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Coordenação da segurança e saúde do trabalho

nos empreendimentos da construção

Data de emissão Setembro 2005


Data de revisão Setembro 2005
Autor GabIGT
Acesso Público
Índice
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 4

1. SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO EM EMPREENDIMENTOS DA CONSTRUÇÃO .............. 6


1.1. As especificidades da actividade da construção .................................................. 6
1.2. A abordagem preventiva na actividade da construção ...................................... 11
1.3. Âmbito de aplicação do normativo que regula a coordenação da segurança e
saúde nos empreendimentos da construção ............................................................. 12

2. SISTEMA DE COORDENAÇÃO DE SEGURANÇA ................................................................ 14


2.1. Distinção de papeis: coordenador de segurança e saúde versus técnico de
segurança e higiene do trabalho ................................................................................ 14
2.2. A missão dos coordenadores de segurança e saúde ........................................ 15

3. NOMEAÇÃO DOS COORDENADORES DE SEGURANÇA E SAÚDE ....................................... 17


3.1. Obrigação da sua nomeação .............................................................................. 17
3.2. Circunstâncias em que é obrigatória a nomeação de coordenador de segurança
e saúde ....................................................................................................................... 17
3.3. Exercício da coordenação de segurança e saúde ............................................. 19
3.3.1. Garantias de que dispõem os coordenadores de segurança e saúde ..................... 19
3.3.2. Requisitos para o exercício da função de coordenador de segurança e saúde ...... 19
3.4. Incompatibilidades no exercício da função de coordenador de segurança ....... 20
3.5. Registo das actividades de coordenação de segurança e saúde nos
empreendimentos da construção ............................................................................... 20

4. PLANEAMENTO DA SEGURANÇA E SAÚDE E OS INSTRUMENTOS DE COORDENAÇÃO EM


EMPREENDIMENTOS DA CONSTRUÇÃO .............................................................................. 22
4.1. Comunicação prévia de abertura do estaleiro ............................................... 22
4.1.1. Elaboração: quem e quando ............................................................................. 22
4.1.2. Conteúdo da comunicação prévia ..................................................................... 23
4.1.3. Comunicação relativa às alterações .................................................................. 24
4.1.4. Afixação da comunicação prévia no estaleiro .................................................... 24
4.2. Plano de segurança e saúde ......................................................................... 24
4.2.1. Objectivo do plano de segurança e saúde .......................................................... 24
4.2.2. Elaboração do plano de segurança e saúde ....................................................... 25
4.2.3. Referenciais para o plano de segurança e saúde ................................................ 26
4.2.4. Avaliação dos riscos profissionais e medidas de prevenção a incluir no plano de
segurança e saúde ..................................................................................................... 27
4.2.5. Planeamento da prevenção de riscos profissionais: desenvolvimento e especificação
do plano de segurança e saúde................................................................................... 29
4.2.6. Estrutura do plano de segurança e saúde .......................................................... 29
4.2.7. Plano de segurança e saúde: informação complementar ..................................... 31
4.2.8. Aprovação do plano de segurança e saúde pelo dono de obra e proposta de
alterações ................................................................................................................. 31
4.2.9. Inclusão do plano de segurança nos processos contratuais de edificação ............ 31
4.2.10. Aplicação do plano de segurança e saúde ........................................................ 32
4.2.11. Controlo do plano de segurança e saúde ......................................................... 32
4.3. Ficha de procedimentos de segurança .......................................................... 32
4.3.1. Objectivo ......................................................................................................... 32
4.3.2. Elaboração da ficha de procedimentos de segurança ......................................... 33

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4.3.2. Conteúdo da ficha de procedimentos de segurança ............................................ 34
4.3.3. Aplicação da ficha de procedimentos de segurança ............................................ 35
4.3.4. Controlo público da ficha de procedimentos de segurança.................................. 35
4.4. Compilação técnica da obra ........................................................................... 35
4.4.1. Objectivo da compilação técnica da obra .......................................................... 35
4.4.2. Elaboração da compilação técnica da obra ....................................................... 36
4.4.3. Conteúdo da compilação técnica da obra .......................................................... 36
4.4.4. Actualização da compilação técnica da obra ..................................................... 37
4.4.5. Recepção provisória da obra ............................................................................ 37

5. RESPONSABILIDADES DOS DIVERSOS INTERVENIENTES ................................................. 38


5.1. Dono da obra ....................................................................................................... 38
5.2. Autor do projecto ................................................................................................. 40
5.3. Entidade executante............................................................................................ 41
5.4. Empregador ......................................................................................................... 42
5.5. Trabalhador independente .................................................................................. 44

6. SISTEMA DE REGISTOS DOS INTERVENIENTES NO ESTALEIRO ........................................ 45


6.1. Registo a organizar pela entidade executante ................................................... 45
6.2. Registo a organizar por todos os empregadores ............................................... 46

7. COMUNICAÇÃO DA SINISTRALIDADE .............................................................................. 47

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................ 48

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INTRODUÇÃO

O acto de construir reveste-se de um conjunto significativo de especificidades


que levaram à adopção, pela União Europeia, de uma directiva relativa ao sistema de
coordenação da segurança e saúde no trabalho, nos estaleiros temporários ou móveis
da construção (Directiva n.º 92/57/CEE, do Conselho, de 24 de Junho). Esta medida
visou a implementação e o desenvolvimento adequados da filosofia da prevenção de
riscos profissionais contida na Directiva-Quadro para a segurança e saúde no trabalho
(Directiva n.º 89/391/CEE, do Conselho de 12 de Junho) às características da
actividade de construção.

A transposição da directiva europeia “Estaleiros temporários ou móveis” foi


efectuada, pelo nosso país, em 1995, através do Decreto-Lei n.º 155/95, de 1 de
Julho. Passados quase oito anos de vigência desse normativo, entendeu deverem-se
aprofundar alguns aspectos que a referida transposição não havia tratado de forma
suficientemente explicita, através da publicação do DL n.º 273/2003, de 29 de
Outubro. A experiência que a Inspecção-Geral do Trabalho retirou da aplicação
efectiva das disposições regulamentares contidas no texto da transposição da directiva
“Estaleiros temporários ou móveis” permitiu o exercício de uma das vertentes
fundamentais da acção da Inspecção-Geral do Trabalho – o contributo no âmbito dos
processos de melhoria legislativa.

A presente publicação tem, precisamente, por objectivo fazer uma


apresentação sucinta da disciplina do novo diploma, através de uma linguagem que,
procurando não ser estritamente jurídica, permita, às equipas de projecto, aos agentes
económicos do sector – donos de obra, empreiteiros e subempreiteiros – aos seus
quadros técnicos e aos profissionais da segurança e saúde do trabalho, percepcionar
as soluções agora contempladas e, dessa forma, melhor perspectivarem a sua
concretização no plano operacional.

Para tanto, o capítulo 1 faz um enquadramento do novo diploma no contexto do


regime jurídico de enquadramento da segurança e saúde do trabalho (art.º 272º e
segs. do Código do Trabalho). A reflexão sobre as especificidades intrínsecas ao acto
de construir que relevam para procurar a maior eficácia nos processos de escolha de
soluções preventivas e para satisfazer as exigências associadas ao planeamento e ao
jogo de actores implicado, permite precisar o objecto e o âmbito do diploma e as ideias

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força que presidem às soluções preconizadas: a importância da prevenção de
concepção e a necessidade de reforço da coordenação entre actores.

A configuração do papel da coordenação entre actores, polarizada na figura


dos coordenadores de segurança e saúde em projecto e em obra, constitui o tema
abordado no capítulo 2. Os aspectos que definem e estruturam o sistema de
coordenação – quem faz, o que faz, como faz, quando e com quem – permitem
abordar os domínios e o desenvolvimento das actividades de coordenação, a sua
referenciação aos demais actores, bem como a determinação do momento e a
previsão de especificações a observar na contratualização dos coordenadores de
segurança e saúde, matéria a que é desenvolvida no capítulo 3.

A prevenção de concepção e o planeamento da segurança e saúde em


empreendimentos da construção constituem eixos estruturantes deste novo diploma. A
sua abordagem, no capítulo 4, desenvolve-se em torno dos instrumentos que devem
materializar e publicitar as opções tomadas nesses domínios, em qualquer das fases
do acto de construir e reportadas a uma edificação concreta: a comunicação prévia de
abertura do estaleiro; o plano de segurança e saúde; a ficha de procedimentos de
segurança que realiza, a compilação técnica.
É às finalidades destes instrumentos de coordenação que podem reportar-se
as demais especificações que lhe são associadas, designadamente, a sua
obrigatoriedade, o momento da sua elaboração, da sua materialização, alteração e
aprovação, o seu conteúdo mínimo e as regras previstas para a sua utilização.

A complexidade relacional que é típica dos empreendimentos construtivos


suscita a necessidade de uma clarificação de papeis de cada um dos intervenientes,
quer para com a agregado de actores que lhe é próximo, quer para com o agregado
de actores que se sucede nas diversas fases do acto de construir quer, finalmente,
para com aqueles que, no futuro, vão utilizar a edificação ou aí realizar operações
construtivas. O capítulo 5 procede, precisamente, à identificação dos deveres que a lei
comete a cada um dos principais intervenientes.

Finalmente, o capítulo 6 identifica os principais registos que a lei reputa de


obrigatórios durante a fase de realização da obra, tendo em vista o conhecimento, a
caracterização e a tipologia contratual de vinculação do universo de intervenientes:
empresas, trabalhadores e trabalhadores independentes. O capítulo 7 aborda a
comunicação de acidentes mortais e graves às autoridades.

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1. SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO EM EMPREENDIMENTOS DA CONSTRUÇÃO

1.1. As especificidades da actividade da construção

O regime jurídico de enquadramento da segurança e saúde do trabalho (art.º


272º e segs. do Código do Trabalho e art.º 211º e segs. do Regulamento do Código do
Trabalho) que transpôs a Directiva-Quadro para a segurança e saúde do trabalho
(Directiva n.º 98/391/CEE) comete ao empregador uma obrigação geral no domínio da
prevenção de riscos profissionais: assegurar aos trabalhadores, qualquer que seja o
seu vínculo de emprego, condições de segurança, higiene e saúde em todos os
aspectos relacionados com o trabalho.
Esta obrigação geral, de acordo com os termos da sua definição, está
configurada como uma obrigação de resultado, uma vez que são fixados ao
empregador os objectivos a atingir, mas a concretização dos meios indispensáveis
para os atingir é deixada ao seu critério, com uma de amplitude considerável.
Entretanto, são precisados um conjunto de definições sistémicas sobre a estrutura
procedimental necessária à consecução dessa obrigação de resultado e aos inerentes
processos de decisão. A este propósito devem destacar-se os aspectos essenciais
seguintes:

– O dever de definir e desenvolver uma política global de segurança e saúde


do trabalho;
– O dever de o empregador desenvolver as actividades preventivas de acordo
com uma ordem fundamental de princípios gerais de prevenção;
– O dever fundamental de, no âmbito da hierarquia estabelecida nos princípios
gerais de prevenção, o empregador promover a avaliação dos riscos que não
puderam ser evitados;
– A promoção um quadro de participação na empresa para potenciar a acção
preventiva;
– A obrigação de desenvolver a cooperação e a coordenação sempre que se
realizem simultaneamente actividades, com outros empregadores e com os
respectivos trabalhadores, no mesmo local de trabalho;
– A organização e disponibilização de recursos adequados à implementação
das medidas de prevenção de forma integrada no processo produtivo, na
gestão e em todas as dimensões da empresa, de entre os quais avulta a

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obrigação de constituição de serviços de segurança, higiene e saúde no
trabalho.

Neste contexto, o dever de atender à hierarquia estabelecida nos princípios


gerais de prevenção (art.º 273º do Código do Trabalho e art.º 6.º da Directiva
89/391/CEE) significa a matriz de regras de condução da actividade preventiva
considerada adequada à consecução da obrigação de resultado referida. Tais
princípios conhecem a seguinte enunciação:

1. Evitar os riscos;
2. Avaliar os riscos que não puderam ser evitados;
3. Combater os riscos na origem;
4. Adaptar o trabalho ao homem, especialmente no que se refere à concepção
dos postos de trabalho, bem como à escolha dos equipamentos de trabalho e
dos métodos de trabalho e de produção;
5. Ter em conta o estado de evolução da técnica;
6. Substituir o que é perigoso pelo que é isento de perigo ou menos perigoso;
7. Planificar a prevenção com um sistema coerente que integre a técnica, a
organização do trabalho, as condições de trabalho, as relações sociais e a
influência dos factores ambientais do trabalho;
8. Dar prioridade às medidas de protecção colectiva em relação às medidas de
protecção individual;
9. Dar instruções adequadas aos trabalhadores.

Ora, uma tal disciplina, por si só, dificilmente conseguiria abranger e enquadrar
toda a complexidade inerente ao desenrolar normal da actividade da construção.
Desde logo esta actividade tem como característica fundamental a sua estruturação
produtiva que decorre sempre em torno de um projecto insusceptível de repetição em
todos os seus aspectos. Quase se poderá dizer que neste sector de actividade se
edificam, permanentemente, “objectos singulares”. De facto, de projecto para projecto,
variam as características físicas do empreendimento, variam as envolventes
ambientais, varia a envolvente social e cultural onde se executa, varia o ambiente
humano e as diversas equipas de trabalho que se mobilizam para o construir e,
finalmente, este conjunto de variáveis desmultipilica-se ao longo de todo o processo,
desde o projecto à sua execução.

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Com efeito, a actividade inerente ao sector da construção civil e obras públicas
apresenta um significativo conjunto de particularidades que a distinguem das demais
actividades produtivas. Dessas particularidades relevam, em especial:
- A existência de três fases distintas no processo produtivo: concepção, organização
e execução dos trabalhos – que se desenvolvem em função de vários parâmetros,
de entre os quais avulta a utilização perspectivada para a edificação;
- A existência de um decisor, sempre presente ao longo daquelas fases – o dono da
obra acima do empregador – o empreiteiro −, cuja intervenção acontece,
fundamentalmente, na fase de execução da edificação;
- A relevância das opções de projecto, quer no domínio da arquitectura, quer no
domínio estrutural e, até, dos materiais, na realização dos trabalhos em obra;
- A pluralidade de intervenientes em cada uma das fases, de que resulta uma
natural conflitualidade.

Dono
Dono Equipadede
de
de Equipa
obra Programa projecto
projecto
obra

Projecto
Projecto concepção
Adjudicação
Adjudicação
organização
Entidade
Entidade
executante
executante
Subempreiteiro
Subempreiteiro Subempreiteiro
Subempreiteiro
Estaleiro
Estaleiro
execução
Edificação utilização
Fig. 1. Especificidades da actividade da construção

Por outro lado, na actividade da construção o processo produtivo não se


desenvolve de forma estática, em torno de uma máquina, mas antes em função da
dinâmica um projecto que se materializa e que assume, mesmo quando se repete,
diferentes enquadramentos e actores distintos.

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Decorre, ainda, como se disse, a verificação, no empreendimento construtivo, de
três fases distintas, mas complementares e sequenciais, tendo em vista a utilização da
edificação:
– A concepção na qual se decide da implantação da edificação, se definem as
opções arquitectónicas e as escolhas técnicas necessárias à sua execução,
o tipo de materiais e equipamentos a incorporar... e se materializa o projecto;
– A organização onde se realizam todo um conjunto de actos preparatórios da
execução, designadamente a elaboração do caderno de encargos, a
selecção do(s) executante(s), a definição contratual dos termos em que o
projecto vai ser concretizado e a adjudicação da obra;
– A execução da edificação propriamente dita;
– A utilização da edificação nela se compreendendo todas a intervenções
construtivas ulteriores à sua conclusão e durante a sua vida útil.
A cada uma das fases corresponde um universo de actores cujos elementos são
específicos de cada uma delas, em função dos papéis próprios de cada um deles, mas
cujas decisões se projectam, influenciam e podem mesmo condicionar a acção dos
actores de fases subsequentes.

Neste processo destaca-se a presença constante de um decisor ao longo de


qualquer daquelas fases – o dono da obra – e a intervenção das equipas de projecto,
cujo papéis não são contemplados pelo regime jurídico de enquadramento da
segurança e saúde do trabalho enquanto sujeitos de uma obrigação legal. As decisões
do dono de obra, no plano económico e as opções dos projectistas, no plano
arquitectónico e das escolhas técnicas, revestem-se, sobretudo as primeiras, de
importância fundamental na definição do objecto a edificar, com repercussões ao nível
da segurança e da saúde, tanto no que diz respeito aos trabalhos a executar em
estaleiro, como à sua utilização ulterior e às intervenções construtivas que no futuro aí
se tenham que realizar. Por isso, a observância de aspectos determinantes que
constituem o objecto dos princípios gerais de prevenção estão intimamente
relacionados com as próprias definições do projecto da edificação. Aliás, o próprio
preâmbulo da Directiva n.º 92/57/CE evidencia que “... as escolhas arquitectónicas
e/ou organizacionais inadequadas ou uma má planificação dos trabalhos na
elaboração do projecto da obra contribuíram para mais de metade dos acidentes de
trabalho nos estaleiros da Comunidade.”

Nestas circunstâncias o executante (empreiteiro, subempreiteiro) é destinatário de


um conjunto de definições estabelecidas, quer em projecto, quer na fase de

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negociação e de organização dos trabalhos e que são as condicionantes dos seus
processos de gestão da segurança e saúde do trabalho a que por lei está obrigado.
Acresce, ainda, nesta fase de realização de obra, de acordo com o preâmbulo da
mesma Directiva, que “... uma falha de coordenação, designadamente devido à
presença simultânea ou sucessiva de empresas diferentes num mesmo estaleiro
temporário ou móvel, pode provocar um número elevado de acidentes de trabalho.”

Este conjunto de factores, associados à reconhecida penosidade do trabalho


desenvolvido em obra, que expõem os trabalhadores a riscos elevados, constituem a
justificação para necessidade uma abordagem que contemple as especificidades
referidas.

Desta singularidade decorre que a prevenção de riscos profissionais nos estaleiros


da construção se deverá estruturar, neste âmbito, segundo metodologias específicas,
que evidenciem a capacidade de acompanhar a dinâmica e as particularidades dos
projectos, dos respectivos processos construtivos e da teia de actores que neles
desenvolve a sua actividade.

Neste quadro, há muito identificado pelas instâncias da União Europeia, destacam-


se a valorização da prevenção de concepção e a implementação da coordenação de
segurança na construção como as matrizes estruturantes da prevenção de riscos
profissionais na actividade da construção. Esta lógica preventiva assenta na
abordagem dos seguintes aspectos fundamentais:
- A actuação ao nível dos princípios gerais de prevenção de riscos profissionais;
- As necessidades de uma maior coordenação;
- Os instrumentos de acção preventiva que materializem esses princípios;
- Os papéis específicos dos diversos actores do processo edificatório;
- A cadeia de responsabilidades dos diversos intervenientes.

A este propósito, haverá que evidenciar o DL n.º 273/2003, de 29 de Outubro, que


procede à revisão da regulamentação relativa às condições de segurança e saúde no
trabalho nos estaleiros temporários ou móveis e continua a assegurar a transposição
para o direito interno da Directiva n.º 92/57/CEE relativa às prescrições mínimas de
segurança e saúde no trabalho a aplicar em estaleiros temporários ou móveis, em
substituição do DL n.º 155/95, de 1 de Julho. Este diploma procura, ainda, dar
resposta eficaz às questões que dizem respeito à organização do sistema de gestão

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de riscos profissionais nos estaleiros da construção, à luz dos princípios considerados
e da experiência de aplicação do DL n.º 155/95.

1.2. A abordagem preventiva na actividade da construção

O DL n.º 273/2003 tem, precisamente, esse desiderato: estabelece regras


gerais de planeamento, organização e coordenação para promover a segurança,
higiene e saúde no trabalho em estaleiros da construção. A prevenção de concepção e
o planeamento da segurança e saúde nos empreendimentos da construção constituem
os eixos fundamentais deste diploma. Para tanto, considera-se a realidade do
empreendimento construtivo na sua globalidade, desde a concepção à sua execução e
posterior utilização, bem assim como o “jogo de actores” que aí se desenvolve, seja
em cada uma dessas fases, seja na transição entre fases. A sua disciplina legal
assenta em dois objectivos fundamentais:

– Levar a filosofia consagrada nos princípios gerais de prevenção ao acto de


projectar a edificação, designadamente quanto às opções arquitectónicas e
escolhas técnicas a materializar (prevenção de concepção), momento em que a
aplicação dos princípios gerais de prevenção (cfr. art.º 4º do DL n.º 273/2003), em
especial os seis primeiros, permite maior eficácia na configuração da segurança e
da saúde do trabalho;

– Reforçar a coordenação entre os diferentes intervenientes, desde a elaboração do


projecto da obra e também durante a realização da obra, para dinamizar a
articulação e a sucessão de intervenções, contemplando a diferente exigência de
planeamento da segurança e saúde do trabalho no âmbito de um empreendimento
construtivo (cfr. art.º 5º do DL n.º 273/2003), por relação ao âmbito desse
planeamento numa empresa, mesmo que ela seja do sector da construção (cfr.
art.º 239º e 240º do Regulamento do Código do Trabalho).

Esta abordagem desenvolve-se em torno de uma actividade de coordenação


sob a responsabilidade do dono de obra através da nomeação de coordenadores de
segurança e saúde em projecto e em obra (art.º 9º do DL n.º 273/2003) e dos
instrumentos que devem materializar em concreto e publicitar as opções tomadas
nesses domínios, em qualquer das fases do processo construtivo e reportadas a uma
edificação determinada:

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- A comunicação prévia de abertura do estaleiro (art.º 15º do DL n.º 273/2003), que
visa publicitar perante todos os actores internos e externos os papeis e
responsabilidades de cada um dos intervenientes – quem faz o quê;
- O plano de segurança e saúde (art.º 6º e 11º do DL n.º 273/2003), cujo objectivo é
o de registar a avaliação de riscos realizada nas fases fundamentais do processo –
evitar e prevenir o quê – e clarificar as medidas de controlo e de gestão aplicáveis
para evitar ou minimizar esses riscos – prevenir como, quando e por quem;
- A ficha de procedimentos de segurança (art.º 14º do DL n.º 273/2003) que, de
forma mais simplificada, visa os mesmos objectivos do plano de segurança, aqui
em obras realizadas sem projecto e, por isso, sem que haja lugar à avaliação de
riscos nessa fase;
- A compilação técnica (art.º 16º do DL n.º 273/2003), para dinamizar a integração
de soluções que evitem os riscos, ou permitam a avaliação e o controlo desses
riscos, quando não evitados, nas intervenções a haver no decurso da vida útil da
edificação.

Neste quadro, as metodologias preconizadas pelo regime jurídico de


enquadramento da segurança e saúde do trabalho (cfr. em especial o art.º 273º/1/2/3
do Código do Trabalho e o art.º 6º/1/2/3 da Directiva 89/391/CEE, quanto aos
princípios gerais de prevenção e os art.º 273º/4 e 275º/9 do Código do Trabalho e o
art.º 6º/4 da Directiva 89/391/CEE, quanto às obrigações de coordenação e
cooperação) aplicam-se plenamente ao domínio dos estaleiros temporários ou móveis.
Essa disciplina legal entende-se aplicável neste âmbito sem prejuízo de disposições
mais restritivas e/ou específicas constantes do DL n.º 273/2003 que transpõe a
Directiva n.º 92/57/CE. Esta ideia resulta reforçada pelo facto de se estabelecer uma
regra de intransferibilidade de responsabilidades no domínio da segurança e saúde no
trabalho (art.º 7º da Directiva n.º 92/57/CE e art.º 10º do DL 273/2003) entre o dono de
obra e o(s) coordenador(es) que nomeia, bem como daqueles para com os
empregadores envolvidos na execução da obra.

1.3. Âmbito de aplicação do normativo que regula a coordenação da segurança e


saúde nos empreendimentos da construção

O DL n.º 273/2003 aplica-se à actividade de construção, empreendida por todos os


ramos de actividade dos sectores privado, cooperativo e social, à administração
pública central, regional e local, aos institutos públicos e demais pessoas colectivas de

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direito público, bem como a trabalhadores independentes, no que respeita,
nomeadamente, aos seguintes trabalhos de construção de edifícios e de engenharia
civil, relativos, quer a obras públicas, quer a obras particulares:
- Escavação;
- Terraplanagem;
- Construção, ampliação, alteração, reparação, restauro, conservação e limpeza
de edifícios;
- Montagem e desmontagem de elementos pré-fabricados;
- Montagem e desmontagem de andaimes;
- Montagem e desmontagem de gruas e outros aparelhos elevatórios;
- Demolição;
- Construção, manutenção, conservação e alteração de vias de comunicação
rodoviárias, ferroviárias e aeroportuárias e suas infra-estruturas;
- Construção, manutenção, conservação e alteração de obras fluviais ou
marítimas;
- Construção, manutenção, conservação e alteração de túneis e obras de arte;
- Construção, manutenção, conservação e alteração de barragens;
- Construção, manutenção, conservação, alteração de silos e chaminés
industriais;
- Trabalhos especializados no domínio da água, tais como sistemas de irrigação,
de drenagem, de abastecimento de água e de águas residuais;
- Intervenções nas infra-estruturas de transporte e distribuição de electricidade,
gás e telecomunicações;
- Montagem e desmontagem de instalações técnicas e de equipamentos
diversos;
- Isolamentos e impermeabilizações.

As actividades de perfuração e extracção que tenham lugar no âmbito das


indústrias extractivas são excluídas do âmbito de aplicação do DL n.º 273/2003. A
indústria extractiva enquanto tal, por relevar de outro tipo de especificidades
produtivas, tem uma disciplina legal própria: o DL n.º 324/95, de 29 de Novembro e as
Portarias n.º 197/96 e n.º 198/96, ambas de 4 de Junho.

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2. SISTEMA DE COORDENAÇÃO DE SEGURANÇA

2.1. Distinção de papeis: coordenador de segurança e saúde versus técnico de


segurança e higiene do trabalho

O processo sequencial característico da actividade da construção expressa-se na


intervenção de uma pluralidade de actores, determinando vários momentos de
transição entre o que é projectado e o que é finalmente executado. Estas
circunstâncias, são potencialmente geradoras de confrontos de interesses e implicam
dificuldades para a fluidez dos processos de comunicação entre actores ao longo de
todas as fases do acto de construir. Daqui resulta a ideia de que a acção preventiva
reportada à realidade do empreendimento deve ser estruturada de molde a garantir
uma relação equilibrada e fiável entre todos os intervenientes no processo construtivo.
Neste contexto, os coordenadores de segurança e saúde – em projecto e em obra –
assumem um papel fulcral no âmbito da gestão da segurança e saúde do trabalho
própria dos empreendimentos da construção, no qual se situam como pivots e
garantes da implementação efectiva e da sua coerência durante todas as fases do
processo e junto de todos os intervenientes.
A este propósito, importa esclarecer que o papel dos coordenadores de segurança
e saúde para o sector da construção não deve ser confundido com o consignado
legalmente para os técnicos de segurança e higiene do trabalho (art.º 241º do
Regulamento do Código do Trabalho) ou para os médicos do trabalho (art.º 256º do
Regulamento do Código do Trabalho) os quais, no exercício dessas funções, se
inserem no contexto da gestão do sistema de segurança, higiene e saúde próprio das
empresas. Cumpre ter presente que o campo de gestão da empresa do sector da
construção não coincide com a gestão de um empreendimento construtivo. Com
efeito, nesta actividade os empregadores – empreiteiros e subempreiteiros –
desenvolvem uma actividade que, por natureza, se traduz, correntemente, na
mobilização de recursos próprios para a execução de diversos empreendimentos
construtivos onde outras empresas estarão, normalmente, presentes. De entre esses
recursos estão, precisamente, os serviços de segurança, higiene e saúde do trabalho
(art.º 239º e segs. do Regulamento do Código do Trabalho), entendidos como um
conjunto de meios materiais e organizacionais capazes de polarizar a gestão da
prevenção de riscos profissionais, apoiar tecnicamente os respectivos processos de
decisão e acção e articular a sua actividade com a de outros, tendo em vista a

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protecção da segurança e da saúde dos trabalhadores colocados sob a
responsabilidade de um dado empregador.

2.2. A missão dos coordenadores de segurança e saúde

Os coordenadores de segurança em projecto e em obra desempenham um papel


fundamental de aconselhamento e apoio técnico aos processos de decisão do dono de
obra e de dinamização da acção dos diversos intervenientes no que se refere à
observância dos princípios gerais de prevenção nas fases de elaboração do projecto,
de contratualização da empreitada, de execução dos trabalhos de construção e, até,
quanto à consideração das intervenções subsequentes à conclusão da edificação.
Neste quadro os coordenadores de segurança devem desenvolver,
nomeadamente, as seguintes actividades (art.º 13º do DL n.º 237/2003):

Em projecto:
- Assegurar que os autores do projecto tenham em atenção a integração dos
princípios gerais da prevenção de riscos profissionais no respectivo projecto;
- Elaborar ou validar tecnicamente o plano de segurança e saúde, quando este
for elaborado por outra pessoa designada pelo dono da obra;
- Iniciar a organização da compilação técnica da obra e completá-la quando não
existir coordenador de segurança em obra;
- Prestar informações ao dono da obra no âmbito da segurança, higiene e saúde
no trabalho;
- Apoiar o dono de obra, nos processos de contratualização da empreitada e nos
actos preparatórios da execução da obra na parte respeitante à segurança,
higiene e saúde no trabalho.

Em obra:
- Apoiar o dono da obra na elaboração e actualização da comunicação prévia;
- Apreciar o desenvolvimento e as alterações do plano de segurança e saúde
para a execução da obra e, sendo caso disso, propor à entidade executante as
alterações adequadas com vista à sua validação técnica;
- Analisar a adequabilidade da ficha de procedimentos de segurança e, sendo
caso disso, propor à entidade executante as alterações adequadas;
- Verificar a coordenação das actividades das empresas e dos trabalhadores
independentes que intervêm no estaleiro, tendo em vista a prevenção dos riscos
profissionais;

15
- Promover e verificar o cumprimento do plano de segurança e saúde, bem como
das outras obrigações da entidade executante, dos subempreiteiros e dos
trabalhadores independentes, nomeadamente no que se refere à organização do
estaleiro, ao sistema de emergência, às condicionantes existentes no estaleiro e
na área envolvente, aos trabalhos que envolvam riscos especiais, aos processos
construtivos especiais, às actividades que possam ser incompatíveis no tempo
ou no espaço e ao sistema de comunicação entre os intervenientes na obra;
- Coordenar o controlo da correcta aplicação dos métodos de trabalho, na
medida em que daqui decorram influências na segurança e saúde no trabalho;
- Promover a divulgação recíproca entre todos os intervenientes no estaleiro de
informações sobre riscos profissionais e a sua prevenção;
- Registar as actividades de coordenação em matéria de segurança e saúde no
livro de obra, nos termos do regime jurídico aplicável ou, na sua falta, de acordo
com um sistema de registos apropriado que deve ser estabelecido para cada
obra;
- Assegurar que a entidade executante tome as medidas necessárias para que o
acesso ao estaleiro seja reservado a pessoas autorizadas;
- Informar o dono da obra sobre o resultado da avaliação da segurança e saúde
existente no estaleiro, bem como sobre as suas responsabilidades no âmbito do
presente diploma;
- Analisar as causas de acidentes graves que ocorram no estaleiro;
- Integrar na compilação técnica da obra os elementos decorrentes da execução
dos trabalhos que dela não constem.

16
3. NOMEAÇÃO DOS COORDENADORES DE SEGURANÇA E SAÚDE

3.1. Obrigação da sua nomeação

Os coordenadores de segurança quer em projecto quer em obra são nomeados


pelo dono da obra (art.º 9º do DL n.º 273/2003). Os coordenadores de segurança
representam o dono da obra, em matéria de segurança, higiene e saúde no trabalho,
devendo a sua intervenção contribuir para a melhoria dos níveis de prevenção dos
riscos profissionais reportados a cada tipo de intervenção.

3.2. Circunstâncias em que é obrigatória a nomeação de coordenador de


segurança e saúde
A obrigação de nomear de coordenadores de segurança, quer para a fase de
projecto quer para a fase de obra (art.º 9º do DL n.º 273/2003), verifica-se em
circunstâncias determinadas em que haja uma pluralidade de sujeitos a intervir.
Em projecto:
- Quando o projecto da obra for elaborado por mais de um sujeito, desde que as
opções arquitectónicas e as escolhas técnicas dos projectistas impliquem
complexidade técnica para a integração dos princípios gerais de prevenção de
riscos profissionais; ou,

- Quando os trabalhos a executar envolvam os seguintes riscos especiais:


-- Que exponham os trabalhadores a risco de soterramento, de afundamento
ou de queda em altura, particularmente agravados pela natureza da
actividade ou dos meios utilizados, ou do meio envolvente do posto, ou da
situação de trabalho, ou do estaleiro;
-- Que exponham os trabalhadores a riscos químicos ou biológicos
susceptíveis de causar doenças profissionais;
-- Que exponham os trabalhadores a radiações ionizantes, quando for
obrigatória a designação de zonas controladas ou vigiadas;
-- Efectuados na proximidade de linhas eléctricas de média e alta tensão;
-- Efectuados em vias ferroviárias ou rodoviárias que se encontrem em
utilização, ou na sua proximidade;
-- De mergulho com aparelhagem ou que impliquem risco de afogamento;
-- Em poços, túneis, galerias ou caixões de ar comprimido;

17
-- Que envolvam a utilização de explosivos, ou susceptíveis de originarem
riscos derivados de atmosferas explosivas;
-- De montagem e desmontagem de elementos pré-fabricados ou outros, cuja
forma, dimensão ou peso exponham os trabalhadores a risco grave;
-- Que o dono da obra, o autor do projecto ou qualquer dos coordenadores de
segurança fundamentalmente considere susceptíveis de constituir risco
grave para a segurança e saúde dos trabalhadores.
Ou, ainda,
Quando for prevista a intervenção na execução da obra de duas ou mais
empresas (incluindo a entidade executante e subempreiteiros).

Projectoelaborado
Projecto elaboradopor
por
maisque
mais queumumsujeito,
sujeito, Nomeação pelo
contendoopções
contendo opções Dono de Obra de
arquitectónicas
arquitectónicas Coordenador de Segurança
eetécnicas
técnicascomplexas
complexas
para a fase de projecto
e Sim
Ostrabalhos
Os trabalhosaaexecutar
executarem
em
funçãodesse
função desseprojecto
projecto
envolvamriscos
envolvam riscosespeciais
especiais

ou Não O autor do projecto


garante a coordenação
Existaaaprevisão
Exista previsãoda
da
intervençãoememobra
obradede nessa fase do processo
intervenção
duasou
duas oumais
maisempresas
empresas edificatório

Fig. 2. Nomeação do coordenador de segurança em projecto

Em obra:
Quando na obra intervierem duas ou mais empresas (incluindo a entidade
executante e subempreiteiros).

Nomeação pelo
Dono de Obra de
Coordenador de Segurança
para a fase de obra
Sim
Seem
Se emobra
obraintervierem
intervierem
duasou
duas oumais
maisempresas
empresas

Não
Aplicação do regime
geral da SHST

Fig. 3. Nomeação do coordenador de segurança em obra

Em síntese, pode dizer-se que a obrigação de o dono de obra nomear


coordenadores de projecto e coordenadores de obra está relacionada com as

18
seguintes circunstâncias fundamentais – a existência ou não de projecto, a possível
configuração de riscos especiais (enumerados no art.º 7º do DL n.º 273/2003) e a
pluralidade de intervenientes, tanto na fase de projecto, como na fase de obra.

3.3. Exercício da coordenação de segurança e saúde

3.3.1. Garantias de que dispõem os coordenadores de segurança e saúde


O exercício da actividade de coordenador de segurança, quer em projecto, quer
em obra, deve ser objecto de contratualização (art.º 9º/3/4 do DL n.º 273/2003) que se
exprime sob a forma de declaração escrita do dono da obra, com a inclusão dos
seguintes elementos:
– A identificação da obra, do(s) coordenador(es) de segurança em projecto e em
obra;
– A identificação nominal, do(s) coordenador(es) de segurança, quando a
coordenação estiver cometida a uma pessoa colectiva;
– O objectivo de coordenação e as funções atribuídas a cada um dos
coordenadores;
– Os recursos a afectar ao exercício da coordenação;
– A referência à obrigatoriedade de todos os intervenientes cooperarem com os
coordenadores durante a elaboração do projecto e a execução da obra:
A declaração do dono da obra deve ser acompanhada de uma declaração de
aceitação subscrita pelo(s) coordenador(es).

Estas declarações são objecto de uma obrigação de publicitação (art.º 9º/5 do


DL n.º 273/2003) cuja responsabilidade incumbe:
– Ao dono de obra que as deve dar a conhecer a todos os membros da equipa de
projecto, ao fiscal da obra e à entidade executante;
– À entidade executante que, para além do dever de as transmitir a todos os
subempreiteiros e trabalhadores independentes por si contratados, tem também o
dever de as afixar no estaleiro em local bem visível.

3.3.2. Requisitos para o exercício da função de coordenador de segurança e


saúde
As actividades inerentes ao exercício da função de coordenador de segurança,
quer em projecto, quer em obra deverão ser exercidas por pessoa qualificada nos
termos previstos em legislação especial, a publicar.

19
A qualificação para o exercício da função de coordenador de segurança deverá
assentar em três pilares fundamentais: a habilitação escolar de base nas valências
científicas ou técnicas relacionadas com a actividade, a experiência profissional no
sector e a frequência com aproveitamento de formação profissional específica no
âmbito da coordenação de segurança na construção.

3.4. Incompatibilidades no exercício da função de coordenador de segurança


O coordenador de segurança em obra não pode intervir na execução da obra
como entidade executante, subempreiteiro ou trabalhador independente na acepção
do DL n.º 273/2003 (art.º 3º), nem ser trabalhador por conta da entidade executante ou
de qualquer subempreiteiro (art.º 9º/6).
Com a fixação de regras de incompatibilidade funcional do coordenador de
segurança pretende-se configurar um estatuto de equidistância face aos interesses de
que são portadores os demais intervenientes no projecto, na adjudicação e no
estaleiro que lhe permita o exercício credível da sua função de animação. Em função
desta finalidade, não existe incompatibilidade no caso em que o coordenador de
segurança em obra integra a equipa de fiscalização da obra. De igual modo, não
existe incompatibilidade no caso em que o coordenador de segurança em projecto
integra a respectiva equipa de projecto.

3.5. Registo das actividades de coordenação de segurança e saúde nos


empreendimentos da construção
As actividades relativas à coordenação de segurança e saúde deverão ser objecto
de registo. Este registo, que integra o plano de segurança e saúde, deve conter
(Anexo III do DL n.º 273/2003):
- As actividades do coordenador de segurança em obra, no que respeita a:
-- Promover e verificar o cumprimento do plano de segurança e saúde por parte
da entidade executante, dos subempreiteiros e dos trabalhadores
independentes que intervêm no estaleiro;
-- Coordenar as actividades da entidade executante, dos subempreiteiros e dos
trabalhadores independentes, tendo em vista a prevenção dos riscos
profissionais;
-- Promover a divulgação recíproca entre todos os intervenientes no estaleiro
de informações sobre riscos profissionais e sua prevenção.
- As actividades da entidade executante no que respeita a:
-- Promover e verificar o cumprimento do plano de segurança e saúde, bem
como das obrigações dos empregadores e dos trabalhadores independentes;

20
-- Assegurar que os subempreiteiros cumpram, na qualidade de empregadores,
as obrigações gerais de segurança e saúde e, em especial, as obrigações de
informação e comunicação, de organização do trabalho e de cooperação com
outros intervenientes;
--Assegurar que os trabalhadores independentes cumpram as obrigações
especiais de segurança e saúde e, em especial, no domínio da organização
do trabalho e da cooperação com outros intervenientes;
-- Reuniões entre os intervenientes no estaleiro sobre a prevenção de riscos
profissionais, com indicação de datas, participantes e assuntos tratados.
-- As actividades de avaliação de riscos profissionais efectuadas no estaleiro,
com indicação das datas, de quem as efectuou, dos trabalhos sobre que
incidiram, dos riscos identificados e das medidas de prevenção preconizadas.

21
4. PLANEAMENTO DA SEGURANÇA E SAÚDE E OS INSTRUMENTOS DE COORDENAÇÃO EM
EMPREENDIMENTOS DA CONSTRUÇÃO

4.1. Comunicação prévia de abertura do estaleiro

4.1.1. Elaboração: quem e quando


A comunicação prévia da abertura do estaleiro deverá ser efectuada pelo dono
da obra à Inspecção-Geral do Trabalho (art.º 15º/1 do DL n.º 273/2003) e dirigida às
respectivas delegações que tenham sob sua responsabilidade a área do território
nacional onde o empreendimento vai ser edificado.
A comunicação prévia prossegue dois objectivos fundamentais: por um lado,
publicitar perante toda a população presente no estaleiro as características
fundamentais da edificação a construir e a identificação dos principais actores com
relevância para a segurança e saúde do trabalho, respectivos papéis e
responsabilidades e, por outro lado, possibilitar à IGT o conhecimento de
determinados empreendimentos construtivos que, pela sua dimensão ou
complexidade devam ser objecto de intervenção a anteceder o início dos trabalhos em
estaleiro. A IGT terá assim a possibilidade de, por via desta intervenção a montante ,
contribuir para a definição de um bom nível de segurança inerente à execução da
obra.
A comunicação prévia deverá ser elaborada, sempre que seja previsível que a
execução da obra envolva uma das seguintes situações:

••Prazo
Prazode
deexecução
execução
superioraa30
superior 30dias
dias
ee ComunicaçãoPrévia
Comunicação Prévia
••Utilização
Utilizaçãode
de
de abertura
20trabalhadores
trabalhadores de abertura
20 doestaleiro
estaleiro
emsimultâneo
em simultâneo do

ou
••Somatório
Somatóriode
dedias
dias
detrabalho
de trabalhoprestado
prestado
pelos trabalhadores
trabalhadores 9Anexos
9Anexos
pelos 9Afixaçãono no
emobra
obrasuperior
superior 9Afixação
em estaleiro
estaleiro
aa500
500 9Envioàà
9Envio
Delegaçãoda
Delegação daIGT
IGT
9Comunicação
9Comunicação
dealterações
de alterações

Fig. 4. Obrigatoriedade de elaboração da comunicação prévia

- Um prazo total superior a 30 dias e, em qualquer momento, a utilização


simultânea de mais de 20 trabalhadores; ou,

22
- Um total de mais de 500 dias de trabalho, correspondente ao somatório dos
dias de trabalho prestados por cada um dos trabalhadores.

4.1.2. Conteúdo da comunicação prévia


A comunicação prévia a efectuar à IGT deve identificar os seguintes elementos de
caracterização do empreendimento e de identificação dos intervenientes (art.º 15º/2 do
DL n.º 273/2003):
1. O endereço completo do estaleiro;
2. A natureza dos trabalhos e a utilização prevista para a edificação;
3. O dono da obra, o autor ou autores do projecto e a entidade executante, bem
como os respectivos domicílios ou sedes;
4. O fiscal ou fiscais da obra, o coordenador de segurança em projecto e o
coordenador de segurança em obra, bem como os respectivos domicílios;
5. O director técnico da empreitada e o representante da entidade executante, se
for nomeado para permanecer no estaleiro durante a execução da obra, bem
como os respectivos domicílios, no caso de empreitada de obra pública;
6. O director da obra e o respectivo domicílio, no caso de obra particular;
7. As datas previsíveis para início e termo dos trabalhos no estaleiro;
8. A estimativa do número máximo de trabalhadores por conta de outrem e
independentes que estarão presentes em simultâneo no estaleiro, ou do
somatório dos dias de trabalho prestado por cada um dos trabalhadores,
consoante a comunicação prévia seja baseada nas circunstâncias que dão
origem à sua existência;
9. A estimativa do número de empresas e de trabalhadores independentes a
operar no estaleiro;
10. Os subempreiteiros já seleccionados.

A comunicação prévia deve, ainda, ser acompanhada dos seguintes elementos:


- Declaração do autor ou autores do projecto e do coordenador de segurança em
projecto, identificando a obra;
- Declarações da entidade executante, do coordenador de segurança em obra,
do fiscal ou fiscais da obra, do director técnico da empreitada, do representante
da entidade executante e do director da obra, identificando o estaleiro e as
datas previstas para início e termo dos trabalhos.

23
4.1.3. Comunicação relativa às alterações
Sempre que ocorram alterações aos dados inicialmente constantes da
comunicação prévia e tratando-se de elementos de informação constantes dos n.ºs 1 a
9 anteriores, o dono da obra deve comunicá-los:
- À IGT nas 48 horas seguintes;
- Ao coordenador de segurança em obra e à entidade executante, com a maior
brevidade possível.
Tratando-se de elementos de informação constantes do n.º 10, o dono da obra
deve comunicá-los mensalmente, à IGT.

4.1.4. Afixação da comunicação prévia no estaleiro


A entidade executante deverá afixar no estaleiro, em local bem visível, cópia da
comunicação prévia e das suas actualizações.

4.2. Plano de segurança e saúde

4.2.1. Objectivo do plano de segurança e saúde


O plano de segurança e saúde é o instrumento de prevenção de riscos
profissionais de maior relevância, de acordo com a filosofia da directiva “Estaleiros
temporários ou móveis da construção”. A formulação da lei (art.º 5º e segs. do DL n.º
273/2003) apresenta algumas inovações relativamente ao anterior quadro legal. Com
o novo regime é efectuada a previsão de que se deve verificar na elaboração do plano
de segurança e saúde a participação, quer do dono da obra, quer da entidade
executante. O dono da obra tem a obrigação de iniciar durante a fase de projecto a
elaboração desse instrumento de prevenção, cabendo à entidade executante o seu
desenvolvimento e especificação, nomeadamente quanto à avaliação e hierarquização
dos riscos e à implementação das respectivas medidas de prevenção.
De realçar, também, a previsão da sua actualização e reformulação, ao longo do
processo construtivo, para os casos em que o projecto da obra não se encontre
concluído até ao início dos trabalhos no estaleiro. Admite-se, pois, pragmaticamente,
que no início dos trabalhos do empreendimento construtivo o plano de segurança e
saúde não analise as operações construtivas e não contemple as propostas
preventivas específicas relativamente à totalidade dos trabalhos a executar,
salvaguardando, contudo, que nenhuma operação de construção possa ser iniciada,
sem que, previamente, tenha sido prevista e materializada a prevenção dos riscos
profissionais, inerentes à sua execução.

24
4.2.2. Elaboração do plano de segurança e saúde
O plano de segurança e saúde deve ser iniciado em simultâneo com o começo
das actividades de concepção (art.º 6º DL n.º 273/2003), deverá exprimir-se durante
toda a elaboração do projecto, ser materializado antes do momento da adjudicação da
obra (art.º 8º do DL n.º 273/2003). O seu desenvolvimento e especificação (art.º 11º do
DL n.º 273/2003) visam dotar a execução da obra de um instrumento actualizado e
eficaz que contenha a identificação dos riscos em presença, bem como das medidas
concretas de prevenção a adoptar.
Quando o projecto se desenvolva em diversas fases e diferentes momentos, a
elaboração do plano de segurança e saúde deve adequar-se a esta especificidade e
ter em conta a evolução do próprio projecto.
A elaboração do plano de segurança e saúde é obrigatória (art.º 5º/4 do DL n.º
273/2003), sempre que:
- Exista projecto da obra; ou,
Seja obrigatória a comunicação prévia.
A existência do plano de segurança e saúde é da responsabilidade do dono da
obra que deverá assegurá-la, ainda na fase de projecto, através das seguintes
fórmulas:
- Elaboração pelo coordenador de segurança em projecto;
Ou, em alternativa,
- Elaboração por outro técnico por si designado devendo, neste caso, o
coordenador de segurança validar tecnicamente o plano elaborado nestes
termos.

Regime
Regime
geralda
geral daSHST
SHST
Não
ÉÉobrigatória
obrigatóriaaa
ComunicaçãoPrévia
Comunicação Prévia Sim Planodede
Plano
Existe
Existe Sim Segurança
Segurança
projecto
projecto eeSaúde
Saúde
Ostrabalhos
Os trabalhosimplicam
implicam Sim **
riscosespeciais
riscos especiais Regime
Não Regime
geral daSHST
geral da SHST

* Elaborado pelo coordenador de segurança em projecto ou por técnico


designado pelo dono de obra

Fig. 5. Obrigatoriedade de elaboração de plano de segurança e saúde

Para a execução da obra, o dono da obra deverá dispor do desenvolvimento do


plano de segurança e saúde iniciado na fase do projecto. Cabe à entidade executante

25
desenvolver e especificar o plano de segurança e saúde através, nomeadamente, da
avaliação dos riscos associados à execução da obra e da definição das respectivas
medidas de prevenção (art.º 5º/3 e 11º do DL n.º 273/2003).
Esta repartição de responsabilidades tem em conta o facto de a análise e
avaliação de riscos depender da informação disponível para o seu exercício,
assentando neste a tomada de decisões sobre as medidas de prevenção e controlo de
riscos Nestas circunstâncias, a avaliação de riscos passível de ser realizada a partir
das definições e desenvolvimento de projecto – o campo de intervenção do dono de
obra na fase de concepção e que constitui a base da contratualização a que se
procede na fase de organização dos trabalhos – carece de ser desenvolvida para
contemplar a avaliação de riscos suportada na informação de que é detentor a
entidade executante, em função da sua perspectiva para a execução da obra e para a
necessária mobilização de recursos. O mesmo raciocínio se aplica relativamente à
informação disponível pelos demais intervenientes em estaleiro. Daí a afirmação de
que as obrigações situadas no campo de responsabilidade do dono de obra –
concretizadas com a nomeação e a acção desenvolvida pelos coordenadores de
segurança em projecto e em obra – não se sobrepõem, nem exoneram os
empregadores das suas obrigações próprias decorrentes da legislação aplicável em
matéria de segurança e saúde do trabalho (art.º 10º do DL n.º 273/2003), em especial
a disciplina dos art.º 272º e segs. do Código do Trabalho e dos art.º 211º e segs. do
Regulamento do Código do Trabalho.

4.2.3. Referenciais para o plano de segurança e saúde


O plano de segurança e saúde na fase de projecto deve ter em conta as definições
deste, bem como todas as condições estabelecidas para a execução da obra,
entretanto definidas e relevantes para o planeamento da prevenção de riscos
profissionais (art.º 6º/1 do DL n.º 273/2003), nomeadamente:
- O tipo da edificação, o uso previsto, as opções arquitectónicas, as definições
estruturais e das demais especialidades de projecto, as soluções construtivas
preconizadas, os produtos e materiais a utilizar, devendo ainda incluir as peças
escritas e desenhadas dos projectos, que sejam relevantes para a prevenção
de riscos profissionais;
- As características geológicas, hidrológicas e geotécnicas do terreno, as redes
técnicas aéreas ou subterrâneas, as actividades que eventualmente decorram
no local ou na sua proximidade e outros elementos envolventes que possam
ter implicações para a prevenção de riscos profissionais, durante a execução
dos trabalhos;

26
- As especificações sobre a organização e programação da execução da obra a
incluir no eventual concurso da empreitada;
- As especificações sobre o desenvolvimento do plano de segurança e saúde
quando várias entidades executantes realizam partes distintas da obra.

4.2.4. Avaliação dos riscos profissionais e medidas de prevenção a incluir no


plano de segurança e saúde
O plano de segurança e saúde deve constituir-se como suporte de registo da
avaliação dos riscos profissionais e de definição das medidas de prevenção
específicas a adoptar (art.º 6º/2 e anexo I do DL n.º 273/2003). Para tanto, deverá ter
em consideração os aspectos de informação e avaliação de riscos seguintes:
- Identificação das situações susceptíveis de causar risco e que não puderem
ser evitadas em projecto, bem como as respectivas medidas de prevenção;
- Os tipos de trabalho a executar;
- As metodologias relativas aos processos construtivos, bem como os materiais
e produtos que sejam definidos no projecto ou no caderno de encargos;
- As fases da obra e programação da execução dos diversos trabalhos;
- Os riscos especiais para a segurança e saúde dos trabalhadores.

Este instrumento fundamental no domínio do planeamento e gestão da prevenção


de riscos profissionais nos empreendimentos da construção deve, ainda, integrar os
aspectos relativos à gestão e organização geral do estaleiro da obra,
nomeadamente:
- Os domínios da responsabilidade de cada interveniente;
- A instalação e o funcionamento de redes técnicas provisórias, nomeadamente
de electricidade, gás e comunicações, infra-estruturas de abastecimento de
água e sistemas de evacuação de resíduos;
- A delimitação, acessos, circulações horizontais e verticais e permanência de
veículos e pessoas;
- A movimentação mecânica e manual de cargas;
- As instalações e os equipamentos de apoio à produção;
- A informação sobre os materiais, produtos, substâncias e preparações
perigosas a utilizar em obra;
- A planificação das actividades que visem evitar riscos inerentes à sua
sobreposição ou sucessão, no espaço e no tempo;
- O cronograma dos trabalhos a realizar em obra;
- As medidas de socorro e evacuação;

27
- A arrumação e a limpeza do estaleiro;
- As medidas correntes de organização do estaleiro;
- As modalidades e a cooperação entre a entidade executante, subempreiteiros
e trabalhadores independentes;
- A difusão da informação aos diversos intervenientes, nomeadamente,
empreiteiros, subempreiteiros, técnicos de segurança e higiene do trabalho,
trabalhadores por conta de outrem e trabalhadores independentes;
- As instalações sociais para o pessoal empregado na obra, nomeadamente,
dormitórios, balneários, vestiários, instalações sanitárias e refeitórios.

O plano de segurança e saúde deve efectuar, com o grau de detalhe adequado, a


previsão de medidas destinadas a prevenir os riscos especiais (art.º 7º do DL n.º
273/2003) para a segurança e saúde dos trabalhadores, decorrentes da realização dos
trabalhos que a seguir se discriminam:
- Que exponham os trabalhadores a risco de soterramento, de afundamento ou
de queda em altura, particularmente agravados pela natureza da actividade ou
dos meios utilizados, ou do meio envolvente do posto, ou da situação de
trabalho, ou do estaleiro;
- Que exponham os trabalhadores a riscos químicos ou biológicos susceptíveis
de causar doenças profissionais;
- Que exponham os trabalhadores a radiações ionizantes, quando for obrigatória
a designação de zonas controladas ou vigiadas;
- Efectuados na proximidade de linhas eléctricas de média e alta tensão;
- Efectuados em vias ferroviárias ou rodoviárias que se encontrem em utilização,
ou na sua proximidade;
- De mergulho com aparelhagem ou que impliquem risco de afogamento;
- Em poços, túneis, galerias ou caixões de ar comprimido;
- Que envolvam a utilização de explosivos, ou susceptíveis de originarem riscos
derivados de atmosferas explosivas;
- De montagem e desmontagem de elementos pré-fabricados ou outros, cuja
forma, dimensão ou peso exponham os trabalhadores a risco grave;
- Que o dono da obra, o autor do projecto ou qualquer dos coordenadores de
segurança fundamentalmente considere susceptíveis de constituir risco grave
para a segurança e saúde dos trabalhadores.

28
4.2.5. Planeamento da prevenção de riscos profissionais: desenvolvimento e
especificação do plano de segurança e saúde
O plano de segurança e saúde iniciado com o começo dos trabalhos de concepção
do empreendimento construtivo carece de ser desenvolvido, especificado e
complementado pela entidade executante, tendo em vista a sua aplicação efectiva à
realização dos trabalhos de construção (art.º 11º do DL n.º 273/2003). Para o efeito,
deverá ter em consideração os seguintes aspectos essenciais:
- As definições do projecto e outros elementos resultantes do contrato entre o
dono da obra e a entidade executante que sejam relevantes para a segurança e
saúde dos trabalhadores durante a execução da obra;
- As actividades simultâneas ou incompatíveis que decorram no estaleiro ou na
sua proximidade;
- Os processos e métodos construtivos, incluindo os que exijam uma
planificação detalhada das medidas de segurança;
- Os equipamentos, materiais e produtos a utilizar;
- A programação dos trabalhos, a intervenção de subempreiteiros e
trabalhadores independentes, incluindo os respectivos prazos de execução;
- As medidas específicas respeitantes a riscos especiais;
- O projecto de estaleiro, incluindo os acessos, as circulações, a movimentação
de cargas, o armazenamento de materiais, produtos e equipamentos, as
instalações fixas e demais apoios à produção, as redes técnicas provisórias, a
evacuação de resíduos, a sinalização e as instalações sociais;
- A informação e a formação dos trabalhadores;
- O sistema de emergência, incluindo as medidas de prevenção, controlo e
combate a incêndios, de socorro e evacuação de trabalhadores.

4.2.6. Estrutura do plano de segurança e saúde


O plano de segurança e saúde a desenvolver no âmbito da execução da obra deve
observar a seguinte estrutura (anexo II. do DL n.º 273/2003):
- Avaliação e hierarquização dos riscos reportados ao processo construtivo,
abordado operação a operação de acordo com o cronograma dos trabalhos, com
a previsão dos riscos correspondentes a cada uma dessas operações por
referência à sua origem, e a explicitação das adequadas técnicas de prevenção
que devem ser objecto de representação gráfica sempre que se afigure
necessário;
- Projecto do estaleiro e memória descritiva, contendo informações sobre
sinalização, circulação, utilização e controlo dos equipamentos, movimentação

29
de cargas, apoios à produção, redes técnicas, recolha e evacuação dos
resíduos, armazenagem e controlo de acesso ao estaleiro;
- Requisitos de segurança e saúde segundo os quais devem decorrer os
trabalhos;
- Cronograma detalhado dos trabalhos;
- Condicionantes à selecção de subempreiteiros, trabalhadores independentes,
fornecedores de materiais e equipamentos de trabalho;
- Directrizes da entidade executante relativamente aos subempreiteiros e
trabalhadores independentes com actividade no estaleiro, em matéria de
prevenção de riscos profissionais;
- Meios para assegurar a cooperação entre os vários intervenientes na obra, tendo
presentes os requisitos de segurança e saúde estabelecidos;
- Sistema de gestão de informação e comunicação entre todos os intervenientes
no estaleiro, em matéria de prevenção de riscos profissionais;
- Sistemas de informação e de formação de todos os trabalhadores presentes no
estaleiro, em matéria de prevenção de riscos profissionais;
- Procedimentos de emergência, incluindo medidas de socorro e evacuação;
- Sistema de comunicação da ocorrência de acidentes e incidentes no estaleiro;
- Sistema de transmissão de informação ao coordenador de segurança em obra
para a elaboração da compilação técnica da obra;
- Instalações sociais para o pessoal empregado na obra, de acordo com as
exigências legais, nomeadamente dormitórios, balneários, vestiários, instalações
sanitárias e refeitórios.

Plano de
Plano de Segurança
Segurança ee Saúde
Saúde Riscos
Riscos
especiais
especiais

Informação Avaliação
Avaliação
Informação de riscos
de riscos Gestão de
de riscos
riscos
Gestão
Papeiseeresponsabilidades
Papeis responsabilidades
9Projecto
9Projecto 9Emprojecto
9Em projecto 9Redestécnicas
técnicas
9Redes
9Especificação
9Especificação 9Tipos de
9Tipos de 9Circulaçãoeeacessos
acessos
9Circulação
sobreriscos
sobre riscos trabalhos
trabalhos 9Movimentaçãode decargas
cargas
9Movimentação
especiais
especiais 9Processos
9Processos 9Instalaçãodedeequipamentos
equipamentos
construtivos 9Instalação
9Organograma
9Organograma
construtivos 9Informaçãosobre
sobreperigos
perigos
9Materiais
9Materiais 9Informação
doestaleiro
do estaleiro 9Planificaçãodosdostrabalhos
trabalhos
9Produtos
9Produtos 9Planificação
9Sistemade
9Sistema de 9Socorroeeevacuação
evacuação
9Programação
9Programação 9Socorro
registos
registos dostrabalhos
trabalhos 9Arrumaçãoeelimpeza
limpeza
dos 9Arrumação
9Riscos
9Riscos 9Comunicaçãoentre
9Comunicação entreactores
actores
especiais
especiais 9Instalaçõessociais
sociais
9Instalações

Fig. 6. Conteúdo mínimo do plano de segurança e saúde

30
4.2.7. Plano de segurança e saúde: informação complementar
O plano de segurança e saúde deverá, ainda, incluir os seguintes elementos de
informação (anexo III do DL n.º 273/2003):
- Peças de projecto com relevância para a prevenção de riscos profissionais;
- Especificação e detalhe relativos a trabalhos que apresentem riscos especiais;
- Organograma do estaleiro com definição de funções, tarefas e
responsabilidades;
- Registo das actividades inerentes à prevenção de riscos profissionais, tais
como fichas de controlo de equipamentos e instalações, modelos de relatórios
de avaliação das condições de segurança no estaleiro, fichas de inquérito de
acidentes de trabalho e notificação de subempreiteiros e de trabalhadores
independentes.

4.2.8. Aprovação do plano de segurança e saúde pelo dono de obra e proposta


de alterações
O desenvolvimento e especificação do plano de segurança e saúde, a cargo da
entidade executante, deverão ser sujeitos à aprovação do dono da obra, com base em
parecer técnico do coordenador de segurança em obra (art.º 12º do DL n.º 273/2003).
Os subempreiteiros poderão sugerir à entidade executante soluções alternativas
às preconizadas no plano de segurança e saúde, desde que justificadas e que não
diminuam os níveis de segurança definidos no plano.
A entidade executante pode, também, propor ao dono da obra a adopção de
soluções alternativas que respeitem os pressupostos enunciados no parágrafo
anterior.
O dono de obra, após validação técnica das eventuais sugestões por parte do
coordenador de segurança em obra, procederá à aprovação das alterações, passando
estas a integrar o plano de segurança e saúde para a realização da obra.

4.2.9. Inclusão do plano de segurança nos processos contratuais de edificação


O plano de segurança e saúde deve integrar determinadas fases do processo
edificatório (art.º 8º do DL n.º 273/2003). Assim:
- No regime de empreitadas de obras públicas, o plano de segurança e saúde deve
ser incluído pelo dono da obra no conjunto de elementos que servem de base ao
concurso;
- Tratando-se de obras abrangidas pelo regime da edificação e urbanização o plano
de segurança e saúde deve:

31
-- Ser incluído pelo dono da obra no conjunto dos elementos que serve de
base à negociação, para que a entidade executante o conheça no momento
de contratar a empreitada;
-- Ficar anexo ao contrato de empreitada, qualquer que seja o tipo de
procedimento adoptado no concurso.

4.2.10. Aplicação do plano de segurança e saúde


Na aplicação do plano de segurança e saúde deverá ter-se em conta o seguinte
(art.º 13º do DL n.º 273/2003):
- A entidade executante só pode iniciar a implantação do estaleiro depois da
aprovação pelo dono da obra do plano de segurança e saúde para a execução
da obra;
- O dono da obra deve impedir que a entidade executante inicie a implantação
do estaleiro sem estar aprovado o plano de segurança e saúde para a execução
da obra;
- A entidade executante deve assegurar que o plano de segurança e saúde e as
suas alterações estejam acessíveis, no estaleiro, aos subempreiteiros,
trabalhadores independentes e aos representantes dos trabalhadores para a
segurança, higiene e saúde que nele trabalhem.
- Os subempreiteiros e os trabalhadores independentes devem cumprir o plano
de segurança e saúde para a execução da obra, devendo esta obrigação ser
mencionada nos contratos celebrados com a entidade executante ou o dono da
obra.

4.2.11. Controlo do plano de segurança e saúde


A IGT pode determinar a apresentação do plano de segurança e saúde, ao dono
de obra, ou à entidade executante, quer na fase de projecto, quer na fase de obra.
Sendo, ainda, o plano de segurança e saúde a matriz da prevenção de riscos
profissionais nos empreendimentos de construção, a IGT terá presente, nos diferentes
momentos da sua acção, o interesse e a necessidade de conhecimento desse
instrumento.

4.3. Ficha de procedimentos de segurança

4.3.1. Objectivo
O regime actual procedeu a uma simplificação relativa aos instrumentos de
planeamento da prevenção de riscos profissionais associados à realização de

32
determinados trabalhos. Esta simplificação pretende assegurar uma efectiva aplicação
prática dos princípios da Directiva “Estaleiros temporários ou móveis” sem contudo
diminuir os níveis de segurança a observar na realização dos trabalhos de construção
(art.º 14º do DL n.º 273/2003).

4.3.2. Elaboração da ficha de procedimentos de segurança


A entidade executante deve elaborar a ficha de procedimentos de segurança
sempre que se esteja em presença de trabalhos para os quais não seja obrigatória a
elaboração do plano de segurança e saúde (porque a obra pode ser executada, sem
projecto ou, porque não se encontra sujeita a comunicação prévia), mas que
impliquem os seguintes riscos especiais:
- Que exponham os trabalhadores a risco de soterramento, de aprofundamento
ou de queda em altura, particularmente agravados pela natureza da actividade
ou dos meios utilizados, ou do meio envolvente do posto, ou da situação de
trabalho, ou do estaleiro;
- Que exponham os trabalhadores a riscos químicos ou biológicos susceptíveis
de causar doenças profissionais;
- Que exponham os trabalhadores a radiações ionizantes, quando for obrigatória
a designação de zonas controladas ou vigiadas;
- Efectuados na proximidade de linhas eléctricas de média e alta tensão;
- Efectuados em vias ferroviárias ou rodoviárias que se encontrem em utilização,
ou na sua proximidade;
- De mergulho com aparelhagem ou que impliquem risco de afogamento;
- Em poços, túneis, galerias ou caixões de ar comprimido;

Não Regime
Regime
Existe
Existe Não geralda
geral daSHST
SHST
projecto
projecto

Ostrabalhos
Os trabalhosimplicam
implicam
riscosespeciais
riscos especiais

Ficha de
Ficha de
Procedimentos
Procedimentos
Sim de
de Segurança
Segurança
**
* Elaborado pela entidade executante

Fig. 7. Obrigatoriedade de elaboração de ficha de procedimento de segurança

33
- Que envolvam a utilização de explosivos, ou susceptíveis de originarem riscos
derivados de atmosferas explosivas;
- De montagem e desmontagem de elementos pré-fabricados ou outros, cuja
forma, dimensão ou peso exponham os trabalhadores a risco grave;
- Que o dono da obra, o autor do projecto ou qualquer dos coordenadores de
segurança, fundamentalmente, considerem susceptíveis de constituir risco
grave para a segurança e saúde dos trabalhadores.

4.3.2. Conteúdo da ficha de procedimentos de segurança


A ficha de procedimentos de segurança devem conter os seguintes elementos
mínimos essenciais:
- A identificação, caracterização e duração da obra;
- A identificação dos intervenientes no estaleiro que sejam relevantes para os
trabalhos em causa;
- As medidas de prevenção a adoptar tendo em conta os trabalhos a realizar e
os respectivos riscos;
- Informações sobre as condicionantes existentes no estaleiro e na área
envolvente, nomeadamente as características geológicas, hidrológicas e
geotécnicas do terreno, as redes técnicas aéreas ou subterrâneas e as
actividades que eventualmente decorram no local que possam ter implicações
na prevenção de riscos profissionais associados à execução dos trabalhos;
- Os procedimentos a adoptar em situações de emergência.

Ficha de
Ficha de Procedimentos
Procedimentos de
de Segurança
Segurança

Planificação no âmbito
Informação
da SHST

9Caracterizaçãoda
9Caracterização daobra
obra
9Intervenientes 9Riscoseemedidas
9Riscos medidas
9Intervenientes
9Envolventes:
9Envolventes:
deprevenção
de prevenção
••Características
Características
doterreno:
do terreno:
9Procedimentos de
9Procedimentos de
--Geológicas
Geológicas
emergência
--Hidrológicas
Hidrológicas emergência
--Geotécnicas
Geotécnicas
••Redes
Redestécnicas
técnicas
• Materiais
• Materiais

Fig. 8. Conteúdo mínimo da ficha de procedimentos de segurança

34
4.3.3. Aplicação da ficha de procedimentos de segurança
Os trabalhos no estaleiro só poderão ser iniciados pela entidade executante
quando estiver disponível a respectiva ficha de procedimentos de segurança, cuja
adequabilidade deve ser previamente analisada pelo coordenador de segurança
(quando for obrigatória a sua nomeação).
Poderão ser introduzidas alterações aos conteúdos da ficha de procedimentos de
segurança, nomeadamente por proposta do coordenador de segurança em obra,
desde que justificadas e que não diminuam os níveis de segurança definidos na ficha.
A ficha de procedimentos de segurança deve estar acessível, no estaleiro, a
todos os intervenientes.

4.3.4. Controlo público da ficha de procedimentos de segurança


A IGT pode determinar à entidade executante a apresentação da ficha de
procedimentos de segurança.

4.4. Compilação técnica da obra

4.4.1. Objectivo da compilação técnica da obra


A compilação técnica da obra constitui um registo de informações relativas a
diversos aspectos da estrutura edificada que permitirá, durante o ciclo de vida útil do
edifício, encarar as intervenções posteriores do acto de construir, possibilitando a
prevenção dos riscos profissionais associados a essas intervenções (art. 16º do DL n.º
273/2003).
Este instrumento permitirá, igualmente, equacionar as questões relativas à
utilização do edifício, situação particularmente relevante nos casos em que os espaços
edificados se destinem a usos relacionados com locais e postos de trabalho e
respectivas envolventes próximas e remotas, no âmbito da instalação de actividades
produtivas. Perspectiva-se, assim, a abordagem e a antecipação de riscos
profissionais inerentes às situações de trabalho que possam emergir na utilização
corrente da edificação, na sua conservação, no restauro, na alteração e, até, na sua
eventual demolição.
Desta forma, visam-se dois objectivos fundamentais necessários à concretização
dos princípios gerais de prevenção (art.º 273º do Código do Trabalho):
– Suscitar a incorporação na estrutura da edificação de soluções, sistemas e
dispositivos permanentes de prevenção e protecção;

35
– Reunir a informação necessária que permita uma correcta avaliação de
riscos que não foram evitados e que possam estar presentes nos trabalhos a
realizar durante a vida útil da edificação.

4.4.2. Elaboração da compilação técnica da obra


O dono da obra deve elaborar ou mandar elaborar uma compilação técnica da
obra que inclua os elementos úteis a ter em conta na utilização futura da edificação,
bem como em trabalhos posteriores à sua conclusão, para preservar a segurança e
saúde de quem os executar. Dada a finalidade que preside à obrigação de
disponibilizar este documento, a sua elaboração deve acompanhar a dinâmica própria
do acto de construir, desde a fase de concepção até à conclusão da sua execução.

4.4.3. Conteúdo da compilação técnica da obra


A compilação técnica da obra deve incluir, nomeadamente, os seguintes
elementos (art.º 16º/2 do DL n.º 273/2003):
- Identificação completa do dono da obra, do autor ou autores do projecto, dos
coordenadores de segurança em projecto e em obra, da entidade executante, bem
como de subempreiteiros ou trabalhadores independentes cujas intervenções
sejam relevantes nas características da edificação;
- Informações técnicas relativas ao projecto geral e aos projectos das diversas
especialidades, incluindo as memórias descritivas, projecto de execução e telas
finais, que refiram os aspectos estruturais, as redes técnicas e os sistemas e
materiais utilizados que sejam relevantes para a prevenção de riscos profissionais;
- Informações técnicas respeitantes aos equipamentos instalados que sejam
relevantes para a prevenção dos riscos da sua utilização, conservação e
manutenção;

CCoom
mppila
ilaççããoo TTééccnnicicaa ddaa OObbrraa

Inffoorrm
In maaççããoo PPla
lannific
ificaaççããoo nnoo ââm
mbbito
ito
ddaa SSHHSSTT

99I Iddeenntiftificicaaççããoo ddee


ininteterrvveennieienntetes s RRisisccoos snnaarreeaaliz
lizaaççããoo
99I Innf foorrmmaaççããootétéccnnicicaa: : ddeetrtraabbaalhlhoos s: :
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stauurroo
• •RReeddees stétéccnnicicaas s • A lte rraaççããoo
• A lte
• •EEqquuipipaammeennto tos s
• •DDeemmooliçliçããoo

Fig. 9. Conteúdo mínimo da compilação técnica da obra

36
- Informações úteis para a planificação da segurança e saúde na realização de
trabalhos em locais da obra edificada cujo acesso e circulação apresentem riscos.

4.4.4. Actualização da compilação técnica da obra


Em intervenções posteriores que afectem as características e as condições de
execução de trabalhos ulteriores, o dono da obra deve assegurar que a compilação
técnica seja actualizada com os elementos relevantes (art.º 16º/4 do DL n.º 273/2003).
Em função dos objectivos propostos para a compilação técnica, exceptuam-se
do dever de actualização as operações de conservação, reparação e limpeza da obra,
uma vez que, por regra, tais operações não afectam a configuração de situações de
risco.

4.4.5. Recepção provisória da obra


O dono da obra pode recusar a recepção provisória da obra enquanto a
entidade executante não prestar os elementos necessários à elaboração da
compilação técnica (art.º 16º/3 do DL n.º 273/2003).

37
5. RESPONSABILIDADES DOS DIVERSOS INTERVENIENTES

A distribuição de responsabilidades pelos diferentes intervenientes relaciona-se


com o papel que desenvolvem, com a capacidade de intervir e de influenciar em cada
uma das fases do acto de construir e com da repercussão que as opções tomadas
possam ter sobre a configuração dos riscos profissionais que podem suscitar-se, seja
durante a execução da obra em estaleiro, seja sobre a utilização da edificação uma
vez concluída, seja sobre as intervenções construtivas ulteriores, designadamente a
sua manutenção, alteração ou demolição.

Dono Coordenadordedesegurança
segurançaem
emfase
fase
de
Coordenador
de projecto
concepção
de projecto
obra

Autordo
Autor do Plano de
Segurança Compilação
Projecto
Projecto
e Saúde Técnica
Comunicação
Comunicação
Prévia
Prévia
organização
Coordenadorde
Coordenador desegurança
segurançaem
em
fase de obra
fase de obra

Entidadeexecutante
executante
execução
Entidade
Serviçosde
Serviços de Empregador
Empregador
prevenção
prevenção Subempreiteiro
Subempreiteiro
Trabalhador
Trabalhador
independente
Edificação
independente
utilização
Fig. 10. Responsabilidades dos intervenientes no acto de construir

5.1. Dono da obra

O dono da obra representa, no âmbito da actividade da construção, o primeiro


nível de decisão. É a partir deste nível de decisão que os trabalhos inerentes, quer à
concepção, quer à execução dos empreendimentos da construção se desenvolvem,
naturalmente condicionados pelas decisões do dono da obra. Por outro lado, é a partir
do dono de obra que se gera toda uma cadeia específica de responsabilidades que,
claramente, transporta o sector da construção para uma abordagem específica da
prevenção de riscos profissionais.

38
O papel do dono da obra, no que diz respeito à prevenção de riscos
profissionais, assume expressão significativa no quadro das opções conceptuais, da
programação e preparação da execução e da execução propriamente dita, nos
seguintes aspectos (art.º 17º do DL n.º 273/2003):
- Nomear os coordenadores de segurança, quer em projecto, quer em obra,
sempre que exista essa obrigatoriedade;
- Elaborar ou mandar elaborar o plano de segurança e saúde, quando tal for
obrigatório;
- Assegurar a divulgação do plano de segurança e saúde nos seguintes âmbitos:
-- Nas empreitadas de obras públicas, onde o plano de segurança e saúde
deve ser incluído no conjunto dos elementos que servem de base ao
concurso, ficando anexo ao contrato da empreitada;
-- Nas obras particulares, nas quais o plano de segurança e saúde deve
ser incluído no conjunto dos elementos que servem de base à
negociação;
- Aprovar o desenvolvimento e as alterações do plano de segurança e saúde para
a execução da obra;
- Dar conhecimento, por escrito, à entidade executante, do plano de segurança e
saúde aprovado;
- Impedir que a entidade executante inicie a implantação do estaleiro sem que
esteja aprovado o plano de segurança e saúde para a execução da obra;
- Comunicar previamente a abertura do estaleiro à IGT, nas situações em que
exista essa obrigatoriedade, entregando cópia dessa comunicação à entidade
executante;
- Comunicar à IGT, nas 48 horas seguintes, qualquer alteração dos elementos da
comunicação prévia e dar conhecimento das mesmas ao coordenador de
segurança em obra e à entidade executante;
- Comunicar mensalmente à IGT a actualização da identificação dos
subempreiteiros presentes em obra;
- Elaborar ou mandar elaborar a compilação técnica da obra;
- Quando intervierem duas ou mais entidades executantes na obra, designar a
entidade que deve tomar as medidas necessárias, para que o acesso ao
estaleiro seja reservado a pessoas autorizadas;
- Assegurar o cumprimento das regras de gestão e organização geral do estaleiro
incluídas no plano de segurança e saúde.

39
5.2. Autor do projecto

O papel do autor do projecto afigura-se fundamental no âmbito do processo


construtivo, uma vez que as suas opções nos domínios da concepção arquitectónica e
das opções técnicas revelam-se determinantes para a criação do ambiente de
segurança e saúde apropriado à execução da obra e aos trabalhos a desenvolver
durante o ciclo de vida útil da edificação.
A Directiva “Estaleiros temporários ou móveis” assinala a relevância do princípio
da prevenção de concepção para a configuração do ambiente da segurança em obra.
Neste quadro, aos projectistas competirá, nomeadamente, integrar os princípios gerais
de prevenção nas suas opções relativas à concepção e avaliar o impacto das suas
opções no âmbito dos diversos projectos, equacionando as formas seguras de
executar as soluções por si preconizadas.
Ao autor do projecto competirá, em especial (art.º 18º do DL n.º 273/2003):
- Na elaboração do projecto da obra, ter em conta os princípios gerais de
prevenção de riscos profissionais (cfr. art.º 273º do Código do Trabalho e o art.º
4º do DL n.º 273/2003), designadamente nos seguintes domínios:
-- No que diz respeito às opções arquitectónicas;
-- No âmbito das escolhas técnicas equacionadas e desenvolvidas no
projecto, incluindo as metodologias relativas aos processos e métodos
construtivos, bem como os materiais e equipamentos a incorporar na
edificação;
-- Nas definições relativas aos processos de execução do projecto,
incluindo as relativas à estabilidade e às diversas especialidades, as
condições de implantação da edificação e os condicionalismos
envolventes da execução dos trabalhos;
-- No que diz respeito às soluções organizativas que se destinem a
planificar os trabalhos ou as suas fases, bem como a previsão do prazo
da sua realização;
-- Quanto aos riscos especiais para a segurança e saúde, já enumerados;
-- Nas definições relativas à utilização, manutenção, conservação e
demolição da edificação;
O autor do projecto da obra, deve, ainda:
- Colaborar na elaboração da compilação técnica da obra;
- Prestar informações ao coordenador de segurança em obra e à entidade
executante sobre aspectos relevantes dos riscos associados à execução do
projecto;

40
- Elaborar o plano de segurança e saúde em projecto, e iniciar a compilação
técnica da obra nas situações em que não haja coordenador de segurança
em projecto;
- Recolher junto da entidade executante os elementos necessários para
completar a compilação técnica da obra, nas situações em que não haja
coordenador de segurança em obra nem em projecto.

5.3. Entidade executante

À entidade executante cabe, de acordo com a relação contratual estabelecida


com o dono da obra, assegurar a execução da totalidade ou de parte da obra. A
entidade executante, habitualmente designada como “adjudicatário” ou “empreiteiro
geral” fornece os equipamentos de trabalho, selecciona os métodos de trabalho que
entende mais adequados à realização da obra, decide sobre a organização do
trabalho no estaleiro da obra, constitui e/ou define a necessidade de constituição das
equipas de trabalho, encontrando-se, pois, em posição adequada para promover o
desenvolvimento do planeamento da prevenção de riscos profissionais iniciado na fase
de projecto e para equacionar estes aspectos no quadro dos mecanismos de
contratação de subempreiteiros e trabalhadores independentes.
Assim, à entidade executante deverá caber, nomeadamente (art.º 20º do DL n.º
273/2003):
No que diz respeito ao planeamento da prevenção de riscos profissionais:
- Avaliar os riscos associados à execução da obra e definir e implementar as
medidas de prevenção adequadas;
- Mobilizar os recursos adequados dos seus serviços de prevenção;
- Propor ao dono da obra o desenvolvimento e a adaptação do plano de
segurança e saúde, quando este for obrigatório;
- Elaborar a ficha de procedimentos de segurança para os trabalhos que
impliquem riscos especiais e assegurar que os subempreiteiros e trabalhadores
independentes e os representantes dos trabalhadores para a segurança,
higiene e saúde no trabalho que trabalhem no estaleiro tenham conhecimento
das mesmas;
- Assegurar a aplicação do plano de segurança e saúde e da ficha de
procedimentos de segurança por parte dos seus trabalhadores, de
subempreiteiros e trabalhadores independentes;
- Tomar as medidas necessárias a uma adequada organização e gestão do
estaleiro, incluindo a organização do sistema de emergência;

41
- Tomar as medidas necessárias para que o acesso ao estaleiro seja reservado
a pessoas autorizadas;

No que diz respeito à transmissão da informação relevante no domínio da


prevenção de riscos profissionais:
- Afixar cópias da comunicação prévia e das suas actualizações, no estaleiro, em
local bem visível;
- Dar a conhecer o plano de segurança e saúde para a execução da obra e as
suas alterações aos subempreiteiros e trabalhadores independentes, ou pelo
menos a parte que os mesmos necessitam de conhecer por razões de
prevenção;
- Afixar no estaleiro em local bem visível as declarações de contratualização do
dono da obra com o(s) coordenador(es) de segurança em projecto e em obra,
assim como a declaração de aceitação subscrita pelo(s) respectivo(s)
coordenador(es);
- Organizar e comunicar mensalmente ao dono da obra um registo actualizado dos
subempreiteiros e trabalhadores independentes por si contratados com
actividade no estaleiro;

No âmbito da sua relação de coordenação com outros intervenientes no


estaleiro:
- Assegurar que os subempreiteiros e trabalhadores independentes cumpram as
suas obrigações no âmbito da segurança, higiene e saúde no trabalho;
- Colaborar com o coordenador de segurança em obra, bem como cumprir e
fazer respeitar por parte de subempreiteiros e trabalhadores independentes as
directivas daquele;
- Fornecer ao dono da obra as informações necessárias à elaboração e
actualização da comunicação prévia;
- Fornecer os elementos necessários à elaboração da compilação técnica.

5.4. Empregador

Todos os intervenientes no estaleiro, nomeadamente as entidades que


desenvolvam trabalhos com o recurso de trabalhadores a si (subordinados)
juridicamente vinculados deverão enquadrar-se e cumprir os aspectos relacionados
com o planeamento da prevenção de riscos profissionais e assegurar a esses
trabalhadores condições de segurança, higiene e saúde em todos os aspectos
relacionados com o trabalho, tendo em atenção e observando as obrigações gerais de

42
prevenção (art.º 273º do Código do Trabalho) e, em especial (art.º 22º do DL n.º
273/2003):

No plano do registo e comunicação de informação:


- Comunicar, pela forma mais adequada, aos respectivos trabalhadores e aos
trabalhadores independentes por si contratados o plano de segurança e saúde ou
a ficha de procedimento de segurança, no que diz respeito aos trabalhos por si
executados, e fazer cumprir as suas especificações;
- Comunicar, à IGT e ao coordenador de segurança em obra, qualquer acidente de
trabalho de que resulte a morte ou a lesão grave de trabalhadores;
- Organizar um registo dos seus trabalhadores e trabalhadores independentes por si
contratados que trabalhem no estaleiro durante um prazo superior a 24 horas;
- Informar e consultar os trabalhadores e os seus representantes para a segurança,
higiene e saúde no trabalho sobre a aplicação das disposições do presente
diploma.

No domínio da organização do trabalho no estaleiro da obra:


- Manter o estaleiro em boa ordem e em estado de salubridade adequado;
- Garantir as condições de acesso, deslocação e circulação necessárias à
segurança em todos os postos de trabalho no estaleiro;
- Garantir a correcta movimentação dos materiais e utilização dos equipamentos de
trabalho;
- Efectuar a manutenção e o controlo das instalações e dos equipamentos de
trabalho antes da sua entrada em funcionamento e com intervalos regulares
durante a laboração;
- Delimitar e organizar as zonas de armazenagem de materiais, em especial de
substâncias, preparações e materiais perigosos;
- Recolher, em condições de segurança, os materiais perigosos utilizados;
- Armazenar, eliminar, reciclar ou evacuar resíduos e escombros;
- Determinar e adaptar, em função da evolução do estaleiro, o tempo efectivo a
consagrar aos diferentes tipos de trabalho ou fases do trabalho;

No que diz respeito à cooperação com outros intervenientes no estaleiro:


- Cooperar na articulação dos trabalhos por si desenvolvidos com outras actividades
desenvolvidas no local ou no meio envolvente;
- Cumprir as indicações do coordenador de segurança em obra e da entidade
executante;

43
No âmbito das obrigações genéricas:
- Mobilizar os recursos adequados dos seus serviços de segurança, higiene e saúde
no trabalho;
- Adoptar as prescrições mínimas de segurança e saúde no trabalho previstas em
regulamentação específica.

5.5. Trabalhador independente

Os trabalhadores independentes deverão respeitar os princípios que visam


promover a segurança, higiene e saúde no exercício da sua actividade, tendo em
atenção e observando as obrigações gerais de prevenção (art.º 273º do Código do
Trabalho e art.º 212º do Regulamento do Código do Trabalho) e, em especial nos
domínios a seguir referidos (art.º 23º do DL n.º 273/2003).

No domínio da organização do trabalho e do planeamento da prevenção de


riscos profissionais:
- Cumprir as disposições do plano de segurança e saúde para a execução da obra;
- Manter o estaleiro em boa ordem e em estado de salubridade adequado;
- Garantir as condições de acesso, deslocação e circulação necessárias à
segurança em todos os postos de trabalho no estaleiro;
- Garantir a correcta movimentação dos materiais e utilização dos equipamentos de
trabalho;
- Efectuar a manutenção e o controlo das suas próprias instalações e equipamentos
de trabalho antes da respectiva entrada em funcionamento e com intervalos
regulares durante a laboração;
- Delimitar e organizar as zonas de armazenagem de materiais, em especial de
substâncias, preparações e materiais perigosos;
- Recolher, em condições de segurança, os materiais perigosos utilizados;
- Armazenar, eliminar, reciclar ou evacuar resíduos e escombros;
- Determinar e adaptar, em função da evolução do estaleiro, o tempo efectivo a
consagrar aos diferentes tipos de trabalho ou fases do trabalho;

No quadro da cooperação com outros intervenientes no estaleiro:


- Cooperar na articulação dos trabalhos por si desenvolvidos com outras actividades
desenvolvidas no local ou no meio envolvente;
- Cumprir as indicações do coordenador de segurança em obra e da entidade
executante.

44
6. SISTEMA DE REGISTOS DOS INTERVENIENTES NO ESTALEIRO

A lei contém a previsão da existência de um sistema de registo dos


intervenientes no estaleiro (art.º 21º do DL n.º 273/2003). Este sistema permitirá, a
todo o momento, conhecer o universo desses intervenientes, bem como os vínculos
laborais existentes. Cabe, quer à entidade executante, quer a cada empregador
efectuar determinados registos, respeitantes às relações contratuais por si assumidas
no contexto da execução da obra, seja com trabalhadores, seja com trabalhadores
independentes ou, mesmo, entidades subcontratadas.

6.1. Registo a organizar pela entidade executante

A entidade executante deve organizar um registo de cada subempreiteiro ou


trabalhador independente por si contratado durante um prazo superior a 24 horas.
Este registo deve incluir:
- A identificação complete, residência ou sede e número fiscal de contribuinte;
- O número de registo ou da autorização para o exercício da actividade de
empreiteiro de obras públicas ou de industrial da construção civil, bem como de
certificação exigida por lei para o exercício de outra actividade realizada no
estaleiro;
- A actividade a efectuar no estaleiro e a sua calendarização;
- A cópia do contrato em execução e ao abrigo do qual exerce actividade no
estaleiro, quando for celebrado por escrito;
- O responsável do subempreiteiro no estaleiro.

Entidade
executante

Trabalhadores Trabalhadore s
Trabalhadores
Trabalhadores independentes Subempreiteiros
seus
seus independentes Subempreiteiros

Subempreiteiros
Subempreiteiros

Fig. 11. Registo elaborado pela entidade executante

45
A entidade executante deve conservar este registo até um ano após o termo da
actividade no estaleiro.

6.2. Registo a organizar por todos os empregadores

Cada empregador, incluindo a entidade executante, quando tiver a qualidade de


empregador, deve organizar um registo de cada trabalhador e trabalhador
independente por si contratado durante um prazo superior a 24 horas.
Este registo deve incluir:
- A identificação completa e a residência habitual;
- O número fiscal de contribuinte;
- O número de beneficiário da Segurança Social;
- A categoria profissional ou profissão;
- As datas do início e do termo previsível do trabalho no estaleiro;
- As apólices de seguros de acidentes de trabalho relativas a todos os
trabalhadores que trabalhem no estaleiro, com os quais tenha vínculo laboral e
a trabalhadores independentes por si contratados, bem como os recibos
correspondentes.

Empregador

Trabalhadores
Trabalhadores Trabalhadores
seus
seus independentes

Fig. 12. Registo elaborado pelos empregadores

Os subempreiteiros devem comunicar esse registo à entidade executante, ou


permitir o seu acesso ao mesmo por meio informático.
Cada empregador deve conservar este registo até um ano após o termo da
actividade no estaleiro.

46
7. COMUNICAÇÃO DA SINISTRALIDADE

Todos os acidentes de trabalho de que resulte morte ou lesão grave para o


trabalhador ou que assuma particular gravidade na perspectiva da segurança do
trabalho, mesmo que as consequências não sejam graves sob o ponto de vista
humano, devem ser comunicadas à IGT e ao coordenador de segurança em obra, no
prazo mais curto possível nunca podendo exceder as 24 horas (art.º 24º do DL n.º
273/2003). A comunicação do acidente de trabalho deve ser feita, por princípio, pelo
respectivo empregador.
Quando o acidente envolver um trabalhador independente a comunicação deve
ser feita pela entidade que o tiver contratado.
Se por qualquer motivo não for possível, às entidades anteriormente referidas,
efectuar a comunicação do acidente, essa obrigação deverá ser assegurada pela
entidade executante dentro do mesmo prazo.
Se após as primeiras 24 horas o acidente não tiver sido comunicado, competirá
ao dono de obra efectuar a comunicação nas 24 horas subsequentes.
Após a ocorrência do acidente, os intervenientes no estaleiro devem suspender
todos os trabalhos sob sua responsabilidade, que possam vir a destruir ou alterar os
vestígios do acidente. A entidade executante deverá tomar as medidas necessárias de
modo a impedir o acesso de pessoas, máquinas e materiais ao local do sinistro até
que sejam recolhidos os elementos necessários para a realização do inquérito ao
acidente, não podendo a concretização das medidas atrás mencionadas prejudicar a
intervenção dos meios de socorro e assistência a prestar às vitimas.
Compete à IGT, sem prejuízo da competência legalmente atribuída a outras
entidades públicas, a realização do inquérito sobre as causas do acidente de trabalho.
A realização de tal inquérito em nada prejudica a obrigação que incumbe ao
empregador das vítimas do sinistro ou dos trabalhadores nele envolvidos de proceder
à análise do acidente em causa e de elaborar o respectivo relatório (art.º 240º do
Regulamento do Código do Trabalho).
Na circunstância de um acidente mortal ou grave, a IGT pode determinar a
suspensão imediata dos trabalhos susceptíveis de destruir ou alterar os vestígios do
acidente, procedendo com a maior brevidade possível à recolha dos elementos
necessários para a realização do inquérito. Assim que a entidade executante
comprove que estão reunidas as condições técnicas ou organizativas necessárias à
prevenção de riscos profissionais a IGT deverá autorizar, com a maior brevidade
possível, o reinício dos trabalhos.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVES DIAS, Luís e SANTOS FONSECA, Manuel (1996); Plano de Segurança e de


Saúde na Construção; IDICT, Lisboa

CABRAL, Fernando e ROXO, Manuel (1996); Construção Civil e Obras Públicas: A


Coordenação de Segurança; IDICT, Lisboa

CABRAL, Fernando e ROXO, Manuel (2004); Segurança e Saúde no Trabalho -


Legislação Anotada; Almedina, 3ª edição, Coimbra

COMISSÃO EUROPEIA (1993); Segurança e Saúde do Sector da Construção; Serviço


das Publicações Oficiais das Comunidades Europeias, Luxemburgo

IDICT/COMISSÃO TÉCNICA TRIPARTIDA DA CONSTRUÇÃO (1999); Coordenação


de Segurança na Construção: perspectivas de desenvolvimento; IDICT, Lisboa

IGT (2005); Aspectos essenciais da disciplina legal da segurança e saúde no trabalho;


IGT, Lisboa (in www.igt.gov.pt)

IGT (2005); A Inspecção do Trabalho e os Inquéritos de Acidente de Trabalho e


Doença Profissional; IGT, Lisboa (in www.igt.gov.pt)

LORENT, Pierre et al. (1989); Do Projecto ao Estaleiro: Condições de Trabalho,


Qualidade; Resultados Económicos; Fundação para a Melhoria das Condições de
Trabalho e de Vida, Serviço de Publicações Oficiais das Comunidades Europeias,
Luxemburgo

MACHADO, Luís Fontes (1996); Construção Civil: Manual de Segurança no Estaleiro;


IDICT, Lisboa

OIT (1992); Sécurité et Santé dans la Construction. Recueil de directives pratiques;


Repartição International do Trabalho, Genebra

OPPBTP (1996); Coordination Sécurité-Santé; OPPBTP, Paris

SOARES RIBEIRO, J (2005); Responsabilidade pela Segurança na Construção Civil e


Obras Públicas; Almedina, Coimbra

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