funambulas_programa.

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SECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURA APRESENTA

VANISE CARNEIRO
RAFAELA CASSOL

M MICHELLE BOESCHE
Y

CM

MY

CY

CMY

de Priscila Gontijo
DIRIGIDO POR ERIC LENATE

Esse projeto foi contemplado pela 5ª Edição do Prêmio Zé Renato de Teatro para a Cidade de São Paulo
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C
M
Y Cair e voar são coisas parecidas. Até chegar ao chão você voa. Finalmente, vou voltar. Voltar
para aquilo que fui, que tenho sido e que naturalmente também deixei de ser.
CM
MY Ah, lembrei. O Medo. Desde criança. Hoje, quando alguém me pergunta “como vai?” penso nas
minhas dívidas. Tenho medo até de um “bom dia”. Ao sair de casa, no primeiro passo, vou escor-
CY
regar e tropeçar num adulto, e em queda lenta clamar por socorro baixinho. Alguém?
CMY
É só se concentrar em um ponto fixo, minha filha. Foca na cor azul. O bule azul, a xícara amarela,
K
o tapete vermelho, a escadaria roxa. Concentra! Naquele pontinho azul, naquele pontinho cinza,
um mini mini arco-íris despontando no final da linha. Eterna encruzilhada. A noite chega e eu,
enfim, vou para o meu quarto curtir uma viagem para Moscou. Aumento o som. Stravinski, o
pássaro de fogo. Uma mulher aparece como uma malabarista, com tochas de fogo nas mãos. A
casa está desabitada. Não sabemos pra onde foram aqueles que ali moravam. Passo pelas
folhas secas e abro o portão de casa. Uma rua de domingo, ninguém, nenhum ruído. O vento
corta a faca do meio-dia. Como voar parado?
O homem é um ator para os outros e sobretudo para si mesmo. E o ódio nada mais é do que o
disfarce do amor.
Quebrei, porque sou feito de cacos e quando os cacos me convidam, desordeno tudo. Tudo
estava muito calmo. Menos eu. O espelho só serve pra mostrar como a gente piora com o
tempo. Então, quebrei o espelho e vi através. E pisei sobre os cacos, recolhi o menino que fui.
Esquecer é uma consagração. Um alumbramento.
Como saber se estamos aqui, presentes, de fato? Te olho, tão próxima. Te vejo? Para além da
escuridão, apenas o silêncio em carne viva. O fim é o começo e o começo, o fim. O futuro influen-
ciando o passado. Eterno retorno. Viver é surrealista. Uma vida inteira pra dizer as últimas
palavras. O que é a arte senão dizer as últimas palavras?
Priscila Gontijo
(...) Então, por causa de uma peça, estou sim pensando nisso que é estar vivo aqui, agora. Brasil,
2018. Hora de domar a memória e reler a história, olhar para a realidade com lucidez, ação e
coragem. Eu disse coragem? Eu sei, às vezes falta. Como é que se conquista? Bom, acho que
não vem com manual, mas a peça a seguir me ensinou um exercício: prenda uma corda em dois
extremos, posição elevada.
A altura varia de acordo com a habilidade do equilibrista. Ou funâmbulo. Chame como preferir,
não importa. Tente se divertir enquanto se desloca de uma ponta a outra. Cair faz parte, ok?
Silvia Gomez
Ficha Técnica
texto Priscila Gontijo
direção Eric Lenate
com Michelle Boesche Rafaela Cassol Vanise Carneiro e Eric Lenate
assistência de direção Steffi Braucks
iluminação Aline Santini
Figurinos e adereços Rosângela Ribeiro
trilha sonora, sonoplastia e engenharia de som L. P. Daniel
arquitetura cenográfica e adereços Eric Lenate
Direção audiovisual e Arte Gráfica Laerte Késsimos
Fotos de cena e registro audiovisual Leekyung Kim
Professor de técnica de “arame” Don Luiz Munõz (escola arena Circus)
assessoria técnica – aparelho “arame” Alfredo Munõz (escola arena Circus)
assistência de iluminação e operação técnica Clara Caramez
assistência de sonoplastia e operação técnica Rodrigo Florentino e Priscila Camargo
assistência de figurinos e adereços Aline Olegário
costureira Noeme Azevedo
Músicos Flavio Rubens - Clarinetes, Saxofones e Clarones | Ga Setubal - Guitarras, Violões e Trompetes
L.P.Daniel - Arranjos, Produção, Programações e demais instrumentos | Mariana Carolina - Violinos
assessoria de imprensa Pombo Correio
Gestão de projeto Vanise Carneiro
Direção de produção Núcleo Corpo Rastreado e Vuela Produção e Criação
Realização Priscila Gontijo, Vanise Carneiro, Rafaela Cassol e Sociedade Líquida
Agradecimentos
Daniela Rocha-Rosa, Fernando De Marqui , Guemera , Kil Abreu, Lucia Maciel, Luciene Menezes, Luiz
Muñhoz ,Maíra Campos, Marcela Cardoso, Maria Druck , Oficina Cultural Oswald de Andrade e funcionários,
Silvia Gomez, , Valdir Rivaben, Vicky Justiniano e a todos que de alguma forma contribuíram para a
realização deste espetáculo