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POLÍTICA DE
EDUCAÇÃO ESPECIAL
.
ESTADO DE SANTA CATARINA
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PLANEJAMENTO EDUCACIONAL
GERÊNCIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS DE EDUCACÃO BÁSICA E PROFISSIONAL
FUNDAÇÃO CATARINENSE DE EDUCAÇÃO ESPECIAL
NÚCLEO DE EDUCAÇÃO ESPECIAL
POLÍTICA DE
EDUCAÇÃO
ESPECIAL
Inclui bibliografia.
ISBN 978-85-66172-23-2
SECRETÁRIO ADJUNTO
GILDO VOLPATO
DIRETOR DE INFRAESTRUTURA
FABIANO LOPES DE SOUZA
EQUIPE DE ELABORAÇÃO
COORDENADORA GERAL
Julia Siqueira da Rocha
AUTORES
?? Katia Proença
COLABORADORA DA COORDENADORIA
REGIONAL DA GRANDE FLORIANÓPOLIS
REVISORAS
Dóris Eloisa C. F. da Silva
Lavínia Maria de Oliveira Vicente
A
maior contribuição que podemos importante que alinhemos nossas estratégias e
deixar às nossas crianças e jovens, sejamos também agentes transformadores so-
assim como às gerações futuras, é o ciais, reforçando valores fundamentais como o
acesso à educação pública de quali- respeito e a busca por equidade.
dade. E essa condição deve ser assegurada aos A evolução do sistema educacional catari-
catarinenses de todas as regiões de forma jus- nense, em todas as suas áreas de atuação, foi
ta e igualitária. Contudo, vivemos num estado imprescindível para a conquista de muitos dos
que nasceu do suor e do sacrifício dos mais indicadores econômicos e sociais que hoje co-
diversos povos e etnias, mesclando culturas, locam Santa Catarina na condição de destaque
hábitos e valores que hoje configuram nossa entre os estados brasileiros. Não por acaso so-
identidade. Portanto, nossa busca pela igual- mos referência nacional em Educação, uma re-
dade passa pelo respeito a essas diversidades e alidade fruto do trabalho conjunto e dedicado
requer nossa atenção para os temas mais sen- dos nossos agentes públicos, e aqui destaco a
síveis que envolvem nossa sociedade. atuação exitosa e admirável dos nossos profis-
Mais do que se fazer cumprir as diretrizes le- sionais da educação.
gais, o governo do estado, por meio da Secretaria Ao enfrentarmos o desafio de assegurar a
de Estado da Educação, desenvolveu políticas todos o direito ao ensino público e qualificado,
educacionais de caráter inclusivo que visam a promovemos significativos esforços e investi-
estabelecer estratégias de atuação adequadas a mentos em prol da educação para os direitos
cada tema proposto. Dessa forma, agentes públi- humanos e para as diversidades. A certeza do
cos e sociedade terão a oportunidade de apren- sucesso de nossas políticas educacionais tra-
der e compreender melhor sobre a história e as duz-se nas inúmeras conquistas alcançadas, a
culturas de parcela da população que esteve por começar pelo menor índice de analfabetismo
muito tempo invisibilizada. Também abriremos do país, com 3,2% da população. Lideramos o
a discussão para temas não menos importantes, ranking nacional em outros diversos pontos de
como os desafios a serem superados na área de avaliação, com índices de desempenho acima
Educação Especial e a necessária ampliação do da média. E a capacidade e competência de
envolvimento pedagógico na vida dos estudan- nossos profissionais são reconhecidas e pre-
tes, como forma de identificar e educar para miadas país afora, refletindo diretamente na
transformar as violências nas escolas em proces- boa gestão de nossas unidades escolares.
so de cuidado de si e do outro. Esse trabalho mostra-nos que ainda temos
A relevância econômica representada pela muito a avançar. Juntos, precisamos assumir
agricultura familiar catarinense está devida- a responsabilidade e o compromisso de apri-
mente reconhecida nesta proposta, por meio morar nossa capacidade de atuação e fazer
de uma política específica de Educação do a diferença. Com este material, a Política de
Campo. Assim como a preocupação em torno Educação Especial reforça nosso compromis-
do meio ambiente, que merecidamente rece- so de proporcionar um atendimento digno e
be atenção especial nesse projeto. Avançamos diferenciado aos estudantes especiais, a partir
de forma expressiva na construção de um am- da compreensão que se tem sobre diferença na
biente adequado e digno à formação intelectu- escola e, consequentemente, sobre Educação
al e profissional de nossos cidadãos. Porém, é Especial na perspectiva da educação inclusiva.
A
presento à sociedade catarinense conjunto de diretrizes que ajudem a repensar,
esta Política de Educação Especial, articuladamente, os componentes inerentes à
cuja perspectiva inclusiva funda- educação dos estudantes, público da Educa-
menta-se na concepção dos direi- ção Especial. Objetiva-se, também, direcionar
tos humanos, que conjuga igualdade e diferen- professores, gestores e demais integrantes da
ça como valores indissociáveis. comunidade escolar, no desenvolvimento das
A necessidade de reescrever a Política de Edu- ações relacionadas à construção de uma socie-
cação Especial decorreu de novos ordenamentos dade inclusiva.
jurídicos, assim respeitando o documento ante- Como gestora pública, considero como de-
rior, que permitiu, em especial na última década, ver que em cada unidade educativa prevaleça
o desenvolvimento de inclusão das pessoas com a garantia da igualdade de oportunidades de
deficiência em escolas regulares. aprendizagem e de convivência, pois a cons-
Com o apoio dos integrantes do Núcleo de trução de uma sociedade inclusiva é um pro-
Educação Especial, que congrega diversos pro- cesso que envolve todo o tecido social, mas
fissionais da educação, estruturou-se o docu- que encontra na educação formal um lócus
mento em pauta com o objetivo de propor um privilegiado.
SIMONE SCHRAMM
Secretária de Estado da Educação
.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 12
2 MARCOS HISTÓRICOS E NORMATIVOS 16
3 INOVAÇÕES DA POLÍTICA DE EDUCAÇÃO
24
ESPECIAL NO ESTADO DE SANTA CATARINA
4 DIAGNÓSTICO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL 28
5 OBJETIVO DA POLÍTICA 34
6 ESTUDANTES ATENDIDOS PELA EDUCAÇÃO ESPECIAL 36
7 DIRETRIZES DA POLÍTICA 40
7.1 Serviços Especializados em Educação Especial na Rede Estadual de Ensino 41
7.2 Atribuições dos Professores da Classe Comum 42
7.2.1 Atribuições dos Professores de Classe Comum em Relação
aos Estudantes Público-Alvo da Educação Especial 42
7.3 Atribuições e Restrições dos Profissionais que Atuam
nos Serviços Especializados em Educação Especial 43
7.3.1 Segundo Professor de Turma 43
7.3.2 Professor Bilíngue 44
7.3.3 Intérprete da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) 45
7.3.4 Guia-Intérprete 45
7.3.5 Instrutor da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) 46
7.3.6 Professor de Apoio Escolar 46
7.4 Atendimento Educacional Especializado (AEE) 46
7.4.1 Objetivos do Atendimento Educacional Especializado (AEE) 47
7.4.2 Compete ao Professor do Atendimento Educacional Especializado 47
7.4.2.1 No Atendimento ao(s) Estudante(s) 47
7.4.2.2 Nas Assessorias e Orientações 48
7.4.2.3 Na Organização do Espaço e da Documentação 48
7.4.2.4 No Atendimento à Área das Altas Habilidades/Superdotação, Compete 49
8 INSTITUIÇÕES GESTORAS DA POLÍTICA 50
8.1 Secretaria de Estado da Educação (SED) 51
8.1.1 Núcleo de Educação Especial (NEESP) 52
8.2 Fundação Catarinense de Educação Especial (FCEE) 52
8.3 Coordenadoria Regional da Grande Florianópolis (COREF) e
Gerências Regionais de Educação (GERED)
53
1 INTRODUÇÃO
A
o considerar que a escola é um es- Decorrente do amplo processo de educa-
paço de socialização, conhecimen- ção inclusiva desencadeado progressivamente
to e aprendizagem, seus portões a partir das décadas de 1980/1990, as políticas
devem estar abertos à diversidade, educacionais e as legislações vêm passando
ao encontro, ao compartilhamento de ideias e por diferentes momentos de debates, aprofun-
à oferta de oportunidades iguais de realização damentos e revisões. Quebraram-se muitos
do potencial humano. Nesse espaço convivem paradigmas nesse processo e algumas con-
os princípios de igualdade e justiça que se re- quistas foram alcançadas, outras ainda não. As
alizam quando a diversidade é respeitada por pessoas com deficiências, Transtornos do Es-
todos no exercício da convivência coletiva. No pectro Autista (TEA), Transtorno do Déficit de
Brasil, o princípio da igualdade de oportunida- Atenção/Hiperatividade (TDAH) e Altas Habi-
des está referendado na Constituição Federal lidades/Superdotação – público da Educação
quando assume, no caput do seu artigo 5°, que Especial – percorreram um longo caminho
“todos são iguais perante a lei, sem distinção para alcançar seus direitos nas diferentes es-
de qualquer natureza, garantindo-se aos bra- feras da sociedade, assim como no espaço da
sileiros e aos estrangeiros, residentes no país, a escola regular, onde ainda se defrontam com
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à dificuldades de diversas ordens, notadamente
igualdade, à segurança e à propriedade” (BRA- as que se referem ao seu processo de aprendi-
SIL, 1988). Assumir esse princípio na prática zagem.
significa admitir que as pessoas são diferentes, Em face desse contexto, a Secretaria de
têm necessidades diversas e o cumprimen- Estado da Educação (SED) de Santa Catarina
to da lei exige que a elas sejam garantidas as e a Fundação Catarinense de Educação Espe-
condições apropriadas de atendimento às suas cial (FCEE), cientes de suas responsabilidades
peculiaridades, de forma que todos possam com a busca da garantia da igualdade de opor-
usufruir as oportunidades existentes, nas con- tunidades e da inclusão escolar, definiram as
dições exigidas. diretrizes da Política de Educação Especial
Para obter mais justiça é preciso, portanto, para exercício no contexto da escola inclusiva.
que a escola leve em conta as desigualdades e Trata-se de uma ampla orientação em relação
as diferenças reais, porém, mesmo transcorri- aos diferentes serviços especializados ofereci-
das mais de quatro décadas de lutas em prol dos na escola, para o público da Educação Es-
da educação inclusiva1, observam-se, ainda, pecial e às práticas necessárias de articulação
resistências em relação às diferenças na esco- efetiva entre todos os educadores – gestores,
la. O aluno da Educação Especial tem garan- professores da educação regular – para alcan-
tido o acesso à escola comum, porém, muitas çar o sucesso na aprendizagem de todos os es-
vezes, ele tem sido privado da efetiva partici- tudantes.
pação, dadas as dificuldades da escola de levar Com base na ideia de um percurso forma-
em conta suas especificidades no processo de tivo aberto à diversidade, lança-se este docu-
ensino e aprendizagem. mento com o objetivo de propor um conjunto
1
Vale destacar os amplos movimentos sociais desencadeados nas décadas de 1970/1980 em prol da garantia de direitos às minorias
sociais, entre eles o direito à educação, e, posteriormente, o direcionamento das políticas sociais em prol do direito de todos à Educa-
ção, desencadeada, a partir da década de 1990, com a Conferência Mundial de Educação para Todos, ocorrida em Jomtien, organiza-
da pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e outros organismos internacionais, a qual
resultou na Declaração Mundial de Educação para todos, e, mais tarde (1994), na Declaração de Salamanca Sobre Princípios, Políticas
e Práticas na Área das Necessidades Educativas Especiais, as quais demandaram que os Estados assegurassem que a educação de
pessoas com deficiências fosse parte integrante do sistema educacional.
de diretrizes que ajudem a repensar, articula- Este documento, fruto do empenho de co-
damente, os componentes inerentes à educa- ordenadores(as) e técnicos (as) da Secretaria
ção de estudantes, público da Educação Espe- de Estado da Educação (SED), representantes
cial e que direcionem professores, gestores e da , Fundação Catarinense de Educação Espe-
demais componentes da comunidade escolar, cial (FCEE), Coordenadoria Regional da Gran-
no desenvolvimento das ações relacionadas à de Florianópolis (COREF) e do Instituto Esta-
Política de Educação Especial para o estado de dual de Educação (IEE), está estruturado em
Santa Catarina. capítulos em que se destacam:
2 MARCOS
HISTÓRICOS E
NORMATIVOS
D
ecorridos dez anos da implantação com oferta, no contraturno, de Salas de Recur-
da Política de Educação Especial sos para estudantes com deficiência visual e
do Estado de Santa Catarina (2009) auditiva e Salas de Apoio para estudantes com
a legislação referente às pessoas deficiência mental leve3. À época, o processo
com deficiência continua a disciplinar direitos sofreu muitas críticas e resistências por parte
e a demandar do Poder Público medidas para da escola, no entanto, o estado registrou im-
a consolidação do sistema educacional inclu- portantes experiências de sucesso no processo
sivo, levado a cabo no Brasil e no mundo, nota- de inclusão, ainda que no período denomina-
damente no final do século XX. va-se política de integração.
Muito embora a Educação Especial tenha Tal experiência resultou em consistente
iniciado no Brasil nos anos de 1850 com o Im- trabalho de articulação das políticas de Edu-
perial Instituto dos Meninos Cegos, em 1854, e o cação Infantil e Ensino Fundamental e Médio,
Instituto dos Surdos-Mudos, em 1857, a trajetó- com a Educação Especial, entre as quais, a
ria de lutas e conquistas para que estas pessoas presença e participação pioneira da Educação
tivessem seus direitos reconhecidos perante a Especial no movimento de elaboração da Pro-
sociedade não foi linear. Ela resulta de um amplo posta Curricular do estado de Santa Catarina,
movimento da sociedade civil organizada, das já na década de 1990.
pessoas com deficiências e seus familiares e de O documento da Proposta Curricular
governos com plataformas de ações democráti- (1998) demonstrava, em seus eixos norteado-
cas, os quais foram determinantes para alcançar res, uma concepção de homem histórico e de
o que se defende hoje como educação inclusiva. conhecimento como patrimônio coletivo que,
As décadas de 1980 a 1990 são representati- por assim o ser, deveria ser garantido a todos.
vas desse amplo movimento democrático, que “Isso tem implicações com políticas educacio-
impulsionou a realização de eventos interna- nais que devem zelar pela inclusão e não pela
cionais2 e a definição de políticas educacionais exclusão” (SANTA CATARINA, 1998, p. 12). Um
globais na perspectiva do acesso à escola de indicativo da preocupação da Proposta com
pessoas que se encontravam em situação de a inclusão foi a presença, em grande parte do
risco social ou exclusão. A máxima defendida seu texto, notadamente no caderno de temas
era “a igualdade de acesso à educação aos por- multidisciplinares, de discussões e orientações
tadores de todo e qualquer tipo de deficiência, sobre a abordagem às diversidades no proces-
como parte integrante do sistema educativo” so pedagógico, a atuação da Educação Espe-
(UNESCO, 1998a, p. 4). cial na escola regular e o direcionamento dos
Em Santa Catarina, por exemplo, testemu- fundamentos teórico-metodológicos da alfa-
nhou-se a implantação da política de integração betização para a diversidade.
de pessoas com deficiência no ensino regular Em relação aos movimentos internacionais e
na década de 1980, acompanhada da matrícu- à adesão do Brasil às políticas globais na década
la compulsória desse público na escola regular, de 1990, Mendes (2011) afirma que:
2
Entre elas citam-se a Conferência Mundial de Educação para Todos (1990), em Jomtien, Tailândia e a Conferência de Salamanca
(1994), e na década de 2000 o Fórum Mundial da Educação em Dakar (2000) e a Convenção da Organização das Nações Unidas
(2006) em Nova York. Em todos eles, o Brasil foi signatário e assumiu compromissos de implantar a política de educação para todos e
desenvolver ações estratégicas de inclusão por períodos de 10 anos.
3
Nomenclatura utilizada na época.
Em face do processo de democratização ins- da de 1990, porém se consolida nos anos de 2000 e
talado no país e por pressão de organismos in- 2010 com a divulgação de um conjunto expressivo
ternacionais, a inclusão do público da Educação de documentos normativos. Entre eles, merecem
Especial na escola regular intensifica-se na déca- destaque os apresentados nas figuras 1 e 2 a seguir.
FIGURA 1
MARCOS LEGAIS DE IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA EDUCACIONAL
INCLUSIVO NO BRASIL E EM SANTA CATARINA, 2006-2010
Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência - Organização das Nações Unidas (ONU)
Documento: Sala de Recursos Multifuncionais: Espaço para Atendimento Educacional Especializa-
do - Ministério da Educação (MEC)
Política de Educação Especial do Estado de Santa Catarina - Fundação Catarinense de
2006 Educação Especial (FCEE)
Resolução nº 112, de 12 dezembro - Conselho Estadual de Educação (CEE) - fixa normas
para a Educação Especial no Sistema
Como desdobramento desta normatização, peciais nas classes comuns do ensino regular,
o Decreto nº 6.094, de 24 de abril de 2007, que fortalecendo a inclusão educacional nas escolas
dispõe sobre a implementação do Plano de Me- públicas” (BRASIL, 2007, p. 1).
tas Compromisso Todos pela Educação, esta- Nesse cenário, o Ministério da Educação
belece, como uma de suas diretrizes (artigo 2º, (MEC), em 2008, instituiu a Política Nacional
inciso IX), a garantia do “acesso e permanência de Educação Especial na Perspectiva da Edu-
das pessoas com necessidades educacionais es- cação Inclusiva, com o objetivo de viabilizar:
4
O Decreto nº 6.949, de 25 de agosto de 2009, promulga a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência
e seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova York, em 30 de março de 2007.
Na Política então implantada, vale destacar gular em todos os níveis, da Educação Infantil
os diferenciais que deverão ser contemplados ao Ensino Superior.
pelas políticas nos demais estados e municí- Na esteira da garantia do direito de acesso
pios: a delimitação do público da Educação e permanência dos estudantes da Educação
Especial; o compromisso, não somente com o Especial na rede regular de ensino o Conselho
acesso desse público, mas principalmente com Nacional de Educação (CNE) publica a Resolu-
sua participação e aprendizagem; e a orienta- ção CNE/Câmara de Educação Básica (CEB) nº
ção para um novo lugar da Educação Especial 04, de 02 de outubro de 2009, que estabelece
em relação à educação geral. as Diretrizes Operacionais para o Atendimento
O conceito de transversalidade busca su- Educacional Especializado (AEE) na Educação
perar o paralelismo e o dualismo entre educa- Básica (BRASIL, 2009c).
ção regular e Educação Especial e consolidar O caráter não substitutivo e transversal da
a concepção desta última, inaugurada na Lei Educação Especial é ratificado pelo artigo 29
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional da Resolução CNE/CEB nº 04, de 13 de julho
(LDB), de 20 de dezembro de 1996, como uma de 2010, que define Diretrizes Curriculares Na-
modalidade que transversaliza a educação re- cionais Gerais para a Educação Básica:
Dessa forma, observa-se que as diretrizes Educação Especial, aprovada em 2006, foi refe-
enfatizam, conforme disposto na Política, a rendada pela Resolução nº 112, de 12 de dezem-
obrigatoriedade da matrícula dos estudantes da bro de 2006, do Conselho Estadual de Educação
rede pública de Educação Especial nas classes (SANTA CATARINA, 2006a). A partir desse ato re-
comuns do ensino regular e a oferta no contra- gulatório, a Fundação Catarinense de Educação
turno do AEE. Este pode ser ofertado, tanto na Especial (FCEE) implantou programas de aten-
escola regular como em centros de AEE da rede dimento às pessoas com deficiência, condutas
pública ou de instituições comunitárias, confes- típicas5 e altas habilidades/superdotação, em
sionais ou filantrópicas sem fins lucrativos. Ape- articulação com as diferentes Secretarias Seto-
sar de atribuir ao AEE um papel complementar/ riais de Estado, entre eles o Programa de Prote-
suplementar no processo de escolarização, enfa- ção Social, de Reabilitação, Profissionalizante e
tiza-se a relevância de um trabalho articulado da Pedagógico.
escola no sentido de assegurar a aprendizagem Esse Programa Pedagógico estabeleceu as di-
de todos, “adotando uma pedagogia dialógica, retrizes dos serviços de Educação Especial para
interativa, interdisciplinar e inclusiva” (BRASIL, qualificar o processo de ensino e aprendizagem
2010a). dos alunos da Educação Especial, matriculados
No estado de Santa Catarina, a Política de no ensino regular ou em Centros de Atendi-
5
Nesta categoria foram incluídos os quadros de Transtorno do Espectro Autista (TEA)
e Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH).
mento Educacional Especializado (CAESP). Ele foi Atendimentos em Classe (AC) e dos Serviços de
atualizado do ponto de vista conceitual e procedi- Atendimento Educacional Especializado (SAEDE),
mental em 2009 e tomou como referência as dire- disponibilizados para suporte à inclusão escolar na
trizes da Política Nacional de Educação Especial na rede regular e à reestruturação do Serviço Pedagó-
Perspectiva da Educação Inclusiva e da Convenção gico Específico (SPE) nos CAESP.
sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência da Or- Em continuidade, a figura 2 apresenta o
ganização das Nações Unidas (ONU) de 2006, rati- conjunto de normativas que contribuíram
ficada pelo Decreto nº 6.949/2009 (BRASIL, 2009b). para consolidar a educação inclusiva na se-
Ressalta-se, nesse documento, a definição dos gunda década do século XXI:
FIGURA 2
MARCOS LEGAIS DE IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA EDUCACIONAL
INCLUSIVO NO BRASIL E EM SANTA CATARINA, 2011-2016
Lei nº 12.764 - Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do
Espectro Autista
2012
Lei nº 16.036, de 21 de junho de 2013, Política Estadual de Proteção
dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, SC
2013 Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica: diversidade e inclusão
tacam-se as ações do eixo “Acesso à Educação”, cação Especial (FCEE) e pela Secretaria de Esta-
destinadas à formação de professores bilíngues do da Educação (SED), por meio da Política de
para os Anos Iniciais, ensino, tradução e inter- Educação Especial e do Programa Pedagógico,
pretação da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), ambos de 2009, como já referido.
à disponibilização de recursos de tecnologia as- No plano legislativo, por meio da Lei nº
sistiva, de materiais didáticos, de mobiliários e 16.036, de 21 de junho de 2013, o estado insti-
de transporte escolar acessíveis, como também à tui a Política Estadual de Proteção dos Direitos
adequação arquitetônica dos prédios escolares, da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista
objetivando a promoção de acessibilidade, tanto (TEA) e a Lei nº 16.794, de 14 de dezembro de
na Educação Básica quanto na superior. 2015 (SANTA CATARINA, 2015a), que aprova o
Em Santa Catarina, a Educação Especial é Plano Estadual de Educação (PEE), este com a
disciplinada pela Fundação Catarinense de Edu- mesma meta do PNE:
3
INOVAÇÕES
DA POLÍTICA DE
EDUCAÇÃO ESPECIAL
NO ESTADO DE
SANTA CATARINA
A
Política de Educação Especial do Estado de Santa Catarina, implantada em 2009,
quando comparada à Política de Educação Especial de 1996 e em vigência até aque-
le momento, trouxe importantes inovações que qualificaram o processo de ensino
e aprendizagem dos estudantes da Educação Especial matriculados na rede pública
estadual de ensino. Entre os avanços identificados, podem-se destacar:
4 DIAGNÓSTICO
DA EDUCAÇÃO
ESPECIAL
O
s indicadores educacionais relacio- público na Educação Básica sejam removidas.
nados à matrícula de estudantes, De acordo com os dados do Ministério da
público da Educação Especial, nas Educação (MEC)/Instituto Nacional de Estu-
escolas da rede regular de ensino dos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
permitem traçar um panorama dos dez anos (INEP)/Censo Escolar, no primeiro ano após a
da implantação da Política de Educação Espe- implantação da Política de Educação Especial
cial do Estado. A partir disso, podem-se iden- do Estado, ocorreu um aumento considerá-
tificar os avanços nesta trajetória e os desafios vel de matrículas de estudantes da Educação
que ainda precisam ser equacionados para que Especial na rede regular de ensino, conforme
as barreiras ao acesso e à permanência deste gráfico 1.
GRÁFICO 1
ESTUDANTES DA EDUCAÇÃO ESPECIAL MATRICULADOS
NA REDE ESTADUAL DE ENSINO, PERÍODO DE 2007 A 2016
MATRÍCULAS
12.000
10.000
8.000
6.000
4.000
2.000
0
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
MATRÍCULAS
GRÁFICO 2
ESTUDANTES ASSISTIDOS NO AEE, PERÍODO DE 2009 A 2016
MATRÍCULAS NO AEE
5.000
4.000
3.000
2.000
1.000
0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
MATRÍCULAS NO AEE
GRÁFICO 3
NÚMERO DE ESTUDANTES COM TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO/HIPERATIVIDADE (TDAH)
MATRICULADOS NAS REDES DE ENSINO ESTADUAL NO PERÍODO DE 2014 A 2017
TDHA
7.000
6.000
5.000
4.000 2014
2015
3.000 2016
2017
2.000
1.000
Fonte: SISGESC, 2017.
GRÁFICO 4
NÚMERO DE SEGUNDO PROFESSOR DE TURMA CONTRATADO NO PERÍODO DE 2008 A 2016
4.000
3.000
2.000
1.000
0
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
SEGUNDO PROFESSSOR DE TURMA
Na rede estadual de ensino, em 2016, fo- Outras barreiras são ainda mais restritivas,
ram contratados 3.966 professores (gráfico 4), como a manutenção de concepções limitantes
332,02% superior a 2008, quando foram contra- quanto às possibilidades dos estudantes com
tados 918 professores. Esse percentual demons- algum tipo de deficiência ou transtorno por par-
tra o investimento do estado, ao longo deste pe- te de alguns profissionais da educação, o que
ríodo, na qualificação dos serviços educacionais indica que a formação inicial e continuada destes
especializados, por meio da contratação de do- não tem alcançado as mudanças necessárias que
centes para atuação no contexto da escola inclu- impactem na sua metodologia de ensino. Apesar
siva, particularmente no interior da sala de aula do registro de experiências bem-sucedidas de in-
comum, como é o caso de segundo professor, de clusão escolar e de boas práticas desenvolvidas por
forma a possibilitar melhores processos de in- um número significativo de professores no âmbi-
clusão escolar. to de rede estadual de ensino, observa-se ainda a
Os dados referentes à matrícula de estudan- existência de professores que mantêm uma forma
tes da Educação Especial, na rede regular de en- pouco flexível e dinâmica de ministrar aulas e de
sino, revelam que o acesso está garantido e que avaliar a aprendizagem dos estudantes que for-
lhes tem sido disponibilizado um conjunto de mam o público da Educação Especial.
serviços especializados em Educação Especial, Outro fator de obstáculo é a forma como as
oferecidos na sala de aula regular e nos espa- informações são veiculadas no interior da esco-
ços de Atendimento Educacional Especializado la. Alguns gestores e educadores ainda não levam
(AEE), no contraturno escolar. No entanto, ainda em consideração a presença de estudantes que
existem barreiras que precisam ser removidas. utilizam formas e vias diferenciadas de apropria-
Algumas escolas da rede estadual de ensino, ção do conhecimento e da linguagem, que po-
construídas sem a observância às normas técni- dem demandar de comunicação alternativa, do
cas de acessibilidade, estabelecidas pela Associa- sistema Braille ou da Língua Brasileira de Sinais
ção Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) ainda (LIBRAS), ou, ainda de estratégias alternativas de
obstaculizam o acesso a todos os espaços. Ine- aprendizagem como possibilidades e/ou recur-
xistência de rampas e de banheiros adaptados sos potenciais de comunicação, participação e
são exemplos desses obstáculos. sucesso na escola.
5 OBJETIVO
DA POLÍTICA
O
objetivo da Política Estadual de Educa- Os marcos normativos estabelecidos no
ção Especial é orientar, acompanhar e âmbito nacional e estadual, notadamente a
avaliar a educação de estudantes com Política Nacional de Educação Especial na
deficiência, Transtorno do Espectro Perspectiva da Educação Inclusiva (2008) e a
Autista (TEA), Transtorno de Déficit de Atenção/ Proposta Curricular do Estado de Santa Catari-
Hiperatividade (TDAH) e altas habilidades/super- na (2014), são base e referência para a política
dotação nas escolas do sistema estadual de ensi- estadual e contribuem significativamente para
no, oferecendo suporte ao atendimento escolar de que o estado universalize o acesso e a perma-
qualidade, de modo a contemplar as necessidades nência com qualidade dos estudantes da Edu-
de aprendizagem do seu público, em todas as eta- cação Especial, na rede estadual de ensino, es-
pas e modalidades da Educação Básica. tabelecendo as seguintes diretrizes:
6
ESTUDANTES
ATENDIDOS PELA
EDUCAÇÃO
ESPECIAL
D
e acordo com a Resolução CEE/SC n° 100, de 13 de dezembro de 2016 (SANTA CATARINA,
2016b), o público da Educação Especial é formado pelos estudantes com deficiência sen-
sorial, intelectual e física, Transtorno do Espectro Autista (TEA), Transtorno de Déficit de
Atenção/Hiperatividade (TDAH) e altas habilidades/superdotação, assim conceituados:
.
POLÍTICA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL
7 DIRETRIZES
DA POLÍTICA
10
As diretrizes desses serviços são complementadas no Programa Pedagógico da Política de Educação Especial do Estado de Santa Catarina
elaborado pela Fundação Catarinense de Educação Especial (FCEE) e pela Secretaria de Estado da Educação (SED), em 2009.
11
Resolução CEE/SC n° 100, de 13 de dezembro de 2016.
Tomando por base o que determina a Lei nº para que a inclusão escolar seja bem-sucedida.
17.134, de 8 de maio de 2017, entre as atribui- Seu planejamento e sua prática, portanto, levam
ções definidas nesta política, destaca-se o papel em conta o conhecimento curricular e a diver-
primordial do professor de classe comum com sidade de estudantes e de experiências trazidas
a orientação da aprendizagem de todos os seus por cada um deles para o espaço escolar.
estudantes, promovendo experiências que con- O trabalho articulado e convergente entre
tribuam não somente para o aprimoramento da o professor de classe comum e o professor dos
qualidade do ensino, mas também para a parti- serviços especializados, direcionado para a efe-
cipação, a aprendizagem e o sucesso de todos no tiva aprendizagem de seus estudantes, é condi-
espaço escolar. A consciência docente em rela- ção prévia para que ambos possam cumprir suas
ção a essas atribuições é de extrema importância atribuições com responsabilidade.
7.3.4 GUIA-INTÉRPRETE
ATRIBUIÇÕES
RESTRIÇÕES ÀS ATRIBUIÇÕES
8 INSTITUIÇÕES
GESTORAS
DA POLÍTICA
III - formular políticas para promover a inclusão social da pessoa com deficiência,
condutas típicas e altas habilidades;
[...]
XIX - promover ações em parceria com a Supervisão de Políticas, que visam à me-
lhoria da aprendizagem e à consequente elevação dos índices educacionais;
[...]
[...]
Não cabe à escola realizar diagnóstico clínico nem encaminhar estudantes para avaliação diag-
nóstica em razão de comportamento considerado indisciplinado. Muitas vezes estes comportamen-
tos são reativos à dinâmica da escola e não manifestações patológicas.
São, portanto, produtos, instrumentos, equi- cial dos Direitos da Pessoa com Deficiência, por
pamentos ou sistemas técnicos usados por uma meio do Comitê Brasileiro de Acessibilidade
pessoa com deficiência, especialmente produzi- (ABNT/CB-40), desde 2000, a Associação Brasi-
dos ou disponíveis no mercado, que previnem, leira de Normas Técnicas (ABNT) atua na pro-
compensam, atenuam ou neutralizam uma in- dução das normas técnicas no campo de aces-
capacidade. sibilidade atendendo aos preceitos de desenho
Nos dias atuais é imprescindível a garantia universal, estabelecendo requisitos que sejam
à matrícula e à permanência na escola, e, gra- adotados em edificações, espaços, mobiliários
dativamente, a realização das adequações, ga- e equipamentos urbanos, meios de transporte,
rantindo a acessibilidade a qualquer cidadão, meios de comunicação de qualquer natureza, e
independentemente de haver ou não, no mo- seus acessórios, para que possam ser utilizados
mento, estudante com deficiência estudando por pessoas com deficiência.
na escola. Em alguns prédios da rede pública O Ministério da Educação (MEC) tem feito
estadual a questão arquitetônica poderá levar um grande investimento para garantir a aces-
mais tempo, dadas as dificuldades existentes sibilidade arquitetônica nas escolas e o Atendi-
na rede. Porém, é fundamental um plano de mento Educacional Especializado (AEE), porém,
ação das equipes gestoras, atendendo ao que pode ser que ainda falte clareza para os gestores
traz a Norma de Acessibilidade a Edificações, escolares sobre os fins de dois programas fede-
Mobiliário, Espaços e Equipamentos Urbanos, a rais bem importantes: a implantação das Salas
NBR 9050. de Recursos Multifuncionais (SRM) e o Progra-
Conforme indicado pela Secretaria Espe- ma Escola Acessível.
Sala de Recurso Multifuncional (SRM) – Esse programa é operacionalizado pelas Secretarias Es-
taduais de Educação (SED) e o MEC e tem como objetivo:
Programa Escola Acessível: o programa disponibiliza recursos, por meio do Programa Dinheiro
Direto na Escola (PDDE), às escolas contempladas pelo Programa Implantação de SRM. No âm-
bito deste programa são financiáveis as seguintes ações:
Esse programa deve favorecer a acessibili- cia Regional de Educação (GERED) acompanhar
dade arquitetônica em todo o espaço da escola, os planos de atendimento feitos pelos gestores e,
visando sempre à inclusão dos estudantes com depois de finalizado, verificar se as obras/com-
deficiência. As escolas elaboram um Plano de pras estão de acordo com o plano de atendimen-
Atendimento e somente após a correção do mes- to aprovado pelo MEC.
mo pela Secretaria de Estado da Educação (SED) Esses programas criam a possibilidade para
e aprovação pelo Ministério da Educação (MEC), que algumas barreiras sejam eliminadas do am-
as compras podem ser efetivadas. Cabe à Gerên- biente da escola.
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