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Respiração Aeróbia

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Acinonyx jubatus

Consegue atingir velocidades de


110 a 120 km/h, por curtos
períodos de cada vez (ao fim de
400 metros de corrida), sendo o
mais rápido de todos os animais
terrestres (velocidade máxima medida:
131,4 km/h).

Usain Bolt — superatleta jamaicano considerado como o homem mais


rápido do planeta — Percorreu 100 metros em incríveis 9,58 segundos
- Média de 37,58 km/h

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À medida que as células evoluíram,
as suas necessidades energéticas
foram aumentando. Nas células
eucarióticas, surgiram organelos
especializados - mitocôndrias -
capazes de realizar a oxidação
completa do ácido pirúvico.

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Este processo só ocorre na
presença de oxigénio.

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A fermentação só permite obter cerca de 2% da energia que
pode ser retirada, por oxidação completa, de uma molécula
de glicose.

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As células dos tecidos vivos, ao
realizarem respiração aeróbia, consomem
oxigénio e libertam dióxido de carbono
(responsável pela turvação da água de
cal).

C6H12O6 + 6O2  6CO2 + 6H2O + 36 ATP


Respiração Aeróbia

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Esta troca de gases resulta do
processo catabólico que conduz à
oxidação dos compostos orgânicos,
com vista à obtenção de energia.

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Como se processa a oxidação dos compostos orgânicos
em condições de aerobiose?

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Etapas da respiração aeróbia

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Etapas da respiração aeróbia

 1ª Etapa – Glicólise (hialoplasma)


 2ª Etapa – Formação de acetil-
coenzima A (matriz mitocondrial)
 3ª Etapa – Ciclo de Krebs (matriz
mitocondrial)

 4ª Etapa – Cadeia transportadora de


electrões e fosforilação oxidativa
(cristas mitocondriais)

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1ª Etapa - Glicólise
Etapa comum à Fermentação e Respiração Aeróbia

Formação de:
 2 moléculas de ATP
 2 moléculas de NADH + H+
 2 moléculas de Ácido Pirúvico

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1ª Etapa - Glicólise

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2 moléculas de ácido pirúvico
2ª Etapa – Formação de acetil-coenzima A
Na presença de oxigénio, o
ácido pirúvico entra na
mitocôndria, onde é
descarboxilado (perde uma
molécula de CO2) e oxidado
(perde um hidrogénio, que é
usado para reduzir o NAD+,
formando NADH + H+).
Formação de:
 2 moléculas de NADH + H+
 2 moléculas de CO2

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2ª Etapa – Formação de acetil-coenzima A
1 Ácido pirúvico (3C) (resultante da glicólise)

NAD+ CO2

NADH+H+

Formação de:
CoA  2 moléculas de NADH + H+
 2 moléculas de CO2
 2 moléculas de acetil - CoA
Acetil CoenzimaA (2C)/ Acetil CoA
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3ª Etapa – Ciclo de Krebs
Por cada molécula de
glicose degradada,
formam-se duas
moléculas de piruvato
e estas, por sua vez,
originam duas
moléculas de acetil-
CoA.
Consequentemente,
ocorrem dois ciclos de
Krebs.

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3ª Etapa – Ciclo de Krebs

O ciclo de Krebs, ou ciclo do


ácido cítrico, é um conjunto de
reacções metabólicas que
conduz à oxidação completa da
glicose.

Este conjunto de reacções


ocorre na matriz da
mitocôndria.

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3ª Etapa – Ciclo de Krebs

Formação de (dois ciclos):

 2 moléculas de ATP
 6 moléculas de NADH + H+
 2 moléculas de FADH2
 4 moléculas de CO2

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3ª Etapa – Ciclo de Krebs

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4ª Etapa – Cadeia transportadora de electrões e
fosforilação oxidativa

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4ª Etapa – Cadeia transportadora de electrões e
fosforilação oxidativa

Nas cristas da
mitocôndria

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4ª Etapa – Cadeia transportadora de electrões e fosforilação oxidativa
As moléculas transportadoras de H (NADH e FADH2) transferem os
electrões captados para cadeias transportadoras de electrões,
cadeias respiratórias, situadas na membrana interna das
mitocôndrias.

À medida que os electrões vão


sendo transportados na cadeia
respiratória, a energia transferida
vai permitir a síntese de 34
moléculas de ATP. Como este
processo está associado a reacções
de oxirredução, é denominado por
fosforilação oxidativa.

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Fosforilação oxidativa

Os e- passam de transportador em transportador, libertando-se


energia.
Essa energia é usada para fosforilar o ADP , formando ATP.

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Os electrões transportados pelo NADH e pelo FADH2 são cedidos aos aceptores,
iniciando um fluxo, ao longo do qual estas moléculas vão sendo sucessivamente
reduzidas e oxidadas. Este fluxo é condicionado pela disposição das moléculas
transportadoras de electrões. Cada transportador tem maior afinidade para os
electrões do que o transportador anterior, garantindo-se desta forma um fluxo
unidireccional até ao aceptor final - o oxigénio.

O oxigénio, depois de receber os


electrões, capta os protões (H+)
presentes na matriz da
mitocôndria, formando-se H2O.

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 Por cada molécula de NADH + H+
que entra na cadeia respiratória
formam-se 3 ATP.

 Por cada molécula de FADH2 que


entra na cadeia respiratória
formam-se 2 ATP.

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Cit c

Complexo Complexo
Enzimático Complexo Enzimático
I Q Enzimático III
II
H+

FADH2 FAD ½ O2
NAD NA H2O
H D

O último aceptor de electrões é o oxigénio, o qual capta um par de iões H+ da


matriz, formando H2O.

½ O 2 + 2 e - + 2 H+ H2O
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Balanço energético

• Cadeia Transportadora de Electrões:


– NADH  3 ATPs
– FADH  2 ATPs

– 10 NADH  30 ATPs

– 2 FADH  4 ATPs 38 ATPs


–  4 ATPs

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36 ou 38 ATP??
A membrana interna na mitocôndria é impermeável às moléculas
de NADH presentes no hialoplasma. Assim, os electrões
transportados por estas moléculas são cedidos a uma molécula de
FAD, presente na matriz da mitocôndria, formando-se assim
apenas 2 moléculas de ATP por cada par de electrões
transportados pelo NADH, gerados na glicólise. Contudo, por
vezes, o NADH transfere os seus electrões para uma molécula de
NAD+, presente na matriz mitocondrial, gerando 3 ATP por cada
molécula de NADH resultante da glicólise.

O balanço energético da respiração aeróbia pode,


assim, ser de 36 ATP ou de 38 ATP

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36 ou 38 ATP??

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Saldo energético

Etapa Saldo de ATP


Glicólise 2

Ciclo de Krebs 2

Cadeia respiratória 32 ou 34

Total 36 ou 38

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RESPIRAÇÃO AERÓBIA
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RESPIRAÇÃO AERÓBIA

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RESPIRAÇÃO AERÓBIA

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Fermentação / Respiração Aeróbia

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Localização das Diferentes Vias Metabólicas
EUCARIONTES PROCARIONTES

Citoplasma: Citoplasma:

• Glicólise. • Glicólise.

• Fermentação. • Fermentação.

• Ciclo de Krebs.

Mitocôndria: Face Interna da Membrana Plasmática:

• Formação do Acetil-CoA (matriz). • Formação do Acetil-CoA.

• Ciclo de Krebs (matriz). • Cadeia Transportadora de Electrões e

• Cadeia Transportadora de Electrões e Fosforilação Oxidativa.

Fosforilação Oxidativa (membrana interna).

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Em condições de anaerobiose, a degradação da
glicose é incompleta, formando-se, por exemplo:

 álcool etílico (que ainda contém bastante energia


química potencial) e dióxido de carbono - no caso
da fermentação alcoólica;

 ácido láctico - no caso da fermentação láctica.

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Em condições de aerobiose, a degradação da glicose
é completa, formando-se compostos simples, água
e dióxido de carbono (mais pobres em energia do
que o álcool etílico ou o ácido láctico).

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A fermentação e a respiração aeróbia são duas vias
possíveis de degradação dos compostos orgânicos - vias
catabólicas – que permitem às células retirar diferentes
quantidades de energia química desses compostos.

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O Rendimento Energético das Vias Catabólicas
A fermentação e a respiração aeróbia permitem às células retirar diferentes
quantidades de energia química da glicose.
Na presença de oxigénio, a partir de uma molécula de glicose podem obter-se
38 moléculas de ATP: 40% da energia total contida na molécula de glicose.
Na ausência de oxigénio, a partir de uma molécula de glicose podem obter-se 2
moléculas de ATP: 2% da energia total contida na molécula de glicose.
Da energia restante:
 Parte fica retida nos produtos finais;
 Parte é libertada na forma de calor (manutenção da temperatura corporal).

Energia Energia transferida para


Energia potencial Percentagem de energia aproveitada
armazenada moléculas de ATP (kcal)
de uma molécula
numa molécula Respiração Fermentação
de glicose (kcal) Respiração Fermentação
de ATP (kcal) (36 ATP) (2 ATP)
263 14,6 38% 2%
686 7,3
(36 X 7,3) (2 X 7,3) (263 X 100/686) (14,6 X 100/686)

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Vias metabólicas

Na ausência de Glicose, os
organismos podem recorrer a
outros compostos orgânicos
como prótidos e lípidos.

Nesses casos tanto prótidos


como lípidos têm que ser
convertidos em compostos
precedentes ao Ciclo de Krebs.

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Questão de aula

O trematol é um veneno metabólico que tem a sua origem nas


raízes da cobra branca. Quando as vacas comem esta planta
aumenta a concentração do trematol no leite. Este veneno
provoca inibição nas enzimas hepáticas que convertem o ácido
láctico em outros compostos metabólicos.

 Explica por que razão o exercício físico intenso aumenta os


sintomas de envenenamento por trematol.

 Explica por que razão o pH do sangue de um indivíduo que


consumiu leite envenenado sofre um decréscimo.

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Questão de aula
O trematol é um veneno metabólico que tem a sua origem nas raízes da cobra branca. Quando as vacas comem
esta planta aumenta a concentração do trematol no leite. Este veneno provoca inibição nas enzimas hepáticas que
convertem o ácido láctico em outros compostos metabólicos.

 Explica por que razão o exercício físico intenso aumenta os sintomas de envenenamento por trematol.

 Explica por que razão o pH do sangue de um indivíduo que consumiu leite envenenado sofre um decréscimo.

O exercício físico intenso leva a um aumento do consumo de energia (ATP), que se traduz por uma
maior taxa de respiração aeróbia para a produzir, pelo que ocorre um consumo de oxigénio muito
elevado. Como a ventilação pulmonar e a circulação sanguínea não são capazes de assegurar a
oxigenação das células a partir desse momento, continuando a ser necessária energia, as células
musculares vão produzi-la num meio desprovido de oxigénio, passando também a realizar
fermentação láctica, o que leva ao aumento desse ácido nas células musculares e, posteriormente,
na corrente sanguínea e no fígado. Como, neste órgão, as enzimas responsáveis pela conversão de
ácido láctico se encontram inibidas pelo trematol, a concentração deste ácido aumenta, acentuando
os sintomas de envenenamento.

Como se verifica uma acumulação de ácido láctico, este provoca uma diminuição no valor do pH
sanguíneo.

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Um estudante afirmou que a respiração celular não passa de um processo
de combustão semelhante ao que ocorre quando queimamos lenha,
critique a afirmação do estudante explicando uma diferença importante
desses dois processos.

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Um estudante afirmou que a respiração celular não passa de um processo
de combustão semelhante ao que ocorre quando queimamos lenha,
critique a afirmação do estudante explicando uma diferença importante
desses dois processos.

R: Na combustão a reacção é violenta, com libertação de grande quantidade


de energia. Na respiração celular, a liberação de energia é feita em
pequenas parcelas.

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Por que seres pluricelulares são geralmente aeróbios em vez de
anaeróbios?

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Por que seres pluricelulares são geralmente aeróbios em vez de
anaeróbios?

R: Porque são maiores e mais complexos, o que faz com que precisem
consumir mais energia e a respiração aeróbia tem maior rendimento
energético.

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Uma pessoa comeu dois quilogramas de alimento ao longo do dia. No
entanto, ao se pesar, ela viu que o seu peso não aumentou. Explique o que
aconteceu.

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Uma pessoa comeu dois quilogramas de alimento ao longo do dia. No
entanto, ao se pesar, ela viu que o seu peso não aumentou. Explique o que
aconteceu.

R: Parte do alimento consumido foi eliminado nas fezes e outra parte foi
transformado pela respiração celular em CO2 e H2O, além de libertar
energia para as atividades do organismo.

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Um estudante afirmou que o papel do gás oxigénio na respiração é o de
se combinar com o carbono da glicose, produzindo gás carbónico. Outro
estudante discordou, dizendo que ele deveria estudar mais a última etapa
da respiração. Resolva essa discussão respondendo: qual é, afinal, o papel
do oxigénio na respiração?

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Um estudante afirmou que o papel do gás oxigénio na respiração é o de
se combinar com o carbono da glicose, produzindo gás carbónico. Outro
estudante discordou, dizendo que ele deveria estudar mais a última etapa
da respiração. Resolva essa discussão respondendo: qual é, afinal, o papel
do oxigénio na respiração?

R: O oxigénio captado na respiração pulmonar só participa da última etapa


(cadeia respiratória), como aceptor de H+ e electrões e forma a água e não
o CO2.

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