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Fotojornalismo II

Nome: Vitória Fagundes dos Santos - 00301189

Leitura orientada #2
SONTAG, Susan. Capítulo 3. In: Diante da dor dos outros.  São Paulo: Companhia das
Letras, 2003, p. 37-51.

BARCELOS, Janaina Dias. Por um fotojornalismo que respeite a dignidade humana. A


dimensão ética como questão fundamental na contemporaneidade. Discursos
Fotográficos, v.10, n.16, p.111-134, jan./jun. 2014

 Tema: ética, sofrimento e alteridade.


 Peso: 2,0

Questões:
1. Quais seriam os princípios éticos básicos esperados de um fotojornalista? Que
tipos de fotografia não se deve publicar?
- Um dos princípios básicos de defesa dos direitos fundamentais do homem é o
respeito à sua dignidade, onde a proteção e a promoção representam um direito
constitucional nas sociedades democráticas.
- O segundo princípio se trata do jornalista se dedicar ao objetivo, ou seja, o
profissional está a serviço da informação e da autencidade dela. Para isso é preciso ser
imparcial no momento da elaboração da foto-notícia, visto que o objetivo dela é
informar á sociedade.
- Respeito à privacidade da pessoa (cidadão) é uma das recomedações feitas pelo
código brasileiro, presente no Artigo 9º.
- O terceiro princícipio se trata da responsabilidade social do (foto)jornalista que deve
agir em conformdade com princípios éticos-pessoais.
- O sexto princípio enfatiza o respeito à privacidade e à dignidade humana,
considerado parte fundamental das normas profissionais, em conformidade com o
previsto em leis nacionais e internacionais referentes à proteção dos direitos e da
reputação dos outros.
Possíveis fotos que violariam o código ético e não deve ser publicada, seriam fotos sem
autorização da pessoa fotografada, exibição da face de um cadáver podendo ferir a
família, fotografias de cadáver sem a autorização dos familiares, por exemplo, seriam
fotografias que não devem ser publicadas ou trabalhadas em cima delas por ferir os
princípios éticos do fotojornalista.
Fotojornalismo II

2. Sontag afirma que uma foto de uma atrocidade é quase sempre tomada como
comprovação, enquanto uma pintura sobre o mesmo tema é entendida mais
facilmente como uma construção. Segundo ela, “é agradável imaginar” (2003,
p. 50) a espontaneidade de uma foto. Nossa tendência de procurar realismo
numa cobertura fotográfica auxilia ou dificulta o trabalho do jornalista?
As duas coisas. Auxilia porque o trabalho jornalístico nos dias de hoje é tomado pelo
realismo, o que não é difícil de se encontrar em algum trabalho fotográfico, uma
fotorreportagem que expõe nitidamente esse realismo exacerbado, mas dificulta por
outro, lado porque o jornalista precisa cumprir princípios éticos, sem feri-las, o que
pode impedi-lo na hora de tirar uma fotografia muito realista (que tenha um caráter
informativo de algum tema relevante à sociedade), mas é muito delicada/sensível para
ser publicada.

3. Segundo a análise de Barcelos (2014), fotografias que mostram pessoas em


situação desumana e vulnerável violam os códigos de conduta do campo. Assim
pode-se afirmar que a maneira mais ética de fotografar cenas de dor e de
sofrimento seria encenando-as?
De maneira ética o correto seria encenar, ou expressar essa dor e esse sofrimento de
maneira não tão “pertubadora”. O que não seria jornalisticamente autêntico, pois não
está sendo mostrado aquilo que de fato é real. No texto, a autora mostra que é
possível encenar um sofrimento para causar sensibilidade no espectador, mas é
preciso tomar cuidado com esse tipo de encenação para não usar a fotografia como
uma prática de “exibir seres humanos exóticos” (BARCELOS, 2014 p.127 apud.
SONTAG, 2003, p.77).

4. Algumas das mais conhecidas fotos de guerra foramencenadas – como, por


exemplo, a fabricação das fotos na Guerra da Crimeira (Fenton), no palácio
indiano (Beato) e na Guerra Civil Americana (Gardner). Para Sontag, desde a
Guerra do Vietnã o fotojornalismo tende a ser menos encenado devido à
competição por audiência com a televisão. Pensando em fotos
contemporâneas como a de Ken Jarecke (Barcelos, 2014), qual a diferença
entre encenar e cortar o espaço para produzir uma fotografia?

Encenar uma fotografia seria reproduzi-la sem causar tantos danos, mas que ao
mesmo tempo busca informar ao público sem ferir seus princípios éticos. Cortar o
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espaço para produzir uma fotografia seria o mesmo que tirar uma foto que possa vir a
ferir os princípios e para não a encenar e evitar polêmicas, acabam cortando algo na
foto que possa chocar, causar danos e ferir o código ético.

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