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Coordenacao Trabalho Empreendimentos Construcao PDF
Coordenacao Trabalho Empreendimentos Construcao PDF
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4.3.2. Conteúdo da ficha de procedimentos de segurança ............................................ 34
4.3.3. Aplicação da ficha de procedimentos de segurança ............................................ 35
4.3.4. Controlo público da ficha de procedimentos de segurança.................................. 35
4.4. Compilação técnica da obra ........................................................................... 35
4.4.1. Objectivo da compilação técnica da obra .......................................................... 35
4.4.2. Elaboração da compilação técnica da obra ....................................................... 36
4.4.3. Conteúdo da compilação técnica da obra .......................................................... 36
4.4.4. Actualização da compilação técnica da obra ..................................................... 37
4.4.5. Recepção provisória da obra ............................................................................ 37
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INTRODUÇÃO
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força que presidem às soluções preconizadas: a importância da prevenção de
concepção e a necessidade de reforço da coordenação entre actores.
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1. SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO EM EMPREENDIMENTOS DA CONSTRUÇÃO
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obrigação de constituição de serviços de segurança, higiene e saúde no
trabalho.
1. Evitar os riscos;
2. Avaliar os riscos que não puderam ser evitados;
3. Combater os riscos na origem;
4. Adaptar o trabalho ao homem, especialmente no que se refere à concepção
dos postos de trabalho, bem como à escolha dos equipamentos de trabalho e
dos métodos de trabalho e de produção;
5. Ter em conta o estado de evolução da técnica;
6. Substituir o que é perigoso pelo que é isento de perigo ou menos perigoso;
7. Planificar a prevenção com um sistema coerente que integre a técnica, a
organização do trabalho, as condições de trabalho, as relações sociais e a
influência dos factores ambientais do trabalho;
8. Dar prioridade às medidas de protecção colectiva em relação às medidas de
protecção individual;
9. Dar instruções adequadas aos trabalhadores.
Ora, uma tal disciplina, por si só, dificilmente conseguiria abranger e enquadrar
toda a complexidade inerente ao desenrolar normal da actividade da construção.
Desde logo esta actividade tem como característica fundamental a sua estruturação
produtiva que decorre sempre em torno de um projecto insusceptível de repetição em
todos os seus aspectos. Quase se poderá dizer que neste sector de actividade se
edificam, permanentemente, “objectos singulares”. De facto, de projecto para projecto,
variam as características físicas do empreendimento, variam as envolventes
ambientais, varia a envolvente social e cultural onde se executa, varia o ambiente
humano e as diversas equipas de trabalho que se mobilizam para o construir e,
finalmente, este conjunto de variáveis desmultipilica-se ao longo de todo o processo,
desde o projecto à sua execução.
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Com efeito, a actividade inerente ao sector da construção civil e obras públicas
apresenta um significativo conjunto de particularidades que a distinguem das demais
actividades produtivas. Dessas particularidades relevam, em especial:
- A existência de três fases distintas no processo produtivo: concepção, organização
e execução dos trabalhos – que se desenvolvem em função de vários parâmetros,
de entre os quais avulta a utilização perspectivada para a edificação;
- A existência de um decisor, sempre presente ao longo daquelas fases – o dono da
obra acima do empregador – o empreiteiro −, cuja intervenção acontece,
fundamentalmente, na fase de execução da edificação;
- A relevância das opções de projecto, quer no domínio da arquitectura, quer no
domínio estrutural e, até, dos materiais, na realização dos trabalhos em obra;
- A pluralidade de intervenientes em cada uma das fases, de que resulta uma
natural conflitualidade.
Dono
Dono Equipadede
de
de Equipa
obra Programa projecto
projecto
obra
Projecto
Projecto concepção
Adjudicação
Adjudicação
organização
Entidade
Entidade
executante
executante
Subempreiteiro
Subempreiteiro Subempreiteiro
Subempreiteiro
Estaleiro
Estaleiro
execução
Edificação utilização
Fig. 1. Especificidades da actividade da construção
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Decorre, ainda, como se disse, a verificação, no empreendimento construtivo, de
três fases distintas, mas complementares e sequenciais, tendo em vista a utilização da
edificação:
– A concepção na qual se decide da implantação da edificação, se definem as
opções arquitectónicas e as escolhas técnicas necessárias à sua execução,
o tipo de materiais e equipamentos a incorporar... e se materializa o projecto;
– A organização onde se realizam todo um conjunto de actos preparatórios da
execução, designadamente a elaboração do caderno de encargos, a
selecção do(s) executante(s), a definição contratual dos termos em que o
projecto vai ser concretizado e a adjudicação da obra;
– A execução da edificação propriamente dita;
– A utilização da edificação nela se compreendendo todas a intervenções
construtivas ulteriores à sua conclusão e durante a sua vida útil.
A cada uma das fases corresponde um universo de actores cujos elementos são
específicos de cada uma delas, em função dos papéis próprios de cada um deles, mas
cujas decisões se projectam, influenciam e podem mesmo condicionar a acção dos
actores de fases subsequentes.
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negociação e de organização dos trabalhos e que são as condicionantes dos seus
processos de gestão da segurança e saúde do trabalho a que por lei está obrigado.
Acresce, ainda, nesta fase de realização de obra, de acordo com o preâmbulo da
mesma Directiva, que “... uma falha de coordenação, designadamente devido à
presença simultânea ou sucessiva de empresas diferentes num mesmo estaleiro
temporário ou móvel, pode provocar um número elevado de acidentes de trabalho.”
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de riscos profissionais nos estaleiros da construção, à luz dos princípios considerados
e da experiência de aplicação do DL n.º 155/95.
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- A comunicação prévia de abertura do estaleiro (art.º 15º do DL n.º 273/2003), que
visa publicitar perante todos os actores internos e externos os papeis e
responsabilidades de cada um dos intervenientes – quem faz o quê;
- O plano de segurança e saúde (art.º 6º e 11º do DL n.º 273/2003), cujo objectivo é
o de registar a avaliação de riscos realizada nas fases fundamentais do processo –
evitar e prevenir o quê – e clarificar as medidas de controlo e de gestão aplicáveis
para evitar ou minimizar esses riscos – prevenir como, quando e por quem;
- A ficha de procedimentos de segurança (art.º 14º do DL n.º 273/2003) que, de
forma mais simplificada, visa os mesmos objectivos do plano de segurança, aqui
em obras realizadas sem projecto e, por isso, sem que haja lugar à avaliação de
riscos nessa fase;
- A compilação técnica (art.º 16º do DL n.º 273/2003), para dinamizar a integração
de soluções que evitem os riscos, ou permitam a avaliação e o controlo desses
riscos, quando não evitados, nas intervenções a haver no decurso da vida útil da
edificação.
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direito público, bem como a trabalhadores independentes, no que respeita,
nomeadamente, aos seguintes trabalhos de construção de edifícios e de engenharia
civil, relativos, quer a obras públicas, quer a obras particulares:
- Escavação;
- Terraplanagem;
- Construção, ampliação, alteração, reparação, restauro, conservação e limpeza
de edifícios;
- Montagem e desmontagem de elementos pré-fabricados;
- Montagem e desmontagem de andaimes;
- Montagem e desmontagem de gruas e outros aparelhos elevatórios;
- Demolição;
- Construção, manutenção, conservação e alteração de vias de comunicação
rodoviárias, ferroviárias e aeroportuárias e suas infra-estruturas;
- Construção, manutenção, conservação e alteração de obras fluviais ou
marítimas;
- Construção, manutenção, conservação e alteração de túneis e obras de arte;
- Construção, manutenção, conservação e alteração de barragens;
- Construção, manutenção, conservação, alteração de silos e chaminés
industriais;
- Trabalhos especializados no domínio da água, tais como sistemas de irrigação,
de drenagem, de abastecimento de água e de águas residuais;
- Intervenções nas infra-estruturas de transporte e distribuição de electricidade,
gás e telecomunicações;
- Montagem e desmontagem de instalações técnicas e de equipamentos
diversos;
- Isolamentos e impermeabilizações.
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2. SISTEMA DE COORDENAÇÃO DE SEGURANÇA
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protecção da segurança e da saúde dos trabalhadores colocados sob a
responsabilidade de um dado empregador.
Em projecto:
- Assegurar que os autores do projecto tenham em atenção a integração dos
princípios gerais da prevenção de riscos profissionais no respectivo projecto;
- Elaborar ou validar tecnicamente o plano de segurança e saúde, quando este
for elaborado por outra pessoa designada pelo dono da obra;
- Iniciar a organização da compilação técnica da obra e completá-la quando não
existir coordenador de segurança em obra;
- Prestar informações ao dono da obra no âmbito da segurança, higiene e saúde
no trabalho;
- Apoiar o dono de obra, nos processos de contratualização da empreitada e nos
actos preparatórios da execução da obra na parte respeitante à segurança,
higiene e saúde no trabalho.
Em obra:
- Apoiar o dono da obra na elaboração e actualização da comunicação prévia;
- Apreciar o desenvolvimento e as alterações do plano de segurança e saúde
para a execução da obra e, sendo caso disso, propor à entidade executante as
alterações adequadas com vista à sua validação técnica;
- Analisar a adequabilidade da ficha de procedimentos de segurança e, sendo
caso disso, propor à entidade executante as alterações adequadas;
- Verificar a coordenação das actividades das empresas e dos trabalhadores
independentes que intervêm no estaleiro, tendo em vista a prevenção dos riscos
profissionais;
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- Promover e verificar o cumprimento do plano de segurança e saúde, bem como
das outras obrigações da entidade executante, dos subempreiteiros e dos
trabalhadores independentes, nomeadamente no que se refere à organização do
estaleiro, ao sistema de emergência, às condicionantes existentes no estaleiro e
na área envolvente, aos trabalhos que envolvam riscos especiais, aos processos
construtivos especiais, às actividades que possam ser incompatíveis no tempo
ou no espaço e ao sistema de comunicação entre os intervenientes na obra;
- Coordenar o controlo da correcta aplicação dos métodos de trabalho, na
medida em que daqui decorram influências na segurança e saúde no trabalho;
- Promover a divulgação recíproca entre todos os intervenientes no estaleiro de
informações sobre riscos profissionais e a sua prevenção;
- Registar as actividades de coordenação em matéria de segurança e saúde no
livro de obra, nos termos do regime jurídico aplicável ou, na sua falta, de acordo
com um sistema de registos apropriado que deve ser estabelecido para cada
obra;
- Assegurar que a entidade executante tome as medidas necessárias para que o
acesso ao estaleiro seja reservado a pessoas autorizadas;
- Informar o dono da obra sobre o resultado da avaliação da segurança e saúde
existente no estaleiro, bem como sobre as suas responsabilidades no âmbito do
presente diploma;
- Analisar as causas de acidentes graves que ocorram no estaleiro;
- Integrar na compilação técnica da obra os elementos decorrentes da execução
dos trabalhos que dela não constem.
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3. NOMEAÇÃO DOS COORDENADORES DE SEGURANÇA E SAÚDE
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-- Que envolvam a utilização de explosivos, ou susceptíveis de originarem
riscos derivados de atmosferas explosivas;
-- De montagem e desmontagem de elementos pré-fabricados ou outros, cuja
forma, dimensão ou peso exponham os trabalhadores a risco grave;
-- Que o dono da obra, o autor do projecto ou qualquer dos coordenadores de
segurança fundamentalmente considere susceptíveis de constituir risco
grave para a segurança e saúde dos trabalhadores.
Ou, ainda,
Quando for prevista a intervenção na execução da obra de duas ou mais
empresas (incluindo a entidade executante e subempreiteiros).
Projectoelaborado
Projecto elaboradopor
por
maisque
mais queumumsujeito,
sujeito, Nomeação pelo
contendoopções
contendo opções Dono de Obra de
arquitectónicas
arquitectónicas Coordenador de Segurança
eetécnicas
técnicascomplexas
complexas
para a fase de projecto
e Sim
Ostrabalhos
Os trabalhosaaexecutar
executarem
em
funçãodesse
função desseprojecto
projecto
envolvamriscos
envolvam riscosespeciais
especiais
Em obra:
Quando na obra intervierem duas ou mais empresas (incluindo a entidade
executante e subempreiteiros).
Nomeação pelo
Dono de Obra de
Coordenador de Segurança
para a fase de obra
Sim
Seem
Se emobra
obraintervierem
intervierem
duasou
duas oumais
maisempresas
empresas
Não
Aplicação do regime
geral da SHST
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seguintes circunstâncias fundamentais – a existência ou não de projecto, a possível
configuração de riscos especiais (enumerados no art.º 7º do DL n.º 273/2003) e a
pluralidade de intervenientes, tanto na fase de projecto, como na fase de obra.
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A qualificação para o exercício da função de coordenador de segurança deverá
assentar em três pilares fundamentais: a habilitação escolar de base nas valências
científicas ou técnicas relacionadas com a actividade, a experiência profissional no
sector e a frequência com aproveitamento de formação profissional específica no
âmbito da coordenação de segurança na construção.
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-- Assegurar que os subempreiteiros cumpram, na qualidade de empregadores,
as obrigações gerais de segurança e saúde e, em especial, as obrigações de
informação e comunicação, de organização do trabalho e de cooperação com
outros intervenientes;
--Assegurar que os trabalhadores independentes cumpram as obrigações
especiais de segurança e saúde e, em especial, no domínio da organização
do trabalho e da cooperação com outros intervenientes;
-- Reuniões entre os intervenientes no estaleiro sobre a prevenção de riscos
profissionais, com indicação de datas, participantes e assuntos tratados.
-- As actividades de avaliação de riscos profissionais efectuadas no estaleiro,
com indicação das datas, de quem as efectuou, dos trabalhos sobre que
incidiram, dos riscos identificados e das medidas de prevenção preconizadas.
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4. PLANEAMENTO DA SEGURANÇA E SAÚDE E OS INSTRUMENTOS DE COORDENAÇÃO EM
EMPREENDIMENTOS DA CONSTRUÇÃO
••Prazo
Prazode
deexecução
execução
superioraa30
superior 30dias
dias
ee ComunicaçãoPrévia
Comunicação Prévia
••Utilização
Utilizaçãode
de
de abertura
20trabalhadores
trabalhadores de abertura
20 doestaleiro
estaleiro
emsimultâneo
em simultâneo do
ou
••Somatório
Somatóriode
dedias
dias
detrabalho
de trabalhoprestado
prestado
pelos trabalhadores
trabalhadores 9Anexos
9Anexos
pelos 9Afixaçãono no
emobra
obrasuperior
superior 9Afixação
em estaleiro
estaleiro
aa500
500 9Envioàà
9Envio
Delegaçãoda
Delegação daIGT
IGT
9Comunicação
9Comunicação
dealterações
de alterações
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- Um total de mais de 500 dias de trabalho, correspondente ao somatório dos
dias de trabalho prestados por cada um dos trabalhadores.
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4.1.3. Comunicação relativa às alterações
Sempre que ocorram alterações aos dados inicialmente constantes da
comunicação prévia e tratando-se de elementos de informação constantes dos n.ºs 1 a
9 anteriores, o dono da obra deve comunicá-los:
- À IGT nas 48 horas seguintes;
- Ao coordenador de segurança em obra e à entidade executante, com a maior
brevidade possível.
Tratando-se de elementos de informação constantes do n.º 10, o dono da obra
deve comunicá-los mensalmente, à IGT.
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4.2.2. Elaboração do plano de segurança e saúde
O plano de segurança e saúde deve ser iniciado em simultâneo com o começo
das actividades de concepção (art.º 6º DL n.º 273/2003), deverá exprimir-se durante
toda a elaboração do projecto, ser materializado antes do momento da adjudicação da
obra (art.º 8º do DL n.º 273/2003). O seu desenvolvimento e especificação (art.º 11º do
DL n.º 273/2003) visam dotar a execução da obra de um instrumento actualizado e
eficaz que contenha a identificação dos riscos em presença, bem como das medidas
concretas de prevenção a adoptar.
Quando o projecto se desenvolva em diversas fases e diferentes momentos, a
elaboração do plano de segurança e saúde deve adequar-se a esta especificidade e
ter em conta a evolução do próprio projecto.
A elaboração do plano de segurança e saúde é obrigatória (art.º 5º/4 do DL n.º
273/2003), sempre que:
- Exista projecto da obra; ou,
Seja obrigatória a comunicação prévia.
A existência do plano de segurança e saúde é da responsabilidade do dono da
obra que deverá assegurá-la, ainda na fase de projecto, através das seguintes
fórmulas:
- Elaboração pelo coordenador de segurança em projecto;
Ou, em alternativa,
- Elaboração por outro técnico por si designado devendo, neste caso, o
coordenador de segurança validar tecnicamente o plano elaborado nestes
termos.
Regime
Regime
geralda
geral daSHST
SHST
Não
ÉÉobrigatória
obrigatóriaaa
ComunicaçãoPrévia
Comunicação Prévia Sim Planodede
Plano
Existe
Existe Sim Segurança
Segurança
projecto
projecto eeSaúde
Saúde
Ostrabalhos
Os trabalhosimplicam
implicam Sim **
riscosespeciais
riscos especiais Regime
Não Regime
geral daSHST
geral da SHST
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desenvolver e especificar o plano de segurança e saúde através, nomeadamente, da
avaliação dos riscos associados à execução da obra e da definição das respectivas
medidas de prevenção (art.º 5º/3 e 11º do DL n.º 273/2003).
Esta repartição de responsabilidades tem em conta o facto de a análise e
avaliação de riscos depender da informação disponível para o seu exercício,
assentando neste a tomada de decisões sobre as medidas de prevenção e controlo de
riscos Nestas circunstâncias, a avaliação de riscos passível de ser realizada a partir
das definições e desenvolvimento de projecto – o campo de intervenção do dono de
obra na fase de concepção e que constitui a base da contratualização a que se
procede na fase de organização dos trabalhos – carece de ser desenvolvida para
contemplar a avaliação de riscos suportada na informação de que é detentor a
entidade executante, em função da sua perspectiva para a execução da obra e para a
necessária mobilização de recursos. O mesmo raciocínio se aplica relativamente à
informação disponível pelos demais intervenientes em estaleiro. Daí a afirmação de
que as obrigações situadas no campo de responsabilidade do dono de obra –
concretizadas com a nomeação e a acção desenvolvida pelos coordenadores de
segurança em projecto e em obra – não se sobrepõem, nem exoneram os
empregadores das suas obrigações próprias decorrentes da legislação aplicável em
matéria de segurança e saúde do trabalho (art.º 10º do DL n.º 273/2003), em especial
a disciplina dos art.º 272º e segs. do Código do Trabalho e dos art.º 211º e segs. do
Regulamento do Código do Trabalho.
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- As especificações sobre a organização e programação da execução da obra a
incluir no eventual concurso da empreitada;
- As especificações sobre o desenvolvimento do plano de segurança e saúde
quando várias entidades executantes realizam partes distintas da obra.
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- A arrumação e a limpeza do estaleiro;
- As medidas correntes de organização do estaleiro;
- As modalidades e a cooperação entre a entidade executante, subempreiteiros
e trabalhadores independentes;
- A difusão da informação aos diversos intervenientes, nomeadamente,
empreiteiros, subempreiteiros, técnicos de segurança e higiene do trabalho,
trabalhadores por conta de outrem e trabalhadores independentes;
- As instalações sociais para o pessoal empregado na obra, nomeadamente,
dormitórios, balneários, vestiários, instalações sanitárias e refeitórios.
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4.2.5. Planeamento da prevenção de riscos profissionais: desenvolvimento e
especificação do plano de segurança e saúde
O plano de segurança e saúde iniciado com o começo dos trabalhos de concepção
do empreendimento construtivo carece de ser desenvolvido, especificado e
complementado pela entidade executante, tendo em vista a sua aplicação efectiva à
realização dos trabalhos de construção (art.º 11º do DL n.º 273/2003). Para o efeito,
deverá ter em consideração os seguintes aspectos essenciais:
- As definições do projecto e outros elementos resultantes do contrato entre o
dono da obra e a entidade executante que sejam relevantes para a segurança e
saúde dos trabalhadores durante a execução da obra;
- As actividades simultâneas ou incompatíveis que decorram no estaleiro ou na
sua proximidade;
- Os processos e métodos construtivos, incluindo os que exijam uma
planificação detalhada das medidas de segurança;
- Os equipamentos, materiais e produtos a utilizar;
- A programação dos trabalhos, a intervenção de subempreiteiros e
trabalhadores independentes, incluindo os respectivos prazos de execução;
- As medidas específicas respeitantes a riscos especiais;
- O projecto de estaleiro, incluindo os acessos, as circulações, a movimentação
de cargas, o armazenamento de materiais, produtos e equipamentos, as
instalações fixas e demais apoios à produção, as redes técnicas provisórias, a
evacuação de resíduos, a sinalização e as instalações sociais;
- A informação e a formação dos trabalhadores;
- O sistema de emergência, incluindo as medidas de prevenção, controlo e
combate a incêndios, de socorro e evacuação de trabalhadores.
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de cargas, apoios à produção, redes técnicas, recolha e evacuação dos
resíduos, armazenagem e controlo de acesso ao estaleiro;
- Requisitos de segurança e saúde segundo os quais devem decorrer os
trabalhos;
- Cronograma detalhado dos trabalhos;
- Condicionantes à selecção de subempreiteiros, trabalhadores independentes,
fornecedores de materiais e equipamentos de trabalho;
- Directrizes da entidade executante relativamente aos subempreiteiros e
trabalhadores independentes com actividade no estaleiro, em matéria de
prevenção de riscos profissionais;
- Meios para assegurar a cooperação entre os vários intervenientes na obra, tendo
presentes os requisitos de segurança e saúde estabelecidos;
- Sistema de gestão de informação e comunicação entre todos os intervenientes
no estaleiro, em matéria de prevenção de riscos profissionais;
- Sistemas de informação e de formação de todos os trabalhadores presentes no
estaleiro, em matéria de prevenção de riscos profissionais;
- Procedimentos de emergência, incluindo medidas de socorro e evacuação;
- Sistema de comunicação da ocorrência de acidentes e incidentes no estaleiro;
- Sistema de transmissão de informação ao coordenador de segurança em obra
para a elaboração da compilação técnica da obra;
- Instalações sociais para o pessoal empregado na obra, de acordo com as
exigências legais, nomeadamente dormitórios, balneários, vestiários, instalações
sanitárias e refeitórios.
Plano de
Plano de Segurança
Segurança ee Saúde
Saúde Riscos
Riscos
especiais
especiais
Informação Avaliação
Avaliação
Informação de riscos
de riscos Gestão de
de riscos
riscos
Gestão
Papeiseeresponsabilidades
Papeis responsabilidades
9Projecto
9Projecto 9Emprojecto
9Em projecto 9Redestécnicas
técnicas
9Redes
9Especificação
9Especificação 9Tipos de
9Tipos de 9Circulaçãoeeacessos
acessos
9Circulação
sobreriscos
sobre riscos trabalhos
trabalhos 9Movimentaçãode decargas
cargas
9Movimentação
especiais
especiais 9Processos
9Processos 9Instalaçãodedeequipamentos
equipamentos
construtivos 9Instalação
9Organograma
9Organograma
construtivos 9Informaçãosobre
sobreperigos
perigos
9Materiais
9Materiais 9Informação
doestaleiro
do estaleiro 9Planificaçãodosdostrabalhos
trabalhos
9Produtos
9Produtos 9Planificação
9Sistemade
9Sistema de 9Socorroeeevacuação
evacuação
9Programação
9Programação 9Socorro
registos
registos dostrabalhos
trabalhos 9Arrumaçãoeelimpeza
limpeza
dos 9Arrumação
9Riscos
9Riscos 9Comunicaçãoentre
9Comunicação entreactores
actores
especiais
especiais 9Instalaçõessociais
sociais
9Instalações
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4.2.7. Plano de segurança e saúde: informação complementar
O plano de segurança e saúde deverá, ainda, incluir os seguintes elementos de
informação (anexo III do DL n.º 273/2003):
- Peças de projecto com relevância para a prevenção de riscos profissionais;
- Especificação e detalhe relativos a trabalhos que apresentem riscos especiais;
- Organograma do estaleiro com definição de funções, tarefas e
responsabilidades;
- Registo das actividades inerentes à prevenção de riscos profissionais, tais
como fichas de controlo de equipamentos e instalações, modelos de relatórios
de avaliação das condições de segurança no estaleiro, fichas de inquérito de
acidentes de trabalho e notificação de subempreiteiros e de trabalhadores
independentes.
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-- Ser incluído pelo dono da obra no conjunto dos elementos que serve de
base à negociação, para que a entidade executante o conheça no momento
de contratar a empreitada;
-- Ficar anexo ao contrato de empreitada, qualquer que seja o tipo de
procedimento adoptado no concurso.
4.3.1. Objectivo
O regime actual procedeu a uma simplificação relativa aos instrumentos de
planeamento da prevenção de riscos profissionais associados à realização de
32
determinados trabalhos. Esta simplificação pretende assegurar uma efectiva aplicação
prática dos princípios da Directiva “Estaleiros temporários ou móveis” sem contudo
diminuir os níveis de segurança a observar na realização dos trabalhos de construção
(art.º 14º do DL n.º 273/2003).
Não Regime
Regime
Existe
Existe Não geralda
geral daSHST
SHST
projecto
projecto
Ostrabalhos
Os trabalhosimplicam
implicam
riscosespeciais
riscos especiais
Ficha de
Ficha de
Procedimentos
Procedimentos
Sim de
de Segurança
Segurança
**
* Elaborado pela entidade executante
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- Que envolvam a utilização de explosivos, ou susceptíveis de originarem riscos
derivados de atmosferas explosivas;
- De montagem e desmontagem de elementos pré-fabricados ou outros, cuja
forma, dimensão ou peso exponham os trabalhadores a risco grave;
- Que o dono da obra, o autor do projecto ou qualquer dos coordenadores de
segurança, fundamentalmente, considerem susceptíveis de constituir risco
grave para a segurança e saúde dos trabalhadores.
Ficha de
Ficha de Procedimentos
Procedimentos de
de Segurança
Segurança
Planificação no âmbito
Informação
da SHST
9Caracterizaçãoda
9Caracterização daobra
obra
9Intervenientes 9Riscoseemedidas
9Riscos medidas
9Intervenientes
9Envolventes:
9Envolventes:
deprevenção
de prevenção
••Características
Características
doterreno:
do terreno:
9Procedimentos de
9Procedimentos de
--Geológicas
Geológicas
emergência
--Hidrológicas
Hidrológicas emergência
--Geotécnicas
Geotécnicas
••Redes
Redestécnicas
técnicas
• Materiais
• Materiais
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4.3.3. Aplicação da ficha de procedimentos de segurança
Os trabalhos no estaleiro só poderão ser iniciados pela entidade executante
quando estiver disponível a respectiva ficha de procedimentos de segurança, cuja
adequabilidade deve ser previamente analisada pelo coordenador de segurança
(quando for obrigatória a sua nomeação).
Poderão ser introduzidas alterações aos conteúdos da ficha de procedimentos de
segurança, nomeadamente por proposta do coordenador de segurança em obra,
desde que justificadas e que não diminuam os níveis de segurança definidos na ficha.
A ficha de procedimentos de segurança deve estar acessível, no estaleiro, a
todos os intervenientes.
35
– Reunir a informação necessária que permita uma correcta avaliação de
riscos que não foram evitados e que possam estar presentes nos trabalhos a
realizar durante a vida útil da edificação.
CCoom
mppila
ilaççããoo TTééccnnicicaa ddaa OObbrraa
Inffoorrm
In maaççããoo PPla
lannific
ificaaççããoo nnoo ââm
mbbito
ito
ddaa SSHHSSTT
36
- Informações úteis para a planificação da segurança e saúde na realização de
trabalhos em locais da obra edificada cujo acesso e circulação apresentem riscos.
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5. RESPONSABILIDADES DOS DIVERSOS INTERVENIENTES
Dono Coordenadordedesegurança
segurançaem
emfase
fase
de
Coordenador
de projecto
concepção
de projecto
obra
Autordo
Autor do Plano de
Segurança Compilação
Projecto
Projecto
e Saúde Técnica
Comunicação
Comunicação
Prévia
Prévia
organização
Coordenadorde
Coordenador desegurança
segurançaem
em
fase de obra
fase de obra
Entidadeexecutante
executante
execução
Entidade
Serviçosde
Serviços de Empregador
Empregador
prevenção
prevenção Subempreiteiro
Subempreiteiro
Trabalhador
Trabalhador
independente
Edificação
independente
utilização
Fig. 10. Responsabilidades dos intervenientes no acto de construir
38
O papel do dono da obra, no que diz respeito à prevenção de riscos
profissionais, assume expressão significativa no quadro das opções conceptuais, da
programação e preparação da execução e da execução propriamente dita, nos
seguintes aspectos (art.º 17º do DL n.º 273/2003):
- Nomear os coordenadores de segurança, quer em projecto, quer em obra,
sempre que exista essa obrigatoriedade;
- Elaborar ou mandar elaborar o plano de segurança e saúde, quando tal for
obrigatório;
- Assegurar a divulgação do plano de segurança e saúde nos seguintes âmbitos:
-- Nas empreitadas de obras públicas, onde o plano de segurança e saúde
deve ser incluído no conjunto dos elementos que servem de base ao
concurso, ficando anexo ao contrato da empreitada;
-- Nas obras particulares, nas quais o plano de segurança e saúde deve
ser incluído no conjunto dos elementos que servem de base à
negociação;
- Aprovar o desenvolvimento e as alterações do plano de segurança e saúde para
a execução da obra;
- Dar conhecimento, por escrito, à entidade executante, do plano de segurança e
saúde aprovado;
- Impedir que a entidade executante inicie a implantação do estaleiro sem que
esteja aprovado o plano de segurança e saúde para a execução da obra;
- Comunicar previamente a abertura do estaleiro à IGT, nas situações em que
exista essa obrigatoriedade, entregando cópia dessa comunicação à entidade
executante;
- Comunicar à IGT, nas 48 horas seguintes, qualquer alteração dos elementos da
comunicação prévia e dar conhecimento das mesmas ao coordenador de
segurança em obra e à entidade executante;
- Comunicar mensalmente à IGT a actualização da identificação dos
subempreiteiros presentes em obra;
- Elaborar ou mandar elaborar a compilação técnica da obra;
- Quando intervierem duas ou mais entidades executantes na obra, designar a
entidade que deve tomar as medidas necessárias, para que o acesso ao
estaleiro seja reservado a pessoas autorizadas;
- Assegurar o cumprimento das regras de gestão e organização geral do estaleiro
incluídas no plano de segurança e saúde.
39
5.2. Autor do projecto
40
- Elaborar o plano de segurança e saúde em projecto, e iniciar a compilação
técnica da obra nas situações em que não haja coordenador de segurança
em projecto;
- Recolher junto da entidade executante os elementos necessários para
completar a compilação técnica da obra, nas situações em que não haja
coordenador de segurança em obra nem em projecto.
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- Tomar as medidas necessárias para que o acesso ao estaleiro seja reservado
a pessoas autorizadas;
5.4. Empregador
42
prevenção (art.º 273º do Código do Trabalho) e, em especial (art.º 22º do DL n.º
273/2003):
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No âmbito das obrigações genéricas:
- Mobilizar os recursos adequados dos seus serviços de segurança, higiene e saúde
no trabalho;
- Adoptar as prescrições mínimas de segurança e saúde no trabalho previstas em
regulamentação específica.
44
6. SISTEMA DE REGISTOS DOS INTERVENIENTES NO ESTALEIRO
Entidade
executante
Trabalhadores Trabalhadore s
Trabalhadores
Trabalhadores independentes Subempreiteiros
seus
seus independentes Subempreiteiros
Subempreiteiros
Subempreiteiros
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A entidade executante deve conservar este registo até um ano após o termo da
actividade no estaleiro.
Empregador
Trabalhadores
Trabalhadores Trabalhadores
seus
seus independentes
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7. COMUNICAÇÃO DA SINISTRALIDADE
47
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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