção toda bate um desânimo. Para
pôr seu plano em prática, você terá que torrar todo o seu patrimônio financeiro
ou ainda ter que recorrer a financiamentos, oferecer garantias e mais uma
infinidade de burocracias e custos que tornam todo seu plano inviável.

Até que surge uma segunda grande ideia: em vez de investir


sozinho nesse empreendimento, por que não se juntar com
alguns amigos para dividir os custos e o trabalho de todo o
projeto e no final dividir os lucros e resultados?

Investidor Especialista - Volume II 55


Pois é exatamente assim que funcionam os Fundos Imobiliários. Claro, com
muito mais profissionalismo e dimensões várias vezes superiores.

Os Fundos de Investimento Imobiliário (famigerados FII)


são um formato de investimentos que permite que vários
investidores com interesses em comum (nesse caso
investir em imóveis) se juntem em prol desse objetivo.

E esses investidores não precisam ser amigos e nem mesmo se conhecer.


Afinal, os investimentos em FII ocorrem diretamente pela Bolsa de Valores, ou
no caso do Brasil pela B3.
Atualmente já existem cerca de 150 FII negociados na B3, com novos
lançamentos e captações ocorrendo com uma frequência cada vez maior.
Portanto quando você investir em Fundos Imobiliários, na verdade estará
comprando cotas de um fundo que são simplesmente a representação de uma
fatia da propriedade de um imóvel (ou vários imóveis) muito maior.
Ou seja, ao comprar uma cota de um fundo que tivesse 100 cotas em
negociação, você seria dono de 1% dos imóveis pertencentes àquele fundo.
E como ganhamos dinheiro com isso?

Investidor Especialista - Volume II 56


RENTABILIDADE DOS FUNDOS IMOBILIÁRIOS

Os Fundos Imobiliários oferecem retornos da mesma maneira que o


investimento em um imóvel padrão, ou seja, tanto pela valorização do valor
investido (também conhecido como ganho de capital), como pela renda
mensal obtida com os aluguéis  (que você também verá por aí chamarem
de yield).
De um lado, como o fundo terá imóveis em sua carteira que deverão
se valorizar, você que é dono desse fundo também terá seu patrimônio
aumentando conforme o passar do tempo.

E isso será refletido diretamente no valor das cotas que são negociadas na
bolsa, te dando uma atualização real de quanto seu patrimônio está valendo a
cada dia. Afinal, todos os dias tem gente comprando e vendendo cotas de FII
na bolsa e a conclusão desses negócios é o que dará o valor de mercado dos
seus fundos.
Isso é muito importante, pois é muito comum no investimento tradicional de
imóveis casos em que o proprietário “acha” que possui um apartamento ou
terreno de determinado valor. No entanto, quando chega a hora de tentar
vender esse imóvel não consegue ofertas que cheguem nem perto do que
esperava.
Já pelo lado do aluguel, a coisa fica ainda mais legal.

Investidor Especialista - Volume II 57


Todos os meses você receberá direto na conta-corrente do seu banco ou
corretora os valores dos aluguéis dos imóveis que o fundo receber, já líquidos
de impostos e quaisquer outros custos que o fundo tenha.
E não tem conversa do fundo não querer te pagar essa renda mensal, afinal
como pontua o parágrafo único do 10º artigo da lei 8.668/93, é obrigatório o
repasse de no mínimo 95% dos lucros dos Fundos Imobiliários aos seus
quotistas.
Esse aluguel obviamente vai depender dos imóveis que o fundo possuir, bem
como a devida ocupação do máximo de salas possíveis. Se seu fundo acabar
tendo uma vacância alta naturalmente a rentabilidade dos seus alugueis será
comprometida.
Já consigo te imaginar pensando:  Pô, só coisa boa né Felipe? É só sair
comprando umas quotas ali na bolsa e ficar tranquilão com renda garantida!
Bom, como prezamos muito pela transparência aqui no Mais Retorno, vou ter
que te puxar um pouco de volta para colocar seus pés no chão.
Primeiro em relação aos custos desse investimento.

DESCUBRA QUAL É O SEU PERFIL DE INVESTIDOR

CLIQUE AQUI

Investidor Especialista - Volume II 58


CUSTOS DOS FUNDOS IMOBILIÁRIOS

Se você já for um investidor mais experiente já deve saber que tudo tem seu
custo nesse mundo.

Afinal, quem iria ter todo o trabalho de escolher os melhores


imóveis para comprar, administrar e deixar tudo prontinho e
fácil para você investir e receber os ganhos desse trabalho sem
ganhar nada em troca?

Não faria sentido né?


É por isso que os Fundos Imobiliários podem possuir taxas de administração
e performance  que já estão embutidas direto na fonte dos seus rendimentos
mensais.
Além disso, outros custos da própria gestão dos FII também podem acabar
sendo abatidos dos rendimentos, como investimentos em manutenção e
reformas dos imóveis.
Todos esse são custos indiretos, que você paga sem nem perceber, dado que
a rentabilidade que cai na sua conta já vem descontada de todos esses itens.
No entanto, existem alguns custos diretos que você terá de pagar direto do
seu bolso para investir em Fundos Imobiliários.
O primeiro deles é a Taxa de Corretagem, uma tarifa cobrada pelos bancos e
corretoras para qualquer operação da bolsa, seja para comprar ou vender FIIs
ou até mesmo ações e derivativos.
O valor da Taxa de Corretagem costuma variar entre cada instituição
financeira, mas você encontrará desde corretoras que cobram R$ 0,80
até outras que cobram mais de R$ 20,00. Tudo vai depender do tipo de
assistência, qualidade das ferramentas e demais serviços que você procura.
O segundo custo direto que você pode ter, é o da Taxa de Custódia dos seus
títulos. Essa é uma cobrança que graças ao crescimento da concorrência no

Investidor Especialista - Volume II 59


mercado brasileiro, vem caindo em desuso. Afinal, pagar apenas para manter
seus títulos em carteira é um tanto quanto inconveniente.

Em geral as Taxas de Custódia costumam ser cobradas


sobre um percentual do valor investido que você tiver,
como 0,3% ao ano, por exemplo. Como já existem
diversas instituições que estão isentando essa taxa, você
não precisa mais se preocupar com ela.

Como não é nenhuma instituição de caridade, a B3 também quer levar a


parte dela, e cobra uma taxa conhecida como Emolumentos. Essa cobrança
é padrão para todas as instituições financeiras e você pode consultar
diretamente a tabela de tarifas da B3 para saber mais.
Por último, mas não menos importante, temos que nos lembrar sempre
dos impostos!
A grande vantagem dos Fundos Imobiliários é a total isenção de IR e IOF
sobre os aluguéis que você recebe. Por outro lado, na valorização das suas
cotas você terá que pagar sempre a alíquota de 20% sobre o lucro obtido,
independentemente do valor ou tempo investido no fundo.
Passados os custos do investimento em Fundos Imobiliários, existe mais um
assunto importante que preciso te apresentar antes de começar a investir
neles.

Investidor Especialista - Volume II 60


RISCOS DOS FUNDOS IMOBILIÁRIOS

Se você já é um leitor mais assíduo do Mais Retorno, provavelmente deve se


lembrar do texto bem bacana em que descrevi os principais riscos em Fundos
Imobiliários que todos deveriam conhecer antes de investir. Se ainda não
conhecer esse texto, vale uma passada por lá depois.
Nesse livro, no entanto, vou fazer um pequeno resumo apenas dos riscos mais
comuns envolvidos no investimento em FIIs, listados a seguir:

• Risco de Mercado: Relacionado principalmente às oscilações de preços


das cotas dos FIIs. Portanto, apesar de estar investindo em imóveis, é
possível que você tenha desvalorização do seu dinheiro caso os fundos
ou o mercado como um todo estejam passando por momentos difíceis;

• Risco de Liquidez:  O mercado de Fundos Imobiliários brasileiro por


mais que tenha crescido nos últimos anos, ainda é bastante incipiente.
Por isso, nem sempre você conseguirá as melhores condições no
mercado para comprar ou vender suas cotas pelo valor que achar
razoável;

• Risco de Crédito, Vacância e Inadimplência:  Por mais diversificados


e selecionados que sejam os imóveis pertencentes aos fundos, ainda
assim eles estão sujeitos a problemas com inquilinos que eventualmente
não honrarem com seus compromissos ou até mesmo passarem um
tempo vazios incorrendo em custos sem a contrapartida de produzir
receitas;

• Risco de Gestão: Assim como qualquer outra decisão de consumo que


você faz na sua vida, é importantíssimo selecionar sempre as gestoras
mais respeitadas e conhecidas pelo mercado, pois muitas vezes seu
dinheiro pode acabar indo para o ralo apenas por incompetência ou má fé
de gestores e administradores ruins.

Investidor Especialista - Volume II 61


Por isso, vale sempre aquela história de que você deve diversificar seu dinheiro
em diferentes fundos, além de evitar sempre que possível fundos que possuem
um único imóvel ou locatário. Afinal, fundos que possuam um único locatário
tem seu risco bastante concentrado apostando todas as fichas em um único
cliente.
E para diversificar seus investimentos com qualidade, também é muito
importante escolher diferentes  tipos de Fundos Imobiliários. Assim, você
consegue se proteger de eventuais problemas em um setor ou estratégia
específicos.
Para te ajudar, vou listar a seguir alguns desses principais tipos de FII.

DESCUBRA QUAL É O SEU PERFIL DE INVESTIDOR

CLIQUE AQUI

Investidor Especialista - Volume II 62


PRINCIPAIS TIPOS DE FUNDOS IMOBILIÁRIOS

Assim como acontece com os tipos de Fundos de Investimentos comuns, a


ANBIMA vem para nos salvar ajudando a organizar melhor mercado de Fundos
Imobiliários de acordo com categorias pré-definidas por ela.
De acordo com essa classificação, existem 5 principais tipos de Fundos
Imobiliários negociados no Brasil:

1. Desenvolvimento para renda:  Essa categoria é destinada para os


fundos que investem mais de 2/3 do seu patrimônio na construção de
imóveis novos com objetivo de geração de renda (aluguéis);

2. Desenvolvimento para venda: Assim como a categoria anterior, essa


se destina aos FII que investem 2/3 do seu patrimônio na construção de
imóveis novos, mas nesse caso com objetivo de venda dos imóveis para
ganho de capital com a valorização do empreendimento;

3. Renda:  Esses Fundos Imobiliários tem como intuito comprar imóveis


já prontos dos quais os gestores visualizem boas oportunidades de
ganhos de aluguel. Assim como as outras categorias, pelo menos 2/3 do
patrimônio do fundo deve ser alocado com essa finalidade;

4. Títulos e Valores Mobiliários: Finalmente algo um pouco diferente,


esses FII devem investir 2/3 do seu dinheiro em ativos que tenham
alguma relação com imóveis e não propriamente o ativo físico em si. Ou
seja, essa categoria irá investir o dinheiro em outros Fundos Imobiliários,
em  Letras de Crédito Imobiliário (LCI),  Certificados de Recebíveis
Imobiliários (CRI),  Fundos de Investimento em Direitos Creditórios
(FIDC), Fundos de Participações (FIP) e daí por diante. Obviamente os
investimentos devem sempre ter correlação com ativos imobiliários;

5. Híbrido: Essa última categoria serve como um”coringa”, em que não há


obrigação nenhuma de patrimônio mínimo alocado. Portanto ele poderá

Investidor Especialista - Volume II 63


ter todos os tipos de ativos de qualquer uma das categorias anteriores na
proporção que desejar.

Apesar desse tipo de classificação mais detalhada, será muito comum você
também ouvir pelo mercado as pessoas falarem em  “fundos de tijolo” em
referência aos fundos que investem em imóveis físicos e  “fundo de
papel” para os FII que aplicam em títulos.
Além disso, vale mencionar também os diferentes segmentos que os Fundos
Imobiliários costumam atuar no Brasil. Para fazer parte de um segmento
específico, o Fundo Imobiliário em questão deverá ter pelo menos 2/3 do seu
patrimônio investido em uma das opções da lista abaixo:

• Agências:  Fundos que investem predominantemente em agências


bancárias. Exemplos: BBPO11 e SAAG11;

• Educacional:  São fundos que investem principalmente em


universidades. Exemplos: AEFI11 e FAED11;

• Híbrido: Todos os fundos que aplicam seus recursos em mais de um


segmento. Exemplos: KRNI11 e HGRE11;

• Hospital:  Nome bem sugestivo, são aqueles que investem em imóveis


destinados a instalações hospitalares. Exemplos: NSLU11 e HCRI11;

• Hotel:  Sim, muitos hotéis na verdade são propriedade de Fundos


Imobiliários, bem como unidades de flats que tenham a mesma atividade.
Exemplos: HTMX11 e FLMA11;

• Lajes Corporativas:  Investem basicamente em prédios voltados a


escritórios para empresas. Exemplos: RNGO11 e BRCR11;

• Logística:  Investem em imóveis envolvidos com a atividade logística


como centros de distribuição, armazenamento e afins. Exemplos:
TRXL11 e SDIL11;

Investidor Especialista - Volume II 64


• Residencial: Fundos que investem em imóveis residenciais. Por incrível
que pareça não encontrei exemplos para esse segmento!

• Shoppings:  Que tem como objetivo investir em imóveis destinados a


Shopping Centers e centros comerciais. Exemplos: HGBS11 e JRDM11.

Para todas essas categorias e segmentações a gestão do fundo ainda


pode ser Ativa ou Passiva. Ou seja, o gestor pode ter maior liberdade de
alocação do patrimônio no primeiro caso, enquanto no segundo deverá seguir
exatamente o que estiver estabelecido no estatuto do FII.
Se quiser, pode visualizar essas informações mais aprofundadas diretamente
no próprio documento de classificação de Fundos Imobiliários da ANBIMA.
Depois de tanta informação, finalmente vamos à melhor parte!

QUER INVESTIMENTOS INVISTA COM


ASSESSORIA
COM AS MELHORES PROFISSIONAL
E SEM CUSTO.
TAXAS DE RENTABILIDADE
REAL PARA VOCÊ? CLIQUE AQUI

Investidor Especialista - Volume II 65


VANTAGENS DOS FUNDOS IMOBILIÁRIOS
QUANDO VALE A PENA INVESTIR

Como você viu até aqui, nem tudo são flores no investimento em FIIs. Ainda
assim, eles podem ser uma excelente alternativa de investimentos para
quem busca algumas qualidades específicas, sobretudo em comparação com
imóveis tradicionais.
Separei as maiores vantagens dos Fundos Imobiliários abaixo para te ajudar a
decidir se esse é o seu caso.

Renda mensal passiva e isenta


Para aqueles investidores que buscam tirar uma renda mensal dos seus
investimentos financeiros, os Fundos Imobiliários são sem dúvidas uma das
melhores alternativas.
Afinal de contas, com uma boa carteira diversificada de fundos imobiliários
você pode obter rendimentos de quase 1% ao mês mesmo com taxas de juros
em sua mínima histórica.
E mais importante: como já explicado no começo do capítulo, esse valor cai
limpinho na sua conta-corrente isento de Imposto de Renda ou qualquer outro
custo.

Simplicidade de investimento
Você já pensou no trabalho que é pesquisar imóveis, lidar com cartório,
escritura, matrícula, imobiliária, infinitas negociações e por aí vai?
Tudo isso para investir em um único imóvel??
Para investir em um Fundo Imobiliário, por outro lado, você só precisa de um
computador, internet e energia elétrica para em poucos minutos através de
alguns cliques realizar a sua aplicação.
Não tem como comparar.

Investidor Especialista - Volume II 66


Gestão Profissional
Além dos problemas citados no último tópico, que tal ter que lidar com
inquilinos problemáticos, inadimplência, reformas, burocracias sem fim e ainda
ter o trabalho de negociar as melhores condições de compra e venda ou do
aluguel?
Os Fundos Imobiliários não apenas têm uma gestão profissional para esse tipo
de atividade, como tem um time inteiro de pessoas focadas 100% do dia nessa
tarefa (algo que você provavelmente não faz por ter outras ocupações).

Redução de Custos
Você já parou para fazer as contas de quanto dinheiro perde só com
documentação a cada compra ou venda de um imóvel? E em impostos como
IR e ITBI?
Por um lado, os imóveis físicos sofrem incidência de  15% de IR sobre o
ganho de capital + ITBI que pode chegar a 3% em São Paulo e incide
sobre o valor total do imóvel! Isso sem falar na taxa de registro público que
gira em torno de 1,7% do valor total do imóvel!
Os Fundos Imobiliários, por outro lado, têm apenas uma única incidência de
20% sobre o ganho de capital e ponto final.
Na parte de aluguéis a comparação é ainda mais injusta. Enquanto imóveis
físicos sofrem incidência padrão do IRPF (de até 27,5%), como visto acima os
Fundos Imobiliários são isentos dessa cobrança.

INVISTA COM INVISTA COM


ASSESSORIA
PROFISSIONAL
SEGURANÇA E E SEM CUSTO.

RENTABILIDADE CLIQUE AQUI

Investidor Especialista - Volume II 67


Liquidez
Por mais que o mercado de Fundos Imobiliários ainda seja pequeno no Brasil,
a liquidez em comparação a um imóvel físico também é infinitamente maior.
Se você possui um imóvel físico no valor de R$ 500 mil, corre o risco de passar
semanas, meses e às vezes até anos tentando vender esse imóvel sem
conseguir compradores (ou pelo menos alguém que pague esse preço).
Se você precisar fazer exatamente a mesma venda com um fundo imobiliário,
existe uma grande chance de fechar esse negócio em apenas alguns minutos
(dependendo obviamente do fundo) e o dinheiro estará limpinho na sua conta
em 3 dias, sem burocracia alguma.

Fracionamento do investimento
E se você precisasse apenas de R$ 30 mil reais daquele seu imóvel para fazer
uma viagem ou um algum procedimento médico? Provavelmente você estará
em apuros e ou terá que vender todo seu imóvel a preço de banana ou terá
que pegar um empréstimo no banco para poder bancar essas despesas.
Se você tivesse exatamente o mesmo valor em Fundos Imobiliários, bastava
vender uma parte das suas cotas e deixar os outros R$ 470 mil aplicados e
rendendo tranquilamente para você.

Acessibilidade e Diversificação
Caso você não seja um leitor magnata passando aqui pelo Mais Retorno, será
muito difícil que você consiga acumular uma grande quantidade de imóveis
(como investimento e não para moradia) ao seu patrimônio pessoal.
A realidade brasileira é que infelizmente a maioria da população mal tem um
único imóvel para chamar de seu.
Como os FIIs são negociados em cotas que representam pequenas frações de
vários imóveis, é possível começar a investir nesse mercado com menos de R$
100,00.
E mesmo que você tenha uma quantidade significativa para investir em
imóveis, certamente conseguirá diversificar muito mais, tanto em categorias

Investidor Especialista - Volume II 68


como em segmentos, através dos Fundos Imobiliários por conta disso.

Imóveis de ponta
Para concluir essa parte, uma última vantagem muito relevante dos Fundos
Imobiliários é em relação aos imóveis que você está comprando.

Se você tiver, por exemplo, R$ 200 mil para investir em imóveis


em São Paulo, que tipos de imóveis imagina que conseguirá
comprar?

Provavelmente apartamentos pequenos, mal localizados ou as duas coisas


juntas.
Com os mesmo R$ 200 mil reais investidos em FIIs, você terá acesso a
imóveis localizados nas melhores regiões de São Paulo como a Av. Brigadeiro
Faria Lima, Av. Paulista, dentre outras.
E ainda imóveis de altíssimo padrão, com inquilinos de grande porte como
multinacionais e outras empresas reconhecidas no Brasil e mundo afora.
Com tanta coisa boa, como pode não valer a pena um investimento desses?

Investidor Especialista - Volume II 69


DESVANTAGENS DOS FUNDOS IMOBILIÁRIOS
QUANDO NÃO VALE A PENA INVESTIR

Além de todos os riscos e custos citados nos tópicos acima que podem servir
como desvantagens, é bom ser honesto consigo mesmo para ter certeza de
que esse tipo de investimento é para você.
Por isso, separei aqui algumas desvantagens que você deve levar em
consideração antes de investir.

Volatilidade, Liquidez e Perfil do Investidor


Por ainda ser um mercado pequeno em comparação a seus pares como o
mercado de ações e de renda fixa, alguns Fundos Imobiliários pequenos
costumam sofrer com a pouca quantidade de negócios diários.
O que acontece é que em alguns casos poucas negociações podem causar
grandes variações no preço das cotas de um FII de um dia para o outro.
Isso faz com que investidores que ainda não estão habituados com esse
mercado acabem se assustando e saindo antecipadamente (e em um mal
momento) do investimento, tomando um prejuízo desnecessário na operação.
Levando isso em conta, reforço que antes de decidir investir em Fundos
Imobiliários é recomendadíssimo que você conheça seu perfil de risco como
investidor.
Sabemos que a maioria dos testes que existem por aí são chatos, com
respostas sem sentido e pouco intuitivas.
Por isso criamos no Mais Retorno  nosso próprio teste de perfil de
investimentos, em um formato muito mais amigável, intuitivo e divertido de
responder. Você não leva nem 2 minutos para terminar e ainda recebe um
presente no final!

Investidor Especialista - Volume II 70


Faça o teste agora mesmo clicando no botão abaixo:

DESCUBRA QUAL É O SEU PERFIL DE INVESTIDOR

CLIQUE AQUI

Concorrência com a Renda Fixa


Até pouco tempo atrás ainda tínhamos a infeliz primeira posição no ranking
mundial de taxas de juros. E isso traz muito mais impactos para o país que
simplesmente a taxa de juros absurda do nosso cartão de crédito e cheque
especial.
No caso dos Fundos Imobiliários, o que acontecia é que a Taxa SELIC acabava
concorrendo com esse tipo de investimento fazendo com que eles se
desvalorizassem na medida que ela subia.
Afinal de contas, para que correr riscos em Fundos Imobiliários se a Renda
Fixa paga muito mais, não é?
Por isso, quando for investir em FII, fique sempre atento aos movimentos
da Curva de Juros, pois isso poderá afetar no valor dos seus investimentos.
Especialmente se no futuro voltarmos a buscar a liderança no quesito dos juros
(torçamos para que não)!

Realidade à vista
Saber o valor dos seus imóveis em tempo real pode ser uma bênção ou uma
maldição.
Apesar de eu particularmente achar ótimo ter uma Marcação a Mercado para
saber o valor exato dos meus imóveis, para o investidor desacostumado isso

Investidor Especialista - Volume II 71


pode ser um tormento!
Afinal de contas, a vida toda esse investidor de imóvel está acostumado
a contar com aquele valor estagnado atualizado de meses em meses,
geralmente sempre pra cima (claro, na expectativa desse investidor). Afinal
de contas, o telefone do investidor de imóveis físicos não recebe uma ligação
todos os dias de alguém fazendo uma oferta de compra para saber quanto seu
investimento está valendo de fato.
Como os Fundos Imobiliários são negociados na bolsa, ele terá exatamente
esse efeito, com preços mudando a cada minuto e que caso forem pra baixo,
podem acabar batendo o desespero no investidor.
Sentimento famoso por ser o campeão em produzir tomadas de decisões
geradoras de prejuízos.

Apesar de quaisquer vantagens ou desvantagens dos


Fundos Imobiliários, é muito importante ter alguma ideia
se o investimento que eu escolher é bom ou não.

Mas como fazer isso? Dou algumas dicas no próximo tópico.

Investidor Especialista - Volume II 72


INDICADORES FUNDAMENTAIS PARA AVALIAR
FUNDOS IMOBILIÁRIOS

Saber qual FII será a melhor escolha para sua carteira nem sempre é uma
tarefa fácil. Até mesmo os melhores e mais experientes analistas de mercado
levam um bom tempo analisando caso a caso para formar suas carteiras
recomendadas.
No entanto, alguns indicadores básicos já servem como um bom guia inicial
para te ajudar nessa tomada de decisão.
A seguir listei os principais deles.

Valor de Mercado e Valor Patrimonial


O  Valor de Mercado de um Fundo Imobiliário é simplesmente o quanto as
pessoas estão pagando por esse fundo. Para calcular o Valor de Mercado de
um FII é bem simples, basta você multiplicar a quantidade de cotas pelo seu
preço.
Portanto, se um fundo possuir 1 milhão de cotas em negociação e cada uma
delas for negociada a R$ 130 reais, logo o Valor de Mercado desse fundo será
de R$ 130 milhões.
O  Valor Patrimonial, por outro lado, é algo mais técnico e subjetivo. Ele é
calculado por especialistas do mercado imobiliário, geralmente consultorias
terceirizadas contratadas à parte.
Para chegar a esse valor, esses especialistas calculam quanto seria o valor
teórico de cada ativo do fundo, chegando a um valor final do patrimônio líquido
desse fundo depois de todas as despesas e obrigações.
O que é útil de verdade aqui é comparar um valor com o outro, assim você
consegue saber se um FII está sendo negociado acima ou abaixo de seu valor
patrimonial.

Investidor Especialista - Volume II 73


Para calcular isso de forma simples, é só você dividir o Valor de Mercado pelo
Valor Patrimonial e seguir a seguinte regra:

1. Se o resultado desta conta for maior que 1, o fundo está sendo


negociado acima do Valor Patrimonial e, portanto, está caro;

2. Se o resultado desta conta for menor que 1, então o fundo está sendo
negociado abaixo do Valor Patrimonial e, portanto, está barato.

Dividend Yield
Outro indicador muito útil para avaliar se vale a pena investir em um Fundo
Imobiliário é o Dividend Yield, que apesar desse nome feiosão, quer dizer
simplesmente quanto do valor investido retorno para você em formato de
aluguel.
Para calcular o Dividend Yield é só você dividir o valor aluguel recebido pelo
valor total investido e depois multiplicar o resultado por 100.
Ou seja, se você tivesse R$ 100.000,00 investidos em um FII e recebesse R$
1.000,00 de aluguel, então seu Dividend Yield seria de 1% (1.000/100.000 x
100).
Quanto maior o Dividend Yield, melhor o retorno que você terá com cada fundo.

Liquidez
Um último indicador que vale a pena você ficar por dentro é a liquidez de cada
um dos fundos que você investir.
Para medir a liquidez você pode tanto medir a quantidade de negócios que é
feito em média por dia, como também pelo volume financeiro médio negociado
diariamente.
Isso é importante para você saber se quando precisar resgatar seu dinheiro
vendendo cotas, conseguirá fazer de forma tranquila.

Investidor Especialista - Volume II 74


Agora uma questão muito importante:

Lembre-se sempre que esses são indicadores teóricos e


nunca devem ser usados isoladamente para tomada de
decisão!

Para fechar com chave de ouro esse capítulo, segue um bônus!

DESCUBRA QUAL É O SEU PERFIL DE INVESTIDOR

CLIQUE AQUI

Investidor Especialista - Volume II 75


BÔNUS: COMO CONSEGUIR UMA RENDA MENSAL DE
R$ 10 MIL EM FUNDOS IMOBILIÁRIOS

Uma dúvida muito comum sobre esse assunto tem a ver com a rentabilidade
dos aluguéis dos Fundos Imobiliários e quanto você poderia receber
mensalmente em cada um desses fundos.
Para responder isso, em um rápido estudo que compila a rentabilidade média
mensal de 31 Fundos Imobiliários entre março de 2017 e fevereiro de 2018,
simulei o quanto você precisaria investir para receber uma renda mensal de R$
10 mil em cada um dos fundos.
Veja a seguir o resultado:

QUANTO INVESTIR PARA TER UMA RENDA MENSAL DE R$ 10 MIL?

Código do fundo Rend. mês Quanto investir


MFII11 0,97% R$ 1.032.509

FIGS11 0,87% R$ 1.145.618

CPTS11B 0,81% R$ 1.230.262

BCRI11 0,76% R$ 1.317.829

VRTA11 0,76% R$ 1.324.134

CTXT11 0,74% R$ 1.348.387

MXRF11 0,73% R$ 1.368.571

AEFI11 0,73% R$ 1.370.197

KNCR11 0,68% R$ 1.469.124

BBPO11 0,68% R$ 1.477.845

JSRE11 0,64% R$ 1.552.847

SAAG11 0,64% R$ 1.570.340

BPFF11 0,63% R$ 1.582.938

HGLG11 0,63% R$ 1.586.195

KNIP11 0,63% R$ 1.587.685

BCFF11 0,62% R$ 1.623.047

RNGO11 0,58% R$ 1.734.694

JRDM11 0,56% R$ 1.783.084

SDIL11 0,56% R$ 1.786.942

Investidor Especialista
FIIB11 - Volume II 0,56% R$ 1.788.756 76
Código do fundo Rend. mês Quanto investir

JRDM11 0,56% R$ 1.783.084

SDIL11 0,56% R$ 1.786.942

FIIB11 0,56% R$ 1.788.756

ABCP11 0,48% R$ 2.070.370

BRCR11 0,48% R$ 2.097.416

HTMX11 0,47% R$ 2.129.630

FLMA11 0,47% R$ 2.141.667

GGRC11 0,44% R$ 2.290.603

TRXL11 0,40% R$ 2.523.810

TBOF11 0,25% R$ 3.985.507

VISC11 0,18% R$ 5.492.611

MALL11 0,08% R$ 12.670.732

XPML11 0,05% R$ 22.206.383

ALZR11 0,03% R$ 35.696.552

Parece muito?
Pois saiba que para conseguir o mesmo resultado com um imóvel físico, você
precisaria de no mínimo o dobro desse valor.
E claro, nunca invista todo o seu dinheiro no fundo que rende mais
apenas porque ele rendeu mais.
E te dou 3 ótimas razões para isso:

1. Porque rendimentos passados não são garantia de rendimentos futuros;

2. Porque o mercado não é bobo. Se algo paga mais, é porque tem um


risco maior;

3. Porque existem inúmeros riscos imprevisíveis (Cisnes Negros) que


podem impactar um fundo da sua carteira ou todo um setor.

Investidor Especialista - Volume II 77


Por isso, você deve sempre diversificar seus investimentos em diferentes
estratégias e segmentos. Essa é a única estratégia que poderá te proteger da
maior parte dos efeitos de eventos perversos como esses.

Investidor Especialista - Volume II 78


EXCHANGE
TRADED
FUNDS - ETF
Capítulo 3
Se você ficou arrependido por não ter aproveitado os ganhos da bolsa de
valores (que dobrou de valor desde 2015) e tem se questionado sobre como
começar a investir na bolsa, então precisa conhecer melhor o que é ETF!
Afinal de contas, essa provavelmente é a forma mais simples e barata de você
investir em ações e ter ganhos quase idênticos à variação do Ibovespa.
Isso quer dizer que você poderia se tornar sócio e ganhar com o crescimento
das maiores e mais negociadas empresas do mundo, sem precisar de valores
iniciais muito grandes e até mesmo sem precisar de grandes conhecimentos de
mercado.

Não é à toa que o mercado de ETF já possui valor de


mais de 3,4 trilhões de dólares no mundo todo, destes,
sendo 2,5 trilhões apenas nos EUA! Para ter uma noção
da dimensão desse valor, saiba que o PIB do Brasil em
2016 foi de menos de 1,8 trilhões de dólares, pouco mais
da metade do tamanho desse mercado.

Se ainda te parece exagero falar sobre tudo isso, saiba que até mesmo Warren
Buffett, potencialmente o investidor mais bem sucedido da história, também
caiu nas graças dos ETFs, afirmando que são  a melhor alternativa para a
aposentadoria na maioria das vezes.
É por isso que resolvi dedicar esse capítulo para te falar cada detalhe sobre
essa modalidade de investimentos, na simplicidade e fluidez de costume aqui
do Mais Retorno.

Investidor Especialista - Volume II 80


O QUE É ETF

Para nós que somos brasileiros e falamos português, pode ser que o
significado da sigla não faça muito sentido: Exchange Traded Funds (ETF).
Mas se pensar com calma sobre cada palavra, você já começará a ter uma
ideia melhor.

• Exchange  que significa “troca”, quer dizer simplesmente que esse é um


ativo que pode passar de uma pessoa para outra.

• Traded significa “negociado”, e indica que esse ativo é comercializado via


ofertas de compra e venda em um mercado (no nosso caso a bolsa de
valores).

• E  Funds  são simplesmente os nossos amados  fundos de


investimentos que tanto falamos aqui no livro.

Juntando todas essas palavras chegamos simplesmente a fundos que são


negociados entre investidores na bolsa de valores!
Em outras palavras, ETF tem a mesma função que qualquer outro fundo
que funciona como “um condomínio de investidores no qual o investimento é
diversificado em vários ativos”. A diferença é que você pode aplicar nas ETFs
via bancos e corretoras na mesma plataforma que opera ações, ou seja,
você compra e vende suas cotas do fundo pela bolsa e não por um sistema
específico da instituição financeira que você investe.
Logo, você poderá investir em ETFs de praticamente qualquer banco ou
corretora que tiver conta e permitir negociações na B3, seja pelo home broker
(plataforma online de negociação) ou com a ajuda de seu assessor/gerente de
investimentos.
Outra diferença é que em um fundo normal, quando ele está aberto a captação
a quantidade de cotas dele varia conforme a entrada ou saída de dinheiro,
conforme já explicamos no começo do livro em relação às cotas e a Marcação
a Mercado.

Investidor Especialista - Volume II 81


Já nas ETFs o fundo não muda a quantidade de cotas emitidas e você
obrigatoriamente terá que comprar cotas de outro investidor que queira vender
as dele (que é a forma como ele “resgata” o próprio dinheiro). Essa negociação
inclusive pode variar o preço do fundo no curto prazo (o que acaba sendo uma
marcação a mercado “natural”).
Isso traz uma série de vantagens e desvantagens que falaremos mais abaixo,
mas que tornam as ETFs alternativas muito interessantes para investidores
que procuram diversificação de capital a baixo custo.

E quando falo em “custo baixo”, isso se deve


basicamente porque a gestão desses fundos é passiva e
não exige grande esforço dos gestores na análise e
tomada de decisões, ao contrário dos fundos tradicionais
que na maioria dos casos são ativos e precisam de uma
equipe e estrutura muito mais robustas.

Para entender melhor essa história de ativo e passivo, separei o tópico a


seguir.

DESCUBRA QUAL É O SEU PERFIL DE INVESTIDOR

CLIQUE AQUI

Investidor Especialista - Volume II 82


DIFERENÇA ENTRE INVESTIMENTO PASSIVO E ATIVO

No Brasil, como as ETFs costumam seguir e tentar replicar alguns índices


específicos como o Ibovespa, é bastante comum que elas sejam também
chamadas de Fundos de Índice (inclusive pela própria B3), embora não seja a
terminologia mais precisa.
Afinal, também existem fundos do modelo tradicional que também tem como
objetivo replicar índices e até mesmo ações específicas, como é o caso do BB
Ações Ibovespa Indexado FIC FI  (mesmo que geralmente esses fundos não
valham a pena por seu elevado custo).

Essa estratégia de funcionar como um “espelho” e simplesmente replicar algum


índice, indicador ou ativo qualquer é o que chamamos de gestão passiva de
investimentos. Afinal, nesse tipo de estratégia o gestor não precisa tomar
grandes decisões, mas simplesmente cuidar de trocar os ativos de uma
carteira conforme o seu indicador alvo o fizer.
Ou seja, se uma ETF tiver como índice de referência o Ibovespa, tudo que o
gestor precisará fazer será trocar a composição da carteira do seu fundo uma
vez a cada 3 meses seguindo exatamente as mudanças que o índice fizer.
A gestão ativa de investimentos, por outro lado, é muito mais complexa, pois
é determinada por uma estratégia própria do gestor e as decisões finais serão

Investidor Especialista - Volume II 83


tomadas por ele de acordo com as informações que receber da sua equipe de
analistas.
Isso faz com que esses fundos possam ter desempenhos completamente
diferentes de seus indicadores de referência (quando eles tiverem algum),
podendo ser tanto superiores como inferiores a eles.
Um bom exemplo de fundo ativo é o Alaska Black, que conseguiu entregar um
resultado total até hoje de quase 200 pontos percentuais acima do Ibovespa
(seu índice de referência). Isso, no entanto, não impediu que o fundo tivesse
seus altos e baixos, perdendo para o Ibovespa em alguns anos como em 2011,
2014 e 2015.
Por isso, se você quer um investimento com custo baixo, diversificado e que
nunca perca para a média do mercado ou de algum setor específico, a melhor
estratégia é escolher um fundo com gestão passiva, de preferência um ETF.
Se por outro lado, você quiser se arriscar mais e tentar bater o mercado,
mesmo que para isso tenha que aguentar momentos de mal desempenho no
curto prazo, então a sua melhor alternativa será um fundo de gestão ativa.

Investidor Especialista - Volume II 84


RISCOS

Você já deve ter percebido que quando falamos de ETFs, estamos também
falando sobre bolsa de valores e todo o pacote de  tipos de riscos que esse
investimento traz consigo.
No Brasil isso é ainda mais presente, dado que ainda temos poucas opções
sendo negociadas por aqui e nenhuma de perfil mais conservador, como
as  ETFs de Renda Fixa que às vezes parecem que nunca sairão do papel
(com sorte em 2018 elas serão lançadas).
Portanto, esse é um investimento para quem está preparado para aguentar
grandes oscilações no valor dos seus investimentos, dado que o risco de
mercado é bastante elevado.

Por outro lado, a grande vantagem da ETF é que por


esse investimento ser bem diversificado (afinal, investe
em dezenas de ações simultaneamente), os riscos
diversificáveis (não sistêmicos) são significativamente
baixos e diluídos.

Logo, sua maior preocupação em relação ao investimento em ETFs deverá


ser em relação ao movimento geral dos mercados e não em relação à
empresas específicas. Ou seja, se suas perspectivas para o futuro do Brasil
forem positivas, então o investimento em ETFs provavelmente serão uma boa
escolha.
E o mesmo vale para alguns setores específicos que possuem índice na B3.
Se, no entanto, você acreditar mais no potencial de algumas empresas
específicas, então é melhor escolher as ações dessas empresas
individualmente para compor sua carteira.

Mas afinal, quais são opções de ETF existentes no Brasil?

Investidor Especialista - Volume II 85


QUAIS AS PRINCIPAIS ETFS BRASILEIRAS

Como havia dito lá no começo do capítulo, o mercado de ETF ao redor do


mundo é gigantesco e quase 5 mil delas já são negociadas atualmente em todo
o mundo (sendo mais de 1700 só nos EUA).
Pelas nossas bandas, infelizmente esse ainda é um mercado que está
engatinhando e a Bovespa lista apenas as 15 ETFs abaixo até agora:

Nome da ETF Taxa de adm. Código de Neg.


It Now PIBB IBrX-50 0,059% a.a. PIBB11
Fundo de Índice

iShares IBrX - Índice Brasil (IBrX-100) 0,20% a.a. BRAX11


Fundo de Índice

iShares S&P 500 0,24% a.a. IVVB11


Fundo de Investimento No Exterior

It Now S&P500® TRN 0,27% a.a. SPXI11


Fundo de Índice

It Now Ibovespa 0,30% a.a. BOVV11


Fundo de Índice

iShares Carbono Eficiente (ICO2) Brasil 0,38% a.a. ECOO11


Fundo de Índice

It Now ISE 0,40% a.a. ISUS11


Fundo de Índice

CAIXA ETF Ibovespa 0,50% a.a. XBOV11


Fundo de Índice

It Now IDIV 0,50% a.a. DIVO11


Fundo de Índice

It Now IMAT 0,50% a.a. MATB11


Fundo de Índice

BB ETF S&P 0,50% a.a. BBSD11


Dividendos Brasil

It Now IGCT 0,50% a.a. GOVE11


Fundo de Índice

iShares Ibovespa 0,54% a.a. BOVA11


Fundo de Índice

It Now IFNC 0,60% a.a. FIND11


Fundo de Índice
Investidor Especialista - Volume II 86
Nome da ETF Taxa de adm. Código de Neg.
iShares Ibovespa 0,54% a.a. BOVA11
Fundo de Índice

It Now IFNC 0,60% a.a. FIND11


Fundo de Índice

iShares BM&FBOVESPA Small Cap 0,69% a.a. SMAL11


Fundo de Índice

Só de olhar essa tabela você já deve ter percebido que nosso mercado ainda é
um grão de areia perto de todo o universo que existe no resto do mundo.
Mesmo assim, algumas dessas alternativas já possui alguma relevância por
aqui e por isso achei prudente falar um pouco mais sobre elas.

It Now PIBB IBrX-50 Fundo de Índice – PIBB11

Se você prestou atenção, ordenei a lista das ETFs de acordo com as taxas de
administração cobradas por elas (da mais barata para a mais cara).
E não, não foi um erro de digitação ali!
Se você investir R$ 1.000,00 em PIBB11, o valor que terá que pagar
anualmente R$ 0,59 (cinquenta e nove centavos!) pela administração do seu
dinheiro.
Esse pagamento ocorre de forma indireta e é diluído dentro dos resultados do
fundo internamente, de forma que você não terá que desembolsar nenhum
valor diretamente.
Nesse caso específico, a administração do fundo deverá acompanhar a
composição do IBRX-50, um dos índices da Bovespa mais famosos (depois do
Ibovespa) e que é formado pelas 50 empresas mais negociadas na bolsa.
Quem faz a gestão dessa ETF é o ItaúUnibanco, assim como todas as que
possuem a marca “It Now”.

Investidor Especialista - Volume II 87


iShares Ibovespa Fundo de Índice – BOVA11

A segunda ETF que vale uma “menção honrosa” por aqui é a BOVA11. Afinal
de contas, até hoje ela é a mais negociada dentre todas as ETFs brasileiras.
Assim como todas as ETFs que carregam a marca “iShares”, a BOVA11 é
gerida pela BlackRock, uma das maiores gestoras do mundo (com mais de
US$ 1 trilhão em ativos sob gestão).
Seu objetivo é simplesmente replicar o Ibovespa, um índice que representa as
maiores e mais negociadas empresas de toda a bolsa (com algumas regras
diferentes do IBRX-50). Atualmente o Índice Bovespa possui 64 ações em sua
composição.

It Now IDIV Fundo de Índice – DIVO11

Outra ETF gerida pelo Itaú que vale ser mencionada aqui é a DIVO11.
Seu índice de referência é o IDIV, ou seja, um índice que é composto pelas
empresas que são as melhores pagadoras de dividendos da bolsa. Logo, de
maneira geral costumam ser também as mais lucrativas.
Para quem pretende montar uma estratégia de longo prazo visando a
valorização das melhores empresas, essa pode ser uma excelente ETF para
se ter em carteira.

iShares BM&FBOVESPA Small Cap Fundo de Índice – SMAL11

Se por outro lado, você quer elevado potencial de ganhos (e naturalmente


elevado risco) talvez a melhor alternativa seja investir nas menores empresas
da bolsa.

Investidor Especialista - Volume II 88


Afinal, são as menores empresas que possuem justamente mais espaço para
crescimento e valorização em um prazo menor de tempo.
E o SMAL11 faz justamente isso ao replicar o Índice Small Cap, que é um
índice que representa justamente as empresas com os menores valores de
capitalização da bolsa.

iShares S&P 500 Fundo de Investimento No Exterior – IVVB11

Uma última ETF que vale menção por aqui é a IVVB11, que assim como a
SPXI11, tem como objetivo replicar o principal índice de ações dos EUA: o S&P
500.
Embora cada ETF tenha algumas características levemente diferentes,
ambas são igualmente interessantes para quem quer diversificar seu capital
internacionalmente.
E em tempos de incerteza, ter parte do seu dinheiro aplicado em grandes
economias mais sólidas como os EUA, pode ser uma boa estratégia.

O único detalhe é que essas ETFs costumam ser limitadas


para  investidores qualificados, por isso você deverá
conferir com seu banco ou corretora a possibilidade de
investir nelas.

Investidor Especialista - Volume II 89


VANTAGENS DAS ETFS
QUANDO VALE A PENA INVESTIR

Já apresentei uma pilha relativamente grande de conteúdo até aqui, mas ainda
não dei provavelmente a resposta para a pergunta mais aguardada: Afinal,
quais as vantagens das ETFs? Vale a pena investir nelas?
Por isso, a seguir separei 5 itens que tornam as ETFs especiais e que podem
ser os diferenciais que você procurava para a sua carteira.

Diversificação

Um dos pontos chave das ETFs é justamente esse. Afinal, quando você investe
em uma única ETF, está na verdade comprando um pacote completo de ações,
mesmo que comece com valores pequenos.
Como você viu no tópico anterior, algumas ETFs podem representar o
desempenho de mais de 500 empresas do outro lado do mundo (no caso da
IVVB11 e SPXI11).
E mesmo em opções mais simples como a PIBB11, você também já estaria
investindo nas 50 empresas mais negociadas da bolsa, o que certamente te
elimina de grande parte dos riscos diversificáveis.
Sei que pode ficar um pouco redundante agora, mas se a “diversificação” tem
como objetivo diluir os “riscos diversificáveis”, logo, investir em ETFs pode ser
um caminho muito mais simples, barato e rápido de se conseguir isso.

Investidor Especialista - Volume II 90


Dividendos automaticamente reinvestidos

Se seu objetivo é valorizar o seu patrimônio ao máximo no longo prazo, uma


das boas práticas sem dúvidas é reinvestir todos os dividendos que receber
das boas empresas em mais ações.
Afinal de contas, o dinheiro que você receber ao longo da sua vida poderá
se somar ao bolo hoje fazendo com que os próximos dividendos sejam ainda
maiores e assim por diante.
É o velho efeito “bola de neve” que tornam as estratégias de investimento de
longo prazo tão eficientes.
E as ETFs fazem isso de forma automática para você, de forma que você não
precisará se preocupar em rebalancear sua carteira de tempos em tempos,
sempre que ocorrer algum evento novo nas suas ações.

Custo muito baixo

Te desafio a encontrar qualquer fundo de investimento tradicional que te cobre


apenas 0,059% ao ano por seus serviços.
Esse valor é tão baixo, que até mesmo o Tesouro Direto cobra mais, com uma
taxa de custódia de 0,3% ao ano.
Por isso, se seu objetivo for simplesmente investir em ações para ter um pouco
mais de retorno em sua carteira, mas não se preocupar em acompanhar a
evolução do mercado, essa provavelmente será a melhor alternativa para você.

Cotação em tempo real

Enquanto nos fundos tradicionais você só verá a atualização do valor das suas

Investidor Especialista - Volume II 91


cotas diariamente (e com um atraso em torno de 2 ou 3 dias), nas ETFs você
saberá sempre o valor mais atualizado da sua carteira de ações.
Afinal de contas, o valor da sua carteira nada mais é que o preço que está
sendo negociada sua ETF multiplicado pela quantidade delas que você terá.
Como as corretoras e bancos te oferecem essa informação em tempo real em
seus home brokers, basta você consultar a cotação da sua ETF para saber na
hora quanto dinheiro você tem em ações.
E se preferir pode ver até mesmo no próprio site da  B3 com um atraso de
apenas 15 minutos.

Aderência

Uma última vantagem das ETFs é a que diz respeito a sua aderência aos


índices de referência que elas perseguem.
A aderência é simplesmente o quão próximo os seus resultados ficam em
relação ao índice que ela se propõe a perseguir.
Como seus custos são extremamente baixos, em geral as ETFs conseguem
fazer isso com uma grande eficácia, replicando quase que identicamente
alguns dos seus índices de referência.
Fundos de investimentos passivos, por outro lado, dificilmente conseguem
fazer o mesmo, justamente por seu elevado custo operação.
Mas é claro que ETF nem sempre é a melhor opção. Como sempre isso vai
variar de investidor para investidor e de caso para caso.
Por isso no próximo tópico separei algumas das principais desvantagens do
investimento em ETF.

Investidor Especialista - Volume II 92


DESVANTAGENS DAS ETF
QUANDO NÃO VALE A PENA INVESTIR

Se você é um leitor mais antigo e assíduo do  Mais Retorno, já deve ter
percebido que simplesmente não existe algo como um “investimento ideal”.
Afinal, isso vai variar muito dependendo de cada investidor e seus objetivos.
No máximo podemos dizer que existe um “investimento ideal para cada
situação”.
Portanto, antes de investir em ETFs, vale a pena conferir se alguns dos itens
abaixo prejudicariam o resultado final do que você gostaria de obter com elas:

Não produz renda passiva

Lembra daquela história de reinvestimento automático dos dividendos que falei


no tópico anterior?
Pois bem, apesar de ela ser uma ótima vantagem para quem quer acumular
mais recursos a longo prazo, ela certamente vai te atrapalhar caso você
pretenda tirar uma renda periódica dos seus investimentos.
Isso porque você não receberá mais seus amados dividendos em conta-
corrente líquidos de imposto de renda para gastar onde quiser. Afinal eles
serão usados pelo próprio fundo para comprar mais ações.
Portanto, se objetivo atual do seu investimento é ter uma renda passiva e se
tornar independente financeiramente no presente, alternativas como  Fundos
Imobiliários provavelmente serão muito mais interessantes.

Investidor Especialista - Volume II 93


Não possui isenção de IR

Você sabia que se vender até R$ 20 mil em ações durante um mês, não
precisa pagar nem um centavo de imposto de renda? Independentemente do
tamanho do lucro que você esteja tendo com a operação!
Isso é uma grande vantagem não apenas para pequenos investidores, mas
também para grandes investidores que já estão na fase de consumo do seu
patrimônio e que acabam se desfazendo de uma parte de suas ações de
tempos em tempos como forma de renda.
No entanto, como as ETFs são fundos e não ações propriamente, elas não
contam com esse benefício fiscal e sofrem a incidência de Imposto de Renda
para qualquer valor vendido com lucro.

Não produzem Alfa

Esse tal de Alfa é simplesmente o nome que se dá para o retorno excedente


de um determinado índice de referência. Logo, um fundo que “busca alfa” é um
fundo que tem como objetivo superar determinado índice de referência.

Em outras palavras, se um fundo tem como referência


o Ibovespa e conseguir render mais que ele em um
período de, por exemplo, um ano, então é como se dizer
no mercado financeiro que esse fundo conseguiu “gerar
alfa” nessa ocasião.

Como as ETFs tem como objetivo simplesmente replicar seus índices de


referência e não os superar, então esse tipo de ganho excedente é muito raro
de acontecer. E mesmo que aconteça, podemos dizer praticamente que foi
uma “falha” do fundo, dado que esse não é seu objetivo.
Portanto, se você quer buscar fundos que tenham resultados mais robustos,

Investidor Especialista - Volume II 94


superando a média do mercado e seus índices de referência, é melhor optar
por fundos de investimentos tradicionais como Fundos de Ações e Fundos
Multimercado.
E falando nisso, separei um último tópico “bônus” justamente para falar sobre
essa relação.

Investidor Especialista - Volume II 95


BÔNUS: ETFS X FUNDOS ATIVOS
QUAL O MELHOR INVESTIMENTO?

Talvez o que acabei de escrever acima pode ter te deixado com uma pulga
atrás da orelha: Poxa, porque vou me satisfazer com um retorno mediano do
mercado, se posso contratar gestores para conseguir retornos até maiores?
E esse é um questionamento totalmente válido, dependendo obviamente dos
seus objetivos.
No entanto, tenho algo provavelmente inesperado para te dizer: se for investir
em mercados muito desenvolvidos como nos EUA, dificilmente seu gestor
conseguiria bater o mercado.
Afinal, de 2007 a 2016 os fundos ativos levaram uma verdadeira surra das
ETFs que simplesmente seguiam o S&P500.
Ou seja, tomando muito menos risco e com um custo muito menor, os
investidores teriam um resultado melhor investindo em ETFs nos EUA do que
colocando seu dinheiro na mão dos gestores mais competentes do país no
longo prazo.

E essa foi a aposta vencedora de ninguém menos que o Warren Buffet.


Se por outro lado você já começou a desistir dos fundos ativos, também não vá

Investidor Especialista - Volume II 96


com tanta sede ao pote.
Afinal de contas, esse mesmo texto mostra que no Brasil, por outro lado, mais
de 70% dos fundos conseguiram superar o Ibovespa nos últimos 10 anos.
Seja porque o Ibovespa é um índice relativamente controverso, ou
simplesmente porque nosso mercado ainda é muito jovem, com poucos players
e pouca liquidez.
O fato é que, por aqui, ainda vale a pena fazer a seleção de bons fundos e
gestores para aplicar seu dinheiro a longo prazo.
No final, para quem quer buscar alfa no Brasil o ideal é aplicar em bons fundos
ativos. Quem quiser retorno de renda variável com maior tranquilidade, apenas
replicando os principais índices do mercado, então as ETFs são o melhor
caminho sem dúvida.
ETFs de investimento exterior como o SPXI11 e IVBB11 vem bem a calhar em
ambos os casos.

Investidor Especialista - Volume II 97


COMO
ESCOLHER BONS
FUNDOS
Capítulo 4
Eu não poderia encerrar esse livro sem te passar um guia prático e simples de
como montar sua própria carteira de fundos de investimentos.
Sei que foram inúmeros conceitos novos apresentados e que muitas vezes na
hora de colocar isso em prática é difícil de relembrar cada um desses itens que
chamei atenção no livro.
Por isso, esse capítulo todo servirá para você como um passo-a-passo bem
prático de itens que você deverá avaliar sempre que estiver enfrentando a
tomada de decisão de investir em um novo fundo.
Vale destacar que as técnicas que ensinarei a seguir infelizmente funcionarão
apenas para os fundos de investimentos tradicionais. Afinal, os Fundos
Imobiliários e ETFs por terem uma administração e negociação completamente
diferentes, não se enquadram nas métricas que apresentarei a seguir e,
portanto, deverão ser avaliados de acordo com os conceitos e técnicas que
apresentei anteriormente em seus respectivos capítulos.
Isto posto, vamos agora finalmente para a parte mais divertida do livro!

Investidor Especialista - Volume II 99


Indicadores infalíveis para identificar
os Melhores Fundos

Como você já sabe, uma nova era dos fundos de investimentos chegou ao
Brasil e se você ainda não está preparado para esse novo cenário, precisa
começar a correr atrás do tempo perdido.
Saber  como escolher os melhores fundos para seu dinheiro é essencial
e justamente por isso montei um checklist com 8 simples passos a serem
seguidos que recomendo a leitura posteriormente.
Mas apesar dos passos que descrevi serem bastante simples, alguns deles
acabam sendo um pouco subjetivos tornando a tomada de decisão um pouco
variável entre um investidor e outro.
A boa notícia é que os melhores fundos podem apresentar algumas
informações objetivas sobre sua qualidade, que facilitam ainda mais a
comparação entre cada um deles.
Por conta disso, muitas vezes os indicadores numéricos podem ser a maneira
mais direta e segura de tomar a decisão de investir ou não em um fundo, de
forma que podemos nos ancorar em alguns valores chave para avaliar quando
esse fundo é bom ou não.
Mas não se preocupe, mesmo falando em “números”, vou apresentar cada
um desses indicadores de maneira bem amigável, como é o costume do Mais
Retorno (e já bem conhecido pelos leitores mais fiéis).

Investidor Especialista - Volume II 100


RENTABILIDADE ABSOLUTA E RENTABILIDADE RELATIVA

Ganhar dinheiro é sempre bom e se o rendimento for positivo em, digamos,


5% em um único mês, então já podemos abrir o Champagne para comemorar,
correto? Nem sempre.

Afinal, de que adianta você ter ganhado 5% em um mês


comprando ações, se na média a bolsa tivesse subido
10% nesse mesmo período? Nesse caso a bebedeira
acabaria sendo mais pra afogar as mágoas mesmo.

No exemplo acima, os 5% ao mês seriam pura e simplesmente o que


chamamos no mercado financeiro de  Rentabilidade Absoluta. E ela indica
apenas o quanto o seu dinheiro variou em um determinado período de tempo.
Por outro lado, quando comparamos a rentabilidade de 5% contra os 10%
da bolsa, poderíamos dizer também que o seu dinheiro variou 5 pontos
percentuais a menos que o Ibovespa.
E é por isso que você veria com certa frequência que esse investimento teria
rendido -5 p.p. em relação ao Ibov. A esse segundo formato é que chamamos

Investidor Especialista - Volume II 101


de Rentabilidade Relativa.
É por isso que para saber se de fato nosso dinheiro foi bem investido,
precisamos comparar o seu rendimento com algum outro índice de mercado
que seja relacionado à esse investimento, como o CDI para aplicações de
renda fixa ou o Ibovespa para aplicações de renda variável, por exemplo.
Esse índice de comparação que tomamos como referência, é o que o
chamamos no mercado financeiro de benchmark.
E no caso dos melhores fundos de investimentos, essa regra vale exatamente
da mesma maneira. Vale tanto, que os próprios fundos divulgam qual
o benchmark ao qual eles se propõem a perseguir.
E claro, lembre-se de sempre comparar seus investimentos com
os  benchmarks  corretos. Afinal de contas, não faz o menor sentido comparar
os 5% de ganho que você teria obtido correndo riscos no mercado de ações,
com o rendimento da caderneta de poupança ou qualquer outra aplicação de
renda fixa com risco muito baixo.

Resumo da ópera: os melhores fundos são apenas aqueles


que superarem seus benchmarks por um longo período de
existência.

Investidor Especialista - Volume II 102


QUANTIDADE DE COTISTAS X
PATRIMÔNIO MÉDIO DO FUNDO

Sabe aquela história do “follow the money” (siga o dinheiro)?


Existe um certo “truque” no caso dos fundos de investimentos, para qualquer
investidor saber onde os mais ricos estão colocando seu dinheiro.
Tanto a informação do volume financeiro total investido (patrimônio líquido) do
fundo, quanto da quantidade de investidores (ou cotistas) que aplicam nesse
fundo são públicas e divulgadas abertamente pela CVM.
Portanto ao dividir o volume total do patrimônio do fundo pela quantidade de
cotistas que aplicam nele, conseguimos ter uma média de qual valor cada
pessoa aplica nesse fundo e consequentemente alguma ideia do perfil desses
investidores.
Como na maioria das vezes as pessoas com mais dinheiro conseguem ter
acesso a melhores informações e assessoria mais personalizada, acaba sendo
comum que os investidores de maior porte invistam apenas nos melhores
fundos. Por isso pode ser uma boa investir no mesmo lugar que esses
investidores.
Outra informação bacana desses dados é observar a evolução desse
patrimônio médio e a própria quantidade de cotistas em si. Afinal, se um fundo
é muito concentrado em poucos cotistas, ele pode acabar tendo problemas
de liquidez quando um único investidor muito grande fizer movimentações
significativas de aporte ou resgate.

Investidor Especialista - Volume II 103


Logo, na maioria dos casos acaba sendo de certa forma saudável quando o
fundo possui grande patrimônio, desde que esse patrimônio seja pulverizado
em uma quantidade também grande de cotistas.
Da mesma forma, fundos que demonstrem uma quantidade de cotistas
diminuindo ao longo do tempo são um péssimo sinal de que alguma coisa deve
estar errada por ali, então fique em alerta.

Resumo da ópera: a) os melhores fundos geralmente são


demandados pelos maiores investidores e, portanto, um
patrimônio médio elevado tende a ser positivo; b) fundos
concentrados em poucos investidores correm risco de ter
problemas de liquidez; c) fundos que tenham quantidade
de cotistas decrescente ao longo do tempo indicam
um mal sinal de que ele pode estar desagradando seus
investidores;

Investidor Especialista - Volume II 104


PATRIMÔNIO DO FUNDO X VALOR APLICADO

Quando acompanhamos o patrimônio líquido de um fundo é bom ver que o


valor gerido por ele só aumente com o passar do tempo.
No entanto isso por si só não quer dizer muita coisa.
Esse valor pode estar aumentando porque muito dinheiro foi aportado no
fundo, as vezes simplesmente porque o banco que faça a sua distribuição
tenha uma força comercial muito grande.
Por isso uma forma de saber de fato quanto dinheiro o fundo criou para seus
cotistas, é separar o patrimônio atual do fundo das aportes líquidos (valor dos
depósitos menos os resgates) que ele recebeu.
A diferença entre os dois é exatamente quanto dinheiro o fundo “criou”
investindo o patrimônio de seus cotistas.

Investidor Especialista - Volume II 105


Logo, fundos que tiverem um patrimônio líquido menor do que seu saldo de
aportes e resgates já deixam explícito que eles simplesmente perderam parte
do dinheiro de seus clientes. Sinal vermelho!

Resumo da ópera: os melhores fundos podem sofrer


oscilações em seus rendimentos, mas jamais terem o
patrimônio menor que o saldo das aplicações por um
período prolongado.

Investidor Especialista - Volume II 106


VOLATILIDADE

O nível de risco de um fundo de investimento e a sua volatilidade estão


diretamente ligados.
Isso porque a volatilidade nada mais é que o valor que indica o quanto
um fundo (ou qualquer outro investimento) oscilam em média nos seus
rendimentos.
Portanto, em fundos e investimentos mais conservadores é comum
volatilidades mais baixas de até 2% ao ano. Outros investimentos de maior
risco como fundos de ações ou investimentos alavancados que envolvam
operações com derivativos (como mercado futuro e opções), podem
ultrapassar facilmente os 10% ao ano de volatilidade.
Ou seja, a volatilidade serve como um termômetro para saber se aquele
investimento é adequado para você ou não, de acordo com seu perfil de
investidor.

Investidor Especialista - Volume II 107


Aliás, se você ainda não fez seu perfil de investidor em nenhuma das outras
vezes que sugeri acima, recomendo novamente que faça o teste do  Mais
Retorno agora mesmo!
O teste é bem rápido, fácil e divertido e você terá a resposta em menos de 2
minutos. Você pode fazer o teste de perfil de investimentos clicando no botão
abaixo:

Resumo da ópera: os melhores fundos podem variar de


investidor para investidor, de acordo com o perfil mais
adequado para cada um. Por isso foque sempre nos fundos
que tenham volatilidade compatível com seu perfil de
investidor.

Investidor Especialista - Volume II 108


DRAWDOWN

Uma das ilusões mais comuns que vejo os investidores terem na hora de
tomar uma decisão sobre seus investimentos é justamente em relação à sua
tolerância ao risco.
Isso porque quando vemos que um investimento tem um alto potencial de
ganho, dificilmente achamos que nós seremos os azarados de colocar o
dinheiro justo quando ele começar a ter prejuízo.
Todos nós nos sentimos especiais de uma forma ou de outra e por isso
acabamos acreditando que se um fundo que rendeu no passado 30% ao ano,
não nos importaríamos caso ele tivesse prejuízos de curto prazo. Mas na
prática a história costuma ser bem diferente.
Por isso, um dos gráficos mais interessantes de se avaliar nas lâminas dos
fundos é o de  Drawdown, que apesar de ser um palavrão meio “feio”, indica
simplesmente o acumulado de prejuízos que um fundo teve em alguns
momentos.

Investidor Especialista - Volume II 109


Dessa forma fica muito fácil avaliar os períodos em que o fundo teve
dificuldades, qual a maior queda que ele sofreu e quanto tempo ele demorou
para se recuperar, só de bater os olhos.
E claro, se imagina com o seu dinheiro aplicado naquela situação para saber
se esse investimento era mesmo pra você.

Resumo da ópera: os melhores fundos podem até ter fortes


oscilações de curto prazo, mas em geral não podem levar
períodos demasiadamente longos para recuperar eventuais
prejuízos que venham a ter. Caso contrário, a maioria dos
investidores simplesmente não aguenta esperar tanto
tempo com seu dinheiro desvalorizando.

Investidor Especialista - Volume II 110


ÍNDICE DE SHARPE

Ano 12 meses 24 meses 36 meses Desde o início

Rentabilidade 4,70% 12,35% 27,91% 73,07% 14530,68%

Volatilidade 4,93% 4,40% 4,86% 6,57% 8,85%

Índice de Sharpe - 1,23 0,02 - 0,02 1,10 1,35

Uma regra básica para qualquer tipo de investimento, é que o risco que você
irá correr nele precisará sempre ser compensado pelo retorno potencial dele.
A boa notícia é que graças a William F. Sharpe, economista e professor emérito
da Universidade de Stanford, desde 1994 o mercado financeiro passou a
utilizar um cálculo padrão para saber se a relação risco-retorno de um fundo
é atrativo. Esse cálculo é o que dá origem ao famoso  Índice de Sharpe,
divulgado pela maioria dos fundos em suas próprias lâminas de resultados.
Esse é um dos índices mais fáceis de se avaliar, se estivermos comparando
dois ou mais fundos diferentes, de forma que aquele fundo que apresentar o
maior valor para o Índice de Sharpe, terá o melhor risco-retorno e, portanto,
será a melhor alternativa.
No entanto, se estivermos avaliando um único fundo individualmente, a coisa
fica um pouco mais complicada. Isso porque o  Índice de Sharpe  não tem um
valor exato para identificar quando um fundo ou outro ativo qualquer é bom ou
não.

Investidor Especialista - Volume II 111


Portanto, se for para tomar algum valor como base, priorize por aqueles que
apresentarem valores do Índice de Sharpe acima de 0,5.

Resumo da ópera: em comparações entre diferentes


alternativas, os melhores fundos serão aqueles que
apresentarem o maior valor para o Índice de Sharpe.
Individualmente esse índice não serve como uma medida
definitiva, mas valores acima de 0,5 podem ser um bom
indicativo base.

Investidor Especialista - Volume II 112


ESTATÍSTICAS RÁPIDAS

Fundo CDI

Meses Positivos 211 -

Meses Negativos 37 -

Maior Retorno 63,45% 3,29%

Menor Retorno - 8,91% 0,35%

Acima do CDI 162

Até aqui falei mais sobre indicadores pouco comuns, nomes esquisitos e
gráficos inéditos para a maioria dos investidores.
No entanto, algumas informações básicas que podem ajudar muito na tomada
de decisões sobre investir ou não em algum fundo é simplesmente sabermos
se ele tem bons resultados e se esses resultados são consistentes.
Por isso, um pequeno resumo sobre quantos meses o fundo ficou acima ou
abaixo de seu benchmark, seria uma boa pedida.
Outra informação bacana e bastante simples, seria saber simplesmente
em quantos meses o fundo deu resultados positivos e quantas vezes foram
negativos.
Por último conhecer os meses fora da curva, ou seja, aqueles em que o fundo
fugiu do rotineiro e apresentou o melhor e o pior resultado, nos dão uma ideia
melhor de até onde podemos esperar que nosso dinheiro possa flutuar. Claro,
desde que o fundo avaliado tenha um bom tempo de vivência e histórico para
usarmos como referência.

Resumo da ópera: indicadores como quantidade de meses


em que superou o benchmark, quantidade de meses
positivos e negativos e saber o melhor e pior mês, são
bastante simples, mas nem por isso são menos importantes
para nos ajudar a tomar a decisão de investir nos melhores
fundos.

Investidor Especialista - Volume II 113


BÔNUS: ONDE ENCONTRAR OS DADOS DOS MELHORES
FUNDOS PRONTOS E MASTIGADOS PARA VOCÊ

O bônus que deixo aqui é imperdível e que me deixa muito feliz e orgulhoso de
trazer para você, leitor do segundo volume do Investidor Especialista.
Afinal de contas, todos os indicadores que falei aqui são simples de ser
avaliados, mas nem sempre fáceis de serem encontrados.
Bom, pelo menos até agora.
Isso porque disponibilizamos gratuitamente a melhor e mais atualizada lâmina
de fundos no Mais Retorno.
Essa lâmina contém todas as informações e indicadores que foram citados
nesse capítulo, de forma intuitiva e bem prática.
E isso vale para qualquer fundo de investimentos existente no Brasil, ele
estando ativo ou não!
As informações são atualizadas diariamente, de acordo com os dados
publicados pela própria CVM e por isso é possível que em alguns casos os
investidores encontrem informações mais atualizadas até mesmo que no
próprio site das gestoras que eles investem.
Tudo isso está aberto para consultas no Mais Retorno através da nossa
página de Lâmina de Fundos.
Mas sabe o que pode ser melhor do que avaliar um fundo individualmente?
Comparar esse fundo com outras opções semelhantes!
No próximo tópico você aprenderá como fazer isso de forma prática e objetiva.

Investidor Especialista - Volume II 114


Comparando fundos como um profissional

Os investidores mais bem-sucedidos sabem da importância de comparar as


melhores alternativas de investimentos em relação a seus prós e contras antes
de tomar qualquer decisão sobre seu dinheiro.
Quando essa decisão é em relação à escolha de bons  fundos de
investimentos para ter em sua carteira isso é ainda mais importante!
Afinal, como você deve ter visto na ferramenta  que te apresentei no tópico
anterior, logo na página principal do ranking de fundos há uma mensagem em
letras garrafais: “PESQUISE AQUI MAIS DE 25.000 FUNDOS”.
É claro que em um mar de alternativas distintas como esse existe muita coisa
boa e ruim misturada e é por isso que o tópico anterior é tão importante.
Mas apesar dele te ensinar muito bem a separar os bons fundos dos ruins,
ainda faltou um detalhe importantíssimo:

Se eu tiver uma lista de bons fundos para investir,  como


escolher qual o ideal para mim?

Por isso nesse tópico me comprometi a te ajudar justamente nesse ponto!


Prepare-se agora para ler um guia completo, prático e extremamente
simples  que vai te tornar um verdadeiro profissional em  como comparar
fundos de investimentos!

Investidor Especialista - Volume II 115


Compare fundos do mesmo tipo/categoria

Um dos erros mais comuns que vejo investidores cometerem é querer


comparar fundos com propostas completamente diferentes e por isso resolvi
começar o guia abordando essa questão.
Por mais que o Alaska Black tenha uma rentabilidade muito maior que o Sparta
Top no longo prazo, não faz menor sentido você trocar um por outro.
Afinal, se você investisse no Sparta Top eu suponho que não estivesse
disposto a correr os riscos e a altíssima volatilidade do Alaska Black.
Apesar de eu estar citando dois exemplos extremos aqui, vale a mesma regra
para qualquer outro tipo de fundo que você se propuser a comparar.
Ou seja, compare fundos Macro com fundos Macro, fundos Long & Short com
fundos Long & Short, fundos Long Biased com fundos Long Biased e assim por
diante.

Investidor Especialista - Volume II 116


Ser honesto consigo mesmo vai te salvar de entrar em furadas que não
estejam de acordo seus objetivos em prol único e exclusivo da “rentabilidade
maior”.

Resumindo: Tenha uma carteira diversificada com


diferentes tipos de fundos, mas na hora de escolher
compare sempre os semelhantes.

Investidor Especialista - Volume II 117


Compare as rentabilidades

É verdade que a rentabilidade dos fundos não é tudo, mas é claro que é muita
coisa!
Mesmo assim, é importante que você avalie a rentabilidade da forma correta
quando estiver comparando fundos. Para fazer isso direito, isso vale a pena
considerar quatro regrinhas básicas:

1. A rentabilidade absoluta é importante, mas não quer dizer muita


coisa em um olhar simplista. Compare como o fundo manteve o
desempenho dele ao longo do tempo. Afinal ele pode estar indo bem
agora, mas ter passado um bom tempo sofrendo no mercado. Ou ter ido
muito bem no começo e depois só acompanhar o CDI. Por isso na hora
de comparar veja o desempenho para 6, 12, 24 e 36 meses desse fundo.

2. Dê um peso um pouco maior para os períodos recentes. Portanto


se um fundo tem um retorno maravilhoso nos últimos 3 anos, mas vem
patinando nos últimos 12 meses, pode ser que ele esteja passando por
problemas de gestão ou estratégia e talvez não seja uma boa escolha.

3. O benchmark é imperativo! Portanto se qualquer fundo da comparação


não fizer o mínimo que é superar seu índice de referência, seja o CDI, o
Ibovespa, o IMA-B ou qualquer outro, já pode cortar ele fora da lista.

Investidor Especialista - Volume II 118


4. O mais óbvio de todos, mas que vale ser citado: veja qual fundo melhor
desempenhou para o período total comparado.

Seguindo essas quatro regras você já terá um ótimo parâmetro para definir
o fundo com o melhor retorno para sua carteira.

Resumindo: A rentabilidade é importantíssima, desde que


você a avalie corretamente. Seguindo os 4 pontos desse
tópico você terá uma boa direção de como fazer isso.

Investidor Especialista - Volume II 119


Atenção ao período avaliado

Em geral o melhor período para se comparar fundos é o que costumamos


chamar de “ótimo”, ou seja, aquelas datas em que todos os fundos estejam em
atividade simultaneamente.
Portanto sempre que possível tente comparar diferentes fundos em períodos
iguais ou menores que o ótimo, mas nunca períodos maiores.
Afinal, caso escolha comparar uma lista de fundos em um período no qual
algum deles ainda não estivesse em atividade, você terá uma dificuldade bem
maior para tirar conclusões das informações que visualizar.
Existe ainda mais um cuidado importante: se você comparar um fundo muito
antigo com um fundo que acabou de iniciar suas operações, poderá ter uma
impressão errada. Isso porque como o fundo novo teria pouco histórico de
comparação, você poderia se iludir por um eventual bom resultado de curto
prazo que não fosse mais que pura e simples sorte do gestor.

Investidor Especialista - Volume II 120


Portanto se tiver que comparar fundos num período menor que 12 meses,
tenha uma cautela redobrada em relação ao fundo iniciante e leve isso em
consideração na hora da sua decisão final.

Resumindo: Sempre que possível compare um período


ótimo para todos os fundos, ou pelo menos um período
mais recente que esse. Quando os fundos tiverem um
período menor que 12 meses para comparar, tenha um
cuidado extra nas suas conclusões.

Investidor Especialista - Volume II 121


Compare estatísticas básicas dos fundos

Talvez o item mais objetivo, direto e totalmente intuitivo da lista seja a


comparação das estatísticas básicas.
Afinal, basta dar um crédito maior aos fundos que tiverem uma maior
proporção de meses positivos que negativos e venceram mais vezes seu
benchmark (seja o CDI ou o Ibov).
No exemplo acima, apesar de o BB ter o melhor resultado em meses positivos
(com 93% das vezes), o XP Macro foi o que teve melhor desempenho em
relação ao seu benchmark (superando o CDI em 71% das vezes).
Os fundos que tiverem o maior retorno em um mês fechado são bons, mas
o que é ainda mais importante são os fundos que tiveram o menor prejuízo
em um único mês. Assim você saberá quais fundos da comparação devem ter
mais cuidado (como no caso do Gávea Macro na imagem acima).
Por fim, é sempre bom avaliar o tamanho dos fundos tanto em tamanho de
Patrimônio Líquido (PL) como em quantidade de cotistas.

Investidor Especialista - Volume II 122


Fundos muito pequenos podem indicar tanto que são opção de poucos
investidores, como que a gestora talvez tenha uma estrutura bem mais simples
que suas concorrentes. Isso não é um fator eliminatório, mas vale um cuidado
maior em relação a gestoras e fundos muito pequenos.

Resumindo: Na dúvida, opte pelos fundos que


proporcionalmente tiveram mais meses positivos que
negativos, venceram mais vezes seu benchmark. Tome
cuidado com fundos que tiveram grandes perdas em um
único mês e que tenham um PL e quantidade de cotistas
relativamente pequena.

Investidor Especialista - Volume II 123


Compare a Volatilidade e escolha a mais
adequada ao seu perfil

Prometo que é a última vez que insistirei nisso, mas quem já conhece o Mais
Retorno há algum tempo sabe o quanto batemos na tecla da importância de
investir seu dinheiro de acordo com o seu perfil de risco.
Se ainda não fez nosso teste recomendo fortemente que o faça clicando no
botão abaixo:

DESCUBRA QUAL É O SEU PERFIL DE INVESTIDOR

CLIQUE AQUI

Uma vez que você conheça seu perfil de risco como investidor, avaliar a
Volatilidade dos fundos é algo primordial!
Afinal, esse é um dos indicadores mais comuns e fáceis de se usar como
medida de risco.
Portanto, por mais que um fundo tenha uma rentabilidade maravilhosa com um
desenho lindo no gráfico, se você tiver um perfil conservador e o fundo uma
grande volatilidade, prefira ficar de fora.

Investidor Especialista - Volume II 124


Não são poucas as histórias de frustração que ouvimos no Mais Retorno
sobre investidores que foram guiados pela ganância contra seus instintos e se
arrependeram amargamente.
Para te ajudar a saber se um fundo é arriscado demais pra você ou não,
considere a seguinte métrica abaixo:

• Volatilidade baixa (conservador): até 2%

• Volatilidade média (moderado): de 2% até 4%

• Volatilidade média-alta (arrojado): de 4% até 8%

• Volatilidade alta (agressivo): acima de 8%

Vale ressaltar que volatilidade alta não é algo necessariamente ruim! Isso vai
depender do seu perfil de risco. Portanto se você tiver um perfil agressivo
e quiser buscar oportunidades com grande potencial de valorização, a
volatilidade alta provavelmente será sua companheira de viagem.

Resumindo: Compare sempre a volatilidade dos fundos e


escolha aquele que melhor se adequar ao seu perfil.

Investidor Especialista - Volume II 125


Índice de Sharpe: uma resposta mastigada

Quer algo ainda mais mastigado que o item 4 do guia para escolher o melhor
fundo para você? Então o Índice de Sharpe pode ser a resposta que você
procura.
Afinal ele é um indicador que serve para mensurar a relação risco x retorno de
um investimento. Em outras palavras, quando o índice for positivo, isso quer
dizer que o risco que ele correu foi compensado pelo retorno adquirido. Se, por
outro lado, o índice for negativo, então era melhor ter deixado seu dinheiro em
um ativo livre de risco (como as Tesouro Selic, por exemplo).
Portanto quanto maior for esse índice, melhor. Logo, o fundo que apresentar o
maior valor para o Sharpe tende a ser a melhor opção para a sua carteira.
Antes de ir com muita sede ao pote, no entanto, veja que esse valor pode
variar com o tempo caso o fundo comece a desempenhar melhor ou pior.
Por isso o ideal é avaliar o índice desde o início do fundo, mas sempre checar
se nos últimos 12 meses as coisas continuam indo bem nele.

Resumindo: Priorize sempre o fundo que tiver o maior valor


do Índice de Sharpe da sua comparação. Descarte sempre
os fundos que apresentarem valores negativos para o
índice.

Investidor Especialista - Volume II 126


Compare a quantidade de cotistas atual e
sua evolução no tempo

No item 4 vimos que a quantidade de cotistas é uma boa métrica para


avaliarmos o tamanho de um fundo. No entanto, melhor que saber quantos
cotistas um fundo tem, é ver como isso tem evoluído com o passar do tempo.
Logo, fundos que tenham cada vez mais cotistas são um bom indicador de
que eles estão agradando seus clientes e atraindo cada vez mais pessoas
interessadas.
Por outro lado, fundos que estão com cada vez menos quotistas são um
forte indício de que eles não estão entregando resultados ou a performance
prometida.
O único cuidado que se deve tomar nesse gráfico é com fundos que ficam
relativamente estagnados depois de um forte crescimento. Nesse caso
provavelmente você está se deparando com um fundo que fechou para
novas captações. Ou seja, esse fundo teve resultados tão bons que muita
gente investiu nele até o ponto que ele não aceita mais clientes pois não tem
condições de os atender bem.

Resumindo: Veja com bons olhos os fundos com curva


crescente de cotistas. Desconfie de fundos com curva
decrescente.

Investidor Especialista - Volume II 127


Compare a evolução do patrimônio do fundo

Se o gráfico histórico dos cotistas que vimos no tópico anterior mostra quanta
gente está investindo ou saindo de um fundo, o gráfico de patrimônio nos diz
quanto dinheiro as pessoas estão confiando nesse fundo!
Portanto a lógica é quase a mesma: fundos com patrimônio crescente estão
atraindo cada vez mais investidores e novos aportes por parte dos atuais.
Fundos com patrimônio decrescente estão desagradando seus clientes e
causando cada vez mais resgates fazendo com que ele diminua seu tamanho.
Mas não é só isso!
Fundos podem ter patrimônio crescente ou decrescente mesmo estando
fechados para novos clientes e aportes. Afinal o patrimônio pode aumentar
ou diminuir se o fundo estiver ganhando ou perdendo dinheiro com suas
operações.
Logo, fundos que estão com patrimônio crescente não apenas atraem novos
investidores, como também provavelmente estão aumentando o patrimônio de
seus clientes atuais. Assim como o inverso também é verdadeiro.

Resumindo: Assim como no gráfico de cotistas, tome


cuidado com fundos que tiverem patrimônio decrescente e
de um ponto de confiança extra aos que estão crescendo.

Investidor Especialista - Volume II 128


Compare o Drawdown dos fundos

Lembra da importância de investir de acordo com seu perfil de investimentos


que falei no tópico 5 sobre volatilidade?
Pois bem, o apesar do Mauá Macro ter o maior retorno na comparação dos
fundos macro para o período total e o segundo melhor valor para o Índice de
Sharpe, será que você estaria preparado para acordar de manhã e ver que seu
investimento desvalorizou 10% da noite para o dia?
Se você não for um investidor de perfil agressivo, provavelmente ficaria muito
preocupado nessa situação e poderia cometer o equívoco de resgatar o
dinheiro justo no momento de prejuízo.
E seja sempre honesto consigo mesmo! No gráfico histórico você consegue
ver que o fundo se recuperou bem depois, mas tente imaginar como você se
sentiria naquele dia sem fazer ideia do que aconteceria depois.

Investidor Especialista - Volume II 129


Por isso, avaliar a evolução histórica do Drawdown pode te salvar de uma
situação da qual não esteja preparado e consequentemente uma eventual
decisão errada que se transforme em prejuízo.
Além disso, o histórico do Drawdown é útil para ter uma ideia de quanto tempo
os gestores levaram pra se levantar do tombo e com qual consistência isso
ocorreu.

Resumindo: Sempre compare o drawdown dos fundos


para saber até onde você está disposto a se arriscar e ficar
preparado para eventuais tempestades no futuro.

Investidor Especialista - Volume II 130


Compare a evolução da volatilidade dos fundos

Podemos dizer que esse último tópico seria uma avaliação auxiliar da que
apresentei no item 5. Afinal ela trata do mesmo indicador que você viu naquele
tópico.
A grande questão aqui e que imagino que você já tenha percebido no gráfico
acima, é que a volatilidade não é um indicador constante ao longo da vida de
um fundo.
Ela pode aumentar ou diminuir por vários fatores como uma mudança de
gestão ou estratégia de um fundo ou, no caso específico desse exemplo, por
um evento que testou os limites do stress de uma carteira: o famoso efeito que
a delação da JBS contra o Temer teve no mercado.
Lembra que disse acima que à partir de 8% de volatilidade podemos considerar
um fundo agressivo?
Pois bem, o Mauá Macro chegou a bater uma volatilidade de 37% naquele
momento! De repente o fundo parece um pouco mais volátil do que o
esperado, não é?

Investidor Especialista - Volume II 131


Por fim, avaliar a evolução da volatilidade te ajuda a ter uma ideia sobre como
a gestão do fundo está evoluindo. Isto é, se os gestores estão adotando
posições mais conservadoras ou agressivas com o passar do tempo, ou se
simplesmente mantém uma certa constância em sua estratégia por todo o
período.

Resumindo: Além da volatilidade média de um fundo, vale


a pena avaliar a evolução histórica da volatilidade para
compreender o risco real de um fundo. O histórico da
volatilidade de um fundo também serve como pista para
captar eventuais mudanças de gestão e estratégia desse
fundo.

Investidor Especialista - Volume II 132


BÔNUS: Como tomar a decisão final?

Te prometi no título do texto 10 passos para escolher o fundo ideal através de


uma comparação profissional, mas resolvi deixar ainda mais mastigado para
encerrarmos esse guia com chave de ouro!
Depois de avaliar todos os itens anteriores, falta agora tomar a decisão final e
escolher um deles para aplicar o seu dinheiro.
Mas como fazer isso com tanta informação? Existem duas formas simples de
se chegar a essa conclusão.
A primeira delas é você escolher os indicadores que considerar mais relevantes
para o objetivo que você tem com seus investimentos e se concentrar neles.

Se você quer simplesmente um fundo tranquilo, sem


altos e baixos para deixar seu dinheiro rendendo e
poder dormir tranquilo, então foque sua comparação nos
indicadores de volatilidade. Claro, lembrando de excluir
os fundos que não superarem ou se igualarem a seus
benchmarks!

A segunda forma prática e mais completa de você tomar a decisão final é você
dar um ponto o fundo que vencer cada um dos indicadores dessa lista e fazer
uma soma no final.
Então considere qual fundo teve o melhor retorno e dê um ponto para ele.
O fundo que teve melhor consistência nesse retorno e dê mais um ponto. O
que proporcionalmente mais venceu seu benchmark, mais um ponto. O que
apresentar o melhor Índice de Sharpe, outro ponto. E assim por diante.
No final, o fundo que tiver mais pontos provavelmente será o mais indicado
para compor a sua carteira.

Investidor Especialista - Volume II 133


Conclusão

Depois desse guia tenho certeza que você tem mais condições de avaliar
um fundo para sua carteira que muito profissional de mercado com anos de
experiência por aí.

Mas o melhor de tudo eu guardei para o final deste capítulo:


sabe onde você pode conseguir todas essas informações
atualizadas, intuitivas, fáceis de encontrar e totalmente
gratuitas?

Se ainda não sabe, te apresento com o maior orgulho o comparador de


fundos do Mais Retorno!
Foram meses de muito trabalho e dedicação de toda a equipe do Mais
Retorno para preparar essa ferramenta do jeitinho que nossos leitores sempre
pediram!
Ele é um complemento à lâmina de fundos que comentei no tópico anterior e
com essas duas ferramentas no arsenal, somadas a todo o conhecimento que
adquiriu ao longo desse livro, você certamente está preparadíssimo para tomar
as melhores decisões em relação ao investimento em fundos!
Agora preciso falar de um assunto muito importante com você antes de
encerrarmos nossa jornada.

Investidor Especialista - Volume II 134


GESTORAS DE
BANCOS x
GESTORAS
INDEPENDENTES
Capítulo 5
Pensei bastante sobre a importância de um capítulo para tratar desse assunto
e onde eu deveria encaixar ele nesse livro.
No final cheguei à conclusão de que deveria encerrar o livro com essa pauta
para que você não esquecesse dela antes de começar a pesquisar os novos
fundos da sua carteira.
A ideia é falar sobre as principais diferenças de investir em fundos de uma
gestora independente, ou seja, aquelas que não tem vínculo com nenhum
grande banco comercial e as gestoras que são parte de um grupo bancário.
Ah, e obviamente quando digo “gestoras” aqui me refiro a “empresas de
gestão” (ou asset managements para os mais experientes) e não pessoas do
sexo feminino habilitadas a fazer gestão.
Evidentemente não há diferença alguma entre gestoras mulheres e homens,
embora infelizmente as primeiras ainda sejam raras nesse mercado.
Ao contrário dos capítulos anteriores, serei bastante breve neste apresentando
o conteúdo em apenas quatro tópicos. Confira a seguir:

Investidor Especialista - Volume II 136


QUALIDADE DOS FUNDOS

Se você já imaginou que eu iria criticar todos os fundos de bancos, se acalme


não é bem assim.
É verdade que existem bons fundos tanto em casas especializadas de gestão
independentes como nas de grandes bancos.
No entanto, a maior dificuldade de investir nos bons fundos dos bancos é por
conta da acessibilidade deles.
Afinal, na maioria dos casos os bons fundos de bancos costumam estar
disponíveis apenas para grandes investidores.
E quando digo grandes, quero dizer isso mesmo! Ou seja, aqueles que tenham
alguns milhões na conta do banco disponíveis para só para aplicação nele e
sejam clientes do segmento Private.
Nas melhores gestoras independentes do mercado, por outro lado, é comum
encontrar fundos de alto nível com aplicações iniciais que podem partir de R$ 5
mil ou menos.
Isso é muito útil sobretudo quando você está preocupado em diversificar sua
carteira de fundos, independentemente do valor total que tenha para investir.
Assim consegue ter vários bons fundos na sua carteira e a deixar com uma
ótima diversificação.

Investidor Especialista - Volume II 137


RISCOS DA GESTÃO

E já que falamos de diversificação, aqui vai um golpe forte no senso comum


que muita gente tem sobre fundos.
Afinal, ao contrário do que você pode estar pensando, pode ser muito mais
seguro investir em fundos de gestoras independentes do que nos bancos.
Isso porque o que importa de fato em um fundo não é quem faz a sua gestão,
mas os ativos que ele investe.

Portanto se você investe todo seu dinheiro em um banco


e ainda investe nos fundos deles (que podem também
comprar os próprios títulos deles como CDBs, RDBs e
afins), sua carteira acaba ficando concentrada toda em
um único emissor.

Por outro lado, como as gestoras independentes precisam buscar bons


resultados para seus cotistas sem arriscar demasiadamente o dinheiro deles,
acabam fazendo uma gestão de risco muito rigorosa, diversificando bastante
os emissores de sua carteira.

Investidor Especialista - Volume II 138


QUESTÃO PURAMENTE COMERCIAL

Se por um lado os grandes bancos possuem milhões de clientes e centenas


de bilhões de reais em custódia (e não, eu não errei nenhum desses números),
por outro as gestoras independentes precisam se esforçar muito para
conquistar novos investidores e os manter dentro de casa.
Afinal com a força comercial que os bancos têm, e todo o dinheiro que já está
“dentro de casa”, eles não precisam se esforçar muito para entregar resultados
concretos para seus clientes.
Prova objetiva disso é o custo de seus fundos que possuem taxas de
administração que são em alguns casos mais que o dobro cobrado pelas
gestoras independentes.
Isso sem falar em taxas como tarifas de manutenção de conta cobrada
pelos bancos e que é inexistente tanto nas gestoras como nas corretoras
independentes.

Investidor Especialista - Volume II 139


NOMES DE PESO

Não que não hajam bons times nos bancos, muito pelo contrário. O próprio Ilan
Goldfajn, atual presidente do Banco Central premiado, era antes economista-
chefe da gestora do Itaú.
No entanto, as gestoras independentes não ficam para trás e muitos nomes
lendários do mercado atuam hoje como sócios ou gestores de grandes casas
independentes.
Alguns exemplos mais conhecidos são:

• Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central e sócio da Rio Bravo


Investimentos;

• Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central e sócio da Gávea


Investimentos;

• Luis Carlos Mendonça de Barros, ex-presidente do BNDES, ex-ministro


das Comunicações e sócio da AZ Quest;

• Luis Sthulberger, antigo gestor do famoso “Fundo Verde” da Credit


Suisse Hedginig Griffo e atual sócio da Verde Asset;

• Márcio Appel, ex-diretor e gestor do famoso fundo “Safra Galileo” e hoje


sócio da Adam Capital.

E esses são apenas alguns dos nomes que se encontram atualmente em


gestoras independentes.
Com a queda dos juros para um patamar historicamente baixo, muitos outros
grandes gestores e profissionais renomados do mercado resolveram apostar
suas fichas criando novas gestoras independentes nos últimos meses que
prometem balançar o mercado.
Cabe só a você escolher a melhor para compor a sua carteira.

Investidor Especialista - Volume II 140


COLOCANDO OS
CONHECIMENTOS
ADQUIRIDOS EM
PRÁTICA
Capítulo 6
Tudo o que foi visto nesse livro precisa se tornar realidade para que você
consiga efetivamente Mais Retorno para seu dinheiro.
Apesar de o conhecimento ser o primeiro passo para suas conquistas, é a
execução e o aperfeiçoamento prático que levam a excelência.
A boa notícia é que, depois de ler esse conteúdo até aqui, posso garantir que
você está mais preparado que muito profissional da área para falar sobre esse
assunto. Você vai se surpreender quando sentar novamente com o gerente da
sua conta para falar sobre investimentos.
Mas uma ideia melhor do que procurar o gerente do banco para investir seu
dinheiro, é justamente fazer isso em outro lugar.

Investidor Especialista - Volume II 142


BANCOS X CORRETORAS

Boa parte das alternativas de investimentos e outras dicas importantes citadas


ao longo desse ebook podem ser encontradas, tanto em grandes bancos dos
quais você provavelmente já é correntista, como também em corretoras de
valores.
No entanto, a diferença ao investir em cada uma dessas instituições é, na
maioria das vezes, abismal.
A primeira dessas diferenças, é que os bancos costumam oferecer apenas
seus próprios produtos financeiros, isto é, apenas títulos dos quais ele próprio
é o emissor ou participante direto da operação. Afinal de contas, o verdadeiro
negócio dos bancos é o spread e não investimentos em si e, portanto, só faz
sentido arrecadar recursos para si próprio.
Nas corretoras, por outro lado, como seu negócio é justamente a distribuição
de investimentos de terceiros, é muito importante ter em suas plataformas
diferentes opções de emissores e tipos de investimentos, de forma que
consigam atender diferentes demandas dos seus clientes.

Por conta disso, como os bancos não concorrem


internamente com outros emissores, acaba oferecendo
opções caras e com altos custos embutidos que acabam
comprometendo seriamente o retorno dos investimentos
ao longo do tempo.

Nas corretoras o efeito é exatamente o contrário, dado que por existirem


diferentes emissores concorrendo entre si, estes acabam tendo que oferecer
as melhores condições possíveis para atrair novos investidores e conseguirem
captar mais recursos.
Por fim, uma última diferença e talvez uma das mais importantes é que o banco
não consegue oferecer uma assessoria de investimentos adequada aos seus
clientes, justamente porque seu objetivo e atividade é emprestar e não investir
dinheiro.

Investidor Especialista - Volume II 143


Por isso, é muito comum encontrar gerentes que atendem uma quantia
exorbitante de dinheiro sem terem o mínimo conhecimento sobre
investimentos, dado que não recebem nenhum tipo de treinamento nesse
sentido.

Já nas corretoras, qualquer assessor precisa ser no


mínimo certificado pela ANCORD. Para conseguir
esse certificado, o assessor de investimentos precisa
ser aprovado em uma prova comprovando seus
conhecimentos sobre o mercado financeiro, economia
e investimentos, além de outras questões sobre ética e
boas práticas de atendimento ao investidor.

Fora esse certificado, as corretoras costumam oferecer treinamentos


avançados a seus assessores de forma que os profissionais acabam sendo
altamente capacitados para melhor atender seus clientes.
E é por isso que escolhemos trabalhar com uma corretora. Mas não qualquer
corretora.

Investidor Especialista - Volume II 144


XP INVESTIMENTOS

Com um volume de mais de R$ 150 bilhões em custódia de investimentos,


cerca de três mil assessores e 550 escritórios distribuídos em todas as regiões
do país, a XP Investimentos é hoje, com folga, a maior corretora independente
do país.
Esses números falam por si só e já comprovam a solidez da empresa e o
enorme sucesso que seu modelo de negócios conquistou.
E não é só isso.
Depois de incomodar os grandes bancos por conseguir conquistar seus
clientes com uma proposta inovadora, a XP conseguiu chamar a atenção até
mesmo do Itaú que sustenta a posição de maior banco privado do Brasil.

Recentemente o Itaú comprou uma participação minoritária


da XP por nada menos que R$ 6 bilhões, simplesmente por
visualizar o sucesso e acreditar na proposta de valor da
corretora.

E qual seria essa proposta?


Com objetivo de mudar a forma tradicional que o brasileiro investe através de
poupança e outras péssimas alternativas de investimentos costumeiramente
oferecidas pelos bancos, a XP foi pioneira em construir uma plataforma aberta
de investimentos.

Investidor Especialista - Volume II 145


Essa plataforma funciona basicamente como um shopping center financeiro,
no qual o investidor consegue visualizar com clareza e transparência diferentes
alternativas de investimentos e emissores e com isso comparar qual a melhor
opção para seus objetivos pessoais.
E ao longo de todo esse processo de escolha e comparação de investimentos,
o investidor poderá contar com o amparo de um assessor profissional e
altamente capacitado.
É por isso que escolhemos trabalhar com a XP.
Mas afinal, qual a relação entre a XP Investimentos e o Mais Retorno?

Investidor Especialista - Volume II 146


MAIS RETORNO E RETORNO INVESTIMENTOS

O Mais Retorno é um projeto que tem uma missão educacional de entregar


conhecimento, como o visto nesse ebook ou pelo nosso site, de forma aberta e
agradável para investidores de todos os gostos e níveis de experiência.
No entanto, tanto por motivos de regulação de mercado, como por uma própria
segregação das atividades e objetivos de cada empresa, o Mais Retorno não
consegue oferecer, sozinho, a experiência prática de investir seu dinheiro da
forma mais adequada e recebendo um bom atendimento para isso.

É por isso que existe a Retorno Investimentos, uma


empresa especializada justamente nesse atendimento
pessoal dos investidores e credenciada a atuar pela
própria XP Investimentos.

A Retorno Investimentos consegue atender com uma qualidade muito superior


e muito mais próxima e individual a cada cliente pois toda a comunicação é
feita através de meios online como e-mail, Skype, Whatsapp, e claro, telefone.
Assim os assessores da Retorno Investimentos ficam a disposição em período
integral para te ajudar em todas as questões que envolvem seu dinheiro e bons
investimentos.

O resultado desse bom atendimento e da satisfação dos


clientes é mensurável: os próprios clientes avaliam a Retorno
Investimentos entre os 5% melhores escritórios de toda a XP,
com um NPS de mais de 84 (para ter ideia, a pontuação da
Apple é 72).

Fazendo uma analogia simplista, investir com a Retorno Investimentos seria


equivalente a ser atendido como um cliente private de um grande banco,

Investidor Especialista - Volume II 147


enquanto investir diretamente pela XP seria como investir em uma agência
comum.
E tudo isso é possível sem nenhum custo adicional, pois quem remunera a
Retorno Investimento e seus assessores é a própria instituição financeira e não
o cliente final.
Como você também deve ter percebido ao longo do livro, a Retorno
Investimentos trabalha com muita seriedade e foco em auxiliar o investidor a
montar uma carteira diversificada não apenas em fundos, como em demais
alternativas de Renda Fixa e Renda Variável.
Para garantir que esse bom trabalho seja feito, atualmente esse atendimento é
restrito para investidores que tenham pelo menos R$ 300 mil disponíveis para
investir no mercado financeiro.
Caso esse ainda não seja o seu caso, esperamos poder ajudar com todo o
conteúdo e ferramentas gratuitas que disponibilizamos no portal do Mais
Retorno e demais canais.
Para ser atendido por uma das assessorias de investimento de maior
qualidade, basta clicar na imagem abaixo e preencher o formulário da página
que se abrir que nosso time entrará em contato o mais breve possível.

INVISTA AGORA COM MAIS RETORNO

Investidor Especialista - Volume II 148


COMPARTILHE!

Acesse:

www. .com.br

Você também pode gostar