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ORGANIZADORES Conceitos como modernidade e modernização são usual- Filipe Campello

MODERNIZAÇÕES AMBIVALENTES
mente associados a uma gradual transformação em dife- Benjamin Gittel
Filipe Campello é doutor em Filosofia pela rentes âmbitos da sociedade e de modos de vida ligados a
Universidade de Frankfurt e Professor do
(Orgs.)
uma crescente racionalização, industrialização, individua-
Departamento de Filosofia da Universidade
ção e secularização. No entanto, as diversas tentativas de
Federal de Pernambuco, além de coordenar,
nesta mesma instituição, o Núcleo de Estudos definição desse conceito têm demonstrado, antes de tudo,
em Filosofia Política e Ética. Tem publicações as suas ambivalências, seja nos seus critérios de conceitua-
em temas como filosofia política, Hegel, teoria ção, nas dificuldades de diagnóstico de época, ou, ainda, no
crítica e estética. seu controverso ideal normativo.

Benjamin Gittel é doutor em literatura alemã A partir da polissemia do conceito de modernidade e da


pela Universidade Humboldt de Berlim e foi avaliação de processos distintos de modernização, este
professor visitante na Universidade Federal de livro reúne contribuições que colocam em debate o pró-
Pernambuco. Atualmente, ensina e pesquisa na prio sentido de modernização e de suas possíveis ambiva-
Universidade Humboldt de Berlim. Suas áreas
de interesse compreendem temas como lite-
lências. Com uma perspectiva interdisciplinar e transna-
cional – como nos exemplos do Brasil, da Alemanha e de
MODERNIZAÇÕES
AMBIVALENTES
ratura no contexto da história do pensamento,
Moçambique –, o livro apresenta tanto textos-chaves para
história e teoria da ficção, literatura e emoções
e teoria da literatura.
este debate como ensaios sobre uma variedade de temas
que incluem cidade e desenvolvimento urbano, dimensões
perspectivas interdisciplinares

Filipe Campello, Benjamin Gittel (Orgs.)


políticas e culturais de desenvolvimento, processos de mo-
dernização no cinema e na literatura. Este leque de temá-
e transnacionais
ticas pretende contribuir não só para o debate acadêmico
sobre os sentidos controversos de modernização, como
também para qualquer leitor interessado nas ambivalên-
cias do diagnóstico de nosso tempo.
Filipe Campello
Benjamin Gittel
(Orgs.)

MODERNIZAÇÕES
AMBIVALENTES
perspectivas interdisciplinares
e transnacionais

R E C I F E
2016
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA
DAS EDITORAS UNIVERSITÁRIAS

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Catalogação na fonte
Bibliotecária Joselly de Barros Gonçalves, CRB4-1748

M689 Modernizações ambivalentes : perspectivas interdisciplinares e


transnacionais / [organizadores] Filipe Campello, Benjamin
Gittel. – Recife : Editora UFPE, 2016.
305 p.

Inclui referências.
ISBN 978-85-415-0783-7 (broch.)

1. Planejamento urbano – Brasil – Aspectos sociais. 2.


Desenvolvimento social. 3. Evolução social. 4. Política social. I.
Campello, Filipe (Org.). II. Gittel, Benjamin (Org.).

711.40981 CDD (23.ed.) UFPE (BC2016-040)

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Recife, PE | CEP: 50.740-530
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S UMÁR IO

APRESENTAÇÃO 7

INTRODUÇÃO 9
Polissemia e normatividade da modernidade
Filipe Campello, Benjamin Gittel

PARTE I
Conceitos de modernidade e modernizações

CAPÍTULO I 33
Modernidades múltiplas
Shmuel N. Eisenstadt

CAPÍTULO II 77
O universal sob o múltiplo: aceleração social
como chave de compreensão da modernidade
Hartmut Rosa

PARTE II
Dimensões sociais e políticas da modernização

CAPÍTULO III 117


Estado, cidadania, modernidade:
tendências de desenvolvimento
José Mauricio Domingues
CAPÍTULO IV 159
‘Desenvolvimento’ – resultado ou
mito da modernidade?
Elísio Macamo

CAPÍTULO V 181
A cidade brasileira:
moderna demais para o século XXI?
Martin Gegner

CAPÍTULO VI 229
Cidades e diversidade: em defesa
do perspectivismo moral no desenho urbano
Érico Andrade, Andréa Storch

III Parte
Crítica cultural e dimensões culturais
da modernização

CAPÍTULO VII 255


Crítica cultural:
um modo de reflexão da modernidade
Georg Bollenbeck

CAPÍTULO VIII 271


Os potenciais ambíguos da imagem
na era das modernizações aceleradas
Kathrin Rosenfield

SOBRE OS AUTORES 303


AP RE S EN TAÇ ÃO

A ideia inicial deste livro surgiu a partir de um ciclo


de palestras realizado em abril de 2014 no Recife, no âmbi-
to da “Temporada Alemanha+Brasil 2013-2014”. Com o tema
“Modernizações ambivalentes”, o projeto visou debater e re-
pensar interpretações mais consolidadas em torno dos conceitos
de “Modernidade” e “modernização” – compreendida, usual-
mente, como uma gradual transformação em diversos campos
da sociedade e dos modos de vida ligados a uma crescente ra-
cionalização, industrialização, individuação e secularização.
Os diferentes processos de modernização nos casos do Brasil
e Alemanha – bem como interno a esses dois países – suge-
rem importantes elementos para repensar um conceito fixo de
Modernidade. Com o enfoque na pluralidade de experiências
nesses dois países, tratava-se de colocar em debate o próprio
conceito de modernização e de suas ambivalências, abordando
uma variedade de temas que incluíram cidade e desenvolvimen-
to urbano, dimensões políticas e culturais de desenvolvimento,
processos de modernização no cinema e na literatura.
Reunindo algumas das contribuições apresentadas no ci-
clo de palestras, e incluindo outros trabalhos relevantes para a
temática proposta, este livro está dividido em três partes. A pri-
meira parte apresenta um panorama em torno da pluralidade
do conceito de modernidade, sua história e implicações, reunin-
do artigos de Shmuel N. Eisenstadt e Hartmut Rosa. A segun-
da parte discute dimensões sociais e políticas da modernização
a partir de contribuições de Érico Andrade e Andréa Storch,

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Modernizações ambivalentes: perspectivas interdisciplinares e transnacionais

José Mauricio Domingues, Martin Gegner e Elísio Macamo.


A terceira parte, por fim, reúne ensaios de Georg Bollenbeck e
Kathrin Rosenfield em torno do debate sobre crítica cultural e
dimensões culturais da modernização. O livro inclui ainda um
artigo introdutório, onde procuramos apresentar a polissemia
do conceito de modernidade e um possível sentido normativo
para este amplo debate.
Gostaríamos de agradecer, primeiramente, às instituições
que possibilitaram o ciclo de palestras no Recife, ponto de par-
tida deste livro: o Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico
(DAAD), o Centro Alemão de Ciência e Inovação São Paulo
(DWIH), o Centro Cultural Brasil Alemanha no Recife (CCBA),
a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e a Fundação
Joaquim Nabuco. Somos muito agradecidos aos autores(as) pe-
las suas contribuições, bem como a Bárbara Buril, Thiago Paz,
Luiz Tavares de Lucena e Bruno Hinrichsen pelo gentil apoio
na tradução e formatação dos artigos. Agradecemos ainda ao
DAAD, ao CCBA e à UFPE pelo apoio financeiro que possibili-
tou a publicação deste livro.

Os organizadores

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Sobre os autores

Érico Andrade é doutor em filosofia pela Sorbonne (Paris IV).


Atualmente, é professor de filosofia da UFPE, bem como mem-
bro dos Direitos Urbanos. As suas áreas de interesses são epis-
temologia, ética e ética aplicada.

Georg Bollenbeck foi professor de germanística e cientista cul-


tural na Universidade de Siegen. Suas linhas de pesquisa foram:
pré-história do nacional-socialismo, história dos conceitos, his-
tória das idéias e crítica cultural.

Filipe Campello é doutor em Filosofia pela Universidade


de Frankfurt, e Professor do Departamento de Filosofia da
Universidade Federal de Pernambuco, além de coordenar, nesta
mesma instituição, o Núcleo de Estudos em Filosofia Política e
Ética. Suas áreas de interesse compreendem temas como filoso-
fia política, idealismo alemão, teoria crítica e estética.

José Maurício Domingues é professor do IESP-UERJ. Foi pro-


fessor visitante em diversas Universidades, dentre as quais a
Universidade Livre de Berlim e na Universidade Humbolt, El
Colegio de México, fellow do Instituto de Estudos avançados da
Universidade Hebraica de Jerusalem, pesquisador visitante do
projeto Tramod, na Universidad de Barcelona, e Universidade
de Cambridge, e Universidade Federal de Pernambuco e na
Universidade Agostinho Neto, em Luanda (Angola). Trabalha
com teoria sociológica e teoria política, em especial teoria críti-

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Modernizações ambivalentes: perspectivas interdisciplinares e transnacionais

ca, atuando principalmente nos seguintes temas: teoria da sub-


jetividade coletiva, modernidade global, modernidade compa-
rada, modernidade brasileira, América Latina, Índia, China, so-
ciedade contemporânea, desenvolvimento, movimentos sociais
e cidadania. Tem vários livros publicados, em português, inglês
e espanhol.

Shmuel N. Eisenstadt foi um sociólogo israelense, professor


na Universidade Hebraica de Jerusalém. Foi professor convi-
dado em várias universidades, dentre as quais a Universidade
de Chicago, Harvard, Universidade de Zurique, Universidade
de Viena, Universidade de Berna, Stanford e Universidade de
Heidelberg.

Martin Gegner se formou como cientista política na Freie


Universität Berlin (Universidade Livre de Berlim) e é dou-
tor em sociologia urbana pela Technische Universität Berlin
(Universidade Técnica de Berlim). Foi professor visitante na
Faculade (FAU) e no Instituto de Arquitetura e Urbanismo (IAU)
na Universidade de São Paulo (USP) em São Paulo e São Carlos,
e diretor do Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD)
em São Paulo. Atualmente, trabalha no Wissenschaftszentrum
Berlin für Sozialforschung (WZB, Centro de pesquisa das ciên-
cias sociais) sobre aspectos políticos da arquitetura.

Benjamin Gittel é doutor em literatura alemã pela Universidade


Humboldt de Berlim com uma tese sobre a relação entre lite-
ratura e conchecimento. Foi professor visitante com apoio pelo
Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico na Universidade
Federal de Pernambuco. Atualmente, ensina e pesquisa na
Universidade Humboldt de Berlim.

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Modernizações ambivalentes: perspectivas interdisciplinares e transnacionais

Elísio Macamo é sociólogo de nacionalidade moçambicana,


professor de estudos africanos e diretor do centro de estudos
africanos da universidade de Basiléia na Suíça. Os seus temas
atuais de pesquisa são a cooperação sul-sul, tecnologia no quo-
tidiano urbano africano e cultura política.

Hartmut Rosa é professor de sociologia geral e teórica na


Universidade de Jena na Alemanha. Suas linhas de pesquisa são:
diagnóstico do tempo e análise da modernidade, fundamentos
empíricos e normativos de uma crítica da sociedade, teorias da
identidade e subjetividade, bem como sociologia do tempo e te-
oria da aceleração. O seu último trabalho monográfico intitula-
se “Alienação e Aceleração. Esboço de uma teoria da temporali-
dade moderna tardia” (Alienation and Acceleration. Towards a
Critical Theory of Late-Modern Temporality). Uma edição em
português está em preparação.

Kathrin Rosenfield nasceu na Áustria e vive em Porto Alegre


desde 1984. É professora titular na Universidade Federal do Rio
Grande do Sul (Estética) e leciona nos PPGs de Filosofia e de
Letras. Pesquisadora do CNPq desde 1984. Fez Pós-Doutorados
em Paris (École Normale) e na University of Massachusetts.
Desde 2013, membro da Academia Riograndense de Letras.

Andréa Storch é arquiteta urbanista, doutoranda no Programa de


Pós-Graduação em Desenvolvimento Urbano na Universidade
Federal de Pernambuco e professora da Universidade Católica
de Pernambuco.

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