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CARACTERÍSTICAS DO PRODUTO E SOBRE A ESTRATÉGIA LOGÍSTICA

As características de um produto que mais influem sobre a estratégia logística são os seus atributos naturais ;
 peso,
 volume,
 valor,
 perecibilidade,
 inflamabilidade, e
 substituibilidade.

Quando observadas em combinações variadas, essas características são um indicativo da necessidade de


armazenagem, estocagem, transporte, manuseio do material e processamento dos pedidos. São atributos que se
consegue discutir melhor em quatro categorias:
1. quociente peso-volume,
2. quociente valor-peso,
3. substituibilidade
4. características de risco.

1. Quociente Peso-Volume
O quociente peso-volume do produto é uma mensuração especialmente significativa, à medida que os custos de
transporte e armazenagem estão a ele diretamente relacionados.
 Produtos que são densos, isto é, que têm alto quociente peso-volume (por exemplo, aço laminado,
materiais de impressão e alimentos enlatados), mostram uma boa utilização do equipamento de
transporte e instalações de armazenagem, com ambos os custos tendendo a ser baixos.
 Contudo, para produtos de baixa densidade (por exemplo, bolas de praia infladas, algodão, batatas fritas
e abajures), o volume de capacidade do equipamento de transporte é totalmente utilizado antes que se
atinja o limite de peso transportável.

Da mesma forma, os custos de manuseio e de espaço, baseados no peso, tendem a ser elevados em relação ao
preço de venda dos produtos. O efeito dos variáveis quocientes peso-volume sobre os custos logísticos são
mostrados na Figura 3-3.

À medida que a densidade do produto aumenta, tanto os custos de armazenagem quanto os de transporte
diminuem como percentual do preço de venda. Embora o preço possa vir a ser igualmente reduzido em função
dos menores custos de armazenagem e transporte, estes representam apenas dois dentre os muitos fatores de
custo que influem na formação do preço de venda. Por isso, os custos logísticos totais podem reduzir-se mais
rapidamente que os preços.
2. Quociente Valor-Peso
O valor financeiro da movimentação e armazenagem do produto é importante em relação aos custos de
armazenagem, pois esses custos são especialmente sensíveis a tal valor. Quando o valor do produto é expressado
como um quociente para o peso, emergem algumas óbvias transações de custos que são úteis no planejamento
do sistema logístico. A Figura 3-4 mostra essa transação.

Produtos com baixos quocientes valor-peso (por exemplo, carvão, minério de ferro, bauxita e areia) têm também
custos baixos de armazenagem, mas custos elevados de movimentação em termos de percentagem dos seus
preços de venda. Os custos de movimentação de estoque são computados como uma fração do valor do produto.
Baixo valor do produto significa baixo custo de armazenagem, uma vez que o custo de movimentação de estoque
é o fator dominante dos custos de armazenagem. Os custos do transporte, no entanto, são diretamente
relacionados ao peso. Quando o valor do produto é baixo, os custos de transporte representam alta proporção do
preço de venda.
Produtos com alto quociente valor-peso (por exemplo, equipamentos eletrônicos, jóias e instrumentos musicais)
mostram um padrão oposto, com custo alto de armazenagem e menor custo de transporte. Isso tem como
resultado uma curva total dos custos logísticos em formato de U. Assim, empresas que trabalham com produtos
de baixo quociente valor-peso freqüentemente tratam de negociar tarifas mais favoráveis de transporte (em
geral, matérias-primas têm tarifas mais baixas de transporte que produtos acabados, em cargas de peso igual). Se
o produto tem um alto quociente valor-peso, minimizar o estoque disponível é uma reação comum.
Claro que algumas empresas procuram reequilibrar um quociente desfavorável valor-peso alterando os processos
de contabilidade para alterar os valores ou mudando as exigências de embalagem para alterar o peso.

3. Substituibilidade
Sempre que os clientes de uma empresa vêem pouca ou nenhuma diferença entre os produtos por ela oferecidos
e os de provedores concorrentes, diz-se que os produtos são altamente substituíveis. Ou seja, o cliente muito
facilmente se disporá a comprar uma marca secundária quando não houver disponibilidade imediata daquela que
é a sua primeira escolha. Produtos alimentícios e remédios caracterizam-se pela elevada substituibilidade.Pode-se
esperar, então, que os fornecedores invistam pesadamente nos esforços para convencer os clientes de que
produtos como tabletes de aspirina ou sabões em pó não são todos iguais. Os gerentes de distribuição estarão
sempre trabalhando para manter a disponibilidade em nível tal que os clientes não cheguem sequer a pensar em
uma substituição.
O profissional de logística não tem, em grande parte, controle sobre a substituibilidade de um produto, mas
apesar de tudo deve sempre planejar sua distribuição com altos graus de substituibilidade.
A substituibilidade pode ser vista em termos de perda de vendas para o fornecedor. Em altos índices, ela
normalmente significa maior possibilidade de que o cliente venha a optar por um produto concorrente, o que
acarreta prejuízos para o fornecedor. O profissional de logística normalmente enfrenta a questão da perda de
vendas lançando mão de opções de transporte e/ou de armazenagem. Para entender graficamente a questão,
veja a Figura 3-5. A Figura 3-5(a) demonstra que a melhoria do transporte pode ser usado para reduzir as perdas
em vendas. Para um determinado nível de estoque médio, o fornecedor consegue aumentar a rapidez e
confiabilidade das entregas do produto e reduzir a incidência de perdas e danos. O produto se torna mais
acessível ao cliente e poucas substituições pelo cliente tendem a ocorrer. Naturalmente, o aumento de custos
acarretado pelo incremento do transporte é uma compensação com o custo das perdas de vendas.

A Figura 3-5(b) mostra o mesmo tipo de compensação de custos, exceto a disponibilidade de estoque para o
ciente, controlada por meio do nível de estoque, com a opção transporte permanecendo constante. Em qualquer
caso, o profissional de logística encontra-se em posição privilegiada para controlar o impacto da substituibilidade
dos produtos sobre os lucros da empresa.

4. Características de Risco
As características de risco do produto são, entre outras, perecibilidade, inflamabilidade, valor, tendência a
explodir e facilidade de ser roubado. Quando qualquer produto mostra alto risco em um ou mais desses itens, é
natural que se imponham determinadas restrições sobre o sistema de distribuição. Os custos de transporte e os
de armazenagem tornam-se logicamente mais altos tanto em termos financeiros absolutos quanto como
percentagem do preço de venda, como mostra a Figura 3-6.
Tomem-se produtos como canetas, relógios ou cigarros,que apresentam alto risco de roubo. Cuidados especiais
devem ser adotados no seu manuseio e transporte. No interior dos depósitos, áreas especiais cercadas e
cadeadas precisam ser criadas para cuidar esses produtos e similares. Produtos altamente perecíveis (por
exemplo, frutas frescas e sangue) precisam de estocagem e transporte refrigerados, e produtos capazes de
contaminar alimentos perecíveis, como pneus de automóveis, não podem ser armazenados perto daqueles nos
depósitos. Em transporte, armazenagem ou embalagem, tratamento especial representa aumento dos custos de
distribuição.

Exercicio
1. Identifique quatro produtos que tenham características extremas em relação ao;
1. quociente peso-volume,
2. quociente valor-peso,
3. substituibilidade
4. risco.
Explique como estas características extremas irão definir ou alterar os métodos de distribuição dessas
mercadorias.
Sugestões: bicicletas montadas, areia para fabricação de vidro, remédios controlados vendidos no varejo; mas
você pode e deve escolher outros exemplos.

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