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Discentes:
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Universidade São Tomás de Moçambique
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Índice
1. Introdução................................................................................................................................2
1.1. Objectivos.............................................................................................................................2
1.1.1. Geral...................................................................................................................................2
1.1.2. Específicos.........................................................................................................................2
2.2. Internalização........................................................................................................................3
3. Conclusão...............................................................................................................................10
4. Referências Bibliográficas.....................................................................................................11
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1. Introdução
As diversas teorias do desenvolvimento buscaram demonstrar, sob perspectivas diferentes, os
processos do desenvolvimento e as possíveis variações de acordo com a interferência de questões
emocionais, sociais, culturais.
No presente trabalho iremos falar sobre a teoria de desenvolvimento humano proposta por Lev
Vigotsky, que é a teoria histórico-cultural. É importante afirmar que paradigma de pesquisa
histórico-cultural de Vigotsky foi concebido dentro do quadro teórico do materialismo dialético e
da concepção materialista da história. O paradigma histórico-cultural de pesquisa de Vigotsky
assumiu a posição de que a realidade é inerentemente material e dialéctica. Ou seja, toda a
natureza e todos os seres vivos estão em constante movimento, mudança, e estão, portanto, em
constante transformação. Deste ponto de vista, cada estágio do desenvolvimento humano é o
produto de contradições que são inerentes ou implícitas em fases anteriores.
1.1. Objectivos
1.1.1. Geral
Abordar a Teoria Histórico-cultural de Vigotsky.
1.1.2. Específicos
Descrever os Aspectos Básicos sobre a Teoria Histórico-Cultural de Vigotsky;
Explicar a Relação entre Aprendizado e Desenvolvimento;
Descrever o Método Dialéctico de Elaboração do Conhecimento Científico;
Identificar as principais ideias da Teoria de Vigotsky.
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2. Elementos Básicos da Teoria Histórico – Cultural
2.1. A Génese Social das Funções Psicológicas Superiores
A Teoria Histórico-Cultural de Vigotski, em sua génese, pressupõe uma natureza social da
aprendizagem, ou seja, é por meio das interacções sociais que o indivíduo desenvolve suas
funções psicológicas superiores.
O aprendizado humano pressupõe uma natureza social específica e um processo através do qual
as crianças penetram na vida intelectual daqueles que as cercam. (VIGOTSKI, 2007, p.100)
2.2. Internalização
É através das relações com os outros homens, por meio da mediação de instrumentos,
principalmente por meio da linguagem (instrumento simbólico básico de todos os grupos
humanos) e dos objectos (instrumentos concretos), que o indivíduo chega a interiorizar os
elementos culturalmente estruturados. Vigotski chama de internalização, essa reconstrução
interna de uma operação externa.
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De acordo com ele, todas as funções no desenvolvimento da criança aparecem duas vezes, ou
seja, em dois momentos: no nível social (interpsicológico) e depois no nível individual
(intrapsicológico):
Filogénese – desenvolvimento da espécie humana ex: coisas que somos capazes de fazer. Pegar
em pinça, andamos, mas não voamos.
Sociogénese – história dos grupos sociais. Terceiro plano genético, história da cultura, onde o
sujeito está inserido. Ex: Puberdade – há mudanças biológicas, que são compreendidas de forma
diferente em cada cultura.
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saber algo como amarrar o sapato, antes o sujeito não sabia como fazê-lo, depois ele aprende
(algo aconteceu). A história de como aprendeu a amarrar o sapato é a microgênese.
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Capacidade de criar essas “ferramentas” é exclusiva da espécie humana.
É através dos instrumentos e signos que os processos de funcionamento psicológico são
fornecidos pela cultura.
5ª Tese – A análise psicológica deve ser capaz de conservar as características básicas dos
processos psicológicos, exclusivamente humanos:
Este princípio está baseado na ideia de que os processos psicológicos complexos se diferenciam
dos mecanismos mais elementares e não podem, portanto, ser reduzidos à cadeia de reflexos. Ao
abordar a consciência humana como produto da história social, aponta na direcção da
necessidade do estudo das mudanças que ocorrem no desenvolvimento mental a partir do
contexto social.
Em outras palavras, pode-se dizer que, no nível de desenvolvimento real, a criança consegue
fazer as actividades, independentemente da ajuda de outros, porque as funções psíquicas
necessárias para fazê-las já amadureceram nela. Já na zona de desenvolvimento proximal, a
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criança precisa de orientação de um adulto para fazer as actividades ou fazê-las em colaboração
com os companheiros mais capazes, porque as funções psíquicas necessárias para tal ainda não
amadureceram completamente, estando em processo de maturação.
Cabe, ainda, observar que a expressão “nível de desenvolvimento real” pode aparecer como
“nível de desenvolvimento actual” e a expressão “zona de desenvolvimento proximal” como
“zona de desenvolvimento imediato”, de acordo com as diferentes traduções da obra de Vigotski,
para a língua portuguesa.
De acordo com Eidt e Tuleski (2007, p.7), “aprendizagem e o desenvolvimento constituem uma
unidade dialéctica, onde a aprendizagem impulsionando o desenvolvimento, por sua vez gera
novas aprendizagens mais complexas, infinitamente”. Isso significa que a aprendizagem precede
o desenvolvimento, ou seja, a aprendizagem é a força impulsionadora do desenvolvimento das
funções psicológicas superiores no indivíduo.
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2.6. Método Dialéctico de Elaboração do Conhecimento Científico
No método dialéctico de elaboração do conhecimento científico proposto por Marx (2003), o
conhecimento parte do concreto empírico chegando ao concreto pensado, pela mediação do
abstracto. Em outras palavras, o conhecimento parte do realempírico, passando pelas
abstracções, pela teorização, chegando ao concreto pensado, que nada mais é do que o real, visto,
agora, em suas múltiplas determinações.
Em forma de esquema, assim pode ser representado o método dialéctico em seu processo de
realização:
CONCRETO CONCRETO
ABSTRATO
EMPÍRICO PENSADO
3. Conclusão
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Terminado o trabalho de pesquisa, o grupo concluí que a teoria de Vigotski considera que as
funções psíquicas são formadas na relação dialéctica do sujeito com a cultura e a sociedade. Essa
relação acontece tendo como mediadores, ou seja, como pontes entre indivíduo e meio, os
instrumentos e os signos, que são construídos culturalmente.
É importante destacar que para Vigotsky, a cultura molda o psicológico, isto é, determina a
maneira de pensar. Pessoas de diferentes culturas têm diferentes perfis psicológicos. As funções
psicológicas de uma pessoa são desenvolvidas ao longo do tempo e mediadas pelo social, através
de símbolos criados pela cultura. A linguagem representa a cultura e depende do intercâmbio
social.
Vale destacar também que a teoria sócio-histórica de Vigotsky contribui para a investigação a
respeito do processo de desenvolvimento e aprendizado. Para o desenvolvimento de sua teoria,
Vigotsky utiliza-se de conceitos que traduzem seu pensamento sobre a compreensão do processo
de construção do conhecimento. Desse modo, a aprendizagem conduz o desenvolvimento e é
responsável pela determinação do comportamento humano de superação, transformação e
suscitação constante – principalmente, por meio da linguagem. Nesse sentido, a linguagem é o
instrumento de mediação entre o eu e o outro, é a base da constituição e da formação da
subjectividade humana.
4. Referências Bibliográficas
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ANTÓNIO, Rosa Maria. Teoria Histórico-Cultural e Pedagogia Histórico-Crítica: o desafio do
método dialéctico na didáctica. Maringá, 2008.
MARX, Karl. Contribuição à Crítica da Economia Política. 3.ed. São Paulo: Martins Fontes,
2003.
VIGOTSKI, Lev S. A formação social da mente. 7.ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
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