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LUBANGO

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS POLÍTICAS, JURÍDICAS E


SOCIAIS

ANTEPROJECTO DE INVESTIGAÇÃO

TÍTULO: A PROBLEMÁTICA DA EXPLORAÇÃO INFANTIL NA


TRANSPORTAÇÃO DE MERCADORIAS IMPORTADAS: CAUSAS
E CONSEQUÊNCIAS. UM ESTUDO EXPLORATÓRIO
REALIZADO NA FRONTEIRA DA SANTA CLARA

Autor: Luís da Silva Tchiwila

LUBANGO,
2019
LUBANGO

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS POLÍTICAS, JURÍDICAS E


SOCIAIS

ANTEPROJECTO DE INVESTIGAÇÃO

TÍTULO: A PROBLEMÁTICA DA EXPLORAÇÃO INFANTIL NA


TRANSPORTAÇÃO DE MERCADORIAS IMPORTADAS: CAUSAS
E CONSEQUÊNCIAS. UM ESTUDO EXPLORATÓRIO
REALIZADO NA FRONTEIRA DA SANTA CLARA

Autor: Luís da Silva Tchiwila


Orientador: Lic. Tomás Jamba

LUBANGO,
2019
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

PROPONENTE: LUÍS DA SILVA TCHIWILA

CURSO - Direito
NÚMERO DE MATRICULA: 150490
ENDEREÇO ELECTRÓNICO: ttchiwila@gmail.com
TELEMÓVEL: 923 289 833
TÍTULO: A PROBLEMÁTICA DA EXPLORAÇÃO INFANTIL NA
TRANSPORTAÇÃO DE MERCADORIAS IMPORTADAS: CAUSAS E
CONSEQUÊNCIAS. UM ESTUDO EXPLORATÓRIO REALIZADO NA
FRONTEIRA DA SANTA CLARA
ORIENTADOR: Lic. Tomás Jamba
Índice
INTRODUÇÃO......................................................................................................................1
I. JUSTIFICAÇÃO DO TRABALHO E DA ESCOLHA DO TEMA............................2
II. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.............................................................................2
III. DELIMITAÇÃO DO CAMPO DE INVESTIGAÇÃO............................................4
IV. IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA.......................................................................4
4.1. Pergunta de Pesquisa......................................................................................................4
V. DEFINIÇÃO DOS TERMOS-CHAVE........................................................................4
VI. OBJECTIVOS DA INVESTIGAÇÃO......................................................................5
6.1. Objectivo Geral...............................................................................................................5
6.2. Objectivos Específicos.....................................................................................................5
VII. METODOLOGIA......................................................................................................6
7.1. População....................................................................................................................6
7.2. Amostra.......................................................................................................................6
VIII. PREVISÃO DOS PRINCIPAIS CAPÍTULOS...........................................................6
XI. CRONOGRAMA DE ACTIVIDADES.....................................................................8
BIBLIOGRAFIA BÁSICA....................................................................................................9
INTRODUÇÃO

A exploração infantil é um dos desafios sociais que são enfrentados em Angola, de


forma particular e no mundo, de forma generalizada, sendo que esse problema está
presente tanto nos países desenvolvidos, em via de desenvolvimento e nos países
subdesenvolvidos e vem-se agravando com o processo da globalização. Milhares de
crianças submetem-se a serviços desgastantes em troca de remunerações ínfimas e
pratos de comida, aliciadas pelos adultos, sendo que o trabalho infantil não é executado
apenas por crianças carentes.

A exploração infantil é um assunto ainda com muitas lacunas e que deve ser abordado
de forma muito intensa, visto que é uma prática muito comum na nossa sociedade, tudo
porque, no nosso contexto, são muitas as crianças que começam a trabalhar em idade
precoce, o que as obriga a desistirem de outras actividades normais, como a vida
escolar, pois que, muitas delas são mesmo obrigadas a sustentarem os seus parentes e/ou
lares.
Em muitos casos, tal como acontece na fronteira da Santa Clara, os indivíduos que
compram mercadorias preferem que sejam as crianças a transportarem tais mercadorias
porque vêm nelas uma forma de as explorar, pois são crianças e querem dinheiro a
qualquer custo para sustentar não só os seus vícios, mas também as necessidades do lar
onde estão inseridas.
Esta é um tema que gera muita polémica e a interpretação depende da perspectiva
teórica de análise de quem realiza. A exploração infantil circunscreve-se na perspectiva
da alienação, da admiração máxima do capital, que resulta numa relação alheia do
sujeito com o objecto (trabalho), coisificando-o, por conseguinte, transformando,
degradando os homens e o produto do labor em mercadorias. Desse modo, essa
exploração desumaniza o ser social ante o objecto, em virtude de sua imersão numa
relação social fundamentada na propriedade privada e no dinheiro, constituindo-se na
abstracção da natureza específica e pessoal.

No estudo a ser feito, pretende-se analisar a problemática da exploração infantil na


transportação de mercadorias importadas, na perspectiva das causas e consequências de
tal exploração, no sentido de saber até que ponto tal exploração tem impacto na
sociedade.

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I. JUSTIFICAÇÃO DO TRABALHO E DA ESCOLHA DO TEMA

Os cursos de licenciatura no Instituto Superior Politécnico Gregório Semedo são


terminados com a elaboração e defesa de uma monografia designada Trabalho de
Licenciatura. Para dar cumprimento a esta exigência regulamentar, enquadrada no curso
de Direito, que é o nosso, escolhemos, para tema de pesquisa: A Problemática da
Exploração Infantil na Transportação de Mercadorias Importadas: Causas e
Consequências. Um Estudo Exploratório Realizado na Fronteira da Santa Clara.

O tema justifica-se por ser um tema que traz à tona situações muito frequentes e
recorrentes no nosso contexto, à medida que se tem constatado casos de exploração
infantil na fronteira da Santa Clara, o que tem contribuído para a entrada precoce das
crianças no mercado de trabalho e, de alguma forma, contribuído também para o
aumento do índice de analfabetismo em Angola. De uma forma geral, a exploração
infantil contribui para a desestabilização social.

O tema justifica-se ainda pelo facto de embora algumas vezes referido, ainda não ter
sido suficientemente estudado, na perspectiva da problemática da exploração infantil no
transporte de mercadorias importadas, causas e consequências. Portanto, poderá estar
neste estudo mais um passo para futuros trabalhos de maior fôlego. O tema é, portanto,
actual e poderá vir a revelar-se importante como novo iniciador de debates.

II. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A Declaração Universal dos Direitos da Criança, aprovada em 20 de Novembro de


1959, pela Assembleia Geral das Nações Unidas, estabelece, em seu princípio IX, que a
criança deve ser protegida contra toda forma de abandono, crueldade e exploração, não
podendo ser objecto de nenhum tipo de tráfico e que não se deve· permitir que a criança
trabalhe antes de uma idade mínima adequada e em caso algum ser· permitido que a
criança se dedique, ou a ela se imponha, qualquer ocupação ou emprego que possa
prejudicar sua saúde ou sua educação, ou impedir seu desenvolvimento físico, mental ou
moral.

A criança que trabalha, fá-lo, na maioria das vezes, para complementar a renda familiar,
o que causa um círculo vicioso, pois o trabalho tira a criança da escola, tornando-a um
adulto sem qualificação profissional que, com certeza, não conseguirá, no futuro,
inserir-se no mercado formal de trabalho. Todavia, há ainda uma supervalorização do

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trabalho como medida curativa, como se fosse o ideal, ou, menos prejudicial, a criança
trabalhar do que ficar nas ruas (Ferst, 2007).

Quando a criança é inserida precocemente no mercado de trabalho, não realiza as


actividades apropriadas à sua idade, tal como brincar, que segundo especialistas é de
suma importância para o seu desenvolvimento, pois ao brincar, a criança aprende sobre
si mesma e sobre o mundo que a cerca, o que ajuda na definição de sua identidade
(Idem).

A exploração infantil afecta o desenvolvimento emocional da criança, que, desde o


início da vida, precisa possuir maturidade para o trabalho. Ela pode gerar também
dificuldades para estabelecer laços afectivos em crianças, jovens ou até mesmo em
adultos que ingressaram precocemente no mercado de trabalho em razão das possíveis
situações traumáticas a que estiveram expostas ou das consequências de maus-tratos
sofridos durante o desenvolvimento dessas actividades, visto que eles ainda são muito
comuns entre os “patrões” que infligem a lei e contratam crianças e adolescentes
(Fontenele, 2010).

Todas as crianças têm o direito ao ensino e à educação. Isto mesmo está consagrado na
lei e que por vezes é esquecido por quem a contraria. O artigo 80º da
Constituição da República de Angola realça que “a criança tem direito à atenção
especial da família, da sociedade e do Estado, os quais, em estreita colaboração, devem
assegurar a sua ampla protecção contra todas as formas de abandono, discriminação,
opressão, exploração e exercício abusivo de autoridade na família e nas demais
instituições”. O mesmo artigo, no seu número 5, realça a proibição, nos termos da lei,
do trabalho de menores em idade escolar.

No artigo 79º está explícito que “o Estado promove o acesso de todos à alfabetização,
ao ensino, à cultura e ao desporto, estimulando a participação dos diversos agentes
particulares na sua efectivação, nos termos da lei, por isto entende-se então que o
estado pretende a igualdade de oportunidades para todos, sejam eles pobres ou ricos; a
formação é algo a que todos têm direito de igual forma; com esta lei, pretende-se
investir no futuro, dando a possibilidade de as crianças poderem formar-se,
adquirir conhecimentos, expandir os seus horizontes, desenvolver a sua personalidade,
em suma, criar as bases para um bom e sustentado desenvolvimento.

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A Convenção sobre os Direitos da Criança (CDC) reconhece, no seu artigo 32º, “o
direito da criança ser protegida contra a exploração económica ou a sujeição a trabalhos
perigosos ou capazes de comprometer a sua educação, prejudicar a sua saúde ou o seu
desenvolvimento físico, mental, espiritual, moral ou social”.

III. DELIMITAÇÃO DO CAMPO DE INVESTIGAÇÃO

O campo da pesquisa é do domínio do Direito do Trabalho e pretende abordar a


problemática da exploração infantil na transportação de mercadorias importadas. O
estudo será realizado na província do Cunene, na fronteira da Santa Clara.

IV. IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA


Como polícia fiscal, temos constatado várias situações em que as crianças têm sido
exploradas, isto é, têm sido aliciadas a transportarem as mercadorias importadas na
Fronteira da Santa Clara, o que constitui crime, uma vez que os menores não podem, em
condição nenhuma, exercer tais trabalhos, visto que a Constituição angolana, no artigo
80º, salienta que a sociedade em geral deve assegurar a ampla protecção da criança
contra todas as formas de abandono, discriminação, opressão, exploração e exercício
abusivo de autoridade na família e nas demais instituições. Daí o nosso interesse em
investigar tal problemática na fronteira da Santa Clara.
4.1. Pergunta de Pesquisa

Para o desenvolvimento da pesquisa, ter-se-á como pergunta orientadora a seguinte:


Quais as causas e consequências da exploração infantil na transportação de mercadorias
importadas na fronteira da Santa Clara?

V. DEFINIÇÃO DOS TERMOS-CHAVE

Exploração Infantil
É considerada exploração infantil toda a forma de trabalho, com ou sem vencimento,
efetuado por crianças e adolescentes abaixo da idade mínima legal para entrada no
mercado de trabalho (Padilha, 2012).

Transportação
De acordo com o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa (2013), transportação é o
acto de levar ou conduzir (seres ou coisas) a (determinado lugar); carregar; mudar-se de

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um lugar para outro; transferir-se. No presente trabalho, o termo será utlizado para se
referir ao carregamento de mercadorias importadas de um lugar para o outro.
Mercadoria Importada
Neste trabalho, é considerada mercadoria importada a mercadoria que é comprada
especificamente na República da Namíbia e transportada para a República de Angola.

Santa Clara

É uma pequena cidade no Sul de Angola. Está localizada a 42 km ao Sul da capital


provincial Ondjiva . A povoação é a principal passagem de fronteira entre Angola
e Namíbia . No lado namibiano, o nome do assentamento local Oshikango é
frequentemente usado como um nome para a passagem da fronteira. Nesta cidade,
o dólar namibiano também é uma moeda válida (Perfil da Província do Cunene, 2016).

VI. OBJECTIVOS DA INVESTIGAÇÃO


6.1. Objectivo Geral

- Analisar a problemática da exploração infantil na transportação de mercadorias


importadas, na perspectiva das causas e consequências na fronteira da Santa Clara.

6.2. Objectivos Específicos

- Descrever exploração infantil;

- Apresentar as causas e consequências da exploração infantil;

- Apresentar dados referentes à exploração infantil na transportação de


mercadorias importadas na fronteira da Santa Clara;

- Compilar um texto de apoio que destaca a problemática da exploração infantil


na transportação de mercadorias na fronteira da Santa Clara.

VII. METODOLOGIA

Neste trabalho, o design a ser utilizado será o Descritivo que, segundo Leite (2009, p.
132), “é aquele que tem como finalidade descobrir de que maneira e por que ocorrem os
fenómenos. Este estudo pretende descrever os factos e fenómenos de determinada
realidade.”

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Os métodos que serão utilizados neste trabalho de investigação serão os seguintes: i.
pesquisa bibliográfica; ii. Inquérito: a) por questionário; iii. Tratamento de Dados.

VII.1. População

Segundo Ramos & Naranjo (2014), a população é um conjunto de fenómenos,


indivíduos ou situações que apresentam características definidas para serem objecto de
investigação.

A população para o presente trabalho será constituída pelos polícias fiscais que
trabalham na fronteira da Santa Clara.

VII.2. Amostra

Leite (2009) define a amostra como sendo uma parte da população seleccionada para
fins de análise.

A amostra será constituída por 10 polícias fiscais que trabalham na mesma fronteira.

VIII. PREVISÃO DOS PRINCIPAIS CAPÍTULOS

INTRODUÇÃO

CAPÍTULO I – REFERENCIAL TEÓRICO DA INVESTIGAÇÃO

1.1. Infância

1.2. Conceito de Criança

1.2.1. Direitos da Criança

1.3. Conceito de Exploração Infantil

1.3.1. Abordagens sobre a Exploração Infantil

CAPÍTULO II – A PROBLEMÁTICA DA EXPLORAÇÃO INFANTIL NA


TRANSPORTAÇÃO DE MERCADORIAS NA FRONTEIRA DA SANTA
CLARA

2.1. O Direito da Criança quanto à Exploração Infantil

2.2. A Exploração Infantil na Fronteira da Santa Clara

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2.3. Causas da Exploração Infantil

2.4. Consequências da Exploração Infantil

2.5. Prevenção da Exploração Infantil

CAPÍTULO III – FUNDAMENTAÇÃO METODOLÓGICA

3.1. Tipo de Estudo

3.2. Instrumentos

3.3. População e Amostra

3.3.1. População

3.3.2. Amostra

3.4. Apresentação dos Resultados do Questionário Aplicado aos Polícias Fiscais

3.4.1. Caracterização da Amostra dos Polícias Fiscais

3.5. Apresentação e Discussão dos Resultados

CONCLUSÕES
BIBLIOGRAFIA

XI. CRONOGRAMA DE ACTIVIDADES

MESES

ACTIVIDADES 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Elaboração do
anteprojecto

Recolha de Dados
Redacção e
compilação do

7
trabalho
Entrega do trabalho
e defesa

BIBLIOGRAFIA BÁSICA

1. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa (2003). Lisboa: Instituto António Houaiss


de Lexicografia e Banco de Dados da Língua Portuguesa S/C.

2. Ferst, M. da C. (2007). Exploração do Trabalho Infantil sob a Óptica dos Direitos


Humanos. Curitiba.
3. Fontenele, J. B. de V. (2010). A Exploração da Mão-de-Obra Infantil e seu Impacto
na Sociedade. Brasília: Brasil.
4. Leite, F. T (2009). Metodologia Científica, Métodos e Técnicas de Pesquisa
(Monografia, Dissertações, Teses e Livros). São Paulo: Ideias e Letras.
5. Padilha, M. D. (2012). O Trabalho Infantil / Exploração do Trabalho Infantil no
Brasil. Universidade Federal de Pernambuco: Brasil.
6. Ramos, S. T. C. & Naranjo, E. S. (2014). Metodologia da Investigação Científica.
Lobito. Escolar Editora.

Obras de Referência

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1. Angola. (2010). Constituição da República de Angola.
2. Convenção sobre os Direitos da Criança (1990). UNICEF.
3. Convenção sobre os Direitos da Criança (CDC), 1990, UNICEF
4. Perfil da Província do Cunene, 2016.

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