Você está na página 1de 21

MANUAL DE MONTAGEM OUTUBRO/2002

1 – Planejamento da obra
O planejamento de montagem é uma atividade que já nasce na época da
estimativa de custos da obra, quando da elaboração da proposta ao cliente. Nesta fase já
se tem um cronograma básico estimado, o dimensionamento de pessoal e equipamentos
necessários ao fiel cumprimento dos serviços.
Muitos são os fatores que influem na determinação da metodologia de montagem,
tais como:
- Tipo de obra;
- Recursos locais;
- Localização da obra;
- Interferências;
- Equipamentos disponíveis;
- Mão de obra;
- Custos.
Quando a obra se transforma em encomenda, o próximo passo será detalhar o
plano de montagem, nesse caso, é necessário que o montador já tenha em mãos o
projeto, o que incluem:
- Desenhos de fabricação (detalhes);
- Desenhos de montagem (diagramas);
- Lista de parafusos;
- Listas de tirantes.
E outros acessórios que sejam indispensáveis pois, daí se obtém dados
necessário para a previsão do ferramental básico, à correta execução da montagem,
exemplos:
- Desenhos de fabricação, o montador extrai informações das dimensões e
pesos das peças, o que lhe proporcionará conhecimentos para previsão de
estropos, cintas de poliéster, manilhas, talhas catracas e outras ferramentas
de carga.
- Desenhos de montagem, além de ser primordial a sua existência durante a
montagem, o seu estudo antecipado, faz com que o plano de trabalho seja
mais enriquecido, e os recursos para a montagem, mais completos. Dele se
obtém dados característicos da obra (altura, largura, comprimento, tipos de
ligações e etc.).
- Lista de parafusos, conhecendo-se as bitolas dos parafusos, a previsão de
ferramentas de aparafusamento e torque será mais precisa.

1
MANUAL DE MONTAGEM OUTUBRO/2002

O planejamento, deve ter uma atenção redobrada no que diz respeito à


documentação, providências legais, pessoal e equipamentos necessários. O bom
andamento da obra está condicionado e totalmente dependentes destes itens.
Quanto ao planejamento dos trabalhos, vários fatores, podem interferir no
processo de montagem. Muitas vezes esta escolha fica limitada em face das dificuldades
de montagem devido ao seu alto custo, impondo condições que determinam ou influem
na elaboração do projeto.
Em muitos casos, deve-se proceder a cuidadosos estudos para a definição do
melhor processo de montagem, levando-se em conta também os equipamentos que
devem ser utilizados, bem como, o acesso à obra, as condições topográficas locais e o
prazo, afim de se conseguir as soluções mais viáveis e econômicas.
Apesar destes cuidados, raramente duas estruturas idênticas são montadas da
mesma maneira, com os mesmos custos e mesmo ritmo.
Desde o início, o plano de montagem deve merecer preparação cuidadosa e
detalhada, de modo a tonar-se realmente seguro, eficiente e econômico, facilitando ao
máximo os trabalhos de campo, dentro dos limites de segurança e custos.
Em principio o método de montagem selecionado depende do prazo estabelecido
e dos equipamentos disponíveis. Há casos em que os equipamentos devem ser
adquiridos ou alugados.
É necessário levar em conta o tipo, as dimensões e a altura da estrutura, as
possíveis interferências com outras operações, como o tráfego de veículos ou operários.
Com freqüência algumas proibições locais limitam os horários de carga e descarga.
Deve-se considerar ainda as influências do clima, as possibilidades de inundação,
ventos fortes, etc..
O início da montagem está condicionado à liberação das bases ou qualquer obra
civil cujas estruturas metálicas serão agregadas a ela e em alguns casos à locação dos
chumbadores.
As considerações contidas no planejamento de montagem devem ser levadas ao
conhecimento dos montadores, como orientação básica para o desenvolvimento de suas
atividades, em especial o cronograma da obra.
É necessário conhecer e esclarecer o tipo de energia com que se pode contar,
isto é, energia elétrica padrão ou gerada por gerador a diesel.

2
MANUAL DE MONTAGEM OUTUBRO/2002

Exemplos de um cronograma básico e um histograma:


0 30 60 90 120

Implantação canteiro
Descarga e Manuseio
Topografia
Pré-montagem
Montagem
Cobertura e Tapamento
Retoques pinturas
Outras atividades (escopo)
Desmobilização

2 - Instalação do Canteiro de Obra


Como sabemos, o canteiro de obra (provisório) é o conjunto de instalações, que
dão apoio à administração e aos trabalhadores, para a montagem de uma determinada
obra.
Deverá ser localizado o mais próximo possível da obra e ser dotado das
instalações suficientes e adequadas para o tipo de obra, pelo menos dentro do mínimo
admitido pelas normas vigentes no país. Ainda mais sabendo que um canteiro de obra
bem instalado e inteligente torna-se o cartão de visita da empresa.
O dimensionamento do canteiro será feito a partir da análise do tipo de serviços,
das máquinas e equipamentos necessários, da quantidade de operários, do espaço
disponível, do volume de material a ser estocado e do prazo da obra. Visto isto, podemos
definir o que é um canteiro inteligente (útil, bonito e barato).
Normalmente os canteiros são dotados das seguintes instalações:

3
MANUAL DE MONTAGEM OUTUBRO/2002

- Escritórios (Administração, Engenharia, Planejamento, Sala de Reunião,


Segurança do Trabalho e Posto Médico);
- Almoxarifado;
- Ferramentaria;
- Refeitório (composto de cozinha ou não)
- Serviço de ponto;
- Estacionamento;
- Quadro de avisos (segurança e outras divulgações).
Se possível delimitar estas instalações com cercas provisórias (tapume, arame
farpado, telas, etc.), afim de se evitar acesso de pessoas estranhas e de proteger os
transeuntes de quaisquer acidentes.
Após estudos do canteiro necessário para aquele tipo de obra, faz-se o Lay-out,
de modo a atender funcionalmente as atividades administrativas, de circulação de
pessoas e materiais, de operação de equipamentos, de execução de serviços, bem como
do acesso às áreas de trabalho.
Estas instalações provisórias, podem ser de container’s, alvenarias ou madeiras.
Dependerá dos fatores custo, prazo ou exigência do cliente.
A obrigatoriedade da colocação da placa com as anotações técnicas (CREA),
geralmente o local é determinado pelo cliente que já tem uma área especificada para este
fim.

Foto das instalações de um canteiro de obra (modesto e funcional)

4
MANUAL DE MONTAGEM OUTUBRO/2002

Exemplos de projetos básicos de canteiro de obra:

0.60
J2 J2 J2 J2

SALA 3,00m

2.44
FC4mm
100/100 MADEIRA
J1

60/80 MADEIRA
PADRÃO
104,56 m²
ALMOXARIFADO DEPÓSITO 133,52 m²

6.10

6.28

7.48
ESCRITÓRIO

3.66
J1

0.60
J2 J2

9
2.44 1.22 8.54 4.27

9 16.47 9

0.60 16.65 0.60

17.85

Almoxarifado (madeira)

ALPENDRE
9

1.00

J1 J1 J1 J1 J1 J1 J1 J1 J2
1.22
1.22

DORM.01 02 03 04 05 06 07 08
4.27

3,00m
FC4mm
1.22

100/100 MADEIRA
60/80 MADEIRA
10.72
1.22

8.54

8.72

PADRÃO
315,81 m²
328,68 m²
1.22

09 10 11 12 13 14 15 16
4.27

1.22
1.22

J1 J1 J1 J1 J1 J1 J1 J1 J2
1.00

ALPENDRE
9

3.05 3.05 3.05 3.05 3.05 3.05 3.05 3.05 4.88

9 29.28 9

0.60 29.46 0.60

30.66

Alojamento (madeira)

5
MANUAL DE MONTAGEM OUTUBRO/2002

J1 J2 J2 J1

SALA SALA
2,50m
FC4mm
100/100 MADEIRA
60/80 FERRO
PADRÃO
62,42 m²
83,33 m²

ESPERA
SALA

J1 J1

Ambulatório (madeira)

J1
CHAPEIRA
CHAPEIRA

CHAPEIRA

APONTADORIA

J1

PÉ DIREITO: 2,50m
COBERT.: FC4mm
ÁREA ÚTIL = 28,80 m² JANELA J1: 100/100 MADEIRA
ÁREA TOTAL = 43,85 m² JANELA J2: 60/80 FERRO
ESP.TÉC.: PADRÃO

Chapeira e Apontadoria (madeira)

6
MANUAL DE MONTAGEM OUTUBRO/2002

J2 J2 J2 J1 J1 J1 J1
2,50m
FC4mm
100/100 MADEIRA
60/80 MADEIRA
COPA SALA SALA PADRÃO
100,73 m²
SALA
J1

128,95 m²

CIRCULAÇÃO

SALA

J1
SALA RECEPÇÃO SALA

J1 J1 J1 J1 J1

Escritório (madeira)

ÁREA ÚTIL = 4,04 m²


GUARITA ÁREA TOTAL = 10,30 m²
J1

J1 PÉ DIREITO: 2,50m
COBERT.: FC4mm
JANELA J1: 100/100 MADEIRA
JANELA J2: 60/80 FERRO
ESP.TÉC.: PADRÃO

Guarita (madeira)

7
MANUAL DE MONTAGEM OUTUBRO/2002

0.60
2.44 1.22

9
J2 J2 J1 J1 J1

DEPÓSITO

1.83
3,00m
FC4mm
100/100 MADEIRA
60/80 MADEIRA
ET-ST/EC/ST-PRÁTICO
77,75 m²
101,58 m²
REFEITÓRIO

7.48
6.10

6.28
COZINHA

J2 J2 J1 J1 J1 4.27

3.66 8.54 9

9 12.20 9 0.60

0.60 12.38 0.60

13.58

Refeitório (madeira)

J2 J2 J2
J2

CHUVEIROS
J2

VESTIÁRIO
BLOCO BLOCO BLOCO BLOCO BLOCO BLOCO BLOCO BLOCO

SANITÁRIOS

J2 J2 J2 J2 J2 J2

2,50m
FC4mm
100/100 MADEIRA
60/80 MADEIRA
PADRÃO
108,39 m²
138,08 m²

8
MANUAL DE MONTAGEM OUTUBRO/2002

Sanitário – Vestiário (madeira)

10.72

1.00 8.72 1.00

3.84 2.26 2.62

0.60
9 3.66 9 9 2.44 9

9
J1 J1 J1 J1 J1 J1

SALA DE TREINAMENTO SALA DE TREINAMENTO SALA DE TREINAMENTO

6.10

6.28

7.88
J1 J1 J1 J1 J1 J1

1.00
ALPENDRE

9
J2

J1
2,50m

2.44
APOIO FC4mm
J2

100/100 MADEIRA

4.88

5.06
60/80 FERRO
J2

PADRÃO
COPA

2.44
366,48 m²
J2

J2
423,08 m²
ALPENDRE

1.00
9
J1 J1 J1 J1 J1 J1

SALA DE TREINAMENTO SALA DE TREINAMENTO SALA DE TREINAMENTO

7.88
6.10

6.28
J1 J1 J1 J1 J1 J1 9

7.32 7.32 7.32


0.60

9 21.96 9

0.60 22.14 0.60

23.34

Salas de treinamento (madeira)

VISTA LATERAL

VISTA FRONTAL

DORM. 1 02 03 04
4.55
4.69

3.60 3.60 3.85 3.60 3.60


18.39

PLANTAS

9
MANUAL DE MONTAGEM OUTUBRO/2002

Alojamento (bloco)

CORTE ESQUEMÁTICO

VISTA FRONTAL

1.45
SALA DE REIDRAT.
3.85

RECEPÇÃO VACINA CONSULT. CONSULT. ESTER.

1.20
REUNIÃO ORAL DESP.

1.20
1.35
1.35

9.19
GINECOLOGIA

3.85
3.85

FÁRMACIA DENTISTA INALAÇÃO CURATIVO ÁREA COZINHA SALA


SERV.

2.95 3.35 2.85 1.35 2.95 2.95 3.35 1.75 3.35 3.35
28.34

PLANTA

Ambulatório (bloco)

VISTA FRONTAL

CORTE ESQUEMÁTICO
17.59
2.66 1.60 1.60 2.00 4.40 5.20
2.55

2.55
1.05
6.29

6.29
3.60
2.55

5.20 3.60 4.80 3.85


17.59

PLANTA

10
MANUAL DE MONTAGEM OUTUBRO/2002

Escritório (bloco)

Escritório (Container)

Banheiro (Container)

3 – Segurança e Medicina do Trabalho


3.1 – Previsão, conferência e armazenamento dos EPI’S.
A previsão dos epi’s, será de modo que atenda perfeitamente as necessidades de
proteção, a integridade física dos operários durante a execução de suas tarefas diárias.
No ato do recebimento dos epi’s no canteiro de obra, os mesmos deverão ser
conferidos e observados se os respectivos certificados de qualidade do fabricante estão
presentes.
Periodicamente estas conferências serão necessárias, devido aos desgastes
naturais dos mesmos, especialmente aquelas de proteção contra quedas de pessoal.

11
MANUAL DE MONTAGEM OUTUBRO/2002

O armazenamento será na ferramentaria em prateleiras, de preferência em local


bem visível ao ferramenteiro e aos encarregados da obra, fazendo com que a
conscientização do uso deste epi’s seja cada vez mais eficaz.

3.2 – Documentação
Caberá ao supervisor de segurança, juntamente com o administrativo da obra,
prover a obra de toda a documentação necessária, exigida pelo Ministério do Trabalho,
tais como: atestado de saúde, audiometria, etc..

3.3 – Integração do pessoal na obra


É necessário e obrigatório que se faça o curso de integração de todos os
operários, expondo a eles os riscos de acidentes que estão sujeitos, tipos de trabalhos
que irão executar e procedimentos a serem tomados em determinados momentos.
Cada trabalhador, somente poderá iniciar o seu trabalho dentro da empresa, após
este curso de integração.

3.4 – Reuniões diárias “Relâmpago”


Todos os dias, antes do início da jornada de trabalho, deverá ser feita a chamada
“Reunião Relâmpago”, com previsão de 15 (quinze) minutos, de modo a divulgar ao
pessoal os riscos a que estão expostos e conscientizá-los cada vez mais destes riscos.

3.5 – Distribuição das responsabilidades


As responsabilidades serão distribuídas aos lideres de equipes (encarregados e
mestres) e caberá a supervisão dar total apoio aos mesmos.

3.6 – Manual e procedimentos de segurança (Anexo 1)

4 – Descarga, Estocagem e Manuseio das Estruturas Metálicas no


Canteiro de Obra.
Uma vez determinado o local para estocagem provisória das estruturas, é
fundamental que cuidados especiais sejam tomados, ainda, para que não ocorram
deformações, perdas de peças de pequeno porte e danos na pintura.
Por medida de economia, todos os membros iguais ou semelhantes são
normalmente fabricados numa mesma operação, havendo certa preferência na
fabricação de vigas de alma cheia ou de outros membros simples.

12
MANUAL DE MONTAGEM OUTUBRO/2002

À medida que as peças são fabricadas, são embarcadas para o campo e


estocadas no canteiro de obra, onde se acumula grande quantidade de peças, antes
mesmo do início da montagem. Esta estocagem é de fundamental importância para que
os serviços de pré-montagem e montagem se processem normalmente, sem
descontinuidade das operações.
O material deverá ser estocado em áreas próprias, dispondo-o em ordem, de
forma que não venham a ocorrer manuseios ou relocações desnecessárias.
As peças de dimensões maiores, como vigas de rolamento, colunas, etc. devem
ficar perfeitamente apoiadas sobre peças de madeiras ou de aço, de forma que não
venham a sofrer tensões ou empenos e não fiquem em contato com o solo, evitando,
assim, a impregnação com barro, terra ou outros materiais que provocam deterioração da
pintura.
As peças de menores dimensões, como conexões, calço, etc., devem ser
estocadas em caixas de madeiras com dimensões que facilitem o seu deslocamento.
Quanto a guarda dos parafusos, se possível dentro de container’s.
As peças consideradas de porte médio, como vigas de tapamento, terças, escoras
do beiral, colunetas, tirantes, etc., também deverão ser estocadas livre do contato com o
solo e de fácil identificação.
De modo geral é normal que haja arruamento se possível com placas
identificando os lotes de peças, número do romaneio, nota fiscal, etc.
O manuseio das estruturas pode ser manual ou mecânico, dependendo do porte,
peso e distância da obra para área de estocagem. Para o caso de superestruturas, prever
equipamentos apropriados, tais como pranchas rebaixadas, carretas extensivas,
caminhões muncks, etc..
Para estocagem provisória das telhas de cobertura e tapamento, dê preferência a
local coberto, não sendo possível as telhas deverão ficar agrupadas em fardos, e estes
grupos deverão ser isolados e identificado por placas.
As telhas deverão ser recebidas na obra por elementos habilitados, que fará a
conferência do material, através de romaneio e lista de material (LM’s). Os fardos
deverão ser apoiados em madeiras de boa qualidade contendo o mínimo de três apoios e
o mais distante possível do solo (mínimo de 15 cm) e com uma certa inclinação para que
não haja acúmulo de água de chuva e sereno. O material deverá ser protegido com lonas
no término de cada jornada ou no caso de tempo chuvoso, em tempo normal deverá ser
mantido livre para que sofra ventilação.
Entende-se como estocagem provisória, o período que decorre desde a chegada
do material à obra até a colocação da última telha. Significa que planejar a chegada deste

13
MANUAL DE MONTAGEM OUTUBRO/2002

material no canteiro de obra no tempo correto é muito importante. Evitando riscos


desnecessário na sua guarda por um período prolongado e congestionamentos de áreas.
Vale observar que, quando estocadas ao ar livre, se estiverem molhadas
enxugue-as uma a uma e somente depois cobri-las com lonas, que deverá ser afixados
ao piso por meio de suportes, de modo a garantir um mínimo de ventilação. (Telhas
zincadas, de alumínio, pré-pintadas ou não). Sempre consultar catálogo fornecedor.

Ao empilhar as telhas, antes da montagem, é fundamental separá-las com sarrafos impedindo o


contato entre elas. As telhas devem ser guardadas a uma inclinação de aproximadamente 5° e
empilhadas com altura máxima de 1,20 m.

5 – Topografia da Obra:
Dependendo do porte da obra, é necessário e fundamental a permanência de
topografia em tempo integral no canteiro. Garantindo à montagem os níveis,
alinhamentos, verticalidade e eixos de projeto, tornando-se assim uma grande parceira
do montador.
Exemplos de atividades topográficas:
- Conferência da locação e projeção dos chumbadores;
- Traçar eixos de colunas, vigas, trilhos, pontes rodoviárias e ferroviárias, etc.;
- Verificação do alinhamento de colunas, vigas de rolamento, trilhos, monovias,
pontes, etc.;
- Verificação de prumos de colunas, tesouras, pórticos, etc.;
- Verificação de contraflecha;
- Emissão de relatórios de serviços para montagem de “Data Book”.
Todas as ferramentas de topografia, deverão estar com os seus respectivos
certificados de aferição atualizados e arquivados no escritório da obra (Teodolito, nível,
distanciômetro, trena, mira, etc.).

5.1 – Placas de Base e Chumbadores

14
MANUAL DE MONTAGEM OUTUBRO/2002

a) Alinhamento das placas de base


As linhas da base da coluna deverão ser estabelecidas como paralelas,
mantendo-se o gabarito com uma tolerância de no máximo  3 mm.

b) Elevação das placas de base


A elevação das placas de base poderá diferir, no máximo, de 2 mm de sua
elevação teórica. O nivelamento das placas deverá ser tal, que a diferença da elevação
entre dois pontos quaisquer, longitudinal ou transversal, não exceda 0,25 mm. Quando
duas placas isoladas servem de base para uma mesma coluna, a diferença entre elas
não deve ser superior a 0,25 mm.

c) Locação dos chumbadores


Os chumbadores e ou parafusos de ancoragem devem ser instalados de acordo
com o prescrito nos diagramas de montagem (NBR 8800 / 86 – P –7).
Tolerâncias de locação de acordo com os seguintes limites:
1- 3 mm de centro a centro de dois chumbadores quaisquer dentro de um grupo de
chumbadores, onde o grupo de chumbadores é definido como o conjunto que recebe
uma peça única da estrutura;
2- 6 mm de centro a centro de grupos adjacentes de chumbadores;
3- Valor máximo acumulado entre grupos igual a 6 mm, para cada 30 metros de
comprimento medido ao longo da linha estabelecida para os pilares através de vários
grupos de chumbadores, não podendo ultrapassar um total de 25 mm; a linha
estabelecida para os pilares é a linha real de locação mais representativa dos centros
dos grupos de chumbadores, como locados na obra, ao longo de uma linha de
pilares;
4- 6 mm entre o centro de qualquer grupo de chumbadores e a linha estabelecida para
os pilares que passa por esse grupo;
5- Para pilares individuais, locados no projeto fora das linhas estabelecidas para pilares,
aplicam-se as tolerâncias das alíneas 2, 3 e 4, desde que as dimensões consideradas
sejam medidas nas direções paralela e perpendicular à linha mais próxima
estabelecida para pilares.

5.2 – Colunas – tolerância de prumo

15
MANUAL DE MONTAGEM OUTUBRO/2002

A tolerância para prumo da coluna deve ser   h / 500, sendo h = altura da


coluna.

 1 2

h  h
500

5.3 – Caminhos de Rolamento


a) Deslocamento horizontal
Em relação ao eixo teórico, não deverá ser superior a 6 mm para cada 15 m de
comprimento de viga.

b) Contraflecha
Não deverá ser superior a 6 mm, para vãos de 15 m sobre aquele indicado no
desenho de projeto.

c) Distância centro a centro de trilhos


A   6 mm das dimensões teóricas indicadas nos desenhos, em relação à
temperatura de 20º C.

L  A

d) Alinhamento dos trilhos

16
MANUAL DE MONTAGEM OUTUBRO/2002

Não deverá exceder 6 mm para cada 15 m de caminho de rolamento, com um


desvio total máximo de 12 mm em relação ao teórico.

L  15 m

C1
A
C1

L  15 m

C2
B
C2
C1 e C2  6 mm
C1 + C2  12 mm

e) Nivelamento de um trilho – h = L / 1000

f) Desnível entre trilhos


O desalinhamento vertical dos trilhos de ponte rolante medido nas linhas de centro
das vigas não deverá ser superior a 6 mm para cada 15 m de caminho de rolamento, com
desvio máximo total de 12 mm em relação ao valor teórico.

Estas tolerâncias deverão ser mantidas em todas as colunas, por meio de calços
na mesa inferior das vigas de rolamento.

g) Excentricidade do trilho

17
MANUAL DE MONTAGEM OUTUBRO/2002

Os trilhos deverão estar centrados, sempre que possível, nas vigas de rolamento.
e

e  0,75 tw

tw

Em nenhuma hipótese a excentricidade do trilho deverá ser maior que 0,75 da espessura
da alma.

h) Diferença de declividade entre trilhos


E  1,6%, porém, no máximo 10 mm, caso o fornecedor da ponte não especifique
valores menores, sendo:
E = inclinação A1 B1 x inclinação A2 B2

B1
+
A2

A1
-

B2

i) Alinhamento dos batentes


O desalinhamento dos batentes não deverá ser superior a 1% L, porém com um
máximo de 20 mm.

F 1% L 20 mm

5.4 – Recomendações Gerais

18
MANUAL DE MONTAGEM OUTUBRO/2002

1- Havendo nichos para receber os chumbadores, suas paredes deverão ser ásperas e
o concreto de enchimento deverá ter fck  180 kgf / cm2, ser vibrado e evitar retração.
2- Nivelamento das bases – O nivelamento das bases deverá ser feito por meio de
calços num mínimo de quatro, ou por meio de parafusos calantes presos às placas de
base. Após o nivelamento, com a coluna montada e aprumada, o espaço entre o
fundo da placa de base e o topo de concreto (25 mm a 50 mm) (fig. abaixo) deverá
ser preenchido por uma argamassa (Grout) com traço areia cimento 1:2 e possuir
resistência igual ou maior que a do concreto da fundação.
Em casos de bases de grandes dimensões e sujeitas a grandes cargas, usar um
agente expansor, “Sika Grout” ou similar, de forma a evitar os vazios e a retração, e
deixar um furo próximo ao centro de base de aproximadamente 50 mm, para facilitar
o enchimento e a saída de ar (fig. abaixo).

~50 mm
25 a 50 mm

A A

SECÇÃO "A-A"

3- Todos os chumbadores devem ser pintados após a concretagem dos blocos, exceto
roscas. Especial atenção deve ser dada à junção do chumbador com o concreto, que
é o ponto provável de início de corrosão. Se o chumbador ficar sujeito a ataques das
intempéries ou agentes químicos, usar mastique de asfalto na junção (fig. abaixo).

PONTO MASTIQUE DE
CRÍTICO ASFALTO

19
MANUAL DE MONTAGEM OUTUBRO/2002

4- Na NBR 8800/86 – item P–7 – montagem, existe uma série de recomendações


interessantes para quem pretende se dedicar à montagem.

6 – Pré - Montagem
Por questões técnicas ou econômicas muitas peças são recebidas no canteiro de
obra em partes separadas ou em vários conjuntos que formarão uma peça principal
(treliças, tesouras, colunas, etc.).
Torna-se importante uma pré-montagem em paralelo às outras atividades da obra.
Conhecendo esta necessidade, o montador já deve ter em mãos o planejamento desta
atividade, com as prioridades determinada, de modo que abasteça a montagem, sem
causar ociosidade de equipamento e mão de obra e principalmente levar em
consideração que o controle de qualidade deverá ser dentro dos procedimentos
estabelecidos com rigor, principalmente no que tange ao dimensionamento, contraflecha,
solda e aparafusamento. Para que as peças sejam liberadas para a montagem, as
mesmas deverão estar com os respectivos laudos de inspeção. Sabendo que as ligações
podem ser aparafusadas ou soldadas, a obra já deve estar munida dos certificados de
qualidade dos lotes de parafusos e eletrodos estocados no canteiro.
Por conveniência e dentro do possível, muitas peças deverão ser pré-montadas o
mais próximo possível de seu eixo de montagem, principalmente as de maior robustez e
peso, tais como: vigas de rolamento, colunas, tesouras e pórticos, evitando-se assim o
seu remanejamento com mais distância, o que acarretaria mais custo e cuidados
especiais.

7 - Parafusagem
A parafusagem é o processo mais usado na montagem de campo, pela facilidade
de sua execução. Os parafusos ASTM A307, também conhecidos como parafusos
comuns, são geralmente utilizados em conexões de peças secundárias, não sujeitas a
esforços dinâmicos, como terças, vigas de tapamento etc.. As porcas correspondentes a
estes parafusos devem ser apertadas de acordo com as especificações, de modo a evitar
o seu afrouxamento. Para tanto, quando necessário, pode-se usar arruelas de
travamento, porcas de travamento, porcas de obstrução, amassamento da rosca, ponto
de solda etc.
Os parafusos de alta resistência ASTM A325, A490 ou equivalentes, são
geralmente usados em ligações muito solicitadas ou sujeitas a cargas dinâmicas. Podem
ser empregados em conexões a esmagamento, em que o esforço se transmite pelo
contato do corpo do parafuso com a parede do furo, ou em conexões tipo fricção, pelo

20
MANUAL DE MONTAGEM OUTUBRO/2002

atrito entre as peças. Em conexões a esmagamento, as roscas podem estar incluídas nos
planos de cisalhamento ou fora deles.

21

Você também pode gostar