Você está na página 1de 1

Sonetos Completos Antero de Quental

1. Lê o poema.

Despondency1
Deixá-la ir, a ave, a quem roubaram
Ninho e filhos e tudo, sem piedade…
Que a leve o ar sem fim da soledade2
Onde as asas partidas a levaram…

5 Deixá-la ir, a vela, que arrojaram3


Os tufões pelo mar, na escuridade,
Quando a noite surgiu da imensidade,
Quando os ventos do Sul se levantaram…

Deixá-la ir, a alma lastimosa4,


10 Que perdeu fé e paz e confiança,
À morte queda, à morte silenciosa…

Deixá-la ir, a nota desprendida VOCABULÁRIO:

Dum canto extremo… e a última esperança… 1. Despondency: Desalento;


E a vida… e o amor… deixá-la ir, a vida!
Desânimo; Abatimento.
QUENTAL, Antero de, 2016. Os Sonetos Completos.
Porto: Porto Editora [p. 71] 2. soledade: saudade.

1.1. Identifica o tema do poema.


1.2. Completa a seguinte análise sobre o sujeito poético, riscando a informação incorreta.

O sujeito poético encontra-se num momento de grande felicidade / angústia existencial que se deve
ao seu desalento / entusiasmo e ligação / despreendimento face ao mundo.
O sujeito poético sente-se desiludido / iludido e com esperança / sem esperança em relação à vida.

1.3. Reconhece o sentido metafórico contido nos seguintes vocábulos, estabelecendo uma
ligação com o seu significado.

a. “ave” (v. 1) 3 1. símbolo da morte, depois da perda da “fé”

2. símbolo da perda de esperança e da passagem para


b. “vela” (v. 5) 4
um estado de inexistência

3. símbolo da fragilidade, da vitimização e da perda do


c. “alma lastimosa” (v. 9) 1
sentido da vida

4. símbolo do resultado da destruição, de perda, de


d. “nota desprendida” (v. 12) 2
fragilidade

Você também pode gostar