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\lO c(\lIt r~llc da çducII,·n". <:1l11l(\ II U glo , IlIlId l1111 :.r " ',( 111.

", I I t ' lllilHIII H ~ I I I I 111 1t! 1I 11 ~


C:~Ç I C t 1I !1 0 ~ ,')
ItI«ule Média: fllnd:llnel\! aç;\O dos princípios morais, polílicos A palli\' do ~ h \ll " Xl. li al \l' ill .\l11 .Ii< l'III I' III""lt
e j urídicos da sociedade medie val. comercial t:1lI a ~ cç ll sfio jllllv ot; H (l1 1''' Jl illl'("J
formação do homem de fé Não conl'ém considerar todo o período me­ mento de cidades. em que a krmt:l1t:I\':lo illtl'l ...
dieval intelectualmente obscuro. embora tenha tual culmina com a criação d:Js llni v ("r s id : llk ~.
havido uma retração em diversos setores. Deno­ nos séculos XII e XIIl.
1.) (jlJV )M fr/I tJ/i Itr .Li'Ytl f! /) F' K\;} J;" N JS F O' R.iJ (J J:. fl minações como "a grande noite de mil anos" ou Paralelamente. desde o século VIll o islamis­
~1 ' 7 " -: ) ~ ~. SV-) l) .)') t: r.. l-v G- , J. Ô o {J '. -- -- .-.,- .-_ .. ' -------­
I "idade das trevas" resllltam da visão pessimista mo difunde a cultura árabe (artes, ciência, fil é,:'
G):)LJ ,!'l"(r\, ,
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e tendenciosa que o Renascimento teve da Idade sofia), contribuindo para o enriquecimento do
~e ~:t
[)OIS amores construíram duas cidades: o amor de si le ad é d
._ __ ' '_ Deus ediíicou a cidade terrestre, civitas terrena; o amor Us oI esprezo de patrimônio cultural da Emopa medieval.
~vado
Mtdia. Entrt:meando a estagnação há vários mo­
desprezo de SI próprio ergueu a cidade celeste; uma rende glÓria até o mentos em que expressões de uma produçãocul­ No período final da Idade M~dia, o embate:
Senhor ; uma busca uma glória vinda dos homens' ara a SI, a outra ao tural, às vezes muito heterogênea, \Ornam difícil entre os reis e o papa evickncia o ideal de secula ­
da consciência, é a maior glória. ,p a outra, Deus, testemunha
caraclerizar genericamente o que seria o pell;o ­ riz.ação do poder em oposição à políticü da Igre­
e~ OFG5~. ? ~_f! ' A N (, EL A jl'1) f3 R \ 8 ~::, O V2 iJ !\jJ--] J{"i' ) ri S~nlo Ag05linho mellrn medieval.
Nos primeiros tempos (incluindo o período fi­
ja, e anuncia a fortna çiio das monllrqui as naci o­
nais. No seio da sociedade. a contradição entre
'1) .) S ci r L--i N B " )9 l.f;,T o' fZ) A })iJ5 ~ w'sT í jU 'H:,ÓSS F S CO 1.. /9 1\ ~> nal da Idade Antiga e começo da Idade Média), os homens da cidade (os burgueses) e os nobres
há o trabalho dos Padres da Igreja e dos mostei­ senhores dá início aos tempos do capitalismo .
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í l5)< 1" Ü N'~ ; 0.3 Contexto histórico
~ ~ - -­ Pedagogia
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1. o feudalismo divisão dos tenitórios,.autonomia dos senhores lo­
cais e, com o tempo, pela supremacia do papa.'A ] . Paganismo c cristianismo a morte, e por isso as noçôes cl.! mal e pec ado
A Idade ~1édia abarca um período de mil alta e pequena nobrez.a, constituídas por duques, tomam -se cI'lItrni s.
anos, desde a queda do Império Romano (476) marqueses. condes, viscondes, barões, cavaleiros. ViUII'i' 1111Il1kio do c;iljlhult) 11')(:, Ur") ~ \I '1u c­ 1',,1 ill t;v ill\\'('1 '1"1' (\,; 11") l1 gC ~ ICIIl"ssc.: m Il in ­
até a tomada de Constantinopla pelos turcos disputam entre si, sendo que alguns senhores con · -;i n cln Iil1pc rl " ROIIlllIII1, n l'd~tll\lIl~'IIIO tc'II1Oil ~l' 1\1I~ lI c iH 1I1"/1IIti\',1 dll prudll \·r.o inll; lt:uual da An ­
-v (1453 ). Esse longo tempo toma difícil descrever seguem ser até mais poderosos que o rei. rl"llI,'lIto dI' 1I11Idll.l,' /" 111 11111 1111111110 11I11'"l("l1tll ti,,1I111i1dl' N"I>,,' m fi éi s. ;11' IIlcsnlO tempo qll c
<y\ suas principais características sem incorrer no No mundo feudal, a condição social dos ho­ ,lo "1» 1>1111111\\111111·1111 )', 1>1111'11111'" lih" I'"dilllll Icjl·ltllr, Olll I>luco. .:ssa fecunda hc-

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risco da simplificação. mens é determinada pela sua relação com a ten-;J . 1'1" UC I " X 111111'111. I r tlllltl "I , I\I, I 'I ~ d " II \ ',I' 111"'1 1.!JlÇUclllulIlIl. A sol\l <;:\I) encontrada é a lenla e
A Alta Idade Média é marcada pelo desagrega­ e por isso os que são proprietários (nobreza e cle­ 1'1111111 do 1.. ~ , 1 1I1I 1 "lItllll lll'l'N11l ·llId llll. A IlI tJlhl' ;1It Cri OS II atlaplaçâo do legüdo greco-romano à

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ção da antiga ordem e, após sucessivas invasões bár­ ro) têm poder e liberdade. No outro extremo se çhlllllll"lrt' lIl1ll dll Alltl j'lIlc1 ndtl, 111\ \)lItlllltU, IlprC ' fé cristã. Aos poucos. os mosteiros enriquecem
baras, pela di \'isão do Império, em diversos reinos. encontram os servos da gleba. os despossuídClS, "rlltll dIIr1l1 1l~' l1 ii 1'1""1111 11 11,,. ciO Jlç ll ~ lIr cri stnn. De suas bibliotecas com o trabalho cuidadoso e pa­
\~ I Até o século X, muito lentamente, o escravismo,
modo de produção da Antiguidade greco-romana,
impossibilitados de abandonar as terras do seu
senhor, a quem são obrigados a prestar serviços.
1lI11 11 11h11 ~ " I'l oI . 11" Il1 tCJ lcctlllll is mo c ao naturalis­ ciente dos monges copistas. tradutores experien­
1111) 1'l rl'I H, /i(" l'Olltl'llpOC Ol:spiritllnlismo cristão. tes venem para o latim textos selecionados da li­
~ . vai cedendo espaço para ofeudalismo. Com a inse­ M.. ,',1110 '1"1\ Plat.No t; Aristc)teles, por exem­ teratura e filosofia gregas. bibliotecários meticu­
gurança advinda das invasões bárbaras e, posterior­ 1'111, ti Vl'iK:, c 11\ loflClido sobre um Dells único, su­ losos controlam, mediante ordens superiores. as
mente, devido à expansão muçulmana, as cidades 2. A influência da Igreja 1'/",(1\ 11,1<1 M cf'ollças politefstas, chegam à con­ leituras permitidas ou proibidas, a fim de preser­
, ' se despovoam, perdem sua imponância, desenca­ tCllll'ln,'h" plll'lIllwlltc illtcleclllal de llm Ser que var a fé a qll alqllcr custo.
deando um processo de ntra/i~{/çiio . Todos procu­ Nesse contexto de fragmentação do Imp~rio ~ DI' III II1f1·1.\ (\lrll "lli z:lI]or do caos preexistente) S6 isso, porém, lIão é sufi ciente: para preve­
ram proteção. morando peno do castelo do senhor, Romano, a religião surge como elemento agre ­ (\11 11111 l' rI ,m:iro Motor Im6ve l (Ato Puro que dá nir os des vios da fé . Estudiosos começam a
e a sociedade se toma agrária, auto-suficiente na gador. A influência da Igreja, além de espiritual. IIlllV illlCllt O 8 0 mundo). adaptação do pen samento grego ao novo mo­
atividüde agricola e no artesanato caseiro. O comér­ toma-se efetivamente política, e para contar com 1'111'11 m gl"e~o s nntigos, não existe a noção delo de homem adeqlladl) 1l concepção de vidn
cio local fica cada vez mais restrito, predominando ela os chefes dos reinos bárbaros se convencrn dI: C riil';~o nem de Pro vidência divina, à me­ cristã. O ponto de partida é S ~l1lpre a verdade
os negócios à base de trocas, a ponto de quase desa­ ao cristianismo. Não deixa de ser significatil'a :I dida Ijlle Dells é um princípio ordenador, im­ revelada por Deus, a autoridade indiscutível do
piJrecer a circulação de moedas. cerimônia de coroação do imperador Carlos pe~,:; o:ll e indiferente ao destino dos homens. texto sagrado a que se adere pela graça da fé.
A sociedade feudal, essencialmente aristocráti­ Magno pelo papa Leiio III, no ano 800. Nns reflexões a respeito da moral, não há exi­ Na luta contra os pagãos e no trabalho de con­
Cll, se estabelece sob os laços de suseraniu e vas­ Apesar dos tempos turbulentos, a herança clIl· gências com o culto a Deus, ou indagações so­ versão, toma-se necessário demonstrar qlle a
salull<:m que entremeiam as relações entre os se­ tural greco-latina é resguardada nos moslei ros. bre a vida eterna. Os cristãos, ao contrário, su­ fé não contraria a razão. Embora seja mai s im­
nhores d~ terras. No alto da pirâmide est~o a nobre­ Os monges são os únicos \etrados num mundo bordinam os valores mundanos aos supremos portante, e a razão apenas sell in strumento ,
l.fI c o dero. O rei tem seu poder enfraquecido pela em que nem nobres nem servos sabem ler. Pode- valores espirituais, tendo em vista a vida após impõe-se urna sistematização, conhecida como

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(,{ r',o nu 1" ,',1/<1, t' illiI(' lciÍ/;" la 1'01' dois gr;IIHks onde provém? Sabel110s qu e PI,Il:'to conleça ex­ Mais larde. C<lss iodoro (490-S~3), nascido 110 Idade M ~dia pn:dolllina um ilIiSlicis'lIo .Ir CI' IUI
1,,'!'Iod os : plicando-o pela alegoria da caverna (ver capí­ sul da ilália. prepara manuais práticos para a ini­ fonna sereno. na Baixa Idadc Média. com a UI"
tulo 4) e em seguida chega à teoria da remini s­ ciação dos monges à literatura antiga e recolhe banização, a sociedade se toma mais complexa t:
• f(lrrísrica : filosofia dos Padres da Igreja, do cência, Segundo essa teoria. a alma teria con­ illl'uneros documentos religiosos e pagãos para as heresias aumel1lam, prenunciando as rupl\lras
séc ulo li alé o V; templado as essências no mundo das idéia s formtlr urna vasta biblioteca. Seu trabalho teve na unidade secu lar da Igreja. Até entre os fiéis,
• Escoláslica: filosofia das escolas cristãs ou ames da vida presente, enquamo os sentidos I'olllinuida(]e com os mon ges benedilinos. mesmo quando não se despreza a religiosidade,
dos doutores da Igreja, do século IX até o XIV. seriam apenas ocasião das lembrança s e não a I,;idlllll ,k Sevilha (S6Q?-636) condensa. em o gosto pelo racional se toma evidente. As uni­
fonte própria do conhecimento, :lO livlm. li:: 1l1ólis diversos aspectos das anes li­ versidades serão o foco, por excelência, dessa
O cristão Agoslin ho adapta essa explicaçflo ht'lII i~ l' di' IIlóUllló!iS da Anti)!uidade, segundo a fennentaçào intelectual.
2. A Patrística à leoria da i/llmillaçã o, O homem receheria de 1'1'1':I'I'l'li VII I Ii:il:l.
Deus o conhecimento das ve rdades eternas, o NIlIIl j'I .IIC1la SI' tlt:slaca a sabedoria de Beda, Q
A filosofia dos Padres da Igreja teve início no que não significa de spre z.ar o próprio imelec­ 11 VC ' II" lll v.. 1 (!I/ . \ - "'I.~ ). grande: leólogo e peda­ O método da Escolástica 9).
período decadente do Império Romano, no sécu· to. pois, como o sol. Deus ilumina a razão e I'0gll I h' pllH, "r IIIU III 111) 1I1oslei ro de Yarrow, G"
lo lI, Por questões didáticas, optamos por estudá­ torna possível o pen snr correto, O saber. por­ 111111 1' IN "" 1' 11 111 . ... ~ lIhl,lhll r,,( ) Ilp6s sua morte Vimos que Boécio. 110 século VI, traduz e co- --;::';
la neste capíllllo devido à importância para a tamo, não é transmitido pelo mestre aO' aluno, Jlllln IiI NI 11'11111 1 pllellll , I ' ~ II' bi ~ p o . por sua vez, Illema o OrgallOlI, a lógica de ArisIÓte!es, para -::
compreensão do pensamento medieval. já que a posse da verdade é uma ex periência fui li lI\t~ lir clr Ali 1\11 111 rn " "HIH), convidado dar subsídios ao desenvolvimento do gosto pela
A Patrística se caracteriza pela intenção que não vem do exterior. mas de dentro de flUI ( '1111", I\11i1l1l1l 1"1111 Ilt 1',111111111 11'; " ~(;o las do dispula imeleclU·a l.
apologética, isto é. de defesa da fé e conversão cada um , Isso é possível porque "Cristo habita bllpr ,," 1111111111 11 1(., ' 1111111 V"II' III1O /., No período áureo da Escolástica (séculos
dos não-cristãos, A exposição da doutrina reli­ no homem interior", Toda educação é, de ssa XII <: XII I). ()~ teó\og.\l' pl'clCm:lm :lj1oiar a f~
'
giosa tenta harmonizar a fé e a razão. a fim de forma. uma aUlo-educação, possibilitada pela na 1:11:\0. a fim de melhor jllStificar as crenças .
compreender a natureza de Deus e da alma e os iluminação divina. I\, A I ~I 01,,\ , 1& .1 """V/'Ilrl (\!, 11 0/)-1:1'1'111"$ (: aind:·, co mbater os
valores da vida moral. No final da sua vida, Agostinho presencia a in­ ",IIII I ~, 1/ ,,1 111 1'\' dl\ ~ h l·ll:s ia~. lliío é possível
Os primeiros teólogos, ao retomar a filosofia vasão dos vândalos, depois de terem devastado a 1\ I \\ I.III I< I"'n I' 1I 111111~ 1\111\ I' ' 1'I, '\~ nlll l il lll 'l IIpr ll IH. li"I"" " 1'\1'11 \'11. sl: lIdo lI t; ce~s l\rio o Ira­
platônica, dão destaque a alguns temas. adaptan­ Espanha, passado pela África e sitiado Hipona. O 1<11" 1111 1,,,, lI\1'tllC II III 11nM' II V10I 1' I' _r 111,,,111" "~ ' ,,11111' ,'" IIl f llllll' lIllll, !III. SIili[ lln111ve l por UIl1
do-os à ótica cristã de valorização do supra-sen­ Império Romano chega a seus estel1ores. Inicia-se 1111111.\, 1" "1 M' I I I\ , "I ~ " \l1 1 1I ••IC· 1I11 1 ;oi 111 1' 111111' I" ~ li 11111 \" 1' 11 " Ik '· .\IH)·:i,·ll ul' tl.:fllsn dos I'"n­
sível. a fim de fundamentar uma moral rigorosa. a Idade Média. e dUr.lme vários séculos o pensa­ ~' II ,I.. ;.; 1V, "lIlI lli ll l.. rl lI dl ' l I, M III 111 1\l,1 " 1111' til VI'HJ! , :\
que defende a abdicação do mundo e o controle mento agostiniano fornecerá elementos impol1an­ l{r ul!''' 1I 11" lilll I ' IIIII[\ , I ~, I Ii il lil~ II, 11 (1111 q,' 1 11 A III"''' il lll ',C' 111111" "'>1 ,"10 obri góllôrio do tt:6­
racional das paixôes , tes para o rrabalho de conciliação entre fé e raz:"io, II\ O ~ 1 1 1i1l 1' l\I.hill llll 11111 nl' " I I1 ~ ,\, 1",/",/1', I" ,I 11 11)/\1'. 1"'·:tll' lI"I' ~ai\ta C\l/lIprc.t:ndcr o limite da
Alguns representanles da Patrislica são Cle­ \,1I,II "I,~ 1I1 d 'l ~ 1111'" 11111'1111... 1111111' \111"1' ,,",,1,,' 111 'I 11 IIl,'n " tida, N:'I Idade Média é considcrada "ser­
mente de Alexandria, Orígenes e Tertuliano. " 11I 1I 1 1I~' "1 ti,. 1I111~1I 1 111 I Ilh ,II .,tllI.I>l11111 111I(' III (' V" dlll \:ologin" (allcil/o r/Je%gillc). porque a r<l­ :\
mas a principal figura é SanlO Agoslinho (354­ 3. Os enciclopedistas dllllllllllt, ""1,1/'11'" 1.11\> eIlCIlIII .. a-,~ a s\:rvi~:o (Ia fé. O clllbas:lmCIlIO
430). bispo de HiponH (none du África), Duran­ ( )~ \1111 n ll il ' I.l' I~ ti " 1I11111'II I,m" 1111 10011(k M\l dill pura as argullIelllações é forn ecido pela lógica
te muilo tempo, Agoslinho dá aulas de retórica Na pli.meira metade da Idade Média é gran­ ~ " /111111 '"11 1\1\ , ""I'I· ltI..nil li" 1illlllnI II C" "10 ."I'ill- , :lrislolélica, sobretudo pelo silogismo, forma aca­
em Tagaste, sua cidade nalal. e depois em Roma de a influência das ohras dos Padres da Igreja. 111111 <llv lll ll, til ' I'" M' II I1I' 1I1 ,,1'111 '1'1' 11111' ljlll' deve hada do p~nsam\:11l0 dcdulivo. A dcclu\~ão é UIII
e Milão, onde entra em contato com a filosofia Vários pensadores de saber enciclopédico re­ 1·II.i""" ,'li. 1"111 11'11111111' "1. "" 'l/I "'I1~'nO d" nlma <! lipo de raciocínio que partc de proposiçôes ge­
neoplatônica, As questôes religiosas levam-no tomam a cullura anliga e continuam o trabalho 1111 ,,\tlu ,'11'11111 I, IId" l' 1I' ... I ~ III I I ~ pos~ívcis COII- rais para chq;ar a conclusões gerais ou panicu­
a aderir à seita dos maniqueus, segundo os quais de adequação às verdades teol ógicas. Conhe­ 1111"",111'\ /'1111> ' 1,I I' IIl1 n ". n' , lll1l ~ nda- s~ respei- lares, Nesse proCeSSO. do conh\!cido sãu liradas
há dois princípios divinos, o do bem e o do mal. cem o programa geral das sete artes liberais. 1111 "1'1"1'1" li /"1,,. '/' /" .I" 111II01'i,1"IIII , qlle exige as conclusões nele implícitas,
Por fim, cOllverte-se ao crislianismo e dedica consultam manuais de estudo, lêem as oh!,.1s 1IIIIIIIItll1".'· 1'111" l'IIII·.II\(ar os grandcs s:íbios e in- Munidos do instrumental para a discu ssão, sur­
sua vida à elaboração da filosofia criSlã. Escre­ clássicas, Selecionam texto s. copiam. tradu­ 11' '1'"·!I.... I1 l1lilii/!I(I\) ~ I'cln Igreja , sobr\! a leilllra gem inúmeros cO lllcntadores dos lextos sag r;ldo s
ve inúmeras' obras, entre as quais A cidade de zem, adaptam à fé cristã e dessa forma diful1­ d'I" 1·llh·. I,·tI" ,' "o ~ 1,·"IOSsagrados . Evila-se, as­ da Bíblia e dos escritos dos I'aclrcs da Igreja que
Dells e COllfissões , Seu trabalho específico so­ dem a crença e estabelecem parâmetros de in ­ '11111 , " loIl" I\ II" "<lc' th: inlcrpr~la ções e se malllém alargam a rc nL' xão pessoal. criando o método
hre educaçno é O pequeno livro De Ma g islro
(Do Mesrre), no qual dialoga com Adeodaio.
lerpn.:taç1io, "ti
11 I'( )I::IIIII 11',1e.i n. esculti.Hico. conslituídul'llr v;\rias etapas: a killl­
Marciano Cape lia, africano de nascimento. Ap'\h o Il'ahlllho cl1cicl()p~dico dos s,ibios da ra (Ieclio). o cOIll\:nlário (glo.\'SlI), as questões
seu filho de 16 anos, por volta de 430 escreve sobre as anes liberai s IwillW ill1 pal'te da Idade Mé.di:l. a Escolástica ini­ (qllaeslio) e a discussão (dislillfllrio)l.
Coneen trado na questão da origem e natu­ (ver dropes 2). Boécio (480?-524) destaca .. se. ~ ill 11 S ls ll:ntnri/, a~: ;in da doutrina. recorrendo cada
Ij
Nem ~~mpre cssas di sc ussões pcrmilem vôos
rtl.a do conhecimento, como Platão Ago stinho pela tradução e pelos comentários de obras dll fi ­ VCf lI\ai ~ :10 conclIr,o da razão , Enqual1lo lia Alta Illuilo altos, de:: tal forma se acham vinculadas ils
distingue dois tipos: um, imperfeito, mutável. losofia grega, introduzindo os tratados lógicos de
advérn dos scntidos, e o OUlro, que é o perfeito Aristóteles que scrvir50 de base para todo o en­
conhecimclllo das es sê ncias imutáveis, de sino da argumentação na Idade Média. ' ColIsu h;u hlSé Si l\'c ir;t d~ COSI ;), Tomas de Aquino: a nll.:1(1 a serviço d3 rt. Silo Paulo. ~lnJcrna.1993 (Co!. l..oEos l, p. 25 c Jó.
tI Ih l lll \' 11\ ( l' ll! 11 11111 11 ' 1 ,1 11111\1111

"i H 1I II II hn 14 11" 111 I dll.' di ~ \ IH ' 11 ,11 ,11\, n~ II " tll', hl\ 11111' lh " ' IIIIIHllI 1.1 UIII Vt' ,':ill. n nlllorld;1 piolu, A I'\lu C::I~' :1 ,I II : C" c' \l UII ', .I"
' " l' 1111.1" ,l iII '·I,ll! ili 11'1 dli ,'11 111 ·1'.11 11 1'11111 1\ \""1 ", 01, ' , 11 V/o ldlll j,- ailJ, l\lillil. a r,', Já qll ~ ns dirnl:lIça~ que UI1I II1l!io Piu'a i\lill gb' ('I ;,10-:11
' 1II\ II IIlJ'l ' I I t IOI Il II ' ,, ~di! I 111111 1 illll h 1 "' 11111\11 II 1I\1i1 vl dll l\i ~ nau t<: 11I taHt a il11ponil ncia, justifica­ da ver<\;]dc I! do bem, slIp"lall­
)11 11 ! IIIIIIU "I ' I' I dtt, i ' ~' ~ ltlljll\l rl lll ' I 'illll l id ',H :,,' 1I\11a pe{/lIgol!ill perel/e , assentada em valores do as dificuldad es intl! rpos tlls
1'1' , , li " " oi" 111111 11 .; , 1111111111111111'1 '1.- ,'11"" 111111". 't "- rllns c imutáveis. pelas tentações do pecado.
'11 " ' " , 1111\.11 11' li l IIYII , 1111111 11 01 ""1,, 1111111 11 111111 Por outro lado, os nominali stas consideram A idéia de 11m princípio di ­
Ild ih' d, '~ "II ' .11'1 1111'11"'" IlI i 111111',II 'W1'" () individual mai s real. e ent50 o crilério da vi no orclenaLlor do mundo ~ o
1' 111111 111 11 '111', " " \111 11 \ "", ,q lf llllo a, críticas verdade nflo será a fé c a autoridade. mas a ra­ ce rne do pell sa mento tomisla .
I\i' q~1 , h~ I I' I' 1'"II1,tl l:,II I" ,1r ~ \ ~ Ill élOdo. ÔO humana , o quc, de certa forma , fa~. vi slun1­ Ao apre se ntar a quinta (e lÍlti­ G',
..,r:'
brar o raci onalislllo burguês. marca fundamen­ ma) das famosas provas da :.,; / ) '

tai da Idade Moderna. Ponanto o qu e se con­ exist':ncia de DeuS, Santo To­ G


A 'I1I( .. ,(.tO d()~ universais trapõe na qllcstflo dos universais.! fé e raz50 , m,\s arglllllcllla qllc a ordell1 c
ortod ox ia e hl!rl!sia, fcudali snlo c novas forças finalidade no universo dc vc m·
A (" "H1'ihlliç;IO dc Boécio para a· ldade Mé­ da burguesia nascente. se a Ulll a illlcli g'; ncia ordcna­
dia , ;dl~11\ dn lr<\dução da lógica aristolélica, deVC­ A tcndêllcia nominalista reaparece n9 século dora , As si m. sc nll nllllldll
sç a()~ çOl1\cilt;\rios sohre os IInivasai s, gerando XIV com Guilherme de Ockham, inglês ti" I!SCO­ tudo te nde para 11m fim. de
a fal1\osa q lles/tio dos IIl/il'ersaiJ. la de Oxford. a mesma a que pet1ellcera o frade . maneira n realizar o qUe é me ­
Essn temática. recorrente nos séculos Xl e Roger Dacon no século anterior. Os frl\nciscllnos lhor. "os sere~ $50 dirigidos
XII. di'ClIte a existência real dos gêneros e es­ dessa escola rcprescl1lam uma rc:aç~o no IOtnís· por a\ <! " C,)glhlscentc c intdl­
pécies, separadamt:l1le dos objetos se nsíveis que mo e, de certa forma . antecipam o espfrit o gente, C0ll10 a fle cha é di ri­
as compõem. O 1II!iI'ersn/ é o conceito, a idéia. renascenti sta ao valorizar a observaç50 e a cxp ~ ­ gida pelo arqueiro. Por consc­
a essência comum a todas as coisas . Assim. por rimentaç iio no estudo das ciências da naturé/,II ~ . ~ lIillt c, cx i ~ t l! 11m se r il1tcli ­
exemplo, o conceito hOll/em é um uni ve rsa l. )'l' lIt" pel" qual n~ C'o isns nll­
O problema que se coloca enlão é o'seguinte: 111111 \:. ~,h" IlIeI"IIIHln ~ . Vi $llIlcln
o O universal é algo real, tem uma realidade A síntese tomista iI \1111 11111 ; " 1\ t · ~\~. l· ~C (' <klh'Hn j ­
objetiva? Ou seja: os universai s são realidades 11:111111 ', Il"II ~" ,
(res)~ No século XIII, apogeu da Escolástica. Sl!\l IlIncl". t\IIII1S II S Cl'ialll··
II" SM'
O universal é apenas um conteúdo da nos sa
o principal expoente é o dominicano Santo Tom~ s la ~ ele so podem aspirar
1)1: 11$
mente , expresso em um nome 0 Ou seja: os uni­ de Aquino (1225-1274), Discípulo de Alberto por Fk. A sc nwllIe do carvalho
versais são palavras (voces)? Magno, continua o esforço do mestre na divul asp ira:1 pcrfeiç:io de sua for ma.
Os que respondem afirmativamente à pri­ gação e coment<Írio da obra de Aristóteles, o ;\\lill1al husca realizar seu in s­
meira questão sào os realisras. entre os quais adaptando-a à verdade revelada. Escreve di ve r­ tinto. O hOIllt:Il1 , no entanto, por
Sa nto Anselmo (1033-1109) e Guilherme de sas obrfs, destacando-se a SUflla Teol ógica , \HII " ~(II IIi'I", ,111 SlIlIt" 'I',i\lI ~ S: "\'l\rCCe qlle ~Ô n CIIS possu ir a illlc\igênci a, de ve aprender a discernir.
Champeaux (c.1168-c.1121). Adeptos da se­ monumental trabalho de síntese. C'I\,'.llIlI r d l'vl' :11"1' ('hll lllllllo Mc;strc", dl!nlrl! os divnsos bens, aqlle\c que t! o Bem su­
gunda opç ão são os /Jolllilln/is ras, cujo princi­ Até essa época, o pensamcnto de Arist ótch;s 1'11111 :'" lIt,. '!'lIll llh, 11 1:(\lIciI\::io é 11 111 a ativida­ premo, E nc sse mOlllento est ;\ sujeilo ao eno (e
pal repre sentante é Roscelino (século XI) e. fora difundido pelos filóso fos árabes Av icena \t. - '1UI' I"rllll rrlllidlllk "'iuiln '1"C é pott'lIcial. ao p~c;\do). qllando l' scolht: 11111 h~11I mel",r,
com alglllllas r~strições, Pedro Abelardo (sc'cu­ (s~culo Xl) e Averróis (séclIIIl XII). Por iSSI)
". ~ A,, ',IIII , lIada IlIai s ~ dll qUI! a IIIIIlJli:IICci" da s COIII" 11 pra/er ~t' il s nal, pnr exc lllplll.
lo XII), quc, numa posição intermedi;\ria, dc­ mesmo era visto com muita de sconfiança pela IIIlh'l\<'Ín liclad.:s da criança, processo que o prlÍ­ ClllllO SI! vê, a metafísica de SailtO Tnm <ls
fende o COIlCel'lIIalislllo. Igreja, sobretudo porque as tradllções el e SUII pl I11 c,IIIClIlldo dcscnvolve com o au xílio do mes­ de se lllhocJ na ética, qlll! por sua vez forne ce
Muitas vezes a di sputa cntre realislas e nomi­ obra estavam comprometidas por nflo sercmTt',i.. ti I', 1\ icl ,~ia dn IlIlIaliz<I\:[io da s potencialidadrs ~e os elementos para IIll1a pedago gia, COI1lU ill s­
lIali~t;rs tOrlla-:;c inflamada, ji\ qlle os ()p(1silOre~ tas dirclallleClíe do grcgo para o lalim, lIlas do trumento p~ra rcalizar nn Illllllelll o que pede
~ u ~ tC\lla t~ul\bcln IIJ teoria ar istotélica da llIatt'ria
sJ<.l 11 II.Ji tO elóq lientes. O que nos interessa anali­ hcbreu ou do árabe. é (\:\ fortllil. dois princípios indissociáveis, CO lllO sua nalllrel.a, "O hem ohjclivo. líllic\l capilz de
S;lr, rO I ·~rn, é o si gnificndo dcs sa oposição. dcs­ A res peito de r~dilgo gia. SilI1l0 TOIll;\s CS ('II> proporcionar à lIatmaa hlll1l ~llIa a ft:licidadt:
vimos 110 Cl pftulo 4.
~(\ hrilldo-Iht: as Lluas força s que começam a mi­ ve D( MIIgislro . obra homônima à de Sallt<l perfcita. é Deus. A razão. seculldada pela re­
Apesar da impoI1iíncia da vontade hUl11ana
lI ar a compreen s50 mística do mundo medieval. Agostinho, da qll ai retoma mllitos conceit os, Por vclaçflo. lIIostra 11 Cillllillho que se dl! ve seguir
nesse proçcsso, o ensino depende das Santas Es­
criluras e da graça da Providência divina. j;\ qllc pilra ilkailç;l-I o'·).

'C<lIl:-.ullar Afllouh.l CI;.Itl~~C, A Idade hl~dia., in M3urice Dc:bes~e e Ga510n Mialaret, Tratudo das ciências pedagógicas, v.
(1Ii ' "\ri,, d" fX'oIagogia), p. 143.
))",é Silv<ir" ,1:1 Costll . "/,,,,,,,1> u, A,/u;",,: u ",do .. serviço li.. fc. 5"0 I'IIulu, MoJ<rua, 19').t (Co!. Logos l. p. 70.
74
111
,,11:1\ \ 't\tlI' ;. IIllelt-,·ttllll l' 1'"1"IIIIIII·lIli':.. .1"1111" "'.
qll"i~ Il an glcH:a xfto Alcuino . O oh.iI·li vo do iln­
\ ti I'''' .I \. I ~ \. dl',:'" l"í!\1I "illlll l'lI illllillt: pu", t;'l'ililllillitl;t<Ic. 111I t:1l1lal1l.. pe rador é a reforma da vida ec!esiá~lica c, conse­ Após o í1111t'sr- illll'lIlo dI' 1\<;111,010' \lI ohlll' " '' li "
11,1111 IIlllrtil icao;nes, como o uso do flagelo. Por qüentemente, do sistema de ensino. tras inv"s i~s birharas assol~1I1I a 1-\11 01':1. plllVl ~ 1111
" I" I 11 '1" ' 01\ d" 1\ 111"' 1111 "n i 01 1 '-, "" 11:1'1 ,,, isso sflo chamados ascetas. A palavra ascese, se­ É criada então a escola pa/mina (assim chama­ do novo retrocesso. COlll o lim dcssas illt:lII; ÔI'S, "",
, ' 11111111111 111 1""'111,1" \111 " .,,1 1"11, " 11(" .'111 al)'u ',
1111 11 gundo o Novo dicionário da língua porrugueSIL , da porque funciona ao lado do palácio), sede de um Cruzadas liberam a naveg;I<;:lo nl1 Me:dilen';ul<,;I) "
111 111" I 11' •. '\1' I' 1'1 tl r l U IlI:1 das ~l~(e

I'"
'tI.1 I 11 ' 1111. de Aurélio B. de Holanda Ferreira, signi fica novo movimento de difusão dos esrudos quc visa à reinicia-se o desenvolvimelllo do comércio, o 11'1I~
111 10 , ItlII " 111\ 11 1I 1i'1i 11 .11' dllClIlIl i:ut os qlle "exercício prático qlle leva à efetiva realização reesrn.lluração e fund ação de escolas /IIolltlcais, de altera definiti vamente (1 pallnrama econômico e so­
, '11111 '11111111 ,I' \1',10'11 1'111 tI....',":, t; ~ ç c) las depois do da vinude, à plenitude da vida moral", e asce­ escolas Ca/cdrais (ao lado das igrejas, nas cidades) cial. A principal conseqüência é o renascimci1Io das
.,,1, 11111 \' 111 ,",' "110,:. IlIl.", lU,:, Ic\'alll a crer qlle tismo é uma "moral que desvaloriza os aspectos e escolas paroq/liais, de níVel elemelllar. cidades e o surgimento de ullla cI;L~se, a burguesia.
11"" \11" '"11 I"" ,,1;'11111 1 ~ lIlpO , Alguns bárbaros, corpóreos e sensíveis do homem". O conteúdo do ensino é o estudo clássico das A palavra b/l rgo iniciah\1cnte significa caslc­
! 11111" li ', 1,,,,1,,,, c n~ horgúlldios, por exemplo,
Ao se juntar nos mosteiros, os ascetas intensifi­ sele artes liberais - as anes do honl':lII li vrc, di s­ lo, C;tsa nobrc . fortaleza (HI \1Hlsleiro. illcluilldo c
1111111., :, 11, 1 illil'i"dm nas letras lalinas, e duranle cam a vida comunilária. Embora 1I0 séclIlo VI jd tinias das anes mecã nicas do homelll servi I -, as cen:ania s. Co m o 1e:llIpOns hurg ns se transfo r­ '-J .
II1 11Ul11 IClllpO cOl1servam- .ie as características da existissem alguns mosteiros, em 519 São Benlo -"
cujas disciplinas começam a ser delimiladas de sde mam em cidades. cujos nm:dores abrigam os st:r­ (~
orgullizaçiio administrativa do Império, o que fund a em Monte Cassino, na Itália, a Ordem os tempos dos sofIstas gregos (ver p. 43). Na Idade: vos lihertos que se dcdi (,~ \llI ao comércio e pas­
<.:xi gc p~s~oal instruído. Beneditina, que pode ser considerada a plimciJ<1 em Média elas constituíram o Irivilll/l e o q/ll/{lril'ill/ll. sam a sa chanlildos de burgu ~se:s.
COIll a decadência da sociedade merovíngia, importância na Idade Média. Os monges bencdili­ Como vimos no inicio desle capítulo, no século V Por volta do século Xl. () comércio re ss urge.
porém. es sas escolas também leriam entrado em nos se submetem a uma disciplina rigorosn e se de­ Marci:1no Carel\a escreve um livro sobre esse as­ :1S moedas volwm a ci rcllbr. os negocianles for­
desagregação. sendo fundadas escolas cristãs. ao dicam ao trabalho intelectual e ao manual. sunlO. e daí em dinnte a divis50 d<ls sele anes serviu mall1ligas ele proleç~o. nHIIlI:I/lI feiras em div er­
lado dos mosteiros e caledrais. C0l110 conseqüên­ Criar escolas não é a finalidade principal d()s para e~boçar UIII programa de e:n~ino. embora ~ua sas regiôcs d" lIlr,)p" c LkpcmlclI) lbs ali\'idadcs
ciu. os funci(\núrios leigos do Estado passam a mosteiros, mas a atividade pedagógica se lorna in,-­ d.-fi nili\·:) adoção tenha se d,,(\o "pcn", por ocasiãl' dos h;tnqtlcirlK As cidalks cresccm graças ao
ser substituído" por religiosos, então os únicos viuível à medida que é preciso instruir os novos ir­ "a'~ Il'rllll1\aSde Aknfno, no século IX. comércio !1orc'sct: nt e. c l'lllllCçalll as ilHas COll lra
que sabem ler e escrever. mãos. Surgem então as escolas IIwllacais (nos mos­ N" fi j vi/llll , C01\stllln II~ di~t' iplillll~ de gr;I11\ :\­ " [l1lCI.-r dos ~ , e llh n l l:S fcutl:lis . Aos [lOUCOs as vi­
teiros), em que se aprende o latim e as humanida­ li, ':1 11'1,11i"1I ,. tliaI.'tkn , t'()III":I'(!llIlt'lIt(' S 1111 1'11 I tlti !>c'IH1('J\!111I ~ ' ll '~ \II ~ I~)I ' II1i11l1 !-.cJ C III ("onllllll"l.\' ou
des. Os melhores alunos coroam a aprendiwg(',11I ~,II!" 1I,,'oIi... (1If/l"d,it'/II/11. 11111111111" I"H' Ill'ol ll 111' ",.,!"d,'" 1" ,,, ,.\
2. O monaquismo com o estudo da filosofia e da teologia. tl lu, UI 11 11 1\(1Ir 11 , lI ' tlllll<ll lll" I' IIII\ ~ I. ' II , " d,' lI (wl P ~~ II' . 11111.11111\' 11'. 11'1"'1 (' 11 11' 111 I' nl IIltlO\ os s,;­
o monaquismo é um mO\'imento religioso de­ Os mosteiros assumem o monópolio da cil:n­ :,lIpnll"I, , 1'111111 11" 1-\t- dll., 'lpllll ll', ',fI" 1",1110111.1 1", (ou,", 0111 :" " i"d,I'Io- , ( )t"I.- S,\ I:Kbtli l o poder do
sen voh'ido nos mosteiros e que exerceu considerá­ cia e se tornam o principal rednto da Ctl1ll1r;!. jlllI \tlll 11111111 \111 IIl f"I lltll ,\. I'I H,/.(III ', 11 11 1\ H' .. .111 ,' 1<' 11', I 111111 .11'0\'-' '- o d" burt!lIês. S,:­

vel innuência na cultura medieval. Etimolo­ Guardam nas bibliotecas os tesouros da cn1t\lnI NII', , ' nl'jll~ d,," II'iWIi , UI"lll ll i\ill 'ul,II, 'ln l " ,", ,;\" I l ê~ (\~, P'''(\~ da lIIivill:ide medi ev al: o c:aslc ·
gicamente. as palavras /IIos/eiro (/IIol1asleriol1) e greco-latina, traduzem obras para o latim, adap· 11"1,, 0111', 11\11111. I' di, IIIt,,,ill 11 11 : 111'" uII IUNd, ' 11'1111 lo. n IIlt.l~ (('i, o c a cidade : C' Irê~ os se u!' agentes:
IllOnge (/IIo'lilchrís) sflo formadas pelo mesmo radi­
tam algumas e reinterpretam outras à luz do cris­ ':11, UII' III 0111111111 O\,! 1"'111 I11 li 11 , 1' 111.11111 /.1' h i~ h'III": U LI IIllhrc. " I'adrl' e o 1 )\ lrt! lIl~ s.
cai grego '"0110S, que significa só, solilário. Ponan­ tianismo. Monges copistas, paciel1lemcllle, lIIul­ .111\11111, /1('lI ltl ll tllI 11'111 1.'11 , llil 11111.: de Ilt<'ill~ illar. 1:11­ ,\s ll1odifiL:açóc:s 110 sislema 11.: eduea.,' ;ln ra­
to monge é o re ligioso que procura a perfeição na liplicam os textos clássicos. '11111111' \ II Ntll o,' II'IIIl IlS dl l 11 ;1'111/11 ('Sl n" voltad"s zet\) surgir a ~ L'scrda:-: scn!liln:s. Seculllr signifi­
solidão e no afastamento da vida mundana. IlIlIlllI ~ 111 11"1 0\11 10('111Inllll' (J tli~c\1lir, o '1/1I1t/ril'illlll ca do $cl'ul(), do 11)\11111(1, r. por!;\I\tO, qualqtler ,Iti­
Em todos o~ tempos, religiÕt!s corno o judaís­ 3, O renascimento carolíngio " 1lIlIlh,tlll I'ollh(' rl(l() COIllO o conjulllo das anes vi dade não- religiosa. Sc, ;lIc então, cduca\';\i, cla
lHO, hinduísmo e budismo têm exemplos dessa ,-- - ­ " 'III'i , 111'Nl,1I r,,!'I li 11 , 11 gCO lllctJ'Ía inclui CVl'lItllal ­ priviltgio dos (..·1éri l!O" \HI, 110 GlSO dos leigos. ;..c
forma de husca. Sã" famosos os 1H0ngcs do Eg ito A partir do s~cnl() Vlll, l'OIllIlS e()ll<Jtlist:l~ dI' 1\11'111.\ 11 t'. I'''~I(lfill, 11 nrillll.:'tir;1 I'SIUlb a lei d"s rC .\II'ÍI\;;ia iI ill , tlll\';IO rcli!,insil, o tloCII\'lll vill ll' lI­
e do Til~l e, que \'i\'em absolutamente: segregados, Islã, os ellropens pe:ruclIl o ace s~o ao IIlllr Medi­ 1111 11 11 'i'Il\ , Ii n~II'()II()(llia traia da físic,l, a IllIísica, as \o ti" t:l'lllc'rcio faz rcap;m:ccr a nl'cessidadc de
nas nor~stas. cavernas ou desenos. Outros se reú­ terrâneo, e com isso o com~rcio declina ainda I,·i ~ d(l:~ '''"S t: 1\ hal1l1ollia do 11111n(II'. se apr.:ndcr a ler. escrever c ca\cular.
nem e:m mosteiros sitllados em IlIgares de sa­ mai ~ , provocando regrcs s ~o econômica e illl('n­ 1"1\1\ I'l.:ssnlvll devc ser fcita COIII relação ao ne il\ício. os bur~u.: scs freqüclllaln "s esclllas
bitados. mas sc recolhem ClIl celas separadas. si ficando o processo dc fL:lldalizaçiio . As pessoas \'oll.;ciw de (lrles rl"iliJ: se: "ciência antiga tinha 1lI0nacais c caledrais. !lias 10,'1' pnX'uralllUllla edu­
Com a ikcadência do Império, alimenta o mí­ se desinteress;lIn de nprencler a ler e a cscrcvn, c 11 il\l(:II(;~o; \c ell[cnd.:r a re:alidalk, certamcnt.: o cao;::lo qtlc atellda aos nbjetivos Li" vida I'r:\lica. ]\'r
11Iero daqlleks qlle, desgoslosos COIII o afrollxa­ lIleSIIlO na Igreja mllitos padres se desc uidalll "" flll,ia dc forma illl:ipkllle, porqlle a fi,~ica ari s­ volta do séclllo \11 ~tlr!!Clll I'cqtlcll<ls csC\,las lias
IIlf/lto dos t:\lStll/lleS, refllgiam -se n(lS dCSCl\os cllltura c da formação intelectual. Apesar desses lotclictl era ljualit:lliva, a ilstronoll\i;1 lIIuitas ve­ cidadcs mais illlportalltes, com l'rt1fcssorcs leigos
CO IIIOeremitas (011 ermilões). Panindo da crença falores, cnda vcz m:1is o Estado pre:cisa do clero leS sc emedava na astrologia. o estudo da gco­ nomeados pcla ilutl)ridatlc Illllllicipa\. O lalim é
de qlle () ('orpo L' ocasi~n de pccit<ln. replldialll os CIII[o nas atividlldcs ndlllinistflllh'l\s . IIIdritl CJ\trclIlcaVll disc lI~stlCS sobrc for/llas per­ sllh~(itllído pela líllgua nacional, e elll vez do tradi­
I'ral,cres ~clIs\lais. ,Ibstêm-se de sexo. alimen[alll­ No fin al do século VIJI c cOltle\'o do IX, lem feitas . O teor dessas discuss(ies sofrcrü lIlouifi­ cional rril ';1II1/ e (jllllrl,.il 'ÚIlIl são cllfatizadas as 110­
se frll gall/lCllte, jejllillll com freqii':ncia e dedi­ início o n:nascimcllto ca ro J(llgi o, qnundo Cn r!os C;tçücs scnsíveis apenas no século XVII, com" çõcs de história. geog rafia e ciências naturais. qtl':
C;\l1I () tempo ils oraçfle:s. Para vencer as paixões Magno, i.lllperador dos francos, traz para sua cor­ revoluçiIo ckntílica levada a efeilo por Galiku. constilllíalll de falO as arte ~ n:ais.

76 77
A', qd 'id n', M"' ,!I iHI " " I1 U II ~ IIII\I .. p ll ~ I l\ 'tll : \l1I i 1 .''' , 1\ 111t " llq li" )IH ,tl II11) , \) IltH'I' 1HI dI ' li aha lho l' de sagraç;\o. Na prinlcil" ct:lP", " () ~ ~ I'I ~ U\I' !\ l g ll H qll :dqU f l :\' 11 .1 ' 1111'\1 11.1111111111.111 \ ', 1 ' ,' 11.\1
1111111 I'j" \'o lt ll,' n ll, IHI /,I ' lIlidtl d" l 'I) II Ii " ,llIl jl l'I I' ,\IIP ',', \ o ll ci l \' iil'~ de aplell<li'l.age lll. 15 anos, o nlLnino <! enviado a oUlro eaSlclll. para In;t rc.:(~ ll cir()~" l:llllidl)H:~ , oU ;,:l ll ; ItI ' lIu '~ , l'\l q 11'.11 I

1 (.·l i ~, ;() ~. n , 111\111 1) 11\1111111 HII I(lI a l í 11I11I . quIi ' IIIIIIIIU I'ala ;II ;'lI"1l1 possuir lima olicina, precisa di s­ servir como pajem. Aí convive com as dama s. que nos illtc rcss;1 aqui . Irala· ,,· (Ia "1111 II'l'I :,idwli
1'101'01' 1;\ Hli vfI, vollllChl pll,lllll' , 1I111 ' 1!" ,'. I "\ d JII!.!'. 1101 d ~ CCIlI)(Hnias e provar, lia corporação, que é aprende Jl1Ílsica, poesia. jogos de salão, a falar bem, dos mestres c eswdanles·'. No espírilo da s "'li
"IC 11111 1' "t ','.. 1 ,'UI 'I',C ' r IPlíhl t' apa~ de produzir uma obra-prima em sua especi ­ exercita-se nos espones e adquire as maneiras cor­ porações, são O res ultad o da influênc ia da elas,,'
l'-lu illklll , U', , ' lI ,11a1l1 11,111 dl',PPI'llIliI' 1ll' t1ll1l )" alidade. Se aprovado. paga uma taxa. recehe o tí­ leses. A conesia, ist o é. o viver "conês'·. sig nifica a burguesa. desejosa de ascensão social.
d,I\'(I(", I,iI"'pl.ldH', , ,I Il1" ," !, lI,rt'l,,' II~ IdlllUlS lUlo de me,,/re e a li cença para montar o negócio. m:1I1eira adequada de se componar na cone. Por volta do s':culo XII. procura-se a ,\lnpli ;I­
('111 dll (,II ~ IIII', lill 111', 11i! 1'11" plia ('a ~ a , Il i ' i ~ r(:.ia Os Iil'reJl[Ii:es vi vcm na casa do mestre sem pa­ A segunda etapa cOJlleça quando o jovem s~ tor­ ç~o dos cswdos, n50 só das se te artes liberais . C;,
\'" "111 :, UII !,"II.1. 1111111,' "!''i"il:1 d ~ rua o u :linda gar, sendo por ele alimelltados e no lIIomellto a(k­ na CIC/U/eiro, pondo-se a serviço de um cavaleiro. mas de filosofia. teologia, !eis e medicina, a rim "~-5'O
,du l'" 11111 :' :,:d.1 ( '(,"t il (I IlI stol'iador francês 'lua<.lo suhmetern -se a um exame para se tomarem Aprende a Jllontar li cavalo, ad\!Slr,l-se no manejo das de alender às solicitaçõc;; de Ul11a soc iedade cada ./:.
. 0
I'hili!,!,,' ,0\111',\. " 1 " s :: :I ~ <, ~c \lla s, é claro, eram in­ compallheiros ou oficiais. Podcm então trabalhar anna" exercita-se nas caçada, e nos lomeios ouliças, vez l1\alS complexa.
d"I" 'lId"IIIl ::, 1I111 11 ~ das llutr"s . FO!TiIVa-se O chflo por conta própria. cmpregando-se nlcdiante rcnlll­ a lim de estar prcpar.ldo parJ :L~ guerras. tão COIl1l1\l;; Sllrgl~lll (:1l1 Jo certos l1\t'S lrcs , eUl ge ral cl ri ri· \
\'11111 p:dllil. ~ o ,; alunos aí se selll<lvam . (... ) En­ neraçiJo. Às v\!zes viajam para outras terras, a fim naquela época. Ao mesmo lempo 'lU\! a pr\!par.lçii(l gos n50-ordelwdos, que se instal;ull de início 1\""
li\II, li IlIc:>lI'e esp~rava pelos alunos, como o co­ de conhecer novos processos de trabalho, "Ié se física merece cuidados. é d"da cOl1linuida(k à edu­ escolas existem"s. m;1S aos pllUCOS se torn:I\11 in ·
I \lt.:I'd 1111 te espera pelos fregueses . Algumas w­ sllbmetercm a ex,nne e abrir uma oficina. cação social, com a inU'(xluçãu a as;;untus políticos c dependentes e I1\Ud;\l11 de ullla cidade par" O\lt ..",
les, IIIIl lIlestre roubava os alunos do vizinho. As corporações não okrc:ccm . énlretÚJllO, a até rudimentos da conquista amorosa. Aprende ain­ C0l110 itinerantes. Alguns ficam famosos e atracln
Ncssu sala, reuniam-se entiio meninos e homens mobilidade que esta descri ção parece sugerir. da a ane dos cantores e dos jograis e a poesia u'ova­ inllmcros alunos. O mais célebre é Pedro Abe­
de todas as idades, de seis a :W anos ou mais",. Com o pass;lr do tempo, cobram taxas tão nltas, cloresca, que exalt.a a beleza feminina. . lardo (I 07 9 -11~2), co nhecido pelo disCLIrso calo­
A panir do século XIII. no entanto. a próplia que só os filhos dos mestres têm acesso às provas Aos 21 anos, após rigorosas pro\'as de valentia roso e pelas polcmicns que enfrentoll .
burguesia se divide entre o rico patriciado urbano, de ofício, delas fi cando excluídos os mai s pobre,. c dcstcmor, o escudóro é sagrado cQ\'(lléiro em Com o tempo, devido ;\ necessidade de llrg:t­

dedicado às atividades bancárias. e o segmento dos 'cril11(H\iu de grande pompcJ civil e religio sa. nizar melhor o trab"lho dispc:rso dos mestres in­

pequenos comerciantes e dos anesãos. Os primei­ \1\)", VUII")S, fi ed ll c(\ç~() do caval eiro niio desta­ depellll\!ntes, , fio cst ab\!lecitlas regras, proibiçõe;;

ros começam a se aproximar da classe nobre ent~o 6, Formação militar: a educação do ('\I u Utlvitlllllc inlel\ictuul, pois I\lllilOS sequer sa­ c priviI 6/Ji(,s. COI1\O " 111 <JlIlllqlll'r corpnra\';lo, h;í

diligente e desvalori zam o trabalho manual exerci­ cavaleiro 111'111 1(11 011 ":,l'J,'V,'I, 111'" val"dnl 11 $ hultilitll\d c ~ " ~,x i l',\ n l' ill \te 1" "V!" pJlJlI ,,1111'1' os títulos d e h,, ­

do pelo outro segmento. Conseqüentemente, tam­ ela \'II~' I I (' tllI /lllt'tll1 , 1,,-," ('''"11111 lo, IIUII:nO (' ~,pll I clllll'O l, Ik\'ll rlll do (' d, )"t!]\.

bem procuram restabelecer a educação voltada para Por volta do século Xl, vários acontecimentos IIIIIL "'1,,1.. ,' 111 vl ~lI\ "', 1 ''' I\ ' ' ')1 1 t1 ~ \,111'111, '" .111 (' li A Ill1 lv l'l~ itl ll d, ' IIlHh: HlIli fHl de que Se..: t(; Il\ no­

a culrura "desinteressada", dei xa ndo para a burgue­ transfonnam o modo de vida medie\'al: o renas­ \' 11 1.'" .. : I" " UJI, 1II,,"I IILI.I,' , '111 '1111' 111 , 1,1" 1·,"!l",III. t(, I" !.II,Vl'l s"1 1I I1 d(' Sn i<:IJ)(l, na 1I ;\li;l , onde:: é

sia plebéia a~ escolas profissionais em que leitura e cimento comercial. o Oorescimento das cidades. o \ 1.11 '1\.111"1 ti,' 1""11" "III'"h',·
escrita se acham reduzidas ao mínimo. surgimento da classe burguesa, as Cruz,1das e a 11\ \ 'IIVllt ,' IH tl\, t.1l1t1I11 ' l ldl l1' " ",,-\Ir A MlIL'f'II' LICAÇÃO DAS UNIVERSIDADES
consolidação da instituição da ca\'alaria. 111 ell 'it'\ l'l l1111 IIJ1ll lt1 , " l\lll" ti" d, 1- - i- - r.--- '- f----'-.,----
Até o século X, os scnhores costumam recrtunr In ll Ntlll HI d'i r, tlc"1Il1IlJlIIIHlIt1 tl , 11111 . /~(-f ->-
k l..J<> "'_/ \,,J "<"
S_ Formação das "gentes de ofício" os soldados entre os homens livres, que compõem 1IU'Il'Il. Vt'llIl lIl I ~ "IIUII\'I\t, dtlllllltc
(/~,D, " f'
~J'·,)t~' Ng(/rE .~'~.\ j Cf
.)' ') MAH
principalmeme a infantaria. Com o desmoronamen ­ 1111111" "'11111\' 1I1I1I\(:l\t ll 1\ t Iia\' f1 o
Nas cidades, os hom ens libenos se ocupam . to da auto'ridade monárquica centralizada e a frag. IIll(~ II I III II tI\l~ I,I\IIOS'" 1\1I1tan cl~S ~.. {J . i'i(','lí'
com diversos ofícios: alfaiate, ferreiro, boticário, \.- ~ 1 ' . • ­ \,,~
lIJentação dos reinos em imímeros dllC;ldos e con, dI' (' 11 VII It 11 111, I\ :nll ,: cks s(: destll ­ &(91dCIl~~I~ltJ'l . - .... v 't,., -t'~ ./ , )
sapateiro, tecelão, marceneiro etc. CO\11 o incre­ dado~, torna-se costumc recorrer ao cavaleiro, sol· "1111 \,PI' I\III '( I'1rO A ('(I/Ir(lo de No­ , ' .. /6 .,. "
I1lcliln do com~rci(), eXpalltklll-'C al~lIl11a s da s
atividades que anles se reduziam ao II~l'e ss Jrio
pnra o consumo da própria comullidade. As t~c­
ciado qllc adqllire a hilhilidildc no I1wncjo das IIr
mas e pllssui cavalo e roupa adequada, a carí;;sin Hl
ilnnadur.l.
1111/11", qu\' d\' s\:I'l:I'c at:olltcci"ICII­
t q ~ dI) N(I'\I ItI V 1I1,1'0r tlcasiflo das
OCEANO
A TLÁNTlCO
j.J"
', _v.~,~ ';-' ~~
.PARIS
, Ang~,:s ~ ('Ittt\(l.f\S
EUIIOPA

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lula~ (' OlltJ'i1 oS IIIOUroS. O }'OCI/JIl

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C 31lOl$ Gf'OI~llJ • VIC~M~' '. ~ , (t~ f
nicas s~o aperrciçoudas, sobretudo quando as A cav;tlaria ~ fundarnclllalmcntc ulIJa institui · d" Cid, (k IHum inccl1o, rdata a ,~ IIS0.
4
A Vef~of\i ~.,. 'Ill"'bo f ..:..)
Cntz.adas tornam possível U\11 mai or COl1\;1to com ~'ão da nobreza, cmbora entre os cavaleiros hon ­ lt i~ I(\ri" li<: D. Rodrign, el Cid , qne COlml .;) • MOI II"tllh~JI~A\I'\"h.''1(l~''.:. -'{ \,SXChn
... IhH I Rd :1
)'AlAtI
~ ('" PI S•• \ .. A ;--.(\lll~O

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Pillôncw Nt GIIO
() Oriellte, M,iis cxigcnl\!, 11 socic(lJd\! Inedic\'al vcssc avcl1Iureiros de todo tipo c camponcses ell' l' il'<;1I no SI~Clllll Xl. / ... V"n.ldoh\i """'plv"nn . . ~ , . ~
começ:a 11 se illteressar pclo luxo e pélo confol10. riqnccidos. Sendo o lilho primogênito o hcnkiJ'\l " 11\ ·S."",,,,,,~"c·Óo;,,.
I'S5c ' Ft? \\'I~'::-\
Nada, por~l11 , pode S\!l' produzido sem a regu­ ( , ~-)' fJt<,\po,.~~ ~ <,.'7' ~
dils terras, com muita freqüéncia seus innãos s;'to c---..../ t Sabno 'I ~ . \.'" u-~ •
lanl <: IItaçüo rigorosa das corporarões dc ofício encaminhados para o clero ou para a ca\'alaria, 7, Univcrsidildes -, _",--- --_. _ C~-'1.!/ a ~~, '~ÁSIA',
(ou gr(: lui ns) . Nu cidade, cada prolissão dCICrtlli ­ ~- ' -- ' -""'0-/ '-0 ' 1.., ":'.I~ --'\
A aprendizilgeln JilS armas obedece a UIII ri ­ ÁFRICA . ~ >'1;', -~-­
11;1 o I)\atcri al a se r usado, o processo de fabrica­ tual mu ito severo, que culmina com a ce rim<'lnia A palavra Ulli1'ersidl/de (1111;­ ~

~'I!/'.I'i/(/ .\')
não significa, inicial­ • Uni-.le rsicbOcs coada s 80les de 1270 ,fIEDI7ERR"N EO
Á Univcrsklade:s Ciladas enlf6 1270 e 1350 (~ •.1"'­
mente, um estabelecimento de -~ - ._... '----... . ~ ,/
~ lli.wJria st)(;;ul da crillf/ ça (lICl ! olldlia . p. 166- 167. ensino, mas na Idade Média de­ fonte : tA.lIas I'lIs(OfiQIX t"rOU5se. Paus, libhWie: larollsse:, 1987, p . 55.
1.·IUdll VOIll a I'H" giosa. com censura e rigor. determinando a plllli­
l\iJuillO (ver p. 7:' c s.). ç~o dos dissidentes. a queima de livros e... dos
fi :,tividadc doc en te na universidade é desen­ seus autores. Na Idade Média predomilla uma sociedade re"
volvida conforme o método da Escolástica, ba­ No século XIV. as universidades entram em lativamente estática. hierarquizada. e por isso
( )1\lc1Id, c 0111 Plf' dttlldllillll, ' IIlIj'II ", ~, 1 1 !'rllll' U ~) tl1 · seado na Jec/io e na displIIatio. J á nos referimos decadência. asfixiadas pelo dogmatismo decor­ mesmo convencida de que Deus delenninara a
d'I',' 1('111111111'1 I ,~IIIII UIJII.'IIIIIIII' II. 1(:,1, 10 (' astro .. a esses procedimentos, pelos quai s os estudan­ rente da ausência de debate crítico. Resis tind o às cada um o seu lugar. seja religioso. nobre ou cam­
11"111111 (11111 1( ', I.ft .. ,dilolil', 1' 111 Ivlillllpcllier. tes exercitam as anes da dialética, discutindo as mudanças, mantêm a influência escolástica de ponês. Daí que no ideário medieval a sociedade
:;,,11111111111' 11 . 11'"1 111 I' N . II'i)II ·~. N() ~ \(:rrilórios proposições controvertidas. recnsa à observação e experimentação. distancio dividida surge aparéntem~nte orientada p:lra fins
1""11111111" 111', IH. lIlI' 1"'1 :,id,"ln , de Praga. Viena, fi universidade torna-se centro de krnlCn· ando·se das tendências que prcnllncialll o nasci­ t:0I11I1I1S: ;II:;IIIIS rezaJ1l para obter a salva\.'flo tle
C'
1I IIIt lrllol' IJ' , 1',,\1'11111 :.... ill'<lrct:eJll no rinal do tação intelectual. A Igreja . que mantivera a mento da ciência modema. tod os, outros combatem para todos defender. e a
I.t'- I'1110 1 XIV'. fI 'I·,illl. ao 10llgo da Idade Média hegemonia da cultura e espiritual idade no Oci­ maioria trabalha para o sllstento de todos.
""J).
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I, ".,"' 1I1I1I11Idll\ IlIlIi~ de RO na Europa Ocidental. dente, passa a ser afrontada com frcqiiên ciu pe­ Porta'lI\lll;;O se .iulga necess;\rio ensillar as Ie· (I
A IIlll oli lln quI.: flumcnta a importância da las heresias. disseminadas com o ressurgimento 8. Formação das mulheres tras aos camponeses. bastando fonn:l-Ios cris­
1I111\" ; lllidude, os reis e a Igreja disputam seu das cidades. Tão grande é o temor provocado tãos. A a\'ão da Igreja é clicaI. lIesse propós il o. \
\,
I'''!)lrol~, ~ no século XIII os dCllTlinicanos con­ pelas fomlas de contestação, qlle 11 Igreja conser­ Na Idade Média as mulheres n:ío tt:11I aces­ destacando -se as t:alcdrais gútie(\s illlp\lIlellt e~
Ne gllem militas cfltcdras. Inicialmente a lógica vadora resolve inswlar a Iflquisiçiio 011.5(111/0 so à educação formal. A mlllher pobre Iraha­ qu~ exaliam a espiritllalidade. os inúmeros arres­
II rlS \()f(!licn determina as regras do bem pen­ Ofício, cujos tribunais se espalham a p:u1ir do sé­ lha duramente ao lado do marido e, como ele. cos com temns religiosos e os livros - cujo aces­
~tII' , c com o pussar do tempo todas as obras de culo XII na Europa para apurar os "desvios da permanece analfabeta. As meninas nobres só so é mais res trit o - muito ilustrados para o en­
Aristóteles s50 traduzidas para o latim. A fé". Ordens religiosas, como a dos domini canos. aprendem alguma coisa quando re cebe m aulas tendimento dos analfabetos.
Escolástica atinge nesse século o apogeu. so­ assumem o trabalho de manter a ortodoxia reli- em seu próprio castelo. Nest~ caso. estudam () que. 110 entanto. atill~e. o povo \11' lIlodn llIai s
'l1I'lsic a, rdigi ão e rudilll~ntos das artes !ihe· direto <\O a p\lesia e :t 1I\\\sica. C\l'll pledol1lin;II\'
rnis. i1l o.! l\1 de aprender os trahalhos manuais eia cle télllas reli ,~ioso,. As ca nç()es popllla re~ L a
kl1li"in'1 $. Emhora nl!;uns t('óri co s foss e l\1 lil<:ratufa knd:lria contalll as histórias de santos e
hCl ~oIi 1; f, ",I!II'J1"íIO ft'lllillina . '''J1, 'O~ a cs tilllll l' IlSiUII'1I a drv(\,' :\II ,." "IIUII'''\lt:tl1l1'ntll idl.'a l.
111111. P'" :,1111'"'111 IPI<' 1\ 111111111" ,'1\ "'·pIH.illi,in 1 :. ~\'I I'l· u, 1"lIl1d,' 1I1I1""t :lll1 -i" talllb,' 1I1 i1 ~ 11"
UII'I villlI' '','. .l u 1',01" oI,,,,"' ~.li, .1 . Mnlllll '1<" ,' . ,'. " II TIII I !H 'h" ; " a'; 1, "11 .1'1 chl', ·.. lIl1t l~ " Nu (,; I1t'od.\,;o
1

C:lI:O, ~:lIh"I1II'II"'~ .llr 11"" C' tPd l 1111111 111, tll l r." '.lIh 111111111 . 111111111·",:.11111'.:.1111111'.<1.. 1"'II,dui nt"""IlII WIJI

llwt"lill 11.1', 111 11. PIJ II',lI l, I 11111 I!, IIlll \ III''', cl,o t l~ 1 " 1,.lI mlll tl I'III " '111 1' ll li ,·I II '.""t:l ~ s I'Cli'II(, lIi .. " ' <.: Ii ­

1.lillll·lIt" ,. oi " 1\ '111"'" idaol,· . !·'"IlU'. 1~ ' II ·. i!l 1l CII\ que <! ilJll',cscilldivel a paniL'i.

I\!. 1111" 11 i 11 ...1 ,I<' IIl1t' ....1 ti,· )\ 11' (.' IItO ,' . .'.otl"".. I'a\' ~ (\ dos ()Iad()!'<.'s sal.TIlS. Ali;\s, as ordens mendi ­

rll llll l l1 '. 0111 ""1),"(;:.111. CII 11 Il' " 111 11 ' 11 to" i' ~C; SS (1 i\ canle s" S;ío r'll11osa, pelos pregadores de discurso

\'dll ~II\· n\I "1'1""11\ qlllllld O S\lr~'.'IlII1S cM:nllls Se· f.leil L i,dl:II1);lIln. que l'illl;lI11 eO Il\ tillla, forte~ 11

I·UIIll C~.. por II<;a~iil\l da \!IlIal1cipa çi\o das cida ­ '"<'I'(lllll'enS;\ di\'illa c Il ca'tigo tios inremos.

do -li vréS.
Sitll'\I,âo dircrcnlt: ocom: nos most eiros. ]I\'sde
li séclllo V I reC\.'hellllllel1in.ls ,h: seis ou se te .. n\)s a '10. Outras inflllênci;ls: os <lralws
filll de serelll edllcadas c consól~:rildas a Pells.
,\ I'rcl1dclII a ler, a escre\'er, (X·II]1'lIll·se \'l)1I1 :1' ar­ Na l'c' nillSIl la ,\r;',l>i\,:1 \'i\'i'lIlI t,ih,\s elll (;IIII~ '
tes da 111 i11 ió11l1 fa c ~s vezes se dedicam i\ <'llpia de 1:1 'lIe \'onflit". o q",: tr" l. i.. ~',al\des prej"izns I''''''

manuscritos. Algtlmas chegam a se llislinguir no II wnl':rcio. N l~ ~éculo ' VII, Maolll': fundi! a reli­
estudo de latim. grego. filosofia e teolog ia. gi~o isl;imi ca . \)n mnçulll1:lJi.i. clljolivro sagr;ldo
I' Os 1>Cl1editinos se OCtlPil"1111 eSl'cciahllellle rOIll ç li fllenr;'n. 1\01110; 'n. M;jolllé tinha c,illsc1;Ui ..
a edllc' IÇ"~O da TJlulher. c,;ando n~o s,l cscolas p;tr.1 as do ulli ri\':!r a penínsul a por l11eio (k prcg;H,·;io.
inlcm'ls. C\)1110 para as que 11[10 se tomaliam rcligin­ lI1as selll despre zar ~ :!ç~o guerreira. Sells segui­
I "'1111\11 ~d~ 110 ~éC lJIO XII, a Universidade de Oxtord é a mais antiga da Inglaterra . Na sua tradição, destacou-se por sas. No s~culo XII, lima de suas mais brilhantes alll­ dores iniciam ;t expalls~o l11uçulmana no século
I " 1"lIr. jl", ~ ob\C', v~(~ () ela natureza. nas. Santa Hildcg;trda. escrit<>r<t c conselheira de reis VII!. O r~ s ult;tdo é 11111 grande império, que se
e principes. deslac..1-se pelo saber e religiosi(bde. estende pelo Oriente Médio. a leste alcançando o
I! JII' 1\ 1'1 ~11i il'II '\P\' i!hl (I t 1111111 1,:11;1'11 1H~ univcr:-.idauc5 (omcç:lm a surg irapenas nos.Cculo XIX. Nos EUA a pnmcirJ. r. funuJdJ em
111 1ti 110 ;;'.Imh, di VII »(.II jl 1111 Ih II'dl. II~ (>1 illH.:iros CU~()~ su ~riores são implamados também no século XIX (médico-cirúrgícos
I n. I Hnll Jp. ílll. II~ ' '11 i H ~' I I fUKf 1l11!1I1lI ci vil ~'1I1 I H7~11. mas J primeira universidade data de 193-1. no estado de: $5.0 Paulo.
bOrdc:ns religiosas. como .J dos dominicanos e tlo-.; fr.lnci sc an o~. ue\'otados à pobrc::zOJ .

IH! 81
\ ' I'I"ft"" dlTj' li Ir,;" 41 (11"'H.,; H""""ITI ' 11 I 7.cres e das preocupações lerrenOls. COIl1 o ohjcli · cln que sú poderi :l ~l'r l"IIII'I>rl','l1lilda I'clas illt <.: 11
1\ III< '!\ " tI,·I'0'"' PCldllSlI l1\ Iht l;..a, 11;1 1:uropa.
1\ do-se o uso da língua grega. vo de alingir a mais alta espiritualiebde. gência, amadllrl:cilb<·'.
1\ dvlti/l\(,' [I' i ;sI 11111; CII. alt'm dn CIJ\lllI"a rirabc Assim. no século VI o impcr.ldor Justiniano ain­ O distanciamenlo do vivido e o abuso da lógi­ O exagero n;1;lCcitaç:lo do J)rillcil'io ti" ulIlOri ·
111; ;';11:11 , i l ~S ;lll;l:t !l do ~, povos v.;ncidos, o que da lenta conservar os costumes rom;Ulos e toma-se o ca nas disputas metafísicas provocam o excessi­ dlltll' como critério (':Ira avaliar a verdade (da n:­
I<IIII !I I11tIil() \ 1\: :I!l :1lI11 inllui:nc;a nos locais onde responsável pela grand~ revisão e sislemalÍzaçflo do vo formalismo do pensamento medieval. a ten­ wlação divina das S;lIltas Escrirnrns . de Phttão e
, I' ill ':I:II !1 NiI hU!'OpH , por cX~lIlplo. sobretudo Direito Romano. Depois, a oriemalização é inevitá­ dência ao verbalismo oco. típicos do período de Aristóleles. dos Padres da Igreja) leva ao enfra­
UII', 1'1,,';11,'\ 1'11 1que O~ I\H'Iuros permaneceram por vel. Como vimos, a universidade de Constantinopla decadência da Escolástica. Além disso, () racio­ quecimcnlo do eSl'íritll crítico e da alltonomia ele
IIlai·. 1<11 111''', l'I)tlllll'lInugal e Espanha. vemos 05 pennanece um cemro cultural por acolhcr as ohras cínio lkdulivo é valorizado pelo seu rigor, de s· pensamcllto. Essa alillldc scrú 11111 clllpecilho para
!.illll l:. i'tll' lllldm desla pass;lgclIl, antiga.~ c olicntar estudns fecllndos, prezando-se a induç;IO, que, no entanlO, favorece o lksl'nvolvimenlO d;\S ciências - hasla lembrar c:~
'j)

~
I','I' vl/h:1 do 'l~culo X. os árabes criam inílmeras Os imperadores, in vestidos de maior poder. asslI­ a dcscobcn:1 c invcn ç ~o, o confronlo el1lrC G;llilcll e a Inquisição no século
t'~(' ()Il( :, pdlll,irias para ensinar a leitura. a escrita e mem decisões no campo religioso, e as divcrgências Quanto às técnicas de ensinar, a maneira de XVII - e repcrclllir;i ainda lias aliviuatlcs edll­
\I i\ lel!r;!O, IIIOIIWIII bibliOlecas, traduzem aS obras com o papado cullllinam no ~culo XI. com oCisllIa pensar rigorosa e formal cada vez mais delenni­ cativas, como veremos 110 pró,\ illlo capílulo,
I ~ ss i cas e cuidam do ensi'no superior. visando à do Oriente. Com a criação da Igreja Cristã Ordodoxa na os passos do Irabalho escolar. Paul 1\'lonro" No final da ld;lllc lVIóli:l. com a expansflo do co­
Iilosotiu, às ciências naturais e matemáticas. Grega, 0$ biz.antinos recusam a all\orid~lde do papa crilica esse costume que pre\·akcc dllfanle sccu· lIl~rcio c por il1!lll~ncia da ll\lr~uesia. C()(IICf,' :l1ll a
Ilú Ulll nílido interesse pela pesquisa e expui­ de Roma e as duas 19rejas se separam los. já que a idéia de organizar o eSludo confor­ soprar novos venlOs. orielllando os nllllOS da ciên­
mcntaçuo, em oposição às restrições que a Igreja Esses acontecinlenlos lêm repercussão IlIl cultu­ me o desenvolvimento mental do estudante sur­ cia. da liter.uura, da educação, Realismo, secu);lrizll­
cristã fazia a essn oriemação inteleclUal. Deslacam­ ra e na educação, Como no Ocidente, lambém h6 a ge fIluilO lempo depois: "A maléria era apresen­ ção do pensalllCnlO e relOlllada da cuhura greco-Iali­
se na área da medicina. da geografia, sobreludo na preocupação com a religião e com as heresias. po· lada 11 criança para que a assimilasse na ordem na anul1ciam o perilxJO humanista que se aproxima..
aSlronomia e canogratia. na matemática. difundin­
do os algarismos, a álgebra. os logaritmos etc. Na
filosofia. Avicena e Averróis, a que já nos referi­
mos. são imponantes divulgadores da obra de
rém., segundo Marrou. a civilização bizantina lIIan·
leve-se mais abena à tradição da cultura gr~ga pag;1
e "continuou obsunadamenle fiel às tradiçi\!s (i,1
humanismo amigo", o que distingue suas escola,
c:: Dropes ==n
Aristóleles. Como sabemos, os cristãos conheciam daquelas do Ocidente. que já descrevemos, Ali 1.11110 P;IfI'1 60 11(; nlllnoG : "Os poolns SAcror. cluvom [1,,:;t;\I Vil::: 11:10 11<.\ nonhum;} ra lão j1é1rn
apenas pane dela. restrilos principalmente aos es­ Embora saibamos pouco dessas escolas - li:; '1111 1dIlV"I" 111,1\;111111 V<l:mn!l Illlph'il o!. CI l(1I O ~(),, (llln li fl lllll \I XII IU,I<II 11< , dll VIII:)() riLJ Vi l'fJ lllo".
tudos de lógica, Santo Tomás tomou contato com o informações se rderem sobretudo aos eSllldl.lS
restante da produção aristotélica por meio da trndu­ superiores -, não há o predomínio do ensino 1'1: ' ;,
ç:1o dos texlos árabes pura o latim, Mais tarde, a seu ligioso, e os clássicos são estudados sem reSlri­ NII 11" "11'" 1I1 )1'1 ~III'I , liI 1\.11'1('11,11 ' " d,IIIIII'''II'' \, MIII"I IIIIII t .\111"111' 111111"1.\ 1I11111 1iIu\1(.II'1SI.I(j IIlI"
pedido, foram feitas versões diretamente do grego. ção, Sua meia continua a mesma da estabelecilla dl'lI ,!!lhl Mlll l>llIhl (> UlIlIlllIlllllllhh lllll!tll jilfl lll 'lll) 11111 \tI,I"llllt (1 111111/1 ,1111,11111 1\1 0 1111)( 11" b rm:i\o e /lOS
Durante a influência árabe. as cidades de na Anliguidade. ou seja. fornecer funcionários 1I1 >IIIIII IlIIII IIII I' III) 1III Iill' ''"'III1III1I''I I\t~ lll tj 111111\1)1 ,lod' >l I<l1I1 1Ill'l llll,hlllllll tl ti !lobur IJ li c loq Clénciél.
Cürdova, Toledo. Granada e Sevilha tomam-se capacitados para a administraç50 do Estado, 1111111 I Ilthl lllll 1'1 1111 lt\ III 111111 \ " l\lltlll , i\Ulllultl lll .10 1\IIl It II!I(lnllllll: OulOn!""I :: : li fjUlnlDlica, a relórica. o
grandes centros culturais. dlllh\lh i\, 11 111111/111111111, 1I1i1111l1\\ II, IIl, il llIl llIIll'!Il1ln u li II I1'1:J!t:lI. I! ll ltl roplt;SCIlI,lfII as SOlE! arles liberais.
'tllII 111\ Id llol ll MI\dl ll 1'11111111111/1 1111 li 1I /IIIIIIII I.l li I/UIIC!liVIl/III,
12. Conclusão
11. Império Bizantino ,
Como foi possível observar nesle rctrospCCI(l I ,i'il\lr:ls complellll'ntares
--=--. . ---:=:...-:::=::_-.:.::::. 11
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Alé aqui. temos nos rdcrido cxclusival1leme do pC:l\salllcnto medievul, n~1l Cnconlralllos pro..
à edllcação de senvolvida duranlc a Idade Média priamentc pedagogos, 110 sentido estrilO da p;lla­ 1. O pOdilgOgO
nos territórios que conlpreelltklll o anlÍgtllmpé­ vra, Aq\lcks que rdktl'lll sobre us qlleSl0cs peda·
rio ROlllano do Ocidellle, já emito fragmentado gógicas o fazem movidos por Olllros interesscs, A I:lIllIlh\l ll'l u tI,l IlIdo 'lI/O 101l10S já exposlo é I"\UO O edllcou pelil palavra. qlle o diriue por
em inúmcros reinos b,lrharos. considerados mais importantes, como a interpre­ du IJIIIlI«IU! '1I pl\d[J ~J0!J0, ,les lJs, dcu·nos o esque­ seus sanlos preceitos para adOÇa0 filial e sal·
1I1 i1 tllI vltlll vor(lndoim e calcou a educação do vação. e isto para transformar e modelnr o ho­
Dllrante todo esse período. o Império Roma­ tação dos lextos sagrados, a preservaç:io dos prin­
111 1111(1111 (11\1 C":dslO, SlIa caracloríslica própria não mem dil lorra num homcm Sillllo o celesle. o
no do Orien!e. 011 Ililanlino. consegllé manter cípios religiosos, o combale i\ heresia c \I convcr.. 1\ do 1111 111 o xco~slv<l severidade nem tnmpouco para que seja assim plenamenle realizada a
Ullla estrutura relativamente duradoura até o sé­ são dos infiéis. A educação surge COlHO instru­ 1IIIII ulnxllInonlo excessivo s ob o efeilo da bonda­ palavra de Deus: 'Taç;uTlos o homem ti nossa
clllo XV, quando sua capital, ConSlantinopla, é menlo para um fim maior, a s:llvnçJo da alma c li do: dou S() lIS mandamenlos Imprimindo·lhes urna ímilgern e somolllilnça".
tOlllada pel()s turcos, vida elcma. Predomina a visflo It!oct!nlrica, a dt 101 cnrHt';ltlrislica que nos permile executá·los.
I),; início prn';ilece a tradição romana. com o Deus como fundamcnlo de lod~ a ação pedagôgi .. I ~ bem Is lo, parece-me, que primeiramente Clemenle de Alexandria. O pedagogo, in
liSO do I"tinl, e o papa ainda dispõe de autorida­ ca e finalidade da formação do cristão. modulou o homem com a lerra. que o regene­ M. da Glória de Rosa. A história da educaçâo
dl; p"ra (It;cidir sohre as queslões da religião cris­ l-hí ponanlO um mocielo ele homem, \lma es­ rou pela água. que o fez crescer pelo espírilo. através dos textos, p. 98.
I,i . (' <lll\ I i lellll'0, falam mais alto as raízes gre­ sência a ser atingida para a maior glória de Deus.
gas t; as i,Íl icas dos povos dessa região e passam a Baseia-se nos ideais ascélicos, di SI antes dos pra­ ') Jlürc}tio da edllcaçân, p. I::!J.

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