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CESPU – FORMAÇÃO ANGOLA, S.A.

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CESPU – FORMAÇÃO ANGOLA, S.A.

Justiça Laboral

Caracterização da Legislação
Laboral em Angola

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Fases Laborais
1. Período de 1975 a 1981: Transição pós-
independência
2. Período de 1981 a 1992: Socialização
das relações laborais
3. Após 1992: Abertura à Economia de
Mercado

Fases Laborais 3
Bibliografia e Fontes Legais
Recomendam-se os seguintes livros:
A Luta Pela Relevância Social e Política: Os tribunais Judiciais em Angola -
Luanda e Justiça: Pluralismo jurídico numa sociedade em transformação,
Volume II
Organização: Conceição Gomes e Raul Araújo

Editora: Almedina
Colecção: Coleção CES
Tema: Série Direito e Sociedade
Ano: 2012
Livro de capa mole
ISBN 9789724046198 | 405 págs.

Ver em especial o capítulo 7 do Vol. II

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Bibliografia e Fontes Legais
Direito do Trabalho de Angola
Luís Manuel Teles de Menezes Leitão
Editora: Almedina
Colecção: Manuais Universitários
Tema: Direito do Trabalho
Ano: 2010
Livro de capa mole
ISBN 9789724041902 | 500 págs.

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Fontes Legais
1.º Período: Transição pós-independência
• Primeira Lei Constitucional, de 11 de Novembro de 1975
(Artigo 26.º reconhece o direito ao trabalho).
• Decreto-Lei n.º 66/75, de 10 de Junho (revoga
legislação de 1974-1975 e aprova a nova Legislação
Sindical).
• Consagra-se a liberdade sindical sendo criada a Central
Sindical Angolana (UNTA-CS), pese embora, a UNTA
ter sido fundada em 1960.
• Tribunal de Trabalho da Comarca de Luanda em 1959
(Decreto-Lei n.º 42383, de 13 de Julho de 1959).
• Tribunais de Trabalho das Comarcas de Benguela e
Huambo em 1965 (Decreto-Lei n.º 46402, de 22 Junho
de 1965).

1975 - 1981 | Transição Pós- 6


Independência
Fontes Legais
2.º Período: Socialização das relações laborais
• Aprovada a 1.ª Lei Geral do Trabalho angolana (Lei n.º
6/81, de 24 de Agosto):
– Unificação do regime jurídico do trabalho (acabando com a
estrutura tripartida que tratava separadamente os funcionários
públicos, os trabalhadores rurais e os trabalhadores
especializados).
– Garantias de não discriminação.
– Estabilidade da relação jurídica laboral.
– Sistema permanente de formação profissional.
– Direitos colectivos:
• Organização
• Filiação
• Actividade sindical
• Contratação colectiva, etc.

1981 - 1992 | Socialização das 7


Relações Laborais
Fontes Legais
2.º Período: Socialização das relações laborais
• Estatuto do Trabalhador Estudante (Lei n.º
20/90, de 15 de Dezembro)
– Face aos problemas de qualificação da mão-de-obra,
entende-se como fundamental para o
desenvolvimento económico, a importância dada à
protecção do trabalhador estudante e nos incentivos
à educação e formação.
• A Lei da Greve (Lei n.º 23/91, de 15 de Agosto)
– Tendo por objectivo a consagração do direito à greve.

1981 - 1992 | Socialização das 8


Relações Laborais
Fontes Legais
2.º Período: Socialização das relações laborais

• Protecção Social:
– Lei do Sistema de Segurança Social,
aprovada pela Lei n.º 18/90, de 27 de
Outubro.
– Diploma de Protecção Social na Velhice,
aprovado pelo Decreto n.º 6-B/91, de 9 de
Março.

1981 - 1992 | Socialização das 9


Relações Laborais
Organização Judiciária Laboral
2.º Período: Socialização das relações laborais

• Extinção dos Tribunais do Trabalho (Lei


n.º 9/81, de 2 de Novembro)
– Esta extinção dos tribunais colocou a matéria
da resolução dos conflitos laborais fora dos
tribunais e dentro da própria empresa (pelo
menos, numa primeira instância).
– Criou-se um “sistema piramidal” de
administração da justiça laboral, onde a
resolução dos conflitos laborais acaba por
cair dentro das comissões laborais.

1981 - 1992 | Socialização das 10


Relações Laborais
Organização Judiciária Laboral
2.º Período: Socialização das relações laborais

Comissão Laboral Nacional

Comissões Laborais de Província

Comissões Laborais de Município

Comissões Laborais de Empresa

1981 - 1992 | Socialização das 11


Relações Laborais
Organização Judiciária Laboral
2.º Período: Socialização das relações laborais

• As comissões laborais de empresa resultam na primeira


instância de resolução de conflitos laborais.
• Os seus membros são eleitos pela assembleia de
trabalhadores.
• Conflitos que resultem de acidentes de trabalho e
doenças profissionais, bem como, questões disciplinares
dos trabalhadores nomeados, não são tratados nesta
instância.
• Não havendo comissões laborais e havendo
necessidade de recurso das suas decisões, a estrutura
competente será a comissão laboral municipal.

1981 - 1992 | Socialização das 12


Relações Laborais
Organização Judiciária Laboral
2.º Período: Socialização das relações laborais

• O terceiro grau de jurisdição é composto pelas


comissões laborais de província.
• Servindo para recurso das decisões das
comissões municipais e das medidas
disciplinares tomadas pelas comissões laborais
de empresa.
• Os membros das comissões laborais provinciais
eram nomeados pelos Ministros da Justiça e do
Trabalho e Segurança Social.
• Sendo necessário parecer da entidade sindical
(UNTA).

1981 - 1992 | Socialização das 13


Relações Laborais
Organização Judiciária Laboral
2.º Período: Socialização das relações laborais

• A Comissão Laboral Nacional constitui o topo do


sistema de administração da justiça laboral.
• Composição: 1 coordenador e 3 membros
nomeados pelo Chefe de Governo, sob
proposta dos Ministros da Justiça e do Trabalho
e Segurança Social.
• Havendo parecer do secretariado geral da
UNTA (entidade sindical)
• Cabe à entidade sindical a garantia de
uniformização da aplicação do direito do
trabalho ao nível das províncias, municípios e
empresas.
1981 - 1992 | Socialização das 14
Relações Laborais
Fontes Legais
3.º Período: Abertura à economia de mercado
• Lei de Revisão Constitucional n.º 23/92,
de 16 de Setembro, abre um novo ciclo
político/constitucional.
• Lei n.º 20-A/92, de 14 de Agosto, define o
direito de contratação colectiva,
constituindo um mecanismo essencial
para a negociação entre trabalhadores e
entidades patronais.

Após 1992 | Abertura à Economia 15


de Mercado
Fontes Legais
3.º Período: Abertura à economia de mercado
• Lei n.º 21-C/92, de 28 de Agosto, trata-se da Lei
Sindical, que permite o aparecimento de novos
sindicatos.
• Surgindo em 1996 uma 2ª central sindical, a
Confederação Geral dos Sindicatos
Independentes e Livres de Angola (CGSILA).
– Liberdade de associação sindical.
– Pagamento de quotas para apenas o sindicato da
sua afiliação.

Após 1992 | Abertura à Economia 16


de Mercado
Fontes Legais
3.º Período: Abertura à economia de mercado
• Lei n.º 18B/92, de 24 de Julho, trata-se da Lei
do Emprego, cujo objectivo é o fomento do
emprego:
– Através de iniciativas locais de emprego, com a
concessão de apoios a projectos geradores de
emprego.
– Criação do Instituto Nacional do Emprego e
Formação Profissional (INEFOP).
• Lei de Bases do 1º Emprego (Lei n.º 1/06, de 18
de Janeiro), inserção dos jovens no mercado de
trabalho.
Após 1992 | Abertura à Economia 17
de Mercado
Fontes Legais
3.º Período: Abertura à economia de mercado
• Lei n.º 18/90, de 27 de Outubro (Lei do Sistema
de Segurança Social)
• Lei de Bases da Protecção Social
• Legislação sobre Segurança e Higiene no
Trabalho (Decreto n.º 31/94, de 5 de Agosto)
• Prevenção de Acidentes de Trabalho e Doenças
Profissionais. Protecção social dos
trabalhadores e famílias contra riscos
profissionais. O seguro de AT torna-se
obrigatório.

Após 1992 | Abertura à Economia 18


de Mercado
Fontes Legais
3.º Período: Abertura à economia de mercado
• Regime Jurídico dos Estrangeiros (Lei n.º 3/94).
• Decretos sobre o emprego de trabalhadores não
residentes e de força de trabalho nacional
qualificada no sector empresarial (Decreto n.º
5/95, de 7 de Abril e Decreto n.º 6/01, de 19 de
Janeiro). O objectivo desta legislação é o de
garantir tratamento paritário entre trabalhadores
angolanos e estrangeiros, havendo
competências e qualificações profissionais
equivalentes.
Após 1992 | Abertura à Economia 19
de Mercado
Organização Judiciária Laboral
3.º Período: Abertura à economia de mercado
• Lei n.º 2/00, de 11 de Fevereiro (Nova Lei Geral do
Trabalho, revoga a Lei de 1981).
• Extinguem-se as Comissões Laborais e as questões
laborais voltam a ser tratadas nos tribunais.
• Cria-se a Sala do Trabalho nos Tribunais Populares
Provinciais.
• Dispensou-se a obrigatoriedade de constituição de
advogado e do pagamento de custas e selos.
• Os recursos das decisões da Sala do Trabalho sobem à
Câmara do Cível e Administrativo do Tribunal Supremo.

Após 1992 | Abertura à Economia 20


de Mercado
Novo Enquadramento Laboral
(Após 1992)
Objectivos Medidas

Optimização das relações entre trabalhadores e Contratação colectiva


empresas
Pluralismo Liberdade de associação sindical

Fomento do emprego Apoios locais ao emprego e emprego aos jovens


(Formação Profissional)
Segurança Social e Protecção Social Medidas de segurança e higiene no trabalho e a
obrigatoriedade de seguro de AT
Protecção do mercado de trabalho nacional Regulação do acesso de estrangeiros ao
mercado de trabalho
Acesso à justiça laboral Sala do trabalho nos tribunais, com maior
homogeneidade na aplicação da lei laboral
Facilitar o acesso à justiça laboral Dispensa de advogado e isenção de custas

Após 1992 | Abertura à Economia 21


de Mercado

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