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Guia Rápido de Coleta e Identificação Das Principais Micoses 2016 PDF
Guia Rápido de Coleta e Identificação Das Principais Micoses 2016 PDF
2016
1 – Coleta de amostras clínicas
Orientações
PELE
Evitar o uso de hidratantes, de perfumes, de
desodorantes.
COURO CABELUDO
Não lavar os cabelos, utilizar cremes e afins pelo
menos 3 dias antes da coleta
UNHAS
Não cortar, não limpar, não pintar
Observações:
a) Pele
Realizar o raspado com lâmina de vidro.
Colher o máximo de fragmentos de tecido epidérmico das bordas das
lesões.
Em caso de lesões com pontos de pus, limpar com soro fisiológico e
coletar com swab seco.
Quando lesão vesiculosa, colher o teto da vesícula, com auxílio de
agulha descartável, e colher um raspado, se existir pele em descamação
ou com swab.
No caso de lesões (manchas) hiper ou hipopigmentadas, tipo “pano
branco”, que não descamam, coletar utilizando fita adesiva
transparente (colar na lesão e escarificar com a unha), em seguida colar
a fita durex na lâmina de vidro e enviar para o laboratório (esse tipo de
coleta só pode ser realizada para o micológico direto).
c) Unhas
Se a unha apresentar partes frágeis, descoloridas ou distróficas, raspar
esses locais com o auxílio de cureta “odontológica”.
Unhas com lesões subungueais coletar embaixo da unha com uma
cureta “odontológica” (no limite entre a unha integra e a lesão, se
necessário cortar a unha apenas para atingir o local da lesão).
Unhas com lesões inflamatórias, fazer assepsia com soro fisiológico,
enxugar com gaze e coletar com swab.
Colher sempre o máximo possível de material.
d) Urina
Colher urina jato médio ou conforme solicitação médica, em frasco
estéril.
Volume mínimo recomendado de 5mL.
e) Secreções respiratórias e Líquidos corporais
Colher a amostra em coletor seco estéril.
h) Secreções diversas
Colher com swab a secreção da região afetada e colocar em um tubo
contendo salina estéril (material suficiente para turvar o meio).
Armazenamento e Transporte:
Amostras de lesões secas, unhas e pêlos – acondicionar em Placa de
Petri estéril (60x15), preferencialmente, ou colocar a amostra entre
duas lâminas vedadas (sanduíche). Encaminhar em até 24 horas à
temperatura ambiente (20 a 25°C).
Amostras colhidas em swabs – acondicionar em tubo com salina estéril
(1 a 2mL). Enviar em temperatura ambiente (20 a 25°C) em até 2 horas
ou em caixa térmica refrigerada (2 a 8°C) em até 8 horas.
Amostras colhidas em coletores estéreis (secreções, fragmentos,
líquidos corporais, urina) – enviar em temperatura ambiente (20 a 25°C)
em até 2 horas ou em caixa térmica refrigerada (2 a 8°C) em até 8
horas.
2 – Processamento de amostras
Pelos, cabelos, escamas de unha e pele – para o exame direto uma porção da
amostra deve ser clarificada com solução aquosa de KOH 20-40%. Para
cultura, a amostra não pode sofrer nenhum tratamento prévio. Dessa forma é
feito o inóculo diretamente na superfície do meio de cultura.
Urina – é recomendável que uma alíquota (alça calibrada) seja semeada sobre
o meio de cultura distribuído em placa de Petri, para exame quantitativo, pela
contagem de unidades formadoras de colônias (UFC). A outra alíquota deve
ser centrifugada (1500 a 2000 rpm por 10 minutos) e o sedimento será
utilizado para exame microscópico e nova semeadura em tubo (cultura
qualitativa).
Exame direto
• Exame à fresco – KOH (20 a 40%)
• Tinta da China
• Histopatologia – mucicarmim, HE
• Colorações – Gram, Giemsa
Cultura
– Meios
• Ágar Sabouraud com cloranfenicol – leveduras e fungos
filamentosos;
• Ágar chromogênico – ex. Candida spp.
• Ágar Batata – fungos filamentosos
• Ágar Mycosel – seletivo para fungos patogênicos.
– Incubação
• Temperatura 28 a 30 oC
Identificação
- Fungo filamentoso ou Levedura
• Observação macroscópica
• Observação microscópica
• Testes para identificação
2 – Tinha nigra
3 – Piedra Branca
4 – Piedra preta
Coleta
1 – Lesão de pele: Raspado das lesões, especialmente das bordas.
2 – Lesão de couro cabeludo: Raspado das bordas da lesão e retirada de fios de cabelo
3 – Lesão de unha: Raspado com cureta na região de transição entre a lesão e a unha
íntegra.
Exame direto
a) Microsporum canis
c) Epidermophyton floccosum
d) Trichophyton rubrum
f) Trichophyton tonsurans
b) Micoses subcutâneas
Considerações:
Coleta:
Biópsia: Tecidos obtidos por biópsia, necropsia e peças operatórias devem ser
conservadas em salina.
Secreção purulenta: Se a lesão for aberta, limpar o local com salina estéril, para
minimizar a contaminação externa. A seguir, colher o material com swab, procurando
introduzir o máximo possível na lesão.
Lesão mais comum - 95% dos casos. A partir desta lesão, forma-se cadeias de nódulos
indolores, ao longo dos vasos linfáticos, que podem amolecer e ulcerar.
Exame direto
Exame direto
• Raspado das lesões em pontos enegrecidos e clareadas com KOH a 20%.
• Material de biópsia também pode ser utilizado;
• Ao exame, observam-se células arredondadas, acastanhadas, com ou sem
septações: são os corpos escleróticos ou fumagóides.
Exame direto
4 – Zigomicose
São as ordens da classe Zygomycetes que dão nome aos dois grupos de
zigomicose: entomoftoromicose e mucormicose.
Agentes etiológicos são de crescimento rápido, saprófitas do solo e de
detritos vegetais.
Doença polimorfa e de etiologia múltipla.
Imunodeprimidos – Aguda e grave.
Predileção por invasão de vasos do sistema arterial, causando
embolização e subseqüente necrose do tecido circundante.
Ordem Mucorales
Mucor sp
Rhizopus sp
Rhizomucor sp
Absidia sp
Ordem Entomophtorales
Basidiobolus sp.
Conidiobolus sp.
Lesões: Mucorales
Macroscopia: Colônia filamentosa algodonosa, enchendo toda placa, cor branca a bege,
com grãos (esporângios) na parte superior e reverso incolor a castanho.
Microscopia: Esporângio (esporangiósporos) – raiz terminal
Lesões - Entomoftoromicoses
5 - Rinosporidiose
Rinosporidium seeberi
Lesão polipóide
Histopatologia
Lacazia loboi
Lesão queloidiana
Histopatologia
Considerações:
Paracoccidioidomicose
Cultura
Fase filamentosa (28-30⁰C): Colônia filamentosa pregueada branca com rachadura na superfície
(lembrando pipoca estourada) e reverso castanho.
Fase leveduriforme (35 -37⁰C): Colônia bege, pregueada, cerebriforme
Histoplasmose
Exame direto: Não representa muito valor no diagnóstico dessa micose, pela
dificuldade de visualização das leveduras no interior das células.
Cultura
Blastomicose
Lesões
Exame direto
Fase leveduriforme: Observação de leveduras, células esféricas a ovais, com parede dupla.
Gemulação simples com base de inserção larga. União persistente entre célula filha e mãe.
Cultura
Fase filamentosa: Hifas hialinas finas, ramificadas, septadas com presença de conídios
lisos, terminais de morfologia redonda ou ovalada.
Fase leveduriforme
Coccidioidomicose
Lesões
Exame direto
b) Fase leveduriforme
1- Cryptococcus spp.
Levedura encapsulada;
Ambiente - origem exógena;
Agente da meningite criptocócica;
Principais agentes: C. neoformans e C. gattii;
Epidemiologia
A infecção primária no homem é quase sempre pulmonar, devido à
inalação do fungo da natureza;
A infecção pulmonar é quase sempre subclínica e transitória, podendo
imergir ao lado de outras doenças que debilitam o indivíduo, tornando-
se rapidamente sistêmica e fatal.
Exame direto
Cultura
2 - Feohifomicose
Principais agentes:
3 - Hialohifomicose
Principais agentes:
Acremonium spp.
Aspergillus spp.
Fusarium spp.
Paecilomyces spp.
Penicillium spp.
Scopulariopsis spp.
Fusarium / Acremonium
Diagnóstico laboratorial
Exame direto
A inalação dos esporos não causa doença só por si, é necessário que
existam situações que predisponham (imunossupressão, fenômenos
alérgicos ou lesões pulmonares anatômicas ou vasculares que
afetem a circulação do ar na árvore brônquica ou a oxigenação dos
tecidos).
A. fumigatus é o agente mais comum;
Exame direto
Colônia filamentosa finamente granulosa (lembrando fuligem), cor cinza escuro e reverso
de incolor a castanho.
Cultura - Aspergillus niger
Colônia filamentosa, granulosa preta ou castanho escuro (lembra borra de café) e reverso
de incolor a castanho.
4 - Zigomicose
Ordem Mucorales
Mucor sp
Rhizopus sp
Rhizomucor sp
Absidia sp
Ordem Entomophtorales
Basidiobolus sp.
Conidobolus sp.
Exame direto
LACAZ, C.S.; PORTO, C.; MARTINS, J.E.C. Micologia Médica. 9 ed. São Paulo:
Sarvier, 2002.