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SUPERIOR ELEITORAL
RELATÓRIO DE AUDITORIA TSE Nº 3/2019
Auditoria na execução dos Contratos TSE nºs 16, 17, 20 e 31, de 2015
(Processo SEI nº 2019.00.000005216-6)
I – Introdução
Em cumprimento ao requerido por meio do Memorando GAB-DG nº 72/2019 (1043321), foram realizados exames de
auditoria na execuçã o dos Contratos TSE nºs 16, 17, 20 e 31, de 2015, cujos objetos sã o, respectivamente, a prestaçã o dos serviços de
infraestrutura de tecnologia da informaçã o e de sustentaçã o de software, bem como os serviços de apoio ao planejamento e de apoio
ao controle à gestã o contratual dos trê s primeiros contratos, todos sob a responsabilidade da Secretaria de Tecnologia da Informaçã o
(STI).
2. Destaca-se que os valores iniciais atualizados e somados dos quatro contratos perfazem o total de R$ 103.064.020,80,
volume de recursos iscalizados no â mbito desta auditoria.
II – Visão geral do objeto auditado
3. O objeto da auditoria compreende a aná lise dos serviços de infraestrutura de tecnologia da informaçã o, de sustentaçã o de
software, de apoio ao planejamento, bem como de apoio ao controle desses serviços, que abrangem diversas atividades a serem
veri icadas no contexto da Justiça Eleitoral, a im de avaliar, primordialmente, em que medida os recursos inanceiros e humanos estã o
sendo aplicados de acordo com o planejamento da contrataçã o, bem assim com a legislaçã o de regê ncia e jurisprudê ncia correlata.
4. Dessa forma, com vistas à contextualizaçã o do objeto auditado, a seguir será efetuado o levantamento do cená rio existente à
é poca das contrataçõ es que deram origem aos contratos ora em aná lise, bem como dos argumentos trazidos à queles autos para
justi icar o desmembramento dos Contratos TSE nºs 8 e 12/2009 nos atuais 4 contratos e a mudança do modelo da contrataçã o,
abordagem que terá continuidade no tó pico “Histó rico”.
5. No ano de 2013, o TSE instaurou os Procedimentos Administrativos nº 7.726/2013, nº 26.146/2013 e nº 32.941/2013 para
a substituiçã o dos contratos de prestaçã o de serviços de TI entã o vigentes, quais sejam:
Último valor
CT TSE Objeto Contratada Término
praticado
Prestaçã o de serviços de
informá tica para suporte à s
equipes de gestã o de
8/2009 infraestrutura tecnoló gica, a CTIS Tecnologia S/A R$ 29.336.945,77 1/3/2015
im de atender à s demandas
da Justiça Eleitoral (TSE e
TREs)
Prestaçã o de serviços de
informá tica na á rea de
12/2009 sustentaçã o de Sistemas de CTIS Tecnologia S/A R$ 32.052.023,50 12/3/2015
Informaçã o, a im de atender
à s demandas da Justiça
Eleitoral (TSE e TREs)
substituiçã o de parte do Contrato nº 12/2009 para a prestaçã o de serviços especializados que apoiem à s equipes de
servidores do TSE no cumprimento de suas obrigaçõ es em relaçã o à s atividades de governança de TI ( l. 4);
apoio de pro issionais com per is diferenciados para a criaçã o de pontes que permitam traduzir as necessidades de
negó cio, tanto do ponto de vista estraté gico quanto da necessidade de produtos/serviços ( l. 3v);
a Sú mula TCU nº 269 impõ e a remuneraçã o vinculada a resultados, como regra ( l. 7);
opçã o pelo modelo de remuneraçã o por HST a partir da abertura de ordens de serviço, tendo em vista a
impossibilidade de mensurar, com antecedê ncia e com grau de certeza quanto ao tempo de execuçã o, o que re lete
incerteza també m quanto a valores, em detrimento da celebraçã o de acordos de cooperaçã o té cnica com organismos
internacionais e da contrataçã o de projetos de melhoria e consultoria com escopo predeterminado ( ls. 7/8).
substituiçã o de parte do Contrato n° 12/2009 para a prestaçã o de serviços té cnicos de apoio à s atividades de
controle ( l. 386);
apoio de pro issionais com conhecimento e experiê ncia nos temas em foco nos ó rgã os de controle e capazes de
contribuir para o fomento à mudança de cultura institucional e para as polı́ticas de implantaçã o das iniciativas da STI
( l. 392v/393);
a Sú mula TCU nº 269 impõ e a remuneraçã o vinculada a resultados, como regra ( l. 388v/389);
opçã o pelo modelo de remuneraçã o por HST a partir da abertura de ordens de serviço e execuçã o preferencialmente
interna, tendo em vista as atividades tı́picas de consultoria, em que nã o é possı́vel mensurar com antecedê ncia e com
certo grau de certeza quanto tempo levarã o para ser executadas, o que re lete na incerteza dos valores a serem
cobrados ( l. 389v/390);
a complexidade da iscalizaçã o dos novos contratos, imputada pela necessidade de aferiçã o rotineira de Nı́veis
Mı́nimos de Serviço (NMS), gestã o de catá logo de serviço, entre outros controles exigidos, demanda a contrataçã o de
serviços de apoio à gestã o contratual ( l. 2, PA nº 26.146/2013).
13. Com base na estrutura proposta pela unidade de TI, foram irmados os seguintes contratos, objeto da presente auditoria:
Valor inicial
CT TSE Objeto Contratada Vigência
atualizado
Contrataçã o de 1.020.158,94
Unidades de Serviços Té cnicos (UST)
para a prestaçã o de serviços de 2/3/2015 a
16/2015 CTIS Tecnologia S/A R$ 50.650.801,31
suporte à s equipes de gestã o de 2/3/2020
infraestrutura tecnoló gica da Justiça
Eleitoral (TSE e TREs)
Backlogs Pendentes
Ano Sistema
Quantidade Urgente/Alta
2016 22 2
Sistema de Candidaturas - CAND
2017 45 3
2016 51 24
Sistema de Atendimento ao Eleitor - ELO
2017 92 5
135. Ainda, com o intuito de conhecer a opiniã o acerca dos serviços prestados pela STI, especi icamente o desenvolvimento de
sistemas, foi encaminhado questioná rio aos titulares das unidades negociais associadas aos sistemas em desenvolvimento ou em
manutençã o, com o objetivo de conhecer a opiniã o dos clientes da TI quanto aos serviços prestados.
136. Apó s o levantamento das respostas, percebeu-se que a ausê ncia de priorizaçã o das demandas tem sido mais evidenciada,
segundo a visã o dos demandantes de serviços, conforme tabela abaixo:
149. Na tabela, evidenciou-se, em diferentes cores, a ausê ncia de padronizaçã o dos nı́veis de complexidade para atividades
similares. Cita-se alguns exemplos:
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a) Atividades que apresentam somente o nı́vel de complexidade “mé dia”;
b) Atividades que apresentam somente o nı́vel de complexidade “alta”;
c) Atividades que apresentam somente o nı́vel de complexidade “muito alta”;
d) Atividades que apresentam os nı́veis de complexidade “mé dia” e “alta”;
e) Atividades que apresentam os nı́veis de complexidade “alta” e “muito alta”;
f) Atividades que apresentam os nı́veis de complexidade “mé dia”, “alta” e “muito alta”;
g) Atividades que apresentam os nı́veis de complexidade “baixa”, “mé dia” e “alta”;
h) Atividades que apresentam os nı́veis de complexidade “baixa”, “mé dia”, “alta” e “muito alta”.
150. Ainda, destaca-se que os valores atribuı́dos à s complexidades sã o dı́spares, principalmente aqueles relacionados à s
complexidades consideradas “muito alta”.
151. Consta do Canal do Conhecimento da STI, na intranet, as justi icativas a respeito dos crité rios da variá vel “complexidade”.
Destacam-se alguns exemplos:
152. Depreende-se dos dados da tabela acima, principalmente em relaçã o à coluna “Crité rio utilizado”, que os valores
atribuı́dos à complexidade estã o relacionados aos mais diferentes requisitos té cnicos, o que pode caracterizar subjetividade na sua
de iniçã o ou, ainda, embasamento apenas em experiê ncias do corpo de servidores da STI quanto ao respectivo ambiente de trabalho.
153. També m, por meio do Casti, identi icou-se a ausê ncia de descriçã o da complexidade ou mesmo a descriçã o insu iciente das
seguintes atividades: 3.2.65, 3.2.55, 3.2.57, 3.2.46.
154. Assim, particularizar atividades similares, em que algumas ponderaçõ es parecem vinculadas apenas à s caracterı́sticas
intrı́nsecas de cada sistema, tornou subjetivo o processo de de iniçã o dos fatores de ponderaçã o. Ressalte-se que a equipe de auditoria
nã o solicitou informaçõ es extras acerca das justi icativas para a formaçã o de tais valores, em razã o de limitaçã o de tempo.
155. Observa-se, em suma, que nã o há uniformizaçã o dos nı́veis de complexidade “baixa”, “mé dia”, “alta” e “muito alta” para a
atividade “Manter có digo-fonte”.
156. Ainda, com vistas a averiguar o monitoramento de gastos dos contratos de serviços de sustentaçã o e infraestrutura pelos
gestores das unidades de TI que gerenciam esses serviços, foram solicitadas informaçõ es relativas à s ordens de serviço executadas,
iguais ou superiores a 400 HST, no Contrato nº 17/2015 (Sustentaçã o), no perı́o do de janeiro de 2017 a julho de 2019, bem assim
iguais ou superiores a 1.000 UST, no Contrato nº 16/2015 (Infraestrutura), dos 12 ú ltimos meses, indicando o nome do colaborador,
mê s/ano e a quantidade realizada, conforme consta da RDIM nº 57/2019 (1117565).
157. Em resposta, a unidade auditada encaminhou os dados requeridos (1118397 e 1119760), à exceçã o daqueles relativos à
Seçã o de Suporte Operacional (Sesop/Coinf/STI), esclarecendo que nã o foi possı́vel à quela seçã o gerar dados com o total de UST por
pro issional alocado na unidade (1119754). Da aná lise do quantitativo de HST executado no contrato de sustentaçã o, no perı́o do de
02/2017 a 06/2019, icou evidenciado que o quantitativo de demandas realizado pelos 87 pro issionais relacionados é incompatı́vel
com a jornada estabelecida pela CLT, mesmo acrescendo o má ximo de horas extras permitido.
158. Ressalta-se que a equipe de auditoria optou por relacionar, a seguir, do universo informado pela STI em razã o da RDIM nº
57/2019, apenas os casos nos quais se executou mais de 1.000 HST/mê s.
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159. Esclarece-se que para a de iniçã o da quantidade de horas do catá logo de serviços de sustentaçã o, levou-se em
consideraçã o aspectos relacionados à complexidade, ao esforço empreendido e ao per il pro issional para a consecuçã o das atividades,
consoante o disposto no item 3.4.1 do Anexo I do Termo de Referê ncia que balizou a contrataçã o.
160. No entanto, quanto à s situaçõ es retratadas na tabela, observa-se que nã o existe a possibilidade de representarem a
realidade fá tica, ou seja, de que os colaboradores efetivamente realizaram a quantidade de horas demonstradas, evidenciando, assim,
que os crité rios/variá veis que integram essas atividades nã o foram devidamente dimensionados.
161. A tı́tulo de exemplo, descreve-se abaixo a situaçã o constatada em relaçã o ao colaborador de matrı́cula CTIS nº 390782,
enquadrado no per il de Engenheiro de Software, de nı́vel superior, quanto à execuçã o da Ordem de Serviço nº 138/2018, relativa ao
Contrato nº 17/2015:
162. Percebe-se que o colaborador realizou apenas trê s atividades (RAs nºs 0200875, 0200885 e 0200886) durante o mê s de
maio de 2018, as quais totalizaram 1.451,20 HSTs, sendo o valor unitá rio da HST de R$ 125,72, o que consumiu R$ 182.444,86 em
recursos pú blicos.
163. As atividades executadas, como formatadas no catá logo de serviços, equivaleriam a 1.298,88 horas de trabalho, o que
demandaria cerca de 54 dias de trabalho (considerando 24 horas de trabalho ininterrupto por dia) ou cerca de 162 dias (jornada de 8
horas diá rias).
164. Para efeitos estimativos, registra-se que foram adotadas premissas propositadamente favorá veis à contratada,
considerando as rubricas encargos sociais e lucro da empresa em valor equivalente ao do salá rio pago ao pro issional naquele mê s,
quando, na realidade, os encargos normalmente praticados no TSE representam, no má ximo, 77% em relaçã o ao valor dos salá rios,
enquanto o lucro da empresa é praticado em, no má ximo, 10% sobre o valor dos salá rios e dos custos.
165. O cená rio apresentado evidencia o elevado distanciamento entre o valor que a empresa foi efetivamente remunerada e o
seu custo para a prestaçã o dos serviços, porquanto observa-se um sobrepreço de R$ 142.452,40, o que representa superfaturamento
de 356%.
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166. Ademais, em relaçã o ao total de horas realizadas pelo colaborador, corrobora-se o descompasso entre o esforço estimado
e a complexidade de inida para a atividade e o tempo efetivamente necessá rio para a sua execuçã o.
167. Depreende-se, assim, da aná lise realizada nas atividades do catá logo de serviços, que as diversas variá veis que compõ em
o custo da HST podem estar superestimadas, o que causou, no exemplo trazido aos autos, um aumento desproporcional no preço inal
dos serviços, tendo em vista o superfaturamento do valor da atividade.
168. Ainda, por meio da RDIM nº 45/2019, item c (1098401), questionou-se à unidade auditada acerca dos crité rios adotados
para a revisã o dos catá logos de serviços dos contratos em aná lise. Em resposta, por meio da Informaçã o Cogti/STI nº 24/2019
(1101127), esclareceu-se que ocorreram revisõ es de atividades por deliberaçã o da Comissã o Gestora do Catá logo de Serviços de
Sustentaçã o, instituı́da pela Portaria TSE nº 270/2017. Informou-se, ainda, que o Processo de Revisã o do Catá logo de Serviços
encontra-se ilustrado no Anexo 1101152 e que algumas alteraçõ es podem ser visualizadas no Anexo “Evidê ncias Ajustes Catá logo”
(1101147), sendo que as propostas e suas respectivas deliberaçõ es estã o disponı́veis no sistema Casti.
169. De forma complementar, por meio da RDIM nº 58/2019, item b (1136007), solicitou-se à STI informar as atividades que
foram objeto de revisã o por parte daquela Comissã o Gestora. Por meio da Informaçã o Cogti/STI nº 37/2019 (1136071), a unidade
esclareceu que o levantamento de todas as atividades de inspeçã o traria informaçã o mais abrangente do que as atividades revisadas.
Assim, juntou Relató rio de Inspeçõ es (1137136), contendo as inspeçõ es realizadas no perı́o do de 2017 a julho de 2019, onde
icaram evidenciadas as atividades dos catá logos de serviços dos Contratos nºs 16, 17 e 20/2015 que foram objeto de inspeçã o,
incluindo a atividade "1.2.11", que ocorreu em 5.2.2018.
170. Consta, no sistema Casti, que a referida atividade, no perı́o do de 17/2/2017 a 31/7/2018, poderia ser categorizada
em dois tipos de complexidade:
171. Atualmente, a referida atividade vige desde 1º/8/2018, sem data para encerramento, do que se infere que continua
vá lida até o presente momento, apresentando a seguinte complexidade:
172. No entanto, mesmo tendo ocorrido revisã o no catá logo para a atividade "1.2.11", o que ocasionou a reduçã o de
43% sobre o valor anteriormente praticado, ainda assim nã o se evitou o sobrepreço das atividades praticadas na Ordem de Serviço nº
138/2018. Isso porque, considerando o cená rio exposto no item 164, a partir da revisã o da complexidade da atividade o custo
incorrido em razã o da OS nº 138/2018 seria de R$ 103.993,57, equivalente a 827,18 USTs, com sobrepreço, ainda, de 160,03%.
173. Critérios: Catá logo de Serviços constante do Anexo I-II do Termo de Referê ncia do Edital de Licitaçã o TSE nº 112/2015;
Constituiçã o Federal, art. 7º, inciso XIII; Processo Cobit 5: APO06 (Gerenciar Orçamentos e Custos); Acó rdã o TCU nº 2.037/2019 –
Plená rio.
174. Evidências: Informaçõ es contidas nos sistemas Casti e GDS; Informaçõ es Cogti/STI nº 24/2019 (1101127), nº 34/2019
(1117415), nº 36/2019 (1119754) e nº 37/2019 (1136071); Ordem de Serviço nº 138/2018; Relató rios de Atividades nºs 0200875,
0200885 e 0200886.
175. Causas:
a) Particularizaçã o das atividades de serviços de sustentaçã o por sistema;
b) subjetividade e ausê ncia de transparê ncia na de iniçã o do fator de ponderaçã o da complexidade para as atividades do
catá logo;
c) falta de padronizaçã o dos nı́veis de complexidade de atividades similares;
d) esforço superestimado das atividades do catá logo de serviços;
e) ausê ncia de revisã o perió dica do catá logo de serviços para adequaçã o de atividades incompatı́veis com o esforço
estabelecido;
f) nã o utilizaçã o de crité rios comparativos com atividades semelhantes praticadas no mercado;
g) catá logo de serviços elaborado utilizando-se apenas os parâ metros do contrato anterior, prestado por meio de posto de
trabalho;
h) ausê ncia de ferramentas para a iscalizaçã o detectar o esforço superestimado;
i) ausê ncia de atuaçã o da empresa contratada para os serviços de apoio ao controle no tocante à veri icaçã o de distorçã o nos
catá logos de serviços entre o esforço estimado e o realizado e a consequente proposiçã o de medidas corretivas.
176. Consequências:
a) Metodologia de de iniçã o das atividades onerando o gerenciamento do catá logo de serviços;
b) catá logo contendo excesso de atividades decorrente de particularizaçã o;
c) aumento desproporcional dos custos do contrato;
d) quantidade de demandas realizadas por colaboradores incompatı́veis com o esforço estabelecido para as atividades.
177. Recomendações:
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177.1 À STI:
a) Realizar imediata revisã o nos catá logos de serviços dos contratos em exame, com vistas a reconsiderar as estimativas de
esforço, os nı́veis de complexidade e os per is pro issionais exigidos para cada atividade, com a participaçã o direta dos iscais té cnicos –
demandantes dos serviços –, tendo em vista os indı́cios de sobrepreço;
b) avaliar a possibilidade de uniformizar os valores dos nı́veis de complexidade e os fatores de ponderaçã o para atividades
consideradas similares;
c) reavaliar atividades dos catá logos de serviços, buscando aglutinar (generalizar) as atividades consideradas similares;
d) dar transparê ncia, no sistema Casti, a respeito da composiçã o dos fatores de ponderaçã o atribuı́dos à complexidade;
e) gerenciar as demandas frente aos custos das atividades;
f) veri icar a possibilidade de incluir limitador de horas mensal para racionalizar o esforço de inido nas atividades dos
catá logos, por colaborador;
g) veri icar a ocorrê ncia de eventual inadimplemento contratual por parte da empresa contratada para a prestaçã o dos
serviços de apoio ao controle quanto à ausê ncia de veri icaçã o de distorçã o nos catá logos de serviços entre o esforço estimado e o
efetivamente realizado e a consequente provocaçã o do TSE para as medidas corretivas pertinentes;
h) considerar, por ocasiã o do planejamento das futuras contrataçõ es, o impacto decorrente da situaçã o encontrada e das
respectivas recomendaçõ es na metodologia utilizada para preci icaçã o dos custos dos ajustes vindouros; e
i) informar as atividades que foram objeto de inspeçã o, conforme Anexo 1137136, as quais resultaram em reduçã o de
UST/HST, bem como as providê ncias adotadas.
177.2 À STI, em conjunto com a SAD:
a) Avaliar alternativas que possam ser implementadas de imediato relativamente aos faturamentos vindouros dos contratos
sob exame, tendo em vista os indı́cios de sobrepreço veri icados. Nesse sentido, com vistas à negociaçã o, junto à contratada, dos
pagamentos a serem realizados até o encerramento das respectivas vigê ncias contratuais, indica-se, como medida possı́vel de ser
adotada, a metodologia de composiçã o de custos sugerida pelo Tribunal de Contas da Uniã o, retratada nos itens 391 e seguintes do
relató rio do Acó rdã o nº 1.627/2019 – Plená rio, a partir dos dados gerenciais disponı́veis nos sistemas de controle da STI;
b) apurar e, em se con irmando, avaliar alternativas para a recuperaçã o de valores pagos a maior relativamente aos
pagamentos já realizados desde o inı́cio da execuçã o dos referidos contratos. A metodologia descrita nos itens 156 e seguintes do
presente relató rio pode ser utilizada como ponto de partida para o levantamento das informaçõ es necessá rias à quanti icaçã o de
valores e à busca pela restituiçã o, podendo ser aprimorada pela STI a partir de dados reais da execuçã o – e de outras variá veis
porventura nã o alcançadas neste trabalho. Apó s, de posse desses dados, caberia à SAD a elaboraçã o de planilhas de custos e formaçã o
de preços baseadas nos salá rios dos pro issionais que realizaram atividades no â mbito dos quatro ajustes. Nesse sentido, embora os
meios para apuraçã o nã o se esgotem nos procedimentos a seguir sugeridos, para uma avaliaçã o inicial de eventual distanciamento
entre o valor pelo qual as empresas contratadas foram remuneradas e o seu custo efetivo com a prestaçã o dos serviços, sugere-se
levantar, minimamente, as seguintes informaçõ es:
b.1) relaçã o de pro issionais que, mê s a mê s, executaram atividades as quais, somadas, alcançam quantidade igual ou superior
a 400 HST ou a 1.000 UST, desde o inı́cio da execuçã o contratual;
b.2) folhas de pagamento, contracheques e/ou arquivos gerados pelo Sistema Empresa de Recolhimento do FGTS e
Informaçõ es à Previdê ncia Social (Se ip) em que seja possı́vel identi icar os pro issionais e os salá rios recebidos nos meses em que
realizaram atividades enquadradas nos parâ metros acima;
b.3) elaboraçã o de planilhas de custos e formaçã o de preços a partir dos dados obtidos;
b.4) comparativo entre os valores remunerados à s contratadas e os alcançados apó s o preenchimento das sobreditas
planilhas.
A6 – Existência de atividades meramente administrativas no catálogo de serviços do Contrato TSE nº 31/2015 (Apoio
ao controle) para as quais não é necessário per il de TI.
178. Situação encontrada: Mediante a RDIM nº 36 (1090392), alı́nea g, questionou-se a STI sobre a existê ncia de estudos e
levantamentos que demonstrassem a existê ncia de atividades meramente administrativas no catá logo de serviços dos contratos em
aná lise e que, portanto, nã o exigiriam per il de TI, informando o quantitativo de colaboradores que realizam essas atividades; ainda,
informar, em caso de atividades rotineiras, o quantitativo de postos de trabalho que supririam as demandas, bem como apresentar os
registros de atividades realizadas no perı́o do de junho de 2018 a junho de 2019.
179. Em resposta, a unidade auditada esclareceu que os Contratos nºs 16, 17 e 20/2015 possuem atividades exclusivamente de
TI. Poré m, em relaçã o ao Contrato nº 31/2015, de apoio à gestã o daqueles contratos, relacionou 23 atividades para as quais nã o seria
necessá rio per il especializado de TI. Sã o elas:
188. Da aná lise das atividades descritas na tabela, percebe-se que a maioria sã o consideradas rotineiras (de acordo com o
có digo da Atividade – R-XXX) e mais solicitadas pela Seçã o de Execuçã o da Produçã o (SEPD) e Seçã o de Monitoramento de Produçã o
(Semop), ambas vinculadas à Coordenadoria de Infraestrutura (Coinf/STI).
189. Considerando as di iculdades encontradas pela Administraçã o Pú blica Federal no tocante ao planejamento e a execuçã o
dos contratos remunerados pelas mé tricas UST/HST ou similares, o Tribunal de Contas propô s, por meio do Acó rdã o nº 2.037/2019 –
Plená rio, item 9.1.3.3, que as equipes de planejamento analisem soluçõ es alternativas à utilizaçã o dessas mé tricas, documentando as
justi icativas da escolha.
190. Como exemplo, cita os serviços de suporte de infraestrutura, em relaçã o aos quais normalmente a entidade possui uma
base histó rica da quantidade de chamados, de incidentes, de ativos de infraestrutura e de pro issionais que atuaram nos contratos
passados. Entende que da combinaçã o desses dados com a de iniçã o de nı́veis de serviços adequados à complexidade e à
especi icidade do objeto seria plenamente possı́vel a de iniçã o de um valor estimado da contrataçã o, sem a necessidade de medir e
pagar cada serviço executado em UST. Assim, esta opçã o tornaria o processo de iscalizaçã o do contrato menos complexo, pois nã o
haveria a necessidade de analisar se cada chamado foi classi icado corretamente, mas apenas se os nı́veis de serviços estabelecidos
foram cumpridos.
191. Entende, ainda, que a alternativa descrita acima teria o condã o de evitar um cená rio de con lito de interesses por parte da
empresa contratada, já que, quanto maior o nú mero de chamados ela é instada a solucionar, maior seria o seu faturamento, reeditando,
assim, o paradoxo do lucro-incompetê ncia sob um modelo supostamente vinculado a resultados.
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192. Assim, caso a situaçã o identi icada acima amolde-se à hipó tese relatada no julgado do TCU, a contrataçã o dos serviços
respectivos poderia dar-se em formato alternativo ao atualmente utilizado.
193. Como modelo alternativo à utilizaçã o de mé trica baseada em UST/HST ou similar, a jurisprudê ncia da Corte de Contas vem
admitindo a possibilidade de adoçã o de formato de contrataçã o no qual há combinaçã o entre serviços medidos e pagos integralmente
por resultados com serviços pagos por disponibilidade, poré m sujeitos à aplicaçã o de fatores de ajuste derivados da aferiçã o de
indicadores de qualidade ou nı́veis de serviços.
194. Tal formato foi reconhecido como regular em contrataçõ es de serviços de TI, inclusive com a ixaçã o de quantitativo
mı́nimo de prestadores de serviço (na parte da contrataçã o que é remunerada por disponibilidade de pro issionais), bem como dos
pisos salariais para os respectivos postos de trabalho, visando resguardar a qualidade e a e iciê ncia esperadas na prestaçã o dos
serviços, desde que as justi icativas para tal modelo estejam bem fundamentadas no bojo do respectivo processo licitató rio,
demonstrando-se a quanti icaçã o da mã o de obra necessá ria por meio de memó ria de cá lculo que considere, entre outros fatores, o
histó rico de serviços demandados e a realidade da organizaçã o, e os valores estabelecidos para os pisos salariais decorram de
pesquisas e estudos pré vios. Nesse sentido, destacam-se os Acó rdã os 1.125/2009 e 47/2013, ambos do Plená rio, e o Acó rdã o
3.746/2018 – Segunda Câ mara.
195. Ademais, persiste a necessidade de aferiçã o da qualidade dos serviços prestados. Para tanto, é imprescindı́vel que,
també m por ocasiã o do planejamento de futura contrataçã o, sejam de inidos nı́veis de serviços adequados à complexidade e à
especi icidade do objeto, de forma que exista a possibilidade de mediçã o dos resultados pactuados e respectivos ajustes nos
pagamentos devidos à contratada ainda que a remuneraçã o esteja vinculada ao quantitativo de postos de serviço.
196. Critérios: Processo Cobit 5: APO06 (Gerenciar Orçamentos e Custos); Catá logo de Serviços do Contrato TSE nº 16/2015
(Infraestrutura); Acó rdã os Plená rios TCU nº 2.037/2019, item 9.1.3.3; nº 1.125/2009 e nº 47/2013; Acó rdã o nº 3.476/2018 – Segunda
Câ mara.
197. Evidências: Informaçã o Cogti/STI nº 12/2019 (1080018); Anexo 10 Maiores Atividades Demandadas CT 16/2015
(1080078).
198. Causas:
a) Nã o avaliaçã o das atividades que possam estar relacionadas ao modelo de contrataçã o por produtividade;
b) inobservâ ncia ao princı́pio da economicidade.
199. Consequências:
a) Modelo de contrataçã o de serviços inadequado para tarefas rotineiras;
b) ô nus inanceiro do contrato;
c) maior impacto nas atividades de iscalizaçã o da execuçã o contratual, devido à forma de contrataçã o, por catá logo de
serviços, e a retribuiçã o por UST.
200. Recomendação:
a) Avaliar a possibilidade de contratar os serviços de infraestrutura de TI, relativos à s atividades executadas pela SEPD e
Semop, ambas da Coinf/STI, bem assim de outras unidades que gerenciem serviços similares, por meio de soluçã o alternativa à mé trica
UST.
A8 – Ausência de transparência em relação aos pro issionais executantes das atividades do Contrato nº 16/2015
(Infraestrutura), bem como não utilização de solução informatizada de gestão de demandas.
201. Situação encontrada: Tendo em vista a RDIM nº 57/2019 (1117565), por meio da qual solicitou-se, dentre outras
informaçõ es, indicar os colaboradores que executaram atividades em quantidade igual ou superior a 1.000 UST dos ú ltimos 12 meses,
em relaçã o ao contrato de infraestrutura, discriminadas por executor das atividades, a unidade auditada manifestou-se por meio da
Informaçã o Cogti/STI nº 36/2019 (1119754) e Anexos 1118397 e 1119760.
202. Veri icou-se, dos dados apresentados, que as Seçõ es de Monitoramento de Produçã o (Semop), de Suporte a Aplicaçõ es
(Sesap) e de Execuçã o da Produçã o (SEPD), vinculadas à Coinf/STI, registram a execuçã o das demandas de modo coletivo,
considerando um ú nico executor, conforme tabela abaixo:
203. Da mesma forma, a Seçã o de Banco de Dados (SEBD), també m vinculada à Coinf/STI, registra as demandas de modo
coletivo, mas realiza o lançamento da atividade referente a um ú nico colaborador, conforme a planilha a seguir:
206. Diante do exposto, concluiu-se que o GDS nã o é utilizado por todas as unidades que gerenciam os serviços objeto dos
Contratos nº 16, 17, 20 e 31/2015, seja porque adota outro sistema distinto ou mesmo porque nã o adota nenhum sistema.
207. Critérios: Atividades executadas de forma individual contidas no Sistema de Gestã o de Demandas (GDS).
208. Evidências: Informaçã o Cogti/STI nº 36/2019 (1119754); Anexos 1118397 e 1119760.
209. Causas:
a) Adoçã o de metodologia que evidencia a execuçã o dos serviços contratados de TI de forma coletiva, em sistema pró prio ou
em planilha eletrô nica;
b) nã o utilizaçã o do sistema GDS ou de outra soluçã o automatizada para gerenciamento das demandas dos serviços
contratados de TI;
c) ausê ncia de gestã o das demandas.
210. Consequências:
a) Di iculdades para a identi icaçã o da quantidade de UST/HST executada, por colaborador;
b) impossibilidade de avaliar se a quantidade de horas realizadas previstas para a execuçã o das atividades estã o em
conformidade com a de inida no catá logo de serviços e permitida pela legislaçã o trabalhista;
c) inexistê ncia de transparê ncia na execuçã o das atividades.
211. Recomendações:
a) Avaliar a possibilidade de adoçã o do GDS pelas unidades da TI que gerenciam serviços dos Contratos TSE nº 16, 17, 20 e
31/2015, de modo a uniformizar a gestã o de demandas;
b) adotar a metodologia de acompanhamento da execuçã o das demandas de forma individualizada, pelas unidades que adotam
sistema informatizado pró prio, enquanto nã o for possı́vel a utilizaçã o do GDS.
2019.00.000005216-6 Documento no 1129235 v370
A9 – Ausência de abertura de Ordem de Serviço Garantia para a correção dos erros/defeitos identi icados relativos
ao Contrato TSE nº 17/2015 (Sustentação).
212. Situação encontrada: Com o propó sito de veri icar o cumprimento do disposto no item 10 do Termo de Referê ncia
relativo ao Contrato nº 17/2015, que trata sobre a garantia dos serviços prestados, solicitou-se à STI, por meio da RDIM nº 53/2019
(1106649), dados acerca do total de recursos aplicados no SPCE relativos aos serviços do contrato de sustentaçã o, bem assim o custo
total das atividades de testes demandadas pelos sistemas SGRH, PJe, Sigepro-Web, ELO, SPCE e SPCA e a quantidade de erros
registrados por sistema, no perı́o do de março de 2015 a junho de 2019.
213. Em resposta, a unidade auditada informou, por meio das Informaçõ es Cogti/STI nº 30/2019 (1109564), nº 31/2019
(1115879) e nº 32/2019 (1117092), o que segue:
214. No tocante aos custos relativos aos testes realizados nos sistemas indicados acima, informou-se os seguintes dados:
215. Conforme consta do TR referente à contrataçã o dos serviços de sustentaçã o, a garantia dos serviços será de seis meses
contados da data do recebimento de initivo do serviço, sendo que as demandas de serviços em garantia serã o realizadas por meio de
ordem de serviço, na qual deverã o constar os prazos de inı́cio e de té rmino do atendimento.
216. Diante da situaçã o apresentada relativa à quantidade de erros e ao valor gasto nas atividades de testes, solicitou-se à STI,
por meio da RDIM nº 54/2019 (1107757), evidê ncias dos controles instituı́dos na execuçã o do Contrato nº 17/2015, com vistas a
garantir que eventuais erros encontrados no sistema pelo cliente demandante sejam cobertos pela Ordem de Serviço Garantia, sem a
possibilidade de faturamento em duplicidade para uma mesma ocorrê ncia.
217. Em atendimento, a unidade auditada prestou as informaçõ es a seguir, por meio da Informaçã o Cogti/STI nº 30/2019
(1109564):
O controle para nã o pagamento em duplicidade de serviços em garantia é de responsabilidade dos iscais té cnicos de cada unidade da STI, de
forma que algumas unidades abrem OS de garantia mensalmente e já combinam com a contratada que esta registre nessas OS todas as atividades
feitas em cará ter de garantia. As OS de garantia possuem custo ZERO. Outras unidades optam por gerenciar os serviços em garantia por meio dos
erros identi icados pelas á reas clientes na fase de homologaçã o dos sistemas, de modo que o aceite inal do serviço só é dado à contratada apó s
a validaçã o do cliente, o que garante o pagamento do serviço uma ú nica vez.
218. Complementa que, se fosse de interesse da equipe de auditoria, a STI poderia consultar os iscais té cnicos acerca da forma
adotada para o controle dos serviços de garantia em sua respectiva unidade, uma vez que esse levantamento nã o fora feito devido ao
tempo insu iciente para a consolidaçã o das informaçõ es dentro do prazo dado pela SCI.
219. Assim, posteriormente, por meio da RDIM nº 58/2019 (1136007), solicitou-se à unidade informaçõ es sobre o resultado
do levantamento realizado junto aos iscais té cnicos, dos controles instituı́dos na execuçã o do Contrato nº 17/2015 para garantir que
eventuais erros encontrados no sistema pelo cliente demandante sejam cobertos pela Ordem de Serviço Garantia, sem a possibilidade
de faturamento em duplicidade para uma mesma ocorrê ncia.
220. Em atençã o ao solicitado, foram apresentadas, entre outras, as seguintes respostas, de acordo com a Informaçã o
Cogti COGTI/STI nº 37/2019 (1136071):
Unidade: Sedesc 5/CSCOR/STI
Unidade: Seai/Cogti/STI:
Controlamos a data de entrega/implantaçã o em produçã o na ferramenta Redmine pelos status das tarefas executadas nas sprints. Nos casos em
que é evidenciada a garantia conforme crité rios contratuais, sã o lançados RAs em OSs de garantia, que sã o abertas mensalmente junto com as
OSs rotineiras.
Unidade: Setot/Csele/STI:
Controles de que dispomos sã o limitados, mas existem. Sã o limitados, porque dependem de aná lise humana distribuı́da e individual de cada RA,
passı́vel de erros diversos. O primeiro controle refere-se à origem da demanda. Se decorre de um bug (principalmente os registrados no
bugzilla), avaliamos a correçã o para saber se isso foi um erro de especi icaçã o ou de implementaçã o. Eventualmente pode ter havido uma
alteraçã o de requisito (e isso ocorre com frequê ncia). O segundo controle decorre da avaliaçã o do registro de versã o. Avalia-se se o có digo foi
feito por um servidor ou colaborador, no prazo de 6 meses. A SETOT, para o contrato 17 (sustentaçã o), sempre abre OS de garantia. Outros dois
controles sã o a solicitaçã o de contagem pré via e inclusã o de RA’s para inspeçã o. Tais avaliaçõ es de apoio ao controle nos sã o ú teis, quando
temos dú vidas.Poré m o processo ainda pode ser aperfeiçoado. Por exemplos, somos 6 servidores avaliando centenas de RA’s fragmentados. E
muito difı́cil, por exemplo, identi icar RA’s duplicados na origem, ou RA’s com evidê ncias replicadas.
221. Em face das respostas apresentadas, percebe-se que o mecanismo para a garantia dos serviços nã o tem sido
ordinariamente acionado pelo TSE. Registre-se que, até a elaboraçã o deste relató rio, nã o houve resposta por parte das unidades:
Secad/Csele, Secon/Csele, Seint/Csele, Sedesc 2/CSCOR e Sedesc 6/CSCOR.
222. Critério: Contrato TSE nº 17/2015, Termo de Referê ncia, item 10 – Garantia de serviços.
223. Evidências: Informaçõ es Cogti/STI nº 30/2019 (1109564), nº 31/2019 (1115879), nº 32/2019 (1117092) e nº 37/2019
(1136071).
224. Causa: Inobservâ ncia dos mecanismos de inidos em Contrato e Termo de Referê ncia para acionar a garantia dos serviços
prestados.
225. Consequências:
a) Ausê ncia de abertura de Ordem de Serviço Garantia para corrigir erros/defeitos nos serviços prestados;
b) abertura de nova ordem de serviço para correçã o dos erros/defeitos identi icados que estariam acobertados pela garantia;
c) pagamento em duplicidade pelo mesmo serviço.
226. Recomendações:
a) Informar o nú mero das ordens de serviços referentes à garantia dos serviços prestados para a correçã o dos erros/defeitos
demonstrados na tabela acima;
280. Assim, da simulaçã o realizada, constatou-se a diferença de R$ 7.539.305,00 que teriam sido pagos a maior no modelo
atualmente praticado, no perı́o do de 24 meses. Salienta-se que referida simulaçã o considerou o quantitativo total de pro issionais
empregados na execuçã o dos serviços no perı́o do, o que, contudo, nã o assegura que tal quantitativo esteja alinhado ao esforço
efetivamente necessá rio para a realizaçã o das atividades, sendo possı́vel, portanto, que a diferença acentue-se caso seja con irmada a
superestimativa nessa variá vel da composiçã o do custo do contrato.
281. Nesse sentido, a situaçã o acima exposta pode denotar a antieconomicidade da contrataçã o atual em razã o de sobrepreço
no valor contratado para HST.
282. Critério: Acó rdã o TCU nº 2.037/2019 – Plená rio.
283. Evidências: PA nº 2019.00.000008111-5 e nº 2019.00.000008457-2 e documentos entregues em meio digital.
2019.00.000005216-6 Documento no 1129235 v370
284. Causa: a) Pesquisa de preço limitada à comparaçã o de valor da HST com a praticada em outras organizaçõ es, sem
aprofundamento da composiçã o dos custos unitá rios.
285. Consequência: a) Dano ao erá rio.
286. Recomendações:
286.1. À STI, em conjunto com a SAD:
a) Com vistas a minimizar o impacto decorrente de eventual sobrepreço nas contrataçõ es em vigor, até que sejam concluı́das as
instruçõ es dos procedimentos licitató rios, em fase de planejamento, para substituiçã o dos Contratos nºs 16, 17, 20 e 31/2015, realizar
levantamento dos dados reais de cada contrato, mensalmente, projetando-os em planilha de custos e formaçã o de preços, de modo a
negociar com as empresas contratadas os valores a serem pagos por ocasiã o dos faturamentos vindouros. Para tanto, devem ser
solicitadas, a cada emissã o de ordem de serviço, informaçõ es das empresas contratadas, tais como, nome dos pro issionais a serem
alocados, os salá rios respectivos e a carga horá ria individual a ser empregada para a execuçã o das atividades.
286.2. À SAD:
a) Orientar a unidade responsá vel pela pesquisa de preços sobre a impossibilidade de comparaçã o simples e direta entre
valores contratados por UST/HST na Administraçã o Pú blica.
b) elaborar planilha de custos e formaçã o de preços, tanto por ocasiã o do planejamento quanto em eventual processo de
prorrogaçã o contratual, com vistas a veri icar a economicidade de contrataçã o medida em UST/HST.
IX – Outras Considerações
OC1 – Possível ônus incidente sobre a força de trabalho de TI decorrente das atividades de iscalização contratual.
287. Situação encontrada: Com o propó sito de veri icar o impacto na força de trabalho dos servidores lotados na Secretaria
de Tecnologia da Informaçã o que desenvolvem atividades de iscalizaçã o no modelo de contrataçã o por catá logo de serviços, solicitou-
se informaçõ es, por meio da RDIM nº 36/2019, alı́nea g (1090392), a respeito de estudos e levantamentos que demonstrassem essa
realidade.
288. Em resposta, a unidade auditada informou o que segue (1093473, alı́nea g):
O impacto da iscalizaçã o dos contratos na força de trabalho dos servidores foi aferido em duas oportunidades, por meio de formulá rios de
pesquisa enviados a todos os iscais té cnicos. A primeira pesquisa realizada pela Seçã o de Suporte Té cnico a Contratos (Sescon), com amostra
signi icativa de servidores que atuavam como iscais té cnicos em dezembro de 2016, demonstrou um tempo mé dio mensal de 41h por servidor
em atividades de iscalizaçã o de contratos. No primeiro trimestre de 2017, o catá logo foi analisado e revisto com foco na diminuiçã o da
granularidade de atividades e na reduçã o do tempo de iscalizaçã o. Em novembro de 2017, em nova pesquisa, chegou-se ao tempo mé dio por
servidor de 33h. Apesar da reduçã o, é um tempo ainda considerado alto, correspondendo praticamente a uma semana de trabalho do servidor.
Cabe ressaltar que o modelo de execuçã o baseado em catá logo, embora bastante oneroso, produziu amadurecimento nos processos de trabalho e
gerou uma sé rie histó rica capaz de balizar a preci icaçã o da nova contrataçã o. Com esses dados, está sendo realizada uma revisã o do catá logo
buscando agrupar atividades granulares em atividades maiores e mais signi icativas, com o objetivo de obter um catá logo mais enxuto e com
foco na geraçã o de valor ao negó cio.
289. O apontado pela unidade pode ser atribuı́do ao modelo contratual, que exige a gestã o de catá logo de serviços com
excesso de detalhamento de atividades, o que gera quantidade signi icativa de artefatos a serem conferidos e de servidores envolvidos
para realizar a iscalizaçã o té cnica e administrativa e a gestã o contratual para que cada serviço seja medido e pago. Em razã o disso,
algumas possı́veis consequê ncias podem identi icadas:
a) di iculdades para avaliar a qualidade dos produtos entregues;
b) priorizaçã o da iscalizaçã o em detrimento da execuçã o das atribuiçõ es do cargo do servidor, bem como da unidade de
lotaçã o;
c) contrataçã o de serviços de apoio ao controle para auxiliar na iscalizaçã o dos contratos de sustentaçã o, infraestrutura e
apoio ao planejamento.
290. Diante do cená rio exposto pela unidade e das possı́veis consequê ncias aventadas, é recomendá vel reavaliar o processo de
controle da iscalizaçã o dos contratos de prestaçã o de serviços de tecnologia da informaçã o, visando a sua desburocratizaçã o, sem
perda da qualidade e efetividade dos serviços, bem como buscar a automatizaçã o dos artefatos gerados e do processo de controle da
iscalizaçã o, visando à reduçã o de tempo, sempre que possı́vel.
X – Conclusão
291. Em face do resultado dos exames de auditoria realizados e da avaliaçã o dos controles internos instituı́dos na execuçã o
dos Contratos nºs 16, 17, 20 e 31/2015, conclui-se que a gestã o dos atos inerentes aos referidos contratos carece de ajustes para
mitigar riscos decorrentes de de iciê ncias na governança de TI, bem como de planejamento inadequado das contrataçõ es e de
distorçõ es na execuçã o contratual, com o aprimoramento dos controles existentes ou o estabelecimento de outros para sanear os
achados de auditoria apontados relativamente aos seguintes pontos:
a) Melhoria nas prá ticas de governança, gestã o e uso da Tecnologia da Informaçã o pelo TSE;
b) cumprimento dos objetivos estraté gicos;
c) transparê ncia sobre os custos de programas, projetos e sistemas;
d) gestã o adequada do portfó lio de projetos e programas;
e) aperfeiçoamento dos nı́veis de complexidade/esforço das atividades do catá logo de serviços dos Contratos;
f) adequaçã o dos pro issionais aos contratos relacionados;
g) alternativas paci icadas à utilizaçã o da mé trica UST;
h) melhorias nos sistemas utilizados para auxı́lio à s atividades de iscalizaçã o contratual;
i) melhorias na elaboraçã o e mediçã o dos indicadores de nı́veis de serviço;
j) melhorias nos mecanismos relacionados à garantia dos serviços prestados;
2019.00.000005216-6 Documento no 1129235 v370
l) acompanhamento dos aspectos trabalhistas;
m) quanti icaçã o adequada para a unidade de medida UST/HST.
292. A iscalizaçã o dos contratos auditados envolve nú mero signi icativo de servidores, os quais se dividem nas atribuiçõ es
inerentes à iscalizaçã o té cnica, à administrativa e à gestã o contratual. Embora a gestã o de catá logo de serviços seja considerada
onerosa pela STI, o amadurecimento nos processos de trabalho e a geraçã o de base histó rica capaz de balizar a preci icaçã o de futura
contrataçã o foram a irmados pela unidade.
293. Alé m do corpo té cnico envolvido, irmou-se contrato destinado especi icamente a apoiar o controle, Contrato TSE
nº 31/2015, considerando a complexidade envolvida na iscalizaçã o dos modelos de contrataçã o, imputada à necessidade de aferiçã o
rotineira de nı́veis mı́nimos de serviço, de gestã o de catá logo de serviços, entre outros controles exigidos. Dentre as atividades
previstas no escopo do referido contrato está a de apoiar a aferiçã o de conformidade de produtos e/ou serviços entregues.
294. Dos resultados dos testes de auditoria, observou-se que a estrutura de iscalizaçã o dos contratos avaliados nã o atendeu
satisfatoriamente aos propó sitos para os quais fora desenhada, tendo em vista as distorçõ es na execuçã o contratual registradas nos
achados de auditoria.
295. Constatou-se, ainda, que o catá logo de serviços apresenta atividades muito detalhadas e, considerando que algumas
atividades sã o similares, variando nos crité rios de complexidade, fatores de ponderaçã o ou mesmo esforço, que sã o diferentes entre as
unidades, dã o margem a tratamentos diferenciados para a atividade de sustentaçã o dos sistemas.
296. Ademais, observou-se que os catá logos de serviços, quando construı́dos, nã o foram acompanhados de memó rias de
cá lculo que justi icassem suas variá veis, o que pode ter contribuı́do para de iniçõ es de esforço nã o condizentes com a realidade.
297. A equipe de auditoria identi icou, ainda, indı́cios de que os valores aplicados nos contratos avaliados nã o vê m sendo
empregados de forma racional, sendo as possı́veis causas associadas ao dimensionamento inadequado do esforço necessá rio para a
realizaçã o das atividades descritas em catá logo, à majoraçã o da complexidade das atividades, ao per il pro issional exigido para a
execuçã o e aos fatores de ponderaçã o contidos nas fó rmulas que compõ em o custo da UST/HST.
298. Observou-se a ausê ncia de documentaçã o do cá lculo de indicadores de nı́veis mı́nimos de serviço, o que pode acarretar o
pagamento por serviços nã o prestados ou prestados insatisfatoriamente.
299. Alé m disso, constatou-se a ausê ncia de padronizaçã o, nos processos de trabalho da iscalizaçã o e gestã o contratual, de
controle dos serviços em garantia, fato que pode gerar o pagamento em duplicidade por serviços que deveriam ser corrigidos sem
ô nus para o TSE.
300. Ainda, a adoçã o de parâ metros insu icientes para veri icaçã o da economicidade dos valores estimados, na fase de
planejamento da contrataçã o, e contratados, durante a execuçã o contratual, pode ocasionar superestimativa e sobrepreço nos valores
contratados.
301. Por im, no que tange à governança, à gestã o e ao uso de TI, observou-se que nã o ocorre uma adequada priorizaçã o das
demandas, fato que compromete, dentre outros aspectos, os recursos inanceiros alocados nesta á rea. As insu iciê ncias foram
demonstradas també m por meio das seguintes situaçõ es:
a) um nú mero considerá vel de atividades antigas constantes em backlog para as quais nã o se observou o devido
andamento, inclusive para atividades classi icadas como “alta” ou “urgente”;
b) sistemas desenvolvidos que, durante o seu ciclo de vida, foram descontinuados sem justi icativa expressa e outros, que
estavam em desenvolvimento e cujas unidades gestoras responsá veis nã o foram identi icadas, sendo que, para ambos os casos, a
continuidade do desenvolvimento pode gerar um prejuı́zo inanceiro; e
c) de iciê ncia na participaçã o do usuá rio de TI no processo de validaçã o dos serviços prestados pela TI, tendo em vista a
ausê ncia de demonstraçã o dos custos presentes nas atividades solicitadas.
302. Relativamente ao emprego de recursos em contrataçõ es de serviços de TI vinculada a resultados, o TCU observou,
consoante o já citado Acó rdã o nº 2.037/2019 – Plená rio, de 28.8.2019, a elevaçã o do risco de antieconomicidade nessas contrataçõ es,
independente da fó rmula utilizada (UST/HST), seja pela di iculdade na preci icaçã o do valor adequado da UST/HST, seja por nã o
estimar corretamente o seu quantitativo (esforço, complexidade, fator de ponderaçã o ou qualquer outra variá vel) de cada serviço
previsto ou, até mesmo, por nã o iscalizar adequadamente a execuçã o contratual.
303. Em face dessa realidade, a Corte de Contas, ao entendimento de que a mudança de paradigma para pagamento vinculado
a resultados com a utilizaçã o dessas mé tricas nã o signi ica o abandono ao princı́pio da economicidade, tem estudado medidas
objetivando mitigar os riscos de sobrepreço e superfaturamento dessas contrataçõ es. Com vistas a conferir maior assertividade à s
organizaçõ es quanto ao preço mais adequado da UST/HST, o TCU sugere seja elaborada planilha de custos e formaçã o de preços, ainda
que nã o se trate de prestaçã o de serviço com dedicaçã o de mã o de obra exclusiva, para veri icaçã o da razoabilidade dos valores
remunerados à prestadora de serviços em face de seus custos efetivos, acrescidos de encargos e margem de lucro. Consolida esse
entendimento nos itens a seguir:
9.1.3.8. a divulgaçã o da memó ria de cá lculo que justi ique o quantitativo de esforço, o quantitativo de unidades de serviço estimado e o fator de
ponderaçã o utilizado para cada serviço previsto contribui para a ampliaçã o da competiçã o do respectivo certame licitató rio;
9.1.3.9. a exigê ncia do fornecimento à Administraçã o da planilha de custo e formaçã o de preço pelo vencedor da licitaçã o, juntamente com a
proposta de preços, é medida que contribui para minimizar o risco de sobrepreço; e
9.1.3.10. o valor estimado e contratado deve ser compatı́vel com a planilha de custo e formaçã o de preço, que deverá ser elaborada na fase de
planejamento da contrataçã o, com o ito de calcular o valor estimado da contrataçã o e estabelecido no Termo de Referê ncia.
304. A sugestã o é de que se utilize a planilha de custos e formaçã o de preços tanto na fase de planejamento da contrataçã o
quanto na aná lise da vantajosidade da renovaçã o contratual, nesta ú ltima ocasiã o utilizando dados reais do contrato.
305. Assim, utilizar-se-ia das informaçõ es contidas no catá logo de serviço previsto (esforço em horas, complexidade, fator de
ponderaçã o, per is dos pro issionais, quantidade de vezes que cada serviço será demandado) para calcular quantos pro issionais e
quais os respectivos per is que seriam necessá rios para a execuçã o do contrato e, com base em pesquisa salariais, seria calculado o
desembolso total mensal e anual da contrataçã o e, por im, de posse desse valor, o preço unitá rio estimado da UST/HST.
306. Destaca-se, para esse im, a metodologia de composiçã o dos custos utilizada pelo Tribunal de Contas da Uniã o retratada
nos itens 391 e seguintes do relató rio do Acó rdã o nº 1.627/2019 - Plená rio.