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FICHA DE DECISÃO JUDICIAL (SENTENÇA OU ACÓRDÃO)1

Questões Questionar:
preliminares Qual é a jurisdição cuja decisão está sendo estudada?
Como se formou esta decisão?
Qual é a data da decisão estudada?
Fatos Reunir o conjunto de fatos que deram origem ao litígio, evocando de maneira
sucinta, mas precisa os eventos que se produziram e considerando as datas
envolvidas.
Qualificação dos Identificar e classificar as normas jurídicas aplicadas ao suporte fático antes
fatos apontado.
Procedimento Traçar o percurso do processo desde a primeira instância, se for o caso,
indicando a qualidade das partes em cada uma das fases (por exemplo, autor
na ação, recorrido no recurso, etc).
Questionar:
Quais foram as jurisdições provocadas antes da que proferiu a decisão?
Quais foram as datas de pronunciamento das decisões precedentes?
Pretensão das Questionar:
partes Quais são as partes presentes?
Quais são as pretensões das partes?
Quais são os argumentos das partes?
Questão de Formular uma questão imediatamente compreensível, a partir da
direito confrontação dos argumentos precedentes.
Resposta da Qual foi a solução adotada pela jurisdição em espécie?
jurisdição Em favor de qual parte se pronunciou a jurisdição?
Quais são os motivos acolhidos pela jurisdição para justificar sua decisão?
Obs.: a segunda coluna é meramente explicativa, a tarefa consiste em preencher a ficha com as informações que
constam na primeira coluna.

COMENTÁRIO DE DECISÃO (SENTENÇA OU ACÓRDÃO)

Concluído o fichamento da decisão, deve-se elaborar um plano de redação (ou de


discurso), atento ao problema jurídico encontrado, articulando-se em torno desse eixo de
reflexão.
É necessário estabelecer uma comparação entre os conhecimentos adquiridos na aula e
na doutrina pesquisada, ou entre os doutrinadores. Essa fase supõe a perfeita assimilação dos
conhecimentos básicos sobre a questão, com vistas a refletir os liames que existem entre o
conteúdo programático em questão e a decisão analisada.
O objeto do comentário é a decisão em si, ou seja, a posição tomada pela jurisdição,
portanto, há que se manter um certo recuo em relação aos interesses que estão em jogo no
caso.
É recomendável, no caso de acórdãos que reforma a decisão a quo, que a reflexão
estruture-se sobre dois aspectos: a) a lógica argumentativa desenvolvida pelo acórdão em
comparação ao raciocínio da decisão recorrida; b) a análise dos motivos da decisão do tribunal
de recurso em espécie.
Trata-se de desmontar os mecanismos de demonstração jurídica utilizados para poder
construir uma demonstração própria. Nesse cenário, importante apreciar o contexto jurídico no
qual foi tomada a decisão.
O objetivo, ao final, é desenvolver no aluno a capacidade de avaliar o alcance de uma
decisão no seio da jurisprudência sobre a matéria.

1
Material extraído de VENTURA, Deisy. Ensinar Direito. Barueri, SP: Manoel, 2004, p.66.

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