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«Revolução dos Cravos»

25 de Abril de 1974
INFORMAÇÃO IMPORTANTE

O texto que se segue é uma reprodução escrita, com


pequenas adaptações e esclarecimentos, do programa exibido
pela Rádio e Televisão de Portugal, “1974 – «Revolução dos
Cravos» - 25 de Abril de 1974” integrado na série “50 Anos 50
Notícias”, de 2007.

Como tal, cumpre-me esclarecer que toda a informação


constante deste documento foi apresentada pela citada estação
de televisão portuguesa, aquando da exibição do documentário
referido.

Resta-me recordar, em último lugar, que no ano de 2007 a


Rádio e Televisão de Portugal celebrou o seu quinquagésimo
aniversário.
«REVOLUÇÃO DOS CRAVOS» - 25 DE ABRIL DE 1974

«Aqui, posto de comando do Movimento das Forças Armadas.


As Forças Armadas Portuguesas apelam para todos os
habitantes da cidade de Lisboa no sentido de recolherem a suas
casas nas quais se devem conservar com a máxima calma.»
(Comunicado do MFA, através do Rádio Clube Português)

1974, 25 de Abril. A televisão mostrou o exterior do Quartel


do Carmo. Ninguém mostrou o ambiente dramático vivido
dentro do blindado, em que Marcello Caetano saiu do quartel. O
furriel da Escola Prática de Cavalaria, que comandava a Chaimite
“Bula” conta o que se passou:

(Manuel Silva, furriel da Escola Prática de Cavalaria em 1974)


“Tive de arranjar os espelhos, porque a porta era, em relação à
Chaimite, relativamente estreita. Depois da viatura lá colocada,
abrimos a porta lateral esquerda e o Professor Marcello Caetano
entrou na Chaimite, acompanhado pelo Doutor Moreira Baptista
e pelo Doutor Rui Patrício. Ajudamo-lo a subir. A única frase que
o ouvi dizer, ao entrar na viatura, foi «Isto é a vida!». Não o ouvi
dizer absolutamente mais nada. Para o Professor Marcello e para
os ministros era um ambiente aterrador, porque as pessoas
gritavam «Assassino!», «Mate-se!», subiam pela viatura. O
Professor Marcello Caetano ia muito calmo, sereno e sempre na
mesma posição, olhando em frente, ao contrário dos outros
acompanhantes, que estavam sempre a voltar-se e a ver para
onde iam. Foi uma deslocação lenta, porque havia muito povo,
muitas viaturas, pelo que não era fácil os blindados passarem no
meio de tantos carros, tanta gente.”
Marcello Caetano vai, então, para a Pontinha e, daí, para a
Madeira. Uma semana depois, Mário Soares critica, no 1.º de
Maio, esse exílio dourado.

(Mário Soares, Secretário-Geral do Partido Socialista, em


1974) “É um escândalo, camaradas, que esse velho e sinistro
Almirante (Américo) Thomaz, é um escândalo, camaradas, que
esse hipócrita (Marcello) Caetano estejam a gozar as suas férias
na Madeira! Esses são responsáveis, esses têm que ser julgados!”

Mas Marcello Caetano acaba por ir viver os seus últimos anos


no Brasil. Virou-se uma página da História…

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