Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
103
Nunes, A .I.B .L e Silveira, R.N.
105
N u n e s , A . I . B . L e S ilv e ir a , R .N .
• A icleia da mediação
106
P s ic o lo g ia d a A p re n d iz a g e m
Bebê de 8
meses mani
pulando objeto
construído na
cultura
107
N u n e s , A . I . B . L e S ilv e ir a , R .N .
108
P s ic o lo g ia d a A p re n d iz a g e m
109
N u n e s , A . I . B . L e S ilv e ir a , R.N,
110
P s ic o lo g ia d a A p re n d iz a g e m
112
P s ic o lo g ia d a A p re n d iz a g e m
Baquero (1998), tal conceito nos obriga a pensar, para além de uma
capacidade ou de características de um sujeito, mas em um siste
ma específico de interações. Deste modo, o aprender está vinculado
ao reconhecimento das potencialidades e diferenças dos alunos, à
ação do sujeito frente aos desafios lançados pela situação de ensino
e à mediação do outro. A este respeito, a pesquisa de Colaço (2001)
constatou a importância das interações sociais das crianças/alunos
para a emergência de situações de produção de conhecimentos.
Um repensar na concepção de avaliação de capacidades é
promovido pelo conceito de ZDP, na medida em que compreen
de o aprender de modo dinâmico, contínuo, e, essencialmente,
ligado ao contato com o outro. A criação de espaços simbólicos
possibihtadores de avanços no desenvolvimento psicológico
deve ser pensada a partir da relação professor-aluno, aluno-alu-
no (de conhecimento mais avançado) e não, simplesmente, de
um aglomerado de pessoas. Consequentemente, a aprendizagem
demanda uma prática pedagógica que privilegie a participação
ativa dos alunos e do professor, por meio de situações que pri
mem pelo intercâmbio, pelo diálogo, pela expressão criativa e
pelo trabalho em grupo, respeitando as atividades discursivas
do aluno e sua singularidade (S ilveira , 2 0 0 5 ) .
Vygotsky, ressaltando os aspectos qualitativos da inteligên
cia, teceu criticas à forma como se avaliava a aprendizagem, condu
zida a partir de testes que usavam a mensuração da idade mental
da criança, padronizados e executados individualmente. Por con
seguinte, sua teoria sugere que o avaliar não pode ser reduzido a
um momento isolado, mas a captação das constantes mudanças no
percurso da aprendizagem nas variadas situações de ensino.
As descobertas de Vygotsky, sobre o processo de formação
113
N u n e s , A . I . B . L e S ilv e ira , R.N.
114
P s ic o lo g ia d a A p re n d iz a g e m
115
N u n e s , A . I . B . L e S ilv e ira , R .N .
• Idéias centrais
116
P s ic o lo g ia d a A p re n d iz a g e m
117
Nunes, A .I.B.L e Silveira, R.N.
118
Psicologia da A prendizagem
119
Nunes, A.I.B.L e Silveira, R.N
120
Psicologia da Aprendizagem
Continuação
As m anifestações em ocionais iniciais produzem efei
Impulsivo tos no ambiente, mobilizam a presença do outro, já
emocional sendo um contato de caráter social.
(1o ano) Os adultos vão introduzindo gradativamente a crian
ça no contexto cultural em que vivem.
A criança com eça a explorar o mundo físico, a mani-
pulá-lo.
Maior autonomia de movimentos.
Sensório- Utilização de uma inteligência prática (conhecimento
motor perceptivo e motor da realidade).
Projetivo O pensam ento está atrelado aos gestos/m ovim en-
(1-3 tos. Há uma projeção do pensar em m anifestações
anos) motoras.
Início do desenvolvimento da função simbólica (mo
vida pela ação).
Momento de formação da persopalidade/construção
da subjetividade.
Há o predomínio dos aspectos afetivos na relação da
criança com o ambiente.
Busca de autonomia, “negação” do outro, contraposições
Persona- a ordens, comportamentos arredios em determinadas
lista situações, mas ainda com forte vínculo com a família e
(3 - 6 anos) necessidade de aprovação.
Pensamento sincrético (fabulação, contradição, incoe
rências na fala e na escrita etc). Função simbólica con
solidada.
Tentativa de autoconstituição, de construção de si.
121
N u n e s , A . I . B . L e S ilv e ir a , R .N .
Continuação
Pensa formando categorias, consegue organizar séries,
classificar, diferenciar. (Compreende a realidade de for
ma mais objetiva).
Interesses da criança pelos objetos externos, conheci
Categorial mento da realidade, curiosidades.
(6- 11 Energia do sujeito volta-se para o mundo externo.
anos) Conflitos entre ampliar o universo de atividades a se
rem conhecidas e preservar a relação com as p esso
a s importantes para ela.
Abrandamento dos conflitos/Trégua interpessoal
(D antas, 1990).
Inicia-se a puberdade e, com ela, m udanças no pla
no afetivo, n as relações consigo e com os outros.
O componente afetivo é mais “racionalizado” em virtu
Adolescên de de m udanças no cam po intelectual.
cia Momento de construção de si, de busca de novos
(11 anos sentidos.
em diante) D epara-se com o desafio (conflito) de buscar sua
identidade, de ampliar seus vínculos afetivos, sem
com isso perder a afeição de p esso as significativas
(pais, por exemplo).
122
P s ic o lo g ia d a A p re n d iz a g e m
• Emoção e intelecto
123
!
N u n e s , A . I.B .L e S ilv e ira , R .N .
124
P s ic o lo g ia d a A p re n d iz a g e m
125
Nunes, A .I.B.L e Silveira, R.N.
• Concepção de sujeito/aluno
126
P sicologia da Aprendizagem
• Dinâmica de sala
127
Nunes, A .I.B .L e Silveira, R.N
128
Psicologia da Aprendizagem
Síntese do Capítulo
Este capítulo abordou duas teorias psicológicas, funda
mentadas no materialismo histórico-dialético de Karl Marx,
e que têm dado significativas contribuições à educação. L. S.
Vygotsky investigando o psiquismo humano, define a apren
dizagem, processo central no desenvolvimento humano, como
apropriação de conhecimentos, habilidades, signos, valores,
envolvendo a interação do sujeito com o mundo cultural no
qual se insere. Henri W allon concebe o desenvolvimento hu
mano de forma integrada, por meio das dimensões intelectual,
afetiva e motora, bem como da alternância funcional entre ra
zão e emoção. Nesse processo, a aprendizagem tem papel im
portante como uma ação que requer atividade psíquica com
plexa e estruturação do próprio sujeito.
Atividades
129
Nunes, A.I.B.L e Silveira, R.N.
r*
Filmes Indicados
L. S. Vygotsky. Brasil (2006). Documentário apresentado pela
professora Marta Kohl da Universidade de São Paulo. ExpÜcita os
conceitos fundantes da obra de Vygotsky, em especial, na relação
com a educação. Coleção grandes educadores. 45 min.
Henri W allon. Brasil (2006). Documentário que traz a concep
ção de desenvolvimento walloniana, explicitada por Izabel Cal
vão, tornando acessível à compreensão das idéias centrais desse
estudioso. Duração: 30 min. Coleção grandes educadores.
Machuca. Chile/Espanha, Reino Unido, França, (2004). O encon
tro de dois meninos de classes sociais distintas, Pedro Machuca e
Gonzalo Infante, no Chile comunista de 1973, é tema central deste
interessante filme do diretor Andres Wood. Machuca, um meni
no pobre da periferia chilena, vai estudar em uma escola de elite,
como parte de um programa de integração proposto pelo diretor
do colégio. Lá, o menino enfrenta a exclusão e a intolerância por
130
Psicologia da Aprendizagem
Leitura Complementar
[■ IO desenvolvimento do psiquismo só pode ser estudado em re
lação com o ambiente complementar e específico que responde a
cada uma de suas formas. O único problema útil é o de questionar,
em face de cada comportamento, as condições de base que o tomam
possível e que relações ele torna possíveis, e depois a influência des
sas relações sobre a situação subjetiva e objetfva, sobre o indivíduo
e sobre o meio. Por exemplo, no homem, a influência recíproca de
sua constituição funcional e da civilização; na criança, as relações de
sua maturação e do ambiente social. [...] O homem não é totalmente
explicável através da fisiologia, pois seu comportamento e suas apti
dões específicas têm, como complemento e como condição essen
cial, a sociedade, com tudo o que esta comporta, em cada época,
de técnicas e de relações em que se amoldam a vida e as condutas
diversas de cada um. É muito difícil imaginar indivíduos isolados,
nos quais contatos mais ou m enos ocasionais teriam suscitados
as aptidões n ecessárias a existência em comum. Assim que surge
o homem, o grupo e o indivíduo parecem ser indissoluvelmente
solidários". (Henri Wallon, As origens do pensamento na criança
1989, p. 515).
131