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Curso de Enologia
Curso de Enologia
Curso de Enologia
Carga horária: 50 hs
Conteúdo programático:
Introdução
História
Uvas Brancas
Uvas Tintas
O Solo
O clima
Plantio e colheita
Vinhos Tintos
Vinhos Brancos
Vinhos Rosados
Espumantes
O Vinho e o Tempo
A Degustação
Como escolher o vinho ideal
Armazenamento
Servindo o Vinho
Pratos e Vinhos
Tabela de Temperaturas
Vocabulário básico
Glossário do Vinho
Tipos de Adega
Principais Acessórios para Vinho
Bibliografia
Introdução
História
Uvas Brancas
Borba
País: Espanha
Esta uva é bastante produtiva, mas a qualidade desta casta é
bastante questionada. É comum em várias comarcas extremeñas
(Estremadura).
Boal
País: Portugal
A uva Boal ou Bual é um tipo de uva é usado na Ilha da Madeira
para vinhos fortificados típicos da região. Essa uva, nativa de
Portugal, está na Ilha da Madeira desde sempre integrando e
participando da elaboração dos famosos vinhos licorosos da ilha.
Calagraño
País: Espanha
Esta é uma das antigas variedades naturais de Rioja. Produzia
vinhos brancos duros, porém que respondiam bem para criança. O
Conselho Regulador da D.O.da Rioja deu por desaparecida, mas
parece que ainda existem algumas nos arredores de San Asensio
e algumas outras localidades riojanas.
Cayetana
País: Espanha
Presente principalmente em Badajoz (99%) e Cáceres, é uma uva
de grande rendimento.
Chardonnay
Países: França (Borgonha), Austrália, Estados Unidos (Califórnia),
Argentina, Nova Zelândia, Chile, África do Sul, Brasil
Esta uva está espalhada em todo o mundo, e é fácil de vinificar e
cultivar. É uma grande uva de qualidade, que se vende muito bem.
Os vinhos da uva Chardonnay são frequentemente agradáveis e
frescos. Esta uva é utilizada na produção de clássicos de alta
qualidade e reputação na Borgonha, como Montrachet, Chablis, e
Poully-Fussé, além de ser um importante ingrediente do
champagne. Após longa maturação em madeira, adquire um gosto
amanteigado e tostado. Um bom vinho Chardonnay deve possuir
um aroma generoso onde se pode identificar frutas exóticas,
pêssegos, melão, abacaxi e frutas cítricas. É possível identificar,
muitas vezes, nozes e avelãs nos vinhos de Borgonha.
Chenin Blanc (steen)
Países: EUA, França (Loire), África do Sul (conhecida como
steen), Nova Zelândia e Austrália
Esta uva possui aroma floral, dá vinhos doces ou secos. É uma
variedade do Loire central, na França. No caso dos vinhos doces,
acontece quando são atacadas pela podridão nobre, que lhes
confere maior teor de açúcar.
Clairette (clairette blanc)
Países: França e Austrália
Uva branca cultivada no sul da França, é uma das variedades
autorizadas no vinho tinto Châteauneuf-du-pape e brancos Côtes-
du-Rhone. É conhecida como Blanquette na Austrália.
Colombard
País: França
Esta uva possui cachos medianos, cilíndricos e largos, e as uvas
são verde-amarelas que, quando estão maduras, possuem altos
níveis de acidez. Também conhecida como Colombier e Colombar
na França e Colombard Francesa na Califórnia, esta uva é de
origem francesa.
Cortese
Países: Itália (Piemonte, Lombardi e Vêneto)
Esta uva também é conhecida como Bianca Fernanda, porém este
nome é utilizado quase que restritamente na região do Vêneto. Já
o nome Cortese, por sua vez, dizem que se deve ao caráter cortês,
delicado, bem-educado e polido. O vinho produzido com a uva
Cortese é marcado pelo frescor e pela alta acidez.
Doña Blanca
País: Espanha
Esta uva, que também é conhecida como Valenciana, Cigüente ou Moza
Fresca, possui cachos grandes, com uvas grandes. Algumas
pessoas consideram que ela é a variedade Merseguera trazida
para a zona galega. Esta uva adquire uma grande concentração
de acidez e açúcar.
Doradilla
País: Espanha
Esta uva, que é natural da zona norte de D.O de Málaga e Sierra
de Málaga, possui cacho de tamanho mediano.
Durif
País: França e EUA (Califórnia)
Esta uva é mais encontrada na California, pois é adaptada melhor
a climas quentes. É também cultivada na Austrália e Israel, e
praticamente não existe na França atualmente. Esta uva também
é conhecida pelo nome de PETIT SYRAH, e é um cruzamento
natural (resultado de polinização cruzada) de Peloursin e Syrah.
Seu nome se deve ao seu descobridor, o Dr. François Durif.
Esquitxagos
País: Espanha
Este tipo de uva é uma variedade muito farta na Bajo Ebro
(Tarragona) e em San Mateo (Castellón).
Fiano
País: Itália (Campania)
Esta uva nativa do Sul da Itália, tem os cachos de tamanho que
varia de médio a pequeno, e não são muito compactos. As uvas
são pequenas, com casca grossa, e produzem pouco suco. A Uva
Fiano é uma uva de grande potencial para produzir vinhos leves
com acidez moderada ou alta.
Forastera
País: Espanha
O cultivo deste tipo de uva é comum em diversas zonas das
Canarias, principalmente na Ilha La Gomera.
Furmint
Países: Hungria, Áustria, Eslováquia, Croácia e Romênia
Os vinhos doces Tokay, da Hungria são feitos deste tipo de uva. O
que aumenta o teor de açúcar à esta uva é sua fina casca que
facilita a ação do fungo Botrytis cinerea.
Garganega
País: Itália (Vêneto)
Este tipo de uva é natural da região do Vêneto, no nordeste
italiano, mais especificamente das províncias de Vicenza e de
Verona. Essa é uma variedade branca da espécie Vitis vinífera. De
bagos médios em formato de esfera, pele espessa de cor dourada,
possui uma polpa muito suculenta. O cacho da Garganega é longo
e cilíndrico, e não costuma ser muito compacto.
Gewürztraminer
Países: França (Alsácia), Alemanha, Chile, Itália, África do Sul,
Nova Zelândia, Estados Unidos e Austrália.
Apesar de seu nome difícil, GEWÜRZTRAMINER significa
"especiarias" em alemão. Produz vinhos de cor amarelo-ouro,
brancos, ricos, e com aroma intenso (canela, gengibre e rosas).
Encontrou seu melhor solo na região francesa da Alsácia, mas
também é encontrada na Alemanha e outras regiões de clima frio.
Macabeo
País: Espanha (Penedès e Rioja)
Também conhecida como Macabeu ou Viúra, esta uva vinífera
branca é a mais popular do norte da Espanha. O vinho feito dessa
uva, que na maioria das vezes é engarrafado jovem, é seco e tem
uma boa capacidade de envelhecimento. Um Macabeo é um vinho
de caráter floral, e boa acidez. Flores brancas, maçãs, amêndoas,
biscoitos, e, às vezes, especiarias doces são os aromas mais
comuns.
Malvasia
Países: Portugal, Itália e Espanha
A uva Malvasia, que na realidade é uma família de uvas, é uma
das mais antigas uvas brancas que se conhece (cerca de 2.000
anos), e todas são muito aromáticas. Entre os países que cultivam
Malvasia, atualmente destacam-se, Itália, Espanha e Portugal.
Mas, na realidade, a Malvasia é plantada em muitos lugares, da
Croácia à Califórnia, passando pela Austrália e pelo Brasil.
Muscadelle
País: França
A uva Muscadelle é uma das 3 únicas uvas brancas autorizadas
para os vinhos franceses rotulados como Bordeaux, ao lado da
Sauvignon Blanc e da Sémillon. Quando misturada a vinhos doces
baseados das uvas sémillon e sauvignon blanc, é usada em
pequenas quantidades, já que é muito aromática.
Moscato - Muscat - Moscatel
Países: França (Alsácia), Portugal, Espanha e Itália
Essa é uma uva muito conhecida, e é plantada no mundo todo.
Essa é a única uva vinífera que mantém os aromas de uva no
vinho, além de ser uma das espécies mais antigas e ainda
cultivadas. Os vinhos desse tipo de uva podem ser secos ou doces,
porém são sempre fascinantes. A uva Moscato é usada para
vinhos secos na Alsácia e para espumantes do tipo Asti
Espumante e Moscato Bianc. Há muitas variantes e
denominações, como Moscato d'Asti na Itália, Moscatel na
Espanha, Gelber Muskateller na Áustria, Muscat Lunel na Hungria,
pois é uma espécie antiga do Mediterrâneo. São produzidos os
melhores vinhos da família Muskateller com esse tipo de uva. A
uva Muscat tem um típico toque de Muskat (moscado) que
sobressai quando misturada a outra qualidade de uva. Pode
apresentar também aroma de temperos e flor de laranjeira,
dependendo da idade e da localização do vinhedo.
Palomino
Países: Espanha, Estados Unidos e Austrália
Essa uva, que é a mais utilizada na produção do Jerez, é da
Andaluzia, no sudoeste da Espanha. Seu nome se deve a Fernan
Ibanez Palomino, um cavaleiro do Rei Alfonso X, que foi um
importante oficial militar que atuou durante a Reconquista, quando
os exércitos cristãos europeus lutaram contra os invasores
mouros, para retomar o controle da região. As uvas são
suculentas, porém frágeis, e seus cachos são longos, cilíndricos e
relativamente compactos. A cor dos bagos é verde amarelada, de
tamanho médio.
Pedro Ximénez
País: Espanha
Esse tipo de uva possui alto teor de açúcar, e na Espanha, é
encontrada em praticamente todas as regiões vinícolas. Conforme
sua localização, a grafia de seu nome pode variar, podendo ser
Pedro Ximénez, Pedro Ximenez, Pedro Ximenes, Pedro Jiménez
e Pedro Giménez. Os cachos dessa uva são relativamente
grandes, e o bago é redondo e médio, com pele fina quase
transparente, delicada e muito sensível aos climas úmidos.
Pinot Blanc (pinot bianco)
Países: França (Alsácia), Itália, Áustria e EUA
Essa uva, que também é conhecida como Pinot Bianco,
Weissburgunder ou Burgunder Weisser, é originária da Alemanha
e da vizinha região francesa da Alsácia. Também é cultivada
Borgonha, no nordeste da Itália, e em países como Áustria,
Canadá, Estados Unidos, Argentina, Uruguai, etc. O vinho feito
com essa uva varia de médio a encorpado, tem uma boa acidez, e
responde bem ao amadurecimento em carvalho. Nos aromas é
possível encontrar perfumes de amêndoas, toques florais e
especiarias, quanto ao sabor é possível identificar a maçã e leves
características minerais.
Pinot Gris (tokay d'Alsace, pinot grigio)
Países: França (Alsácia), Itália, Alemanha, Hungria e Nova
Zelândia
Essa uva, que é da família Pinot Noir, produz vinhos brancos leves,
jovens e secos na Itália e mais perfumados e ricos na região
francesa da Alsácia, na França. Grigio, ou Gris, significa “cinza”,
que é o tom dessa uva.
Prosecco
Uvas Tintas
Agiorgitiko
País: Grécia
Apesar do nome difícil, sua pronúncia é fácil: a-gior-gí-tico. Esta
uva é cultivada em toda a Grécia, porém é tradicional da região do
Peloponeso, mais especificamente de Nemeia. Seu nome
"Agiorgitiko" significa “Uva de São Jorge”, talvez por ser uma
referência à Capela de São Jorge, perto de Nemeia, na Grécia, ou
ao dia de São Jorge, comemorado por algumas igrejas ortodoxas
perto do período da colheita. Os vinhos tintos produzidos com esta
uva são notórios pela cor profunda e pelo sabor frutado e
aveludado, que lembra ameixas e cerejas pretas. Esses vinhos
costumam ter baixa acidez.
Aglianico
País: Itália
Esta uva, própria para envelhecimento, apresenta grande
concentração de acidez e taninos. É encontrada no Sul da Itália,
principalmente em rótulos de Campanha e Basilicata. Em
português, naturalmente diríamos "Agliânico". Porém o ideal é
pronunciar como "Alhiánico". É assim que os italianos pronunciam.
Entre as consideradas nativas da Itália, essa é uma das uvas mais
antigas. Produz vinhos tintos encorpados de caráter mineral, que
remetem a figo e a cereja.
Alicante Bouschet (garnacha tintorera)
Países: França, Portugal (Alentejo) e Espanha
Realizado pelo francês Luis Bouschet de Bernard e seu filho Henri
em 1866, esta uva é fruto do cruzamento da Grenache com a Petit
Bouschet. Essa variedade é mais indicada quando misturada a
outras uvas, e na região de Alentejo, em Portugal, é uma
importante uva na composição de certos vinhos, onde dá um dá
aromas de menta e eucalipto.
Barbera
Países: Itália (Piemonte), Estados Unidos (Califórnia) e Argentina
É a uva mais popular das uvas do Piemonte, norte da Itália.
Dependendo da origem, as uvas cultivadas em Piemonte,
produzem vinhos leves e frutados. Já nas outras regiões, a
produção tende a um vinho mais robusto e aromático. Aromas de
ameixas, frutas vermelhas e cerejas podem ser identificados.
Baga
País: Portugal (Bairrada)
Da região portuguesa da Bairrada é a principal uva, e produz
vinhos bastante adstringentes. É uma variedade difícil de cultivar,
porém com bastante dedicação do produtor, em anos secos,
quando as uvas amadurecem bem, os vinhos feitos com a uva
Baga são verdadeiras preciosidades, com cor profunda, taninos e
acidez marcantes, sabores frutados e toques de café, tabaco,
palha e fumaça.
Bonarda
Países: Itália e Argentina
Seu nome completo é Bonarda Piemontese, e esta uva produz
vinhos frutados, leves, melhor quando bebidos jovens. É
considerada uma variedade exótica, e tem cada vez mais destaque
no mercado mundial. Antigamente na Argentina, a uva Bornada
era confundida com a Barbera. Foi provado somente na década de
60 que essa variedade não tinha nada a ver com a verdadeira
Barbera, que também é cultivada naquele país. Produz vinhos de
cor forte de vermelho rubi, com tons violeta e roxo, e aromas de
frutas maduras (amora, morango, framboesa, cassis e cereja) e
com uma atrativa picância.
Bastardo
País: Portugal (Bairrada e Dão)
Essa uva está se tornando cada vez mais rara, perdendo terreno
de seus vinhedos para outras cepas mais interessantes
economicamente. Muitos especialistas consideram a uva Bastado
e a Trousseau idênticas, porém para a OIV (Organização
Internacional da Vinha e do Vinho), elas são diferentes. A uva
Bastardo é uma das uvas permitidas para a produção dos vinhos
do Porto, no Douro, e dos fortificados Madeira, da ilha de mesmo
nome. Já sob o nome Trousseau, essa é uma uva presente, fora
de Portugal também, principalmente na França, na região alpina
do Jura, ao lado da Pinot Noir e da Poulsard. O vinho produzido
com a Bastardo, ou com a Trousseau, é na maioria das vezes
profundamente pigmentado, e é encorpado, com aromas que
remetem a cerejas pretas, frutas vermelhas, violetas e terra.
Cabernet Sauvignon
Países: França (Bordeaux), Chile, Estados Unidos (Califórnia),
Argentina, Austrália, Itália, África do Sul e Brasil
Esta é a uva mais propagada em todo o mundo e responsável
pelos melhores rótulos do planeta. Enriquece quando misturada à
merlot, cabernet franc, shiraz, petit verdot ou malbec. Seu vinho é
encorpado, rico em taninos, muito aromático e saboroso, indicado
para ser envelhecido em barris de carvalho. Seu aroma está
associado com toques de groselha, amora, ameixa, tabaco, sendo
seu principal odor associado ao pimentão verde.
Cabernet Franc
Países: França (Bordeaux, Loire), Argentina, Estados Unidos
(Califórnia), Austrália e Nova Zelândia
Esta é considerada a terceira uva tinta mais importante de
Bordeaux (Pommerol e Saint Emilion). A Cabernet Franc é mais
leve e com menos taninos que a cabernet sauvignon e amadurece
mais cedo. Produz vinhos taninos longos, macios e bem
integrados, e corpo moderado. Combinando isso com uma acidez
marcante, oferece vinhos elegantes, considerados requintados, e
de boa longevidade.
Carignan (cariñena, mazuelo)
Países: França (Languedoc-Roussillon), Espanha, e Estados
Unidos (Califórnia)
Apesar de ser originária do norte da Espanha, é uma das espécies
mais cultivadas na França, principalmente na região de
Languedoc-Roussillon. Esta uva, que é da família Vitis vinifera, possui
casca grossa e produz vinhos de cor escura, com alto teor alcoólico
e com taninos pronunciados.
Carmenère
País: Chile
Hoje em dia, esta uva é praticamente cultivada apenas no Chile. É
originária de Bordeaux, e até a década de 90 era confundida com
a merlot, porém é mais escura e de taninos macios. Os vinhos
feitos à base de Carmenère têm cor escura e profunda. Os aromas
lembram frutas vermelhas maduras e ameixas, pimentas e
especiarias, ervas e alcaçuz, pimentões e azeitonas. Quando
passam por carvalho, também trazem toques de chocolate.
Cinsault (espagne, hermitage, malaga)
Países: França, Espanha, África do Sul e Líbano
Esta uva, que tem como pronúncia “sãn-soul”, é encontrada
principalmente na região de Languedoc-Roussilon, na França. É
comparada com as uvas grenache e carignan. Produz bebidas
pouco aromáticas e leves. Já na região do Rhone, a mesma uva
com melhores cuidados produz vinhos mais concentrados e
aromáticos. A Cinsault é responsável pelo emblemático Château
Musar no Líbano.
Corvina
País: Itália
Os primeiros registros do cultivo dessa uva são de 1824. É muito
cultivada no Vêneto, e possui cachos ovais, de tamanho médio,
escuros e azulados. É uma uva de casca grossa, e seu nome
"Corvina"remete à cor escura de seus cachos: “escuros como as
penas de um corvo”. Corvo, em italiano, diz-se corvino. Produz
vinhos tânicos, de cor profunda, elegantes e bem estruturados.
Apresenta também um frescor acentuado, e os aromas mais
comuns associados à Corvina são couro, noz moscada, chocolate,
ervas, cerejas e amêndoas.
Dolcetto
Países: Itália, Argentina e Austrália
Esta uva italiana não é doce, apesar de seu nome significar “um
pouco doce”. Trata-se de uma uva bastante tânica, e raramente
vinhos à base de Dolcetto são doces. Típica do Piemonte, ao lado
das uvas Barbera e da Nebbiolo, é a que amadurece mais
depressa, entre as três. Seus aromas estão associados com frutas
vermelhas, ameixa, marmelo e amêndoas.
Gamay
País: França (Borgonha)
Por causa do vinho Beaujolais, a uva Gamay é famosa em todo o
mundo. Este vinho é leve, produzido na região de Borgonha, e
pode ser bebido bem jovem. Além de ser macio e muito frutado,
podemos encontrar neste vinho sabores e aromas de framboesa,
morangos silvestres, cerejas, frutas vermelhas. Sua pronúncia é
Gamê, e também pode ser encontrada pelos nomes Gamay
Beaujolais, Gamay Noir e Jurançon Noir, todos reconhecidos pela
Organização Internacional da Vinha e do Vinho.
Graciano
País: Espanha (Riojo)
Esta uva é típica de Rioja, e é considerada a mais interessante da
região por muitos. Também conhecida como Morrastel e de Tinta
Miúda, produz vinho rico em acidez, e às vezes bastante tânico.
Muito aromático, costuma ser associado a hortelã e a frutas
escuras, com toque mineral e apimentado.
Grenache (Garnacha)
Países: França (Rhône), Espanha, Austrália, Itália e Estados
Unidos
A Grenache é uma das uvas mais plantadas no mundo, e pode ser
encontrada em famosos vinhos tintos. Esta uva também produz
excelentes rosés, e até vinhos fortificados e de sobremesa. É
presença fundamental do renomado Châteauneuf-du-Pape e na
maioria dos vinhos do Rhône. Produz vinhos com aromas frutados
de amora, morango, mirtilo, groselha, cereja e ameixa, além dos
aromas de especiarias, como canela, pimenta-do-reino, alcaçuz e
menta. Além desses aromas, é possível também encontrar aromas
de tabaco e couro, rosas e violetas, e baunilha e chocolate.
Lambrusco
País: Itália
É uma uva muito famosa na região da Emilia-Romana, porém é
cultivada em toda a Itália. Produz bons vinhos de denominação de
origem, porém aqui no Brasil é mais conhecida pelos vinhos
frisantes, semi-doces e de baixo teor alcoólico. Existem mais de
sessenta subvariedades conhecidas dessa uva.
Malbec
Nero D'avola
País: Itália
Típica da região de Sicília, no Sul da Itália, a uva Nero D’Avola,
que também é conhecida como Calabrese, produz vinhos escuros
e densos de qualidade, e com potencial de envelhecimento. Esta
uva é intensamente aromática, e traz aromas de ameixa, frutas
vermelhas, pimenta e cravo. Seu nome "Nero d’Avola" refere-se à
“uva negra proveniente da cidade de Avola”, na costa sudeste da
ilha. O interessante é que há quem afirme que esta uva nasceu na
Calábria, e por isso a ligação com seu outro nome Calabrese.
Porém há quem negue, e diga que os nomes não são relacionados,
já que a palavra Calavrisi ou Calaurisi também é usada para
identificar os habitantes de Avola. Há ainda quem afirme que ela
surgiu na Mesopotâmia.
Pinot Noir
Países: França (Borgonha, Champagne), Chile, Itália, África do Sul
A Pinot Noir é uma uva típica da Borgonha e produz os vinhos mais
admirados pelos enólogos e enófilos do mundo. Produz vinhos de
coloração clara para média com relativo baixo tanino e acidez,
mais elegantes e generosos que encorpados, e o aroma pode
lembrar morango silvestre, às vezes cereja e groselha. Esta uva
também é utilizada na produção dos melhores champanhes e
vinhos espumantes.
Petite Sirah
Países: França e Estados Unidos
Também chamada de Durif, esta é uma uva utilizada na
elaboração de vinhos em regiões da Austrália e Califórnia, bem
como no Brasil, Israel e México. Produz vinhos bem encorpados
de coloração escura, com nível de álcool igual ou superior a 13%.
Apresenta excelentes taninos, e é possível observar aromas de
cereja preta, amora, pimenta preta, ameixa, baunilha, chocolate e
mirtilo. Apesar de ser muito confundida com a uva Syrah/Shiraz,
devido a semelhança de seus nomes, estas uvas são diferentes. A
Petite Sirah nasceu do cruzamento entre as uvas Syrah e
Peloursin, feito pelo botânico francês François Durif.
Petit Verdot
País: França (Bordeaux)
A origem da uva Petit Verdot é incerta, porém é conferida à região
de Bordeaux na França. Apesar disso, há indícios de que foi trazida
pelos romanos do Mediterrâneo. Seu nome "Petit Verdot" foi
atribuído a casta por causa do pequeno tamanho de seu cacho, e
também por existir em seus bagos frutos de cor escura e outros
com tom esverdeado, devido a uma característica bastante
predominante da cepa, o amadurecimento tardio. Os vinhos
produzidos com esta uva apresentam aromas de bananas e
madeira, quando jovens.
Pinotage
País: África do Sul
Criada pelo professor Perald na África do Sul em 1920, esta uva
surgiu do cruzamento entre a Pinot Noir e a Cinsaut. Produz vinhos
frutados, e os aromas lembram frutas vermelhas e bananas.
Rondinella
País: Itália
Essa uva é utilizada no corte dos tintos italianos Amarone,
Valpolicella e Bardolino e é encontrada com maior facilidade na
região italiana do Vêneto. Produz vinhos de coloração rubi intensa,
que são marcados por aromas delicados e sabores frutados. Os
vinhos da uva Rondinella possuem poucos taninos, no entanto,
são bem estruturados. Tem cachos de dimensões médias e
formatos cilíndricos.
Sangiovese
Países: Itália, Estados Unidos e Argentina
Esta uva produz vinhos ricos em taninos, fortes e de gosto
encorpado. Seus aromas são associados com ameixas, cereja e
amora. Também é possível observar o aroma de tabaco e baunilha
nos grandes vinhos envelhecidos. A uva Sangiovese é a base dos
grandes vinhos da Toscana, e é considerada a variedade mais
plantada na Itália. Seu nome significa "o sangue de Júpiter".
Syrah (Shiraz)
Países: França (Rhône), Austrália, África do Sul e Argentina
Produz vinhos bem encorpados, de coloração intensa e
aromáticos, que lembram frutas vermelhas. Esta uva é da região
do Vale do Rio Rhône, na França, porém também é cultivada na
África do Sul, Austrália e nos Estados Unidos.
Tempranillo
Países: Espanha, Portugal e Argentina
Como sugere o seu nome é uma uva que amadurece cedo.
Precoce, antecipado, adiantado, prematuro, em espanhol significa
“temprano”. Os vinhos produzidos com essa uva possuem aromas
de amora, morango, mirtilo, cereja, framboesa, groselha preta,
ameixas. Além desses aromas é possível observar notas de
baunilha, ervas secas, canela, cravo, menta, couro, tabaco,
chocolate escuro.
Tannat (Mandiran)
Países: Uruguai e França
A Uva Tannat nasceu em uma região chamada Madiran na França,
porém hoje é destaque no Uruguai. É considerada a uva mais
tânica de todas, e possui alto poder antioxidante. Esta uva possui
grande capacidade de auxiliar na prevenção de muitas doenças, e
o vinho produzido com essa uva é considerado o mais saudável
que conhecemos.
Teroldego
Países: Itália (Trentino Alto Adige) e Brasil
A uva Teroldego (lê-se teroldego) produz vinhos tintos com
bastante estrutura e sabor de groselha preta. Essa é uma uva do
norte da Itália, porém faz muito sucesso aqui no Brasil,
principalmente no Rio Grande do Sul. Possui este nome pela
condução que era dada ao vinhedo. Seus vinhos possuem uma
acidez e um amargor característicos e tem potencial para produzir
desde vinhos de corpo mais leve até os mais encorpados.
Tinto Cão
País: Portugal (Douro e Dão)
É uma das castas mais antigas das regiões portuguesas do Douro
e do Dão, e é famosa por seu caráter apimentado. Os vinhos
produzidos com a uva Tinto Cão possuem normalmente uma
textura aveludada, bem como equilibrada acidez.
Tinta Barroca
País: Portugal (Douro)
Esta uva também é muito comum na região do Douro, e possui
aromas de cerejas pretas, flores roxas, ameixas pretas e
cogumelos brancos. A Tinta Barroca é uma uva rica em cor e em
açúcar, por isso produz vinhos muito alcoólicos. Apesar disso, não
é uma uva com fortes taninos.
Touriga Nacional
Países: Portugal (Douro) e Austrália
Muito adorada pelos portugueses, e cada vez mais conhecida no
mundo todo, a uva Touriga Nacional tem cachos pequenos, com
bagos ligeiramente achatados, de cor azul (médio a escuro), e é
muito sensível às condições ambientais. Os aromas mais comuns
dessa uva lembram violetas e frutas maduras como amora, mirtilo
e ameixa, apresentando também notas de alecrim, menta e
chocolate escuro.
Touriga Francesa
País: Portugal (Douro)
Se fala Tôriga Francesa e é mais leve que a touriga nacional. É
bastante cultivada em Portugal na região do Douro. Também é
conhecida como Touriga Franca, e é originária de um cruzamento
natural entre a uva Touriga Nacional com a casta Marufo (Mourisco
Tinto).
Trincadeira
País: Portugal (Alentejo)
Esta uva, que é original portuguesa, possui um sabor e aromas
associados com frutos vermelhos como framboesa, e frutas negras
como ameixa preta, com toque picante de especiarias, vegetais.
Também tem acidez notável e fresca, taninos consideravelmente
abundantes e destacados, porém que se tornam agradáveis e
macios.
Zinfandel (primitivo)
Países: Estados Unidos (Califórnia) e Itália
A Zinfandel e a Primitivo são a mesma uva, porém, Primitivo é o
nome utilizado na Itália, e Zinfandel, nos Estados Unidos. Produz
tintos secos coloridos e frutados, com notas de pimenta e sabor
que lembra groselha preta. Essa variedade pode ser utilizada para
a produção de vinhos brancos, rosés, tintos e até mesmo
fortificados.
O Solo
Plantio e colheita
Vitis Vinifera
Vinhos Tintos
Fermentação Malolática:
feita geralmente nos vinhos tintos, esse tipo
de fermentação é realizado para deixar os vinhos mais complexos
e com acidez mais baixa. Esse procedimento é feito com bactérias
láticas e tem como objetivo transformar o ácido málico em ácido
lático.
Clarificação:
o vinho novo possui um tom mais escuro, turbo, então
é clarificado com o tempo através da decantação nas barricas de
carvalho ou nos tanques de inox. Pode-se filtrá-lo se necessário.
Envelhecimento:
para fazer o processo de envelhecimento do vinho,
pode-se utilizar uma barrica de carvalho, uma garrafa ou um
tanque de inox. O tempo e a forma de envelhecimento dependem
da variedade de uva, seu processo de elaboração, tipo e estrutura
do vinho que se deseja, safra e valor agregado que o mesmo terá.
Vinhos Brancos
Processo Clássico
Prensagem:
a uva passa pela prensa pneumática, após o
esmagamento, para dividir a parte sólida da parte líquida.
Deburbagem: para a separação da borra, o mosto deve ser
decantado de um dia para o outro, que são sólidos em suspensão.
Isso é feito antes da fermentação alcoólica.
Fermentação Alcoólica:
é causada por leveduras (Saccharomyces
cerevisiae), que estão naturalmente na parte externa da película
da uva, porém hoje em dia são acrescentadas como leveduras
selecionadas secas ativas. Elas fazem a transformação dos
açúcares da uva, frutose e glicose, principalmente em dióxido de
carbono e etanol. As leveduras produzem 1% de etanol para cada
17 gramas de açúcar por litro presentes no mosto no início da
fermentação alcoólica. Durante todo o processo de fermentação a
temperatura deve ser de 15ºC a 18ºC para que não ocorra uma
perda importante de aroma.
Estabilização do Vinho:
o vinho é cheio de tartarato ácido de potássio,
sal formado através da reação do ácido tartárico e do potássio
existentes na uva. Esse sal é insolúvel à baixa temperatura, o que
causa a formação de cristais. Isso ocorre, por exemplo, quando o
vinho é colocado no refrigerador. Essa prática, para evitar a
formação desses cristais do vinho a -4ºC é feita sempre antes do
engarrafamento, e provoca a formação, precipitação e a anulação
de cristais de tartarato ácido de potássio por meio da filtração.
Engarrafamento: através de máquinas específicas que impedem o
contato com o ar, o vinho é engarrafado, evitando oxidações e
contaminações.
Vinhos Rosados
A Degustação
VISÃO
Servindo o Vinho
Temperatura
O vinho deve ser servido em uma temperatura adequada, de
acordo com o seu tipo. Se a temperatura estiver alterada, muito
quente ou muito fria em relação ao indicado, em ambos os casos
ele pode perder sua verdadeira personalidade. O vinho branco e o
vinho rosé, em termos gerais, são servidos mais frios do que o
vinho tinto, entre os 8º e os 12º. Este vinho deve ser mantido assim
durante toda a refeição (em frappé – num balde com gelo; ou
envolto num refrigerador gelado). Já o vinho tinto é melhor
apreciado a uma temperatura ambiente, ou seja, entre os 14º e os
18º.
Quando o vinho é servido em uma temperatura mais quente do
que a recomendada, ele se mostrará menos fresco e a sensação
alcoólica será maior. Além disso, no caso dos tintos, os taninos
ficarão mais evidentes. Porém, se for servido em temperatura mais
baixa do que a indicada, seus aromas poderão ser escondidos.
Na lição “Tabela de Temperaturas” falaremos mais sobre este
assunto.
Abertura da Garrafa
Se você possui um bom saca-rolhas será fácil abrir a garrafa, mas
para garantir, siga o passo a passo abaixo:
1. Com a pequena lâmina escondida no saca-rolhas, corte a
cápsula exterior justamente abaixo do gargalo da garrafa. Cuidado
com os dedos, pois a falta de atenção pode causar um corte com
o metal afiado da cápsula.
2. analise se existe alguma rachadura na rolha, que pode indicar
problemas com o vinho;
3. enrosque o saca-rolhas até a penúltima volta da espiral e puxe
com cuidado para não quebrar a rolha;
4. cheire o vinho para analisar se está tudo bem. Não se esqueça
de que cheiro de guardado ou mofo são indicativos de graves
problemas com a bebida.
A Decantação
Muitos vinhos são servidos diretamente da garrafa, porém existem
alguns que passam pelo processo de decantação. O objetivo é
verter o conteúdo da garrafa em um recipiente de vidro ou
decantador, para que a percepção do vinho seja melhor de duas
maneiras: primeiro porque exclui os eventuais restos de cortiça ou
outro tipo de resíduo; segundo porque possibilita oxigená-lo para
que seus aromas se volatilizem e se expressem melhor.
Como decantar? É preciso utilizar um recipiente limpo, por isso
recomenda-se clarificá-lo antes de usar com um pouco de vinho.
Fazendo isso é possível eliminar os aromas químicos da limpeza
ou algum odor de fechado. Abra a garrafa e verta lentamente o
vinho no decantador.
A decantação vivifica os vinhos, no caso dos antigos. Porém,
também é possível decantar vinhos jovens ou maduros com vários
anos de guarda. Entre uma a duas horas decantado ele se torna
mais suave e redondo. Cuidado para não decantar o vinho com
muita antecipação pois o mesmo poderá perder sua frescura e
vitalidade.
Sequência de serviço
De acordo com as regras, o vinho branco deve ser servido antes
do vinho tinto, assim como o vinho jovem antes do vinho mais
antigo. Veja abaixo a sequência correta:
Vinhos brancos > Vinhos tintos
Vinhos secos > Vinhos doces
Vinhos leves > Vinhos encorpados
Vinhos jovens > Vinhos antigos
Além disso, os melhores vinhos, especiais ou únicos, devem ser
servidos sempre no final da noite. Você deve, sempre que for o
anfitrião, provar o vinho primeiro para saber se está tudo certo com
a bebida. Sirva primeiro as mulheres, e depois no sentido horário,
começando pela direita do anfitrião.
Como verter o vinho sem derramar gotas na mesa?
O ideal é fazer isso lentamente e com bastante cuidado. Sirva o
vinho no centro da taça e logo vire a parte inferior da garrafa para
que estas últimas gotas fiquem dentro da garrafa. É preciso de um
pouco de prática para alcançar a perfeição, mas logo você
consegue. Tenha também sempre à mão um pano branco para
limpar o gargalo.
Quantidade de vinho
Você sabia que de acordo com as regras de etiqueta, a única
bebida que permite encher o copo é a cerveja? Para apreciar o
vinho com a comida, o ideal é servir de 150 a 180 ml. Visualmente,
é um terço da taça. Já o vinho branco, não se deve ultrapassar
metade do copo. Apenas a título de curiosidade, a água e os
refrigerantes também devem preencher apenas 3/4 do copo.
No caso dos vinhos espumantes, deve-se encher a taça tipo flauta
até três quartos para poder observar a ascensão das borbulhas.
Taças
Os elementos importantes que você deve considerar na escolha
da taça são: forma, tamanho, e qualidade do vidro (lembre-se de
que o vidro deve ser transparente, liso e sem estampas). O ideal é
optar por taças com bojo mais largo para os vinhos tintos, que
necessitam da abertura para respirarem, e as com bojo mais
estreito para os vinhos brancos, que, por serem servidos gelados,
precisam ter menos contato com o ambiente para manter a
temperatura. Os espumantes devem ser servidos em taças mais
estreitas e compridas (tulipa ou flauta) para evitar que as bolhinhas
escapem. Existem ainda taças específicas para certos tipos de
vinho, como a taça Bordeaux e a de vinho do Porto. Outra dica
fundamental é verificar a limpeza das taças antes do servimento,
pois é fundamental não sentir nenhum outro aroma além do vinho.
Para segurar a taça de maneira correta, basta sustentá-la pela
base do talo, entre o polegar e o dedo indicador. Nunca segure
pelo cálice, ou corpo da taça, pois o vinho poderá esquentar com
o contato das mãos. Além disso, segurando a taça de maneira
correta, faz com que as constrangedoras marcas engorduradas de
dedo no cristal sejam evitadas.
Bebendo e Brindando
Se você for o convidado e for servido primeiro, não beba
diretamente o vinho, pois pode ser que o anfitrião queira propor um
brinde, e se acontecer, o indicado é que o primeiro gole só venha
depois dele. Na hora brinde, do momento do "tim-tim", lembre-se
de olhar nos olhos de quem estiver brindando com você e não para
a taça, e só a coloque na mesma novamente depois de brindar
com todo mundo.
Pratos e Vinhos
Apesar de ser de gosto pessoal, vamos apenas fazer algumas
sugestões de pratos que podem combinar com alguns tipos de
vinho. É necessário conhecer muito bem as características de
ambos, e saber que, muitos pratos variam de sabor em função dos
molhos e acompanhamentos. Conforme tal variação, pode variar a
combinação com os vinhos.
Na hora da escolha, o critério deve ser: a maior intensidade de
sabores dos pratos deve equivaler a maior intensidade de sabores
nos vinhos.
- Patês à base de fígado: branco doces tipo Sauternes.
- Frios: brancos e rosados secos.
-Sopas e massas: dependendo da cor do molho, brancos ou tintos
secos.
- Peixes defumados: brancos secos ou espumante brut.
- Moluscos: brancos secos aromáticos.
- Carnes brancas (frango, vitela, coelho e porco): brancos secos
de boa estrutura ou tintos ligeiros.
- Carnes vermelhas (bovina, caprina, aves nobres): tintos de
mediana estrutura.
- Carnes escuras (caças): tintos estruturados.
Observação importante: saladas temperadas com vinagre não
combinam com vinho. Sobremesas à base de chocolate são bem
acompanhadas por um belo copo de água.
Tabela de Temperaturas
Princípios Fundamentais
Tabela de Temperaturas
É preciso levar em conta que o vinho irá aquecer na taça após ser
servido, já que provavelmente a temperatura ambiente estará
acima da temperatura de serviço. O recomendado é servir o vinho
próximo do limite inferior da faixa de temperatura recomendada.
Se a bebida estiver armazenada em uma adega com cerca de 15º,
o vinho tinto já estará muito próximo da temperatura de serviço
desejada.
Os vinhos tintos mais encorpados irão chegar à temperatura ideal
em pouco tempo, e poderão ocasionalmente contar com a ajuda
das mãos em volta da taça para acelerar o aquecimento.
Já os vinhos brancos necessitam de resfriamento, conforme
estudamos no curso. Para isso, o ideal é utilizar um balde com gelo
e água, que irá refrigerar de forma mais rápida. Apenas o gelo não
será suficiente, pois a superfície de contato com a garrafa é
pequena, então sempre coloque gelo e água. Envolva a garrafa
com um guardanapo para servir, evitando que pingue.
Se não possuir uma adega climatizada, coloque o vinho na
geladeira antes do consumo para ajudar a diminuir a temperatura.
Para os tintos, coloque meia hora antes do consumo, e para os
brancos, uma a duas horas antes é o indicado, porém sempre
dependendo da temperatura de partida.
Medindo a Temperatura
O ideal é utilizar um termômetro de arco metálico para medir a
temperatura, que se encaixa por fora da garrafa e permite a leitura,
mesmo que ainda esteja fechada.
Vocabulário básico
Tonel
É um tipo de recipiente de madeira, com fundos verticais e duelas
arqueadas, utilizado para a conservação e envelhecimento dos
vinhos.
Pipa
Recipiente de madeira que pode ser de diversos tamanhos, com
fundos horizontais e forma tronco-cônica, com o fundo de maior
diâmetro na parte inferior, que também é utilizado para a
conservação e envelhecimento dos vinhos. As pequenas tábuas
planas (de aproximadamente 15 cm de largura pelo comprimento
correspondente à altura da pipa) são chamadas de duelas, e são
apertadas pelos arcos de ferro. Por possuírem fundos planos, as
pipas não são indicadas para envelhecer vinhos por períodos
longos, devido à facilidade de se formarem bolhas de ar,
prejudiciais ao vinho.
Maceração carbônica
É um método a base da fermentação e maceração intracelular, no
próprio grão, sob atmosfera saturada de anidrido carbônico. Os
famosos vinhos Gamay Beaujolais Nouveau franceses são
elaborados através desta técnica. Neste processo, as uvas são
colocadas inteiras em recipientes especiais, saturados de anidrido
carbônico, sofrendo a fermentação e a maceração sem serem
esmagadas, dentro do grão. O resultado são vinhos com sabor
ligeiro e aroma muito característico, floral, fresco, de mediana
intensidade de cor. Naturalmente, não são vinhos para guarda.
Blanc de Blancs
É uma expressão francesa que tem como significado "Branco de
Brancas", e no vocabulário enológico significa vinho branco
elaborado exclusivamente com uvas brancas. O processo é feito
em algumas regiões francesas, onde também se elaboram Blanc
de Noirs.
Blanc de Noirs
É uma expressão francesa que tem como significado "Branco de
Tintas", e no vocabulário enológico e enófilo significa que o vinho
branco é elaborado com uvas tintas. Este tipo de vinho é utilizado
como Base-champanha e seu objetivo é dar estrutura de corpo e
sabor ao espumante. O Blanc de Noirs mais elaborado é de uvas
Pinot Noir na região de Champagne, na França.
Blanc en Noir
É uma expressão francesa utilizada atualmente na Espanha que
tem como significado "Branco em Tinto", e no vocabulário
enológico e enófilo significa que o vinho branco é elaborado com
uvas brancas conforme o processo de elaboração em tinto, com
contato das cascas com o suco ou com maceração. Seu objetivo
é oferecer maior estrutura de boca e aroma e maiores
características varietais ao vinho. A condição básica deste vinho é
trabalhar uvas em perfeito estado sanitário, de boa maturação,
sem ser excessiva.
Conservador PIV
Este conservador é o sorbato de potássio, que tem ação
antifermentativa, impedindo a multiplicação de microrganismos e é
muito utilizado na indústria alimentícia. É permitido por lei, porém
até certos limites. O vinho deve ser muito bem filtrado quando este
conservador é utilizado, pois se for atacado por bactérias, pode
finalizar com um desagradável cheiro e até gosto de geraniol. Na
indústria vitivinícola este conservador é utilizado como
conservante dos vinhos demi-sec e suaves, ou seja, com presença
de açúcares.
Conservador PV
Utilizado como antisséptico em todos os vinhos do mundo (secos
ou não), o conservador PV é o anidrido sulfuroso. Ele é
considerado o ajudante do vinho, e o acompanha quase desde sua
existência. Em casos em que há insegurança em relação a higiene
da cantina, ou em locais que não possuem equipamentos
eficientes para filtrar os vinhos, quando é aplicado em excesso
pode causar dor de cabeça nos consumidores. No Brasil, a Lei de
Vinhos determina os limites máximos permitidos, sendo fácil
controlar os teores.
Termovinificação
Através de equipamentos especiais, é o processo de elaboração
usado para uvas tintas que se resume na aplicação de calor nas
uvas desengaçadas. A rápida extração da cor é o objetivo deste
processo, e com ele se elaboram vinhos tintos para consumo
rápido, já que não dá garantia a estabilidade da cor. Os vinhos
resultantes são muito vinhosos e frescos, já que dispensa a fase
de maceração (substituída pelo calor).
Vermouth
Vermouth é uma palavra de origem alemã e significa absinthium.
Este nome é dado a um vinho composto que tem a losna ou
absinthium como erva principal. Conhecida em todo o mundo, esta
bebida é fabricada desde 1786 em escala industrial, quando iniciou
em Torino, na Itália, porém se reconhece sua existência desde 460
a.C., quando Hipócrates fabricou um destilado misturado com
algumas ervas. O Vermouth é basicamente composto de 70%,
como mínimo, de vinho, álcool, açúcar e infusões de ervas de
diversas espécies, que dependem de cada elaborador.
Graspa, grappa ou grapa
É o destilado envelhecido do bagaço. Após sua fermentação em
silos, o bagaço da uva é destilado em alambiques especiais. A
graspa (ou grappa ou grapa) é um destilado forte de sabor e seu
consumo é muito restrito e limitado a comunidades de origem
europeia.
Cognac
Cognac é o nome de uma região do sul da França, onde é
produzido um destilado de vinho que após envelhecimento em
barricas de carvalho durante um período mínimo estabelecido em
lei, pode ser comercializado com o nome da região, que é
COGNAC. Este nome - que foi associado ao próprio produto com
o tempo - é utilizada de forma errada em diversos países, entre
eles o Brasil. O destilado passou a chamar-se BRANDY, com a
entrada em vigor da CEE e do Mercosul. No Brasil ainda se utiliza
esta denominação para chamar o destilado composto de gengibre,
que nada mais é do que destilado de cana aromatizado com
gengibre.
Tastevin
É um utensílio de origem antiga, utilizado pelo sommelier e
conhecido desde o século XVIII. Seu formato é de pequena
concha, com 2 cm de profundidade aproximadamente e 8 cm de
diâmetro, e possui uma pequena alça lateral. É utilizado para a
degustação dos vinhos, e é fabricado em prata. Tem uma grande
bolha no centro, chamada "bolha de nível", que serve para
determinar o total de vinho a colocar. Ao redor desta bolha, há 14
pequenas bolhas em relevo dispostas de forma circular, utilizadas
para oxigenar o vinho quando dado a este um movimento giratório.
A bolha nunca deve ser coberta pelo vinho.
Também dispostas em forma circular, nas laterais, possui oito
pequenas bolhadas afundadas numa metade, e na outra,
pequenas nervuras. Essas nervuras são usadas para observar a
cor dos vinhos brancos, e para isso o tastevin é segurado com a
mão esquerda. Com o vinho tinto é necessário que o tastevin seja
segurado com a mão direita, e se faz contra as pequenas bolhas.
OIV
Office International de la Vigne et du Vin, organismo internacional
da uva e do vinho, criado em 1924 e com sede em Paris. É uma
organização intergovernamental, à qual pertencem atualmente 44
países, entre eles o Brasil, que se associou no início de 1995. O
objetivo da organização é cuidar da política vitivinícola mundial e
disciplinar os destinos do vinho no mundo. Não é fiscalizador nem
executivo, porém procura recomendar o uso adequado das
denominações de origem.
Safra ou vindima
Safra ou vindima significa o ano de colheita da uva. No Brasil, por
exemplo, é realizada nos meses de janeiro, fevereiro e março, e
dependendo do clima, poderá se adiantar, iniciando no final de
dezembro ou nos primeiros dias de janeiro e se entender até
meados de março.
As uvas de maturação precoce iniciam a vindima. São as tintas
Pinot Noir e Pinotage e as brancas Chardonnay, Gewürztraminer,
Semillón e Riesling. As variedades de maturação média são as
brancas Trebbiano e Sauvignon Blanc e as tintas Merlot, Cabernet
Franc e Cabernet Sauvignon. As tardias são a variedade branca
Moscato e a tinta Sirah. As regiões mais quentes ou baixas,
naturalmente produzem uvas antes que as regiões mais altas ou
frias. A safra vai de setembro a novembro no Hemisfério Norte.
Glossário do Vinho
Oleoso: viscoso.
Opaco: turvo; sem limpidez.
Organoléptico (a): as características organolépticas de um vinho,
envolvem as sensações olfatórias, gustativas e táteis. Essas
características são percebidas no momento da sua degustação.
Ouro: tonalidade do amarelo, característica de certos vinhos
brancos, apresentando nuances que vão do claro ao ouro-antigo.
Oxidado: vinho que sofreu alterações devido ao contato com
oxigênio, perdendo suas qualidades aromáticas e gustativas, além
de sofrer alterações em sua cor.
Palha: tonalidade do amarelo própria dos vinhos brancos, pode ser
clara ou intensa.
Pastoso: vinho que tem muito corpo; o mesmo que encorpado.
Pé: borra; depósito; sedimento.
Pele de Cebola:
Pequeno: sem caráter; inferior, secundário.
Perfume: aroma complexo, chamado também de aroma terciário,
resultante do envelhecimento; o mesmo que buquê.
Perlage: termo utilizado para se referir as bolhas ou borbulhas
formadas em um vinho espumante.
Persistência: sensação do gosto deixado pelo vinho na boca (retro
gosto) após ser deglutido ou cuspido.
Pesado: vinho sem fineza; encorpado, mas com baixa acidez.
Plano: também chamado de plat (francês) ou flat (inglês), é o vinho
sem acidez ou espumante que perdeu o gás; o mesmo que “chato”.
Pronto: vinho que está adequado para ser consumido.
Pungente: sensação percebida na boca, ocasionada pela alta
concentração de anidrido carbônico, pelo excesso de anidrido
sulfuroso ou pela causticidade provocada pelo álcool.
Púrpura: tonalidade dos vinhos tintos, que lembra o vermelho
intenso com tendência ao violeta.
Tipos de Adega
Corta Cápsula
Termômetro
Bomba a Vácuo
Decanter
Taças
Função:além de beber o vinho, a taça tem o formato já pensado para
outros propósitos.
Apesar de muitos pensarem que a taça é utilizada apenas para
beber o vinho, ela possui ainda outros propósitos pelo seu formato:
A haste possibilita segurar a taça sem aquecer a bebida e sem
deixar marcas de dedos, impedindo que a análise visual do vinho
seja prejudicada.
Já o bojo largo e oval tem o diâmetro perfeito para que, a bebida
se oxigene e expresse todos os seus aromas ao girá-la.
Cada estilo de vinho tem uma taça adequada para servi-lo. E você
sabia que até o material da taça influencia na percepção de
sabores e aromas do vinho? É fundamental que a taça seja de
cristal, pois este material possui pequenos poros que partem as
moléculas do vinho quando são girados, liberando seus aromas
com mais facilidade.
É um acessório indispensável?
Sim, é um dos acessórios mais importantes, assim como o saca-
rolhas. Mas, sabemos que ter uma taça para cada estilo de vinho
pode sair caro. O ideal é ter pelo menos um modelo de taça para
vinhos tranquilos (brancos, tintos e rosés) e outro para os vinhos
espumantes.
Bibliografia: