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Universidade Pedagógica

(Minor de Supervisão Educacional, cadeira de Estudos Contemporâneosem Educação)

Nomes:
1. Albertina Alberto Juriasse
2. Augusto Lourenço
3. Augusto Vilhena
4. Cecília Fernando Simila
5. ElídioFernão Matos
6. Frederico Nunes Rasul
7. Horácio António Joaquim
8. Merência Guilherme Mussaíca
9. Nelson Duarte Mário
10. Rossana A. C. Terra
11. Toia Alfredo Marques
12. Verónica Julieta João

Tema: Educação colonial em África


Educação colonial em África

O ensino colonial em Moçambique data da primeira metade do século XIX e vai até aos
finais do século XX (1845-1974), sendo marcado por uma educação de
dominação,alienação e cristianização.
O governo colonial estabeleceu a estrutura do ensino seguindo o modelo de organização
de ensino ministrado pelas entidades religiosas (BASILIO, 2010)

Os objectivos da educação colonial

Os poderes coloniais não estiveram sempre isentos de conflitos entre eles. Além
disso,conheceram mudanças nos seus sistemas políticos, sociais e económicos tanto
nascolónias como nos seus países. Estes conflitos traduziram-se na educação. Mas
nãoobstante, esses conflitos, a suas políticas de educação partilhavam os mesmos
objectivosdesignadamente:
 Promover a alfabetização das massas;
 Desencorajar as práticas e as crenças consideradas retrógradas dos nativos;
 Formar uma mão-de-obra necessária à consolidação da colónia;
 Formar uma mão-de-obra dos dirigentes que protegeriam o Estado;
 Apaziguar a população para ter apoio e lealdade;
 Treinar um pequeno grupo de artesãos e de farmeiros progressistas.

Os governos coloniais não tinham, contudo, de formar cidadãos altamente qualificados.


Eles queriam minimizar os custos e evitando potenciais sinais de nacionalismo.
NoBenim, por exemplo, tinha-se medo que as pessoas educadas recusassem trabalhar
nasterras.
Um dos objectivos da educação era, por isso, dividir e enfraquecer as pessoas para
quenão fossem rebeldes, e desenvolvessem um sentimento de inferioridade junto
daspopulações colonizadas.

A educação era assim um meio para se chagar a um fim, isto é, promover a


dominaçãopolítica, o imperialismo económico e a dominação social. Os Britânicos, por
exemplo,precisavam de pessoas com certas habilidades que podiam muito bem ser
formados nosistema de educação local, mas eram os brancos que ocupavam esses
postos.
A grande preocupação da educação no período colonial, de acordo com o Comité
deConselheiros (Agenda 2025, 2003: p. 28), era “circunscrever o conhecimento dos
moçambicanos para não poderem concorrer com os colonos. O ensino reservado aos
indígenas era de nível primário rudimentar e ministrado pelas escolas missionárias”.

As características principais das políticas de educação colonial

“O sistema educacional colonial foi estruturado para atender a clientelas diferentes, isto
é, foram estabelecidos dois tipos diferentes de educação: um destinado à população
negra (nativos) e outro destinado aos brancos e africanos assimilados” (GOLIAS,
1999:57).

Os governos coloniais encorajaram as organizações voluntárias a investir naeducação.


Isto explica por que razão os missionários cristãos foram os principaispromotores da
educação formal em muitos países africanos. Nas colónias britânicas, porexemplo, isto
foi formalizado através de uma parceria entre o Estado e a Igreja. Porrazões similares, o
governo britânico adoptou uma política que consistia em promover aeducação através
de missões.
As comunidades asiáticas estabeleciam escolas privadas aos lados das escolas públicas,
missionárias e outras instituições alternativas de educação surgiram neste contexto.

Segundo Mazula (1995), o ensino moçambicano era caracterizado por práticas


educativas portuguesas, com auxílio da igreja católica, através dos missionários que
tinham como missão educar a população local. Cabe salientar que todo este processo,
caracterizado pela inferiorização da população nativa, era consubstanciado pela
pesquisa dos antropólogos daépoca. Esse grupo de nativos frequentava, na maioria, até a
terceira classe elementar.

As políticas coloniais concediam apoio financeiro às missões que servia para financiar
assuas actividades em educação. O orçamento concedido aumentava gradualmente,
àmedida que a economia crescia.

Os governos coloniais, em muitas partes de África, davam terras aos


gruposmissionários e, às vezes, estavam isentos de quaisquer taxas. Este gesto de boa
vontadepermitiu responder às necessidades materiais no domínio da educação.
As políticas colónias incluíam a fundação de escolas e instituições, a formação
deprofessores e, em certos casos, o pagamento de salários. Esta foi uma prática
utilizada,sobretudo nos territórios britânicos na África central, do Este e Oeste.
“O objectivo implícito desta política (…) era continuar a manter o “ indígena”separado,
marginalizando para melhor o controlar eo utilizar como mão-de-obra barata, (…)
mantendo o etnocentrismo lusitano para os quais o povo não ocidental é
irracional.GOMÉZ, (1999, p.50).

Para o efeito, estabeleceu-se leis na educação nas colónias. Estas leis tinham
comoobjectivo regular os sistemas de educação e garantir a ordem, uniformizar os
sistemas deeducação ao nível de infra-estruturas, currículo, profissionalismo, etc.

Nos territórios franceses, houve tentativas de utilizar a educação como um meio


deassimilação. Contudo, as políticas de educação tinham como objectivo essencial
criaruma pequena elite e, por conseguinte, as escolas construídas pelos governos eram
muitopoucas.
Os governos coloniais impuseram o seu currículo nas colónias e vedavam o acesso
aoensino superior aos africanos por medo de criar uma elite nacionalista.
O impacto das políticas de educação colonial em África

Pontos positivos

As políticas coloniais permitiram criar um contexto adequado para apromoção da


educação. As organizações sem fins lucrativos, como os missionárioscristãos, tiveram
uma presença notória na educação. O seu impacto fez-se notar atravésde conselhos
morais e espirituais que ofereceriam nas escolas.
As escolas muçulmanas foram também influentes nas comunidades onde existiam.
Damesma maneira, a participação de grupos privados na educação criou formas de
educação alternativas que alargaram as possibilidades em diferentes Estados africanos.
A adopção de leis criou bases legais para a gestão de processo de criação de escolas,
oseu modo de funcionamento, os modelos pedagógicos, a estrutura física, etc. Isto
tornoumais fácil o financiamento da educação e a formação do pessoal nos diferentes
domíniosde especialização. Os homens e mulheres formados neste contexto foram
muitoimportantes na gestão da educação e de outros sectores chave.
Pontos negativos
Podemos dizer que as políticas de educação colonial ofereciam umaeducação de baixa
qualidade aos indígenas. A escassez de escolas criou uma classe deelite que não podia
responder às necessidades de mão-de-obra dos seus países. Aeducação das raparigas era
igualmente marginalizada, o que explica, em parte, adesigualdade de sexos na educação,
na maior parte dos países africanos.
As políticas coloniais não conseguiram criar um currículo que respondesse
àsnecessidades e às demandas das sociedades. Por isso, o currículo que os
Estadosafricanos herdaram não era, globalmente, relevante localmente, por um lado, por
causa dasua orientação ocidental e, por outro lado, por causa do carácter teórico.

Um outro factor negativo é inexistência, ou quase, de uma educação profissional. A


política de delegar o sistema de educação às missões aumentou o antagonismoreligioso
e o denominacionalismona educação. Por conseguinte, a unidade de certascomunidades
foi alterada nas regiões onde diferentes grupos religiosos estavam emconcorrência e isto
fragilizou, por seu turno, o tecido social africano.

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