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DE LIBERTÇÃO NACIONAL
O Colonialismo
A colonizacao moderna em Africa teve lugar desde o seculo XV ate metade do seculo XX foi a
sua promotora com tudo, o fenomeno da colonizacao moderna, sobretudo a colonozacao de
Africa em especifico, proficuo e consentido. Muitas vezes a colonozacao foi feita aforca, sem
efeitos positivos e contra a vontade.
No tempo dos romanos, a colónia era uma exploração agrícola, uma propriedade rural. A palavra
designou em seguida um estabelecimento agrícola ou comercial instalada num país estrangeiro.
Em vez de instalação de um grupo humano num novo território, a palavra significa hoje a
ocupação de um território estrangeiro por um poder político-militar. O país conquistador chama-
se metrópole e o país conquistado torna-se uma colónia.
Se houve sempre colonização, estabelecimento de colonos em países estrangeiros para permitir o
comércio, o facto colonial é um fenómeno moderno de iniciativa essencialmente europeia que se
desenvolveu do século XV até cerca de meados do século XX.
O eclodir dos movimentos de libertação nacional em Moçambique surge como influência dos
movimentos independentistas em África que tiveram lugar na década de 60. Alguns grupos de
Moçambicanos, na sua maioria exilados no estrangeiro, fundaram movimentos para lutar pela
independência de Moçambique. Com efeito, surge a União.
Nacional Democrática de Moçambique (UDENAMO), a Mozambican African National Union
(MANU) e União Nacional de Moçambique Independente (UNAMI). A existência de vários
movimentos num país com uma enorme variedade étnica criou de certa forma problemas de
organização.
. Os problemas que surgiram eram devido ao facto de que estes movimentos, na sua maioria,
eram baseados no tribalismo e de certa forma os seus fundadores não estavam muito a par da
realidade do povo moçambicano, uma vez que permaneceram muito tempo longe de
Moçambique.
Este problema veio a ser resolvido com a fusão destes três movimentos em junho de 1962,
surgindo desta forma a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO). Esta fusão significou
o início de uma nova fase na luta pela autodeterminação do povo Moçambicano, pois a
FRELIMO, depois de observar todas as tentativas fracassadas deconseguir a independência por
via do diálogo, chegou à conclusão de que a libertaçãonacional só iria ser conseguida com
recurso à violência armada. Deste modo, a FRELIMO vai dar início à luta armada em 25 de
Setembro de 1964, com um ataque ao posto administrativo de Chai na província de Cabo
Delgado.
Portugal, na tentativa de deter os avanços que a FRELIMO vinha fazendo, resolveu levar a cabo
em 1970 uma mega operação que ficou conhecida como “Operação nó Górdio”. Esta operação,
encabeçada pelo general Kaulza de Arriaga, que tinha objectivo de eliminar todas as bases da
FRELIMO nas zonas libertadas, provou ser um fracasso além de dispendiosa. Tanto que em 1973
a FRELIMO, além de ter expandido as suas zonas libertadas no Norte, pela primeira vez
conduzia suas operações a Sul do rio Zambeze, cada vez mais próximo da capital Maputo,
outrora Lourenço Marques .
Portugal foi desde sempre um pais com baixa demografis. Sempre foi manifesta a dificuldade em
povoar as terras conquistadas . E, depois da Conferencia de Berlim na qual Portugal se obrigou a
ocupar efectivamente Mocambique esse problema agudizou-se.
A presenca portuguesa em Mocambique, antes da conferencia por volta de 1870, limitava-se ao
vale do Baixo Zambeze e a uns poucos povoados costeiros. Os chefes locais, isto e os xeques
swahilli, os reis africanos e o senhores dos prazos independentes exerciam o poder politico nas
suas areas as admistrativas com pouca preocupacao pela presenca da soberania portuguesa na
regiao.
Para Portugal, esta tarefa reprsentou um grande problema devido a situacao financeira que vivia.
O Estado portugues em 1891 declarou a bancorrata, oque o invabilizava de fazer quaisquer
investimentos.
Como forma de atrair investimentos de capitais para o desenvolvimento de infra-estruturas de
transporte e levar a cabo um desenvolvimento de uma agricultura de plantacao, Portugal teve de
conceder 2/3 do territorio mocambicano a varios capitalistas e as companhias de exploracao .
Esta foi a unica forma encontrada por Portugal para promover a exploracao e a administracao de
territorio de Mocambique.
Sob o controlo directo do Estado so ficaram a actual provincia de Nampula e o Sul do rio Save,
parte de Tete e da Zambezia . A exploracao economica destas zonas de Mocambique consistiu na
exploracao de mao-de-obra para as minas de Africa do Sul, sobre tudo do Transvaal.
A Fronteira Sul-Ocidental
A Fronteira Norte
Em Dezembro de 1886, Portugal e Alemanha assinam um tratado em que esta reconhece o rio
Rovuma como sendo a fronteira norte de Moçambique e também o direito de Portugal exercer a
sua influência nos territórios entre Angola e Moçambique. Portugal, em troca, faz algumas
concessões no sul de Angola (actual Namíbia).
A definição desta fronteira deu origem, mais tarde, a conflitos militares entre Portugal e
Alemanha.
Esta, que tinha ocupado o Tanganhica (Tanzânia) e hasteado a sua bandeira em ambas as
margens do Rovuma, penetrou em 1894 na margem sul, expulsando a reduzida guarnição
portuguesa ali estacionada e substituindo por uma alemã. Apesar do protesto português, os
Alemães alargaram a sua ocupação até Quionga, área que só voltaria a Portugal nos finais da
Primeira Guerra Mundial (1914-1918). A Alemanha não pretendia apenas aumentar a superfície
do Tanganhica à custa do norte Português, pretendia, na verdade, ocupar integralmente a colónia
portuguesa.
A 20 de Agosto de 1890 foi assinado um acordo. Nele as cedências portuguesas eram grandes,
porque, além da delimitação das fronteiras, Portugal fazia concessões aos ingleses para a
completa liberdade de comércio, livre navegação nos lagos, rios e portos, isenção de impostos
alfandegários nas zonas de livre comércio, isenção de taxas de transito, etc. Era humilhação para
Portugal!
Desde 1875, e principalmente apos 1885, ate 1920 foi um periodo de expedicoes militares
designadas por campanhas de pacificacao, de ocupacao de territorio,bem como de instalacao do
aparelho do Estado colonial. Este processo foi lento, violento e durou mais dua decadas .
Contudo, as populacoes mocambicanas resistiram pele defesa da sua soberania, independencia e
valores culturais . A resistencia dos mocambicanos assumiu varias formas : o confronto directo, a
alianca ou a diplomacia .
Mesmo com varias populacoes a resistirem e outas a encontrarem a paz por via da diplomacia e
so acordos, registaram-se batalhas e guerilhas serias e crueis entre os povos de Mocambique e os
portugueses.
No, meio de campanhas de pacificacao sangrentas convem destacar a resistencia dos Namarrais .
Apesar da grande ofensiva de Mouzinho de Albuquerque em 1896, os Namarrais so seriam
vencidos em 1913. Os prazos tambem tiveram a mesma bravura e foram igualmente deficeis de
vencer, Massingir sucumbiu em 1897, Gorongosa em 1897, Maganja da Costa em 1897 e
Macanga em1902.
Outro bravo Estado era o Estado de Gaza. Este foi destruido completamente entre 1895 e 1897,
quando o guerreiro Maguiguane, general do exercito Nguni e fiel de Gungunhana, foi morto
pelas tropas portuguesas, marcava o fim da resistencia no Sul de Mocambique deixou de ser um
problema militar.
* Norte de Mocambique:
- Sofreram uma forte resistencia dos quato estados islamico da costa: Sancul, Quitangonha e
Angoche ( local onde constituiu o principal centro de resistencia );
- Conflitos violentos com reinos Macua;
- A resistencia das populacaoes do planalto dos Macondes; depois da 1 Guerra Mundial, sofreu
umreves devido a accao da Companhia de Niassa (na sua campanha de imposicao da sua
autoridade comecou a prender alguns chefes locais macondes);
- A resistencia dos Macondes em 1920 foi aparentemente o ultimo foco da resistencia em
Mocambique.
Perante o cenário de ocupação que se vislumbrava no seu território, durante cerca de duas
décadas (1886 – 1920), os moçambicanos resistiram para defender a sua soberania,
independência e valores culturais. Neste processo os moçambicanos, utilizaram como formas de
resistência as seguintes:
• As campanhas ocorridas entre o território de Lourenço Marques até ao rio Pungué - Sul,
realizadas nos sertões de Lourenço Marques, Inhambane e Sofala;
Principais Campanhas
A região que hoje se chama Moçambique norte, era habitada a beira do litoral por comunidades
Swahili ou Xeicados e Sultanatos ou apenas Reinos Afro-Islâmicos e no interior habitavam
maioritariamente Macuas, Ajauas e Macondes.
Estes grupos, embora diversificados ofereceram uma grande resistência à ocupação colonial
portuguesa, cujas personalidades com valores históricos que mais se evidenciaram foram: Mussa
Quanto, Farelay, Komala, Kuphula, Suali Bin Ali Ibrahimo (Marave) e Molid-Volay.
• De Memba ao rio Messalo, ocupando todo o Vale do rio Lúrio, dominavam as poderosas
chefaturas macuas dos Chacas, Érati e Meto;
• Nos planaltos interiores do Cabo Delgado, dominavam os Macondes, que souberam utilizar o
meio ecológico como principal arma de combate;
• No Niassa, os Ajauas, os Nguni, os Nyanja, os Lómwes, entre outros faziam valer os seus
direitos de soberania e independência;
Os grandes Amwene Macua e os Xeiques, explorando a grande coesão social e ideológica que a
linhagem dava as confederações guerreiras, mobilizaram uma guerra popular usando como
estratégia de luta o confronto, fazendo a guerrilha (wita) ou razia (otiman) e a diplomacia em
alguns casos.
Somente as crianças, mulheres, doentes e velhos decrépitos não iam aos campos de batalha.
Destacaram-se os seguintes chefes de resistência na província de Nampula: Mucutu-Munu,
Khomala, Kuphula, Molid Volay e Mussa Quanto, entre outros.
Em 1905 os portugueses esboçaram um novo plano de ocupação que consistia na penetração a
partir da costa pelos vales dos rios Lúrio, Mecuburi, Monapo, Mongicual, Meluli e Ligonha.
Com apoio de alguns chefes tradicionais em conflito com alguns esclavagistas da costa, tem
lugara ocupação de Nampula, da costa ao interior do norte para o sul. Destruindo as unidades
políticas existentes, estabelecem a capitania-Mor de Nampula. A partir de 1907, montam a
administração ncolonial.
A ocupação militar colonial dos territórios que constituem hoje as províncias de Cabo Delgado e
do Niassa, efectivou-se em quatro fases distintas:
1 Fase
Os portugueses, passando da ilha do Ibo para o continente, tentam obter “tratados de
vassalagem” dos chefes locais que permitissem reclamar, a nível da diplomacia internacional, a
posse do Norte de Moçambique;
Em 1890, os portugueses fazem uma expedição pelo rio Lugenda, que é derrotada nas terras do
chefe Mataca;
2a Fase
Os portugueses, em 1891, entregam os territórios de Cabo Delgado e do Niassa a Companhia do
Niassa.
Apoiada por soldados portugueses e sipaios moçambicanos, a companhia tenta ocupar vastas
regiões do interior. Nesse ano, é destruída a povoação do chefe Mataca e erguido um posto
militar em Metarica.
Entre 1900 e 1902 são ocupados Mesumba e Metangula.
A resistência tenaz dos camponeses à ocupação e ao trabalho forçado acaba por expulsar
representantes da Companhia de muitas regiões situadas entre o rio Lugenda e o Lago Niassa.
3a Fase
Em 1910, a Companhia consegue mais dinheiro, para as operações de conquista. O território do
chefe Mataca é sistematicamente violado e as aldeias destruídas. É construído um posto militar
em Oizulo e, em 1912 é tentada a ocupação total de Cabo Delgado e do Niassa.
Politicamente a vasta região que actualmente corresponde as províncias de Manica, Tete, Sofala
e Zambézia, desde o início do século XIX, caracterizou-se por:
• Uma fragmentação por um lado, Estados Militares do Vale do Zambeze resultantes dos
escombros dos prazos, nomeadamente Massangano, Gorongosa, Maganja da Costa, Canhemba,
Zumbo, etc e por outro lado os Estados africanos mais ou menos independentes ou mesmo
conquistados (Báruè, Manica, Mwenemutapa…)
• Prazos e feitorias-fortalezas (Quelimane, Sena, Tete);
• A presença de Ngunis, proveniente do M’fecane;
As formações políticas que caracterizavam a região haviam herdado as tácticas de luta desde o
período de caça e do tráfico de escravos e tiveram o acesso as armas de fogo exigindo Portugal a
mobilizar grandes recursos de apoio externo. Dentre tantas formações político-militares da região
a que mais problemas criou aos Portugueses e a Companhia de Moçambique foi o reino de
Bárruè.
Bárruè foi o produto da desagregação do Estado de Muenemutapa, que através do seu líder veio
a fixar-se nessa região em 1890, proveniente da região de Mbite.
A grande fragmentação política desta região e o elevado grau de militarização das
formaçõespolíticas foram produto directo do período da caça ao elefante e do tráfico de escravos.
A conquista militar desta região foi promovida conjuntamente pelo Estado colonial e pelas
Companhias de Moçambique e de Zambézia.
Lembra-se, portanto, as campanhas levadas acabo contra Massingir e Gorongosa em 1897,
Maganja da Costa em 1898 e Macanga em 1902.
As formações políticas que mais problemas causaram aos portugueses foram Báruè e Maganja da
Costa.
Em 1902 Báruè era um reino poderoso e de grande capacidade militar que tinha conseguido
resistir as invasões Nguni e as constantes disputas dos Estados militares vizinhos, dado ao facto
de ter adquirido por via comercial com os mercadores portugueses e indianos armamento
suficiente para resistir, exigindo a Portugal uma grande mobilização de recursos e apoio externo.
Para Isaacman, (1979:116), “o exército de Báruè era constituído por uma força de 10 000
homens, incluindo várias unidades de elite, ou ensacas, e uma numerosa guarda nacional que era
mobilizada em altura de crise.” Os Baruítas acreditavam que o espírito mediúnico de Kabudu
Kagoro transformava as balas do invasor em água.
Assim, em 30 de Julho de 1902 as tropas portuguesas, compostas por três pelotões de soldados
portugueses e africanos e por mil soldados de reserva, invadem Báruè.
Após uma prolongada resistência, as unidades de Báruè, comandadas por oficiais corajosos como
Macombe, Hanga, Mafunda, Cambuemba, Candendere, Inhangana-gana e Cavunda foram
derrotados no mesmo ano(1902).
Paralelamente as acções militares, o jogo diplomático desempenhou um papel importante na
derrota das resistências.
Apesar deste fracasso, a resistência prosseguiu em 1904, uma nova revolta estala contra a
políticado trabalho forçado e os abusos das forças coloniais, mas novamente fracassa.
Em 1917 o território da Companhia de Moçambique foi palco de uma grande revolta Báruè,
pelas seguintes razões:
Utilizando o factor religioso (uma jovem de nome Mbuya que se autoproclamava possuidora dos
espíritos divinos), os Baruítas, dirigidos por Nongwe-Nongwe promoveram a primeira aliança
multiétnica anti-colonial, iniciada a 27 de Março de 1917 e terminando praticamente em 1918,
embora existissem focos isolados de resistência até 1920.
a) Acordo de 1889 assinado entre a companhia de Moçambique e o império de Gaza que culmina
com a concessão de direitos mineiros e territoriais na zona de Manica à Companhia. Este facto
obrigou a aristocracia Nguni a transferir a sua capital de Mossurize para Mandjakaze;
É assim que em Janeiro de 1895, António Enes, então comissário régio de Portugal, chega a
Moçambique com um plano político militar que consistia em:
• Vencer as resistências no distrito de Lourenço Marques levadas a cabo por Chopes, Tembe
eMaxaquene;
• Fazer alianças tácticas com alguns chefes locais, tais como Cuio, então Tio de Ngungunhane e
Maguejane, antigo secretário de Muzila e avançar em força depois de ganhar a guerra para o
Estado de Gaza, obstáculo mais difícil de transpor para os colonialistas.
Nesta região os portugueses tiveram que enfrentar o império de Gaza. Este império debatia-se
com problemas do seu exército que se traduzia pelo enfraquecimento devido ao recrutamento de
indivíduos de origem Tsonga e Ndaus sem tempo suficiente para assimilar a cultura, disciplina e
táctica militar que caracterizava o exército Nguni (tensões internas no seio da família Nguni).
Para além desta situação, assistia-se o isolamento do império de Gaza em que no norte do
império encontrava-se a companhia de Moçambique, a Oeste a British South África Company
que dominava o reino Debele, a Sudoeste estabelecimento de fronteira e para Este presença
portuguesa em Lourenço Marques e Inhambane.
Dada a relação diplomática que Ngungunhane desenvolvia com a British South African
Company, apesar do seu tratado de vassalagem com Portugal, António Enes, então comissário
Régio de Moçambique, traça um plano de conquista de Gaza que compreendia: manobras
diplomáticas junto a corte de Gaza, bem como uma intensa preparação militar.
Este processo incluiu igualmente o envio de vários emissários à corte de Gaza com objectivo de:
• Impedir que Ngungunhane ganhasse força no campo militar, convencendo-o de que não haveria
ataques no seu território;
• Impedir que Ngungunhane se aliasse à Companhia de Moçambique, o que prejudicaria os
interesses dos portugueses;
• Evitar o estabelecimento de negociações entre o império de Gaza com a BSAC.
Para dar início às campanhas militares contra Gaza, os Portugueses usaram como pretexto uma
pequena agitação ocorrida nas terras da coroa de Angoana (Marracuene) em torno de disputa de
terras: os chefes Mahazule e Nuamantibjana, de Magaia e Zixaxa, respectivamente uniram-se
contra as ameaças militares portuguesas que conduziram a Batalha de Marracuene (02/02/1895).
A superioridade bélica dos portugueses obrigou os dois chefes a procurarem refugio nas terras de
Ngungunhane.
A recusa de Ngungunhane ao pedido dos portugueses em entregar os referidos chefes, justificou
as operações militares contra Gaza, desenvolvidas em três frentes:
2. 8 de Outubro de 1895 – penetração dos portugueses pelo vale do Limpopo; anexação por
estes de Xai-Xai e Bilene;