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TRIBUNAL

SUPERIOR ELEITORAL
RELATÓRIO DE AUDITORIA TSE Nº 3/2019

Auditoria na execução dos Contratos TSE nºs 16, 17, 20 e 31, de 2015
(Processo SEI nº 2019.00.000005216-6)

I – Introdução
Em cumprimento ao requerido por meio do Memorando GAB-DG nº 72/2019 (1043321), foram realizados exames de
auditoria na execuçã o dos Contratos TSE nºs 16, 17, 20 e 31, de 2015, cujos objetos sã o, respectivamente, a prestaçã o dos serviços de
infraestrutura de tecnologia da informaçã o e de sustentaçã o de software, bem como os serviços de apoio ao planejamento e de apoio
ao controle à gestã o contratual dos trê s primeiros contratos, todos sob a responsabilidade da Secretaria de Tecnologia da Informaçã o
(STI).
2. Destaca-se que os valores iniciais atualizados e somados dos quatro contratos perfazem o total de R$ 103.064.020,80,
volume de recursos iscalizados no â mbito desta auditoria.

II – Visão geral do objeto auditado
3. O objeto da auditoria compreende a aná lise dos serviços de infraestrutura de tecnologia da informaçã o, de sustentaçã o de
software, de apoio ao planejamento, bem como de apoio ao controle desses serviços, que abrangem diversas atividades a serem
veri icadas no contexto da Justiça Eleitoral, a im de avaliar, primordialmente, em que medida os recursos inanceiros e humanos estã o
sendo aplicados de acordo com o planejamento da contrataçã o, bem assim com a legislaçã o de regê ncia e jurisprudê ncia correlata.
4. Dessa forma, com vistas à contextualizaçã o do objeto auditado, a seguir será efetuado o levantamento do cená rio existente à
é poca das contrataçõ es que deram origem aos contratos ora em aná lise, bem como dos argumentos trazidos à queles autos para
justi icar o desmembramento dos Contratos TSE nºs 8 e 12/2009 nos atuais 4 contratos e a mudança do modelo da contrataçã o,
abordagem que terá continuidade no tó pico “Histó rico”.
5. No ano de 2013, o TSE instaurou os Procedimentos Administrativos nº 7.726/2013, nº 26.146/2013 e nº 32.941/2013 para
a substituiçã o dos contratos de prestaçã o de serviços de TI entã o vigentes, quais sejam:

Último valor
CT TSE Objeto Contratada Término
praticado

Prestaçã o de serviços de
informá tica para suporte à s
equipes de gestã o de
8/2009 infraestrutura tecnoló gica, a CTIS Tecnologia S/A R$ 29.336.945,77 1/3/2015
im de atender à s demandas
da Justiça Eleitoral (TSE e
TREs)

Prestaçã o de serviços de
informá tica na á rea de
12/2009 sustentaçã o de Sistemas de CTIS Tecnologia S/A R$ 32.052.023,50 12/3/2015
Informaçã o, a im de atender
à s demandas da Justiça
Eleitoral (TSE e TREs)

Fonte: Siac Web



6. Os serviços objeto desses contratos eram prestados mediante a disponibilidade de pro issionais nas dependê ncias do TSE e
a remuneraçã o se dava com base na quantidade de postos de trabalho. Assim, 282 empregados da contratada encontravam-se
alocados internamente para a prestaçã o dos serviços de suporte à s equipes de infraestrutura (18º Termo Aditivo) e 163 para a
prestaçã o dos serviços de sustentaçã o de sistemas (16º Termo Aditivo), conforme informaçõ es constantes nas ú ltimas planilhas de
custos e formaçã o de preços, anexas aos respectivos termos aditivos, disponı́veis no Siac Web do Portal Transparê ncia do TSE.
7. Conforme consta dos procedimentos administrativos suprarreferidos, a proposta encaminhada nos estudos té cnicos
preliminares pelas equipes da STI apresentava a seguinte visã o integrada das contrataçõ es de serviços para substituiçã o dos ajustes
irmados em 2009:

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Fonte: http://sticonhecimento.tse.jus.br/cogti/contratos/arquivos-contrato-de-sustentacao/arquivos/termo-de-referencia-
sustentacao_com-anexos.pdf

8. Observa-se que, alé m do desdobramento do objeto entã o contratado por meio dos Contratos nº 8 e 12, de 2015, alterou-se o
modelo de remuneraçã o pelos serviços prestados, de pagamento por postos de trabalho para Unidade de Serviço Té cnico (UST) e Hora
de Serviço Té cnico (HST), metodologia que permitiria a mensuraçã o dos resultados e alinharia as contrataçõ es do TSE à jurisprudê ncia
do TCU.
9. Esclarece-se que essas mé tricas pressupõ em a remuneraçã o dos serviços de TI vinculada à entrega de produtos de acordo
com prazos e qualidade previamente de inidos. Essa iloso ia nã o se restringe à s siglas UST/HST, poré m esses acrô nimos sã o os que
tê m sido mais utilizados nas contrataçõ es de TI na Administraçã o Pú blica.
10. Esses conceitos surgiram devido à necessidade de se evitar o pagamento de serviços por homem-hora, modelo em que a
ausê ncia de de iniçã o pré via do que deveria ser entregue privilegiaria o “paradoxo lucro-incompetê ncia”, pois a remuneraçã o da
contratada seria diretamente proporcional ao tempo em que levaria para atender a demanda, o que con iguraria ofensa aos princı́pios
constitucionais da e iciê ncia e da economicidade.
11. Por outro lado, a utilizaçã o do modelo de pagamento por UST/HST pressupõ e uma sé rie de requisitos a serem planejados e
de inidos pela contratante, a exemplo de elaboraçã o de catá logo de serviços e memó ria de cá lculo do volume de serviços a serem
demandados, exigindo maior grau de maturidade dos processos de trabalho de planejamento da contrataçã o, de gestã o e iscalizaçã o
do contrato.
12. Assim, na oportunidade das contrataçõ es ora auditadas, as justi icativas para a adoçã o do modelo proposto, apresentadas
nos estudos té cnicos preliminares, podem ser assim descritas sinteticamente:
a) serviços de apoio à infraestrutura (PA nº 7.726/2013): UST

substituiçã o do Contrato nº 8/2009;


necessidade de evoluçã o do modelo de remuneraçã o à contratada ( l. 1);
metodologia proposta inicialmente no â mbito da comunidade TI Controle e adotada com sucesso pelo STJ e por
outros ó rgã os, como Imprensa Nacional, Funasa e MTE ( l. 1);
adoçã o de unidade de medida criada pelo STJ, ú nica, maleá vel de acordo com a organizaçã o e baseada em tempo e
complexidade da tecnologia envolvida na tarefa a ser realizada ( l. 15v);
descriçã o dos benefı́cios identi icados pelo STJ, tais como e icá cia, e iciê ncia, economicidade, padronizaçã o, gestã o de
pessoal a ser realizada unicamente pela contratada e produtividade ( ls. 15v/16v).

b) serviços de manutenção de software (PA nº 26.146/2013): HST

substituiçã o de parte do Contrato nº 12/2009;


a Sú mula TCU nº 269 impõ e a remuneraçã o vinculada a resultados, como regra ( l. 10v);
opçã o pela contrataçã o de serviços com execuçã o preferencialmente interna e remuneraçã o por HST, tendo em vista
que os serviços crı́ticos sã o executados, em sua maioria, nas dependê ncias do Tribunal ( l. 11v);

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utilizar HST como mé trica, em detrimento de ponto de funçã o, deve tornar o contrato menos oneroso inanceiramente
( l. 11v);
embora exista o risco de subjetividade na quanti icaçã o de HST necessá rias à execuçã o de determinado serviço, a
mé trica ponto de funçã o també m nã o está su icientemente amadurecida ( l. 11v);
a dinamicidade das demandas de TI e dos avanços tecnoló gicos di iculta a adoçã o de regime de empreitada, pela
necessidade de conclusã o do escopo de cada sistema a ser manutenido ( l. 11v).

c) serviços de apoio à gestão (apoio ao planejamento) (PA nº 32.941/2013): HST

substituiçã o de parte do Contrato nº 12/2009 para a prestaçã o de serviços especializados que apoiem à s equipes de
servidores do TSE no cumprimento de suas obrigaçõ es em relaçã o à s atividades de governança de TI ( l. 4);
apoio de pro issionais com per is diferenciados para a criaçã o de pontes que permitam traduzir as necessidades de
negó cio, tanto do ponto de vista estraté gico quanto da necessidade de produtos/serviços ( l. 3v);
a Sú mula TCU nº 269 impõ e a remuneraçã o vinculada a resultados, como regra ( l. 7);
opçã o pelo modelo de remuneraçã o por HST a partir da abertura de ordens de serviço, tendo em vista a
impossibilidade de mensurar, com antecedê ncia e com grau de certeza quanto ao tempo de execuçã o, o que re lete
incerteza també m quanto a valores, em detrimento da celebraçã o de acordos de cooperaçã o té cnica com organismos
internacionais e da contrataçã o de projetos de melhoria e consultoria com escopo predeterminado ( ls. 7/8).

d) serviços de apoio à gestão (apoio ao controle) (PA n° 36.033/2014): HST

substituiçã o de parte do Contrato n° 12/2009 para a prestaçã o de serviços té cnicos de apoio à s atividades de
controle ( l. 386);
apoio de pro issionais com conhecimento e experiê ncia nos temas em foco nos ó rgã os de controle e capazes de
contribuir para o fomento à mudança de cultura institucional e para as polı́ticas de implantaçã o das iniciativas da STI
( l. 392v/393);
a Sú mula TCU nº 269 impõ e a remuneraçã o vinculada a resultados, como regra ( l. 388v/389);
opçã o pelo modelo de remuneraçã o por HST a partir da abertura de ordens de serviço e execuçã o preferencialmente
interna, tendo em vista as atividades tı́picas de consultoria, em que nã o é possı́vel mensurar com antecedê ncia e com
certo grau de certeza quanto tempo levarã o para ser executadas, o que re lete na incerteza dos valores a serem
cobrados ( l. 389v/390);
a complexidade da iscalizaçã o dos novos contratos, imputada pela necessidade de aferiçã o rotineira de Nı́veis
Mı́nimos de Serviço (NMS), gestã o de catá logo de serviço, entre outros controles exigidos, demanda a contrataçã o de
serviços de apoio à gestã o contratual ( l. 2, PA nº 26.146/2013).

13. Com base na estrutura proposta pela unidade de TI, foram irmados os seguintes contratos, objeto da presente auditoria:

Valor inicial
CT TSE Objeto Contratada Vigência
atualizado

Contrataçã o de 1.020.158,94
Unidades de Serviços Té cnicos (UST)
para a prestaçã o de serviços de 2/3/2015 a
16/2015 CTIS Tecnologia S/A R$ 50.650.801,31
suporte à s equipes de gestã o de 2/3/2020
infraestrutura tecnoló gica da Justiça
Eleitoral (TSE e TREs)

Prestaçã o de serviços de informá tica


na á rea de sustentaçã o de sistemas de 13/3/2015 a
17/2015 CTIS Tecnologia S/A R$ 42.751.586,37
informaçã o, a im de atender as 13/3/2020
demandas do TSE

Prestaçã o de serviços de apoio à s


atividades de planejamento da Algar Tecnologia e 24/3/2015 a
20/2015 R$ 6.584.945,00
Tecnologia da Informaçã o, a im de Consultoria S/A 24/3/2020
atender à s demandas do TSE

Prestaçã o de serviços de apoio à s


Datainfo Soluçõ es
atividades de controle da Tecnologia 27/5/2015 a
31/2015 em Tecnologia da R$ 3.076.688,09
da Informaçã o, a im de atender à s 27/5/2020
Informaçã o Ltda.
demandas do TSE

Fonte: Siac Web



14. Destaca-se que, para atender a demanda descrita na igura do item 7 como “CONTRATO Nº 2”, irmou-se o Contrato TSE nº
30/2013 com a empresa Indra Brasil Soluçõ es e Serviços Tecnoló gicos S/A, por meio de adesã o à ata de registro de preços, oriunda do
Pregã o Eletrô nico nº 12/2012 do Ministé rio da Ciê ncia, Tecnologia e Comunicaçõ es. O ajuste, cujo valor inicial montou em R$
2.778.100,00, vigeu de 31/5/2013 a 31/5/2015, nã o compondo, portanto, o objeto da presente auditoria.assessorar

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15. Os procedimentos administrativos que originaram os 4 contratos ora auditados foram submetidos a esta Secretaria de
Controle Interno e Auditoria, para manifestaçã o da Seçã o de Acompanhamento de Gestã o (Seage/Coges/SCI), na fase preliminar de
instruçã o do procedimento licitató rio, consoante as Informaçõ es nº 44, nº 56 e nº 64, todas de 2014. Nessas oportunidades, a mudança
do modelo de contrataçã o e os impactos inanceiros dela decorrentes foram suscitados, com a recomendaçã o de que fosse avaliada se
a nova forma de contrataçã o poderia acarretar ô nus excessivo à Administraçã o e sopesadas as possı́veis vantagens em vista do
investimento a ser realizado.

III – Histórico
Contratações irmadas pelo Tribunal Superior Eleitoral com a empresa CTIS para a prestação de serviços de tecnologia da
informação
16. Apresenta-se a seguir os contratos irmados pelo TSE para a prestaçã o de serviços de tecnologia da informaçã o
necessá rios à consecuçã o das atividades da Justiça Eleitoral, cujos objetos vê m sendo, desde 1988, contratados com a empresa CTIS
Tecnologia S/A.
17. Esses serviços sã o prestados atualmente por meio dos Contratos nºs 16 e 17, de 2015, e demandam 90,60% dos recursos
despendidos com os 4 contratos objeto desta auditoria.
a) Contrato s/nº, de 3 de maio de 1988, para a prestaçã o de serviços té cnicos especializados de informá tica nas á reas de
Aná lise de Sistemas, Programaçã o e Operaçã o de Computadores, Transcriçã o de Dados/Digitaçã o e Execuçã o de Serviços de
Processamento de Dados, executadas em regime de dedicaçã o integral por 45 pro issionais.
b) Contrato nº 42/93, para o fornecimento de serviços de mã o de obra especializada, na á rea de informá tica, a ser utilizada
nas instalaçõ es e com os equipamentos do Tribunal Superior Eleitoral e nos Tribunais Regionais Eleitorais.
c) Contrato nº 89/97, para a prestaçã o de serviços té cnicos de informá tica nas á reas de desenvolvimento e implantaçã o de
sistemas, suporte e administraçã o de banco de dados e de redes, planejamento e controle de produçã o, organizaçã o e mé todos,
desenvolvimento de programas, digitaçã o de documentos, bem como o apoio à implementaçã o e à operaçã o de sistemas no segmento
de microinformá tica para o Tribunal Superior Eleitoral e os Tribunais Regionais Eleitorais.
d) Contrato nº 10/2003, para a prestaçã o de serviços té cnicos de informá tica, a im de atender à s demandas de serviços para
manter o ambiente computacional da Justiça Eleitoral, nas á reas de Migraçã o de Sistemas para Novas Plataformas, Desenvolvimento,
Implantaçã o e Manutençã o de Sistemas e Aplicativos transacionais e gerenciais (Datamart e Data Warehouse), Programaçã o de
Sistemas, Suporte e Administraçã o de Banco de Dados, Suporte e Administraçã o de Redes, Planejamento e Controle de Produçã o,
Aná lise de Organizaçã o e Mé todos, Processamento de Dados, Operaçã o de Computadores, Auxı́lio à Produçã o, Suporte à
Microinformá tica, Digitaçã o de Dados e Fá brica de Software.
e) Contrato nº 8/2009, para a prestaçã o de serviços de informá tica para suporte à s equipes de gestã o de infraestrutura
tecnoló gica, a im de atender à s demandas da Justiça Eleitoral (Tribunal Superior Eleitoral e Tribunais Regionais Eleitorais).
f) Contrato nº 12/2009, para a prestaçã o de serviços de informá tica na á rea de sustentaçã o de sistemas de informaçã o, a im
de atender à s demandas da Justiça Eleitoral (Tribunal Superior Eleitoral e Tribunais Regionais Eleitorais).
g) Contrato nº 16/2015, cujo objeto é a contrataçã o de 1.020.158,94 Unidades de Serviços Té cnicos – UST para a prestaçã o de
serviços de suporte à s equipes de gestã o de infraestrutura tecnoló gica da Justiça Eleitoral (Tribunal Superior Eleitoral e Tribunais
Regionais Eleitorais).
h) Contrato nº 17/2015, cujo objeto é a prestaçã o de serviços de informá tica na á rea de sustentaçã o de sistemas de
informaçã o, a im de atender à s demandas do Tribunal Superior Eleitoral.

Manifestações dos órgãos de Controle Interno e Externo a respeito das contratações irmadas pelo TSE para a prestação de
serviços de tecnologia da informação
18. Com base nesse histó rico das contrataçõ es para a prestaçã o de serviços de tecnologia da informaçã o anteriormente
irmadas com a empresa CTIS Tecnologia S/A, cujos serviços guardam similaridade com aqueles que constituem os objetos dos
Contratos nº 16 e 17, de 2015, pode-se a irmar que, à exceçã o do primeiro contrato irmado em 3/5/88, todas as demais contrataçõ es
foram objeto de iscalizaçõ es, tanto por parte da Unidade de Controle Interno deste Tribunal quanto pelo Tribunal de Contas da Uniã o.
19. Com efeito, durante a vigê ncia do Contrato nº 42/93, o TCU, em face de denú ncia formulada pelo Sindicato dos Servidores
do Poder Judiciá rio e do Ministé rio Pú blico da Uniã o – Sindjus/DF, promoveu exames de auditoria nos pagamentos efetuados pelo TSE,
a tı́tulo de horas suplementares, aos servidores de seu quadro efetivo, entre março e abril de 1995, os quais culminaram com a Decisã o
nº 578/97 – Plená rio, que, dentre outras recomendaçõ es, exarou as seguintes:
8.2.2 - devolva, imediatamente, à CTIS os pro issionais que ainda prestam serviços no Tribunal em decorrê ncia do Contrato nº 042/93,
observando-se o Enunciado nº 97, da Sú mula de Jurisprudê ncia deste Tribunal;
...
8.2.4 - abstenha-se de utilizar empregados que prestam serviços ao TSE em funçã o diferente da prevista nos respectivos termos contratuais, a
exemplo do ocorrido com parcela dos funcioná rios fornecidos pela empresa CTIS;
...
8.2.6 – abstenha-se de efetuar pagamentos de cursos de reciclagem ou treinamento de mã o-de-obra terceirizada quando nã o previstos nos
respectivos termos de contrato;
20. Em vista desta denú ncia, nos autos do Procedimento Administrativo nº 10.962/96, a SCI iniciou auditoria na execuçã o do
Contrato nº 42/93, relativamente aos atos praticados no perı́o do de 1º de janeiro a 16 de agosto de 1996, consubstanciada no
Relató rio de Auditoria nº 5/96, onde constam as recomendaçõ es a seguir:
3.1.1 Seja suspenso qualquer tipo de reciclagem ou treinamento de empregados da empresa CTIS - Informá tica Sistemas Ltda, à s custas do TSE,
devendo, caso seja necessá rio, requisitar tais serviços diretamente à referida Empresa, nos termos do estabelecido na proposta da CTIS, quando
da realizaçã o do procedimento licitató rio, que resultou na assinatura do Contrato TSE nº 42/93.
3.1.2 Seja suspenso qualquer tipo de reciclagem ou treinamento de empregados da empresa CTIS - Informá tica Sistemas Ltda, à s custas de
convê nios ou contratos irmados pelo TSE, devendo, caso seja necessá rio, requisitar tais serviços diretamente à referida empresa, nos termos
do estabelecido na proposta da empresa CTIS - Informá tica Sistemas Ltda.
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3.1.3 Exercer rigoroso controle sobre a quali icaçã o dos empregados a serem contratados pela CTIS, bem como rigoroso controle quanto à
necessidade de alocaçã o de pro issionais da citada Empresa, devendo ter um acompanhamento permanente, incidente sobre qualidade e
produtividade do serviço prestado, assim como a constâ ncia de sua necessidade ao longo da execuçã o do contrato.
3.1.4 Ao solicitar a contrataçã o de pro issionais para atividade no â mbito da Justiça Eleitoral, deverã o ser de inidas com o má ximo de
detalhamento as tarefas a serem desenvolvidas e os conhecimentos especı́ icos que se espera do pro issional.
3.1.5 Devoluçã o, imediata, à empresa CTIS - Informá tica Sistemas Ltda, de todos os pro issionais contratados que nã o detê m formaçã o
especı́ ica na á rea de processamento de dados, nos termos da alı́nea “g”, clá usula Sé tima do Contrato TSE nº 42/93.
3.1.6 Reavaliaçã o da lotaçã o dos empregados que nã o detê m o grau de escolaridade exigido para os cargos para os quais foram contratados.
3.1.7 Elaboraçã o de estudos visando a implementaçã o de polı́tica de recursos humanos, de forma a substituir gradualmente os pro issionais da
empresa CTIS por servidores do Quadro da Secretaria do TSE, uma vez que a manutençã o desse tipo de contrato nã o tem sido aceita pelo
Tribunal de Contas da Uniã o, conforme se pode veri icar da Sú mula nº 97.
3.1.8 Realocaçã o dos pro issionais, de forma a serem utilizados especi icamente na á rea de informá tica, devendo ser devolvidos à referida
Empresa aqueles que nã o sejam indispensá veis ao Tribunal.
3.1.9 Seja suspenso, imediatamente, o pagamento de grati icaçã o a empregados da empresa CTIS - Informá tica Sistemas Ltda, que nã o detenham a
escolaridade mı́nima exigida pela Resoluçã o TSE nº 17.549/91.
3.1.10 Que a Assessoria de Planejamento de Informá tica proceda rigoroso acompanhamento do Contrato TSE nº 42/93, adotando todas as
providê ncias necessá rias à implementaçã o das recomendaçõ es constantes deste Relató rio, bem como adotando os procedimentos necessá rios à
observâ ncia do contido na Informaçã o nº 143/96 SCI/TSE.
21. Em seguida, a Diretoria-Geral determinou a imediata implementaçã o das recomendaçõ es exaradas na auditoria e
encaminhou o feito ao conhecimento da Presidê ncia, manifestando-se no sentido da constituiçã o de comissã o composta pelos
Secretá rios de Informá tica, Controle Interno e Recursos Humanos, com o objetivo de:
a) reavaliar a identi icaçã o dos pro issionais da Empresa CTIS - Informá tica e Sistemas Ltda, que estejam alocados ao TSE
desempenhado atribuiçõ es que nã o as de informá tica, bem como que nã o detenham a especializaçã o exigida pela categoria para a qual
foram contratados;
b) realizar estudos de forma a possibilitar a substituiçã o gradual dos empregados da referida Empresa pelos servidores da
Carreira de Processamento de Dados do Quadro da Secretaria deste Tribunal, até o dia 31.07.97; e
c) identi icar a necessidade de pessoal diante do nú mero de cargos da á rea de informá tica deste Tribunal, a im de subsidiar
procedimento licitató rio, no caso de ser necessá ria nova contrataçã o.
22. Por meio da Resoluçã o nº 19.755/96, a Corte anuiu com as proposiçõ es da unidade de Auditoria e da Diretoria-Geral. Foi,
entã o, constituı́da a comissã o, por meio da Portaria TSE nº 417/96, que apresentou as seguintes conclusõ es:
a) 25 pro issionais nã o desempenhavam suas atribuiçõ es de acordo com a categoria para a qual foram contratados e que nã o podem ser
realocados, devendo ser devolvidos à empresa imediatamente;
b) 13 pro issionais alocados no TSE exercem suas atribuiçõ es em desacordo com as “Normas Bá sicas dos Requisitos dos Cargos”, mas podem
ser realocados, desde que sejam indispensá veis ao Tribunal;
c) pro issionais da CTIS, alocados nas categorias de Analista, Programador e Operador devem ser substituı́dos, de forma gradual, por servidores
da Carreira de Processamento de Dados deste Tribunal;
d) realocar os pro issionais da CTIS que se encontram no exercı́cio de Che ia de Nı́vel Superior, mas nã o possuem a escolaridade exigida;
e) suspenda o pagamento da Grati icaçã o de Che ia dos empregados da CTIS que nã o detenham a escolaridade mı́nima para o exercı́cio de che ia
de nı́vel superior, até 1º.2.1997;
f) seria necessá rio devolver os pro issionais da CTIS, detentores de Grati icaçã o de encargo de che ia de nı́vel mé dio, até o dia 31.7.1997;
g) a Secretaria de Informá tica deveria elaborar estudos e apresentar relató rio contendo indicaçã o das especializaçõ es na á rea de informá tica, nã o
abrangidas pelos servidores de carreira e que precisassem ser contratadas, com a respectiva quantidade.
23. No entanto, nã o há nos autos do PA nº 10.962/96 indicativo sobre as providê ncias adotadas pela Administraçã o em razã o
das recomendaçõ es expedidas pela Comissã o.
24. Em relaçã o ao Contrato nº 89/97, esta SCI, no PA nº 9.316/97, apontou impropriedades em sua execuçã o, em sede de
acompanhamento contratual. Em face disso, a Administraçã o determinou fossem efetuados levantamentos junto aos tribunais regionais
eleitorais para averiguar a ocorrê ncia de pagamentos, a qualquer tı́tulo, a empregados da contratada alocados nos regionais, por força
dos Contratos nºs 42/93 e 89/97, bem como a existê ncia de eventuais vı́nculos desses com os respectivos tribunais.
25. O levantamento realizado evidenciou que nos regionais de Goiá s e Mato Grosso havia empregados que lhes prestavam
serviços por força do Contrato nº 89/97, ao mesmo tempo em que eram remunerados pelos referidos tribunais na condiçã o de
servidores requisitados de prefeituras, razã o pela qual foram realizados exames de auditoria in loco naqueles ó rgã os.
26. Como resultado, foi apresentado o Relató rio de Auditoria nº 5/98 (PA nº 11.199/98), no qual recomendou-se que fossem
apuradas, caso a caso, as quantidades de dias e/ou de horas remuneradas concomitantemente com a prestaçã o de serviços na
condiçã o de requisitados e, por conseguinte, os valores indevidamente pagos à contratada, no montante de R$ 257.472,31, para ins de
ressarcimento ao TSE. Alé m disso, propô s que fosse solicitada da empresa CTIS Tecnologia S/A a exclusã o dos empregados envolvidos
na irregularidade do contrato irmado com o TSE. Contudo, mesmo tendo sido, por reiteradas vezes, noti icada a proceder ao
ressarcimento do que recebera indevidamente, a empresa nã o o fez. Por essa razã o, o TSE procedeu à glosa do referido valor.
27. Posteriormente, esta Secretaria manifestou-se, por meio do Parecer nº 03/SCI/2001, informando que restavam pendentes
de soluçã o as seguintes providê ncias: 1) instauraçã o de Tomada de Contas Especial para apuraçã o dos efetivos prejuı́zos causados ao
erá rio, em funçã o das irregularidades constatadas, consubstanciadas na efetivaçã o de pagamentos indevidos à contratada, e a
veri icaçã o da importâ ncia glosada em confronto com os prejuı́zos efetivos; 2) Aplicaçã o dos arts. 143 e 116 da Lei nº 8.112/90, que
trata da apuraçã o de irregularidades praticadas por agentes pú blicos, visto que os pagamentos irregulares decorreram de atestaçã o,
por servidores dos respectivos TREs, de serviços que nã o lhes foram prestados. Quanto a essa ú ltima manifestaçã o, no entanto, nã o
constam nos autos documentos que evidenciem as medidas adotadas.
28. O Contrato nº 10/2003 també m foi submetido a exames de auditoria tendo por escopo avaliar o cumprimento de clá usulas
e condiçõ es contratuais, principalmente em vista das irregularidades veri icadas nas contrataçõ es anteriormente irmadas (PA nº
10.627/2003).
29. Assim, em razã o das impropriedades detectadas na execuçã o do referido contrato, no Relató rio de Auditoria nº 6/2003
foram emitidas, entre outras, as seguintes recomendaçõ es:
2019.00.000005216-6 I. Ao Diretor-Geral: Documento no 1129235 v370
a) Avaliar a oportunidade e conveniê ncia de submeter à Presidê ncia do Superior Tribunal Eleitoral projeto de lei com o objetivo de criar novos
cargos efetivos para o quadro da Justiça Eleitoral com a inalidade de substituir, de forma gradual, as “unidades de serviço” contratadas à
empresa CTIS;
b) Determinar a realizaçã o de estudos com vistas a alterar a contrataçã o e o pagamento das “unidades de serviço” disponibilizadas, de forma a
privilegiar o resultado dos projetos desenvolvidos ou produtos executados.
II. A Secretaria de Informá tica:
b) Orientar à s Unidades Administrativas do TSE e TRE’s que ao preencherem as Solicitaçõ es de Serviço de Informá tica - SSI descrevam
detalhadamente os serviços a serem executados, inclusive, se possı́vel, fornecer elementos que permitam à Secretaria de Informá tica mensurar
as Unidades de Serviço necessá rias para realizaçã o dos serviços solicitados (item 11, alı́nea a);
d) Solicitar aos pro issionais [...] a documentaçã o comprobató ria, dos requisitos té cnicos indicados no item 12, e caso nã o haja comprovaçã o,
solicitar a substituiçã o dos pro issionais;
h) Determinar aos “superiores imediatos” das “unidades de serviço” que nã o permitam a realizaçã o de horas suplementares sem autorizaçã o do
Diretor-Geral do TSE, bem como abstenham-se de atestar as planilhas de ponto com horas suplementares nã o autorizadas (item 15, alı́neas a-b-
d);
j) Adotar as providê ncias necessá rias para implantaçã o imediata do Sistema de Acompanhamento de Controle do Contrato nas Unidades do TSE
e dos TRE’s (itens 21, 22 e 23).
III. A Secretaria de Administraçã o:
a) Viabilizar a implantaçã o, imediata, do ponto eletrô nico, pela empresa CTIS (itens 19, 20, 24, 25, 26 e 27);
c) Proceder a glosa na pró xima fatura da CTIS das horas pagas a maior, conforme item 19 deste Relató rio (item 13, alı́nea e);
IV. Ao Fiscal do Contrato:
b) Abster-se de defender interesses da CONTRATADA, tal como veri icado no tocante à instalaçã o do ponto eletrô nico e no desenvolvimento e
implantaçã o do Sistema de Acompanhamento de Controle de Contrato;
30. Por sua vez, o TCU, em levantamento de auditoria para veri icar modelo de terceirizaçã o na Administraçã o Pú blica Federal,
analisou o Contrato nº 10/2003 e determinou, nos termos do Acó rdã o nº 542/2006 – Plená rio, entre outras providê ncias, que:
1.1. à Administraçã o do TSE que:
e) abstenha-se de efetuar contrataçã o de mã o-de-obra para o desempenho de atividades inerentes a cargos existentes em seu quadro funcional
por tal caracterizar contrataçã o indireta, contrariando o disposto no art. 37, inciso II, da Constituiçã o Federal de 1988 c/c Decisõ es/TCU nºs
302/98 - Primeira Câ mara e 104/93 Plená rio, em especial no concernente ao contrato TSE nº 10/2003 de atividades de analistas e té cnicos
judiciá rios na especialidade aná lise de sistemas e programaçã o de sistemas, respectivamente;
g) realize concurso pú blico sempre que necessitar mã o-de-obra para o desempenho de atividades inerentes a cargos existentes em seu quadro
funcional, de acordo com o inciso II, do art. 37 da CF/88;
Recomendaçã o:
1.3. seja recomendado à administraçã o do TSE que adote providê ncias para resolver as necessidades sazonais de contrataçã o de prestaçã o de
serviços com funçõ es semelhantes à s desempenhadas pelos seu quadros efetivos. Entre essas providê ncias podem ser feitos pleitos junto a
autoridade legislativa competente para que se produza uma legislaçã o que acomode as particulares daquele Tribunal.
31. Em atençã o ao mencionado Acó rdã o, o TSE, por meio do Relató rio de Auditoria nº 1/2006, integrante do Processo de
Prestaçã o de Contas do Exercı́cio de 2005, comunicou ao TCU as providê ncias adotadas, a saber:
Item 1.1
letras “a” a “f”, abster-se de efetuar contrataçã o de mã o-de-obra para o desempenho de atividades inerentes a cargos existentes no quadro
funcional;
51. No tocante à contrataçã o de mã o-de-obra, o quadro de pessoal da Justiça Eleitoral, relativamente pequeno, somente foi alterado pela Lei nº
11.202, de 29.11.2005, que aumentou em 135 cargos efetivos de Analista Judiciá rio e 141 de Té cnico Judiciá rio. Assim, as providê ncias
adotadas pela Justiça Eleitoral desde 2003 somente foram concretizadas em 2005, o que propiciará a correçã o das contrataçõ es terceirizadas na
Justiça Eleitoral.
[...]
letra “g”, realizar concurso pú blico sempre que necessitar de mã o-de-obra para o desempenho de atividades inerentes a cargos existentes no
quadro funcional;
55. A partir da ediçã o da Lei nº 11.202, de 29.11.2005, foi editada a Resoluçã o nº 22.201, de 16.5.2006, e instituı́da comissã o para a realizaçã o
imediata do concurso pú blico, previsto para ocorrer no segundo semestre deste ano.
[...]
Item 1.3, adotar providê ncias para resolver as necessidades sazonais de contrataçã o de prestaçã o de serviços com funçõ es semelhantes aos
desempenhadas pelo seu quadro efetivo. Entre essas providê ncias pode ser feitos pleitos junto a autoridade legislativa competente para que se
produza uma legislaçã o que acomode as particulares daquele Tribunal.
60. As peculiaridades da Justiça Eleitoral forçam a contrataçã o de mã o-de-obra a cada dois anos por um perı́odo relativamente curto, geralmente
de trê s meses, em funçã o do processo eleitoral. Tendo um quadro de pessoal pequeno, o processo mais econô mico tem sido a realizaçã o de
horá rio extraordiná rio pelos servidores e a terceirizaçã o de serviços de logı́stica e apoio, com estudos constantes para a reduçã o de custos. Para
cumprimento da recomendaçã o do Tribunal, as horas extraordiná rias foram restringidas aos dias ú teis e à s contrataçõ es de serviços de apoio à s
eleiçõ es foram reduzidas.
32. Com a ediçã o da Lei nº 11.202/2005, que extinguiu e criou cargos e funçõ es nos quadros de pessoal do Tribunal Superior
Eleitoral e dos tribunais regionais eleitorais (para o TSE, 135 cargos efetivos de Analista Judiciá rio e 141 de Té cnico Judiciá rio), e da
Resoluçã o TSE nº 22.138/2005, que aprovou instruçõ es para a aplicaçã o daquela norma, o TSE realizou concurso pú blico, tendo sido
oferecidas 36 vagas para o cargo de Analista Judiciá rio, Especialidade Analista de Sistemas, e 20 vagas para o cargo de Té cnico
Judiciá rio, Especialidade Programaçã o de Sistemas. Em agosto de 2007, os servidores aprovados no concurso pú blico tomaram posse e
entraram em exercı́cio.
33. Conforme consta do Processo Administrativo nº 19.078 – Classe 19, entre as razõ es apresentadas por ocasiã o da
elaboraçã o do Projeto de Lei visando à extinçã o/criaçã o de cargos e funçõ es nos quadros de pessoal dos tribunais eleitorais, que
culminou na realizaçã o do concurso, constava a necessidade de se proceder à reduçã o do contingente de pro issionais terceirizados
que laboravam na á rea de informá tica da Justiça Eleitoral.
34. Em razã o disso, a SCI, com o objetivo de averiguar se a substituiçã o prevista (da mã o de obra terceirizada por servidores
efetivos) fora efetivada, promoveu levantamentos do quantitativo de pro issionais que se encontravam à disposiçã o da Secretaria de
Informá tica do TSE por força do Contrato nº 10/2003, em trê s momentos, a saber: antes da realizaçã o do concurso; depois de
empossados os novos servidores; e por ocasiã o das contrataçõ es realizadas por meio dos Contratos nºs 8 e 12, de 2009. o
2019.00.000005216-6 Documento n 1129235 v370
35. Assim, constatou-se que logo apó s o ingresso no TSE dos novos servidores oriundos do concurso pú blico para a á rea de TI
(a partir de agosto de 2007) houve uma reduçã o signi icativa no quantitativo de pro issionais alocados no Contrato nº 10/2003, que
passou de 149 (antes do concurso) para 88 (depois de terem sido lotados os servidores concursados), o que representou uma
reduçã o de 61 pro issionais e de R$ 281.194,51 no valor do contrato, no perı́o do.
36. Poré m, em janeiro de 2009, esse quantitativo tornou a aumentar, passando de 88, em agosto de 2007, para 116
pro issionais alocados, e seu valor de R$ 765.235,42 para R$ 888.731,69. Em março, os pro issionais alocados nos Contratos TSE nºs 8
e 12, de 2009, somavam 177, o que evidencia que, por ocasiã o das novas contrataçõ es, houve um acré scimo de 18,79% do total de
pro issionais estabelecido no Contrato nº 10/2003. Referido excedente representou um acré scimo de R$ 759.093,80, em relaçã o ao
valor objeto do Contrato nº 10/2003, o que corresponde ao acré scimo, nominal, na ordem de 72,54%.
37. Do que se concluiu que o ingresso dos novos servidores no quadro efetivo do TSE em 2007 nã o supriu a carê ncia de mã o-
de-obra quali icada na á rea de TI.
38. Por sua vez, os Contratos nºs 8 e 12, de 2009, que decorreram do desmembramento do Contrato nº 10/2003, també m
foram objeto de exames de auditoria com o objetivo de veri icar a repercussã o das falhas anteriormente constatadas por esta unidade
de Auditoria, a im de prestar orientaçã o à Administraçã o a respeito de eventuais providê ncias a serem adotadas para garantir a
conformidade da contrataçã o dos serviços de tecnologia da informaçã o e, també m, para contribuir para o processo de tomada de
decisã o sobre eventuais açõ es que necessitariam ser implementadas com vistas ao aperfeiçoamento da governança de TI, no â mbito da
Justiça Eleitoral.
39. Efetuados os exames, consta do Relató rio de Auditoria nº 2/2011 (PA nº 5.753/2012, ls. 2/73) a conclusã o a seguir:
Diante do quadro apresentado, constata-se que as falhas veri icadas nas contratações de serviços de TI realizadas pela Justiça Eleitoral
se tornaram recorrentes, perenes e de initivas, vez que muitas delas já haviam sido detectadas por ocasião dos exames relativos ao
acompanhamento da execução dos contratos, bem como de auditorias realizadas pelos controles interno e externo nas contratações
anteriormente irmadas. (negrito nosso)
Contudo, cabe observar que referidas falhas, em grande parte, possuem um cará ter estrutural, razã o pela qual é preciso que a alta administraçã o
da Justiça Eleitoral adote uma linha pedagó gica de açã o, no que respeita aos aspectos que, de alguma forma, sã o regulados por leis e normas
(processo orçamentá rio e contrataçã o e gestã o de bens e serviços de TI) somados ao planejamento estraté gico, desenvolvimento de sistemas,
gestã o de nı́veis de serviço, entre outros, a im de que os ó rgã os da JE passem a criar processos, identi icar riscos e implementar controles, com
vistas ao aperfeiçoamento da governança de TI.
40. Dessa forma, tendo em vista as de iciê ncias detectadas nos processos de governança, planejamento, licitaçã o e execuçã o
dos contratos de prestaçã o de serviços de tecnologia da informaçã o, apresentaram-se as seguintes recomendaçõ es, entre outras:
I. recomendar à Administraçã o Superior do TSE que:
a) promova açõ es visando à realizaçã o de estudos no sentido de avaliar a necessidade de criaçã o de cargos para prover os setores de informá tica
dos Orgã os da Justiça Eleitoral, com estrutura organizacional e quadro permanente su iciente para realizar, de forma independente das empresas
prestadoras de serviços, o planejamento, a de iniçã o, a coordenaçã o, a supervisã o e o controle das atividades de informá tica, com a inalidade
de garantir a autoridade e o controle da Administraçã o sobre o funcionamento desses setores;
II. Recomendar à STI que:
a) promova as açõ es cabı́veis com vistas à avaliaçã o das demandas por serviços de TI, no â mbito da JE;
b) elabore plano de trabalho que preceda os processos licitató rios relativos a TI, demonstrando a aderê ncia da contrataçã o com o Planejamento
Estraté gico da Instituiçã o, com o Planejamento Estraté gico de TI e com o Plano Diretor de Informá tica, apresentando justi icativa acerca da
necessidade da contrataçã o, contendo a relaçã o entre a demanda prevista e a quantidade a ser licitada, bem como o demonstrativo de resultados
a serem alcançados em termos de economicidade e de melhor aproveitamento dos recursos humanos, materiais e inanceiros disponı́veis;
c) realize um adequado planejamento das contrataçõ es, de forma a prever na minuta do edital e do contrato um nı́vel mı́nimo de serviço exigido
(NMSE), a im de resguardar-se quanto ao nã o cumprimento de padrõ es mı́nimos de qualidade, especi icando os nı́veis pretendidos para o
tempo de entrega do serviço, disponibilidade, performance e incidê ncia de erros, entre outros, bem como estabelecendo graus de prioridades e
penalidades, à luz dos arts. 3º, § 1º, inciso I, e 6º, inciso IX, alı́nea “d”, da Lei nº 8.666/93 e do art. 8º, inciso I, do Decreto nº 3.555/2000;
d) observe as determinaçõ es contidas na Sú mula – TCU nº 269, para ins de contrataçõ es de empresas para a prestaçã o de serviços de tecnologia
da informaçã o;
g) proceda à mensuraçã o dos serviços prestados por intermé dio de parâ metros claros de aferiçã o de resultados, fazendo constar os crité rios e a
metodologia de avaliaçã o da qualidade dos serviços no edital e no contrato, conforme disposto no art. 6º, inciso IX, alı́nea “e”, da Lei nº
8.666/93;
h) aperfeiçoe os mecanismos de controles existentes, de modo a tornar transparentes e rastreá veis os serviços prestados, a im de que somente
sejam pagos os serviços comprovadamente prestados, mediante crité rios e metodologia de avaliaçã o prevista no edital da licitaçã o e no
contrato; em observâ ncia ao disposto no art. 55, IV, da Lei nº 8.666/1993;
i) implemente controles que promovam a regular gestã o contratual e que permitam identi icar se todas as obrigaçõ es da Contratada foram
cumpridas antes do ateste dos serviços.
41. Em atençã o à s recomendaçõ es acima, a STI se manifestou por meio da Informaçã o nº 111 Asplan/STI (PA nº 5.753/2012,
ls. 98/102), em 22.10.2012, justi icando a impossibilidade de apresentar os esclarecimentos cabı́veis tempestivamente em face dos
pontos auditados, em razã o da expressiva carga de trabalho decorrente das Eleiçõ es 2012, embora diversas açõ es tivessem sido
implementadas nas contrataçõ es entã o em curso, o que permitiu aprimorar os controles e minimizar os riscos inerentes à execuçã o
dos referidos contratos (item 2).
42. Em seguida, consoante a Informaçã o nº 139 Asplan/STI (PA nº 5.756/2012, ls. 105/132) de 18.12.2012, foram
apresentadas consideraçõ es complementares e informada a criaçã o de grupo de trabalho pela Portaria TSE nº 444/2012, cuja funçã o
principal seria determinar os moldes para a nova contrataçã o de serviços de TI (item 3.15).
43. Tal instrumento é mencionado nos estudos té cnicos preliminares que instruı́ram os processos por meio dos quais os
serviços atualmente contratados foram licitados, tendo os aspectos constantes nas recomendaçõ es sido avaliados, em sede de aná lise
preliminar da fase de planejamento, pela Seage/Coges/SCI (Informaçõ es nº 44, 56 e 64, todas de 2014), oportunidade em que se
expediram as recomendaçõ es pertinentes.
44. Relativamente à recomendaçã o direcionada à Alta Administraçã o do TSE, registra-se a apresentaçã o, em 22.9.2014, do
Projeto de Lei nº 7.990/2014 dispondo sobre a criaçã o de cargos efetivos destinados à s unidades de tecnologia da informaçã o nos
quadros de pessoal dos tribunais eleitorais.

2019.00.000005216-6 Documento no 1129235 v370


45. Na justi icativa que acompanhou o referido projeto, informou-se a realizaçã o de levantamento de demandas, da
quanti icaçã o de pessoal necessá ria à realizaçã o das atividades a serem executadas e da classi icaçã o, por per il pro issional, das
atividades que deveriam ser executadas por servidores do quadro permanente e daquelas que poderiam ser cumpridas por força de
trabalho terceirizada, identi icando-se a necessidade de criaçã o de 418 cargos efetivos de Analista Judiciá rio e 255 de Té cnico Judiciá rio
para adequaçã o das necessidades da Justiça Eleitoral. Esperava-se, com isso, consoante o texto do art. 2º do Projeto de Lei, a rescisã o
das contrataçõ es de serviços terceirizados de funçõ es gerenciais e atividades estraté gicas nas unidade de TI da Justiça Eleitoral.
46. No entanto, em 5.12.2016, conforme o Ofı́cio nº 6.146 GAB-SPR (0311593), o Presidente do TSE à é poca, Ministro Gilmar
Mendes, requereu, em de initivo, a retirada do PL nº 7.990/2014, com fundamento na situaçã o econô mica do Paı́s, em razã o do que
propunha à entã o Proposta de Emenda Constitucional nº 55/2016, que veio a concretizar-se no texto da Emenda Constitucional nº
95/2016.
47. Em 2017, os Contratos TSE nºs 17 e 31, de 2015, foram objeto de aná lise quanto aos aspectos inerentes à execuçã o
contratual. Destaca-se que, dentre as contrataçõ es objeto de avaliaçã o por esta SCI – seja em â mbito de auditoria ou de orientaçã o à
gestã o –, apenas o Contrato nº 31/2015 nã o foi irmado com a empresa CTIS.
48. O resultado das referidas avaliaçõ es encontra-se no SEI 2017.00.000009442-9, tendo sido observadas impropriedades
semelhantes em ambos os contratos (Informaçõ es nº 11 e 12 Samec/Coges/SCI, 0512983 e 0513281). Para os achados citados, foram
expedidas, entre outras, as recomendaçõ es a seguir transcritas. Registra-se que, considerando a similitude entre as recomendaçõ es
emitidas para os dois contratos, transcrever-se-á inicialmente o texto inerente à Informaçã o nº 11/2017, que trata do contrato de
sustentaçã o de sistemas, informando, ao inal, alé m de seu respectivo item, se há item correspondente na Informaçã o nº 12/2017:
Informação n° 11/2017 Samec/Coges/SCI (0512983)
49.1 À STI:
a) envidar esforços para promover a cultura de planejamento conjunto de aquisiçõ es na Justiça Eleitoral utilizando o Sistema de Registro de
Preços;
c) na elaboraçã o do Plano Diretor de TI para os anos de 2018/2020, estabelecer diretrizes de priorizaçã o de demanda;
d) informar se, atualmente, permanecem as di iculdades na gestã o administrativa do contrato, demonstrando-as por meio de dados objetivos e
informando as medidas que estã o sendo adotadas para saná -las (Informaçã o n° 12/2017, item 39.1, b).
49.2 À iscalização técnica e administrativa:
a) apresentar estudos e histó ricos detalhados que justi iquem a manutençã o do quantitativo de HST contratado, em caso de prorrogaçã o ou nova
contrataçã o (Informaçã o n° 12/2017, item 39.2);
d) informar se a alocaçã o de per is pendentes e rejeitados na execuçã o de atividades trouxe prejuı́zos - inanceiros, té cnicos etc - para o contrato
(Informaçã o n° 12/2017, item 39.2, d.1);
e) informar as hipó teses em que é possı́vel que a OS nã o especi ique os per is necessá rios para a execuçã o das atividades (Informaçã o n°
12/2017, item 39.2, d.2);
f) caso a alocaçã o de per is pendentes e rejeitados para execuçã o de atividades nã o trouxer prejuı́zos ao TSE, reavaliar os quesitos estabelecidos
para os per is pro issionais, tendo em vista que as atividades das citadas OS tiveram a qualidade necessá ria para serem aceitas pela iscalizaçã o
té cnica, apesar de terem sido realizadas por pessoas sem per il aprovado para tal (Informaçã o n° 12/2017 - item 39.2, e);
g) implementar controles internos para coibir que pro issionais com per is pendentes ou rejeitados executem OS (Informaçã o n° 12/2017, item
39.2, f);
h) realizar registro da execuçã o contratual no tocante a quantidade de HST necessá rias por atividade e por perı́odo, com o objetivo de se
conhecer o histó rico da demanda e facilitar o planejamento mensal das atividades (Informaçã o n° 12/2017, item 39.2, g);
j) realizar planejamento pré vio e efetivo das atividades mensais relacionadas ao contrato em questã o;
l) informar os crité rios utilizados para avaliar os serviços prestados no momento de fechamento de cada OS;
m) informar se as nã o conformidades detectadas nas atividades de inspeçã o decorrentes do Contrato n° 31/2015 sã o utilizadas como insumo
para a melhoria do processo de iscalizaçã o té cnica;
n) informar se o modelo instituı́do para a avaliaçã o dos serviços é e icaz, de modo que a ú nica OS garantia identi icada na amostra esteja
relacionada à correta/adequada prestaçã o dos serviços pela contratada e nã o a eventuais falhas/di iculdades no efetivo acompanhamento dos
resultados decorrentes de determinada ordem de serviço;
o) informar se houve o tratamento adequado de todas as recomendaçõ es apresentadas nas Notas Té cnicas de Apoio à Execuçã o Contratual,
apresentadas em razã o do Contrato n° 31/2015;
p) informar se há algum tipo de controle para acompanhar as evidê ncias produzidas na execuçã o da OS; e
q) adotar mecanismos que controlem e evidenciem o repasse perió dico e constante de conhecimentos ao TSE (Informaçã o n° 12/2017, item
39.2, m).
49.3. À iscalização administrativa:
c) no tocante a possı́vel con iguraçã o de mã o de obra exclusiva e observâ ncia dos aspectos trabalhistas e previdenciá rios:
c.1) criar controles internos com o objetivo de identi icar se há caracterizaçã o de mã o de obra exclusiva dos pro issionais alocados nas OS;
c.2) realizar acompanhamento perió dico dos aspectos trabalhistas e previdenciá rios, caso se observe possı́vel con iguraçã o de mã o de obra
exclusiva (Informaçã o n° 12/2017, item 39.3, c);
c.3) manifestar sobre as documentaçõ es apresentadas pela contratada para comprovar a quitaçã o dos encargos trabalhistas e previdenciá rios de
seus empregados (Informaçã o nº 12/2013, item 39.3, d);
h) informar se o cá lculo do indicador de nã o conformidade é e icaz para veri icar o atingimento dos resultados da contrataçã o. Em caso
negativo, avaliar a criaçã o de outros mecanismos objetivos com essa inalidade (Informaçã o n° 12/2015, item 39.3, i);
j) informar a periodicidade das inspeçõ es de atividades decorrentes da execuçã o do Contrato n° 31/2015;
l) esclarecer sobre os procedimentos inerentes à s OS garantia, avaliando a situaçã o exposta nos itens 37.3.1 - prazo para execuçã o superior ao
de inido em TR - e 37.3.2 - OS garantia possuir maior quantidade de HST do que a OS original;
m) informar se a atualizaçã o do catá logo de serviços levou em consideraçã o as recomendaçõ es constantes nos relató rios de inspeçã o,
apresentados em razã o do Contrato n° 31/2015.
Informação n° 12/2017 Samec/Coges/SCI (0513281)
39.2. À iscalização técnica e administrativa:
h) informar quanto à pertinê ncia da atividade de apoio ao processo licitató rio aos resultados esperados da contrataçã o;
i) informar se o fato de funcioná rio da Datainfo constar como solicitante de RA traz risco ao TSE devido ao con lito de interesses;
2019.00.000005216-6 Documento no 1129235 v370
39.3. À iscalização administrativa:
h) informar se há cá lculo dos indicadores de nı́veis mı́nimos de serviço na forma e periodicidade estabelecida em TR, juntando aos autos a
documentaçã o que lhe dá suporte;
l) informar se os relató rios produzidos pela Datainfo na atividade de inspeçã o cumpriram com o objetivo da contrataçã o.
49. Em sede de monitoramento, foram emitidas as Informaçõ es nº 5/2018 (0733156) e nº 3/2019 (0956697), em relaçã o ao
contrato de apoio ao controle, e as Informaçõ es nº 4/2018 (0728632) e nº 1/2019 (0953376), relativamente à contrataçã o de
sustentaçã o de sistemas, sendo referenciadas, nas citadas informaçõ es, as providê ncias e justi icativas apresentadas pelas unidades
respondentes, bem como constando a aná lise realizada quanto ao grau de atendimento à s recomendaçõ es emitidas.

Evolução no modelo de contratação de serviços de tecnologia da informação pela Administração Pública Federal
50. As contrataçõ es realizadas pela Administraçã o Pú blica Federal para atendimento a suas demandas por serviços de
tecnologia da informaçã o sã o constantemente avaliadas pelo Tribunal de Contas da Uniã o devido a sua materialidade, essencialidade,
cará ter estraté gico e aptidã o para induzir a governança nas organizaçõ es.
51. Quanto ao modelo de prestaçã o desses serviços, a Corte de Contas irmou jurisprudê ncia no sentido de que contrataçõ es
de serviços de TI remuneradas pela disponibilidade de mã o de obra estimulam o fornecedor a consumir mais horas remuneradas de
trabalho do que seria necessá rio para alcançar o resultado contratado, o que seria ine iciente e antieconô mico. Esse problema foi
denominado “paradoxo do lucro-incompetê ncia”, descrito originariamente no voto condutor do Acó rdã o nº 1.558/2003 – Plená rio. Por
essa razã o, o TCU tem orientado a Administraçã o Pú blica Federal a, sempre que possı́vel, contratar serviços de TI remunerados com
base apenas nos resultados apresentados, e nã o na disponibilidade dos trabalhadores terceirizados.
52. Dentre os diversos fundamentos jurı́dicos que embasaram esse entendimento jurisprudencial, podem ser destacados, alé m
do Acó rdã o nº 1.558/2003 – Plená rio, alguns julgados que demonstram historicamente o posicionamento do TCU sobre a questã o.
53. No ano de 2006, o TCU proferiu o Acó rdã o nº 786/2006 – Plená rio, por meio do qual concluiu que o modelo baseado na
contrataçã o homem-hora poderia causar distorçõ es com efeitos negativos sobre a economicidade da contrataçã o. A primeira distorçã o
seria exatamente o paradoxo do lucro-incompetê ncia, ou seja, quanto menor a quali icaçã o dos pro issionais alocados na prestaçã o do
serviço, maior o nú mero de horas necessá rio para executá -lo, maior o lucro da empresa contratada e maior o custo para a
administraçã o. A segunda distorçã o consistia na tendê ncia de se remunerar todas as horas de disponibilidade dos empregados da
contratada, ainda que nã o produtivas, em virtude da di iculdade da Administraçã o em controlar a efetiva atividade desses pro issionais.
Em suma, havia a possibilidade de que a empresa viesse a ser remunerada sem que houvesse a contraprestaçã o em serviços
efetivamente realizados.
54. As conclusõ es obtidas naquele trabalho permitiram ao TCU traçar linhas gerais para um novo modelo de licitaçã o e
contrataçã o dos serviços em comento, atendendo à determinaçã o do item 9.7 do Acó rdã o nº 1.558/2003 – Plená rio, ao recomendar à
entã o Secretaria de Logı́stica e Tecnologia da Informaçã o do Ministé rio do Planejamento, Orçamento e Gestã o – SLTI/MPOG que
elaborasse modelo de licitaçã o e contrataçã o de serviços de informá tica para a Administraçã o Pú blica Federal contendo, minimamente,
os requisitos listados no item 9.4 do Acó rdã o nº 786/2006. O novo modelo deveria mensurar, sempre que possı́vel, a prestaçã o de
serviços por resultados segundo especi icaçõ es previamente estabelecidas, evitando-se a mera locaçã o de mã o de obra e o pagamento
por hora trabalhada ou por posto de serviço, utilizando-se de metodologia expressamente de inida no edital.
55. No ano de 2008, por meio de iscalizaçã o sob a sistemá tica de Fiscalizaçã o de Orientaçã o Centralizada – FOC, o TCU
escolheu “Terceirizaçã o no Setor Pú blico” como um dos temas de maior signi icâ ncia, selecionando o subtema “Terceirizaçã o em TI”
para avaliaçã o quanto à adequaçã o da estrutura das unidades de TI da APF e de seus processos de aquisiçã o e gestã o de serviços
terceirizados, e propositura de melhorias para irregularidades eventualmente veri icadas.
56. Nessa esteira, o Acó rdã o nº 2.471/2008 – Plená rio recomendou ao entã o MPOG – de forma mais detalhada que a
apresentada no acó rdã o paradigma de 2006, em razã o da visã o abrangente alcançada pelos trabalhos da FOC –, que previsse, em
documento normativo pró prio para serviços de Tecnologia da Informaçã o, os diversos requisitos relativos ao planejamento, à seleçã o
do fornecedor e à gestã o contratual nele descritos.
57. Desde entã o, diversos normativos vê m sendo elaborados e atualizados à s boas prá ticas e à jurisprudê ncia do TCU sobre o
tema pelo Poder Executivo (Instruçã o Normativa SLTI/MPOG nº 4/2008, nº 4/2010 e nº 4/2014), vigorando, atualmente, a recente
Instruçã o Normativa nº 1, de 4 de abril de 2019, do Ministé rio da Economia.
58. Diante desses e de outros precedentes sobre o tema, aprovou-se, no Acó rdã o nº 485/2012 – Plená rio, o texto da Sú mula nº
269, com o seguinte teor:
Nas contrataçõ es para a prestaçã o de serviços de tecnologia da informaçã o, a remuneraçã o deve estar vinculada a resultados ou ao atendimento
de nı́veis de serviço, admitindo-se o pagamento por hora trabalhada ou por posto de serviço somente quando as caracterı́sticas do objeto nã o o
permitirem, hipó tese em que a excepcionalidade deve estar pré via e adequadamente justi icada nos respectivos processos administrativos.
59. Relacionados à Sú mula nº 269, no sı́tio do TCU sã o encontradas referê ncias a diversos enunciados de jurisprudê ncia
selecionada que buscam retratar o entendimento contido na deliberaçã o acerca do caso concreto analisado.
60. Embora tais enunciados nã o objetivem representar o posicionamento prevalecente sobre a maté ria, conforme alertado no
portal do TCU, cabe destacar o Acó rdã o nº 47/2013 – Plená rio em que se julgou lı́cito o estabelecimento de remuneraçã o por horas de
trabalho para serviços de tecnologia da informaçã o, quando nã o for possı́vel vinculá -la a resultados, em modelo de contrataçã o hı́brido
de inido pelo Tribunal Superior do Trabalho (dimensionamento dos serviços por homem-hora com sistemá tica de acompanhamento de
resultados baseada em indicadores de nı́veis de serviço e metas de qualidade – item 9.6 da parte dispositiva).
61. No voto condutor do citado acó rdã o, fez-se mençã o à decisã o precedente que tratou de situaçã o similar e na qual se
asseverou que, embora a mensuraçã o dos serviços nã o se baseasse, em sua totalidade, em remuneraçã o por resultados, nã o havia
irregularidade capaz de comprometer a lisura do certame, tendo em vista o estabelecimento de crité rios de mensuraçã o dos serviços,
estimativa pré via do volume de serviços demandados, crité rios de avaliaçã o das especi icaçõ es e quantidade dos serviços, ferramenta
de acompanhamento e iscalizaçã o, e o está gio de maturidade à é poca da organizaçã o, considerando-se a perspectiva de melhoria
(trechos sem numeraçã o do relató rio e do voto condutor do Acó rdã o nº 1.125/2009 – Plená rio).

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62. No entanto, em seus trabalhos de auditoria, a Corte de Contas passou a identi icar falhas na de iniçã o dos crité rios de
mediçã o e na avaliaçã o da qualidade dos serviços prestados, como se observa, por exemplo, no Acó rdã o nº 66/2015 – Plená rio. As
impropriedades veri icadas ressaltam a importâ ncia de haver adequado planejamento da contrataçã o para que as metas de serviço
sejam de inidas com clareza e precisã o, para que os instrumentos de mediçã o do desempenho sejam capazes de efetivamente aferir o
cumprimento dos nı́veis mı́nimos de serviço e para que as diretrizes do modelo de gestã o do contrato sejam observadas pelos gestores
(itens 9.3.2 a 9.3.6 da parte dispositiva).
63. No mesmo ano, no Acó rdã o nº 916/2015 – Plená rio, també m foram identi icadas falhas nos processo de planejamento e de
gestã o contratual quanto à previsã o de meios e recursos necessá rios à mensuraçã o dos resultados, à efetiva aferiçã o da qualidade dos
serviços e à adequada aplicaçã o dos crité rios de mediçã o (itens 9.2.3 e 9.2.4.3 a 9.2.4.5 da parte dispositiva). Destacam-se, ainda, os
itens 9.2.4.7 e 9.2.4.9, segundo os quais a utilizaçã o de mé trica, como Unidade de Serviço Té cnico (UST), é inapropriada para serviços
que nã o geram resultados ou produtos passı́veis de aferiçã o, sob o risco de pagamento pela Administraçã o de serviços nã o executados
e de surgimento de con lito de interesses, na medida em que a contraprestaçã o seja resultado unicamente da quantidade de incidentes
e problemas ocorridos, hipó tese em que o paradoxo lucro-incompetê ncia poderia ser restabelecido sob diferente perspectiva.
64. Recentemente, em sessã o do dia 28 de agosto de 2019, o Plená rio da Corte de Contas deliberou sobre novo trabalho de
Fiscalizaçã o de Orientaçã o Centralizada (FOC), o qual teve por objetivo avaliar a conformidade das contrataçõ es de tecnologia da
informaçã o em organizaçõ es federais, desde o planejamento da contrataçã o até a execuçã o contratual, emitindo-se o Acó rdã o nº
2.037/2019 – Plená rio, que consolidou os trabalhos da FOC.
65. No relató rio, sã o destacados os principais achados da equipe de iscalizaçã o do TCU, quais sejam, indı́cios de planejamento
meramente formal da contrataçã o, ocasionando, inclusive, direcionamento da contrataçã o; indı́cio de pesquisas de preços simuladas,
caracterizando fraude; indı́cios de falhas nos controles relativos à execuçã o contratual; irregularidades na utilizaçã o da mé trica UST e
similares; e indı́cios de prejuı́zo ao erá rio.
66. A respeito da utilizaçã o da mé trica UST e similares, destacam-se os problemas relatados pela equipe de iscalizaçã o:
99. O primeiro problema é devido ao fato de que a utilizaçã o da mé trica UST exige maior maturidade dos ó rgã os, pois há necessidade de uma
de iniçã o criteriosa dos serviços, per is pro issionais, nı́veis de complexidade, tempo de execuçã o e nı́vel de serviço desejado a im de se obter
o valor justo de UST. O uso inadequado da mé trica UST em virtude da falta de maturidade dos ó rgã os pode provocar distorçõ es de grande
materialidade.
...
113. O segundo problema refere-se à prá tica irregular de se cobrar por artefatos intermediá rios que nã o geram resultados.
...
116. O terceiro problema refere-se à inadequaçã o da mé trica UST para serviços de suporte contı́nuo de TI. Entende-se que a inadequaçã o
ocorre porque esse tipo de serviço nã o gera resultados ou produtos aferı́veis pelo ente pú blico contratante e, portanto, nã o se coaduna com o
disposto na Sú mula TCU 269.
...
119. O quarto problema refere-se à impropriedade da pesquisa de preços realizada pelos ó rgã os e entidades para contrataçã o de serviços
medidos por UST. Observou-se que as organizaçõ es pú blicas se limitam a comparar valores de UST de outras contrataçõ es sem qualquer
aprofundamento na composiçã o dos custos unitá rios. (negrito do original)
67. Em suma, constatou-se distorçõ es que ocasionaram dano ao erá rio superior a R$ 250 milhõ es de reais, como indı́cios de
sobrepreço e superfaturamento, a exemplo da prá tica reiterada de in lar o nı́vel de complexidade das tarefas, os fatores de ponderaçã o
e o esforço (quantidade de horas para realizar a atividade), o que aumentou arti icialmente o quantitativo de UST e, consequentemente,
o preço dos serviços; constatou-se que atividades acessó rias, que deveriam estar embutidas no preço inal do produto, foram cobradas
individualmente, a exemplo de estudo de desempenho, participaçã o em reuniõ es e elaboraçã o de cronogramas de atividades, sendo
que o pagamento por UST pressupõ e a remuneraçã o com base em resultados inais, concretos e palpá veis; alertou-se que a utilizaçã o
de UST para serviços de suporte contı́nuo de TI acarreta risco de pagamento por serviços nã o realizados, assim como de con lito de
interesses por parte da contratada, já que, quanto maior o nú mero de chamados ela é instada a solucionar, maior será o seu
faturamento.
68. Assim, foram expedidas diversas recomendaçõ es estruturantes aos Orgã os Governantes Superiores (OGS), a exemplo do
Conselho Nacional de Justiça, com o intuito de que sejam estabelecidos controles para mitigar os riscos identi icados pela auditoria.
Ainda, recomendou-se que fossem avaliadas a conveniê ncia e a oportunidade de orientaçã o aos ó rgã os e à s entidades federais sob
supervisã o dos OGS a im de que, previamente à s prorrogaçõ es de contratos vigentes de serviços de tecnologia da informaçã o que
utilizam a mé trica UST ou similar, seja avaliada a economicidade da avença, à luz das consideraçõ es expostas ao longo do relató rio do
Acó rdã o.
69. Diante do exposto, percebe-se que o contexto histó rico das deliberaçõ es adotadas pela Corte de Contas até o momento
denota a permanente preocupaçã o do ó rgã o de controle externo quanto à necessidade de o planejamento das contrataçõ es ser
realizado de modo a buscar a soluçã o mais vantajosa ao atendimento das necessidades da organizaçã o e a permitir o estabelecimento
de subsı́dios para a adequada gestã o contratual, bem como quanto à necessidade de o processo de execuçã o e de seu respectivo
acompanhamento estarem alinhados com as diretrizes de inidas no planejamento, perpassando a de iniçã o do modelo de contrataçã o a
ser adotado, seja pela mé trica UST ou alternativas a ela, pela avaliaçã o criteriosa da demanda a ser atendida e de seus desdobramentos,
devendo, em todo caso, documentar as justi icativas da escolha.

IV – Objetivo da Auditoria
70. O objetivo desta auditoria é avaliar a legalidade e a legitimidade dos atos de gestã o dos Contratos nºs 16, 17, 20 e 31, de
2015; a con iabilidade e a efetividade dos controles internos relacionados à consecuçã o dos objetivos dessas contrataçõ es e o
desempenho da gestã o e execuçã o dos contratos, com vistas a fomentar a boa governança de TI, aperfeiçoar e incentivar a gestã o de
contratos orientada para resultados, bem como subsidiar a alta administraçã o com as informaçõ es necessá rias para a tomada de
decisõ es estraté gicas.
71. Com essa inalidade, formulou-se as seguintes questõ es de auditoria:
a) Há alinhamento da gestã o dos contratos em relaçã o ao Plano Estraté gico da Justiça Eleitoral?
b) O modelo de iscalizaçã o dos contratos é considerado e icaz?
c) Os Catá logos de Serviços estã o dimensionados adequadamente?
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d) Os valores aplicados na execuçã o das atividades dos contratos sã o empregados de forma racional?

V – Escopo
72. Para alcançar os objetivos propostos no presente trabalho, foram avaliados o contexto e as particularidades relacionados à
contrataçã o e execuçã o dos referidos contratos, tendo em vista o volume de recursos inanceiros envolvidos, os riscos à consecuçã o
dos objetivos estraté gicos da instituiçã o, bem como o impacto que a sua iscalizaçã o acarreta na força de trabalho dos servidores
lotados da unidade de Tecnologia da Informaçã o.
73. Dentre os crité rios utilizados como parâ metro para fundamentar as avaliaçõ es e testes realizados no decorrer da auditoria,
utilizou-se o Cobit 5, que trata de modelo de negó cios e de gestã o utilizado para governança e gestã o de TI nas organizaçõ es,
amplamente reconhecido e utilizado no â mbito da tecnologia da informaçã o. Consigna-se que o Tribunal de Contas da Uniã o utiliza o
Cobit 5 como balizador para a elaboraçã o do Per il de Governança de TI na Administraçã o Pú blica, desde o ciclo de 2007.
74. O Cobit 5 é orientado a processos e divide-se em cinco grandes grupos (domı́nios), dos quais destaca-se: Alinhar, Planejar e
Organizar (Align, Plan and Organise – APO) e Avaliar, Dirigir e Monitorar (Evaluate, Direct and Monitor – EDM), cujas iniciais serã o
utilizadas no decorrer do relató rio para ins de referê ncia como crité rio de auditoria. Assim, utilizou-se os processos a seguir como
fundamento para as aná lises:
a) APO05 – Gerenciar o Portfólio: Segundo o APO05, é importante criar e manter portfó lio de programas de investimento,
serviços e ativos de TI, que formam a base do orçamento destinado à TI e dã o suporte aos planos tá ticos e estraté gicos em TI. Ainda, é
importante que haja a priorizaçã o dos portfó lios para apoiar as decisõ es de investimentos e otimizar os custos em TI. Ainda, deve a TI
trabalhar em conjunto com as unidades negociais para manter as carteiras. Por ú ltimo, os investimentos devem ser removidos da
carteira quando os benefı́cios já tiverem sido alcançados ou quando estiver claro que os benefı́cios nã o serã o alcançados.
b) APO06 – Gerenciar Orçamentos e Custos: De acordo com este processo, estabelecer e utilizar um modelo de custo de TI com
base na de iniçã o de serviço, garante que a alocaçã o de custos de serviços seja identi icá vel, mensurá vel e previsı́vel, com vistas a
incentivar o uso responsá vel de recursos, incluindo os fornecidos pelos provedores de serviços. Nesse modelo de custos, revisar e
comparar regularmente a adequaçã o dos custos previstos frente aos executados é importante para manter a adequaçã o das atividades
de TI em evoluçã o. Assim, deve-se monitorar o orçamento de TI, incluindo despesas comprometidas e despesas atuais, considerando os
projetos registrados nos portfó lios de investimento de TI e a operaçã o e manutençã o de portfó lios de ativos e serviços.
c) APO10 – Gerenciar Fornecedores: O APO10 orienta o gerenciamento de serviços relacionados a TI fornecidos para atender
aos requisitos corporativos, incluindo a seleçã o de fornecedores, gerenciamento de relacionamentos, gerenciamento de contratos e
revisã o e monitoramento do desempenho do fornecedor quanto à e icá cia e conformidade.
d) EDM02 – Garantir a Entrega de bene ícios: O EDM02 busca otimizar a contribuiçã o do valor para os negó cios a partir dos
processos de negó cios, serviços de TI e ativos de TI resultantes de investimentos feitos pela TI a custos aceitá veis.
75. Ainda, foram utilizados os crité rios a seguir, entre outros:
a) Resoluçã o TSE nº 23.509/2017, que dispõ e sobre a Governança de Tecnologia da Informaçã o do TSE;
b) Portaria TSE nº 461/2017, que dispõ e sobre a constituiçã o de Comissã o Diretiva de Tecnologia da Informaçã o (CDTI);
c) Portaria TSE nº 282/2017, que cria a Comissã o Té cnica de Tecnologia da Informaçã o (CTTI) no â mbito do Tribunal Superior
Eleitoral;
d) Resoluçã o TCU nº 247/2011, que dispõ e sobre a Polı́tica de Governança de Tecnologia da Informaçã o do Tribunal de Contas
da Uniã o;
e) Portaria TCU nº 230/2017, que dispõ e sobre o provimento e a gestã o de soluçõ es de tecnologia da informaçã o no â mbito do
Tribunal de Contas da Uniã o;
f) Resoluçã o CNJ nº 182/2013, que dispõ e sobre diretrizes para as contrataçõ es de Soluçã o de Tecnologia da Informaçã o e
Comunicaçã o pelos ó rgã os submetidos ao controle administrativo e inanceiro do Conselho Nacional de Justiça;
g) Instruçã o Normativa SGD/ME nº 1/2019, que dispõ e sobre o processo de contrataçã o de soluçõ es de Tecnologia da
Informaçã o e Comunicaçã o pelos ó rgã os e entidades integrantes do Sistema de Administraçã o dos Recursos de Tecnologia da
Informaçã o do Poder Executivo Federal.

VI – Período da Auditoria
76. O perı́o do previsto inicialmente para a realizaçã o da auditoria foi de 21 de maio a 19 de julho de 2019. No entanto, em vista
da complexidade dos exames e da necessidade de aprofundamento nos testes de alguns temas, com vistas a agregar maior valor ao
resultado inal, pelos pró prios fundamentos da auditoria extraordiná ria, foram efetuados diversos pedidos de complementaçã o de
informaçõ es, o que impactou no tempo, razã o pela qual o prazo de conclusã o dos trabalhos foi prorrogado para o dia 2 de outubro de
2019.

VII – Desenvolvimento dos trabalhos
77. De acordo com o Plano de Trabalho de Auditoria (1074528), iniciaram-se os trabalhos da etapa de planejamento da
auditoria com o objetivo primordial de veri icar, a partir do contexto e das particularidades dos contratos auditados, a e iciê ncia do
modelo de remuneraçã o pelos serviços prestados, bem assim a e icá cia da gestã o contratual.
78. Durante o levantamento de informaçõ es, foram realizadas coleta de dados e de documentos sobre a execuçã o dos ajustes,
bem como entrevistas com os gestores das unidades té cnicas envolvidas e aplicaçã o de questioná rio aos servidores que executam as
atividades.
79. Na etapa de execuçã o, realizaram-se testes substantivos com o intuito de averiguar a existê ncia de distorçõ es na execuçã o
desses contratos, de acordo com as informaçõ es prestadas pela unidade auditada e també m considerando dados contidos nos
principais sistemas envolvidos no controle e gerenciamento das demandas, tais como o Altiris, GDS e Siga.
80. De acordo com as informaçõ es obtidas, foram identi icados riscos que podem comprometer, em maior ou menor grau, o
alcance dos objetivos de inidos com as contrataçõ es, bem como a ausê ncia total ou parcial de açõ es para tratar esses riscos.
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VIII – Achados de Auditoria
81. Achado de auditoria é a divergê ncia constatada entre a situaçã o identi icada pela equipe de auditoria e o crité rio
estabelecido para aná lise. Quanto a sua estruturaçã o, de iniu-se a seguinte forma para o documento:
a) condiçã o – o que é (situaçã o encontrada);
b) crité rio – como deve ser (conformidade);
c) evidê ncia – documentos e informaçõ es que fundamentam as conclusõ es;
d) causa – possı́vel razã o do desvio com relaçã o ao crité rio;
e) consequê ncia – possı́vel consequê ncia da situaçã o encontrada; e
f) recomendaçã o – proposta de melhoria ou açã o corretiva.
82. Assim, com o intuito de facilitar a apresentaçã o dos resultados dos testes aplicados, optou-se por agrupar os achados de
auditoria nos segmentos a seguir, bem assim incluir tó pico destinado a outras consideraçõ es relacionadas a exames efetuados alé m do
escopo da auditoria, poré m de relevâ ncia su iciente para merecer abordagem nesta peça:
a) De iciências na Governança de TI;
b) Distorções na execução contratual;
c) Ine iciência do modelo contratual;
d) Oportunidade de melhorias em sistemas.

A1 – Insu iciência na de inição das práticas de governança, gestão e uso da Tecnologia da Informação pelo TSE.
83. Situação encontrada: Objetivando veri icar a atuaçã o do Tribunal relacionada à governança, gestã o e uso da Tecnologia da
Informaçã o pelo TSE, analisou-se o teor da Resoluçã o TSE nº 23.509/2017, que dispõ e sobre a Governança de Tecnologia da
Informaçã o no â mbito do Tribunal Superior Eleitoral, principal normativo interno relacionado ao tema.
84. Como mecanismo de apoio à Governança Corporativa, aquele marco normativo corresponde ao primeiro passo para que as
prá ticas de governança, gestã o e uso da tecnologia da informaçã o alinhem-se ao cumprimento da missã o e alcance das metas
organizacionais sobre o tema, na medida em que estabelece as diretrizes, estruturas organizacionais, processos e controles.
85. A Resoluçã o em tela apresenta em seu conteú do, dentre outros aspectos, a criaçã o e a apresentaçã o das responsabilidades
das estruturas responsá veis pelas decisõ es-chave de TI no Tribunal, a saber: a Comissã o Té cnica de Tecnologia da Informaçã o (CTTI) e
a Comissã o Diretiva de Tecnologia da Informaçã o (CDTI), efetivamente instituı́das por meio das Portarias TSE nº 282/2017 e nº
461/2017, respectivamente.
86. Destaca-se que, por ocasiã o da auditoria no processo de sustentaçã o de soluçõ es de tecnologia da informaçã o,
consubstanciada no Relató rio de Auditoria nº 2/2018 (0782764), esta Secretaria emitiu recomendaçõ es à STI no sentido de atribuir
responsabilidades aos gestores das unidades negociais e das unidades que promovem o desenvolvimento de soluçõ es de TI, nos
seguintes termos:
a) Elaborar proposta de normativo contendo, no mı́nimo, os seguintes itens:
a.1) obrigatoriedade para o desenvolvimento de projetos novos ou evolutivos, de formalizaçã o de gestores demandante/negocial e té cnico, com
responsabilidades distintas de inidas nas etapas relacionadas ao desenvolvimento de soluçõ es junto à STI;
a.3) previsã o de apuraçã o de responsabilidade em caso de eventuais prejuı́zos decorrentes do descumprimento das responsabilidades
atribuı́das aos gestores.
87. Presentemente, por meio da Informaçã o Cogti/STI nº 24/2019 (1101127), alı́nea a, em resposta à RDIM nº 45 (1098401),
a Coordenadoria de Gestã o de Tecnologia da Informaçã o (Cogti/STI) informou que foi sugerida à CDTI que realizasse reuniã o com a
participaçã o de todas as á reas clientes da STI "para que houvesse alinhamento sobre os cortes orçamentá rios e fossem feitas as
priorizaçõ es necessá rias". No entanto, nã o se tem conhecimento de normativo que determine quais sã o as responsabilidades das á reas
clientes (aqui entendidas como unidades negociais).
88. Ainda, na mesma resposta, relacionada à s atividades de infraestrutura, informou que “nã o há como proibir o service-desk
(para efeitos de economia ou priorizaçã o) de registrar chamados relacionados a sistemas que nã o foram priorizados, pois a equipe é
remunerada para atender ao cliente do TSE e da JE”. Da mesma forma, nã o se encontrou normativo que detalhe as atribuiçõ es e
responsabilidades para o provimento de serviços de infraestrutura.
89. Sendo assim, constatou-se a ausê ncia de normativos complementares à Polı́tica de Governança de TI que regulamente os
papé is, atribuiçõ es e responsabilidades das unidades gestoras de soluçõ es de TI e das unidades provedoras de serviços de TI.
90. Destaca-se, por oportuno, a Portaria TCU nº 230/2017, que dispõ e sobre o provimento e a gestã o de soluçõ es de TI no
â mbito do TCU (conhecida como "Portaria dos Gestores de Soluçõ es de TI"), por meio da qual foram de inidas atribuiçõ es e
responsabilidades das unidades gestoras de soluçõ es de TI, bem como das unidades provedoras de serviços de TI.
91. A tı́tulo de esclarecimento, entende-se por unidade gestora a unidade responsá vel pela de iniçã o de processos de trabalho,
requisitos, regras de negó cio e nı́veis de serviço aplicá veis à soluçã o de TI; unidade provedora, por sua vez, é a unidade responsá vel
pelo provimento de soluçã o de tecnologia da informaçã o.
92. Critérios: Resoluçã o TSE nº 23.509/2017; Resoluçã o TCU nº 247/2011; Portaria TCU nº 230/2017; PA nº
2016.00.000010324-4
93. Evidência: Informaçã o Cogti/STI nº 24/2019 (1101127).
94. Causa: a) Ausê ncia de revisã o perió dica da Polı́tica de Governança de TI do TSE, de forma a contemplar as evoluçõ es nos
processos de Governança de TI.
95. Consequências:
a) Utilizaçã o inadequada dos recursos inanceiros, de pessoal e tecnoló gicos para a consecuçã o dos objetivos estraté gicos;
b) inde iniçã o quanto as responsabilidades e atribuiçõ es da STI em relaçã o à Governança de TI;
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c) comprometimento da atuaçã o das unidades gestoras de soluçõ es de TI na governança de TI, em razã o do desconhecimento
do papel que devem desempenhar.
96. Recomendações:
a) Avaliar a possibilidade de propor à CDTI a alteraçã o da Resoluçã o TSE nº 23.509/2017, com vistas a acrescentar as formas
de provimento de soluçõ es de TI na instituiçã o e suas diretrizes, bem como as competê ncias das unidades gestoras de soluçõ es de TI e
das unidades provedoras de serviços de TI, alinhadas ao modelo estraté gico institucional;
b) avaliar a possibilidade de propor à CDTI a regulamentaçã o das responsabilidades das unidades gestoras de soluçõ es de TI,
bem como das unidades provedoras de serviços de TI, de inindo, dentre outros aspectos, os papé is associados à alocaçã o/utilizaçã o e à
otimizaçã o dos recursos inanceiros.

A2 – Ausência de medição de indicador estratégico relativo à priorização de sistemas.
97. Situação encontrada: Consta do Plano Estraté gico 2018-2021 o Objetivo “OE11 – Garantir a e iciência na prestação dos
serviços de tecnologia da informação e comunicação”, com o correspondente indicador estraté gico “Atendimento às demandas por
sistemas informatizados priorizados pela CDTI”. Assim, com o objetivo de veri icar o resultado do desdobramento da meta prevista, de
80% para 2018, referente à quele indicador, foi solicitado à STI, na RDIM nº 41/2019 (1091937), o envio dos relató rios ou dados
comprobató rios pertinentes.
98. A esse respeito, lembra-se que o atendimento ao Plano Estraté gico é importante para o desenvolvimento satisfató rio do
ciclo de gestã o estraté gica de uma instituiçã o, sendo que, na á rea de Tecnologia da Informaçã o do TSE, é papel da Comissã o Diretiva de
Tecnologia da Informaçã o (CDTI) apoiar a Administraçã o na consecuçã o do Plano Estraté gico.
99. Assim, nos termos do art. 2º da Portaria TSE nº 461/2017, que dispõ e sobre a constituiçã o da CDTI, compete à Comissã o,
entre outras responsabilidades:
a) Estabelecer objetivos de TI, bem como deliberar e priorizar planos deles decorrentes;
b) de inir as prioridades de investimentos em TI;
c) aprovar a alocaçã o dos recursos orçamentá rios destinados à TI, bem como alteraçõ es posteriores; e
d) rati icar ou reavaliar as prioridades, identi icar eventuais desvios e determinar correçõ es necessá rias com base no
acompanhamento perió dico da execuçã o dos planos e da evoluçã o dos indicadores de desempenho de TI.
100. Nesse sentido, em resposta à RDIM, a unidade auditada informou que o indicador OE11 nã o foi medido considerando que
nã o houve priorizaçã o de sistemas por parte da CDTI (1093473).
101. Acrescenta, ainda, que todas as reuniõ es da CDTI foram realizadas por solicitaçã o da STI, nas ocasiõ es em que seria
necessá ria a tomada de decisõ es envolvendo aquisiçõ es de grande impacto orçamentá rio ou à sociedade.
102. Critérios: Resoluçã o TSE nº 23.567/2018, que aprova o Plano Estraté gico do TSE para o perı́o do de 2018-2021; Portaria
TSE nº 461/2017.
103. Evidências: Documento nº 1093473; Atas da CDTI nºs 8/2018, 4/2019 e 6/2019 (0943819, 0977724 e 1034155);
Informaçã o Cogti/STI nº 10/2019 (1073250).
104. Causas:
a) Ausê ncia de de iniçã o do responsá vel pela coordenaçã o da CDTI, bem como de suas competê ncias;
b) ausê ncia de realizaçã o das reuniõ es da Comissã o na periodicidade trimestral de inida no art. 3º da Portaria TSE nº
461/2017.
105. Consequências:
a) Comprometimento do alcance dos resultados do Plano Estraté gico 2018-2021;
b) impacto na de iniçã o de prioridades para a conduçã o dos projetos de TI considerados estraté gicos;
c) risco de desenvolvimento de projetos de TI considerados nã o estraté gicos, em detrimento dos projetos estraté gicos.
106. Recomendação:
106.1 À CDTI:
a) Avaliar a possibilidade de alterar a Portaria TSE nº 461/2017, com o objetivo de de inir o integrante da Comissã o
responsá vel pela coordenaçã o das atividades, bem como estabelecer as competê ncias do coordenador, entre elas a de convocar e
coordenar as reuniõ es de trabalho.

A3 – Ine iciência dos mecanismos de transparência sobre os custos de programas, projetos e sistemas referentes aos
contratos auditados.
107. Situação encontrada: Com base no Cobit 5, Processo APO06 – Gerenciar Orçamentos e Custos –, questionou-se, por meio
da RDIM nº 45/2019 (1098401), se o custo inanceiro estimado por programa/projeto/sistema é demonstrado ao demandante da
soluçã o por ocasiã o da aná lise de viabilidade da demanda, considerando os custos envolvidos nos quatro contratos.
108. Em resposta, a Cogti/STI esclareceu que tais custos nã o sã o informados ao demandante previamente à realizaçã o do
serviço, uma vez que as ferramentas de gestã o de TI, em princı́pio, apresentam apenas os custos posteriores à implementaçã o das
demandas. No entanto, informou que a unidade encontra-se trabalhando em um processo de gestã o de portfó lio, o qual garantirá
desde a priorizaçã o da demanda por parte da CDTI até a transparê ncia e ampla divulgaçã o dos custos envolvidos em todo o processo
de desenvolvimento (custos iniciais estimados e custos reais executados).
109. Com efeito, é imprescindı́vel que seja apresentado o valor estimado dos serviços solicitados relativos ao programas,
projetos e desenvolvimento de novas soluçõ es ou de sua manutençã o, alé m dos serviços de suporte à infraestrutura de TI, para ins de
avaliaçã o do solicitante quanto aos custos envolvidos frente aos benefı́cios decorrentes de sua solicitaçã o.
110. Acrescente-se a isso o fato de que a estimativa dos custos das demandas é essencial para o gerenciamento dos recursos
disponı́veis, a priorizaçã o de gastos e a promoçã o de açõ es corretivas, quando necessá rio.
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111. No tocante ao monitoramento, constatou-se a existê ncia de Painel Analı́tico, ferramenta que evidencia os custos
realizados, poré m nã o exibe o total dos recursos disponibilizados e previstos, por projeto/programa/sistema, bem como os
priorizados.
112. Critério: Processo Cobit 5: APO06 (Gerenciar Orçamentos e Custos).
113. Evidências: Informaçã o Cogti/STI nº 24/2019 (1101127); Custo dos Contratos da STI - Painel Ordem de
Serviço; atendimento do Service Desk nº REQ-064455.
114. Causa: a) Ausê ncia de monitoramento e evidenciaçã o dos recursos disponibilizados, previstos para projetos, programas e
sistemas demandados.
115. Consequências:
a) Impacto na transparê ncia relacionada à alocaçã o dos recursos inanceiros para o desenvolvimento e manutençã o das
demandas alinhadas ao Plano Estraté gico;
b) ausê ncia de conscientizaçã o das unidades gestoras de soluçõ es de TI em relaçã o aos custos das suas atividades dentro do
processo da instituiçã o.
116. Recomendações:
a) Em relaçã o à s atividades de sustentaçã o de sistemas:
a.1) realizar a aná lise quanto à viabilidade do desenvolvimento e manutençã o de projetos, programas e sistemas, informando
à s unidades gestoras de soluçõ es de TI os custos previstos relativos à s atividades demandadas;
a.2) providenciar para que conste em artefato/sistema a projeçã o dos custos para manutençã o das soluçõ es priorizadas e
apresentar à s unidades gestoras;
a.3) informar, periodicamente, ao demandante os custos realizados do projeto/programa desenvolvido;
a.4) requerer à unidade gestora a autorizaçã o expressa para o inı́cio/prosseguimento das atividades, inclusive com a anuê ncia
quanto aos custos previstos;
b) quanto à s atividades prestadas pelo Service Desk:
b.1) informar ao demandante os custos das atividades demandadas previamente a sua realizaçã o, se possı́vel;
b.2) informar os custos efetivamente incorridos com a atividade, apó s a sua realizaçã o;
c) avaliar a possibilidade de apresentar e divulgar nos principais meios de comunicaçã o do Tribunal, por meio do Painel
Analı́tico, os custos de TI destinados a cada unidade gestora, evidenciando os recursos disponibilizados, bem como os custos realizados
e previstos, com vistas à transparê ncia dos gastos e ao auxı́lio na tomada de decisã o por parte da á rea demandante, bem como da
unidade de TI e da alta administraçã o do TSE.

A4 – De iciências na gestão do portfólio de projetos e programas.
117. Situação encontrada: Com o propó sito de avaliar a gestã o das demandas existentes e futuras frente à capacidade
operacional de entregas, efetuou-se à STI os questionamentos constantes das RDIMs nº 25, item d (1062051); nº 36, item f (1090392);
e nº 45, itens d e e (1098401).
118. Por meio da RDIM nº 25/2019, solicitou-se informar quais os 10 sistemas que consomem maior volume de recursos
inanceiros, relativamente aos serviços de sustentaçã o e infraestrutura, bem assim o volume e a discriminaçã o dos backlogs pendentes
de execuçã o em relaçã o a esses sistemas.
119. A tı́tulo de esclarecimento, entende-se por backlog a lista de pendê ncias que devem ser consideradas para o
desenvolvimento das funcionalidades futuras dos sistemas ou a melhoria das funcionalidades já existentes.
120. Assim, um backlog extenso pode signi icar, dentre outros aspectos, que a capacidade operacional da equipe de TI está
comprometida para atender à s demandas por manutençã o solicitadas nos sistemas. Com isso, as demandas sã o represadas e podem
nã o ser priorizadas.
121. Em resposta, a STI relacionou os sistemas mais onerosos, a saber: PJe, SGRH, Candidaturas, Gerenciamento Totalizaçã o,
ELO, SPCA, EcoUrnaAplicativos, Preparaçã o Eleiçõ es, EcoUrnaBá sico e Fiscaliza JE.
122. Relativamente ao backlog, a STI juntou documentos contendo a listagem das atividades pendentes.
123. Na RDIM nº 36/2019, solicitou-se informaçõ es que comprovassem a existê ncia do processo de gestã o do portfó lio de
projetos/programas para futuras demandas.
124. Em resposta, a STI informou que nã o possui portfó lio de projetos/programas para futuras demandas. Esclareceu que as
demandas nã o atendidas estã o sinalizadas em diversos canais de comunicaçã o, tais como, SEI, atas de grupos de trabalho e chamados.
Acrescentou, ainda, que a Seçã o de Projetos (Seproj/Cogti/STI) faz a gestã o do portfó lio de iniciativas em andamento (projetos,
programas, aquisiçõ es e planos de açã o), sendo que o portfó lio pode ser visualizado por meio do link
http://epm.tse.jus.br/pwa/SitePages/Carteira%20de%20Projetos%20STI.aspx.
125. Esclarece, entretanto, que encontra-se em fase de elaboraçã o, para atendimento à recomendaçã o decorrente da auditoria
no processo de sustentaçã o de soluçõ es de tecnologia da informaçã o (2016.00.000010324-4), instruçã o normativa contendo luxo
para solicitaçã o, aná lise de viabilidade té cnica, aprovaçã o (ou rejeiçã o), priorizaçã o pela CDTI e gestã o de demandas por novos
sistemas/serviços efetuadas pelos clientes da STI. Acrescenta que a partir da formalizaçã o desse luxo, a STI terá melhores condiçõ es
de realizar uma efetiva gestã o de portfó lio para futuras demandas.
126. Por sua vez, na RDIM nº 45/2019, questionou-se sobre a existê ncia de programas/projetos/sistemas
desenvolvidos/sustentados que nã o foram implantados pelos demandantes, com a evidenciaçã o dos custos, caso positiva a resposta.

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127. Em resposta, a unidade auditada esclareceu, preliminarmente, que a STI desenvolve as soluçõ es demandadas pelas á reas
clientes, poré m é decisã o estraté gica do cliente – e nã o daquela Secretaria – implantar ou nã o as soluçõ es em produçã o. Continua
esclarecendo que algumas soluçõ es ou funcionalidades implementadas icam em ambiente de homologaçã o, enquanto aguarda
autorizaçã o para implantaçã o, o que muitas vezes depende de decisõ es em nı́vel hierá rquico mais elevado. A decisã o a respeito da
implantaçã o pode ser impactada, por exemplo, pela mudança de gestã o do TSE, assim como pode depender de normatizaçã o ou de
alteraçã o pendente em legislaçã o.
128. Dentro desse cená rio, foram identi icadas duas soluçõ es que demandaram esforço das equipes té cnicas, sem, no entanto,
terem sido implantadas ou utilizadas pela á rea demandante, quais sejam, o mó dulo de migraçã o do SADP para o PJe e o SEI Diá rias –
Projeto Colaborativo.
129. Quanto ao mó dulo de migraçã o do SADP para o PJe (2017.00.000000342-3), o objetivo era migrar para o PJe os
processos fı́sicos que estavam tramitando no SADP, bem como de inir soluçã o para a remessa e declinaçã o dos processos em grau de
recurso do fı́sico para o eletrô nico e vice-versa. O mó dulo de migraçã o foi desenvolvido, homologado e entregue; no entanto, os
processos do SADP nã o foram migrados para o PJe. O projeto custou em torno de R$ 230.000,00, envolvendo os Contratos nºs 17 e
20/2015, poré m os resultados esperados nã o foram alcançados.
130. Em relaçã o ao SEI Diá rias – Projeto Colaborativo (2017.00.000003570-8), a unidade informou que o seu objetivo foi o
desenvolvimento colaborativo, entre TSE, TRE-TO e TRE-SE, de mó dulo integrado à plataforma do SEI, que possibilitasse a solicitaçã o,
aná lise, aprovaçã o e o gerenciamento da conta de diá rias. O mó dulo foi desenvolvido pela equipe té cnica e entregue em ambiente de
homologaçã o para a JE. No entanto, nã o foi implantado no TSE devido a divergê ncias de requisitos entre o TSE e alguns TREs. A im de
solucionar o impasse, a STI propô s, de acordo com a Resoluçã o TSE 23.508/2017, que dispõ e sobre a Polı́tica de Desenvolvimento
Colaborativo de Software da Justiça Eleitoral, a criaçã o de um grupo de trabalho negocial, com a participaçã o do TSE e de regionais
interessados, conforme pode ser veri icado no PA nº 2018.00.000016411-2. Passados alguns meses e considerando que nã o foi criado
o grupo proposto, a STI suspendeu o projeto, do que resultou a nã o implantaçã o do mó dulo.
131. Por se tratar de desenvolvimento colaborativo, a utilizaçã o de recursos dos contratos de TI foi consideravelmente
reduzida, uma vez que utiliza-se a força de trabalho da Justiça Eleitoral nesses casos. Ainda assim, a STI despendeu o equivalente a R$
513,85 e R$ 21.747,05 com os Contratos nº 20 e nº 17/2015, respectivamente.
132. També m na RDIM nº 45/2019, questionou-se sobre a existê ncia de programas/projetos/sistemas que foram iniciados
sem a de iniçã o de á rea demandante e cuja continuidade foi suspensa, com a evidenciaçã o dos custos envolvidos.
133. Em resposta, a unidade auditada informou que o projeto "Evoluçã o do Diá rio da JE – 2019" foi aberto e está em execuçã o
sem a de iniçã o de á rea cliente, conforme registrado na documentaçã o e nos riscos do projeto, nas atas da CTTI e no PA
nº 2019.00.000005211-5. A CTTI aprovou o projeto com a ressalva de que estava pendente pela Administraçã o a de iniçã o da á rea
gestora (1044414). Quanto aos custos realizados, o valor foi de R$ 366.506,78.
134. Diante das respostas apresentadas aos questionamentos formulados pela equipe de auditoria, quanto ao volume de
backlogs, chama a atençã o o quantitativo de 1.294 atividades constantes no backlog dos 10 sistemas que mais consomem recursos
relativamente ao Contrato nº 17/2015 (Sustentaçã o). Destes, alguns itens sã o referentes a 3 anos de backlog, inclusive contendo
demandas com prioridades “alta” ou “urgente” relativamente aos sistemas eleitorais CAND e ELO, conforme consta do SEI nº 1080827 e
da tabela abaixo:

Backlogs Pendentes
Ano Sistema
Quantidade Urgente/Alta

2016 22 2
Sistema de Candidaturas - CAND
2017 45 3

2016 51 24
Sistema de Atendimento ao Eleitor - ELO
2017 92 5

2017 Sistema Judicial Eletrônico - PJe - 2.0 51 2


135. Ainda, com o intuito de conhecer a opiniã o acerca dos serviços prestados pela STI, especi icamente o desenvolvimento de
sistemas, foi encaminhado questioná rio aos titulares das unidades negociais associadas aos sistemas em desenvolvimento ou em
manutençã o, com o objetivo de conhecer a opiniã o dos clientes da TI quanto aos serviços prestados.
136. Apó s o levantamento das respostas, percebeu-se que a ausê ncia de priorizaçã o das demandas tem sido mais evidenciada,
segundo a visã o dos demandantes de serviços, conforme tabela abaixo:

Unidade Sistema Visão/Necessidade

Ascom Portal Internet

CGE Sistema ELO


Priorização de demandas (backlogs).
Asepa Sistema SPCA

SGP Sistema SGRH


Dificuldade em obter mão de obra técnica e altamente
ASPJE PJe 2.0 qualificada.
Ajustes de cronograma de entrega; realinhamento da
SOF Sistema Sigepro-Web implantação de fases.
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137. O fato de que os demandantes por serviços de desenvolvimento de sistemas de TI, de forma livre, consideraram a
priorizaçã o de demandas (backlogs) como a sua principal necessidade demonstra que as demandas estã o sendo represadas.
138. Em relaçã o ao portfó lio de projetos/programas, icou evidente que existem falhas no seu gerenciamento, decorrentes da
ausê ncia de avaliaçã o em conjunto com as unidades demandantes e de priorizaçã o dos projetos/programas das demandas futuras,
bem como a ausê ncia de atuaçã o da CDTI no tocante à de iniçã o, rati icaçã o e reavaliaçã o de prioridades, o que requer melhorias na
gestã o das demandas pelos envolvidos.
139. Assim, conclui-se que a gestã o de portfó lio nã o está alinhada ao que preconiza o Cobit 5, Processo APO05 (Gerenciar o
Portfó lio), quanto ao gerenciamento de custos e benefı́cios de priorizaçã o de gastos dentro do contexto do Plano Estraté gico. As falhas
detectadas durante o gerenciamento do portfó lio di icultam a realizaçã o dos ajustes necessá rios nos projetos/programas ou alteraçõ es
nas prioridades da instituiçã o.
140. Critérios: Portaria TSE nº 461/2017, art. 2º, inciso VII; Processos Cobit 5: APO05 (Gerenciar Portfó lios), APO06
(Gerenciar Orçamentos e Custos) e EDM02 (Garantir a Entrega de Benefı́cios).
141. Evidências: Informaçõ es Cogti/STI nº 13 (1080759), nº 20 (1095589) e nº 27/2019 (1105444); Atas da CDTI nº 8
(0943819), nº 4 (0977724) e nº 6 (1034155); Termo de Referê ncia do Edital de Licitaçã o TSE nº 112/2014, Anexo I, Item 6 – Modelo
de Execuçã o do Objeto, subitens 6.1.19, 6.1.20, 6.1.21 e 6.1.22.
142. Causas:
a) Ausê ncia de avaliaçã o da capacidade operacional para o atendimento das demandas;
b) ine iciê ncia na priorizaçã o de demandas;
c) atendimento de novas demandas sem considerar o volume represado de backlog existente;
d) envolvimento pouco efetivo da unidade demandante no processo de desenvolvimento de soluçõ es de TI e na veri icaçã o da
qualidade do produto;
e) ausê ncia de responsabilizaçã o quanto à gestã o e uso indevido de recursos de TI.
143. Consequências:
a) Comprometimento do alcance dos resultados pretendidos no objetivo estraté gico “OE11 – Garantir a e iciência na prestação
dos serviços de tecnologia da informação e comunicação”, contido no Plano Estraté gico 2018-2021;
b) impacto na de iniçã o de prioridades para a conduçã o dos projetos de TI considerados estraté gicos;
c) elevaçã o dos custos dos Contratos TSE nºs 16, 17, 20 e 31/2015, por de iciê ncia no alinhamento estraté gico entre os atores
envolvidos;
d) alocaçã o de recursos inanceiros sem crité rios de priorizaçã o, comprometendo os recursos e di icultando o alcance dos
resultados esperados;
e) impacto na qualidade dos serviços prestados com o aumento de custos dos projetos e serviços;
f) funcionamento precá rio de sistemas devido a ausê ncia de mó dulos ou fases nã o automatizados;
g) realizaçã o manual de rotinas de trabalho das unidades dependentes dos sistemas, onerando os processos de trabalho
respectivos;
h) desperdı́cio de recursos inanceiros no desenvolvimento de sistema inservı́vel;
i) desenvolvimento de projetos cancelados ou nã o homologados, que comprometem o alcance de metas, os limites
orçamentá rios e os indicadores estabelecidos;
j) distribuiçã o de orçamento de projetos admitidos adotando-se como base o histó rico de consumo e apontamentos efetuados
pela iscalizaçã o contratual, sem, portanto, seguir estraté gia e princı́pios de governança claramente de inidos.
144. Recomendações:
144.1 À CDTI:
a) Observar a atribuiçã o de “rati icar ou reavaliar as prioridades, identi icar eventuais desvios e determinar correçõ es
necessá rias com base no acompanhamento perió dico da execuçã o dos planos e da evoluçã o dos indicadores de desempenho de TI”,
constante do art. 2º, inciso VII, da Portaria TSE nº 461/2017.
144.2 À STI:
a) Solicitar à s unidades negociais responsá veis pelas demandas do mó dulo de migraçã o do SADP para o PJe, bem como pelo
SEI Diá rias – Projeto Colaborativo, que justi iquem as razõ es pelas quais as soluçõ es nã o foram implantadas/homologadas,
submetendo-as, em seguida, ao conhecimento da CDTI;
b) provocar a Administraçã o no sentido de indicar a unidade gestora do projeto Evoluçã o do Diá rio da JE – 2019, submetendo
a questã o ao conhecimento da CDTI;
c) monitorar periodicamente os projetos, em conjunto com as unidades negociais, para reavaliaçã o do backlog de atividades;
d) incluir os novos projetos no processo de trabalho de gestã o do portfó lio.

A5 – Distorções relacionadas aos níveis de complexidade/esforço instituídos para atividades do catálogo de serviços do
Contrato TSE nº 17/2015 (Sustentação).
145. Situação encontrada: Para quanti icar as mé tricas de remuneraçã o dos serviços de TI por resultados, seja UST ou HST,
leva-se em consideraçã o, basicamente, a descriçã o detalhada das tarefas a serem realizadas, os nı́veis de complexidade das atividades,
os nı́veis de serviços, o esforço e a correlaçã o entre as atividades e a quantidade de UST/HST.
146. No TSE, essas mé tricas estã o quanti icadas de acordo com as seguintes fó rmulas, obtidas nos Termos de Referê ncia
relativos aos quatro contratos em aná lise:

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147. Consta, no Edital de Licitaçã o TSE nº 112/2015, Catá logo de Serviços, que visa estabelecer e caracterizar os serviços
contemplados no objeto da contrataçã o, bem como a quantidade de Horas de Serviço Té cnico (HST) que serã o remuneradas à
contratada por serviços demandados. Este edital refere-se ao registro de preços de horas de serviços té cnicos para eventual prestaçã o
de serviços de informá tica na á rea de sustentaçã o de sistemas de informaçã o.
148. Destaca-se que a equipe de auditoria avaliou o custo das atividades dos 10 sistemas que consomem maior volume de
recursos inanceiros em relaçã o ao Contrato nº 17/2015 (Sustentaçã o), por meio do Sistema Casti, utilizado para descrever as
atividades constantes dos catá logos de serviços de TI. Do rol de atividades constantes no catá logo, identi icou-se que 63 atividades
(3.2.1 a 3.2.65) destinadas a “Manter có digo-fonte” sã o diferenciadas apenas pelo sistema associado à atividade. A tabela a seguir
exempli ica algumas dessas atividades:


149. Na tabela, evidenciou-se, em diferentes cores, a ausê ncia de padronizaçã o dos nı́veis de complexidade para atividades
similares. Cita-se alguns exemplos:
2019.00.000005216-6 Documento no 1129235 v370
a) Atividades que apresentam somente o nı́vel de complexidade “mé dia”;
b) Atividades que apresentam somente o nı́vel de complexidade “alta”;
c) Atividades que apresentam somente o nı́vel de complexidade “muito alta”;
d) Atividades que apresentam os nı́veis de complexidade “mé dia” e “alta”;
e) Atividades que apresentam os nı́veis de complexidade “alta” e “muito alta”;
f) Atividades que apresentam os nı́veis de complexidade “mé dia”, “alta” e “muito alta”;
g) Atividades que apresentam os nı́veis de complexidade “baixa”, “mé dia” e “alta”;
h) Atividades que apresentam os nı́veis de complexidade “baixa”, “mé dia”, “alta” e “muito alta”.
150. Ainda, destaca-se que os valores atribuı́dos à s complexidades sã o dı́spares, principalmente aqueles relacionados à s
complexidades consideradas “muito alta”.
151. Consta do Canal do Conhecimento da STI, na intranet, as justi icativas a respeito dos crité rios da variá vel “complexidade”.
Destacam-se alguns exemplos:

Código da Atividade Critério utilizado

1.3.6 Gerar versã o de sistemas eleitorais de


Ambiente de execuçã o da versã o
urna com intervençã o humana

3.2.6 Manter có digo fonte do sistema SGRH, folha


Mó dulo de processamento corrigido
e frequê ncia

Classi icaçã o na lista de complexidade acima


Média complexidade
- Correçã o de Relató rios Gerenciais* (Evoluçã o da
Proposta, Evoluçã o da Proposta – UA, Evoluçã o da
Proposta – UA – Itens, Detalhamento,
Visã o Orçamentá ria).
Alta complexidade
- SQL relató rio de visã o orçamentá ria;
3.2.27 Manter có digo fonte do sistema SIGEPRO
- SQL evoluçã o da proposta UA;
- Package PKG_TOOLS;
- Package PKG_RANKING.
Muito alta complexidade
- SQL relató rio evoluçã o da proposta;
- SQL relató rio detalhamento da proposta;
- Package PKG_PROPOSTA;
- Package PKG_REPLICAÇAO.


152. Depreende-se dos dados da tabela acima, principalmente em relaçã o à coluna “Crité rio utilizado”, que os valores
atribuı́dos à complexidade estã o relacionados aos mais diferentes requisitos té cnicos, o que pode caracterizar subjetividade na sua
de iniçã o ou, ainda, embasamento apenas em experiê ncias do corpo de servidores da STI quanto ao respectivo ambiente de trabalho.
153. També m, por meio do Casti, identi icou-se a ausê ncia de descriçã o da complexidade ou mesmo a descriçã o insu iciente das
seguintes atividades: 3.2.65, 3.2.55, 3.2.57, 3.2.46.
154. Assim, particularizar atividades similares, em que algumas ponderaçõ es parecem vinculadas apenas à s caracterı́sticas
intrı́nsecas de cada sistema, tornou subjetivo o processo de de iniçã o dos fatores de ponderaçã o. Ressalte-se que a equipe de auditoria
nã o solicitou informaçõ es extras acerca das justi icativas para a formaçã o de tais valores, em razã o de limitaçã o de tempo.
155. Observa-se, em suma, que nã o há uniformizaçã o dos nı́veis de complexidade “baixa”, “mé dia”, “alta” e “muito alta” para a
atividade “Manter có digo-fonte”.
156. Ainda, com vistas a averiguar o monitoramento de gastos dos contratos de serviços de sustentaçã o e infraestrutura pelos
gestores das unidades de TI que gerenciam esses serviços, foram solicitadas informaçõ es relativas à s ordens de serviço executadas,
iguais ou superiores a 400 HST, no Contrato nº 17/2015 (Sustentaçã o), no perı́o do de janeiro de 2017 a julho de 2019, bem assim
iguais ou superiores a 1.000 UST, no Contrato nº 16/2015 (Infraestrutura), dos 12 ú ltimos meses, indicando o nome do colaborador,
mê s/ano e a quantidade realizada, conforme consta da RDIM nº 57/2019 (1117565).
157. Em resposta, a unidade auditada encaminhou os dados requeridos (1118397 e 1119760), à exceçã o daqueles relativos à
Seçã o de Suporte Operacional (Sesop/Coinf/STI), esclarecendo que nã o foi possı́vel à quela seçã o gerar dados com o total de UST por
pro issional alocado na unidade (1119754). Da aná lise do quantitativo de HST executado no contrato de sustentaçã o, no perı́o do de
02/2017 a 06/2019, icou evidenciado que o quantitativo de demandas realizado pelos 87 pro issionais relacionados é incompatı́vel
com a jornada estabelecida pela CLT, mesmo acrescendo o má ximo de horas extras permitido.
158. Ressalta-se que a equipe de auditoria optou por relacionar, a seguir, do universo informado pela STI em razã o da RDIM nº
57/2019, apenas os casos nos quais se executou mais de 1.000 HST/mê s.

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159. Esclarece-se que para a de iniçã o da quantidade de horas do catá logo de serviços de sustentaçã o, levou-se em
consideraçã o aspectos relacionados à complexidade, ao esforço empreendido e ao per il pro issional para a consecuçã o das atividades,
consoante o disposto no item 3.4.1 do Anexo I do Termo de Referê ncia que balizou a contrataçã o.
160. No entanto, quanto à s situaçõ es retratadas na tabela, observa-se que nã o existe a possibilidade de representarem a
realidade fá tica, ou seja, de que os colaboradores efetivamente realizaram a quantidade de horas demonstradas, evidenciando, assim,
que os crité rios/variá veis que integram essas atividades nã o foram devidamente dimensionados.
161. A tı́tulo de exemplo, descreve-se abaixo a situaçã o constatada em relaçã o ao colaborador de matrı́cula CTIS nº 390782,
enquadrado no per il de Engenheiro de Software, de nı́vel superior, quanto à execuçã o da Ordem de Serviço nº 138/2018, relativa ao
Contrato nº 17/2015:

162. Percebe-se que o colaborador realizou apenas trê s atividades (RAs nºs 0200875, 0200885 e 0200886) durante o mê s de
maio de 2018, as quais totalizaram 1.451,20 HSTs, sendo o valor unitá rio da HST de R$ 125,72, o que consumiu R$ 182.444,86 em
recursos pú blicos.
163. As atividades executadas, como formatadas no catá logo de serviços, equivaleriam a 1.298,88 horas de trabalho, o que
demandaria cerca de 54 dias de trabalho (considerando 24 horas de trabalho ininterrupto por dia) ou cerca de 162 dias (jornada de 8
horas diá rias).
164. Para efeitos estimativos, registra-se que foram adotadas premissas propositadamente favorá veis à contratada,
considerando as rubricas encargos sociais e lucro da empresa em valor equivalente ao do salá rio pago ao pro issional naquele mê s,
quando, na realidade, os encargos normalmente praticados no TSE representam, no má ximo, 77% em relaçã o ao valor dos salá rios,
enquanto o lucro da empresa é praticado em, no má ximo, 10% sobre o valor dos salá rios e dos custos.


165. O cená rio apresentado evidencia o elevado distanciamento entre o valor que a empresa foi efetivamente remunerada e o
seu custo para a prestaçã o dos serviços, porquanto observa-se um sobrepreço de R$ 142.452,40, o que representa superfaturamento
de 356%.
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166. Ademais, em relaçã o ao total de horas realizadas pelo colaborador, corrobora-se o descompasso entre o esforço estimado
e a complexidade de inida para a atividade e o tempo efetivamente necessá rio para a sua execuçã o.
167. Depreende-se, assim, da aná lise realizada nas atividades do catá logo de serviços, que as diversas variá veis que compõ em
o custo da HST podem estar superestimadas, o que causou, no exemplo trazido aos autos, um aumento desproporcional no preço inal
dos serviços, tendo em vista o superfaturamento do valor da atividade.
168. Ainda, por meio da RDIM nº 45/2019, item c (1098401), questionou-se à unidade auditada acerca dos crité rios adotados
para a revisã o dos catá logos de serviços dos contratos em aná lise. Em resposta, por meio da Informaçã o Cogti/STI nº 24/2019
(1101127), esclareceu-se que ocorreram revisõ es de atividades por deliberaçã o da Comissã o Gestora do Catá logo de Serviços de
Sustentaçã o, instituı́da pela Portaria TSE nº 270/2017. Informou-se, ainda, que o Processo de Revisã o do Catá logo de Serviços
encontra-se ilustrado no Anexo 1101152 e que algumas alteraçõ es podem ser visualizadas no Anexo “Evidê ncias Ajustes Catá logo”
(1101147), sendo que as propostas e suas respectivas deliberaçõ es estã o disponı́veis no sistema Casti.
169. De forma complementar, por meio da RDIM nº 58/2019, item b (1136007), solicitou-se à STI informar as atividades que
foram objeto de revisã o por parte daquela Comissã o Gestora. Por meio da Informaçã o Cogti/STI nº 37/2019 (1136071), a unidade
esclareceu que o levantamento de todas as atividades de inspeçã o traria informaçã o mais abrangente do que as atividades revisadas.
Assim, juntou Relató rio de Inspeçõ es (1137136), contendo as inspeçõ es realizadas no perı́o do de 2017 a julho de 2019, onde
icaram evidenciadas as atividades dos catá logos de serviços dos Contratos nºs 16, 17 e 20/2015 que foram objeto de inspeçã o,
incluindo a atividade "1.2.11", que ocorreu em 5.2.2018.
170. Consta, no sistema Casti, que a referida atividade, no perı́o do de 17/2/2017 a 31/7/2018, poderia ser categorizada
em dois tipos de complexidade:


171. Atualmente, a referida atividade vige desde 1º/8/2018, sem data para encerramento, do que se infere que continua
vá lida até o presente momento, apresentando a seguinte complexidade:


172. No entanto, mesmo tendo ocorrido revisã o no catá logo para a atividade "1.2.11", o que ocasionou a reduçã o de
43% sobre o valor anteriormente praticado, ainda assim nã o se evitou o sobrepreço das atividades praticadas na Ordem de Serviço nº
138/2018. Isso porque, considerando o cená rio exposto no item 164, a partir da revisã o da complexidade da atividade o custo
incorrido em razã o da OS nº 138/2018 seria de R$ 103.993,57, equivalente a 827,18 USTs, com sobrepreço, ainda, de 160,03%.
173. Critérios: Catá logo de Serviços constante do Anexo I-II do Termo de Referê ncia do Edital de Licitaçã o TSE nº 112/2015;
Constituiçã o Federal, art. 7º, inciso XIII; Processo Cobit 5: APO06 (Gerenciar Orçamentos e Custos); Acó rdã o TCU nº 2.037/2019 –
Plená rio.
174. Evidências: Informaçõ es contidas nos sistemas Casti e GDS; Informaçõ es Cogti/STI nº 24/2019 (1101127), nº 34/2019
(1117415), nº 36/2019 (1119754) e nº 37/2019 (1136071); Ordem de Serviço nº 138/2018; Relató rios de Atividades nºs 0200875,
0200885 e 0200886.
175. Causas:
a) Particularizaçã o das atividades de serviços de sustentaçã o por sistema;
b) subjetividade e ausê ncia de transparê ncia na de iniçã o do fator de ponderaçã o da complexidade para as atividades do
catá logo;
c) falta de padronizaçã o dos nı́veis de complexidade de atividades similares;
d) esforço superestimado das atividades do catá logo de serviços;
e) ausê ncia de revisã o perió dica do catá logo de serviços para adequaçã o de atividades incompatı́veis com o esforço
estabelecido;
f) nã o utilizaçã o de crité rios comparativos com atividades semelhantes praticadas no mercado;
g) catá logo de serviços elaborado utilizando-se apenas os parâ metros do contrato anterior, prestado por meio de posto de
trabalho;
h) ausê ncia de ferramentas para a iscalizaçã o detectar o esforço superestimado;
i) ausê ncia de atuaçã o da empresa contratada para os serviços de apoio ao controle no tocante à veri icaçã o de distorçã o nos
catá logos de serviços entre o esforço estimado e o realizado e a consequente proposiçã o de medidas corretivas.
176. Consequências:
a) Metodologia de de iniçã o das atividades onerando o gerenciamento do catá logo de serviços;
b) catá logo contendo excesso de atividades decorrente de particularizaçã o;
c) aumento desproporcional dos custos do contrato;
d) quantidade de demandas realizadas por colaboradores incompatı́veis com o esforço estabelecido para as atividades.
177. Recomendações:
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177.1 À STI:
a) Realizar imediata revisã o nos catá logos de serviços dos contratos em exame, com vistas a reconsiderar as estimativas de
esforço, os nı́veis de complexidade e os per is pro issionais exigidos para cada atividade, com a participaçã o direta dos iscais té cnicos –
demandantes dos serviços –, tendo em vista os indı́cios de sobrepreço;
b) avaliar a possibilidade de uniformizar os valores dos nı́veis de complexidade e os fatores de ponderaçã o para atividades
consideradas similares;
c) reavaliar atividades dos catá logos de serviços, buscando aglutinar (generalizar) as atividades consideradas similares;
d) dar transparê ncia, no sistema Casti, a respeito da composiçã o dos fatores de ponderaçã o atribuı́dos à complexidade;
e) gerenciar as demandas frente aos custos das atividades;
f) veri icar a possibilidade de incluir limitador de horas mensal para racionalizar o esforço de inido nas atividades dos
catá logos, por colaborador;
g) veri icar a ocorrê ncia de eventual inadimplemento contratual por parte da empresa contratada para a prestaçã o dos
serviços de apoio ao controle quanto à ausê ncia de veri icaçã o de distorçã o nos catá logos de serviços entre o esforço estimado e o
efetivamente realizado e a consequente provocaçã o do TSE para as medidas corretivas pertinentes;
h) considerar, por ocasiã o do planejamento das futuras contrataçõ es, o impacto decorrente da situaçã o encontrada e das
respectivas recomendaçõ es na metodologia utilizada para preci icaçã o dos custos dos ajustes vindouros; e
i) informar as atividades que foram objeto de inspeçã o, conforme Anexo 1137136, as quais resultaram em reduçã o de
UST/HST, bem como as providê ncias adotadas.
177.2 À STI, em conjunto com a SAD:
a) Avaliar alternativas que possam ser implementadas de imediato relativamente aos faturamentos vindouros dos contratos
sob exame, tendo em vista os indı́cios de sobrepreço veri icados. Nesse sentido, com vistas à negociaçã o, junto à contratada, dos
pagamentos a serem realizados até o encerramento das respectivas vigê ncias contratuais, indica-se, como medida possı́vel de ser
adotada, a metodologia de composiçã o de custos sugerida pelo Tribunal de Contas da Uniã o, retratada nos itens 391 e seguintes do
relató rio do Acó rdã o nº 1.627/2019 – Plená rio, a partir dos dados gerenciais disponı́veis nos sistemas de controle da STI;
b) apurar e, em se con irmando, avaliar alternativas para a recuperaçã o de valores pagos a maior relativamente aos
pagamentos já realizados desde o inı́cio da execuçã o dos referidos contratos. A metodologia descrita nos itens 156 e seguintes do
presente relató rio pode ser utilizada como ponto de partida para o levantamento das informaçõ es necessá rias à quanti icaçã o de
valores e à busca pela restituiçã o, podendo ser aprimorada pela STI a partir de dados reais da execuçã o – e de outras variá veis
porventura nã o alcançadas neste trabalho. Apó s, de posse desses dados, caberia à SAD a elaboraçã o de planilhas de custos e formaçã o
de preços baseadas nos salá rios dos pro issionais que realizaram atividades no â mbito dos quatro ajustes. Nesse sentido, embora os
meios para apuraçã o nã o se esgotem nos procedimentos a seguir sugeridos, para uma avaliaçã o inicial de eventual distanciamento
entre o valor pelo qual as empresas contratadas foram remuneradas e o seu custo efetivo com a prestaçã o dos serviços, sugere-se
levantar, minimamente, as seguintes informaçõ es:
b.1) relaçã o de pro issionais que, mê s a mê s, executaram atividades as quais, somadas, alcançam quantidade igual ou superior
a 400 HST ou a 1.000 UST, desde o inı́cio da execuçã o contratual;
b.2) folhas de pagamento, contracheques e/ou arquivos gerados pelo Sistema Empresa de Recolhimento do FGTS e
Informaçõ es à Previdê ncia Social (Se ip) em que seja possı́vel identi icar os pro issionais e os salá rios recebidos nos meses em que
realizaram atividades enquadradas nos parâ metros acima;
b.3) elaboraçã o de planilhas de custos e formaçã o de preços a partir dos dados obtidos;
b.4) comparativo entre os valores remunerados à s contratadas e os alcançados apó s o preenchimento das sobreditas
planilhas.

A6 – Existência de atividades meramente administrativas no catálogo de serviços do Contrato TSE nº 31/2015 (Apoio
ao controle) para as quais não é necessário per il de TI.
178. Situação encontrada: Mediante a RDIM nº 36 (1090392), alı́nea g, questionou-se a STI sobre a existê ncia de estudos e
levantamentos que demonstrassem a existê ncia de atividades meramente administrativas no catá logo de serviços dos contratos em
aná lise e que, portanto, nã o exigiriam per il de TI, informando o quantitativo de colaboradores que realizam essas atividades; ainda,
informar, em caso de atividades rotineiras, o quantitativo de postos de trabalho que supririam as demandas, bem como apresentar os
registros de atividades realizadas no perı́o do de junho de 2018 a junho de 2019.
179. Em resposta, a unidade auditada esclareceu que os Contratos nºs 16, 17 e 20/2015 possuem atividades exclusivamente de
TI. Poré m, em relaçã o ao Contrato nº 31/2015, de apoio à gestã o daqueles contratos, relacionou 23 atividades para as quais nã o seria
necessá rio per il especializado de TI. Sã o elas:

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180. No tocante ao quantitativo de pessoas que realizam essas atividades, informou que apenas para a atividade 3.2.5 seria
possı́vel a irmar que foi alocado um ú nico pro issional, desde o inı́cio da contrataçã o, sendo que, para as demais, estima-se que atuem
entre 3 e 4 colaboradores, de nı́vel mé dio.
181. Critério: Catá logo de serviços do Contrato nº 31/2015.
182. Evidências: Anexo 1093473; OS nº 014/2019 e RA nºs 0237402, 0237400, 237399, 0237403, 0237405, 237404,
0237401 e 0237398 (Apoio ao controle); Sistema de Gestã o de Demandas (GDS); Catá logo de Serviços de Apoio ao Controle (Sistema
Casti).
183. Causa: a) Planejamento ine iciente do catá logo de serviços.
184. Consequência: a) Serviços de natureza administrativa remunerados em UST, o que implica, em regra, maior dispê ndio
inanceiro e custos administrativos de iscalizaçã o.
185. Recomendação:
a) Excluir do catá logo de serviços do Contrato nº 31/2015 as atividades de natureza meramente administrativa, alocando os
pro issionais em contrato de apoio administrativo ou similar vigente no Tribunal.

A7 – Atividades do Contrato TSE nº 16/2015 (Infraestrutura) que podem ser executadas por meio de solução
alternativa à métrica UST.
186. Situação encontrada: Mediante a RDIM nº 34/2019 (1077806), requereu-se da unidade auditada informaçõ es das 10
atividades mais demandadas do Catá logo de Serviços do Contrato nº 16/2015 (Infraestrutura), no perı́o do de março de 2015 até
junho de 2019, com o intuito de veri icar quais os custos envolvidos e quais as atividades associadas a estes custos.
187. Por meio da Informaçã o Cogti/STI nº 12/2019 (1080018), foram obtidos os dados constantes da tabela abaixo:


188. Da aná lise das atividades descritas na tabela, percebe-se que a maioria sã o consideradas rotineiras (de acordo com o
có digo da Atividade – R-XXX) e mais solicitadas pela Seçã o de Execuçã o da Produçã o (SEPD) e Seçã o de Monitoramento de Produçã o
(Semop), ambas vinculadas à Coordenadoria de Infraestrutura (Coinf/STI).
189. Considerando as di iculdades encontradas pela Administraçã o Pú blica Federal no tocante ao planejamento e a execuçã o
dos contratos remunerados pelas mé tricas UST/HST ou similares, o Tribunal de Contas propô s, por meio do Acó rdã o nº 2.037/2019 –
Plená rio, item 9.1.3.3, que as equipes de planejamento analisem soluçõ es alternativas à utilizaçã o dessas mé tricas, documentando as
justi icativas da escolha.
190. Como exemplo, cita os serviços de suporte de infraestrutura, em relaçã o aos quais normalmente a entidade possui uma
base histó rica da quantidade de chamados, de incidentes, de ativos de infraestrutura e de pro issionais que atuaram nos contratos
passados. Entende que da combinaçã o desses dados com a de iniçã o de nı́veis de serviços adequados à complexidade e à
especi icidade do objeto seria plenamente possı́vel a de iniçã o de um valor estimado da contrataçã o, sem a necessidade de medir e
pagar cada serviço executado em UST. Assim, esta opçã o tornaria o processo de iscalizaçã o do contrato menos complexo, pois nã o
haveria a necessidade de analisar se cada chamado foi classi icado corretamente, mas apenas se os nı́veis de serviços estabelecidos
foram cumpridos.
191. Entende, ainda, que a alternativa descrita acima teria o condã o de evitar um cená rio de con lito de interesses por parte da
empresa contratada, já que, quanto maior o nú mero de chamados ela é instada a solucionar, maior seria o seu faturamento, reeditando,
assim, o paradoxo do lucro-incompetê ncia sob um modelo supostamente vinculado a resultados.
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192. Assim, caso a situaçã o identi icada acima amolde-se à hipó tese relatada no julgado do TCU, a contrataçã o dos serviços
respectivos poderia dar-se em formato alternativo ao atualmente utilizado.
193. Como modelo alternativo à utilizaçã o de mé trica baseada em UST/HST ou similar, a jurisprudê ncia da Corte de Contas vem
admitindo a possibilidade de adoçã o de formato de contrataçã o no qual há combinaçã o entre serviços medidos e pagos integralmente
por resultados com serviços pagos por disponibilidade, poré m sujeitos à aplicaçã o de fatores de ajuste derivados da aferiçã o de
indicadores de qualidade ou nı́veis de serviços.
194. Tal formato foi reconhecido como regular em contrataçõ es de serviços de TI, inclusive com a ixaçã o de quantitativo
mı́nimo de prestadores de serviço (na parte da contrataçã o que é remunerada por disponibilidade de pro issionais), bem como dos
pisos salariais para os respectivos postos de trabalho, visando resguardar a qualidade e a e iciê ncia esperadas na prestaçã o dos
serviços, desde que as justi icativas para tal modelo estejam bem fundamentadas no bojo do respectivo processo licitató rio,
demonstrando-se a quanti icaçã o da mã o de obra necessá ria por meio de memó ria de cá lculo que considere, entre outros fatores, o
histó rico de serviços demandados e a realidade da organizaçã o, e os valores estabelecidos para os pisos salariais decorram de
pesquisas e estudos pré vios. Nesse sentido, destacam-se os Acó rdã os 1.125/2009 e 47/2013, ambos do Plená rio, e o Acó rdã o
3.746/2018 – Segunda Câ mara.
195. Ademais, persiste a necessidade de aferiçã o da qualidade dos serviços prestados. Para tanto, é imprescindı́vel que,
també m por ocasiã o do planejamento de futura contrataçã o, sejam de inidos nı́veis de serviços adequados à complexidade e à
especi icidade do objeto, de forma que exista a possibilidade de mediçã o dos resultados pactuados e respectivos ajustes nos
pagamentos devidos à contratada ainda que a remuneraçã o esteja vinculada ao quantitativo de postos de serviço.
196. Critérios: Processo Cobit 5: APO06 (Gerenciar Orçamentos e Custos); Catá logo de Serviços do Contrato TSE nº 16/2015
(Infraestrutura); Acó rdã os Plená rios TCU nº 2.037/2019, item 9.1.3.3; nº 1.125/2009 e nº 47/2013; Acó rdã o nº 3.476/2018 – Segunda
Câ mara.
197. Evidências: Informaçã o Cogti/STI nº 12/2019 (1080018); Anexo 10 Maiores Atividades Demandadas CT 16/2015
(1080078).
198. Causas:
a) Nã o avaliaçã o das atividades que possam estar relacionadas ao modelo de contrataçã o por produtividade;
b) inobservâ ncia ao princı́pio da economicidade.
199. Consequências:
a) Modelo de contrataçã o de serviços inadequado para tarefas rotineiras;
b) ô nus inanceiro do contrato;
c) maior impacto nas atividades de iscalizaçã o da execuçã o contratual, devido à forma de contrataçã o, por catá logo de
serviços, e a retribuiçã o por UST.
200. Recomendação:
a) Avaliar a possibilidade de contratar os serviços de infraestrutura de TI, relativos à s atividades executadas pela SEPD e
Semop, ambas da Coinf/STI, bem assim de outras unidades que gerenciem serviços similares, por meio de soluçã o alternativa à mé trica
UST.

A8 – Ausência de transparência em relação aos pro issionais executantes das atividades do Contrato nº 16/2015
(Infraestrutura), bem como não utilização de solução informatizada de gestão de demandas.
201. Situação encontrada: Tendo em vista a RDIM nº 57/2019 (1117565), por meio da qual solicitou-se, dentre outras
informaçõ es, indicar os colaboradores que executaram atividades em quantidade igual ou superior a 1.000 UST dos ú ltimos 12 meses,
em relaçã o ao contrato de infraestrutura, discriminadas por executor das atividades, a unidade auditada manifestou-se por meio da
Informaçã o Cogti/STI nº 36/2019 (1119754) e Anexos 1118397 e 1119760.
202. Veri icou-se, dos dados apresentados, que as Seçõ es de Monitoramento de Produçã o (Semop), de Suporte a Aplicaçõ es
(Sesap) e de Execuçã o da Produçã o (SEPD), vinculadas à Coinf/STI, registram a execuçã o das demandas de modo coletivo,
considerando um ú nico executor, conforme tabela abaixo:


203. Da mesma forma, a Seçã o de Banco de Dados (SEBD), també m vinculada à Coinf/STI, registra as demandas de modo
coletivo, mas realiza o lançamento da atividade referente a um ú nico colaborador, conforme a planilha a seguir:

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204. Entende-se que a metodologia adotada pelas seçõ es referidas nã o é adequada, pois nã o permite identi icar a quantidade
de UST executada por colaborador, bem como veri icar se o total de horas realizadas guarda conformidade com a legislaçã o trabalhista.
205. Nesse contexto, constatou-se, por meio do Sistema de Gestã o de Demandas (GDS), que as unidades citadas nã o utilizam
essa ferramenta, cuja funcionalidade de inserçã o de atividades só permite a inclusã o dos dados dos executores individualmente.
Veri icou-se, ainda, que nã o há registros das unidades relacionadas abaixo no referido sistema.


206. Diante do exposto, concluiu-se que o GDS nã o é utilizado por todas as unidades que gerenciam os serviços objeto dos
Contratos nº 16, 17, 20 e 31/2015, seja porque adota outro sistema distinto ou mesmo porque nã o adota nenhum sistema.
207. Critérios: Atividades executadas de forma individual contidas no Sistema de Gestã o de Demandas (GDS).
208. Evidências: Informaçã o Cogti/STI nº 36/2019 (1119754); Anexos 1118397 e 1119760.
209. Causas:
a) Adoçã o de metodologia que evidencia a execuçã o dos serviços contratados de TI de forma coletiva, em sistema pró prio ou
em planilha eletrô nica;
b) nã o utilizaçã o do sistema GDS ou de outra soluçã o automatizada para gerenciamento das demandas dos serviços
contratados de TI;
c) ausê ncia de gestã o das demandas.
210. Consequências:
a) Di iculdades para a identi icaçã o da quantidade de UST/HST executada, por colaborador;
b) impossibilidade de avaliar se a quantidade de horas realizadas previstas para a execuçã o das atividades estã o em
conformidade com a de inida no catá logo de serviços e permitida pela legislaçã o trabalhista;
c) inexistê ncia de transparê ncia na execuçã o das atividades.
211. Recomendações:
a) Avaliar a possibilidade de adoçã o do GDS pelas unidades da TI que gerenciam serviços dos Contratos TSE nº 16, 17, 20 e
31/2015, de modo a uniformizar a gestã o de demandas;
b) adotar a metodologia de acompanhamento da execuçã o das demandas de forma individualizada, pelas unidades que adotam
sistema informatizado pró prio, enquanto nã o for possı́vel a utilizaçã o do GDS.

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A9 – Ausência de abertura de Ordem de Serviço Garantia para a correção dos erros/defeitos identi icados relativos
ao Contrato TSE nº 17/2015 (Sustentação).
212. Situação encontrada: Com o propó sito de veri icar o cumprimento do disposto no item 10 do Termo de Referê ncia
relativo ao Contrato nº 17/2015, que trata sobre a garantia dos serviços prestados, solicitou-se à STI, por meio da RDIM nº 53/2019
(1106649), dados acerca do total de recursos aplicados no SPCE relativos aos serviços do contrato de sustentaçã o, bem assim o custo
total das atividades de testes demandadas pelos sistemas SGRH, PJe, Sigepro-Web, ELO, SPCE e SPCA e a quantidade de erros
registrados por sistema, no perı́o do de março de 2015 a junho de 2019.
213. Em resposta, a unidade auditada informou, por meio das Informaçõ es Cogti/STI nº 30/2019 (1109564), nº 31/2019
(1115879) e nº 32/2019 (1117092), o que segue:


214. No tocante aos custos relativos aos testes realizados nos sistemas indicados acima, informou-se os seguintes dados:


215. Conforme consta do TR referente à contrataçã o dos serviços de sustentaçã o, a garantia dos serviços será de seis meses
contados da data do recebimento de initivo do serviço, sendo que as demandas de serviços em garantia serã o realizadas por meio de
ordem de serviço, na qual deverã o constar os prazos de inı́cio e de té rmino do atendimento.
216. Diante da situaçã o apresentada relativa à quantidade de erros e ao valor gasto nas atividades de testes, solicitou-se à STI,
por meio da RDIM nº 54/2019 (1107757), evidê ncias dos controles instituı́dos na execuçã o do Contrato nº 17/2015, com vistas a
garantir que eventuais erros encontrados no sistema pelo cliente demandante sejam cobertos pela Ordem de Serviço Garantia, sem a
possibilidade de faturamento em duplicidade para uma mesma ocorrê ncia.
217. Em atendimento, a unidade auditada prestou as informaçõ es a seguir, por meio da Informaçã o Cogti/STI nº 30/2019
(1109564):
O controle para nã o pagamento em duplicidade de serviços em garantia é de responsabilidade dos iscais té cnicos de cada unidade da STI, de
forma que algumas unidades abrem OS de garantia mensalmente e já combinam com a contratada que esta registre nessas OS todas as atividades
feitas em cará ter de garantia. As OS de garantia possuem custo ZERO. Outras unidades optam por gerenciar os serviços em garantia por meio dos
erros identi icados pelas á reas clientes na fase de homologaçã o dos sistemas, de modo que o aceite inal do serviço só é dado à contratada apó s
a validaçã o do cliente, o que garante o pagamento do serviço uma ú nica vez.
218. Complementa que, se fosse de interesse da equipe de auditoria, a STI poderia consultar os iscais té cnicos acerca da forma
adotada para o controle dos serviços de garantia em sua respectiva unidade, uma vez que esse levantamento nã o fora feito devido ao
tempo insu iciente para a consolidaçã o das informaçõ es dentro do prazo dado pela SCI.
219. Assim, posteriormente, por meio da RDIM nº 58/2019 (1136007), solicitou-se à unidade informaçõ es sobre o resultado
do levantamento realizado junto aos iscais té cnicos, dos controles instituı́dos na execuçã o do Contrato nº 17/2015 para garantir que
eventuais erros encontrados no sistema pelo cliente demandante sejam cobertos pela Ordem de Serviço Garantia, sem a possibilidade
de faturamento em duplicidade para uma mesma ocorrê ncia.
220. Em atençã o ao solicitado, foram apresentadas, entre outras, as seguintes respostas, de acordo com a Informaçã o
Cogti COGTI/STI nº 37/2019 (1136071):
Unidade: Sedesc 5/CSCOR/STI

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Para as atividades de sustentaçã o do sistema PJe executadas no Contrato-TSE nº 17/2015 não temos controles instituídos para garantir que
eventuais erros encontrados no sistema pelo cliente demandante, sejam cobertos pela Ordem de Serviço Garantia. No inı́cio da execuçã o do
contrato em 2015 tentamos criar um controle de prazo inal da garantia das atividades 1.2.11 (Desenvolver novas funcionalidades no PJe) e
3.2.53 (Manter có digo-fonte do sistema PJe). O prazo era contado a partir da data de aceitaçã o do iscal té cnico da RA destas atividades. (negrito
do original)
O PJe nã o é um sistema do TSE, mas um instrumento de execuçã o da polı́tica pú blica de informatizaçã o do processo judicial conduzida pelo CNJ.
Diversos Tribunais assinaram acordo de cooperaçã o té cnica com CNJ para participar da codi icaçã o do sistema alé m do CNJ, por exemplo, TSE ,
TJDFT, TRF1, TRF3, TJPE, TJBA, TJBA, TJMT, TJMG, TRF5. Ou seja, diversas equipes alteram o có digo do PJe, o que aumenta bastante o esforço
de identi icar se um erro encontrado no sistema nã o foi resultado de alteraçã o realizada por outro tribunal. O sistema possui 415 mil linhas de
có digo, forte acoplamento e diversos requisitos complexos.
No entanto, iremos nos esforçar para implantar controles para uso da Ordem de Serviço do tipo Garantia.
Unidade: Sedesc I/CSCOR/STI
Temos duas OS executadas em garantia:
1. 0059/2018
a. RA-104139 – SJURV3 – 12 HST’s
b. RA-104140 – SJURV3 – 1 HST
2. 0306/2016
a. RA’s referentes a atividade 1.2.1 – Implementar e testar arquitetura cliente/servidor e a ins
i. RA-045453 – SADP – 6 HST’s
ii. RA-048490 – SADP – 6 HST’s
b. RA referente 1.6.9 – Realizar alteraçã o ou consulta personalizada de dados em produçã o
i. RA-061507 – SADP – 3 HST’s
c. RA’s referentes a atividade 3.1.1 – Manutençã o Corretiva
i. RA-053688 – INTEIRO TEOR – 2 HST’s
ii. RA-055619 – E-PETICAO – 2 HST’s
Unidade: Sevin/Csele/STI
Na Sevin é utilizada a ferramenta de controle de versã o a im de identi icar as situaçõ es de correçã o e respectiva veri icaçã o que serã o
remuneradas. A partir do controle de versã o é veri icado quando e quem introduziu o defeito identi icado, de forma que os pagamentos da
correçã o e da respectiva veri icaçã o sejam realizados apenas quando o defeito foi introduzido há mais de 6 meses ou foi resultado do trabalho
de um servidor.
Unidade: Sedesc 3/CSCOR/STI:
Realizamos primariamente o controle pelo GIT, que permite veri icar a quanto tempo o artefato foi alterado anteriormente, de qual entrega ele
participou (a partir do merge com a stable). Cada iscal pode també m ter seu controle pessoal em planilha ou outros documentos, como os
gerados pela contagem da Datainfo.

Unidade: Sedesc 4/CSCOR/STI:


Chegamos a abrir algumas OS de garantia poré m nunca houve lançamento de atividades nessas OS e todas foram posteriormente canceladas.
Durante a execuçã o do contrato 17/2015, as atividades realizadas pela contratada quando rejeitadas ou solicitada a correçã o pelos iscais
té cnicos, tiveram a devida correçã o sem custo, poré m nã o foram registradas em OS de garantia.

Unidade: Seai/Cogti/STI:
Controlamos a data de entrega/implantaçã o em produçã o na ferramenta Redmine pelos status das tarefas executadas nas sprints. Nos casos em
que é evidenciada a garantia conforme crité rios contratuais, sã o lançados RAs em OSs de garantia, que sã o abertas mensalmente junto com as
OSs rotineiras.

Unidade: Setot/Csele/STI:
Controles de que dispomos sã o limitados, mas existem. Sã o limitados, porque dependem de aná lise humana distribuı́da e individual de cada RA,
passı́vel de erros diversos. O primeiro controle refere-se à origem da demanda. Se decorre de um bug (principalmente os registrados no
bugzilla), avaliamos a correçã o para saber se isso foi um erro de especi icaçã o ou de implementaçã o. Eventualmente pode ter havido uma
alteraçã o de requisito (e isso ocorre com frequê ncia). O segundo controle decorre da avaliaçã o do registro de versã o. Avalia-se se o có digo foi
feito por um servidor ou colaborador, no prazo de 6 meses. A SETOT, para o contrato 17 (sustentaçã o), sempre abre OS de garantia. Outros dois
controles sã o a solicitaçã o de contagem pré via e inclusã o de RA’s para inspeçã o. Tais avaliaçõ es de apoio ao controle nos sã o ú teis, quando
temos dú vidas.Poré m o processo ainda pode ser aperfeiçoado. Por exemplos, somos 6 servidores avaliando centenas de RA’s fragmentados. E
muito difı́cil, por exemplo, identi icar RA’s duplicados na origem, ou RA’s com evidê ncias replicadas.
221. Em face das respostas apresentadas, percebe-se que o mecanismo para a garantia dos serviços nã o tem sido
ordinariamente acionado pelo TSE. Registre-se que, até a elaboraçã o deste relató rio, nã o houve resposta por parte das unidades:
Secad/Csele, Secon/Csele, Seint/Csele, Sedesc 2/CSCOR e Sedesc 6/CSCOR.
222. Critério: Contrato TSE nº 17/2015, Termo de Referê ncia, item 10 – Garantia de serviços.
223. Evidências: Informaçõ es Cogti/STI nº 30/2019 (1109564), nº 31/2019 (1115879), nº 32/2019 (1117092) e nº 37/2019
(1136071).
224. Causa: Inobservâ ncia dos mecanismos de inidos em Contrato e Termo de Referê ncia para acionar a garantia dos serviços
prestados.
225. Consequências:
a) Ausê ncia de abertura de Ordem de Serviço Garantia para corrigir erros/defeitos nos serviços prestados;
b) abertura de nova ordem de serviço para correçã o dos erros/defeitos identi icados que estariam acobertados pela garantia;
c) pagamento em duplicidade pelo mesmo serviço.
226. Recomendações:
a) Informar o nú mero das ordens de serviços referentes à garantia dos serviços prestados para a correçã o dos erros/defeitos
demonstrados na tabela acima;

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b) informar os controles instituı́dos pelas Seçõ es de Cadastro de Eleitor (Secad), de Automaçã o de Prestaçã o de Contas (Secon)
e de Integraçã o de Sistemas Eleitorais (Seint), vinculadas à Csele/STI, bem assim pelas Seçõ es de Desenvolvimento de Soluçõ es
Corporativas II (Sedesc 2) e de Desenvolvimento de Soluçõ es Corporativas VI (Sedesc 6), vinculadas à CSCOR/STI, para certi icar que os
erros/defeitos nã o sejam reparados com a abertura de nova ordem de serviço, bem como para evitar o pagamento em duplicidade
pelos mesmos serviços.

A10 – Ausência de documentação do cálculo dos indicadores de níveis de serviço nos Contratos TSE nº 16/2015
(Infraestrutura) e nº 20/2015 (Apoio ao planejamento).
227. Situação encontrada: O estabelecimento de nı́veis mı́nimos de serviço em contratos administrativos possibilita efetivar o
pagamento à contratada com base nos resultados alcançados em decorrê ncia dos serviços prestados, constituindo-se, portanto, em
mecanismo que visa alcançar e iciê ncia, e icá cia e qualidade na prestaçã o do serviço.
228. Neste sentido, o Contrato n° 16/2015 estabeleceu, em sua Clá usula Quarta, item 24, que a contratada deverá atender aos
nı́veis mı́nimos de serviço de inidos no item 7 do Termo de Referê ncia, o qual criou 6 indicadores, com metas e redutores de
pagamento, para os casos de nã o atendimento. Referidos indicadores, cuja periodicidade de mediçã o é mensal, avaliam os seguintes
aspectos:
a) disponibilidade dos serviços crı́ticos;
b) supervisã o e intervençã o proativa;
c) incidentes que paralisem serviços crı́ticos;
d) nú mero de falhas na noti icaçã o de incidê ncias, erros funcionais, quedas de serviços e instabilidade dos recursos;
e) atraso no prazo de entrega de serviços;
f) nú mero de atrasos para o restabelecimento de serviços.
229. De forma semelhante, o item 6.8 do Termo de Referê ncia relacionado ao Contrato n° 20/2015 de iniu 3 indicadores de
nı́veis mı́nimos de serviço, com correspondente redutor de faturamento para os casos de a contratada nã o observar o nı́vel mı́nimo
aceitá vel. Para este contrato, os indicadores foram assim estabelecidos:
a) indicador de planos de trabalho entregues com atraso - periodicidade trimestral;
b) indicador de ordens de serviço concluı́das com atraso - periodicidade bimestral;
c) indicador de nã o conformidade - periodicidade mensal.
230. Com o objetivo de veri icar se a qualidade dos serviços prestados pelas empresas contratadas vem sendo avaliada pela
iscalizaçã o a partir da mediçã o dos indicadores estabelecidos em contrato, solicitou-se a lista de procedimentos de liquidaçã o e
pagamento relativos ao exercı́cio de 2019, por meio da RDIM nº 31/2019 (1069179).
231. Em resposta, a unidade auditada relacionou os procedimentos administrativos pertinentes, nos quais foram realizados
procedimentos de veri icaçã o, na integralidade, das ordens de serviço contidas nos processos de pagamento informados.
232. Tais ordens de serviço seguem modelo previsto nos respectivos Termos de Referê ncia e contê m campo para
preenchimento de informaçõ es relativas a “recebimento, avaliaçã o e fechamento”, sendo possı́vel notar que o atesto quanto à
conformidade dos serviços entregues limita-se à marcaçã o do campo destinado especi icamente para esse im. Quanto ao campo
relativo aos indicadores, a informaçã o aposta segue o padrã o de “conforme” e “nã o se aplica”.
233. Assim, nã o foram encontrados registros dos cá lculos dos indicadores dos Contratos nºs 16 e 20/2015, nem de eventual
aplicaçã o de redutores decorrentes do nã o cumprimento de nı́veis mı́nimos de serviço.
234. Registra-se que os procedimentos referentes a este achado foram aplicados apenas para os Contratos nºs 16 e 20/2015,
tendo em vista que a execuçã o dos Contratos nºs 17 e 31/2015 foram analisadas por meio das Informaçõ es Samec nº 11/2017
(0512983) e nº 12/2017 (0513281), respectivamente.
235. Critérios: Lei nº 8.666/93, art. 66; Acó rdã o TCU nº 2.341/2016 – Plená rio, item 9.1.19, alı́neas c e e; Guia Prá tico de
Fiscalizaçã o de Contratos do TSE, Capı́tulo I, item 4.2; Instruçã o Normativa ME n° 1/2019, arts. 19 e 33.
236. Evidências: a) Processos de liquidaçã o e pagamento indicados na Informaçã o Cogti/STI n° 11/2019 (1075522).
237. Causas:
a) Inobservâ ncia das clá usulas previstas em contrato;
b) inexistê ncia de cultura no TSE de cá lculo de indicadores para avaliaçã o qualitativa dos serviços prestados.
238. Consequências:
a) Serviços sendo executados sem a qualidade exigida em contrato;
b) aumento nos custos do contrato por descumprimento contratual por parte da contratante;
c) ausê ncia de consequê ncias caso a contratada entregue serviços aqué m da qualidade esperada.
239. Recomendações:
a) Proceder com o registro dos cá lculos dos indicadores dos Contratos nºs 16 e 20/2015;
b) observar a aplicaçã o dos redutores decorrentes dos nı́veis mı́nimos de serviço.

A11 – Ausência de mecanismos de inidos em Contrato e Termo de Referência para acionar a garantia dos serviços
prestados.
240. Situação encontrada: A garantia té cnica é uma obrigaçã o do prestador de serviço por meio da qual o contratante pode
exigir a manutençã o de padrã o de qualidade adequado, segurança, durabilidade e desempenho do objeto contratado, de acordo com
as peculiaridades do serviço prestado ou do bem entregue.
241. Para tanto, estabelecer os termos para execuçã o dessa garantia té cnica é uma medida que traz segurança ao contrato,
orientando à s partes quanto a suas obrigaçõ es e responsabilidades.
2019.00.000005216-6 Documento no 1129235 v370
242. Nesse sentido, observa-se que o Contrato n° 16/2015 de iniu que a contratada obriga-se a corrigir todos os serviços que
nã o forem considerados satisfató rios (Clá usula Quarta, item 18). Ademais, o Termo de Referê ncia estabeleceu que a Ordem de Serviço
só será encerrada quando todos os objetivos propostos forem plenamente atingidos (item 6.5).
243. No entanto, diferentemente do Contrato nº 20/2015, no qual a garantia dos serviços possui disciplina especı́ ica no item
10 do Termo de Referê ncia, no Contrato nº 16/2015 e respectivo Termo de Referê ncia nã o foram explicitados os mecanismos para
acionar a garantia de serviços entregues em desacordo ou para a correçã o dos serviços.
244. Destaca-se, todavia, que embora tenham sido de inidos mecanismos claros para acionar os serviços de garantia para a
execuçã o do Contrato nº 20/2015, nã o foi encontrada nenhuma ordem de serviço especı́ ica para garantia na aná lise dos
procedimentos de liquidaçã o de despesas indicados pela iscalizaçã o.
245. Registra-se que os procedimentos referentes a este achado foram aplicados apenas para os Contratos nºs 16 e 20/2015,
tendo em vista que a execuçã o dos Contratos nºs 17 e 31/2015 foram analisadas por meio das Informaçõ es Samec nº 11/2017
(0512983) e nº 12/2017 (0513281), respectivamente.
246. Critério: a) Lei n° 8.666/93, art. 69.
247. Evidências: Contratos nº 16/2015 e 20/2015 e respectivos termos de referê ncia.
248. Causa: a) De iciê ncias na etapa de planejamento da contrataçã o.
249. Consequência: Di iculdades em exigir e acompanhar a correçã o, por meio da garantia, de serviços prestados em
desacordo com o contratado.
250. Recomendação:
a) Constar, nos futuros termos de referê ncia e contratos, os controles relacionados ao acionamento de garantia, se for o caso.

A12 – Inefetividade no acompanhamento dos aspectos trabalhistas.
251. Situação encontrada: O fato de nã o se ter exigido a alocaçã o exclusiva da mã o de obra empregada na execuçã o dos
serviços nã o afasta a possibilidade de responsabilizaçã o subsidiá ria da Administraçã o diante da constataçã o de que, na prá tica, a
exclusividade se con igura.
252. Com o intuito de mitigar o risco da aventada responsabilidade subsidiá ria, os contratos ora auditados preveem a
possibilidade de a iscalizaçã o exigir a comprovaçã o do recolhimento do FGTS dos empregados e das contribuiçõ es sociais e
previdenciá rias, alé m do pagamento de salá rios, vale-transporte e vale-alimentaçã o, sob pena de caracterizaçã o de falta grave.
253. Ademais, condicionam a liberaçã o da garantia contratual à comprovaçã o do pagamento de todas as verbas rescisó rias
trabalhistas decorrentes da respectiva contrataçã o.
254. Assim, com o objetivo de veri icar possı́veis indı́cios de exclusividade de mã o de obra nos contratos avaliados, aplicaram-
se os seguintes procedimentos:
a) Contrato n° 20/2015: gerou-se planilha a partir das informaçõ es do sistema GDS indicando o nome dos pro issionais e o
quantitativo de HST realizado no perı́o do de janeiro a abril de 2019. Ressalta-se que a amostra considerou 12 funcioná rios de um total
de 40 que realizaram atividades no perı́o do avaliado;
b) Contrato n° 16/2015: solicitou-se a lista dos pro issionais envolvidos nas OS de janeiro a abril de 2019 referentes à s trê s
atividades mais demandadas (1098243). Para aplicaçã o dos procedimentos, foram utilizadas as informaçõ es de entrada e saı́da do
Tribunal, ofertadas pela SST (1112796) em resposta à RDIM nº 48/2019 (1100999), as quais consideram o perı́o do de julho de 2018 a
junho de 2019. Ressalta-se a ressalva apresentada pela unidade de que os registros nos bancos de dados estã o limitados a 65 dias, nã o
sendo possı́vel, portanto, ofertar informaçõ es sobre todo o perı́o do requisitado.
255. Em razã o dessa limitaçã o, a veri icaçã o quanto à habitualidade dos prestadores de serviço considerou o perı́o do de
7/6/2019 a 6/8/2019, nã o sendo possı́vel estendê -la para os parâ metros de teste até entã o adotados, qual seja, as ordens de serviço
referentes à s trê s atividades mais demandadas no perı́o do de janeiro a abril de 2019 (1069179 e 1095298).
256. Quanto à s informaçõ es apresentadas pela SST, salienta-se que a eventual ausê ncia de registro de entrada e saı́da de
funcioná rios por determinado perı́o do, por si só , nã o descarta a possibilidade de con iguraçã o de exclusividade de mã o de obra, tendo
em vista que o nã o registro pode ser explicado por outros fatores, como fé rias, licenças e nã o utilizaçã o de crachá .
257. Do conjunto de dados levantados, tem-se como resultado o que segue:
a) Contrato n° 20/2015: há indı́cios de exclusividade de mã o de obra. Pela aná lise da entrada e saı́da no perı́o do de 65 dias,
considerando uma amostra com 12 funcioná rios de um total de 40 que realizaram atividades no perı́o do avaliado, observou-se o
seguinte cená rio: frequê ncia acima de 90% do perı́o do - 3 pro issionais da amostra; e frequê ncia entre 60 e 90% do perı́o do - 9
pro issionais da amostra.
258. Alé m do registro de entrada e saı́da de funcioná rios, pode-se destacar, como evidê ncia de dedicaçã o exclusiva de mã o de
obra neste Contrato, dados obtidos no sistema GDS os quais demonstram que alguns funcioná rios executaram quantidade de HST
incompatı́vel, teoricamente, com a atuaçã o desta mesma pessoa em outros contratos irmados pela contratada. A tı́tulo de exemplo,
citam-se 2 colaboradores que mais executaram HST em abril e que, no perı́o do de janeiro a abril, per izeram um total de 1.435 e
1.371,65 HSTs. Assim, a mé dia diá ria de horas de serviço té cnico por eles realizada é de 18,64 e 17,81, o que inviabilizaria a prestaçã o
de serviços em outros contratos.
259. Registra-se, que a situaçã o exposta se assemelha ao narrado no Achado 5 (Distorçõ es relacionadas aos nı́veis de
complexidade/esforço instituı́dos para atividades do catá logo de serviços do Contrato TSE nº 17/2015 (Sustentaçã o), tendo em vista
que os 2 colaboradores citados apresentaram uma mé dia diá ria de HST superior ao possı́vel de ser realizado em uma jornada de 8
horas de trabalho.
b) Contrato n° 16/2015: na lista dos pro issionais envolvidos nas OS de janeiro a abril de 2019 referentes à s trê s atividades
mais demandadas (1098243), observou-se que 33 pro issionais participaram de 16 OS. Destaca-se que, dentre as informaçõ es
encaminhadas pela SST, nã o foram encontrados relató rios individualizados de 7 pro issionais. Assim, a amostra contou com 26
funcioná rios da citada lista.

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260. A partir da aná lise das entradas e saı́das, constatou-se que: nenhum pro issional da amostra teve registro em todos os
dias ú teis no perı́o do de aná lise; apenas 2 pro issionais da amostra tiveram registro de entrada e saı́da superior a 90% do perı́o do; e
11 pro issionais da amostra tiveram frequê ncia entre 60% e 90% do perı́o do avaliado.
261. Comparativamente com o Contrato nº 20/2015, o Contrato nº 16/2015 apresenta menor tendê ncia à habitualidade. Nã o
obstante, ao menos em 50% dos pro issionais que executaram as ordens de serviço avaliadas neste procedimento há indı́cios de
dedicaçã o exclusiva de mã o de obra.
262. Conforme já pontuado, a ausê ncia de registro pode ser justi icada por outros fatores, que in luenciam nos resultados dos
testes aplicados.
263. Apó s veri icados os indı́cios de exclusividade de mã o de obra, avaliou-se se houve iscalizaçã o dos aspectos trabalhistas e
previdenciá rios.
264. Para o Contrato nº 20/2015, observou-se que a contratada entrega documentaçã o relacionada aos aspectos trabalhistas
(como exemplo, cita-se o documento 1050765). Todavia, fazem-se as seguintes ressalvas:
a) Há morosidade na entrega e aná lise da documentaçã o. Nã o foram encontrados os documentos respectivos ao faturamento
de abril e os referentes a março foram juntados ao procedimento apenas em 23/5. Registra-se, ainda, que a lista de veri icaçã o
referente ao mê s de março data de 26/6.
b) Sã o elaboradas listas de veri icaçã o para aná lise dos documentos entregues pela contratada (1091912). Neste documento,
sã o apontadas algumas falhas. A tı́tulo de exemplo, cita-se a entrega parcial da relaçã o dos trabalhadores constantes da SEFIP apontada
no documento 1091912. Entretanto, nã o se observou atuaçã o da iscalizaçã o com o objetivo de sanar as pendê ncias encontradas.
265. Com relaçã o ao Contrato nº 16/2015, nã o foram encontrados nos processos analisados requisiçã o de documentos
comprobató rios de cumprimento de pagamentos de verbas trabalhistas e recolhimentos de FGTS por parte da iscalizaçã o.
266. Sobre o assunto, anota-se que, na Informaçã o n° 148/2015, da entã o Seaec/Coges/SCI, esta Secretaria já havia
recomendado a iscalizaçã o dos aspectos trabalhistas nos casos de mã o de obra exclusiva, tendo o gestor informado que este tipo de
veri icaçã o ocorre desde o inı́cio da execuçã o do contrato (2015.00.000004626-1).
267. Registra-se que os procedimentos referentes a este achado foram aplicados apenas para os Contratos nºs 16 e 20/2015,
tendo em vista que a execuçã o dos Contratos nºs 17 e 31/2015 foram analisadas por meio das Informaçõ es Samec nº 11/2017
(0512983) e nº 12/2017 (0513281), respectivamente.
268. Critérios:
a) Instruçã o Normativa TSE n° 3/2018, art. 1°, § 1º;
b) Contrato TSE nº 16/2015, Clá usula Quarta, item 27.
c) Contrato TSE nº 20/2015, Clá usula Quarta, itens 23 e 24.
269. Evidências: Processos de liquidaçã o e pagamento; Planilhas de controle SST; Sistema GDS.
270. Causas:
a) Ausê ncia de controles para veri icar eventual exclusividade de mã o de obra;
b) ausê ncia de providê ncias, por parte da iscalizaçã o, em razã o de inconformidades veri icadas na documentaçã o trabalhista.
271. Consequência: a) Responsabilizaçã o subsidiá ria trabalhista do TSE.
272. Recomendações:
a) Instituir mecanismos para veri icaçã o de eventual exclusividade de mã o de obra;
b) exigir documentaçã o que comprove o cumprimento das obrigaçõ es trabalhistas e previdenciá rias, caso se observe a
exclusividade;
c) adotar as medidas cabı́veis para sanear pendê ncias identi icadas nas listas de veri icaçã o utilizadas como controle.

A13 – Indício de sobrepreço na preci icação da unidade de medida HST no Contrato TSE nº 17/2015 (Sustentação).
273. Situação encontrada: Conforme relatado no tó pico inerente à evoluçã o do histó rico da jurisprudê ncia acerca dos
modelos de contrataçã o no â mbito do Tribunal de Contas da Uniã o, foi recentemente publicado o Acó rdã o TCU nº 2.037/2019 –
Plená rio, consolidador de Fiscalizaçã o de Orientaçã o Centralizada (FOC) que teve por objetivo avaliar a conformidade das contrataçõ es
de TI no â mbito da Administraçã o Pú blica Federal.
274. Para avaliaçã o de eventual sobrepreço e superfaturamento nos contratos auditados, a equipe de iscalizaçã o do TCU
sustentou a possibilidade de os gestores avaliarem a adequaçã o da preci icaçã o de uma UST a partir da elaboraçã o de planilha de
custos e formaçã o de preços (PCFP), ainda que nã o se trate de prestaçã o de serviço com dedicaçã o exclusiva de mã o de obra, sendo tal
té cnica necessá ria tanto no planejamento da contrataçã o quanto na aná lise de eventual vantajosidade de renovaçã o contratual (itens
131 e 132 do relató rio do Acó rdã o).
275. Ressaltou-se, ainda, que a té cnica comparativa vem sendo empregada pela equipe da Secretaria de Fiscalizaçã o de
Tecnologia da Informaçã o para calcular o valor estimado de sobrepreço de um contrato, dada a impossibilidade de se comparar
diretamente os valores de UST de contratos da administraçã o pú blica (item 134 do relató rio do Acó rdã o), tendo em vista que as
caracterı́sticas do ambiente de TI de cada organizaçã o in luenciam diretamente na de iniçã o dos valores de UST, nã o cabendo a
comparaçã o simples entre os valores praticados por diferente organizaçõ es sem que haja um aprofundamento quanto ao tipo de
serviço, tipo de pro issional envolvido e o respectivo nı́vel de criticidade especi icados em cada contrataçã o (itens 119 e seguintes do
relató rio do Acó rdã o).
276. Assim, considerando a alta materialidade das contrataçõ es em aná lise, que adotam o modelo de pagamento por UST/HST,
a equipe de auditoria entendeu como oportuno veri icar se a utilizaçã o dessas mé tricas, com o consequente formato de preci icaçã o
dos valores, como realizado, poderia resultar na antieconomicidade desses contratos, adotando metodologia similar à empreendida
pelo TCU.

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277. Tendo em vista a limitaçã o de tempo, optou-se por avaliar apenas os custos do Contrato nº 17/2015, de sustentaçã o de
sistemas, em razã o do que foi requisitado à empresa CTIS Tecnologia SA, por meio dos Ofı́cios SCI nº 2.692/2019 (1099497) e nº
2.855/2019 (1107749), o envio da relaçã o de todos os pro issionais alocados na execuçã o dos serviços daquele contrato, com a
identi icaçã o do per il de cada um, bem como as respectivas folhas de pagamento e os encargos incidentes, se ali nã o constantes,
relativamente ao perı́o do de janeiro de 2017 a dezembro de 2018 e, portanto, ano nã o eleitoral e ano eleitoral.
278. De posse dessas informaçõ es, aplicaram-se os dados na planilha de custos e formaçã o de preços adotada como padrã o no
TSE. Em seguida, levantou-se, junto à STI, o total de horas realizadas por prestador e multiplicou-se pelo valor da hora estabelecido
contratualmente para se obter o montante total gasto por colaborador.
279. Como resultado, elaborou-se a tabela abaixo, na qual consta, mê s a mê s, os valores efetivamente gastos com o modelo
atual (HST) e os valores decorrentes da aplicaçã o da planilha de custos e formaçã o de preços, constando-se que os recursos
dispendidos na modalidade atualmente contratada, como regra, sã o superiores aos custos da empresa com a execuçã o dos serviços
(salá rios e encargos sociais), alé m do seu lucro.
HST X PCFP
(MENSAL E ANUAL)


280. Assim, da simulaçã o realizada, constatou-se a diferença de R$ 7.539.305,00 que teriam sido pagos a maior no modelo
atualmente praticado, no perı́o do de 24 meses. Salienta-se que referida simulaçã o considerou o quantitativo total de pro issionais
empregados na execuçã o dos serviços no perı́o do, o que, contudo, nã o assegura que tal quantitativo esteja alinhado ao esforço
efetivamente necessá rio para a realizaçã o das atividades, sendo possı́vel, portanto, que a diferença acentue-se caso seja con irmada a
superestimativa nessa variá vel da composiçã o do custo do contrato.
281. Nesse sentido, a situaçã o acima exposta pode denotar a antieconomicidade da contrataçã o atual em razã o de sobrepreço
no valor contratado para HST.
282. Critério: Acó rdã o TCU nº 2.037/2019 – Plená rio.
283. Evidências: PA nº 2019.00.000008111-5 e nº 2019.00.000008457-2 e documentos entregues em meio digital.
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284. Causa: a) Pesquisa de preço limitada à comparaçã o de valor da HST com a praticada em outras organizaçõ es, sem
aprofundamento da composiçã o dos custos unitá rios.
285. Consequência: a) Dano ao erá rio.
286. Recomendações:
286.1. À STI, em conjunto com a SAD:
a) Com vistas a minimizar o impacto decorrente de eventual sobrepreço nas contrataçõ es em vigor, até que sejam concluı́das as
instruçõ es dos procedimentos licitató rios, em fase de planejamento, para substituiçã o dos Contratos nºs 16, 17, 20 e 31/2015, realizar
levantamento dos dados reais de cada contrato, mensalmente, projetando-os em planilha de custos e formaçã o de preços, de modo a
negociar com as empresas contratadas os valores a serem pagos por ocasiã o dos faturamentos vindouros. Para tanto, devem ser
solicitadas, a cada emissã o de ordem de serviço, informaçõ es das empresas contratadas, tais como, nome dos pro issionais a serem
alocados, os salá rios respectivos e a carga horá ria individual a ser empregada para a execuçã o das atividades.
286.2. À SAD:
a) Orientar a unidade responsá vel pela pesquisa de preços sobre a impossibilidade de comparaçã o simples e direta entre
valores contratados por UST/HST na Administraçã o Pú blica.
b) elaborar planilha de custos e formaçã o de preços, tanto por ocasiã o do planejamento quanto em eventual processo de
prorrogaçã o contratual, com vistas a veri icar a economicidade de contrataçã o medida em UST/HST.

IX – Outras Considerações
OC1 – Possível ônus incidente sobre a força de trabalho de TI decorrente das atividades de iscalização contratual.
287. Situação encontrada: Com o propó sito de veri icar o impacto na força de trabalho dos servidores lotados na Secretaria
de Tecnologia da Informaçã o que desenvolvem atividades de iscalizaçã o no modelo de contrataçã o por catá logo de serviços, solicitou-
se informaçõ es, por meio da RDIM nº 36/2019, alı́nea g (1090392), a respeito de estudos e levantamentos que demonstrassem essa
realidade.
288. Em resposta, a unidade auditada informou o que segue (1093473, alı́nea g):
O impacto da iscalizaçã o dos contratos na força de trabalho dos servidores foi aferido em duas oportunidades, por meio de formulá rios de
pesquisa enviados a todos os iscais té cnicos. A primeira pesquisa realizada pela Seçã o de Suporte Té cnico a Contratos (Sescon), com amostra
signi icativa de servidores que atuavam como iscais té cnicos em dezembro de 2016, demonstrou um tempo mé dio mensal de 41h por servidor
em atividades de iscalizaçã o de contratos. No primeiro trimestre de 2017, o catá logo foi analisado e revisto com foco na diminuiçã o da
granularidade de atividades e na reduçã o do tempo de iscalizaçã o. Em novembro de 2017, em nova pesquisa, chegou-se ao tempo mé dio por
servidor de 33h. Apesar da reduçã o, é um tempo ainda considerado alto, correspondendo praticamente a uma semana de trabalho do servidor.
Cabe ressaltar que o modelo de execuçã o baseado em catá logo, embora bastante oneroso, produziu amadurecimento nos processos de trabalho e
gerou uma sé rie histó rica capaz de balizar a preci icaçã o da nova contrataçã o. Com esses dados, está sendo realizada uma revisã o do catá logo
buscando agrupar atividades granulares em atividades maiores e mais signi icativas, com o objetivo de obter um catá logo mais enxuto e com
foco na geraçã o de valor ao negó cio.
289. O apontado pela unidade pode ser atribuı́do ao modelo contratual, que exige a gestã o de catá logo de serviços com
excesso de detalhamento de atividades, o que gera quantidade signi icativa de artefatos a serem conferidos e de servidores envolvidos
para realizar a iscalizaçã o té cnica e administrativa e a gestã o contratual para que cada serviço seja medido e pago. Em razã o disso,
algumas possı́veis consequê ncias podem identi icadas:
a) di iculdades para avaliar a qualidade dos produtos entregues;
b) priorizaçã o da iscalizaçã o em detrimento da execuçã o das atribuiçõ es do cargo do servidor, bem como da unidade de
lotaçã o;
c) contrataçã o de serviços de apoio ao controle para auxiliar na iscalizaçã o dos contratos de sustentaçã o, infraestrutura e
apoio ao planejamento.
290. Diante do cená rio exposto pela unidade e das possı́veis consequê ncias aventadas, é recomendá vel reavaliar o processo de
controle da iscalizaçã o dos contratos de prestaçã o de serviços de tecnologia da informaçã o, visando a sua desburocratizaçã o, sem
perda da qualidade e efetividade dos serviços, bem como buscar a automatizaçã o dos artefatos gerados e do processo de controle da
iscalizaçã o, visando à reduçã o de tempo, sempre que possı́vel.

X – Conclusão
291. Em face do resultado dos exames de auditoria realizados e da avaliaçã o dos controles internos instituı́dos na execuçã o
dos Contratos nºs 16, 17, 20 e 31/2015, conclui-se que a gestã o dos atos inerentes aos referidos contratos carece de ajustes para
mitigar riscos decorrentes de de iciê ncias na governança de TI, bem como de planejamento inadequado das contrataçõ es e de
distorçõ es na execuçã o contratual, com o aprimoramento dos controles existentes ou o estabelecimento de outros para sanear os
achados de auditoria apontados relativamente aos seguintes pontos:
a) Melhoria nas prá ticas de governança, gestã o e uso da Tecnologia da Informaçã o pelo TSE;
b) cumprimento dos objetivos estraté gicos;
c) transparê ncia sobre os custos de programas, projetos e sistemas;
d) gestã o adequada do portfó lio de projetos e programas;
e) aperfeiçoamento dos nı́veis de complexidade/esforço das atividades do catá logo de serviços dos Contratos;
f) adequaçã o dos pro issionais aos contratos relacionados;
g) alternativas paci icadas à utilizaçã o da mé trica UST;
h) melhorias nos sistemas utilizados para auxı́lio à s atividades de iscalizaçã o contratual;
i) melhorias na elaboraçã o e mediçã o dos indicadores de nı́veis de serviço;
j) melhorias nos mecanismos relacionados à garantia dos serviços prestados;
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l) acompanhamento dos aspectos trabalhistas;
m) quanti icaçã o adequada para a unidade de medida UST/HST.
292. A iscalizaçã o dos contratos auditados envolve nú mero signi icativo de servidores, os quais se dividem nas atribuiçõ es
inerentes à iscalizaçã o té cnica, à administrativa e à gestã o contratual. Embora a gestã o de catá logo de serviços seja considerada
onerosa pela STI, o amadurecimento nos processos de trabalho e a geraçã o de base histó rica capaz de balizar a preci icaçã o de futura
contrataçã o foram a irmados pela unidade.
293. Alé m do corpo té cnico envolvido, irmou-se contrato destinado especi icamente a apoiar o controle, Contrato TSE
nº 31/2015, considerando a complexidade envolvida na iscalizaçã o dos modelos de contrataçã o, imputada à necessidade de aferiçã o
rotineira de nı́veis mı́nimos de serviço, de gestã o de catá logo de serviços, entre outros controles exigidos. Dentre as atividades
previstas no escopo do referido contrato está a de apoiar a aferiçã o de conformidade de produtos e/ou serviços entregues.
294. Dos resultados dos testes de auditoria, observou-se que a estrutura de iscalizaçã o dos contratos avaliados nã o atendeu
satisfatoriamente aos propó sitos para os quais fora desenhada, tendo em vista as distorçõ es na execuçã o contratual registradas nos
achados de auditoria.
295. Constatou-se, ainda, que o catá logo de serviços apresenta atividades muito detalhadas e, considerando que algumas
atividades sã o similares, variando nos crité rios de complexidade, fatores de ponderaçã o ou mesmo esforço, que sã o diferentes entre as
unidades, dã o margem a tratamentos diferenciados para a atividade de sustentaçã o dos sistemas.
296. Ademais, observou-se que os catá logos de serviços, quando construı́dos, nã o foram acompanhados de memó rias de
cá lculo que justi icassem suas variá veis, o que pode ter contribuı́do para de iniçõ es de esforço nã o condizentes com a realidade.
297. A equipe de auditoria identi icou, ainda, indı́cios de que os valores aplicados nos contratos avaliados nã o vê m sendo
empregados de forma racional, sendo as possı́veis causas associadas ao dimensionamento inadequado do esforço necessá rio para a
realizaçã o das atividades descritas em catá logo, à majoraçã o da complexidade das atividades, ao per il pro issional exigido para a
execuçã o e aos fatores de ponderaçã o contidos nas fó rmulas que compõ em o custo da UST/HST.
298. Observou-se a ausê ncia de documentaçã o do cá lculo de indicadores de nı́veis mı́nimos de serviço, o que pode acarretar o
pagamento por serviços nã o prestados ou prestados insatisfatoriamente.
299. Alé m disso, constatou-se a ausê ncia de padronizaçã o, nos processos de trabalho da iscalizaçã o e gestã o contratual, de
controle dos serviços em garantia, fato que pode gerar o pagamento em duplicidade por serviços que deveriam ser corrigidos sem
ô nus para o TSE.
300. Ainda, a adoçã o de parâ metros insu icientes para veri icaçã o da economicidade dos valores estimados, na fase de
planejamento da contrataçã o, e contratados, durante a execuçã o contratual, pode ocasionar superestimativa e sobrepreço nos valores
contratados.
301. Por im, no que tange à governança, à gestã o e ao uso de TI, observou-se que nã o ocorre uma adequada priorizaçã o das
demandas, fato que compromete, dentre outros aspectos, os recursos inanceiros alocados nesta á rea. As insu iciê ncias foram
demonstradas també m por meio das seguintes situaçõ es:
a) um nú mero considerá vel de atividades antigas constantes em backlog para as quais nã o se observou o devido
andamento, inclusive para atividades classi icadas como “alta” ou “urgente”;
b) sistemas desenvolvidos que, durante o seu ciclo de vida, foram descontinuados sem justi icativa expressa e outros, que
estavam em desenvolvimento e cujas unidades gestoras responsá veis nã o foram identi icadas, sendo que, para ambos os casos, a
continuidade do desenvolvimento pode gerar um prejuı́zo inanceiro; e
c) de iciê ncia na participaçã o do usuá rio de TI no processo de validaçã o dos serviços prestados pela TI, tendo em vista a
ausê ncia de demonstraçã o dos custos presentes nas atividades solicitadas.
302. Relativamente ao emprego de recursos em contrataçõ es de serviços de TI vinculada a resultados, o TCU observou,
consoante o já citado Acó rdã o nº 2.037/2019 – Plená rio, de 28.8.2019, a elevaçã o do risco de antieconomicidade nessas contrataçõ es,
independente da fó rmula utilizada (UST/HST), seja pela di iculdade na preci icaçã o do valor adequado da UST/HST, seja por nã o
estimar corretamente o seu quantitativo (esforço, complexidade, fator de ponderaçã o ou qualquer outra variá vel) de cada serviço
previsto ou, até mesmo, por nã o iscalizar adequadamente a execuçã o contratual.
303. Em face dessa realidade, a Corte de Contas, ao entendimento de que a mudança de paradigma para pagamento vinculado
a resultados com a utilizaçã o dessas mé tricas nã o signi ica o abandono ao princı́pio da economicidade, tem estudado medidas
objetivando mitigar os riscos de sobrepreço e superfaturamento dessas contrataçõ es. Com vistas a conferir maior assertividade à s
organizaçõ es quanto ao preço mais adequado da UST/HST, o TCU sugere seja elaborada planilha de custos e formaçã o de preços, ainda
que nã o se trate de prestaçã o de serviço com dedicaçã o de mã o de obra exclusiva, para veri icaçã o da razoabilidade dos valores
remunerados à prestadora de serviços em face de seus custos efetivos, acrescidos de encargos e margem de lucro. Consolida esse
entendimento nos itens a seguir:
9.1.3.8. a divulgaçã o da memó ria de cá lculo que justi ique o quantitativo de esforço, o quantitativo de unidades de serviço estimado e o fator de
ponderaçã o utilizado para cada serviço previsto contribui para a ampliaçã o da competiçã o do respectivo certame licitató rio;
9.1.3.9. a exigê ncia do fornecimento à Administraçã o da planilha de custo e formaçã o de preço pelo vencedor da licitaçã o, juntamente com a
proposta de preços, é medida que contribui para minimizar o risco de sobrepreço; e
9.1.3.10. o valor estimado e contratado deve ser compatı́vel com a planilha de custo e formaçã o de preço, que deverá ser elaborada na fase de
planejamento da contrataçã o, com o ito de calcular o valor estimado da contrataçã o e estabelecido no Termo de Referê ncia.
304. A sugestã o é de que se utilize a planilha de custos e formaçã o de preços tanto na fase de planejamento da contrataçã o
quanto na aná lise da vantajosidade da renovaçã o contratual, nesta ú ltima ocasiã o utilizando dados reais do contrato.
305. Assim, utilizar-se-ia das informaçõ es contidas no catá logo de serviço previsto (esforço em horas, complexidade, fator de
ponderaçã o, per is dos pro issionais, quantidade de vezes que cada serviço será demandado) para calcular quantos pro issionais e
quais os respectivos per is que seriam necessá rios para a execuçã o do contrato e, com base em pesquisa salariais, seria calculado o
desembolso total mensal e anual da contrataçã o e, por im, de posse desse valor, o preço unitá rio estimado da UST/HST.
306. Destaca-se, para esse im, a metodologia de composiçã o dos custos utilizada pelo Tribunal de Contas da Uniã o retratada
nos itens 391 e seguintes do relató rio do Acó rdã o nº 1.627/2019 - Plená rio.

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307. Nesse sentido, considerando o cená rio avaliado, as oportunidades de melhoria identi icadas e a necessidade de
implementaçã o de medidas corretivas ainda na vigê ncia dos contratos auditados, faz-se necessá rio que o planejamento das futuras
contrataçõ es – já em curso – seja revisitado de forma a aprofundar as informaçõ es disponı́veis para que os estudos preliminares em
andamento sejam dotados de dados objetivos e comparativos entre as soluçõ es de mercado disponı́veis, possibilitando, assim, à
Administraçã o tomada de decisã o consciente quanto à opçã o a ser sugerida pela unidade té cnica, seja ela a permanê ncia na utilizaçã o
de mé tricas UST/HST, seja a mudança por soluçã o alternativa, tendo em mente que, em todo o caso, nã o se pode prescindir da avaliaçã o
dos resultados decorrentes da contrataçã o dos serviços, utilizando-se de indicadores para veri icaçã o do atendimento de nı́veis
mı́nimos de serviço estabelecidos.
308. Salienta-se, por im, que, diante da criticidade e materialidade envolvidas na prestaçã o dos serviços auditados, a SCI irá
acompanhar o re lexo das medidas implementadas em decorrê ncia deste relató rio na instruçã o do planejamento das futuras
contrataçõ es, bem como avaliará , em sede de monitoramento desta auditoria, a efetividade das providê ncias adotadas para a correçã o
das distorçõ es relacionadas aos catá logos de serviços e, consequentemente, dos pagamentos já realizados e daqueles ainda a realizar
até o encerramento da vigê ncia dos contratos auditados.

XI – Proposta de Encaminhamento
309. Diante do exposto, submete-se este relató rio à consideraçã o das Senhoras Coordenadora de Auditoria e Secretá ria de
Controle Interno e Auditoria, com proposta de encaminhamento ao Senhor Diretor-Geral para conhecimento dos achados relacionados
acima e, caso de acordo, envio à Comissã o Diretiva de Tecnologia da Informaçã o, bem como à s Secretarias de Tecnologia da Informaçã o
e de Administraçã o para manifestaçã o, até o dia 19 de dezembro de 2019, quanto à s recomendaçõ es a seguir:
309.1. À CDTI:
a) Avaliar a possibilidade de alterar a Portaria TSE nº 461/2017, com o objetivo de de inir o integrante da Comissã o
responsá vel pela coordenaçã o das atividades, bem como estabelecer as competê ncias do coordenador, entre elas a de convocar e
coordenar as reuniõ es de trabalho (item 106.1, a);
b) observar a atribuiçã o de “rati icar ou reavaliar as prioridades, identi icar eventuais desvios e determinar correçõ es
necessá rias com base no acompanhamento perió dico da execuçã o dos planos e da evoluçã o dos indicadores de desempenho de TI”,
constante do art. 2º, inciso VII, da Portaria TSE nº 461/2017 (item 144.1, a).
309.2. À STI:
a) Avaliar a possibilidade de propor à CDTI a alteraçã o da Resoluçã o TSE nº 23.509/2017, com vistas a acrescentar as formas
de provimento de soluçõ es de TI na instituiçã o e suas diretrizes, bem como as competê ncias das unidades gestoras de soluçõ es de TI e
das unidades provedoras de serviços de TI, alinhadas ao modelo estraté gico institucional (item 96, a);
b) avaliar a possibilidade de propor à CDTI a regulamentaçã o das responsabilidades das unidades gestoras de soluçõ es de TI,
bem como das unidades provedoras de serviços de TI, de inindo, dentre outros aspectos, os papé is associados à alocaçã o/utilizaçã o e à
otimizaçã o dos recursos inanceiros (item 96, b);
c) em relaçã o à s atividades de sustentaçã o de sistemas:
c.1) realizar a aná lise quanto à viabilidade do desenvolvimento e manutençã o de projetos, programas e sistemas, informando
à s unidades gestoras de soluçõ es de TI os custos previstos relativos à s atividades demandadas (item 116, a.1);
c.2) providenciar para que conste em artefato/sistema a projeçã o dos custos para manutençã o das soluçõ es priorizadas e
apresentar à s unidades gestoras (item 116, a.2);
c.3) informar, periodicamente, ao demandante os custos realizados do projeto/programa desenvolvido (item 116, a.3);
c.4) requerer à unidade gestora a autorizaçã o expressa para o inı́cio/prosseguimento das atividades, inclusive com a anuê ncia
quanto aos custos previstos (item 116, a.4);
d) quanto à s atividades prestadas pelo Service Desk:
d.1) informar ao demandante os custos das atividades demandadas previamente a sua realizaçã o, se possı́vel (item 116, b.1);
d.2) informar os custos efetivamente incorridos com a atividade, apó s a sua realizaçã o (item 116, b.2);
e) avaliar a possibilidade de apresentar e divulgar nos principais meios de comunicaçã o do Tribunal, por meio do Painel
Analı́tico, os custos de TI destinados a cada unidade gestora, evidenciando os recursos disponibilizados, bem como os custos realizados
e previstos, com vistas à transparê ncia dos gastos e ao auxı́lio na tomada de decisã o por parte da á rea demandante, bem como da
unidade de TI e da alta administraçã o do TSE (item 116, c);
f) solicitar à s unidades negociais responsá veis pelas demandas do mó dulo de migraçã o do SADP para o PJe, bem como pelo
SEI Diá rias – Projeto Colaborativo, que justi iquem as razõ es pelas quais as soluçõ es nã o foram implantadas/homologadas,
submetendo-as, em seguida, ao conhecimento da CDTI (item 144.2, a);
g) provocar a Administraçã o no sentido de indicar a unidade gestora do projeto Evoluçã o do Diá rio da JE – 2019, submetendo
a questã o ao conhecimento da CDTI (item 144.2, b);
h) monitorar periodicamente os projetos, em conjunto com as unidades negociais, para reavaliaçã o do backlog de atividades
(item 144.2, c);
i) incluir os novos projetos no processo de trabalho de gestã o do portfó lio (item 144.2, d);
j) realizar imediata revisã o nos catá logos de serviços dos contratos em exame, com vistas a reconsiderar as estimativas de
esforço, os nı́veis de complexidade e os per is pro issionais exigidos para cada atividade, com a participaçã o direta dos iscais té cnicos –
demandantes dos serviços –, tendo em vista os indı́cios de sobrepreço (item 177.1, a);
k) avaliar a possibilidade de uniformizar os valores dos nı́veis de complexidade e os fatores de ponderaçã o para atividades
consideradas similares (item 177.1, b);
l) reavaliar atividades dos catá logos de serviços, buscando aglutinar (generalizar) as atividades consideradas similares (item
177.1, c);
m) dar transparê ncia, no sistema Casti, a respeito da composiçã o dos fatores de ponderaçã o atribuı́dos à complexidade (item
177.1, d);
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n) gerenciar as demandas frente aos custos das atividades (item 177.1, e);
o) veri icar a possibilidade de incluir limitador de horas mensal para racionalizar o esforço de inido nas atividades dos
catá logos, por colaborador (item 177.1, f);
p) veri icar a ocorrê ncia de eventual inadimplemento contratual por parte da empresa contratada para a prestaçã o dos
serviços de apoio ao controle quanto à ausê ncia de veri icaçã o de distorçã o nos catá logos de serviços entre o esforço estimado e o
efetivamente realizado e a consequente provocaçã o do TSE para as medidas corretivas pertinentes (item 177.1, g);
q) considerar, por ocasiã o do planejamento das futuras contrataçõ es, o impacto decorrente da situaçã o encontrada e das
respectivas recomendaçõ es na metodologia utilizada para preci icaçã o dos custos dos ajustes vindouros (item 177.1, h);
r) informar as atividades que foram objeto de inspeçã o, conforme Anexo 1137136, as quais resultaram em reduçã o de
UST/HST, bem como as providê ncias adotadas (item 177.1, i);
s) excluir do catá logo de serviços do Contrato nº 31/2015 as atividades de natureza meramente administrativa, alocando os
pro issionais em contrato de apoio administrativo ou similar vigente no Tribunal (item 185, a);
t) avaliar a possibilidade de contratar os serviços de infraestrutura de TI, relativos à s atividades executadas pela SEPD e
Semop, ambas da Coinf/STI, bem assim de outras unidades que gerenciem serviços similares, por meio de soluçã o alternativa à mé trica
UST (item 200, a);
u) avaliar a possibilidade de adoçã o do GDS pelas unidades da TI que gerenciam serviços dos Contratos TSE nº 16, 17, 20 e
31/2015, de modo a uniformizar a gestã o de demandas (item 211, a);
v) adotar a metodologia de acompanhamento da execuçã o das demandas de forma individualizada, pelas unidades que adotam
sistema informatizado pró prio, enquanto nã o for possı́vel a utilizaçã o do GDS (item 211, b);
w) informar o nú mero das ordens de serviços referentes à garantia dos serviços prestados para a correçã o dos erros/defeitos
demonstrados na tabela acima (item 226, a);
x) informar os controles instituı́dos pelas Seçõ es de Cadastro de Eleitor (Secad), de Automaçã o de Prestaçã o de Contas (Secon)
e de Integraçã o de Sistemas Eleitorais (Seint), vinculadas à Csele/STI, bem assim pelas Seçõ es de Desenvolvimento de Soluçõ es
Corporativas II (Sedesc 2) e de Desenvolvimento de Soluçõ es Corporativas VI (Sedesc 6), vinculadas à CSCOR/STI, para certi icar que os
erros/defeitos nã o sejam reparados com a abertura de nova ordem de serviço, bem como para evitar o pagamento em duplicidade
pelos mesmos serviços (item 226, b);
y) proceder com o registro dos cá lculos dos indicadores dos Contratos nºs 16 e 20/2015 (item 239, a);
z) observar a aplicaçã o dos redutores decorrentes dos nı́veis mı́nimos de serviço (item 239, b);
aa) constar, nos futuros termos de referê ncia e contratos, os controles relacionados ao acionamento de garantia, se for o caso
(item 250, a);
ab) instituir mecanismos para veri icaçã o de eventual exclusividade de mã o de obra (item 272, a);
ac) exigir documentaçã o que comprove o cumprimento das obrigaçõ es trabalhistas e previdenciá rias, caso se observe a
exclusividade (item 272, b);
ad) adotar as medidas cabı́veis para sanear pendê ncias identi icadas nas listas de veri icaçã o utilizadas como controle (item
272, c);
ae) reavaliar o processo de controle da iscalizaçã o dos contratos de prestaçã o de serviços de tecnologia da informaçã o,
visando a sua desburocratizaçã o, sem perda da qualidade e efetividade dos serviços, bem como buscar a automatizaçã o dos artefatos
gerados e do processo de controle da iscalizaçã o, visando à reduçã o de tempo, sempre que possı́vel (item 290).
309.3. À SAD:
a) Orientar a unidade responsá vel pela pesquisa de preços sobre a impossibilidade de comparaçã o simples e direta entre
valores contratados por UST/HST na Administraçã o Pú blica (item 286.2, a);
b) elaborar planilha de custos e formaçã o de preços, tanto por ocasiã o do planejamento quanto em eventual processo de
prorrogaçã o contratual, com vistas a veri icar a economicidade de contrataçã o medida em UST/HST (item 286.2, b).
309.4. À STI, em conjunto com a SAD:
a) Avaliar alternativas que possam ser implementadas de imediato relativamente aos faturamentos vindouros dos contratos
sob exame, tendo em vista os indı́cios de sobrepreço veri icados. Nesse sentido, com vistas à negociaçã o, junto à contratada, dos
pagamentos a serem realizados até o encerramento das respectivas vigê ncias contratuais, indica-se, como medida possı́vel de ser
adotada, a metodologia de composiçã o de custos sugerida pelo Tribunal de Contas da Uniã o, retratada nos itens 391 e seguintes do
relató rio do Acó rdã o nº 1.627/2019 – Plená rio, a partir dos dados gerenciais disponı́veis nos sistemas de controle da STI. Para tanto,
devem ser solicitadas, a cada emissã o de ordem de serviço, informaçõ es das empresas contratadas, tais como, nome dos pro issionais a
serem alocados, os salá rios respectivos e a carga horá ria individual a ser empregada para a execuçã o das atividades (itens 177.2, a e
286.1, a);
b) apurar e, em se con irmando, avaliar alternativas para a recuperaçã o de valores pagos a maior relativamente aos
pagamentos já realizados desde o inı́cio da execuçã o dos referidos contratos. A metodologia descrita nos itens 156 e seguintes do
presente relató rio pode ser utilizada como ponto de partida para o levantamento das informaçõ es necessá rias à quanti icaçã o de
valores e à busca pela restituiçã o, podendo ser aprimorada pela STI a partir de dados reais da execuçã o – e de outras variá veis
porventura nã o alcançadas neste trabalho. Apó s, de posse desses dados, caberia à SAD a elaboraçã o de planilhas de custos e formaçã o
de preços baseadas nos salá rios dos pro issionais que realizaram atividades no â mbito dos quatro ajustes. Nesse sentido, embora os
meios para apuraçã o nã o se esgotem nos procedimentos a seguir sugeridos, para uma avaliaçã o inicial de eventual distanciamento
entre o valor pelo qual as empresas contratadas foram remuneradas e o seu custo efetivo com a prestaçã o dos serviços, sugere-se
levantar, minimamente, as seguintes informaçõ es (item 177.2, b):
b.1) relaçã o de pro issionais que, mê s a mê s, executaram atividades as quais, somadas, alcançam quantidade igual ou superior
a 400 HST ou a 1.000 UST, desde o inı́cio da execuçã o contratual;
b.2) folhas de pagamento, contracheques e/ou arquivos gerados pelo Sistema Empresa de Recolhimento do FGTS e
Informaçõ es à Previdê ncia Social (Se ip) em que seja possı́vel identi icar os pro issionais e os salá rios recebidos nos meses em que
realizaram atividades enquadradas nos parâ metros acima;
2019.00.000005216-6 Documento no 1129235 v370
b.3) elaboraçã o de planilhas de custos e formaçã o de preços a partir dos dados obtidos;
b.4) comparativo entre os valores remunerados à s contratadas e os alcançados apó s o preenchimento das sobreditas
planilhas.
_________________________________________________________
https://pesquisa.apps.tcu.gov.br/#/documento/sumula/*/NUMERO%253A269/DTRELEVANCIA%20desc,%20NUMEROINT%20desc/0/sinonimos%
uuid=88f21f30-c070-11e9-b7d2-cd41080e438b

DÊNIS PAIVA CARVALHO


CHEFE DE SEÇÃO
Documento assinado eletronicamente em 02/10/2019, às 18:47, conforme art. 1º, §2º, III, b, da Lei 11.419/2006.

AURÉLIO DA SILVA GRANDE


ANALISTA JUDICIÁRIO(A)
Documento assinado eletronicamente em 02/10/2019, às 18:57, conforme art. 1º, §2º, III, b, da Lei 11.419/2006.

WAGNER ROBERTO HERMANSON


TÉCNICO(A) JUDICIÁRIO(A)
Documento assinado eletronicamente em 02/10/2019, às 18:58, conforme art. 1º, §2º, III, b, da Lei 11.419/2006.

ANA PAULA MUNIZ DA SILVA


CHEFE DE SEÇÃO
Documento assinado eletronicamente em 02/10/2019, às 19:27, conforme art. 1º, §2º, III, b, da Lei 11.419/2006.

ÉRIKA DE OLIVEIRA DOS SANTOS SCOZZIERO


COORDENADOR(A) DE ACOMPANHAMENTO E ORIENTAÇÃO DE GESTÃO
Documento assinado eletronicamente em 02/10/2019, às 19:28, conforme art. 1º, §2º, III, b, da Lei 11.419/2006.

EVELAINE ANTÔNIO TRINDADE


COORDENADOR(A) DE AUDITORIA
Documento assinado eletronicamente em 02/10/2019, às 19:38, conforme art. 1º, §2º, III, b, da Lei 11.419/2006.

MÉRCIA GISELLE DOS SANTOS OLIVEIRA


SECRETÁRIA DE CONTROLE INTERNO E AUDITORIA
Documento assinado eletronicamente em 02/10/2019, às 19:40, conforme art. 1º, §2º, III, b, da Lei 11.419/2006.

A autenticidade do documento pode ser conferida em


https://sei.tse.jus.br/sei/controlador_externo.php?
acao=documento_conferir&id_orgao_acesso_externo=0&cv=1129235&crc=D656C5E0, informando, caso nã o preenchido, o có digo
veri icador 1129235 e o có digo CRC D656C5E0.

Criado por mercia.oliveira, versão 370 por denis.carvalho em 02/10/2019 18:47:20.

2019.00.000005216-6 Documento no 1129235 v370

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