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Embraer EMB-500 Amazonas

A página é da revista Flap Internacional, nº 9, de janeiro-fevereiro de 1972.


O avião seria um quadrimotor de asa alta com motores PT-6 e rampa traseira. Seria destinado a
missões de transporte de tropas, patrulha marítima e reconhecimento.
O texto da matéria diz que ele não precisaria de mais de 660 metros de pista para pousar ou decolar.
O protótipo deveria voar em outubro de 1974.

Quando: 1970, pouco depois da criação da Embraer.


Função: Foi projetada para ser uma aeronave de transporte multiuso. O EMB-500 teria três versões, cada
uma com diferentes especificidades e finalidades. A versão de Transporte/Carga poderia levar de 30 a 41
passageiros ou carga. A de Assalto teria capacidade para paraquedistas, armamentos e viaturas leves, além
de ser utilizada para evacuação aeromédica. Já a de Patrulha seria usada para patrulhamento, ataques a alvos
marítimos, busca e salvamento.  

Principais características: De tamanho médio, a aeronave operaria em regiões inóspitas e sem


infraestrutura de suporte. Foi projetada com quatro motores turboélices Pratt & Whitney com potências de
850 shp e poderia atingir a velocidade máxima de 500km/h, altitude máxima de 6.090 metros e velocidade
de estol (quando ocorre a perda de sustentação do avião) de 176 km/h. Na versão de Transporte/Carga, os
assentos seriam dobráveis; na de Assalto, o Amazonas não seria pressurizado, teria amplas portas e assentos
militares; e na de Patrulha, teria um tanque de combustível a mais para alcançar longas distâncias.
SHP: Sigla para Shaft Horse Power, a potência gerada por um motor turboélice ou turboeixo (medida do
eixo da hélice). 

Por que não saiu do papel: O projeto foi enviado para o Ministério da Aeronáutica, mas nunca
encomendado. Razão desconhecida.

AS 13 AERONAVES DA EMBRAER QUE NÃO


SAÍRAM DO PAPEL
Ao longo dos 50 anos, diversas aeronaves - de caça, de transporte de passageiros e até de evacuação médica
- foram projetadas, mas nunca saíram do papel. Conheça-as agora, em uma reportagem que vasculhou os
arquivos históricos da Embraer. Quando foram concebidas? Para que serviriam? O que aconteceu com o
projeto?
Redação Journal of Wonder
17/05/2019 16:21
1. EMB-500 Amazonas
 

José Maria Ramis | Revista Flap Internacional ed. 329 ano 37


Quando: 1970, pouco depois da criação da Embraer.
Função: Foi projetada para ser uma aeronave de transporte multiuso. O EMB-500 teria três versões, cada uma com diferentes especificidades e finalidades. A versão de Transporte/Carga
poderia levar de 30 a 41 passageiros ou carga. A de Assalto teria capacidade para paraquedistas, armamentos e viaturas leves, além de ser utilizada para evacuação aeromédica. Já a de
Patrulha seria usada para patrulhamento, ataques a alvos marítimos, busca e salvamento.  

Principais características: De tamanho médio, a aeronave operaria em regiões inóspitas e sem infraestrutura de suporte. Foi projetada com quatro motores turboélices Pratt & Whitney
com potências de 850 shp e poderia atingir a velocidade máxima de 500km/h, altitude máxima de 6.090 metros e velocidade de estol (quando ocorre a perda de sustentação do avião) de
176 km/h. Na versão de Transporte/Carga, os assentos seriam dobráveis; na de Assalto, o Amazonas não seria pressurizado, teria amplas portas e assentos militares; e na de Patrulha,
teria um tanque de combustível a mais para alcançar longas distâncias.
SHP: Sigla para Shaft Horse Power, a potência gerada por um motor turboélice ou turboeixo (medida do eixo da
hélice). 
Por que não saiu do papel: O projeto foi enviado para o Ministério da Aeronáutica, mas nunca encomendado. Razão desconhecida.
Leia mais | Aviões de cinema: 14 vezes em que brilhamos nas telas
2. Projeto CX

Revista Flap Internacional ed. 329 ano 37


Quando: 1974
Função: O projeto foi criado para servir de transporte de carga, de tropa para lançamento de paraquedistas, de passageiros e para evacuação aeromédica com macas e equipamento de
apoio médico para feridos, doentes ou vítimas de catástrofes.
Principais características: O esboço era formado por dez aviões, o 1, 2, 2A, 3, 3A, 4, 4A, 5, 5A e 6. Há tanto aeronaves turboélices como turbofans, sendo todas com a cabine
pressurizada. A velocidade de cruzeiro seria de 450 km/h, o teto operacional de 7.620 metros e a velocidade de estol de 130km/h. Além disso, seria capaz de decolar em 550 metros e
pousar em 500 metros.
Por que não saiu do papel: Depois da Embraer desenvolver os estudos preliminares de dez configurações diferentes em um mês para atender uma pré-especificação emitida pelo
Ministério da Aeronáutica, a versão escolhida foi a 2A. Assim, criou-se um projeto separado apenas para essa aeronave, que foi enviado ao Ministério, onde foi abandonado por mudança
de prioridades. O fim da história é que nenhuma versão do Projeto CX foi fabricada.
3. EMB-330/A1
 

Marco Antônio Coelho Pullin | Revista Flap Internacional ed. 330 ano 37
Quando: Setembro de 1974
Função: Ser um avião leve de combate, atendendo às necessidades da Força Aérea Brasileira (FAB). O EMB-330 seria utilizado para cumprir missões como interdição; apoio aéreo
aproximado; reconhecimento visual e fotográfico; patrulha antiguerrilha; patrulha aérea; destruição de aeronaves sem capacidade de combate; balizamento de alvos; escolta de
helicópteros e ataques (diurnos ou noturnos).
Principais características: Foi a primeira aeronave da empresa a ser classificada com a denominação AX. Sua estrutura baseou-se no Xavante, mas, para atender aos novos requisitos
operacionais, sofreu modificações no trem de pouso, fuselagem, parte dianteira, asa, conjunto de empenagem e motor. O EMB-330, então, poderia voar à velocidade máxima de 840
km/h, atingir a altura de 12.192 metros e decolar com 5.670 kg. A aeronave seria capaz de carregar dois canhões, bombas, foguetes não-guiados, casulos lança-foguetes, casulos de
metralhadoras e mísseis.
Por que não saiu do papel: Apesar de tantos atributos, o desempenho da aeronave ainda não atendia a todas as expectativas do Ministério da Aeronáutica na época. A Embraer
continuou realizando trabalhos para alcançar tais necessidades.
4. AX-I

Revista Flap Internacional ed. 330 ano 37


Quando: Agosto de 1975
Função: A mesma do EMB-330. Leia acima.
Principais características: Para melhorar o desempenho e a carga ofensiva que o avião poderia transportar, o projeto partiu do EMB-330. Única diferença para o AX-I: a inclinação da
asa e do estabilizador horizontal. Assim, seria possível aumentar a velocidade máxima (870 km/h), o peso máximo para decolagem (6.746 kg) e o teto máximo (14.800 metros).
Por que não saiu do papel: Os estudos também não foram adiante.
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5. EMB-120 Araguaia

Marco Antônio Coelho Pullin | Revista Flap Internacional ed. 330 ano 37
Quando: Seus estudos começaram a ser desenvolvidos em 1973, mas o documento que propunha o desenvolvimento da Família 12X, da qual fazia parte, foi publicado somente em 1975.
Função: Ser uma aeronave comercial e executiva, com o objetivo de substituir o Bandeirante.
Principais características: Este seria o maior dos três aviões propostos dentro da Família 12X, com o comprimento de 17,42 metros. O Araguaia poderia transportar 21 passageiros em
configuração 2+1 de assentos, e teria dois motores Pratt & Whitney. A asa, baseada no Bandeirante, teria maior alongamento e tanques extras de combustível. A carga máxima seria de
2.720 kg, velocidade de cruzeiro máxima de 530 km/h e teto estimado a 8.590 metros.
Por que não saiu do papel: O mock-up da aeronave chegou a ser criado, e nele foram realizados ensaios no Centro Técnico de Aeronáutica (CTA). O desempenho, porém, ficou aquém
do esperado e os trabalhos de desenvolvimento, deixados de lado. Foram justamente feedbacks negativos como esse que ajudaram a Embraer a alcançar, no futuro, a excelência pela qual
é reconhecida hoje. Nos anos 1980, a sigla EMB-120 foi reutilizada para nomear o bem-sucedido Brasilia. Seus estudos começaram a ser desenvolvidos em 1973, mas o documento que
propunha o desenvolvimento da Família 12X, da qual fazia parte, foi publicado somente em 1975.
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6. EMB-123 Tapajós

Mock-up: modelo da aeronave em tamanho real.


José Maria Ramis | Revista Flap Internacional ed. 330 ano 37
Quando: Desconhecido.
Função: Transporte de passageiros (10, em duas fileiras de 5 poltronas).
Principais características: A aeronave teria comprimento de 15,60 metros e semelhanças à aeronave Araguaia. Sua carga máxima seria de 2.400 kg, velocidade de cruzeiro de 565 km/h
e alcançaria a altitude máxima de 9.670 metros. As asas apresentavam uma torção nas pontas e teriam capacidade para reservatórios de combustível.
Por que não saiu do papel: As asas, mesmo depois de sofrerem alterações, afetavam o desempenho e a controlabilidade do modelo. Assim, a Embraer optou por descontinuar o
programa. O nome “EMB-123” foi reutilizado em outro projeto, nos anos 1980.
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7. Projeto AX 

Marco Antônio Coelho Pullin | Revista Flap Internacional ed. 330 ano 37
Quando: Fevereiro de 1976.
Função: Mesma função do EMB-330. Leia acima.
Principais características: A aeronave teria um único motor turbofan, seis tanques de combustível e asas que funcionariam como reservatório. Para que não explodissem se fossem
atingidos em combate, os tanques eram revestidos por uma espuma plástica. O posto de pilotagem seria blindado, pressurizado, espaçoso, com amplo pára-brisa e capota transparente para
melhor visibilidade. No projeto, também estavam previstos dois canhões fixos e os mesmos armamentos descritos no EMB-330. Sua carga útil seria de 4.212 kg e velocidade máxima de
1.000 km/h.
Por que não saiu do papel: Apesar de trazer qualidades importantes para a FAB, como desempenho, preço, capacidade e custos ao longo do ciclo de vida, o Ministério da Aeronáutica
não chegou a efetivar uma encomenda.
8. Bandeirante Pressurizado
Detalhes da estrutura | Revista Flap Internacional ed. 330 ano 37
Quando: Os estudos foram realizados em agosto de 1978.
Função: A mesma do Bandeirante, a primeira aeronave da Embraer, que era de uso civil e militar.
Principais características: Versão pressurizada do Bandeirante, permitindo que alcançasse 1.829 metros mantendo pressão de cabine idêntica às condições do nível do mar. As paredes
de pressão, o piso, pára-brisa, janelas, portas e saídas de emergência eram reforçadas, assim como vedadas e seladas para evitar perda de ar. Por causa dessas especificações, o peso da
aeronave seria superior e o desempenho, inferior.
Por que não saiu do papel: Apesar do desenvolvimento interrompido, a ideia não foi deixada de lado, como se vê no EMB-110 P3, o próximo avião a ser apresentado.
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9. EMB-110 P3 

Marco Antônio Coelho Pullin | Revista Flap Internacional ed. 330 ano 37
Quando: Abril de 1980. Os estudos foram distribuídos durante o lançamento do programa do EMB-120 Brasilia, no Rio de Janeiro.
Função: A mesma do Bandeirante.
Principais características: A aeronave teria muitas similaridades ao Bandeirante Pressurizado, mas com alterações na empenagem, fuselagem, quantidade de pressão, sistema de trem
de pouso e outras. Assim, o EMB-110 P3 traria maior capacidade de passageiros (19), menor custo e mudanças nos alcances máximos.
Por que não saiu do papel: O primeiro voo do protótipo estava previsto para 1982, a homologação para 1983 e a primeira entrega no mesmo ano. Entre outros motivos, o mais
importante para não ter sido fabricada foi a falta de recursos financeiros para fabricar dois aviões ao mesmo tempo - o Brasilia já estava em desenvolvimento. Foi necessário fazer uma
escolha e, então, a Embraer optou por interromper o projeto do EMB-110 P3.
10. EMB-301

 
Empenagem: estrutura do avião formada pela parte terminal da fuselagem e estabilizadores horizontal (orienta a direção) e vertical (controla a subida ou descida).
Lauro Ney Batista | Revista Flap Internacional ed. 353 ano 39
Quando: Maio de 1977.
Função: A aeronave seria utilizada para fins militares, em missões de treinamento avançado (acrobacia, formação de voo e tiro, por exemplo) e, também, de apoio (marcação de alvo,
reconhecimento, ataques e outras).
Principais características: Robusto, o avião teria capacidade de voar a altitudes elevadas e de operar a partir de pistas não preparadas, além de ter baixo custo operacional e longa vida
estrutural, teria capota transparente, seis tanques de combustível e motor a pistão.
Por que não saiu do papel: Não foi aprovado pelo Ministério da Aeronáutica.
11. EMB-311 

Lauro Ney Batista | Revista Flap Internacional ed. 353 ano 39


Quando: Em 1977.
Função: Missões de ataque e reconhecimento.
Principais características: Similares às do EMB-301, mas com diferenças no motor (turboélice) e nos equipamentos. O comprimento do EMB-311 seria um pouco maior, as asas
sofreriam alterações, os assentos seriam ejetáveis e a capacidade seria para um tripulante.
Por que não saiu do papel: Motivo igual ao do EMB-301. A melhora de ambas as versões, no entanto, resultou no EMB-312 Tucano, avião de caça da Embraer que foi sucesso de
vendas no mercado - a Royal Air Force e a Armée de L’Air o encomendaram, por exemplo.
Leia mais | Tucano na Royal Air Force: a aeronave em que o Príncipe William aprendeu a pilotar  
12. EMB-125 e derivados

Revista Flap Internacional ed. 353 ano 39


Quando: Janeiro de 1978.
Função: Evolução do EMB-120 Araguaia, ou seja, surgiu para transportar passageiros. Foram, também, estudadas a versão Cargo e Patrulhamento Marítimo.
Principais características: Com capacidade de 26 a 29 passageiros, a aeronave era um monoplano de asa baixa com dois motores turboélice. A asa seria totalmente metálica e
funcionaria como tanque integral de combustível. Já o cockpit e seus instrumentos seriam otimizados para reduzir a carga de trabalho dos pilotos. O EMB-125 aguentaria a carga máxima
de 2.630 kg e voaria com a velocidade máxima de cruzeiro de 505 km/h. Na versão Cargo, tinha como principais diferenças uma ampla porta no lado esquerdo traseiro e transportaria
mais carga. Já na de Patrulha, teria um radar de busca, maior capacidade de combustível, farol de busca, lançadores de tocha e marcadores de fumaça, cozinha de bordo e área de
descanso.
Por que não saiu do papel: A Embraer já estava engajada no aperfeiçoamento final do EMB-120 Brasilia, que seria lançado em abril de 1980. Por isso, o projeto do EMB-125 foi
descontinuado, assim como suas versões. A de Patrulha foi interrompida, pois o primeiro modelo do Bandeirante de patrulha (EMB-111) seria entregue à FAB meses depois.
13. EMB-123

 
Murilo Camargo Martins | Revista Flap Internacional ed. 353 ano 39
Quando: Meados de 1985.
Função: Substituiria o Bandeirante e competiria com os modelos para transporte aéreo disponíveis na época.
Principais características: A sua designação foi a mesma que a do Tapajós, já descrito, mas não por suas semelhanças. A aeronave, com seis configurações diferentes, deveria ter
desempenho de alta qualidade, mais conforto e níveis de ruído e vibração mais baixos, assim como seus preços e custos operacionais. As configurações 3, 4, 5 e 6 tinham como
diferencial os motores instalados na parte posterior da fuselagem o que, entre muitos benefícios, causava a redução de ruído dentro da aeronave. A sexta, escolhida para desenvolvimento,
utilizaria parte da estrutura do EMB-121 Xingu, avião turboélice para uso executivo.
Por que não saiu do papel: O departamento técnico da Embraer acreditava que era mais vantajoso desenvolver um avião baseado no EMB-120 Brasilia, pois poderia oferecer mais
conforto aos passageiros. Assim, o EMB-123 foi descontinuado.
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Agradecimentos especiais:
Duane Muradas, engenheiro de desenvolvimento de produtos na Embraer
Revista Flap Internacional

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