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Alfabetização 1 - Volume 1
Alfabetização 1 - Volume 1
Alfabetização 1 – Volume 1
Editora
Cidade de Deus
FICHA CATALOGRÁFICA
Instituto Cidade Deus
Coleção Hypomoné: Alfabetização I / Instituto Cidade de Deus – São Carlos:
Editora Cidade de Deus, 2020.
CDD – 200.71
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Sumário
Estudo Sagrado............................................................................................................................ 15
Doutrina Sagrada ................................................................................................................. 19
Amizade com Deus .............................................................................................................. 22
A vida de Jesus .................................................................................................................... 26
Alfabetização 1............................................................................................................................. 31
Introdução...................................................................................................................................... 33
Importância do silêncio no aprendizado. ............................................................................. 33
Metodologia do material ............................................................................................................... 34
2 - Leitura em voz alta: ........................................................................................................ 35
3 - Contemplação do belo: ................................................................................................... 35
4 - Exercícios de memorização: ........................................................................................... 36
5 - Atividades de consciência fonológica e consciência fonêmica: ..................................... 36
6 - Atividades de Matemática .............................................................................................. 36
Sugestão de Aplicação .................................................................................................................. 38
Semana 1 ....................................................................................................................................... 41
Atividade 1- Escrita - Chamei-te pelo nome! ...................................................................... 43
Atividade 3 - Consciência fonológica: as frases e palavras ................................................. 47
Atividade 4: Memorização – Salmo 23 ............................................................................... 48
Semana 2 ....................................................................................................................................... 52
Atividade 1 – Escrita............................................................................................................ 52
Atividade 2- Recontagem de história................................................................................... 54
Atividade 3 - Consciência fonológica: as frases e palavras ................................................. 56
Atividade 4 - Memorização ................................................................................................. 57
Atividade 5: Apreciação musical ......................................................................................... 58
Atividade 06 – Matemática – Sagrada Família .................................................................... 60
Atividade 07 – Matemática – Sequenciamento ................................................................... 60
Semana 3 ....................................................................................................................................... 61
O aprendizado das letras ...................................................................................................... 61
O ensino das letras e um exercício de abstração .................................................................. 61
Apresentando os fonemas – “sons” das letras ..................................................................... 62
Atividade 1 - Escrita - Letra A............................................................................................. 63
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Atividade 2- Recontagem de história .................................................................................. 66
Atividade 3 - Consciência fonológica: as frases e palavras ................................................. 68
Atividade 4 - Consciência fonêmica: mesmo fonema inicial – Fonema /a/ ........................ 69
Atividade 5 – Memorização ................................................................................................ 72
Atividade 6: Apreciação de imagem: Ícone de São José ..................................................... 73
Atividade 07 – Matemática - Números e quantidades ......................................................... 76
Semana 4 ....................................................................................................................................... 77
Atividade 1 - Escrita - Letra B............................................................................................. 77
Atividade 2- Recontagem de história .................................................................................. 79
Atividade 3 - Consciência fonológica: as rimas .................................................................. 83
Atividade 4 - Consciência fonêmica: fonema /ê/ ................................................................. 84
Atividade 5 - Consciência fonêmica: fonema /é/ ................................................................. 86
Atividade 6 - Consciência fonêmica: mesmo fonema inicial .............................................. 88
Atividade 7 – Memorização ................................................................................................ 89
Atividade 8: Representação do Evangelho ......................................................................... 90
Atividade 09 – Matemática.................................................................................................. 92
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Apresentação do Instituto
Quem somos
O Instituto Cidade de Deus é formado por um grupo de professores católicos que deseja
educar crianças e jovens para a santidade e sabedoria.
Ao longo de nossa atividade docente, percebemos que existe um projeto global de
destruição das famílias, da inteligência e da verdade, que transforma nossos estudantes em
materialistas e ateus usando a educação para este fim. Por isso, resolvemos nos dedicar
exclusivamente à elaboração de um programa educacional tradicional, o qual servirá de base
para pais e mestres formarem seus educandos na verdadeira sabedoria.
Preparamos um material que abrange as idades de 4 a 14 anos, distribuído em dez
volumes por etapa. Seguimos o padrão curricular brasileiro, contudo, usamos um referencial
teórico totalmente fundamentado na Sagrada Escritura, na piedade, na Tradição Católica, no
autêntico Magistério, nos escritos dos Santos e intelectuais católicos.
Nosso objetivo
Nosso objetivo é, através da educação, levá-los a conhecer intimamente a Deus, a amá-Lo
acima de tudo e de todos e a desejar viver com Ele por toda a eternidade, o que se reflete
fundamentalmente nas fortes palavras de Monsenhor Gaume:
“Fazer o ensino cristão eis o intento da luta; eis a empresa que é preciso tentar, e que é
preciso realizar. Isto quer dizer:
É preciso que o cristianismo substitua o paganismo na educação.
É preciso reatar o fio do ensino católico, manifesta, sacrílega e infelizmente
quebrado na Europa (e no mundo inteiro).
É preciso pôr ao pé do berço das gerações nascentes a fonte pura da verdade, em
vez das cisternas impuras do erro; o espiritualismo em vez do sensualismo; a ordem em
vez da desordem; a vida em vez da morte.
É preciso introduzir novamente o princípio católico nas ciências, nas letras, nas
artes, nos costumes, nas instituições, para curá-las das vergonhosas moléstias que as
devoram e para as subtrair à dura escravidão em que gemem.
É preciso salvar assim a sociedade, se ela ainda pode ser salva, ou ao menos
impedir que não pereça toda a carne no cataclismo que nos ameaça.
É preciso ajudar assim os desígnios manifestos da Providência, já temperando,
como o aço, aqueles que devem suportar o embate da luta, para que avancemos
rapidamente; já conservando à religião um pequeno número de fiéis destinados a serem o
gérmen d'um reino glorioso de paz e justiça”. (Monsenhor Gaume, “Paganismo na
Educação”, 1886, p. 12-13, editado)
Somos inspirados pela encíclica Divini Illius Magistri, de Pio XI, na qual o Sumo
Pontífice exorta os católicos a educarem seus filhos para o fim último, o Céu. Para isso, a
Religião deve ser o “fundamento e a coroa de toda a instrução”, de modo que “não só em
determinadas horas se ensine aos jovens a religião, mas que toda a restante formação respire a
fragrância da piedade cristã”. Estas frases do saudoso Papa Pio XI fazem parte da essência
daquilo que Deus espera da educação.
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É cada vez maior o número de pessoas conscientes, que compreendem o modelo atual de
educação como um modelo que levará o mundo ao mais profundo abismo. Entre tantas mentiras
que as ideologias implantaram na educação, a maior delas foi desassociar o conhecimento de
Deus do entendimento e da sabedoria. Não é possível ser verdadeiramente sábio e entendido sem
conhecer a Deus.
“A sociedade está enferma, muito enferma. Sintomas cada vez mais assustadores
não nos deixam duvidar da gravidade do mal (...). É, pois, preciso um remédio
enérgico. O ponto capital não é fazer o ensino livre, é fazê-lo cristão. De outro
modo a liberdade só servirá para abrir novas fontes envenenadas onde a mocidade
virá beber a morte”. (Mons. Gaume, p. 12)
Por que fazer o ensino cristão?
“[Porque] Não se pode dar verdadeira educação sem que esta seja ordenada para o
fim último, assim na ordem atual da Providência, isto é, depois que Deus se nos
revelou no Seu Filho Unigênito que é o único ‘caminho, verdade e vida’, não
pode dar-se educação adequada e perfeita senão a cristã”. (Pio XI)
A solução para a educação não está nas ideologias vigentes, no “clássico” ou no
“conservadorismo”, pois não existe verdadeiro conservadorismo se não for católico. A solução
somente se encontra na educação católica conservadora. Muitos se digladiam com
questionamentos sobre os melhores métodos e o mais adequado modelo educacional, ficam
demasiadamente preocupados com essa ou aquela divisão do saber, enquanto a Religião
permanece em segundo plano.
Ao orientarmos todos os nossos estudos, todo nosso empenho e tudo que temos para
conhecer a Deus, nosso desejo de saber será saciado.
“Se somente Deus for visto, Ele, que é a fonte e o princípio de todo o ser e de
toda a verdade, preencherá o desejo natural de saber, a tal ponto que nada
mais se buscará; e assim se há de ser bem-aventurado”. (Santo Tomás de
Aquino)
Nosso material foi feito para reatar o fio do ensino católico rompido desde o
Renascimento. Ao mesmo tempo, nossa intenção foi presentear a Mãe de Deus com um material
verdadeiramente católico e piedoso em vista do advento do Reino de Maria, profetizado por São
Luís Grignion de Monfort.
Não será nada fácil o longo caminho que
percorreremos juntos, mas Deus nunca prometeu facilidades e
sim a graça necessária para passarmos pelas dificuldades.
Você não está sozinho. Deus está com você, Maria Santíssima
está com você, seu Anjo da Guarda e os seus Santos de
devoção estão com você!
Dedicamos todas as nossas forças para elaborar um
material que leve os educandos à plena configuração a Cristo,
à santidade, ao Céu! Quando São João Maria Vianney estava
indo para Ars, a cidade onde seria pároco, encontrou um
menino e disse-lhe: Mostre-me o caminho para Ars e eu te
mostrarei o caminho para o paraíso! Esta é a nossa meta:
mostrar-lhes o caminho para o paraíso!
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Aos mestres
Senhores Mestres,
É de suma importância compreender a essência, a importância da Educação cristã para
educar seus filhos. De acordo com o Papa Pio XI, em sua Carta encíclica Divini Illius Magistri
(acerca da educação cristã da juventude),
Continua:
“O fim próprio e imediato da educação cristã é cooperar com a graça divina na
formação do verdadeiro e perfeito cristão (...)a fim que também a vida de Jesus se
manifeste na vossa carne mortal”.
Cabe aos pais saber, segundo o sagrado Magistério da Santa Mãe Igreja Católica, que a
família é uma comunidade privilegiada, chamada a realizar a comunhão das almas, o comum
acordo dos esposos e a diligente cooperação na educação dos filhos:
“Os pais são os primeiros responsáveis pela educação dos filhos. Testemunham esta
responsabilidade primeiro pela criação de um lar onde são regra a ternura, o perdão, o
respeito, a fidelidade e o serviço desinteressado. O lar é um lugar apropriado para a
educação das virtudes, a qual requer a aprendizagem da renúncia, de sãos critérios, do
autodomínio, condições da verdadeira liberdade. Os pais têm a grave responsabilidade de
dar bons exemplos aos filhos. Sabendo reconhecer diante deles os próprios defeitos,
serão mais capazes de os guiar e corrigir.” (CIC, 2223)
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Aos estudantes
Caríssimos alunos,
É um prazer imenso para todos nós, do Instituto Cidade de Deus, poder contribuir, junto
com os seus pais, para a sua formação. Lembre-se que estudar é algo que agrada muito a Deus,
quando feito com o objetivo certo. Para que estudar? Quem irá responder é Santo Agostinho:
“Há pessoas que desejam saber só por saber, e isso é curiosidade; outras, para
alcançarem fama, e isso é vaidade; outras, para enriquecerem com a sua ciência, e
isso é um negócio torpe; outras, para serem edificadas, e isso é prudência; outras,
para edificarem os outros, e isso é caridade.”
Para que estudar? Para amar a Deus e ao próximo com a inteligência que você adquiriu.
Estude para edificar os outros e estabelecer em sua alma, em sua família e no mundo o triunfo de
Jesus Cristo e de Sua Igreja.
Não será nada fácil o longo caminho que percorreremos juntos, mas Deus nunca
prometeu facilidades e sim a graça necessária para passarmos pelas dificuldades. Você não está
sozinho. Deus está com você, Maria Santíssima está com você, seu Anjo da Guarda e os seus
santos de devoção estão com você! A Igreja Católica e os seus pais estão com você. Agora
também temos a honra de participar da sua vida e acompanhá-lo no caminho do
desenvolvimento da razão. Vamos ao trabalho!
Nossa meta e sincero desejo para você, caro aluno: encontrar o caminho do paraíso!
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Orientações para antes dos Estudos:
Sabemos que o nosso estudo agrada a Deus, mas qual seria a melhor forma de estudar?
Esta é uma pergunta muito difícil, mas muitos santos, ao longo da História, como Hugo de São
Vítor, deixaram algumas dicas preciosas que podemos seguir.
As dicas são:
1. Seja humilde: a humildade é uma virtude essencial para quem quer começar uma
verdadeira vida de estudante, cujo objetivo é a caridade e a sabedoria. Segundo Hugo de
São Vítor, a humildade é o princípio do aprendizado. Sem ela, o estudo só inchará o seu
orgulho. Uma virtude é um bom hábito, ou seja, é algo que precisa ser praticado todos os
dias para ser alcançado. O bom estudante deve ser humilde e manso, inteiramente alheio
aos cuidados do mundo e às tentações dos prazeres. Consciente de que será preciso
buscar a humildade para começar a trilhar o caminho da sabedoria, você terá Nosso
Senhor Jesus Cristo como modelo perfeito na prática da humildade.
2. Oração: Antes de qualquer coisa que fazemos, convém que rezemos para pedir a Deus as
graças que necessitamos para atingir um resultado que agrada ao Senhor. Assim também
é com os estudos. Antes de iniciar os passos para um bom estudo, se recolha em silêncio,
eleve o seu coração a Deus e Lhe dirija uma oração sincera, atenta e humilde.
3. Ouvir os ensinamentos: Ouvir o que o outro quer nos ensinar parece uma tarefa fácil,
mas nem sempre isto acontece. Algumas vezes nos distraímos com muita facilidade ou
“ouvimos apenas por ouvir”, sem nos esforçarmos para compreender o que se fala.
Quando um ensinamento lhe está sendo apresentado, coloque toda a sua atenção para
entender o assunto.
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um texto complexo. Peça ajuda do Espírito Santo, fonte da inteligência. Porém, tome
cuidado com alguns tipos de textos que “caem” em nossas mãos, pois o demônio muitas
vezes nos ataca através de más leituras.
Certa vez Dom Bosco teve um sonho no qual via um navio que representava a
Igreja sendo atacado por inimigos furiosos e, para nossa surpresa, uma das armas de
ataque eram livros incendiados que eram lançados sobre a barca de São Pedro. Vejam
que sonho impressionante e cheio de lições para nós!
São Jerônimo dedicava horas e horas de seus dias lendo, estudando e até
decorando livros de clássicos latinos (Cícero, Virgílio, Horácio, Tácito) e ainda
encontrava disposição para conhecer autores clássicos gregos. Tal era seu entusiasmo e
admiração pelos escritores clássicos que logo formou uma biblioteca só com obras deles,
chegando até a copiar a mão vários desses livros.
Um dia Jerônimo estava em oração e teve uma visão de seu julgamento. O próprio
Nosso Senhor Jesus Cristo presidia o Tribunal e perguntava sobre seu estado de alma e
sua fé:
– Sou cristão, responde Jerônimo.
Ao que o Juiz lhe replicou com severidade:
– Mentira! Tu não és cristão, mas ciceroniano…
Isso seria o mesmo que dizer: “Não és de Cristo, és de Cícero.”
O Juiz mandou que ele fosse açoitado. Os assistentes pediram clemência
argumentando que ele ainda era jovem e poderia corrigir-se, arrepender-se e salvar-se.
Diante do que lhe acontecia, Jerônimo reconheceu o estado de alma em que se encontrava
e tomou a única atitude que lhe seria conveniente: reconheceu seu erro e pediu perdão.
Naquele instante, ele fez o firme propósito de emendar-se:
“Desde aquela hora eu me entreguei com tanta diligência e atenção a ler as
coisas divinas, como jamais havia tido nas humanas”, (carta de São
Jerônimo a Santa Eustáquia).
Formados pelo exemplo dos santos e movidos pela busca de santidade de vida,
sugerimos ainda dois passos importantes após a leitura: o resumo e a memorização.
Um resumo consiste em descrever as principais informações contidas no texto
lido de forma que fique somente o essencial. Se você não foi capaz de resumir o texto,
pode significar que não entendeu o mesmo. Depois de resumir as principais ideias do
texto, é necessário que você as memorize de tal modo que fiquem guardadas em sua
memória. Certamente é difícil memorizar todas as informações de um texto, mas o que se
pede é que se retenha somente as principais, pois a memória existe para guardar em nosso
interior aquilo que se aprendeu. Este passo é fundamental para chegar ao próximo.
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uma espécie de admiração das coisas estudadas, buscando dissipar tudo o que é obscuro
no que se estudou. Para meditar sobre algo é necessário você conduzir o seu pensamento
na direção de uma ideia e se esforçar para explicar as coisas que ainda não são claras.
Depois disso virá a contemplação.
Para ficar mais claro todos esses passos vamos dar um exemplo:
Imagine um quebra-cabeça cuja imagem não lhe é conhecida. Primeiramente,
você deverá conhecer as peças do jogo, virando-as de tal forma que apareçam as suas
formas e cores (leitura). Depois você deverá reunir as peças que se assemelham e separá-
las em blocos (resumo e a memorização). Após separar, você deve tentar reunir as peças,
começando pelos blocos com as cores e formas semelhantes, esforçando-se para
descobrir a imagem do quebra-cabeça (meditação). Quando as peças começarem a se
encaixar, você começará a ter maior noção do que se trata o jogo, e, depois de várias
tentativas, com erros e acertos, você descobrirá a belíssima imagem de Nossa Senhora de
Guadalupe, mas isso ainda não é a contemplação. Somente depois de terminar de
encaixar todas as peças, após muito esforço, você poderá olhar para aquela pintura feita
por mãos celestes, com riqueza de formas e cores, símbolos e significados, fitar aquela
Mulher vestida de Sol com a Lua debaixo de seus pés e se deleitar de tal modo que seu
coração se elevará até a Virgem, como se ela estivesse em pessoa ali, naquele simples
quebra-cabeça, e lhe dirigirá uma belíssima oração de agradecimento pelo seu sim, que
nos trouxe o Salvador! Isto é contemplação. Mas ainda não acabou.
8. Ensinar: Ainda resta este último e não menos importante passo. Após percorrer esse
longo trajeto proposto de Leitura, Resumo, Memorização, Meditação e Contemplação,
você precisará ensinar alguém aquilo que o estudo lhe proporcionou, recordando que
Santo Agostinho nos ensinou que edificar os outros por caridade é o motivo pelo qual se
deve estudar. Para ensinar, você deve trilhar “o caminho das pedras” e, somente assim,
poderá orientar outros sobre qual caminho tomar. Observe que você deve orientar e não
carregar aquele que se ensina. É um grande desafio. Entretanto, se esse passo não for
dado, de nada valeram os outros; e, se não se consegue ensinar, quer dizer que os passos
anteriores não foram cumpridos.
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Orações para antes dos estudos
Sinal da Cruz Signum Sanctae Crucis
Pelo sinal da Santa Cruz, livrai-nos, Deus, Per signum Crucis, de inimícis nostris, líbera
Nosso Senhor, dos nossos inimigos. nos Deus noster.
Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito In nomine Patris, et Fílii, et Spíritus Sancti.
Santo. Amém. Amen.
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Introdução
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Aos queridos alunos
Q
UANDO você gosta de um amigo, sua vontade é querer brincar, conversar, estar perto
dele. E, com essa proximidade, a amizade vai aumentando cada vez mais, não é verdade?
Nosso Senhor Jesus Cristo é o nosso melhor amigo. É muito importante estar próximo
d'Ele, conhecê-Lo e unir seu coração ao d’Ele. É necessário conhecer Seus ensinamentos, a
Doutrina Cristã Católica, isto é, as Verdades da fé. Para que essas verdades fiquem gravadas em
seu coração, é necessário decorá-las.
A palavra decorar vem do latim "cor" (coração), “guardar no coração”, “memorizar”.
Sabendo disso, guarde os ensinamentos de Nosso Senhor em sua memória, mas o mais
importante é guardá-los em seu coração, para que tudo o que você pensar, falar e agir seja igual a
esse grande amigo, Jesus Cristo!
“15Trouxeram-lhe também criancinhas, para que Ele as tocasse. Vendo isto, os discípulos as
repreendiam.16Jesus, porém, chamou-as e disse: Deixai vir a mim as criancinhas e não as
impeçais, porque o Reino de Deus é daqueles que se parecem com elas.17Em verdade vos
declaro: quem não receber o Reino de Deus como uma criancinha, nele não entrará.18”
(Lc 18, 15-17)
Organização da disciplina:
Organizamos a disciplina do Estudo Sagrado em três partes:
1. Doutrina Sagrada: primeiramente os alunos deverão estudar a doutrina da Igreja
Católica.
2. Amizade com Deus: nesta parte, os alunos aprenderão as práticas de piedade que devem
ser realizadas diariamente, pois “quem reza se salva e quem não reza se condena” (Santo
Afonso).
3. A Vida de Jesus: nesta parte, os alunos aprenderão história da Vida de Jesus, pois perto
Dele todos os personagens da história se tornam opacos.
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Doutrina Sagrada
Recomendações aos pais
Gostaríamos de começar dando algumas recomendações retiradas do Catecismo dos
pequeninos de Pe. Emmanuel André:
“Antes de mais nada, vamos lhe fazer algumas recomendações que deverão sempre lhe
estar presentes. Assim, mamãe, nunca diga a mínima palavra que não seja rigorosamente exata
do ponto de vista da fé. É preciso nunca mentir: esta regra de moral deve ser seguida sempre e
muito atentamente na instrução das crianças e na educação.
Há modos de dizer que seriam verdadeiros na boca de uma mãe. Porque seu pensamento
faria uma distinção essencial, mas que entrariam na alma da criança como uma ideia falsa ou
uma mentira, porque o pensamento infantil não seria capaz de fazer a distinção que deveria
existir no pensamento da mãe.
Exemplo: Mamãe, quando a senhora mostrar a seus filhos a imagem do crucifixo, não
diga: “É o bom Deus, vejo o bom Deus”. As crianças inevitavelmente entenderiam que o bom
Deus é o objeto dourado, colorido, que têm diante de seus olhos. Quantos crucifixos fossem
vistos por essas crianças, tanto elas contariam como “bons deuses” distintos. Haveria grandes e
pequenos, mais bonitos e menos belos e assim por diante. E, desta maneira, o pensamento das
crianças se encheria de ideias falsas.
A criança não tem bastante
conhecimento para compreender
que chamamos pelo mesmo nome
a coisa e a pintura da coisa:
chegará o dia em que a criança terá
de se despojar das ideias falsas que
tiver recebido; esse trabalho de
despojamento é sempre doloroso:
uma mãe não deve jamais impô-lo
a seu filho.
Quando quiser falar a seu
filho do bom Deus, mamãe cristã,
cuide para que então o pensamento
da criança não se fixe em nenhum
objeto sensível, mas somente em
ouvir bem as palavras que a
senhora disser: “o bom Deus”. A
senhora lhe dirá sempre com uma
atitude religiosa e um sentimento
profundo de respeito e adoração.
Seu filho, a princípio, não
compreenderá as razões desse São Joaquim, Santa Ana e Maria Santíssima (criança)
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respeito, mas será tocado, penetrado por ele. A atitude da senhora, o tom de sua voz, servirão
maravilhosamente para fazer nele a ideia de Deus, de sua grandeza, de sua bondade.
A religião passará assim do coração da mãe para o coração do filho; e esta será uma
alegria muito grande para a mãe e para o filho.
As crianças têm seus caprichos, suas birras, seus momentos difíceis. Não é essa a hora de
lhes falar do bom Deus. Todavia, se o fizer, é preciso evitar ao máximo dizer a essas crianças
birrentas que o bom Deus as jogará no inferno.
Dessa maneira, estar-se-ia arriscando a fazer a criança ver Deus como um ser malvado:
isso seria falso e indesejável.
Há um tempo para se falar do inferno: mas jamais quando as crianças estão fazendo birra.
É preciso jamais lhe apresentar uma verdade quando há risco de que ela seja repelida ou
detestada por essas almas, tão facilmente impressionáveis.”
Muitas outras recomendações a Igreja tem para nos dar acerca da educação de nossos
filhos, mas, por enquanto, fiquemos com estas e comecemos a colocá-las em prática. Este
material ajudará a senhora mãe e o senhor pai, a transmitir todo o amor e toda a fé que lhe é
necessária para amar a Deus mais do que tudo e querer estar com Ele por toda a eternidade.
A transmissão da Doutrina Sagrada se dará pelo método tão usado e aprovado pela Santa
Mãe Igreja que é o de pergunta e respostas. Por Doutrina Sagrada entendemos a doutrina passada
por Nosso Senhor Jesus Cristo a nós através dos Santos Apóstolos, da Sagrada Escritura e dos
Santos, ou seja, tudo o que está em acordo com o tripé: Sagrada Escritura, Sagrada Tradição e
Sagrado Magistério. Comecemos então com uma lição preliminar.
Lição preliminar 1
1. És cristão?
Sim; sou cristão pela graça de Deus.
2. Qual é o verdadeiro cristão?
Verdadeiro cristão é aquele que é batizado, crê e professa a doutrina e a lei de Jesus
Cristo.
3. Como é que o homem se faz cristão?
O homem se faz cristão pelo Batismo.
4. Qual é o sinal do cristão?
O sinal do cristão é a cruz.
Explique para a criança que sabemos, pela doutrina da Igreja, que existem três Pessoas
Divinas: Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo, contudo um só Deus. Assim forma a
Santíssima Trindade.
1
Texto retirado do “Segundo Catecismo da Doutrina Cristã” da editora Vozes, p. 10 – 12.
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5. Qual é o catecismo da doutrina cristã?
O catecismo da doutrina cristã é o compêndio de tudo quanto Jesus Cristo nos ensinou
para alcançarmos a salvação.
6. Em quantas partes se divide a doutrina cristã?
A doutrina cristã divide-se em quatro partes principais: o Credo, a Oração, os
Mandamentos e os Sacramentos.
7. É necessário aprender a doutrina cristã?
Sim, é necessário aprender a doutrina cristã, e cometem falta grave aqueles que por má
vontade não a quiserem aprender.
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Amizade com Deus
Nosso bom Deus criou todas as coisas porque nos ama. Mais ainda, enviou Seu próprio
Filho Jesus Cristo para nos salvar de nossos pecados. Não existe maior prova de amor do que
essa. O que podemos fazer para agradecer tamanho amor e bondade? A resposta é uma só:
Temos que ser santos! Existe um pássaro chamado Piraneta que voa por entre as chamas sem se
queimar. Nós somos chamados a viver nesse mundo, mas sem ser desse mundo. Somos apenas
peregrinos, viajantes. Esse mundo não é a nossa Pátria. Nossa casa é o Paraíso onde viveremos
por toda eternidade com o nosso Bom Deus.
Temos que amar a Deus sobre todas as coisas.
Esse é o primeiro e o mais importante
mandamento! Amar significa o desejo
ardente de se unir ao Amado, ou seja, quem
ama de verdade quer ficar sempre perto da
pessoa amada para fazê-la feliz. Uma
criança deve amar muito os seus pais.
Mas, imagine se ela não quisesse ficar
perto deles, nem lhes falar? Isso não é
amor. Nossos pais merecem todo o
nosso carinho, atenção, palavras
afetuosas, ajuda nos deveres da casa
etc.
Assim também é o nosso amor a Deus.
Como podemos dizer que O amamos
se não falamos com Ele? Como
podemos dizer que O amamos se
gastamos mais tempo com a televisão, o
celular ou outras distrações do que com
Ele? São Gregório de Nazianzo diz que
“deveríamos lembrar mais de Deus do que
respirar”. Você sabia que respiramos mais de
26 mil vezes por dia? Isso significa que jamais
devemos deixar de pensar e falar com Deus.
Nessa parte do material aprenderemos como alcançar
essa grande vocação da vida devota. Temos que ser devotos, piedosos, amigos de Deus. Quando
Jesus foi ensinar os seus discípulos a rezar, disse: “Pai nosso...” Veja que intimidade o próprio
Deus quis ter conosco: quis ser chamado de PAI.
Nesse momento, iniciaremos o ensino de um conjunto de práticas de devoção que devem
ser feitas com muita atenção e com boa disposição interior, isto é, não faça somente por
obrigação como se tivesse ligado o piloto automático. Lembre-se que Deus está sempre ao seu
lado, guardando-o e lhe dando as graças necessárias para a sua salvação. Por isso, se dirija a Ele
com atenção, devoção e amor profundíssimos.
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Oração durante o dia:
1. O Sinal da Cruz:
São João Bosco nos ensina que o bom cristão deve fazer o Sinal da Cruz logo que
acordar. O Sinal da Cruz é o sinal dos cristãos e uma oração muito poderosa. Repita o gesto
abaixo com respeito e atenção:
Um escritor chamado Tertuliano disse em uma ocasião: “Faz o Sinal da Cruz a hora que
levantar de manhã ou ao deitar à noite, quando sair de sua casa ou retornar a ela, quando sentar à
mesa ou quando estiver em qualquer trabalho”.
Com o Sinal da Cruz, Santo António de Pádua, ainda menino, expulsou o demônio que
tentava amedrontá-lo na igreja da Sé, em Lisboa, onde servia de acólito. A cruz ficou impressa
no mármore como se este fora de cera. Com o Sinal da Cruz, Santa Cunegundes e o Papa
Gregório VII apagaram incêndios.
Será muito bom fazer o Sinal da Cruz com a água benta logo ao acordar. A vida dos santos
nos ensina a sua eficácia contra os demônios e contra as desordens da natureza.
2. Oferecimento:
Depois de fazer o Sinal da Cruz, ofereça o seu coração a Deus dizendo:
“Jesus, Maria e José, eu vos ofereço meu coração e minha alma”.
3. Orações da manhã:
Depois de fazer o Sinal da Cruz com a água benta e oferecer a Deus seu coração, reze as
seguintes orações antes de tomar seu café-da-manhã:
a. Pai-Nosso;
b. Ave-Maria;
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c. Glória;
d. Anjo da Guarda;
e. Salve Rainha (ensinar aos poucos a cantar essa oração em latim).
4. Durante o dia:
Ao longo do dia, você deve rezar antes de estudar e mesmo antes de brincar. Nesses
momentos sugerimos que faça um Sinal da Cruz e reze uma Ave-Maria.
Antes do almoço, sugerimos que toda a família reze o Angelus em torno da mesa, em pé e
com as mãos em posição de oração.
Angelus:
- O anjo do Senhor anunciou a Maria. R: E ela concebeu do Espírito Santo.
- Eis aqui a escrava do Senhor. R: Faça-se em mim segundo a vossa palavra.
- E o Verbo de Deus se fez carne. R: E habitou entre nós.
- Ave Maria...
- Rogai por nós Santa Mãe de Deus. R: Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.
- Oremos: Derramai, ó Deus, a Vossa graça em nossos corações, para que, conhecendo pela
mensagem do Anjo, a encarnação do Cristo, Vosso Filho, cheguemos, por sua paixão e cruz, à
glória da ressurreição, pela intercessão da Virgem Maria. Pelo mesmo Cristo, Senhor nosso.
Amém.
Santo Terço:
São Luís Monfort ensina que a oração do Terço pode ser longa para crianças que não estão
acostumadas a rezá-lo. Por isso, sugerimos que você reze pelo menos uma dezena do terço e,
conforme se acostumar, aumente gradativamente. Se sua família já possui esse costume, o
mantenha, pois Nossa Senhora pediu em diversas aparições, especialmente em Fátima, que se
rezasse o Terço todos os dias.
À noite, antes de dormir, faça um breve exame de consciência, percebendo suas falhas
durante o dia. Faça uma oração de agradecimento por todas as graças que Deus concedeu durante
o dia. Para finalizar, reze três Ave-Marias pedindo a conservação da santa pureza.
Orações em Latim:
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Ave Maria
Ave Maria, grátia plena, Dóminus tecum. Benedícta tu in muliéribus, et benedíctus
fructus ventris tui, Iesus. Sancta María, Mater Dei, ora pro nobis peccatóribus, nunc et in hora
mortis nostrae. Amen.
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A vida de Jesus
Iniciaremos nesta terceira parte do material a narração da Vida de Jesus. Seria muito bom
que as histórias colocadas nesta parte fossem lidas em família e que os senhores pudessem
explicar aos filhos as possíveis dúvidas. Por que estudar a Vida de Jesus? Quem nos responde
essa pergunta é o Padre Augustin Berthe, cuja obra “Jesus Cristo” em conjunto com a obra
“História de Jesus para crianças”, do Frei Ildefonso, serão as bases desta parte:
“Já faz mais de dois mil anos que apareceu na Judéia um personagem verdadeiramente
incomparável. Com a sua doutrina, ofuscou a todos os sábios; com os seus prodígios, a todos os
taumaturgos; com as suas profecias, a todos os profetas; com o seu heroísmo, a todos os santos;
com o seu poder, a todos os potentados deste mundo.
O drama da sua vida lançou nas sombras as tragédias mais comovedoras. O seu berço foi
rodeado de maravilhas; depois desaparece o menino subitamente a todos os olhares. Trinta anos
mais tarde, sai de uma pequena cidade perdida
entre montanhas e tal brilho projeta, que,
durante três anos, um povo inteiro só se ocupou
dele. Quiseram proclamá-lo rei; mas, os
maiorais da nação, invejosos da sua glória,
condenaram-no à morte e infligiram-lhe o
ignominioso suplício da cruz. Três dias depois,
sai glorioso do sepulcro, e sobe aos Céus donde
tinha vindo. Daí, apesar das oposições mais
formidáveis, fez do mundo inteiro o seu reino e
curvou ao seu jugo os povos e os reis.
Este personagem, a quem não dão pelo joelho
nem todos os heróis juntos, cujos nomes nos
conservou a história, é aquele a quem nós
chamamos: Nosso Senhor Jesus Cristo.
Esta vida, entre todas memorável, no-la
transmitiram em pormenor quatro homens
inspirados por Deus: os evangelistas S. Mateus,
S. Marcos, S. Lucas e S. João. A Igreja recebeu
este livro de revelações divinas como um dom
quase tão precioso como a Eucaristia; pois por
meio deste livro via ela reviver aos seus olhos
aquele mesmo Deus, que ela adorava oculto
sob os véus sacramentais. Desse livro quis ter
cada fiel um exemplar para o trazer sobre o
peito e o gravar no coração. Durante as
perseguições, prefeririam os cristãos antes mil
vezes a morte do que entregar aos pagãos este
livro bendito. Quanto aos mártires, aprendiam
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no Evangelho a morrer como Cristo, depois de terem, como Ele, vivido.
No século quarto, uma vez de posse da liberdade, deu-se a Igreja a estudar com verdadeira
paixão as ações e palavras de Jesus. Doutores Santos, como os Ambrósios, os Agostinhos, os
Jerônimos, os Crisóstomos, ilustraram as narrações evangélicas com os seus admiráveis
comentários. Na Idade-Média, a Vida do Salvador tornou-se, como pedia o autor da Imitação, o
estudo principal dos fiéis. E ainda depois da satânica Revolução que tentou aniquilar até os
últimos vestígios da nossa Religião sacrossanta, ficou sendo por muito tempo a Vida de Jesus
Cristo o livro querido do povo. Com a vista do espírito, ainda está vendo o autor destas páginas o
volume amarelento e quase desfeito, que se lia em família ao serão, e onde aprendeu a conhecer
as virtudes e doutrinas do Mestre.
Ai! Que mudados estão os tempos! Hoje se lê mais que no passado, é verdade; ricos e
pobres, patrões e operários, ignorantes e letrados devoram com sofreguidão os jornais e os livros;
mas já não se lê, ou quase nada, a Vida de Jesus Cristo. Já nem nas escolas nem nas famílias
se ocupam com as divinas narrações. De cem pessoas cristãs, e até piedosas, apenas algumas
conhecem por miúdo a história do Salvador. Quanto ao povo, tomado a monte, esse apenas lhe
conhece o nome, sabe que nasceu num presépio e que morreu na cruz. O Homem-Deus está
sendo na terra o grande desconhecido e este fato lamentável basta para explicar a diminuição da
fé, o arrefecimento dos corações, o abandono das práticas religiosas, e esse espírito de impiedade
que leva as nações para o abismo.
Por que é então que há de ficar indiferente às ações e feitos do Salvador esse povo, ainda
crente, que Lhe rodeia o berço no Natal, e o sepulcro na Sexta-feira Santa? É porque, tornando-
se fútil com tanto ler futilidades, tem repugnância a toda a leitura séria. E como não busca
nos livros mais que pasto à curiosidade ou à necessidade que sente de emoções, imagina que
uma Vida de Jesus Cristo nem poderia interessá-lo nem apaixoná-lo. E por consequência,
rejeita-a como se fora, por força, fastidiosa. Servi-lhe o novo, o imprevisto, o dramático, e lerá o
vosso livro até à última letra, e apaixonadamente, sobretudo se o herói revive à sua vista, se o vê
agir, se o ouve falar, se penetra na sua alma de modo que compreenda e compartilhe as suas
impressões, alegrias, tristezas, e desesperos. Mas não embaraceis a marcha da narração; ide
direitos ao desenlace; doutro modo o vosso leitor, impaciente, atirará com o livro para um canto.
Tal é o homem moderno: temperamento nervoso, sempre à busca de emoções, sempre com febre.
E eis porque o produto da literatura sensacional, as novelas e os romances se espalham pelo
mundo em milhões de exemplares, ao passo que as histórias de Nosso Senhor Jesus Cristo
ficam esquecidas e são desdenhadas.
Em primeiro lugar, se o homem moderno quer o extraordinário e as narrações que picam
a curiosidade, onde irá ele encontrar um conjunto de fatos mais maravilhosos que os da Vida de
Jesus? Estes fatos, quase todos ignorados da multidão, são de tal modo extraordinários,
que ultrapassam a imaginação do romancista mais inventivo; e de tal modo comovedores,
que por vezes não se podem ler os seus pormenores sem estremecer de admiração ou de
horror. E tanto mais forte é a impressão sentida quanto mais certo é que não se trata aqui
de ficções, de lendas, de tradições duvidosas, de revelações mais ou menos autênticas, mas
de fatos reais, abonados pelo próprio Deus.
Em segundo lugar, afim de darem mais encanto às suas narrativas, empregam os
escritores o que eles apelidam cor local. A descrição dos lugares, as paisagens representam um
grande papel nos romances. Ora o historiador de Jesus pode pintar também o país onde o
Salvador quis nascer, viver e morrer. E que terra, como a que chamamos Terra-Santa, fascina a
alma e a enternece? Pela vista do comovido leitor irão passando sucessivamente Belém, Nazaré,
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Jerusalém; o Tabor e o Jordão; os vales e as montanhas da Judéia; e formoso lago de Genesaré;
as grutas, os caminhos solitários, e as ruas de Sião, santificadas pelos suores, lágrimas e sangue
de um Deus. Ainda hoje, após dois mil anos, atrai cada um destes benditos nomes, milhares de
peregrinos, jubilosos de se ajoelharem nesses lugares que Jesus viu com seus divinos olhos e
pisou com os sagrados pés. Descrevendo-os, dobrará o historiador o interesse que se prende às
suas narrações.
Enfim, a ambição do autor seria que esta obra se tornasse o livro das famílias cristãs, e
que, reunidos pais e filhos, se lesse cada dia, antes das orações da noite, um capítulo da Vida de
Jesus.
Ó Virgem Santíssima, Vós que haveis dado Jesus ao mundo, fazei-O também brilhar com
novo esplendor em meio das trevas que O ocultam aos nossos olhos. E se este livro, que o vosso
servo humildemente depõe a Vossos pés, é demasiado defeituoso para O tornar conhecido e
amado, inspirai Vós a algum cristão de gênio o pensamento de se encarregar desta obra
necessária e de legar enfim ao mundo do século vinte a Verdadeira Vida de Jesus”.
Pe. Augustin Berthe
Desejamos que Nosso Senhor Jesus Cristo seja conhecido profundamente por todas as
pessoas desde a mais tenra idade. Mostre para o seu filho a importância de se estudar a Vida de
Jesus. Todas as outras histórias, atividades, estudos são secundários diante do conhecimento que
ele tem que adquirir da vida D’aquele que salvou a humanidade.
Deus existe. Ele sempre existiu e sempre existirá. Deus mora no Céu, mas Ele também
está na terra e em toda parte.
Nós não O vemos, mas Ele nos olha e nos vê.
Deus vê a toda hora e a todo instante, sempre, sempre, não só de dia, como também de
noite. Ele sabe tudo o que nós fazemos.
Quando fazemos o bem, Ele fica contente e nos abençoa, mas quando fazemos o que é
ruim, Ele fica triste e pode até nos castigar.
Deus fez o sol, que brilha durante o dia, e fez também a lua e as estrelas, que nós vemos
durante a noite.
Foi Deus quem fez o Céu. Lindo e alegre como o céu, não há lugar nenhum neste mundo.
Como Deus é muito bom, Ele não fez o céu para ficar só para Si.
Criou também uma porção enorme de anjos, para ficarem lá morando com Ele no céu.
Nenhuma criatura deste mundo, por mais bonita que seja, pode ter a beleza igual à dos
anjos.
Os anjos deviam ficar sempre no céu, louvando a Deus e vivendo sempre felizes, no meio
de tantas belezas e alegrias que nunca mais se acabam.
2
Reproduziremos neste material a obra “História de Jesus para Crianças” do Frei Ildefonso. Também usaremos a
obra “Jesus Cristo” do Padre Augustin Berthe
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Mas alguns deles ficaram orgulhosos e não quiseram reconhecer a sua dependência de
Deus. Por causa disso, eles foram expulsos do céu, e nunca mais hão de sair do inferno.
O inferno é o lugar onde há todas as qualidades de sofrimentos que possam existir. Foi
esse castigo que tiveram os anjos maus.
Mas, além do sol, da lua e das estrelas, que nós vemos brilhar, Deus fez as nuvens, a
chuva, o ar que nós respiramos, os animais que vivem na terra, os peixes que moram nas águas,
as árvores e tudo o que existe.
Para fazer tudo, Deus não precisou de nada, bastou-Lhe querer, e tudo já apareceu pronto,
porque Deus é Onipotente, ou seja, Todo Poderoso.
Quando a terra ficou pronta, Deus fez o primeiro homem que apareceu no mundo e deu-
lhe o nome de Adão. Depois, para Adão não viver sozinho, Deus quis lhe dar uma companheira,
e fez então a primeira mulher, que teve o nome Eva.
Adão e Eva moravam no lugar mais bonito que havia no mundo, chamado Éden. Tudo o
que havia de bom havia no Éden. Nada faltava a Adão e Eva para serem felizes ali. Eles tinham
só uma obrigação, que era a de amar e obedecer a Deus.
Havia no Éden muitas árvores carregadas de frutos saborosos. Deus, para provar se Adão
e Eva O obedeciam, disse-lhes que podiam comer das frutas de qualquer uma daquelas árvores,
menos de uma delas, que estava no meio do Éden.
Mostrando-lhes qual era a árvore que eles não deviam tocar, acrescentou-lhes que eles
morreriam se comessem algum de seus frutos.
Se Adão e Eva tivessem obedecido a Deus, poderiam viver felizes por muito tempo no
paraíso e mais tarde aproveitar das belezas do céu, em companhia de Deus.
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Mas o demônio, que só desejava o mal para todos, aconselhou Eva que comesse o fruto
proibido. Depois, o traiçoeiro disse a ela que não morreria caso comesse o fruto. Eva acreditou
no demônio, colheu o fruto e o comeu com Adão.
Com isto Deus ficou muito descontente e, como castigo, os expulsou do Paraíso (Éden).
Por causa dessa desobediência, chamada Pecado Original, o céu ficou fechado para eles e para
todos os homens que nascessem deste casal, ou seja, toda a humanidade.
Mas, Deus que é imensamente bom, teve compaixão de Adão e Eva e lhes prometeu que,
para salvá-los, mandaria para a terra o Seu próprio Filho. Ele haveria de nascer, como nós, e
viver para ensinar a sua doutrina e, finalmente, sofrer e morrer numa cruz para pagar os pecados
dos homens desde a desobediência de nossos primeiros pais- Adão e Eva.
Dessa forma seria reaberto o céu para todos nós que, desde o nosso nascimento, já
trazemos conosco o pecado de Adão e Eva.
Pecado quer dizer desobediência a Deus e às Suas ordens.
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32
Introdução
“Nesta idade (as crianças) devem ser exercitadas em ouvir pequenas histórias e fábulas
(...) e em tudo em que as crianças forem acostumadas, movimentos, ações, brincadeiras e
histórias que ouvem e também que veem, sejam imagens das coisas que depois deverão tratar
seriamente, e como que um caminho para as coisas que depois deverão estudar ou em que se
ocupar, pois as coisas que por primeiro nos acostumamos mais inclinam posteriormente, já
que aquilo de que temos costume nos é mais deleitável. Deve-se evitar que ouçam, nesta idade,
coisas torpes”.
Para a criança desta idade é fundamental uma educação pautada nos bons exemplos, no
que é belo e virtuoso, na vida dos santos e na escuta de histórias católicas que a formem
com seus testemunhos. Será cultivando o gosto pelo que é santo que as conduziremos
adiante neste caminho. Este material tem o objetivo de iniciar o processo de alfabetização do
aluno, capacitando-o a desenvolver o pensamento linguístico através da leitura e da escrita.
Queremos que o aprendizado dessas habilidades seja base para efetiva aquisição de virtudes,
para que busquem o bem, o belo e a verdade, frutificando em uma vida autenticamente cristã,
de busca de santidade. Tem por fundamento o ensino católico.
Através da escuta, da leitura e da escrita, o aluno irá desenvolver a busca pelas virtudes
como humildade, paciência, temperança, caridade e fé; terá o conhecimento e saberá o
Evangelho e a vida dos santos; irá compreender a importância do silêncio no processo de
aprendizado; chegará à reflexão e ao pensamento sobre o que aprende, sendo capaz de ensinar de
maneira que outros consigam compreender o seu raciocínio; desenvolverá o senso de respeito às
autoridades, aos pais, professores, aos amigos e a sociedade em geral.
~† ~
33
Metodologia do material
A metodologia deste material tem por meta que a criança desenvolva o seu pensamento
abstrato, de forma a ser ensinada a vislumbrar não apenas o mundo material, mas as realidades
que estão além dela, que é a vida eterna. Para isso, não vamos nos apoiar em atividades cheias de
recursos visuais, que apenas subestimam seu aprendizado. O que desejamos é que a criança seja
levada a ouvir, imaginar, explicar o que aprendeu, para que desenvolva sua oralidade e
imaginação.
É de suma importância um ensino que não sobrecarregue de conteúdos o aprendiz, mas
que desenvolva atividades em que ele seja capaz de utilizar os princípios e as informações que
recebeu. Queremos que a criança faça de forma bem feita, repetindo, aperfeiçoando, fazendo
até o final, sem desanimar!
Para isso, os pais serão os seus mestres, apresentando os conhecimentos ao filho de forma
simples e gradual, até que a criança aprenda aquele conteúdo. Não precisamos de pressa para
ensinar muitas coisas, mas de paciência e persistência para aprofundar cada conhecimento. No
ensino das letras não pretendemos fazer a criança correr, se ela ainda não aprendeu a dar os
primeiros passos!
Letra a letra, forma a forma, repetindo, corrigindo-lhe e mostrando o que errou, de modo
que ela se sinta capaz de realizar aquilo que está sendo proposto. Esta será a proposta de
metodologia deste material! Queremos formar crianças aptas a contemplar, dedicadas ao que
se propõem a fazer, caprichosas, virtuosas e disciplinadas!
Traçamos um caminho que está dividido em três etapas:
Alfabetização I – Aprendizado dos grafemas; atividades de consciência fonológica
(frases, palavras, sílabas e rimas); apresentação dos fonemas e atividades de consciência
fonêmica. Escrita com letra de forma maiúscula.
Alfabetização II - Sequência do alfabeto; vogais e consoantes; exercícios de consciência
fonêmica relacionando grafema e fonema; exercícios de análise e síntese de fonemas;
decodificação de pequenas palavras; escrita com letra de forma maiúscula e minúscula. Cópias e
ditados.
Alfabetização III (1º ano) – Leitura de sílabas complexas, frases e pequenos textos.
Escrita com a letra cursiva maiúscula e minúscula.
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Exercício de escrita e cópia:
Sugerimos que diariamente sejam praticados exercícios de escrita no caderno, conforme
sugerido em cada semana. Oriente seu filho para a importância da prática e da retomada das
atividades de escrita, sempre lhe exigindo um pouco mais, semana a semana, cobrando-lhe o
capricho, a ordem correta, o espaçamento adequado, observando as linhas demarcadas, etc. Tudo
isso precisa ser ensinado! Sugerimos que aproveite os textos escritos contidos neste material: as
frases dos santos, os poemas, listas de palavras, para que seu filho treine a escrita. Todas as
atividades escritas deverão ser desenvolvidas em um caderno brochura. Sugerimos que o
caderno seja pequeno e com 48 folhas, decorado com uma imagem sacra, ou de algum santo, e
contenha o nome da criança escrito em letra grande.
Contemplação do belo:
“As coisas que por primeiro nos acostumamos mais inclinam posteriormente, já que
aquilo de que temos costume nos é mais deleitável”.
Precisamos habituar nossas crianças a deleitar o que é belo, para que depois se sintam
declinadas a este gosto, ao que eleva a alma para a contemplação de Deus! Faremos isso através
da escuta das músicas gregorianas, da representação e contemplação da arte sacra (litúrgica) /
religiosa (aborda temas dos santos, das escrituras, etc.). Para isso, sugerimos, ao longo do
material, exercícios de apreciação de imagens e músicas, exercitando o silêncio e a escuta. Ajude
a criança a apreciar as obras, fazendo-lhe observar os detalhes, as cores, as paisagens, as
personagens, utilizando perguntas como: As pessoas nesta imagem estão felizes? Como é o lugar
onde estão? Como são suas roupas? Etc. As imagens de contemplação deverão ser utilizadas em
momentos diversos durante a semana. Quanto à música, propomos sugestões de atividades de
escuta e memorização. Que ela também esteja presente, sempre que possível, na rotina da
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criança, num momento de concentração ou que exija seu silêncio, para que se torne um hábito
agradável.
Exercícios de memorização:
Propomos uma série de frases de santos e pequenos poemas que deverão ser
memorizados pelas crianças, de forma crescente, de acordo com o desenvolvimento de sua
memorização. Pratique um pouco por dia, lendo várias vezes o texto na mesma semana e
pedindo para que a criança repita com você, palavra por palavra, acrescentando mais uma à
anterior. A prática da memória será um auxílio na aprendizagem da criança e na sua oralidade,
através da declamação desses textos aos seus familiares.
6 – Atividades de Matemática
No decorrer deste material, as atividades pretendem desenvolver o pensamento lógico-
matemático, estimulando a capacidade de refletir e raciocinar logicamente. As primeiras
atividades serão feitas oralmente, de forma a desenvolver a abstração através da imaginação e
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resolução de problemas. Adiante, trabalharemos com os conceitos matemáticos pertinentes à
idade: números em suas formas gráficas, relacionando os numerais com a quantidade, sequência
numérica, ordenação, classificação, cores, etc.
~† ~
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SUGESTÃO DE APLICAÇÃO
Os conteúdos de cada volume do material didático de Alfabetização 1 e 2, estão
distribuídos pelas quatro semanas. Sugerimos um cronograma de aplicação que pode ser alterado
de acordo com o desenvolvimento de cada criança ao longo da semana, a critério e organização
dos responsáveis.
Orientações gerais:
- Antes de iniciar cada semana, o responsável deverá verificar os conteúdos propostos para
organizar sua distribuição ao aluno. Observe, especialmente, os quadros azuis, em destaque ao
final das atividades, que sugerem aquelas que devem ser repetidas mais de uma vez.
- Comece a semana revisando o que foi dado nas semanas anteriores, verificando se existe algo a
ser retomado. Por exemplo: se na semana anterior o aluno aprendeu as letras do seu nome, peça-
lhe que repita e escreva. Ou então, que repita a sequência de letras que aprendeu até o momento
etc.
- O primeiro dia da semana deve sempre contemplar as Atividades de Escrita e estas devem ser
repetidas todos os outros dias da semana, para que a criança desenvolva sua habilidade de
escrever, memorizar e aperfeiçoar seu traçado. Por exemplo: se naquela semana será ensinada a
escrita da letra A, peça que a criança treine uma linha ou mais todos os dias, até verificar que
alcançou o objetivo. No caso da Alfabetização 2, as atividades de escrita são mais exigentes,
devendo ser divididas um pouco por dia, até comtemplar todas elas. Mas é importante que,
diariamente, a criança realize atividade escrita no caderno, inclusive, copiando a data, títulos,
respostas das atividades etc (quando assim conseguir).
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- As atividades de Conciência Fonológica e Fonêmica também podem ser apresentadas no
primeiro dia para que haja uma continuidade ao longo da semana. Com relação à Alfabetização
1, ao longo do ano, a criança aprenderá um fonema por semana. O responsável pode introduzir
no primeiro dia a história do Santo e as palavras com aquele fonema e ir lembrando ao longo da
semana o nome do Santo aprendido, pedindo que ela pense em palavras que comecem com
aquele som etc. Na Alfabetização 2, as Atividades de Conciência Fonêmica serão mais extensas
e envolverão ditados, cópia de palavras, leitura e escrita. Sendo assim, o adulto poderá dividir os
exercícios desta seção um pouco por dia até concluir o objetivo da semana.
- O texto da Memorização deve ser introduzido no primeiro dia da semana e repetido todos os
dias pela criança, para que o memorize. Pode ser que ela necessite de mais tempo para
memorizar o que foi solicitado, ou memorize um trecho menor. O responsável poderá continuar
a memorização por mais tempo, ou delimitar trechos menores, para que vá se habituando.
- Do segundo ao quinto dia da semana, devem ser divididas as Atividades de Matemática, que,
com o decorrer dos volumes se estenderão para 3 ou 4 atividades, sendo uma por dia. Assim,
como no caso das atividades de escrita, os exercícios de matemática que exigem o treino dos
números, podem ser repetidos ao longo da semana. Por exemplo: se a criança aprendeu a escrita
do número 1, deverá treinar escrevê-lo em uma linha ou mais do caderno, todos os dias, para
aperfeiçoar sua escrita, observando o traçado correto do número.
- A Recontagem de História pode ser iniciada no segundo dia da semana. O responsável fará a
leitura da história, bem como o roteiro de perguntas para a criança, que depois fará uma
ilustração. Nos dois dias subsequentes, ela deverá fazer a recontagem da história, sendo que o
adulto poderá retomar a leitura novamente, para que ela aperfeiçoe o vocabulário e a narrativa
dos fatos, devendo observar a sequência temporal do começo, meio e fim. Pode ser que o adulto
julgue necessário mais ou menos dias para encerrar a recontagem, de acordo com o interesse ou
desenvolvimento da criança. Uma dica é pedir que a criança conte para outra pessoa da família a
história que aprendeu.
- A atividade de Contemplação do Belo representa apenas uma aula da semana, que pode ser
realizada no último dia da semana, ou como o responsável preferir. Sugerimos que esta atividade
seja especialmente verificada antes, pois pode necessitar do preparo antecipado de materiais de
artes ou demandar um tempo maior.
- O Estudo Sagrado, que compreende a parte inicial do material didático, pode ser realizada
num horário alternativo aos estudos, para que a rotina da criança não fique sobrecarregada. O
responsável pode priorizar um momento em que a família se reúne, para que todos aprendam
juntos. Os responsáveis devem ler e explicar o texto para a criança, fazendo-a memorizar o que
for possível e rezando com ela quando proposto. Esta disciplina possui três seções (Doutrina
Sagrada, Amizade com Deus e a Vida de Jesus), que podem ser divididas em três aulas durante a
semana, ou, caso prefira, dadas todas em um dia só.
- Sugerimos ainda, que seja feito um momento diário de leitura para a criança, além das
histórias previstas no conteúdo. Que seja em um horário alternativo, como antes da criança
dormir, por exemplo. Para estas leituras, os pais deverão adquirir um acervo próprio. Entre em
contato com o serviço de ajuda dos professores e solicite nossa lista de livros sugeridos para a
faixa etária.
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Alfabetização 1
• Que a criança conheça o alfabeto em sua forma gráfica, ou seja, os nomes das letras e
suas formas.
Alfabeto: MAIÚSCULO
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Semana 1
Leitura
Comece cada dia com as orações introdutórias e com a leitura do Evangelho do dia.
Organização do material
A organização, o capricho e o zelo pelo material da criança são fundamentais para que ela
cultive bons hábitos e saiba valorizar seus estudos como um precioso caminho para glorificar a
Deus! Sugerimos que todas as atividades escritas propostas neste material sejam realizadas em
um caderno brochura – capa dura (Inicialmente, pode-se optar pelo modelo que possui a pauta
larga - como a do modelo abaixo – até que a criança se acostume com a escrita, pois este tipo de
linha mais larga a ajudará a delimitar o espaço necessário para a escrita. Logo que perceber que
ela consegue atingir o traçado, passe para o caderno brochura, no qual ela escreverá dentro de
uma linha comum).
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Para as demais atividades de artes e ilustrações sugeridas no material, sugerimos que
sejam feitas em folhas sulfite e depois arquivadas em uma pasta catálogo (que possui plásticos
no seu interior para organizar as folhas). Procure decorar a pasta e o caderno com uma imagem
sacra e com o nome completo da criança.
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Atividade 1- Escrita - Chamei-te pelo nome!
1 - Procure esta passagem na Bíblia, junto com a criança, e faça a leitura em voz alta.
3 - Converse com ela sobre o que significa o versículo “és meu”. Explique-lhe sobre o amor que
Deus tem por ela, de forma particular, conhecendo-lhe pelo nome. Diga que seu nome foi
proclamado em seu batismo e está escrito na mão de Deus, no livro da vida! Conte-lhe também
como foi a escolha do seu nome.
Durante a semana: A cada dia desta semana retome seu caderno e mostre-lhe uma letra do
seu nome, pedindo que repita, memorizando uma letra por vez. O objetivo, neste momento, é
que ela aprenda os nomes dessas letras. Repita esta atividade até que ela tenha memorizado
todas as letras do seu nome.
1º dia – Mostre a letra M e peça para que a criança repita e memorize. Retome durante o dia:
qual é a primeira letra do seu nome?
2º dia – Mostre no caderno a letra A e peça para a criança repetir e memorizar. Ela deve
perceber que as letras se repetem no seu nome, como é o caso da letra A. Retome durante este
dia o nome da segunda letra.
3º dia – Mostre no caderno a letra R e peça para a criança repetir e memorizar. Aproveite para
dizer-lhe se o nome de alguém de sua família também começa com esta mesma letra. O mesmo
com a letra I. E assim por diante.
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Atividade 2- Recontagem de história
1-Leia o texto abaixo em voz alta para a criança. Ouvir uma história não é só um
entretenimento. É importante estimular o silêncio e a disciplina para os momentos de leitura
sugeridos. Peça para que ela se acalme, sente-se para ouvir e preste atenção no que será lido,
para depois conversarem.
A ovelhinha perdida
Esta história se baseia em Lucas 15, 3-7.
A ovelhinha era a mais nova de seu rebanho. Era tão pequenina, com pouca lã ainda e as
perninhas finas. À noite, dormia no cercado, aconchegada à pelagem espessa da mãe. Passava o
dia mordiscando a relva, bebendo água do riacho e brincando pela campina.
- Cuide de mim - tentava dizer ao pastor do rebanho. Sou pequena demais e ainda fraquinha para
cuidar de mim mesma.
O pastor compreendia e ficava de olho nela, embora tivesse cem ovelhas no rebanho. Era
um bom pastor; caso contrário, não daria conta de tantas ovelhas. Toda manhã abria a porteira do
cercado e elas saíam atabalhoadamente. Ele então as conduzia para um pasto verdejante no alto
de uma colina, onde passava o dia a vigiá-las.
Havia lobos nas montanhas das redondezas à espera de uma boa oportunidade para
capturar uma delas. Ele os mantinha afastados. Quando o sol começava a baixar por trás da
colina, o bom pastor conduzia seu rebanho de volta para o cercado. E, antes de fechar a porteira,
sempre contava para ver se havia cem ovelhas.
Uma tempestade num lugar alto é algo terrível. Um dia, houve uma tempestade com
vendaval, chuva gelada e raios cruzando o céu. As ovelhas ficaram assustadíssimas, sem saber
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para onde ir. Soltaram balidos enquanto desciam a colina, mais atrapalhadas que nunca. Mas o
pastor as conduziu com calma, apontando-lhes a direção com o cajado. Ele as foi chamando
pelos nomes que lhes dera, preocupado, primeiramente, em evitar que a tempestade as
apanhasse. E logo se avistou o cercado.
Enquanto as ovelhas passavam pela porteira, ele as foi contando, uma a uma. Havia
apenas noventa e nove. O pastor olhou para as ovelhas trêmulas ali dentro e logo se deu conta de
qual se perdera na tempestade. Se não fosse um bom pastor, talvez achasse que uma ovelha
pequena como aquela não seria perda tão grande. Mas só pensou no frio que ela estaria sentindo
com sua lã tão escassa no meio da tempestade. Lembrou-se também que, além da tempestade,
ouvira o uivo dos lobos.
Então, o bom pastor partiu, enfrentando o vento e a chuva, para encontrar a ovelhinha.
Estava tão escuro que ele mal podia enxergar. O vento soprava frio, a chuva encharcava sua capa
e as pedras cortavam-lhe os pés. Qualquer outro pastor teria voltado. Mas o bom pastor havia
prometido cuidar dela. Desse modo, prosseguiu até encontrá-la, deitadinha à beira da estrada,
gélida e assustada. O pastor a pegou no colo. Ela estava com frio demais para andar. Ele a levou
com todo o cuidado, como uma mãe leva o próprio bebê. Ele ficou muito feliz quando chegou ao
cercado. Convidou os vizinhos para partilharem de sua alegria por não ter perdido uma ovelha
sequer do rebanho. Eles ficaram intrigados com tanta alegria.
- Noventa e nove é quase cem - disseram.
- Que diferença faria uma ovelhinha tão pequena num rebanho tão grande?
O bom pastor sabia. A pequenina que se perdera era uma das suas ovelhas, e ele amava
todas.
45
2- Agora é o momento de conversarem e meditarem sobre a história, para contemplar a
beleza do que foi revelado pela leitura. Dialogue com a criança, fazendo perguntas sobre os
fatos. Exemplo:
3- Converse sobre o quanto aquela ovelha era amada. Diga-lhe que assim é o amor de Deus
por ela, único! Ressalte os exemplos de virtude do pastor, arriscando a própria vida, sendo
corajoso e cuidadoso. Mostre-lhe o perigo da ovelha em não ficar próxima do pastor,
relacionando com o perigo de nos afastarmos de Deus.
4- Peça que ela diga com suas palavras o que aprendeu desta história e em seguida faça uma
ilustração.
Durante a semana: faça a releitura em voz alta e peça para a criança recontar com suas
palavras. Depois de se familiarizar bem com a recontagem, peça que reconte para alguém da
família, ressaltando o que aprendeu com essa história.
~† ~
46
Atividade 3 - Consciência fonológica: as frases e palavras
2- Agora, conforme o exemplo abaixo, você fará perguntas que ajudem a criança a formar frases,
dando-lhe a noção de presença de um sujeito e um predicado. Nesta etapa ela ainda não
precisará entender essas nomenclaturas, mas você deverá sempre perguntar “quem fez?”
(sujeito) e “o que fez?” (predicado). Pode parecer repetitivo, mas é necessário este processo.
Exemplo:
Adulto pergunta: Quem cuida das ovelhas?
Criança responde: O pastor.
Adulto pergunta: O que o pastor faz?
Criança responde: Cuida das ovelhas.
3- Com essas respostas, monte com a criança uma frase e a copie no seu caderno. Depois, peça
para ela repetir apontando cada palavra escrita:
4-Diga novamente cada palavra, dando um espaço grande entre a leitura de uma palavra e
outra, de forma que a criança perceba que são várias palavras que formam uma frase.
Durante a semana: Ajude a criança a formar outras frases com as histórias que ouvir em casa,
fazendo-lhe perguntas: “quem?” e “o que?”.
47
Atividade 4: Memorização – Salmo 23
Salmo 23
O Senhor é meu pastor; nada me faltará.
Em verdes campos me faz descansar:
conduz-me a águas tranquilas.
Recupera minha alma:leva-me pelo
caminho da retidão em seu nome.
Prepara-me a mesa
diante de meus inimigos:
unge-me de óleo a cabeça;
faz-me transbordar a taça.
A bondade e a misericórdia
me acompanharão
em cada dia de minha vida:
e habitarei para sempre a casa do Senhor.
Durante esta semana: releia este Salmo, como uma oração antes da criança dormir, e peça que
ela memorize ao menos a primeira estrofe. Peça que ela repita várias vezes até conseguir
sozinha. Caso consiga, prossiga para a memorização da próxima estrofe, e assim por diante, até
quanto ela conseguir. Depois, peça que declame num momento de oração em família!
48
Atividade 5: Apreciação de imagem
“Uma alma pura é uma pérola preciosa. Enquanto está escondida na
concha no fundo do mar, ninguém pensa em admirá-la. Mas se a
trouxermos para a luz, esta pérola brilhará e atrairá todos os olhares.
Portanto, a alma pura que está escondida aos olhos do mundo um dia irá
brilhar ante os anjos no sol da eternidade”. (São João Maria Vianney)
As atividades de contemplação têm por objetivo fazer com que a criança perceba, através
da Arte Sacra, a beleza como reflexo de Deus; que contemplando tais obras possa purificar seu
olhar. As artes, mas, sobretudo, a arte sacra ou religiosa, tem em vista, por natureza, exprimir de
alguma forma, nas obras humanas, a beleza infinita de Deus e procuram aumentar Seu louvor e
Sua glória na medida em que não tiverem outro propósito senão o de contribuir poderosamente
para encaminhar os corações humanos a Deus. Inicialmente, a criança deve olhar a imagem,
apreciá-la. Deve observar, em silêncio. Após apreciar por um tempo, peça para ela dizer o que
percebeu. Depois, faça perguntas direcionadas para a criança:
Durante a semana: peça que ela reveja a obra e apresente para seus familiares, contando os
detalhes que aprendeu. Em outra folha sulfite, ela pode fazer uma representação da obra
através de uma ilustração, utilizando tinta guache para pintar, como o pintor que fez a obra!
49
Anunciação – Fra Angélico
50
Atividade 06 – Matemática
No processo de desenvolvimento do pensamento abstrato, o pensamento lógico-
matemático possui um papel de destaque para favorecer esta habilidade de refletir e raciocinar
logicamente. As primeiras atividades propostas serão feitas oralmente, de forma a desenvolver a
abstração, através da imaginação.
Conhecendo os números...
1-Primeiramente, é importante que a criança compreenda para que servem os números e
perceba a contagem em funções de seu uso diário. Nesta primeira atividade, você conversará
com ela sobre esse assunto. Inicialmente não mostre nada, não represente a quantidade numérica
com objetos. Queremos que ela imagine. Pergunte-lhe:
- Para que servem os números?
Escute as respostas da criança, e em seguida mostre-lhe algumas realidades em que ela
utiliza os números:
- Quantificar as coisas: contar o que for necessário através dos números; você será
capaz de saber quantos terços há na sua casa ou quantas pessoas há na sua família.
- Medição: Com isso você descobre a distância entre sua casa e a Igreja que você vai à
Missa aos domingos.
2- Após essa conversa, ensine oralmente a sequência numérica para criança, começando
do 0 ao 10. Para isso, utilize um terço. Mostre para ela que o terço que utilizam para rezar
auxilia na contagem das dezenas de cada mistério. Cada bolinha representa uma ave-maria.
Utilize as bolinhas para que a criança conte. Depois, peça para que ela decore uma sequência
por dia, contando no primeiro dia: 0, 1, 2 e 3. No dia seguinte, peça para ela lembrar até que
número parou e diga para prosseguir com a contagem: 4, 5 e 6. Junte com o dia anterior: 0, 1, 2,
3, 4, 5, e 6. No próximo dia ela lembrará da contagem e dirá 7, 8, 9 e 10. Então, 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6,
7, 8, 9 e 10. Observe se ela já sabe oralmente a sequência do 0 ao 10, se inverte ou repete algum
número, e treine com ela durante esta semana.
~† ~
51
Semana 2
Atividade 1 – Escrita
O objetivo desta atividade será ensinar à criança a grafia das letras do seu nome.
1-Agora, a criança terá seus primeiros contatos com a escrita. Inicialmente, ela deverá
aprender a segurar o lápis de forma firme e bem posicionada, para que consiga escrever e
desenhar corretamente. A forma mais usual de segurar o lápis é utilizando os dedos: médio,
indicador, junto com o polegar, formando uma espécie de triângulo, que dá apoio ao lápis.
Observe a maneira como a criança posiciona as mãos e oriente-a a não segurar, nem muito em
cima, nem muito próximo a ponta. Observe, também, se ela mantém uma boa postura encostada
na cadeira, com os pés apoiados no chão, pois isso é importante para formar bons hábitos.
Sugestão: Uma boa dica para utilizar com a criança que está iniciando o processo de escrita é
utilizar o lápis em formato triangular, pois este formato condiciona-a a segurar corretamente,
apoiando nos três dedos. Ele possui a forma mais grossa, que pode dar ainda mais firmeza para o
iniciante.
52
2-Relembre-o sobre a motivação da leitura de Isaías para aprender a escrita de seu nome.
Depois, pegue seu caderno e escreva seu nome para que ela visualize e diga cada letra.
3-Agora você deverá ensinar-lhe o traçado de cada letra, explicando-lhe a direção da
escrita (esquerda para direita) e a forma de escrever cada letra. Nas atividades de escrita, o adulto
sempre será o mestre a ensinar aquela criança, até que aprenda. Não é necessário pressa e nem
uma série de recursos visuais. Aprender as letras é um exercício de treino, no qual a criança
precisará exercitar a humildade para aprender e ser corrigida, a perseverança e a disciplina,
pois a alfabetização é um processo sistemático, em que deverá obedecer às normas da língua.
4-Peça que ela escreva cada letra, uma por vez, observando seu modelo e corrigindo se
necessário. Pode ser o primeiro contato da criança com a escrita. Isso significa que,
provavelmente, ela não conseguirá escrever dentro da linha. Será um processo gradativo, que
necessita da sua orientação. Para isso, você poderá iniciar utilizando o caderno de Paula larga ou,
no caderno brochura comum, demarcando algumas linhas com uma caneta de cor diferente
(duas, três,... o quanto perceber que a criança será capaz) para que a criança observe aquele
espaço. Ou então, faça um retângulo, dentro do qual ela deverá escrever o seu nome. No decorrer
das atividades de escrita, você deverá ir diminuindo este espaço demarcado, para que a criança
diminua cada vez mais sua letra, até chegar a escrita dentro de uma linha.
5-Para que ela aprenda a escrita do nome será necessário que realize a cópia em
diferentes momentos. A escrita do seu nome deverá ser feita sempre que possível em sua rotina,
como a assinatura de um desenho, uma carta, etc..
Durante a semana: treine a cópia de uma letra de seu nome, por dia, no caderno. Se for
o primeiro contato da criança com a escrita, permita que faça a letra do tamanho que
conseguir (pode ser que ocupe um espaço grande no papel). Inicialmente, deve copiar o
quanto conseguir. O importante é que ela comece e termine o que lhe foi proposto. Exija a
cópia de quanto ela é capaz e aos poucos vá exigindo mais. Quando conseguir manusear
com mais facilidade o lápis, comece a delimitar as linhas.
Exemplo: Se o nome da criança for Maria, ensinar-lhe no primeiro dia a Letra M, sua
forma e o sentido do traçado. E, a cada dia da semana acrescente a cópia de uma letra, até
que consiga escrever por inteiro. Depois, comece a delimitar duas linhas:
~† ~
53
Atividade 2- Recontagem de história
1- Leia em voz alta para a criança a história abaixo. Repita a motivação para o momento de
leitura, pedindo para que se acalme, sente-se para ouvir e preste atenção no que será lido para
depois conversarem.
Helen e sua neta Maria, de 5 anos, voltavam conversando da Missa matutina pelas ruas de
uma cidade do interior do Brasil, quando de repente a menina para e fica olhando para a frente
com os olhos bem abertos e atentos.
54
– Vovó, apareceu um homem muito bonito e luminoso, na minha frente, que me mandou
esperar um pouquinho… (David A. Ayusso, Contos, lendas e fábulas, Exortações à Vida Interior).
Através da conversa, mostre-lhe como Deus age em todos os acontecimentos e está sempre
cuidando de nós! Conte-lhe sobre os anjos da guarda e ensine-lhe a sempre recorrer a ele, não
apenas para nos proteger, mas para nos conduzir a fazer a vontade de Deus. Deixe a criança fazer
perguntas sobre os anjos, estimule sua curiosidade e leve-a a imaginar os anjos no céu cantando
glórias a Deus!
3- Peça que ela diga com suas palavras o que aprendeu desta história e em seguida represente-a
com uma ilustração, que poderá ser usada no momento da recontagem. Nas atividades de
ilustrações da criança, procure orientar seu desenho, fazendo perguntas que a façam lembrar
detalhes a serem colocados, observando as formas das coisas que está representando, as cores, o
espaço no papel (o que há em cima, em baixo, onde a pessoa está etc.).
4- Enriquecendo o vocabulário: destaque palavras do texto que talvez a criança nunca tenha
ouvido e pesquise seu significado no dicionário.
Exemplos:
Estrondo.
Desmoronamento.
Destroço.
Para a semana: durante esta semana, faça a releitura em voz alta e peça para a criança recontar
com suas palavras. Nas atividades de recontagem é importante verificar se a criança obedece à
sequência lógica dos acontecimentos (começo – meio – fim). Comece lendo e pedindo que a
criança reconte o primeiro parágrafo, depois o segundo, até que consiga narrar a história toda,
um pouco por dia. Comece com trechos pequenos para ela recontar. Depois de se familiarizar
com a recontagem e o vocabulário, peça que reconte para alguém da família, ressaltando o que
aprendeu com esta história.
55
Atividade 3 - Consciência fonológica: as frases e palavras
1- O objetivo agora será treinar a consciência fonológica das frases e palavras. Repetiremos o
exercício de perguntas e respostas para que a criança a entenda a presença de um sujeito e um
predicado, que formam a estrutura mínima de uma frase. Lembrando que nesta etapa ela ainda
não precisará entender essas nomenclaturas, mas você deverá perguntar sempre “quem fez?” e
“o que fez?”.
Exemplo 1:
2- Com a resposta da criança você deverá formar uma frase. Relembre à criança que uma frase é
como “uma pequena história” contada com algumas palavras.
- MARIA E SUA VOVÓ FORAM À MISSA.
3- Leia cada palavra dando um espaço grande entre uma palavra e outra, de forma que a criança
perceba que são várias palavras que formam uma frase. Peça para ela repetir pausadamente.
4- Escreva a frase no caderno da criança e aponte-lhe cada palavra que você ler, mostrando-lhe
que existe um espaço entre uma palavra e outra. Depois, conte com a criança o número de
palavras desta frase. Faça o mesmo, elaborando outras frases.
Exemplo 2:
Durante a semana: Nos momentos de leitura diários, aproveite para fazer o mesmo exercício de
formas frases, oralmente, com a criança.
56
Atividade 4 - Memorização
1-Diga à criança que os santos escreveram muitas coisas que nos ajudam a também
sermos santos. Destes escritos, também podemos tirar frases. Leia as frases abaixo e peça para a
criança repetir. Conversem também sobre o significado das frases.
Dica para as atividades de memorização: pratique um pouco por dia, lendo várias
vezes a frase na mesma semana e pedindo para que a criança repita com você, palavra por
palavra, acrescentando mais uma à anterior, até que memorize.
Exemplo: Adulto: - Antes
Criança repete: - Antes
Adulto: - Antes Morrer
Criança repete: - Antes Morrer
Adulto: - Antes Morrer do que
Criança repete: - Antes Morrer do que
Adulto: - Antes Morrer do que pecar!
Criança repete:- Antes Morrer do que pecar!
Durante a semana: Peça para que ela memorize ao menos uma das frases e repita para seus
familiares.
57
Atividade 5: Apreciação musical
58
Anima Christi, sanctifica me.
Refrão Corpus Christi, salve me.
Sanguis Christi, inebria me.
Aqua lateris Christi, lava me.
*Durante a semana, a criança deve escutar a música várias vezes. Pode ser um pouco por dia.
59
Atividade 06 – Matemática – Sagrada Família
Após ter exposto as parábolas, Jesus partiu. 54Foi para a sua cidade e
ensinava na sinagoga, de modo que todos diziam admirados: Donde lhe
vem esta sabedoria e esta força miraculosa?55Não é este o filho do
carpinteiro? Não é Maria sua mãe? Não são seus irmãos Tiago, José,
Simão e Judas? 56E suas irmãs, não vivem todas entre nós? Donde lhe vem,
pois, tudo isso?
2-Converse com a criança sobre o versículo. Diga-lhe que fala sobre a família de Jesus.
Explique-lhe que a palavra irmãos, refere-se aos seus parentes, primos, e não irmãos de sangue.
Jesus possuía uma Sagrada Família: sua mãe, Maria, e seu pai, o carpinteiro São José. Quantas
pessoas formam a Sagrada Família?
3- Agora, a criança deverá pensar e dizer quantas pessoas formam sua própria família. Pergunte-
lhe:
- Quantos irmãos você tem?
- Quantos avós você tem?
- Quantos primos você consegue pensar e contar?
- Quantos tios você consegue pensar e contar?
60
Semana 3
A motivação para que a criança aprenda a ler deverá ser dada através da explicação de
que Deus se revela a nós de forma particular através da Palavra: o “Verbo de Deus se fez carne”.
Inspire a criança a desejar ler, como fonte de conhecimento de Deus e de Sua vontade, através da
leitura das Sagradas Escrituras, dos documentos da Igreja e dos escritos dos santos!
Quando pensamos em ensinar para uma criança a escrita das letras, talvez logo pensemos
em mostrar-lhe sua forma em um desenho para colorir, ou de cara mostrar-lhe um papel com seu
formato. Nossas crianças estão acostumadas a um mundo extremamente visual, onde o
pensamento e a imaginação não são estimulados. Propomos aos responsáveis, que serão os
mestres das crianças, que antes de mostrar visualmente uma letra que for ensinar, leve-a a um
exercício de abstração. Para isso, não comece mostrando-lhe a letra de uma forma concreta
(impressa, desenhada). Tente explicar-lhe apenas oralmente como deve fazer aquela letra, para
que imagine sua forma e tente expressar no papel de acordo com suas orientações. Por exemplo:
se vou ensinar a letra A, explique-lhe sobre sua forma, diga-lhe que ela possui três retas, sendo
que duas perecem formar um triângulo, subindo e descendo, e por fim faça um terceiro risco ao
meio. Se necessário, utilize movimentos no ar, para que a criança pense sobre aquela forma,
trace-a em seu raciocínio, entenda por onde deverá começar e terminar, para depois, então, ter
que reproduzi-la no papel. Faça este mesmo exercício todas as vezes que o material propor o
ensino de uma nova letra. O mesmo deve ser feito quando for utilizar estas letras aprendidas em
outros momentos da escrita. Faça com que se lembre delas descrevendo seu formato, sem de
imediato precisar ver a forma concretamente. Depois deste processo, deixe que ela tente fazer no
papel e vá lhe explicando e mostrando o que for necessário. Dado este exercício de reflexão
sobre as formas das letras, prossiga com as orientações dos exercícios, mostrando-lhe no papel a
forma e direção correta dos traçados.
61
Apresentando os fonemas – “sons” das letras
Na alfabetização pelo método fônico a criança conhecerá não apenas os nomes das letras,
mas os seus respectivos fonemas. A letra (grafema) é uma representação visual, enquanto que o
fonema é uma realidade acústica. Cada fonema é uma representação abstrata de um padrão da
fala. É preciso que ela entenda que o nome da letra não significa o seu som (utilizaremos o
termo “som das letras”, apenas para facilitar a compreensão da criança).
Exemplo: A palavra DEUS é formada pelas letras D-E-U-S, que representam os fonemas
/d/ /e/ /u/ /s/.
Paralelamente ao ensino das letras em sua forma gráfica (escrita), introduziremos as
atividades de consciência fonêmica, ou seja, o reconhecimento dos sons das letras (fonemas)
dentro das palavras. Neste momento, o objetivo será que a criança manipule os fonemas, e,
portanto, os exercícios de consciência fonêmica serão feitos oralmente. Além disso, ainda não
faremos a junção do nome da letra ao seu som. Isso será feito mais adiante, no material de
alfabetização II, quando a criança já dominar todos os fonemas. Propomos que ela aprenda
paralelamente as letras e os fonemas, mas ainda sem fazer correlação entre um e outro.
Para que você conheça mais sobre o método e a pronúncia de cada fonema que for
ensinar, sugerimos que consulte ao site:
www.fonologia.org
(clique em fonética articulatória/ sons do português / consoantes/ vogais).
62
Atividade 1 - Escrita - Letra A
1– Explique para a criança que ela aprenderá a primeira letra do alfabeto: A letra A. Esta
letra é de um dos títulos de Nossa Senhora: APARECIDA! Leia a história na página a seguir e
relacione com a letra, para que a criança memorize.
Trace no caderno a forma da Letra A, repetindo seu nome e seu traçado. Peça para a
criança copiar no caderno, seguindo o modelo e repetindo seu nome. Deixe que ela copie
sozinha. Observe seu traçado, se está da forma correta e peça para que repita. No início, a criança
talvez só consiga copiar uma vez. Mas, a cada dia, estimule-a a tentar mais vezes. Para isso,
você poderá iniciar demarcando algumas linhas com uma caneta de cor diferente (duas, três,
quatro... o quanto perceber que a criança será capaz) para que a criança observe aquele espaço.
Ou então, faça um retângulo, dentro do qual ela deverá escrever a letra. No decorrer das
atividades de escrita, você deverá ir diminuindo este espaço de linhas demarcadas, para que a
criança diminua cada vez mais sua letra, até chegar à escrita dentro de apenas uma linha.
Exemplo: Diga o nome da letra A e ensine no caderno o seu traçado na forma maiúscula:
2-Retomando as semanas anteriores: Diga para a criança treinar a escrita do seu nome
no caderno. Peça que ela verifique se possui a letra A em seu nome e quantas vezes. Você pode
também escrever os nomes de seus familiares e pedir para que a criança verifique a presença da
letra A.
Para a semana: será necessário um treino diário. Peça que ela copie a letra A no caderno,
conforme o modelo, o quanto conseguir.
63
NOSSA SENHORA APARECIDA
64
Construiu-se, dentro em pouco, um oratório e, após alguns anos, com a intervenção
do vigário da paróquia, uma capelinha. Outro milagre conhecido da santa foi com um escravo
fugitivo, que estava sendo conduzido de volta à fazenda pelo patrão. Ao passar diante da capela,
pediu-lhe que permitisse subir até lá para fazer uma oração. Enquanto estava em oração diante da
imagem, as correntes se soltaram de seu pescoço e de seus pulsos, caindo por terra. Comovido
com o sucedido, o fazendeiro o resgatou, depositando no altar o preço do escravo, e o conduziu
para casa como um homem livre.
A queda das pesadas correntes, que prendiam o escravo Zacarias pelo pescoço e pelos
pulsos, é um eloquente testemunho do poder de intercessão de Maria Santíssima para desatar das
prisões do pecado as pessoas arrependidas. Com o crescimento do número de devotos, em 1834,
iniciou-se a construção da primeira Basílica e, em 1955 começou a ser construída a Grande Casa
da Mãe Aparecida, o Santuário Nacional!
65
Atividade 2- Recontagem de história
O Semeador
Mateus 13, 1-9.
Naquele dia, saiu Jesus e sentou-se à beira do lago. Ao redor Dele, porém, estava uma
multidão; Jesus precisou entrar numa barca. Nela se assentou, enquanto a multidão ficava à
margem. Jesus contou uma parábola.
“Certo dia, um semeador saiu a semear. E, semeando, parte da semente caiu ao longo do
caminho; os pássaros vieram e a comeram. Outras sementes caíram sobre pedras no chão onde
não havia muita terra, e nasceu logo, porque a terra era pouco profunda. Logo, porém, que o sol
nasceu, queimou as sementes, por falta de raízes. Outras sementes caíram entre os espinhos: os
espinhos cresceram e as sufocaram. Outras, enfim, caíram em terra boa: deram frutos, cem por
um, sessenta por um, trinta por
um.”
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2 - Converse com a criança sobre a história. Diga-lhe primeiro que essa história é uma Parábola.
Jesus contava Parábolas. Parábolas são histórias em que Jesus passava seus ensinamentos e
revelava as coisas do Reino dos Céus, usando exemplos da vida das pessoas. Faça-lhe perguntas:
Sementes que caíram pelo caminho e os pássaros comeram: Quando um homem ouve a
Palavra de Deus e não a entende, o Maligno vem e arranca o que foi semeado no seu coração.
Solo com pedras: é aquele que acolhe com alegria a Palavra ouvida, mas não tem raízes, é
inconstante, fica mudando o tempo todo; quando vem a tribulação ou uma perseguição por causa
da Palavra de Deus, logo encontra uma ocasião de queda.
O terreno que recebeu a semente entre os espinhos: representa aquele que ouviu bem a
Palavra de Deus, mas os cuidados do mundo e a sedução das riquezas a sufocam e não dá fruto.
A terra boa: é aquele que ouve a Palavra de Deus, compreende e produz fruto. Muitos frutos!
3 - Converse com a criança e diga que ao ouvirmos a Palavra de Deus, temos que estar atentos ao
que Ele nos ensina. Tudo devemos guardar em nosso coração! Agora, peça para a criança repetir
(se possível memorizar):
“A semente é a Palavra de Deus.”
“O solo é o nosso coração.”
“Temos que ser a terra boa. Ao ouvir a Palavra de Deus, buscar entender e colocar em
prática.”
4-Por fim, deverá ilustrar a passagem. Lembre-se de retomar com ela a sequência lógica dos
acontecimentos.
Para a semana: durante esta semana, faça a releitura em voz alta e peça para a criança recontar
com suas palavras. Depois de se familiarizar bem com a recontagem, peça que reconte para
alguém da família, ressaltando o que aprendeu com esta história.
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Atividade 3 - Consciência fonológica: as frases e palavras
Nesta atividade a criança deverá montar frases sozinha, utilizando os seguintes nomes:
DAVI
MARIA
JOSÉ
NOÉ
ADÃO
JESUS
1- Diga para criança que ela deverá formar frases usando alguns nomes. Lembre-lhe que
frases são como que pequenas “histórias” que contam algo.
2- Para cada um dos nomes da lista peça para a criança pensar em um de seus feitos.
Exemplo: Diga-me uma coisa que Davi fez?
Exemplos:
4- Leia cada frase e peça que a criança repita. Em seguida, ela deverá contar quantas
palavras têm em cada frase. Aponte-lhe os espaços entre uma palavra e outra.
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Atividade 4 - Consciência fonêmica: mesmo fonema inicial –
Fonema /a/
Agora, o objetivo desta atividade será que a criança perceba, entre uma série de palavras
diferentes, o mesmo fonema inicial /a/. Sugerimos uma lista de palavras com a letra A:
A-A-AGOSTINHO
A-A-ADÃO
A-A-A-AARÃO
A-A-ABRAÃO
A-A-ALTAR
A-A-AMIZADE
A-A-ALEGRIA
2- Leia para a criança cada palavra, de forma a destacar o som do fonema inicial, prolongando
sua leitura. Ex: A-A-A-A-MOR (ler o fonema /a/ de forma mais prolongada).
3- Peça que a criança repita cada palavra.
4- Em seguida, ela deverá pensar em outras palavras que possuem o som inicial /a/.
Durante a semana: Sugerimos que repita esta atividade com o fonema /a/ durante toda a
semana, pedindo para a criança imaginar outras palavras que começam com este mesmo som,
nomes de outros santos, familiares, etc.
Dica: repita todos os dias: Santo A-A-A-Agostinho, rogai por nós!
69
SANTO AGOSTINHO E O MENINO NA PRAIA
Santo Agostinho foi um dos homens mais sábios e cultos. Gostava muito de ler e estudar,
e adorava pensar em Deus. Era capaz de passar horas a fio pensando sobre Deus e seus caminhos
misteriosos.
Um dia, Santo Agostinho caminhava à beira-mar. O dia estava lindo, praticamente sem
nuvem alguma no céu. O sol dourado refletia na água. Com a brisa que soprava, as gaivotas
pairavam no ar, chamando umas às outras. As ondas vinham bater alegremente na praia.
Mas Santo Agostinho não percebeu de fato o azul do céu, ou o sol reluzente, ou o
chamado das gaivotas. Estava muito pensativo. Queria saber a resposta para todo tipo de
pergunta. Pensava sobre a Santíssima Trindade: um Deus, em três Pessoas. Eram questões
difíceis, mas Santo Agostinho esperava ser capaz de compreender se pensasse bastante nelas.
Pensou muito, mas não conseguiu descobrir as respostas. Quanto mais pensava, menos
sabia. Depois de algum tempo, começou a ficar triste e até um pouco chateado por não conseguir
compreender tantas coisas sobre Deus.
Então, ele encontrou um menino que havia cavado um buraco na areia. O menino ia até o
mar, enchia um balde de água e o trazia para jogá-la no buraco, depois voltava correndo para
trazer mais.
Ora, quem já foi à praia sabe que se você cava um buraco e joga água dentro dele, a água
simplesmente é absorvida pela areia no fundo do buraco. Por mais que jogue água, você nunca
irá conseguir encher o buraco.
70
O menininho estava trazendo um balde de água após o outro para dentro do buraco que
cavara. Não cansava de jogar água lá dentro, e voltava correndo para pegar mais. Santo
Agostinho o observou à distância durante algum tempo. Depois, foi até ele e perguntou:
- Mas isso é impossível - disse Santo Agostinho com um sorriso. - Não dá para fazer isso.
- Está certo - disse o menino, tranquilamente. – Da mesma forma que não dá para
entender todos os mistérios de Deus.
Toda a tristeza deixou seu coração, que se encheu de alegria. Ele abaixou a cabeça,
fechou os olhos e deu graças, pois se apercebeu de que muitos dos atos de Deus devem continuar
sendo um mistério para nós. Não podemos entendê-los, por mais que tentemos. Para nós é
impossível conhecer todo o plano de Deus, tal qual é impossível colocar todo o enorme oceano
dentro de um buraco na areia. Então, precisamos ter fé e acreditar.
Quando Santo Agostinho levantou a cabeça e abriu os olhos, estava só com o mar, a areia
e o céu.
71
Atividade 5 – Memorização
1-Leia a prece abaixo para a criança em voz alta e peça que ela repita, verso por verso:
Prece de agradecimento
Deus é grande, Deus é bom,
Nos dá a comida que nos sacia.
Dá-nos, Senhor, nosso pão de cada dia.
Amém!
Treinando a memorização:
Você pode começar pedindo que a criança repita uma palavra com você e em seguida acrescente
mais uma:
Exemplo
Adulto: Deus...
Criança repete: Deus...
Adulto: Deus é grande...
Criança: - Deus é grande...
Adulto: Deus é grande, Deus...
Criança: Deus é grande, Deus...
Adulto: Deus é grande, Deus é bom...
Criança: Deus é grande, Deus é bom...
E assim por diante, até a criança memorizar um trecho. Quando ela já tiver memorizado as
frases, você pode também dizer um trecho e pedir para ela completar:
Adulto: Deus é grande...
Criança: Deus é bom...
Adulto: Nos dá comida...
Criança: Que nos sacia...
E assim por diante.
Durante a semana: peça para a criança repetir esta oração antes das refeições, até memorizá-la.
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Atividade 6: Apreciação de imagem: Ícone de São José
1- Diga para a criança que ela conhecerá um ícone de São José. Primeiramente, leia o
poema de São José abaixo e conversem sobre quem foi este Santo homem, o pai adotivo
de Jesus. Aproveite para ressaltar na leitura a sonoridade das rimas.
HINO
São José Operário – Ofício das leituras
Elimina os egoísmos,
dá aos pobres de comer;
possa a Igreja, Cristo místico,
sob a tua mão crescer.
2- Agora, a criança deverá contemplar o ícone de São José (está nas páginas seguintes). Ela
deverá observar em silêncio para depois comentar sobre o que viu.
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Explique que um ícone não representa a pessoa como ela realmente é. Esta é uma
característica dos ícones: a ausência de naturalismo. “Ninguém nunca viu Deus; é o Filho único,
que está no seio do Pai, que o fez conhecer” (Jo 1, 18). “Quem me viu, viu o Pai” (Jo 14, 9). Um
ícone é uma representação cheia de detalhes e sentidos. O ícone é uma tradução visual da Palavra
de Deus, o Evangelho em formas e cores.
3- Pergunte-lhe:
O menino Jesus no colo de São José: O menino Jesus no colo de São José é mais um
símbolo da paternidade deste grande santo. Simboliza o cuidado e a proteção de pai, que deu a
Jesus e que pode dar a nós, pela sua intercessão.
Inscrição: São José, o Justo. Converse com a criança sobre esta especial virtude de São
José. “A pessoa virtuosa é aquela que livremente pratica o bem” (CIC 1804). Vemos sobre a
virtude da justiça: “A justiça é a virtude moral que consiste na vontade constante e firme de dar a
Deus e ao próximo o que lhes é devido” (CIC 1807). Em sua vida, diante do que Deus lhe pedia,
São José não deu outra coisa a Deus que não seja fazer a Sua vontade!
Durante a semana: retome a apreciação do ícone durante as orações da manhã. A cada dia
peça para a criança rezar a São José, escolhendo um elemento da imagem como inspiração.
~†~
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Ícone: São José
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Atividade 07 – Matemática - Números e quantidades
2-Passaremos, agora, a relacionar o número com a quantidade que ele representa. Faça algumas
perguntas:
4-Pergunte:
- Quantos dedos você tem em um pé? Peça para que conte.
- Quantos dedos têm em uma mão? Peça para que conte.
Utilizando a imaginação:
Após essa atividade, combine com a criança que você dirá alguns objetos e suas quantidades
para ela imaginar. Depois, deverá representar com os dedos essa quantidade:
Em seguida, diga um numeral e peça que ela continue contando até dez, de onde você começou:
Exemplo:
Adulto: dois...
Criança: três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove e dez.
Adulto: cinco...
Criança: cinco, seis, sete... (até chegar ao dez).
Siga utilizando os demais numerais.
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Semana 4
1 – Esta semana você deverá ensinar o nome e a forma da letra B. Pergunte-lhe se ela se lembra
do nome da primeira letra do alfabeto. Diga que a próxima é a letra B, letra do nome de São
Bento (leia páginas seguintes).
Trace no caderno a forma da Letra B, repetindo seu nome e seu traçado. Peça para a
criança copiar no caderno, seguindo o modelo e repetindo seu nome. Deixe que ela copie
sozinha. Observe seu traçado, se está da forma correta e peça para que repita. No início, a criança
talvez só consiga copiar uma vez. Mas, a cada dia, estimule-a a tentar mais vezes. Para isso,
você poderá novamente demarcar algumas linhas com uma caneta de cor diferente (duas, três,
quatro... o quanto perceber que a criança será capaz) para que a criança observe aquele espaço.
Ou então, faça um retângulo, dentro do qual ela deverá escrever a letra. No decorrer das
atividades de escrita, você deverá ir diminuindo este espaço de linhas demarcadas, para que a
criança diminua cada vez mais sua letra, até chegar à escrita dentro de apenas uma linha.
Exemplo: Diga o nome da letra B e ensine no caderno o seu traçado na forma maiúscula:
Para a semana: será necessário um treino diário. Peça que ela copie a letra B no caderno,
conforme o modelo, o quanto conseguir. Crianças menores ainda possuem dificuldade para
copiar na linha. Vá lhe mostrando, para que aos poucos observe a demarcação.
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SÃO BENTO
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diante de Deus se prostrou.
E enquanto ele rezava,
o milagre se operou.
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O pequeno raio de sol
Era uma vez uma menininha chamada Elza. Ela tinha uma avó muito idosa, com cabelos
brancos e o rosto enrugado. O pai de Elza tinha uma casa enorme no alto de uma colina. Todos
os dias, o sol entrava pelas janelas do sul. E tornava tudo claro e bonito.
A avó morava na ala norte da casa. O sol nunca chegava ao seu quarto. Um dia, Elza
disse ao pai:
- Por que o sol não aparece no quarto da vovó? Eu sei que ela gostaria de vê-lo.
- Claro que não, minha filha, a menos que você consiga levar alguns até lá.
Depois desta conversa, Elza pensou e pensou num jeito de carregar os raios de sol até a
sua avó. Quando ela brincava nos campos, via a grama e as flores balançando. Os pássaros
cantavam docemente enquanto voavam de árvore em árvore. Tudo parecia dizer: - "Nós amamos
o sol. Nós amamos o sol quente e luminoso".
- Vovó também amaria o sol - pensou a criança. Eu preciso levar um pouco para ela.
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Quando ela estava no jardim, uma certa manhã, sentiu os raios dourados e quentes do sol
em seus cabelos louros. Sentou-se e viu os raios em seu colo.
-Vou apanhá-los com o meu vestido - pensou - e levá-los até o quarto da vovó.
- Veja, vovó, veja! Eu trouxe uns raios de sol para você, ela gritou. E abriu o vestido, mas
não havia mais nenhum raio de sol.
- O sol vem nos seus olhos, minha criança - disse a avó - e ele brilha nos seus ensolarados
cabelos dourados. Eu não preciso de sol quando tenho você comigo.
Ela não entendia como o sol podia vir em seus olhos. Mas ficava contente de fazer sua
querida avó feliz. Todas as manhãs ela brincava no jardim. Então corria para o quarto de sua avó
para levar-lhe o sol nos seus olhos e cabelos.
______________________________________________________________________________
2-Agora é o momento de conversarem sobre a história. Faça perguntas que levem a criança a
perceber a virtude da compaixão daquela menina. Pergunte-lhe:
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Quem são os personagens desta história?
Como será que a avó da menina se sentia naquele quarto?
O que a menina sentiu ao ver que a avó não poderia ver o sol?
E ao conseguir ver sua avó feliz?
3-Peça que ela faça uma ilustração, retratando uma cena do Evangelho em que Jesus usou de
compaixão (Você pode escolher uma passagem e ler para criança).
4-Pergunte-lhe o que aprendeu com esta história; converse com a criança e ajude-a a refletir em
quais atitudes ela pode exercitar a compaixão (visitar um doente, ajudar um irmão machucado, o
pai cansado, etc.).
Para a semana: durante esta semana, faça a releitura em voz alta e peça para a criança recontar
com suas palavras. Nas atividades de recontagem é importante verificar se a criança obedece à
sequência lógica dos acontecimentos (começo – meio – fim). Depois de se familiarizar com a
recontagem e o vocabulário, peça para que reconte para alguém da família, apresentando sua
ilustração e fazendo a relação com esta virtude na vida de Jesus.
~† ~
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Atividade 3 - Consciência fonológica: as rimas
Nos exercícios de consciência fonológica, as rimas têm um papel importante para que a
criança perceba o mesmo som final em palavras diferentes. As rimas devem estar presentes
nas leituras contínuas da criança, mas é preciso também salientá-las de forma explícita até que a
criança crie esta consciência auditiva.
1- Leia as orações abaixo para a criança. Explique-lhe que nestas orações existem rimas,
que são palavras que “combinam seu som”. Dê exemplos: “criancinhas” rima com
“boazinhas”, “singelas” rima com “belas”, etc. Diga os exemplos dando uma entonação
maior às rimas.
2- Releia o poema, agora dando maior ênfase quando as rimas aparecerem (você pode lê-las
com a voz mais alta, prolongando o som final).
3- Escreva as palavras que rimam no caderno e peça para a criança repetir. Ela poderá
imaginar outras palavras que rimam com estas.
Orações Matinais
Durante a semana: repita a leitura deste poema nas orações matinais da criança, salientando as
rimas. A criança poderá memorizar alguns trechos. Se isso acontecer, aproveite para exercitar
sua memória, dizendo um verso e pedindo para ela dizer o seguinte.
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Atividade 4 - Consciência fonêmica: fonema /ê/
Esta semana introduziremos a memorização do fonema /ê/ – som da letra E. Para que a criança
memorize, vamos relacionar o fonema com o nome de Santo Expedito.
1- Diga para a criança que o som que ela vai aprender é do nome de Santo Expedito (leia
para ela sobre o santo na página seguinte).
Diga o fonema inicial /ê/ de forma prolongada:
- E-E-E-E-E-EXPEDITO. Peça que ela repita com você:
- E-E-E-E-E-E-E-E-E-E-E...
2- Agora, o objetivo desta atividade será que a criança perceba, entre uma série de
palavras diferentes, o mesmo fonema inicial /ê/. Sugerimos uma lista de palavras com a letra E:
E-E-E-ESTÉR
E-E-E-ELIAS
E-E-E-EDUCADO
E-E-ESCAPULÁRIO
E-E-E-ESPADA
E-E-E-EVANGELHO
E-E-E-EMPENHO
• Leia para a criança cada palavra, de forma a destacar o som do fonema inicial,
prolongando sua leitura. Exemplo: E-E-E-E-ESTÉR (ler o fonema /ê/ de forma mais
saliente).
• Peça para que a criança repita cada palavra, prolongando o som /ê/.
• Pergunte-lhe se ela sabe outras palavras que começam com este som.
Durante a semana: Sugerimos que repita esta atividade com o fonema /ê/ durante toda a
semana, pedindo para a criança imaginar outras palavras que começam com este mesmo som,
nomes de outros santos, familiares, etc.
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SANTO EXPEDITO
As imagens de Santo Expedito nos mostram um jovem vestido como soldado romano,
com armadura, túnica e um manto vermelho. Nas mãos ele tem uma cruz onde se pode ler a
palavra em latim: Hodie, que significa “hoje”.
Até que Deus o chamou fortemente e Expedito tomou a decisão definitiva de converter-se
à fé católica. O inimigo de Deus, desejando tentar Expedito, apareceu-lhe em forma de um corvo
que gritava “crás! crás!”. Palavras que significavam: “amanhã! amanhã!”. Sabia o que isso
queria dizer: Deixe para amanhã sua conversão!
Rapidamente Expedito mostrou-lhe a cruz e exclamou bem alto: “Hodie”, “Hodie”, que
significa: “Hoje”, “Hoje”! Por isso encontramos nas imagens do Santo aquela ave que
representava o mal sendo esmagada sob os pés do centurião romano.
E é desse modo que o nosso intercessor Santo Expedito atende as nossas causas: pronta e
rapidamente. Ele é o santo das causas urgentes. Mas, Expedito é também patrono de todas as
almas que querem deixar logo o pecado... hoje! E não como sugere o corvo, amanhã! Depois,
mais tarde…nunca!
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Atividade 5 - Consciência fonêmica: fonema /é/
Além do fonema /ê/, a letra E também pode representar o fonema /é/, como no caso da
palavra “José”. Ainda não é necessário explicar para a criança a variação de fonemas de uma
mesma letra. Faremos isso quando associarmos grafema-fonema. Neste momento, queremos
apenas que ela reconheça este som nas palavras. Vamos associar ao som final do nome JOSÉ.
Aproveite para ler uma história sobre este santo extraordinário! (página seguinte).
1- Diga para a criança que ela vai aprender mais um som, que está no nome de São
JOSÉÉÉÉÉÉÉÉ...
- ÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉ...
2- Agora, o objetivo desta atividade será que a criança perceba, entre uma série de
palavras diferentes, o mesmo fonema final /é/. Sugerimos uma lista de palavras com
o som final /é/. Leia cada palavra e peça para a criança repetir, salientando o fonema
/é/ de forma prolongada:
JOSÉÉÉÉÉÉÉ...
CAFÉÉÉÉÉÉÉ...
CHULÉÉÉÉÉÉÉ...
PÉÉÉÉÉÉÉ...
PICOLÉÉÉÉÉÉÉ...
FILÉÉÉÉÉÉÉÉ...
MARÉÉÉÉÉÉÉ...
Durante a semana: Sugerimos que repita esta atividade com o fonema /é/ durante toda a
semana. Peça que a criança pense em outras palavras que tenham este som.
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A ESCOLHA DO NOIVO são JOSÉ
É opinião comum que Maria perdeu cedo os pais e que foi o Sumo Sacerdote em pessoa
que se encarregou de lhe procurar um noivo e lhe teria indicado São José como um jovem ideal
para ela.
Há uma lenda que diz que "o Sumo Sacerdote teria convocado todos os jovens da casa de
David, que aspiravam casar-se com Maria, convidando-os a depositar o seu bastão ou vara sobre
o altar. O dono da vara que florescesse seria o eleito pelo Senhor para esposo de Maria.
Naturalmente foi a vara de José que floresceu ... O Proto-evangelho de Tiago até diz que saiu
uma pomba da vara e voou sobre a cabeça de José. O sacerdote teria exclamado então:
"Tu foste o eleito pela sorte para ter sob a tua proteção a Virgem do Senhor".
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Atividade 6 - Consciência fonêmica: mesmo fonema inicial
Nesta atividade recapitularemos os fonemas aprendidos nesta unidade. Você utilizará palavras
que tenham o mesmo fonema inicial, misturadas com outros diferentes, para que a criança
identifique os similares.
1- Você dirá para a criança três palavras. Lembre-se de salientar o som do fonema inicial de
cada palavra:
3- Agora faremos o mesmo com o fonema /ê/: Você dirá para a criança três palavras.
Lembre-se de salientar o som do fonema inicial de cada palavra:
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Atividade 7 – Memorização
1-Leia as frases abaixo, de São João Bosco, e peça para a criança repetir. Lembre-se: para ajudar
na memorização, comece pedindo para a criança memorizar uma palavra por vez, e vá repetindo,
acrescentando outra.
2-Converse com a criança sobre o significado das frases.
Durante a semana: peça para que ela memorize ao menos uma das frases e repita num
momento de oração em família.
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Atividade 8: Representação do Evangelho
Essa atividade tem por objetivo despertar na criança o conhecimento dos Santos
Evangelhos e o gosto pela Arte Religiosa, através da representação ilustrativa de uma passagem
do Evangelho. Ao ilustrar o Evangelho, a criança tem a capacidade de expressar-se segundo o
que Cristo ensina.
De acordo com o Catecismo da Igreja Católica, a arte é uma forma de expressão humana.
Nasce de um talento dado pelo Criador e do esforço do próprio homem. A arte é uma forma de
sabedoria prática, que junta o conhecimento e a habilidade para dar forma ao que vemos e
ouvimos. Segundo São João Paulo II, Deus chamou o homem para a vida e deu-lhe a tarefa de
ser artista. Quanto mais o homem souber que o dom que possui vem de Deus, tanto mais se sente
movido a olhar para si mesmo e para a criação inteira com olhos capazes de contemplar e
agradecer, elevando a Deus o seu hino de louvor.
2- Faça perguntas sobre os detalhes da cena e releia quantas vezes for necessário, para que
a criança se atente a eles:
Para onde foi Maria?
Como era aquela região?
Onde ela entrou?
Quem ela encontrou?
Qual foi a reação de Isabel?
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3- Ao final da leitura, a criança deverá fazer uma ilustração que represente a passagem.
Depois, deverá mostrar para alguém da família, contando-lhe sobre a cena.
Para fazer a ilustração, crie uma composição com recorte e colagem. Primeiro, ajude a criança
a fazer uma casa de dobradura (conforme o modelo abaixo). Depois, com canetinha e lápis de
cor, deverá decorar a casa da Prima Isabel, e colar em uma folha sulfite. Também poderá
recortar em papeis coloridos outros elementos para compor a cena, como árvores, montanhas,
sol, nuvens, etc. Deverá colar na folha sulfite, e desenhar os outros detalhes da cena (Maria,
Isabel...).
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Atividade 09 – Matemática
Passagem Bíblica
3- Converse com a criança sobre o que diz o Evangelho – o nascimento de Jesus. Diga-lhe do
grande amor com que José e Maria receberam o Salvador, mesmo em meio às dificuldades. Fale
para a criança de quanto amor ela recebeu de Deus, ao tê-la chamado a vida!
4- Jesus teve uma família, onde cresceu em estatura e graça. Como é o lugar que você mora? Peça
para ela pensar e contar sobre sua casa:
- Quantos quartos?
- Quantas camas?
- Quantos cômodos?
- São mais ou menos do que 10?
- Quantos banheiros?
- Qual é o cômodo maior?
- Qual é o cômodo menor?
5- Peça para a criança fazer uma ilustração, representando como é sua casa.
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Retomando – VOLUME 1
~† ~
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ANEXO 1 – PARA COLORIR E APRENDER
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Pai Nosso que estais nos céus
Meus amiguinhos, diz o anjo, vocês nunca pensam em Deus? Ele é nosso Bom Pai. Nós
não o vemos, contudo Ele está perto de nós. Foi Ele quem criou o Céu e a Terra, foi Ele quem
lhe deu um bom papai e uma boa mamãe. Foi Ele quem criou os passarinhos e todas as coisas
que vemos. E ainda, é Ele quem cuida de nós, e deseja ver-nos no Céu ao seu lado, por toda a
eternidade. Vocês se lembram de Lhe agradecer cada dia por todos esses benefícios?
Não sejamos como estas crianças ingratas e egoístas que não sabem dizer "obrigado”.
Maria e Joãozinho desejam sinceramente fazer o que o Anjo da Guarda lhes diz. Na
verdade, o Bom Pai do Céu os ama muito, e eles Lhe agradecerão do fundo de seus corações.
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Santificado seja o Vosso Nome
Vocês estão vendo, caros meninos, os dois anjinhos que conduzem as crianças à Igreja?
Elas ali vão para conversar com Deus. É na igreja que se reza melhor, é ainda lá que a gente fica
mais perto d’Ele. As crianças boas e obedientes gostam de ir à Igreja, onde mantêm atitude de
piedade e recolhimento. Elas falam com Deus com muito respeito e amor. Elas O adoram, Lhe
agradecem e pedem perdão de suas pequenas faltas (desobediência, gulodice, preguiça, orgulho,
mentiras) e Lhe pedem também algumas graças: crescerem ajuizadas, obedientes, cumpridoras
dos deveres, generosas, francas e leais. As crianças que vão à Igreja e se comportam com
piedade e respeito continuam a comportar-se bem quando voltam para casa. Por isso é que os
dois pequenos anjos insistem para que as crianças frequentem a igreja. Meus amiguinhos, vocês
vão sempre à casa de Nosso Senhor? Rezam com toda a devoção?
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Venha a nós o Vosso Reino
Vocês sabem que Deus é desconhecido por muita gente? Que milhões de infelizes
crianças vivem nas trevas, sem a luz de Cristo? Inúmeros povos não têm a felicidade de conhecer
a Deus. É preciso que vocês rezem para que o Reino de Deus se estenda por todos os países do
mundo, e que a luz do Evangelho ilumine aqueles que continuam escravos da falta de fé.
Você oferece alguns sacrifícios a fim de ajudar os missionários que se esforçam para
instruir os pagãos, levá-los à fé e abrir-lhes o caminho do céu? Você se priva às vezes de
comprar gulodices, a fim de guardar algumas moedas para ajudar os padres que pregam a
verdadeira fé? O bom anjo mostra-lhes a cruz. Este símbolo da redenção ensina aos homens a se
amarem uns aos outros, a se ajudarem e a fazer desaparecer o ódio.
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Seja feita a Vossa vontade, assim na terra...
O pequeno Miguel caiu ao brincar e fraturou um braço. Por isso, é obrigado a ficar
quietinho na sua cadeira durante muitos dias. Não pode tomar parte nos brinquedos barulhentos
de seus companheiros que se divertem ao ar livre. Miguel sabe que foi uma provação que Deus
lhe mandou. Ele aceita com resignação a sua pequena cruz. Chega mesmo a oferecer o seu
sofrimento ao Pai do Céu, para que Ele auxilie tantos pequenos que não têm o conforto e as
facilidades que ele possui.
Lembra-se ele de ter aprendido nas aulas de catecismo que todos os nossos pequenos
sofrimentos, quando oferecidos a Deus, são muito meritórios para nós e os outros. Aceitar cada
dia a vontade de Deus é o que de melhor podemos fazer neste mundo. Seu Anjinho incute esses
bons pensamentos no pequeno Miguel e lhe dá coragem para oferecer sua dor a Nosso Senhor.
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...Como no Céu
Como deve ser belo viver no Céu em companhia do Menino Jesus e dos anjos! Que
harmonia! Que alegria! Lá a vontade de Deus é respeitada de forma perfeita. Lá as crianças
ajuizadas são como os anjinhos. Não há mais caprichos, nem brigas, nem maus companheiros.
Tudo é perfeito. A visão de Deus, a convivência com os santos e os anjos, a esplêndida beleza de
nossa Mãe Celeste, a Virgem Santíssima, transformam o Céu num lugar de felicidade eterna.
Deus deseja que todo o mundo vá para o Céu. Infelizmente grande número de crianças esquece-
se disso e só pensam nos seus brinquedos, nas suas satisfações e nos seus prazeres. Não sejamos
com uma dessas crianças. Pensemos em primeiro lugar que devemos salvar nossas almas, para
podermos ser felizes por toda a eternidade.
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106
O pão nosso de cada dia nos dai hoje
Quantas crianças não imaginam que o seu pão de cada dia é um presente de Deus. Por
esse motivo também se esquecem de render-Lhe graças. Isso não acontece com Maria e
Joãozinho. Eles sabem que é a Divina Providência que cuida de todas as nossas necessidades. As
saborosas maçãs, o pão, a carne, os doces e as balas, tudo vem da natureza que Deus criou para
nós. O trabalho que tem o homem para obter todas essas coisas é também uma lei providencial
estabelecida por Deus. O pai de Maria e João trabalha muito e traz o dinheiro necessário para o
sustento da casa. Nada lhes falta. Mas eles sabem que muitas crianças não têm o que comer. Por
isso não podemos nunca reclamar da comida que recebemos, nem desperdiçá-la, jogando fora.
Dentre todos os alimentos, nenhum é mais importante para nós do que a Santa Comunhão. Todos
os domingos, Maria e seu irmãozinho vão à Missa e recebem Jesus no coração. A Sagrada Hóstia
é o Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus Cristo. Por isso, comungar é trazer o próprio
Deus para junto de nós. Ele é nosso alimento, nossa força e nosso Amor.
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Perdoai-nos as nossas ofensas
Maria, Joãozinho e o seu primo Miguel brigaram há poucos instantes. Logo depois se
arrependeram. Prometem então ao Menino Jesus não mais ficarem com raiva um do outro. Mais
ainda, eles pedem perdão por terem desobedecido à mamãe, por haverem quebrado um pote de
plantas ao brincar, por terem tido preguiça de preparar as lições para a escola.
São boas crianças, mas de vontade fraca. O Menino Jesus bem sabe disso e sempre
perdoa os seus amiguinhos quando eles se arrependem sinceramente.
Jesus dá mais atenção à boa vontade e ao desejo de proceder bem, do que às nossas fraquezas e
defeitos. Com o coração leve e em paz, os três amigos voltam aos seus brinquedos e jogos. No
domingo eles se encontrarão com Jesus no confessionário, para receber a absolvição dos seus
pecados e assim poderem comungar. Como é bom saber que Deus nos perdoa, que Ele nos deu o
Sacramento da Confissão para transmitir o seu perdão. O padre sempre tem uma palavra amiga e
saímos dali com o firme propósito de não mais pecar.
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110
Assim como nós perdoamos a quem nos tem
ofendido
Maria tem os olhos rasos d’água. A bela boneca que a mamãe lhe dera como presente de
aniversário jaz por terra com a perna quebrada. Miguel foi o autor do desastre. Ele tirou a boneca
sem permissão da prima e a deixou cair. Apesar da sua grande mágoa, Maria perdoou o primo.
Ela se lembrou de ter também causado aborrecimentos aos outros; cada dia, ao fazer o exame de
consciência, ela precisa pedir a Deus perdão por alguma falta cometida. Como Deus sempre a
perdoa, ela quer igualmente ser boa para com o primo Miguel. Seu Anjo da Guarda sente alegria
ao ver tão boas disposições no coração de sua protegida.
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112
E não nos deixeis cair em tentação
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Mas livrai-nos do mal
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Amém!
Bom Pai do Céu, permanecei sempre perto der mim! Fazei com que eu Vos ame!
Do Vosso Nome e da Vossa Glória, desejo ser ardente apóstolo. Que a Vossa vontade
seja a minha linha de conduta. Na alegria ou na dor, fazei com que eu Vos reconheça sempre
como um Pai amantíssimo, que só deseja a minha felicidade. Que o meu coração não se apegue
aos bens materiais, a fim de que não me esqueça dos bens eternos. Dai-me cada dia aquilo de que
mais necessito para melhor servir-Vos. Esquecei minhas faltas passadas e concedei-me um
coração puro e límpido, no qual não haja lugar para a raiva e o ódio. Livrai-me sempre do
pecado, como o maior dos males. Sustentai-me na minha fraqueza, a fim de que um dia possa
contemplar-Vos no Céu, ao lado dos bem-aventurados.
Amém!
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ANEXO 2 – SEMANA 2– ATIVIDADE 5
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ANEXO 3 – SEMANA 3 – ATIVIDADE 1
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ANEXO 4 – SEMANA 3 – ATIVIDADE 6
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ANEXO 5 – SEMANA 4 - ATIVIDADE 4
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