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Fisiologia DO ESPORTE
ATLETAS FEMININOS X MASCULINOS
Os valores quantitativos para mulheres (força
muscular, ventilação pulmonar e débito cardíaco,
relativos à massa corporal) variam entre 2/3 e ¾ dos
valores observados nos homens (3 a 4 kg/cm²), em
decorrência as diferenças endócrinas de cada
indivíduo.
• A testosterona secretada pelo homem possui
um efeito anabólico que causa um aumento do
deposito de proteínas em todos os tecidos
corporais, especialmente nos músculos.
• O estrogênio secretado pela mulher aumenta a
sua deposição de gordura, especialmente nos
seios, quadril e tecido subcutâneo. Isso pode
ser vantajoso na pratica de esportes como a
natação, que a disponibilidade extra de gordura
constitui vantagem no isolamento térmico,
aumento na flutuação e energia de maior
duração.
Determinantes do exercício: força, potência e resistência
muscular
A força de um musculo é determinada pelo seu
tamanho, com uma força de contração máxima entre 3
a 4 kg/cm² de área de secção transversa muscular.
• A força de sustentação de um musculo é 40%
maior que a força de contração
o O alongamento forçado de um musculo
em contração (como ocorre no contato
com o solo após um salto) pode levar a
rupturas internas no musculo, além de
ser um problema futuro para tendões,
articulações e ligamentos.
GUYTON & HALL, Tratado de fisiologia medica – Rio de Janeiro. Elsevier. Ed. 12, 2011.
A potência é uma medida da quantidade total de
trabalho que o musculo realiza em uma unidade de
tempo. É determinada pela força de contração,
distancia da contração e pelo numero de vezes que ele
se contrai por minuto. Medida por kg-m/min.
• Exemplo: Um musculo que levanta/move um
objeto lateralmente de 1kg a uma
altura/distância de 1 m tem uma potência de
1kg-m/min
• Uma pessoa tem capacidade de alta potência
por curto período de tempo. Exemplo: corrida
de 100m em 10 segundos.
A resistência é o tempo que o indivíduo consegue
sustentar uma atividade até a exaustão. Depende da
nutrição do indivíduo, especialmente a quantidade de
glicogênio (presente em uma dieta rica em
carboidratos) que foi armazenada no musculo antes do 1
período de exercício.
Sistemas metabólicos
Sistema da fosfocreatina
• Ao ser decomposta em creatina e íons fosfato,
libera grande quantidade de energia (10.300
cal/mol), mais que a ligação ATP (7.300
cal/mol). As células possuem até 4 vezes mais
fosfocreatina que ATP. O sistema de energia de
fosfágeno é a combinação do ATP e da
fosfocreatina, e gera potência muscular
máxima por 8 a 10 segundos.
Sistema do glicogênio ácido lático
• O glicogênio adquirido na nutrição e
armazenado no musculo é quebrado em glicose
para ser usada como energia.
• O primeiro estagio desse processo é a glicólise
(metabolismo anaeróbico, pois não utiliza
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oxigênio): glicose → 2 mol de ácido pirúvico Rápida x lenta

→ 4 mol de ATP
o Ácido pirúvico entra na mitocôndria e
reage com o oxigênio para formar mais
moléculas de ATP (fase oxidativa).
o Quando não tem oxigênio suficiente, a
maior parte do ácido pirúvico é
transformado em ácido lático (que se Diferenças:
difunde no liquido intersticial e sangue)
• Quando se exige grande quantidade de ATP em • As fibras de contração rápida possuem
um curto ou moderado período de tempo, o maior diâmetro
mecanismo anaeróbico da glicólise que é • A potência máxima que possa ser atingida
utilizado, como uma fonte rápida de energia (1,6 em períodos curtos é duas vezes maior na
minuto de atividade muscular máxima). fibra de contração rápida.
• Fibras de contração lenta são organizadas
Sistema aeróbico para resistência, especialmente para
• É a oxidação dos alimentos na mitocôndria para gerarem energia aeróbica. Possuem mais
fornecer energia. A resistência do musculo mitocôndrias e mais capilares.
utilizando o sistema aeróbico dura enquanto Respiração no exercício 2
houver nutrientes. É requisitado por
atividades atléticas mais prolongadas. O consumo de oxigênio de um homem jovem em
repouso é de 250ml/min, porem para homens
Nutrientes utilizados na atividade física
destreinados e condições de esforço máximo o
Além dos carboidratos nas fases iniciais do exercício, consumo pode chegar a 3.600ml/min.
os músculos utilizam gordura em forma de ácidos • A capacidade respiratória máxima é cerca de
graxos e ácido aceto acético para produzir energia. Em 50% maior do que a ventilação pulmonar real
menor escala, utilizam a proteína em forma de durante o exercício.
aminoácidos.
A capacidade do coração bombear sangue para os
• Os carboidratos estão armazenados em músculos é o fator limitante do fornecimento de
reservas de glicogênio nos músculos e no oxigênio aos músculos durante o metabolismo
fígado e pode ser liberado no sangue em forma aeróbico muscular máximo.
de glicose.
• Se há glicogênio e glicose disponíveis, são os Efeito do treinamento sobre a VO²maxima (taxa de
primeiros a serem utilizados. Após isso, a oxigênio utilizado sob condições máximas do
gordura fornece mais de 50% da energia metabolismo aeróbico).
requerida após 3 ou 4 horas.
• A VO² máxima de um maratonista é cerca de 45
Fibras de contração vezes maior que a de uma pessoa destreinada.
GUYTON & HALL, Tratado de fisiologia medica – Rio de Janeiro. Elsevier. Ed. 12, 2011.
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A figura a seguir mostra os efeitos progressivos do
treinamento atlético sobre a VO² max registrada em um
grupo de indivíduos, começando em um nível zero de
treinamento e dando continuidade em um programa por
7 a 13 semanas:
A capacidade de difusão do oxigênio é uma medida da
taxa com que o oxigênio pode se difundir nos alvéolos
pulmonares para o sangue. Expressa por mililitros de
oxigênio que são difundidos por minuto por cada
milímetro de mercúrio, resultante da diferença entre
pressão parcial de oxigênio alveolar e a pressão
sanguínea pulmonar.
• A capacidade difere no repouso e no exercício
pois o fluxo sanguíneo nos capilares
pulmonares é lento/nulo no repouso. No
exercício o aumento do fluxo sanguíneo
proporciona uma maior área pela qual o
oxigênio pode ser difundido.
Gases sanguíneos durante o exercício
Os valores da pressão do oxigênio e do dióxido de
carbono arterial permanecem em níveis próximos ao
normal. A respiração é estimulada por mecanismos
neurogênicos durante o exercício. Resultado da
estimulação direta do centro respiratório, estimulação
pelos sinais sensoriais transmitidos para o centro
respiratório dos músculos que se contraem.
GUYTON & HALL, Tratado de fisiologia medica – Rio de Janeiro. Elsevier. Ed. 12, 2011.
Efeito do tabagismo na ventilação pulmonar durante
exercício
1. Um dos efeitos da nicotina é a constrição dos
bronquíolos, aumentando a resistência ao fluxo
de ar nos pulmões.
2. A fumaça causa irritação, aumentando a
secreção de líquidos na arvores brônquica.
3. A nicotina paralisa os cílios da superfície das
células epiteliais respiratórias. Ocorre muito
acúmulo de secreção nas vias respiratórias.
Portanto, o desempenho do tabagista é reduzido ao
exercício.
No tabagista crônico, a maioria dos indivíduos possui
um grau de desenvolvimento de enfisema, onde ocorre
bronquite crônica, obstrução dos bronquíolos terminais
e destruição de paredes alveolares. Muitos desses
pacientes não podem realizar uma caminhada curta
sem ficar ofegante. 3
O sistema cardiovascular no exercício
O fluxo sanguíneo muscular aumenta durante o
exercício para fornecer oxigênio e nutrientes.
O musculo esquelético que se contrai comprime os
vasos sanguíneos intramusculares. Portanto,
contrações musculares tônicas intensas podem causar
uma rápida fadiga muscular, por causa da falta de
suprimento de oxigênio e nutrientes para uma
contração continua.
O aumento do fluxo sanguíneo é resultado da
vasodilatação causada pelo aumento do metabolismo
muscular. Também é resultado do aumento moderado
da pressão arterial (cerca de 30%), dobrando o fluxo
sanguíneo.
Efeito do treino na hipertrofia cardíaca e DC
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As câmaras cardíacas de um maratonista aumentam
em cerca de 40% de tamanho, juntamente com sua
massa cardíaca. Mesmo sendo maior, o DC em repouso
é quase o mesmo que de uma pessoa normal, porem é
atingido com uma frequência cardíaca baixa com
grande volume sistólico. A eficácia do bombeamento do
sangue em cada batimento é até 50% maior em atletas
do que em pessoas destreinadas.
manutenção de uma pressão sanguínea
moderadamente baixa e a redução do colesterol total e
das lipoproteínas de baixa densidade, assim como o
aumento das lipoproteínas de alta densidade. Tudo isso
ajuda a diminuir o numero de ataques cardíacos, AVC’s
e doenças renais.
A pessoa que faz exercícios tem mais reservas
corporais para serem utilizadas quando ficar doente
(por exemplo, uma reserva respiratória, muito
requisitada no caso de uma pneumonia, ou até mesmo
quando precisa aumentar o debito cardíaco).

Exercícios também reduzem o risco de distúrbios

metabólicos crônicos relacionados com a obesidade,
como a resistência a insulina e diabetes tipo II. O
exercício tem resultados positivos na melhora da
sensibilidade a insulina e diminuição da necessidade de
Relação entre desempenho cardiovascular e VO² tratamento com insulina em paciente com diabetes tipo
máximo II.
4

Durante o exercício, a FC e o VS aumentam cerca de

95% acima dos seus níveis máximos. A utilização do
oxigênio pelo corpo não pode nunca ser maior do que a
taxa de oxigênio transportada pelo sistema
cardiovascular para os tecidos. O desempenho cardíaco
é o fator limitante da VO² máxima, e não o sistema
respiratório.

Qualquer cardiopatia que diminua o DC interfere na

capacidade de potência muscular máxima do corpo, por
essa razão uma pessoa com Insuficiência Cardíaca
Congestiva tem dificuldade até em produzir pequenas
forças, como levantar da cama.

A forma física prolonga a vida

Deixar o corpo em forma e controlar o peso reduz

bastante as doenças coronarianas. Isso resulta de

GUYTON & HALL, Tratado de fisiologia medica – Rio de Janeiro. Elsevier. Ed. 12, 2011.